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Gabarito da AP2 de 2017-2.

Paulo Henrique Ortega


Tutor à distância da disciplina Física 2A, 2B e 2B Q.
Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro

(Dated: 28 de novembro de 2017)

I. QUESTÃO 1

Item (a) O enunciado diz que, inicialmente, o aluno encontra uma mola ideal de
comprimento L0 e de massa desprezível e que, ao prender uma extremidade da mola no teto
e pendurar um objeto de massa m = 100 g na outra extremidade, o comprimento da mola
passa a ser L0 + k~y0 k = L0 + 10 cm. A situação toda é representada na figura (1).

L0
k

O
~y0

Figura 1 – Objeto de massa m pendurado em uma mola e em repouso. A origem do eixo y


dista L0 do teto e coincide com a extremidade da mola sem deformação.

No objeto de massa m atuam duas forças: a força peso P~ devido a interação gravitacio-
nal e a força elástica F~ devido à mola. Podemos ver o diagrama de corpo livre do objeto na
figura (2).

F~
y

P~

Figura 2 – Diagrama de corpo livre do objeto de massa m.

Tendo em vista as forças estão na direção y, então o movimento do objeto está restrito
nesta mesma direção. Vale ressaltar também que, o objeto estando em repouso, podemos afir-
mar a aceleração na direção do movimento é nula, isto é, ~y¨ = ~0. Sendo assim, ao aplicarmos
2

a 2a lei de Newton ao nosso sistema físico, teremos que


1 ~ ~
~y¨ = F +P ⇔ F~ + P~ = ~0 ⇔ F~ = −P~ ⇒ kF~ k = kP~ k. (1)
m
Como comentado, ambas as forças estão na direção do eixo y. Desta forma, podemos
escrevê-las da seguinte forma

F~ = −k~y0 = kk~y0 kĵ e P~ = m~g = −mg ĵ, (2)

sendo k a constante elástica da mola, m a massa do objeto, g ≡ k~g k a norma do vetor


aceleração da gravidade e ĵ um vetor unitário de mesma direção do eixo y e que aponta no
mesmo sentido de crescimento do eixo.

Deste modo, temos que


mg
kF~ k = kP~ k ⇔ kkk~y0 kĵk = k − mg ĵk ⇔ k= . (3)
k~y0 k

Utilizando os valores de m, g e k~y0 k, temos que

mg (100 g) (9, 8 m/s2 ) (0, 1 kg) (9, 8 m/s2 )


k= = = = 9, 8 N/m. (4)
k~y0 k (10 cm) (0, 1 m)

Portanto, o valor da constante elástica da mola é k = 9, 8 N/m.

Item (b) Para determinarmos o período do movimento, precisamos da frequência


angular do sistema físico. Para tanto, considere o sistema físico no instante t = t0 e no
instante t = t0 + dt, ambos representados na figura (3).

a) y b) y

L0 L0
k
k

O O
~y (t0 ) ~y (t)

m
~y˙ (t)
~y˙ (t0 ) = ~0 m

Figura 3 – a) Sistema físico no instante t = t0 : o objeto é solto do repouso a 6 cm abaixo da


posição de equilíbrio; b) Sistema físico no instante t = t0 + dt: o objeto oscila
harmonicamente em torno da posição de equilíbrio;
3

Assim como no caso estático, no caso dinâmico atuam duas forças sobre o objeto
de massa m: a força peso P~ devido à interação gravitacional e a força elástica F~ = F~ (t)
devido à mola, agora dependente do tempo pois a posição do objeto muda no tempo. Desta
forma, o diagrama de corpo livre do objeto, num instante t = t0 + dt é o mesmo da figura
(2), com a ressalva de que F~ depende do tempo.

