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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA


CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DOCENTE: FERNANDA AP. GUEDES HONORATO DA SILVA

DISCENTE: ALEXSSANDER FERREIRA DE SOUSA

DISCIPLINA: SEMINÁRIO TEMÁTICO IV

POLO: TEÓFILO OTONI – MG

MATRICULA: 20171317009

FICHAMENTO
Artigo: Limitações e Contradições nas Alternativas de Apoio Financeiro aos
Municípios: Um Estudo de Caso no Município de Itaipé em Minas Gerais

Teófilo Otoni
2019
Bacharelado em Administração Pública
UFVJM

FICHAMENTO

TITULO DO ARTIGO: Limitações e Contradições nas Alternativas de Apoio


Financeiro aos Municípios: Um Estudo de Caso no Município de Itaipé em Minas
Gerais

AUTORES: Geraldo Rodrigues Ferreira Filho, Simão Pereira da Silva, Elizete


Aparecida de Magalhães, Vasconcelos Reis Wakim

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: FILHO, G. R. F. et al. Limitações e


Contradições nas Alternativas de Apoio Financeiro aos Municípios: Um Estudo de
Caso no Município de Itaipé em Minas Gerais. In: ENCONTRO DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNANÇA, 2010, Vitória-ES. Artigo [...].
Vitória-ES: ANPAD, 2010. p.18.

O artigo “Limitações e Contradições nas Alternativas de Apoio Financeiro aos


Municípios: Um Estudo de Caso no Município de Itaipé em Minas Gerais” busca
analisar as divergências presentes entre o reduzido orçamento municipal frente ao
crescimento desproporcional das despesas correntes e a carência de investimentos nos
municípios. O artigo tem como objetivo identificar e analisar as alternativas existentes a
este lapso financeiro, e tem como público alvo os administradores (gestores) público,
procurando mostrar os meios para suprir as necessidades financeiras municipais, e
orientar o gestor a seguir o caminho menos penoso para a população. O estudo ocorreu
no Município de Itaipé, localizado no Vale do Mucuri em Minas Gerais no ano de 2010.

“A busca por soluções para os problemas enfrentados pelos


municípios é uma preocupação constante, principalmente no que
diz respeito à captação de recursos. Ocorre que, a maioria dos
gestores, parece não ter conhecimento de quais os recursos que o
seu município pode receber, ou como proceder para aumentar a
arrecadação” (p. 2).

Administração Pública Municipal é a responsável por garantir que os serviços essenciais


estejam à disposição das pessoas, e assegurar através de sua estrutura organizacional
que os objetivos sociais alcance um numero maior de pessoas, com o intuito de diminuir
a desigualdade social existente na sociedade.

“Souza (1998) ressalta que a função dos governos municipais é


organizar a cidade em um lugar que ofereça serviços de
qualidade aos munícipes como, saúde, educação, segurança,
lazer, justiça, cultura, oportunidades econômicas, dentre outros,
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além de promover a inclusão social, independente da dimensão


do município” (p. 2).

A constituição de 1988 expandiu a autonomia dos municípios, mas isso não resultou em
aumento de recursos para suprir os gastos públicos. Pelo contrário, aumentaram a
responsabilidade dos municípios, pois passaram a ser obrigados a gastar no mínimo
15% de sua arrecadação tributaria em saúde. Mesmo os grandes centros com
arrecadações maiores não estão conseguindo gerar receitas para manutenção e
investimentos.

A cobrança de impostos sempre foi um dilema para a administração pública, a


população tem certa resistência ao pagamento impostos, fato que tem dificultado a
cobrança de tributos por parte da administração pública.

A ideia de descentralização possui propósitos que pode ser aplicado aos municípios,
pois um de seus fundamentos é que de forma individualizada os entes da federação
torne responsável por parte dos recursos que deve se ofertado para a população, no
entanto, os municípios possui uma baixa capacidade de arrecadação para executar a
parte que lhe foi conferida, ficando sempre pendente de transferências estadual e
federal.

Recursos Orçamentários dos Municípios

A maioria dos municípios tem as receitas transferidas (cota-parte do Fundo de


Participação dos Municípios, do Imposto sobre as Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação, e recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério) como sua principal fonte de recursos para
a manutenção da maquina administrativa.