Com isto em mente e que a direção do movimento é a direção do eixo y, aplicando a 2a


lei de Newton no sistema físico em questão num instante t = t0 + dt, temos que
1 ~  1 1
~y¨(t) = F (t) + P~ ⇔ ~y¨(t) − F~ (t) − P~ = ~0. (5)
m m m
Como comentado anteriormente, tanto as forças como o próprio movimento estão confi-
nados na direção do eixo y. Desta forma, podemos escrever

~y (t) = y(t)ĵ, F~ = −k~y (t) = −ky(t)ĵ e P~ = m~g = −mg ĵ. (6)

Deste forma, temos que a equação (5) se torna

k
y(t)ĵ + g ĵ = ~0 ÿ(t) + ω02 y(t) + g ĵ = ~0,
 
ÿ(t)ĵ + ⇔ (7)
m
sendo que
r
k
ω0 = . (8)
m
A constante ω0 é chamada de frequência angular do sistema massa-mola.

Agora que obtivemos a expressão para frequência angular ω0 , podemos determinar o


período T do sistema massa-mola. O mesmo é dado por
r
2π m
T = = 2π . (9)
ω0 k

Utilizando os valores de m e de k, que foi obtido no item (a), temos que


s s √
100 g 0, 1 kg 2π π 2 ∼
T = 2π = 2π = √ s= s = 0, 6347 s. (10)
9, 8 N/m 9, 8 N/m 98 7

Portanto, o período do sistema massa-mola é, aproximadamente, T ∼


= 0, 6347 s.

Item (c) Para obtermos a expressão para y(t), precisamos resolver a equação de
movimento do sistema. Para tanto, considere a equação (7). Como ĵ 6= ~0, então

ÿ(t) + ω02 y(t) + g = 0 ⇔ ÿ(t) + ω02 y(t) = −g. (11)

Note que esta é uma equação diferencial ordinária, de 2a ordem, com coeficientes constantes
e não-homogênea.

A solução geral da equação (11) é da forma

y(t) = yp (t) + yh (t), (12)


4

sendo que yp (t) e yh (t) satisfazem as seguintes equações diferenciais

ÿp (t) + ω02 yp (t) = −g e ÿh (t) + ω02 yh (t) = 0. (13)

A solução yp (t) é dita solução particular da equação de movimento não-homogênea. A solução


yh (t) é solução geral da equação de movimento homogênea.

Obteremos primeiro yp (t). Devido ao formato da parte não-homogênea da equação (11)


(uma constante), uma proposta de solução é que

yp (t) = C, C ∈ R. (14)

Desta forma, temos que


g
ÿp (t) + ω02 yp (t) = −g ⇔ 0 + ω02 C = −g ⇔ C=− . (15)
ω02

Precisamos obter ω02 . Foi mostrado no item (a) que k = 9, 8 N/m. Sabemos também
que m = 100 g. Desta forma, da equação (8), temos que

k 9, 8 N/m 9, 8 N/m
ω02 = = = = 98 s−2 . (16)
m 100 g 0, 1 kg

Utilizando os valores de g e ω02 , temos que yp (t) se torna

g 9, 8 m/s2
yp (t) = C = − = − = −0, 1 m = −10 cm. (17)
ω02 98 s−2

Com ω0 em mãos, podemos também escrever a equação de movimento do sistema em


questão. Substituindo g e ω02 na equação (11), temos

ÿ(t) + 98 s−2 y(t) = −9, 8 m/s2 .



(18)

A equação (18) é a equação de movimento do sistema físico em questão.

Para a solução yh (t), sabemos que a solução geral da equação de movimento homogênea
é dada por

yh (t) = A cos (ω0 t + ϕ) , (19)

sendo A e ϕ constantes determinadas pelas condições iniciais do problema, com A > 0.


Quando a equação de movimento do sistema é naturalmente homogênea, isto é, não é realizada
nenhuma transformação na equação de movimento obtida da 2a lei de Newton, de modo a
fazê-la homogênea, dizemos que A é a amplitude de oscilação do movimento e ϕ a constante
de fase do movimento. O intervalo que adotaremos para ϕ é 0 6 ϕ < 2π.

Agrupando as equações (15), (17) e (19), temos que a equação (12) se torna
g
y(t) = yp (t) + yh (t) = − + A cos (ω0 t + ϕ) = −10 cm + A cos (ω0 t + ϕ) . (20)
ω02

O exercício nos diz que, no instante inicial t = t0 , o objeto é deslocado de 6 cm da posição


de equilíbrio e solto do repouso. A posição de equilíbrio é dado pelo vetor ~y0 = − (10 cm) ĵ.
5

Desta forma, em conformidade com a figura (3), temos que

~y (t0 ) = ~y0 − (6 cm) ĵ = − (10 cm + 6 cm) ĵ = − (16 cm) ĵ e ~y˙ (t0 ) = ~0. (21)

O sinal negativo no vetor posição decorre do modo que adotamos o sentido do eixo y.

Sem perda de generalidade, podemos tomar t0 = 0. Desta forma, como ~y (t) = y(t)ĵ,
segue que

y(0) = −16 cm e ẏ(0) = 0. (22)

Podemos agora determinar A e ϕ. Da condição inicial referente à posição, utilizando a


equação (20), temos que

−16 cm = y(0) = −10 cm + A cos(ω0 × 0 + ϕ) ⇔ A cos(ϕ) = −6 cm. (23)

Para utilizar a condição inicial referente à velocidade, devemos calcular a derivada da


equação (20) com relação ao tempo. Sendo assim, utilizando a regra de derivação de uma
função composta (regra da cadeia), temos que
    
d g d[cos(ω0 t + ϕ)] d(ω0 t + ϕ)
ẏ(t) = − 2 + A cos(ω0 t + ϕ) = A
dt ω0 d(ω0 t + ϕ) dt
= A [− sin(ω0 t + ϕ)] [ω0 ] = −Aω0 sin(ω0 t + ϕ). (24)

Desta forma, como A 6= 0 e ω0 6= 0, temos que

0 = ẏ(0) = −Aω0 sin (ω0 × 0 + ϕ) = −Aω0 sin (ϕ) ⇔ sin (ϕ) = 0. (25)

Agrupando as equações (23) e (25), temos o seguinte sistema de equações



 sin(ϕ) = 0
S:
A cos(ϕ) = −6 cm

O sistema S possui duas equações e duas incógnitas, fazendo S ser completamente solúvel.

Observando o intervalo ao qual pertence ϕ, da primeira equação do sistema S, vemos


que

sin (ϕ) = 0 ⇔ ϕ=0 ou ϕ = π. (26)

Para ϕ satisfazer a segunda equação do sistema S, é necessário que o mesmo satisfaça


cos (ϕ) < 0, pois A > 0 e A cos(ϕ) = −6 cm. Deste modo, o único valor de ϕ que satisfaz
estas condições é

ϕ = π. (27)

Agora que determinamos ϕ, podemos encontrar A. Substituindo (27) em (23), temos


que

−6 cm = A cos(ϕ) = A cos (π) = A (−1) ⇔ A = 6 cm. (28)


6

Substituindo g = 9, 8 m/s2 e as equações (16), (27) e (28) na equação (20), temos que
h√  i
y(t) = −10 cm + (6 cm) cos 98 s−1 t + π . (29)

Portanto, a equação (29) é a solução da equação de movimento dada em (18),


sob as condições iniciais dadas em (22).

II. QUESTÃO 2

Item (a) Para obtermos a equação diferencial de movimento para o desvio angular θ,
precisamos do momento de inércia da haste com relação ao seu centro de massa. A definição
de momento de inércia é dada por
ˆ
I = r2 dm, (30)

sendo r a distância entre o elemento de massa dm e o eixo de rotação.