Com a carência de receitas próprias, os recursos ficam escassos e insuficientes para


investimentos mais intensos na estrutura da cidade. Além de um orçamento já bastante
limitado, a Constituição Federal de 1988 determinou que até o exercício financeiro de
2004, os recursos mínimos direcionados nas ações e serviços públicos de saúde serão
equivalentes a 15% do produto de arrecadação dos impostos. Dessa forma, 15% da
arrecadação feita através de tributos como (ISS), (IPTU), (ITBI), (ITR), (IRRF),
(ICMS), (IPVA), estão obrigatoriamente comprometidos em ações e serviços públicos
de saúde.

Receita Tributária Municipal

As Receitas Tributárias dos municípios engloba uma série de tributos como, por
exemplo, o IPTU, ITBI, ISS, Taxas e Contribuições de Melhoria, dentre outros. Tais
tributos têm limitações quanto ao aumento de sua arrecadação, porque existe uma série
de condicionantes que dificulta a melhoria da arrecadação, como por exemplo, o IPTU e
o ITBI que dependem de variáveis para poder aumentar seu potencial contributivo.
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“Esses tributos municipais têm limitações para melhoria de sua


arrecadação. Por exemplo, o IPTU depende do potencial
contributivo, da atualização sistêmica do cadastro imobiliário e
de reformas no Código Tributário Municipal; a arrecadação do
ITBI depende da movimentação de negociações imobiliárias no
município e do acompanhamento da fiscalização; a arrecadação
do ISS está condicionada a demanda de serviços” (p. 7).

Alternativas Financeiras aos Municípios

Os municípios podem buscar esforços para aumentar suas receitas em duas frentes.
Existem alternativas de que depende da iniciativa da administração e outras que não vão
depender exclusivamente da administração.

“As administrações municipais podem envidar esforços em duas dimensões para


incrementar suas receitas. Há alternativas cujas iniciativas dependem da atitude proativa
da administração e outras que, embora haja iniciativa da administração, sua
implementação não é prerrogativa exclusiva da administração” (p. 7).

As principais alternativas de Natureza Interna à Administração são:

 “Celebração de convênio com a Secretaria da Receita


Federal para delegação das atribuições de fiscalização, inclusive
a de lançamento de ofício dos créditos tributários e de cobrança
do ITR. O que implica no recebimento da totalidade do ITR e
não os 50% previstos no inciso II, art. 158 da Constituição
Federal.
 Qualificação, treinamento e modernização administrativa
para combater a sonegação por meio do Programa de
Modernização da Administração Tributária
(PMAT) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), visando atualização e fiscalização constante
do cadastro imobiliário; acompanhamento das transações
imobiliárias nos cartórios; adoção do regime de amostragem
para os contribuintes de menor expressão econômica e de
fiscalização de todo o recolhimento para os maiores, que emitem
nota fiscal regularmente. O que poderia aumentar a arrecadação
dos três impostos: IPTU, ITBI e ISS, sem prejuízo da
fiscalização do pagamento as taxas.
 A gestão da cobrança tempestiva, destacada pelo Manual
de Orientação para Crescimento da Receita Própria Municipal,
evitando a cobrança judicial que é morosa e cara. O
acionamento da cobrança deve partir dos maiores contribuintes
para os menores, hierarquizando a ação de fiscalização e
tornando-a mais eficaz. Também é importante a verificação das
taxas praticadas pelos bancos e o tempo de retorno entre o
pagamento efetivo do contribuinte e o de depósito na conta de
arrecadação do município.
 Gerenciar as aplicações financeiras também é importante
para gerar mais receitas para os municípios, uma vez que muitas
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arrecadações ficam retidas nas contas correntes sem qualquer


rendimento, visto que já tem despesas líquidas e certas para
pagamento, como folha de pagamento.
 Cooperação entre administração municipal, contabilistas e
empresários para aumento do Valor Adicionado Fiscal (VAF) de
participação do município na cotaparte de ICMS. A Constituição
Federal de 1988, por meio do Art. 158, estabelece que da
arrecadação do ICMS pelo Estado, 25% deverão ser repassados
aos municípios, sendo 3/4 (três quartos) relativos ao Valor
Adicionado Fiscal e 1/4 (um quarto) de acordo com os critérios
que dispuser a legislação de cada estado. O VAF é o critério de
maior arrecadação dos municípios no ICMS, merecendo
especial atenção para que sejam feitos esforços no sentido de
aumentá-lo e, consequentemente, incrementar a arrecadação
municipal com o ICMS. Sua apuração ocorre com base em
declarações transmitidas pelas empresas e em documentos
emitidos por produtores rurais, cujas operações/prestações foram
realizadas em seus respectivos territórios” (p. 8).