Para calcularmos o momento de inércia da haste, devemos considerar que a haste é longa,
delgada e homogênea. Desta forma, podemos supor que a haste é uma linha de massa M ,
comprimento L e de densidade linear de massa µ constante, dada por
M
µ= . (31)
L
Desta forma, para realizar a integral da equação (30), tomaremos a haste pertencente
 plano XY
ao  , posicionada
 sobre o eixo x, com suas extremidades localizadas nos pontos
L L
− , 0 e + , 0 , com o eixo de rotação perpendicular ao plano XY (eixo z) e passando
2 2
pela origem. Veja a figura (4).
y

z dm

L L x
− x +
2 2

Figura 4 – Haste posicionada no plano cartesiano.

L L
Da figura (4), podemos identificar r ≡ x, com − 6 x 6 . Como dm = µdl = µdx,
2 2
temos que
ˆ ˆ +L ˆ +L ˆ +L + L2
x3

2 2 2
2 2 2 2
I = r dm = x µdx = µ x dx = 2µ x dx = 2µ ,
−L
2
−L
2
0 3 0
2µ L3 µ L3 M L3 M L2
     
2µ  3 + L2
= x 0 = = = = . (32)
3 3 8 3 4 3L 4 12

Agora que determinamos o momento de inércia da haste, aplicaremos a 2a lei de Newton


para rotações no nosso sistema. Adotaremos como plano de oscilação da haste o plano XY
7

e o eixo de rotação paralelo ao eixo z. Veja a figura (5).

Figura 5 – Sistema físico detalhado.

O vetor ~r localiza o ponto onde está sendo aplicada a força F~ . O menor ângulo entre os vetores
π
~r e F~ é + θ. Isto pode ser verificado colocando as origens dos dois vetores sobrepostos.
2
Deste modo, pela 2a lei de Newton para rotações, temos que

α = ~τ = ~r × F~ ,
I~ (33)

com I o momento de inércia da haste com relação ao eixo de rotação, α ~ o vetor aceleração
angular, ~τ o torque aplicado à haste e × a operação produto vetorial, que obedece a regra da
mão direita. Note que apesar da haste ter massa, o torque devido à força peso é nulo, pois o
eixo de rotação passa pelo centro de massa. De outra forma: podemos pensar que a haste é
um objeto puntual de massa M localizada no centro de massa. Desta forma, a força peso é
aplicada no centro de massa e o torque com relação ao mesmo é nulo.

Voltando ao nosso problema, como os vetores ~r e F~ pertencem ao plano XY , temos que


d2 θ
o torque é apenas na direção do eixo z. Deste modo, temos que α ~ = 2 ẑ e ~τ = −k~τ kẑ (o
dt
sinal negativo é devido a regra da mão direita). Logo,

d2 θ
 2 
~ dθ ~
I 2 ẑ = −k~τ kẑ = −k~r × F kẑ ⇔ I 2 + k~r × F k ẑ = ~0 (34)
dt dt

Como ẑ 6= ~0, então

d2 θ
I + k~r × F~ k = 0. (35)
dt2

Vamos melhorar esta expressão. Sabemos que k~r × F~ k é dado da seguinte forma

k~r × F~ k = k~rkkF~ k sin(γ), (36)

sendo γ o menor ângulo entre ~r e F~ .


π
Como foi comentado, γ = + θ. Logo, usando a soma de arcos para o seno, temos que
2
8

π 
~ ~ ~
k~r × F k = k~rkkF k sin(γ) = k~rkkF k sin +θ ,
h π  2  π i
= k~rkkF~ k sin cos(θ) + sin(θ) cos ,
2 2
= k~rkkF~ k [1 × cos(θ) + sin(θ) × 0] ,
= k~rkkF~ k cos(θ). (37)

Desta forma, a equação (35) se torna

d2 θ
I + k~rkkF~ k cos(θ) = 0. (38)
dt2

Precisamos escrever k~rk e kF~ k em termos dos parâmetros iniciais do problema. Pela
figura (5) e pelo enunciado, temos que

L kL
k~rk = e kF~ k = kx = sin(θ), (39)
2 2
L
onde identificamos x = sin(θ) utilizando a figura (2). Desta forma, a equação (38) se torna
2

d2 θ d2 θ kL2
  
L kL
I 2 + sin(θ) cos(θ) = 0 ⇔ I 2 + sin(θ) cos(θ) = 0. (40)
dt 2 2 dt 4

No limite de pequenas oscilações, isto é, quando θ  1, podemos fazer as seguintes


aproximações:

sin(θ) ∼
=θ e cos(θ) ∼
= 1. (41)

Desta forma, utilizando a equação (32), temos finalmente que

M L2 d2 θ kL2 d2 θ 3k
+ θ = 0 ⇔ + θ = 0. (42)
12 dt2 4 dt2 M
A equação (42) é a equação difencial de movimento do sistema haste-mola.

Item (b) O período do movimento é obtido da frequência angular ω0 do sistema. O


quadrado da mesma é o coeficiente que multiplica a variável dinâmica do sistema. No nosso
caso, temos que a variável dinâmica é θ(t). Deste modo, temos que ω0 satisfaz
r
3k 3k
ω02 = ⇔ ω0 = . (43)
M M
Desta forma, o período T do movimento é dado por
r
2π M
T = = 2π . (44)
ω0 3k
r
M
Portanto, o período do movimento é T = 2π .
3k
9

III. QUESTÃO 3

A expressão geral de uma onda senoidal em uma corda se propagando no sentido des-
crescente (negativo) do eixo x tem a seguinte forma

y(x, t) = A sin(kx + ωt + δ), (45)

sendo A a amplitude da onda, k o número de onda angular, ω a frequência angular e δ a


constante de fase.

As quantidades k e ω podem ser determinadas por meio das seguintes expressões



k= e ω = 2πf. (46)
λ
As constantes λ e f são o comprimento de onda e a frequência da onda, respectivamente.
Ambas se relacionam pela velocidade de propagação da onda v por meio da seguinte expressão

v = λf. (47)

O enunciado diz que a amplitude da onda é 0, 12 mm. O mesmo também diz a frequência
é 100 Hz. Desta forma, temos que

ω = 2πf = 2π 100 s−1 = 200π s−1 .



A = 0, 12 mm e (48)

Precisamos determinar o comprimento de onda λ ou a velocidade de propagação da onda


v. Sabemos que a velocidade de propagação da onda na corda também pode ser obtida pela
expressão
s
kT~ k
v= . (49)
µ

sendo T~ o vetor tensão na corda e µ a densidade linear de massa da corda.

O enunciado diz que a norma da tensão na corda é de 10 N e que a massa por unidade
de comprimento é 5 g/cm, isto é, a densidade linear de massa da corda µ, em unidades do
SI, é 0, 5 kg/m. Desta forma,
s s
~
kT k 10 N p √
v= = = 20 m2 /s2 = 2 5 m/s. (50)
µ 0, 5 kg/m

Deste modo, utilizando as equações (50), (47), (46) e (48), temos que

2π 2πf ω 200π s−1 200π 5 −1 √
k= = = = √ = m = 20π 5 m−1 . (51)
λ v v 2 5 m/s 10

Desta forma, utilizando os valores de k, ω e A, temos que


h √  i
y(x, t) = (0, 12) sin 20π 5 m−1 x + 200π s−1 t + δ mm.

(52)

Note que se tomarmos x = 0 e t = 0, temos que


10

h √ −1

−1
 i
y(0, 0) = (0, 12) sin 20π 5 m × 0 + 200π s mm, ×0+δ
 
y(0, 0) y(0, 0)
= (0, 12 mm) sin(δ) ⇔ sin(δ) = ⇔ δ = arcsin . (53)
(0, 12 mm) (0, 12 mm)

Desta forma, temos que


h √ −1

−1
 i
y(x, t) = (0, 12) sin 20π 5 m x + 200π s t + δ mm, (54)
 
y(0, 0)
com δ = arcsin .
(0, 12 mm)

Portanto, a equação (54) descreve a onda na corda, que se propaga no sentido


descrescente do eixo x.