As alternativas de Natureza Externa à Administração podem ser requisitadas aos


governos estadual, federal e a órgãos de fomento, para a inserção de programas e
investimentos em obras, quando observarem que os recursos próprios são insuficientes.

“Segundo estudos da Confederação Nacional de Municípios


(2009), as verbas recebidas pelos municípios do governo
federal, na forma de transferências voluntárias, vêm aumentando
e alcançando altos picos nos últimos anos. A seguir, encontram-
se as mais relevantes alternativas de apoio à gestão financeira
dos municípios, elaborado com base em Costa e Cavalcante
Neto (2006), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de
Minas Gerais” (p. 8).

Análise do Desempenho Orçamentário de Itaipé

O estudo apresentou uma análise vertical e horizontal das receitas e despesas do


município de Itaipé no período de 2006 a 2009, o qual buscou avaliar o comportamento
das principais receitas, despesas e conhecer a real necessidade de recursos no município.

Os resultados da análise indicou uma severa retração das receitas com as despesas
pertencentes à manutenção da máquina administrativa, e a obrigação do município
buscar recursos para maiores investimentos na infraestrutura da cidade.

Alternativas Financeiras Implementadas no Município de Itaipé

Foi constatado que embora o município esteja implantando algumas ações para
aumentar sua receita própria e participando de vários programas do governo federal e
estadual, o município ainda precisa de mais recursos externos para aumentar sua
arrecadação e realizar investimentos permanentes.
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Dificuldades Gerais para Conversão das Alternativas Financeiras em Receitas

A falta de profissionais qualificados para inibir a sonegação, e a falta de uma gestão de


cobrança, vem dificultando o crescimento da receita própria municipal. Outro problema
encontrado no pelo município de Itaipé baseia-se no fato de que uma grande parcela dos
comerciantes da cidade utiliza-se os serviços contábeis para suas empresas em cidades
circunvizinhas, o que impossibilita uma cooperação para incremento do VAF.

Sem uma fiscalização efetiva por parte do Estado, o município sofreu um aumento na
informalidade e redução da cota-parte do ICMS. Após uma observação feita pelos
servidores do setor de arrecadação do município, os mesmos constataram que os
produtores rurais têm uma resistência muito grande em emitir notas fiscais, imaginando
que com isso vão perder benefícios, principalmente os previdenciários.

Principais obstáculos às alternativas Financeiras de Apoio

Embora existam alternativas internas e externas de apoio aos municípios em sua gestão
orçamentária, alguns empecilhos dificultam sua implantação. Um desses empecilhos é a
falta de conhecimentos dos gestores e de sua equipe técnica a respeito dessas
alternativas, e consequentemente, a falta de interesse em solucionar esse empecilho.

Outros dois empecilhos para os municípios é a contrapartida que é exigida para


celebração de convênios, contratos de repasse ou congêneres, e a dependência de
políticos com influência para incluir projetos do município, uma vez que parte dos
recursos que os governos liberam é por meio de emendas parlamentares.

“Como visto na análise das receitas e despesas do município,


não há disponibilidades financeiras suficientes para que sejam
feitos investimentos em obras ou aquisição de equipamentos,
veículos, dentre outros, como contrapartida a essas alternativas.
Isso, também se aplica à contrapartida financeira que os
municípios têm que arcar para receber recursos dos governos,
federal e estadual, o que dificulta a execução do próprio
convênio, ficando o município, muitas vezes, inadimplente com
a prestação de contas dos recursos já recebidos” (p. 15).

Considerações Finais

O estudo revelou que a arrecadação das receitas tributárias, acrescido às transferências


federais e estaduais dos municípios, são insatisfatórias para a realização de
investimentos em obras e bens públicos permanentes que possam ser ofertado à
população.

Contudo, os municípios, por intermédio de iniciativas próprias, podem complementar


sua arrecadação, com a celebração de convênio junto a Receita Federal do Brasil com o
intuito de cobrar e fiscalizar o ITR, e consequentemente, ser detentor de todo o valor
arrecadado com o imposto.

Pode-se observar nesse estudo, que as iniciativas para o complemento das receitas
próprias, ainda são acanhadas, necessitando de mais esforços para conseguir alcançar
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maior eficiência na gestão dos recursos públicos. Foi possível notar também, que nem
todas as alternativas de auxilio financeiro disponibilizado pelo governo federal e
estadual, mencionadas no estudo, fazem parte da realidade do município.

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