IV. QUESTÃO 4

O enunciado diz que o estudante de Física 2B/2BQ coloca seu carro em direção a um
grande muro e aciona sua buzina, recebendo o sinal de eco. A situação está ilustrada na
figura (6).

Figura 6 – Motorista acionando sua buzina e indo de encontro ao muro.

Na figura (6), vsom é a velocidade de propagação do som e vcarro é a velocidade do carro (a


ser determinada), sendo que todas as velocidades são medidas no referencial de repouso do
ar.

Primeiramente, determinaremos a frequência aparente recebida por um observador (ima-


ginário) em repouso com relação ao muro e na mesma posição espacial que o muro. Para o
caso geral, quando se tem a fonte de ondas sonoras e o observador em movimento, a frequência
aparente medida pelo observador é dada por
 
vsom ± vo
fap = ff onte , (55)
vsom ∓ vf
11

sendo ff onte a frequência da fonte, vf a velocidade da fonte e vo a velocidade o observador,


todas medidas no referencial de repouso do ar. Os sinais superiores são usados para a apro-
ximação e os inferiores para afastamento.

Em nosso caso, a fonte de ondas sonoras é a buzina do carro. Disso segue que
ff onte ≡ fbuzina . Temos também que o observador (imaginário) se encontra em repouso
com relação ao ar e no mesmo lugar que o muro. Logo, vo ≡ vmuro = 0 m/s. Temos ainda
que a buzina (isto é, o carro) se aproxima do observador. Assim, vf ≡ vcarro . Assim, a
M
frequência aparente medida pelo observador imaginário fap é
 
M vsom
fap = fbuzina . (56)
vsom − vcarro

Determinaremos agora a frequência de eco recebida pelo estudante. Sabemos que a


mesma nada mais é que a frequência aparente medida pelo estudante como se o muro fosse
a fonte de onda sonoras. Desta forma, a nova fonte (muro) tem frequência igual a aparente
recebida pelo carro, isto é, ff0 onte ≡ fmuro = fap
M
. Nesta nova situação temos também que o
novo observador (estudante) se aproxima da nova fonte com a velocidade do carro, ou seja,
vo0 ≡ vcarro , enquanto que a nova fonte de ondas sonoras está em repouso com relação ao ar,
ou melhor, vf0 ≡ vmuro = 0 m/s. Desta forma, temos que a frequência de eco feco é

vsom + vo0
   
vsom + vcarro
feco = ff0 onte = M
fap . (57)
vsom vsom

Utilizando a equação (56) temos que


      
M vsom + vcarro vsom vsom + vcarro
feco = fap = fbuzina ,
vsom vsom − vcarro vsom
 
vsom + vcarro
= fbuzina . (58)
vsom − vcarro

Podemos isolar vcarro na equação (58), deixando em termos de feco , fbuzina e vsom . Fa-
zendo isto, encontramos que
 
feco − fbuzina
vcarro = vsom . (59)
feco + fbuzina

Precisamos relacionar fbuzina e feco . O enunciado diz que o estudante percebe que a
superposição do som da buzina com seu eco produz um batimento de frequência fbat = 4 Hz.
O enunciado ainda diz que a frequência da buzina é de 400 Hz. Sabemos que a frequência
de batimento, neste caso, é dada pela seguinte expressão

fbat = |feco − fbuzina |. (60)

Para retirarmos o módulo, precisamos saber qual frequência é maior: feco ou fbuzina .
Sabemos que, para o estudante, o eco funciona como se o muro emitisse o sinal sonoro
recebido. Desta forma, como o carro está se aproximando, a frequência aparente medida no
referencial de repouso do muro é maior do que da buzina medida no referencial de repouso
da buzina. Isto faz com que a frequência da nova fonte (muro) seja maior do que a recebida
pelo carro. Decorre disso que, ainda se aproximando, o estudante mede (em seu referencial
de repouso) a frequência de eco maior do que a refletida pelo muro. Deste modo, vale as
12

seguintes desigualdades
M
fbuzina < fap < feco . (61)

Portanto, feco > fbuzina e a equação (60) se torna

fbat = feco − fbuzina ⇔ feco = fbat + bbuzina . (62)

Assim a equação (59) se torna


   
feco − fbuzina fbat
vcarro = vsom = vsom . (63)
feco + fbuzina fbat + 2fbuzina

Utilizando os valores de fbat = 4 Hz, fbuzina = 400 Hz e vsom = 340 m/s, temos
finalmente que
   
fbat (4 Hz)
vcarro = vsom = (340 m/s) ,
fbat + 2fbuzina (4 Hz) + 2 × (400 Hz)
     
340 × 4 1360 340
= m/s = m/s = m/s,
4 + 800 804 201

= 1, 692 m/s = 6, 09 km/h. (64)

Portanto, a velocidade do carro do estudante é, aproximadamente,


vcarro ∼
= 6, 09 km/h.

V. QUESTÃO 5

Item (a) O enunciado diz que dois alto-falantes, que têm a mesma frequência (que
podem ser ajustadas) e estão em fase, distam 6, 0 m um do outro, e que a distância entre o
ouvinte e um dos alto-falante é de 8, 0 m. A situação está ilustrada na figura (7).

Figura 7 – Distâncias entre o ouvinte e os alto-falantes.

Na figura (7), b é a distância entre o ouvinte e o alto-falante mais próximo dele, c é a distância
13

entre os dois alto-falantes e a é a distância entre o ouvinte e o alto-falante mais distante dele.

Primeiramente, precisamos determinar a distância entre o ouvinte e o alto-falante mais


afastado dele. Do teorema de Pitágoras, temos que
√ q p
a = b + c = (8, 0 m)2 + (6, 0 m)2 = 100, 0 m2 = 10, 0 m.
2 2 (65)

Agora, determinaremos as frequências nas quais há um sinal mínimo. O enunciado diz


para supormos que as amplitudes dos sons emitidos pelos alto-falantes são iguais na posição
do ouvinte. Desta forma, considerando que os alto-falantes possuem a mesma frequência e
estão em fase, isso significa que um sinal mínimo ocorreria quando houvesse uma interferência
destrutiva (sinal resultante de amplitude nula) dos dois sinais sonoros dos alto-falantes. A
interferência destrutiva entre sinais sonoros acontece quando um máximo de um sinal sonoro
ocorre no mesmo instante de tempo e no mesmo ponto do espaço que um mínimo do outro
sinal sonoro ocorre. Obviamente, não é em qualquer frequência que dois sinais sonoros
interferem destrutivamente. Apenas os sinais sonoros cuja diferença dos caminhos percorridos
pelos mesmos seja igual a um múltiplo ímpar da metade do comprimento de onda dos sinais.
Para o nosso caso, os sinais sonoros precisam percorrer os lados a e b do triângulo retângulo
dado na figura (7) para alcançar o ouvinte . Deste modo, podemos dizer que a interferência
destrutiva ocorrerá quando
(ID)
λn
|a − b| = (2n + 1) , n ∈ N, (66)
2
onde λ(ID)
n é o comprimento de onda dos sinais na qual ocorre a interferência destrutiva.

Utilizando vsom = λf , podemos escrever a relação anterior em termos das frequências


de interferência destrutiva.
   
1 vsom (ID) 1 vsom
|a − b| = n + (ID)
⇔ fn = n+ . (67)
2 fn 2 |a − b|

Tomando vsom = 340 m/s e utilizando os valores de a e b, temos que a equação (67) se
torna
    
(ID) 1 vsom 2n + 1 (340 m/s)
fn = n+ = ,
2 |a − b| 2 | (10 m) − (8 m) |
    
2n + 1 340 340
= Hz = (2n + 1) Hz = (2n + 1) 85 Hz. (68)
2 2 4

Desta forma, podemos determinar quais serão as frequências de interferência destrutiva


(ID)
fñ pertecentes à faixa de frequências audíveis (20 Hz até 20000 Hz). Matematicamente,
temos que
(ID)
20 Hz 6 fñ 6 20000 Hz. (69)

Utilizando a equação (68), temos que


(ID)
20 Hz 6 fñ 6 20000 Hz,
20 Hz 6 (2ñ + 1) 85 Hz 6 20000 Hz, (70)
14

20 Hz 20000 Hz
6 2ñ + 1 6 ,
85 Hz 85 Hz
20 20000
− 1 6 2ñ 6 − 1,
 85  85
 
1 20 1 20000
−1 6 ñ 6 −1 ,
2 85 2 85
−0, 38 < ñ < 117, 14. (71)

Como ñ ∈ N, temos que

ñ ∈ ID = {0, 1, 2, · · · , 117} . (72)

Portanto, as frequências audíveis nas quais ocorrerá um sinal de mínimo são


dadas por
(ID)
fñ = (2ñ + 1) 85 Hz, ñ ∈ ID = {0, 1, 2, · · · , 117} . (73)

Item (b) Determinaremos agora as frequências nas quais há um sinal máximo. Isto
significa que procuramos frequências nas quais ocorre uma interferência construtiva dos dois
sinais sonoros dos alto-falantes. A interferência construtiva entre sinais sonoros acontece
quando um máximo de um sinal sonoro ocorre no mesmo instante de tempo e no mesmo
ponto do espaço que um máximo do outro sinal sonoro ocorre. Novamente, não é em qual-
quer frequência que dois sinais interferem construtivamente. Apenas os sinais sonoros cuja
diferença dos caminhos percorridos pelos mesmos seja igual a um múltiplo do comprimento
de onda dos sinais. Para o nosso caso, a interferência construtiva ocorrerá quando

|a − b| = nλ(IC)
n , n ∈ N∗ , (74)

onde λ(IC)
n é o comprimento de onda dos sinais na qual ocorre a interferência construtiva.

Como no item (a), utilizando vsom = λf , podemos escrever a relação anterior em termos
das frequências de interferência construtiva.
 
vsom (IC) vsom
|a − b| = n (IC) ⇔ fn = n . (75)
fn |a − b|

Tomando vsom = 340 m/s e utilizando os valores de a e b, temos que a equação (75) se
torna
     
(IC) vsom (340 m/s) 340
fn = n =n =n Hz = (170 × n) Hz. (76)
|a − b| | (10 m) − (8 m) | 2

Desta forma, podemos determinar quais serão as frequências de interferência construtiva


(IC)
fñ pertecentes à faixa de frequências audíveis (20 Hz até 20000 Hz). Matematicamente,
temos que
(IC)
20 Hz 6 fñ 6 20000 Hz. (77)

Utilizando a equação (76), temos que


15

(IC)
20 Hz 6 fñ 6 20000 Hz,
20 Hz 6 (170 × ñ) Hz 6 20000 Hz,
20 Hz 20000 Hz
6 ñ 6 ,
170 Hz 170 Hz
20 20000
6 ñ 6 ,
170 170
0, 11 < ñ < 117, 64. (78)

Como ñ ∈ N∗ , temos que

ñ ∈ IC = {1, 2, 3, · · · , 117} . (79)

Portanto, as frequências audíveis nas quais ocorrerá um sinal de máximo são


dadas por
(IC)
fñ = (170 × ñ) Hz, ñ ∈ IC = {1, 2, 3, · · · , 117} . (80)

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