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ENGENHARIA MECÂNICA

ENGENHARIA QUÍMICA
ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO
ENGENHARIA CIVIL
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
(INTEGRAL – TURMA C)

LABORATÓRIO DE FÍSICA GERAL I


O movimento retilíneo uniforme e suas características

Data da realização do experimento: 28/03/2014


Professor Responsável: Gilson Coutinho Junior
Aluno: Jonas Eduardo Bini RA: 47447
Aluno: Mirella Thomazini RA: 84016
Aluno: Gabriel Massoli RA: 84023
Aluno: Luiz Felipe Russo RA: 84612

Araras, SP
2014
1. RESUMO
O movimento retilíneo é a forma mais simples de deslocamento, visto que
os movimentos são ao longo de uma reta, quer seja horizontal, como exemplo o
movimento de um carro, quer seja vertical, como o da queda ou lançamento de um
objeto. Como tudo ocorre em uma dimensão pode-se dispensar o tratamento
vetorial mais rebuscado e tratarmos em termos de grandezas escalares, com o
devido cuidado de analisar os sentidos de velocidades e as mudanças de sinais
que são frequentes quando redefinimos o eixo de referência. É também aquele
que se dá com velocidade constante. Neste relatório estudaremos sobre o MRU e
analisaremos o experimento realizado no laboratório.
2. OBJETIVO
Definir através das medidas feitas, para o deslocamento e o tempo de
deslocamento, o movimento retilíneo uniforme. Com o resultado das observações,
escrever as expressões gerais relativas ao movimento da esfera de aço no tubo
lacrado contendo óleo, bem como calcular a sua velocidade, demonstrando os
resultados obtidos graficamente para uma melhor compreensão do leitor.

3. MATERIAL UTILIZADO
 Papel milimetrado;
 Lápis;
 Borracha;
 Caneta;
 Calculadora;
 Régua;
 Base de sustentação principal com um plano inclinado articulável com
escala de 0° à 45º;
 Tubo lacrado, contendo óleo, uma esfera de aço e bolha;
 Imã;
 Cronômetro.

4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Denomina-se Movimento Retilíneo quando a trajetória é uma linha reta, e
Movimento Uniforme quando a velocidade escalar do móvel é constante em
qualquer instante ou intervalo de tempo, significando que, no movimento uniforme
o móvel percorre distâncias iguais em tempos iguais.
Dessa forma podemos concluir que Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U.)
é definido como aquele que possui velocidade instantânea constante. Decorre,
imediatamente, da definição que a velocidade escalar média (vm) é também
constante, para qualquer intervalo de tempo, e seu valor coincide com o da
velocidade escalar instantânea (v). Isso é o mesmo que dizer que o móvel
percorre uma trajetória retilínea e apresenta velocidade escalar constante.
Podemos assim dizer em expressões que:

∆𝑥 𝑥2 −𝑥1
𝑣 = 𝑣𝑚 = = Eq. 1
∆𝑡 𝑡2 −𝑡1

Consideremos x0 o espaço inicial correspondente ao instante t=0, e x como


sendo o espaço num instante t, vem da equação 1:

𝑥2 −𝑥1 𝑥−𝑥0 𝑥−𝑥0


𝑣= = = → 𝑣. 𝑡 = 𝑥 − 𝑥0 → 𝒙 = 𝒙𝟎 + 𝒗. 𝒕 Eq.2
𝑡2 −𝑡1 𝑡−0 𝑡

A essa equação 2 (x=x0+v.t ) damos o nome de equação horária do


espaço, que graficamente nos dá uma reta, gráfico característico do M.R.U., onde
o eixo das ordenadas representa a variação do deslocamento, sendo este igual a
distância percorrida, e o eixo das abscissas a variação do tempo, conforme
apresentado na figura abaixo:

a) x b) x

x=x0+v.t x0

x=x0-v.t

x0

Figura 1: (a) reta de M.R.U. progressivo (b) reta de M.R.U retrógrado


A partir da equação 2, podemos constatar a veracidade de que a velocidade
instantânea e média são constantes utilizando da derivada dessa equação, pois a
função velocidade representa a taxa de variação (derivada) da função espaço.
Então:

𝑑𝑥 𝑑(𝑥0 +𝑣.𝑡)
𝑣= = = 𝑣 = 𝑣𝑚 Eq. 3
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Como a velocidade escalar é constante, seu gráfico é uma reta paralela ao


eixo dos tempos, característica de um M.R.U., conforme apresentado na figura
abaixo:

a) b)

Figura 2: (a) gráfico de v versus t, com v>0 (b) gráfico de v versus t, com v<0

Outra característica do M.R.U. é a ausência de qualquer aceleração, ou


seja, a=0. Seu gráfico se dá por uma reta que coincide com o eixo dos tempos,
conforme apresentado na figura abaixo:

Figura 3: Gráfico da aceleração em função do tempo de um M.R.U.


5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Ajustamos o plano inclinado articulado para a inclinação de 15° acima da
horizontal. Com o auxílio do imã, posicionamos a esfera na marca x 0=0mm e a
liberamos no mesmo instante em que o cronômetro foi acionado. Fizemos seis
medições e anotamos os tempos em que a esfera passou pelas marcas
x1=100mm, x2=200mm, x3=300mm e x4=400mm. Com esses dados, tiramos uma
média dos tempos obtidos. Os dados podem ser vistos na tabela abaixo.

Tempo em segundos
medição

medição

medição

medição

medição

medição
Posição

Médio


ocupada

x1 1,88 2,19 1,78 1,67 1,63 1,71 1,81


x2 3,69 4,01 3,75 3,45 3,59 3,71 3,70
x3 5,78 5,91 5,62 5,35 5,51 5,61 5,63
x4 7,54 7,75 7,48 7,23 7,33 7,59 7,49

Tabela 1: Tempos obtidos para cada posição.

Com base nesses dados, preenchemos a tabela dada no roteiro com os


espaços percorridos e intervalos de tempos. Abaixo pode se ver a tabela
preenchida.

Posição ocupada Espaço Intervalo de Velocidade média


(mm) percorrido (mm) tempo (s) (mm/s)
x0=0mm Δxn=xn-xn-1 Δtn=Δtn-Δtn-1 Vn=Axn/Atn
x1=100mm 100 1,81 -
x2=200mm 100 1,89 -
x3=300mm 100 1,93 -
x4=400mm 100 1,86 -

Tabela 2: Tabela com posição ocupada, espaço percorrido e intervalo de tempo.


6. ANÁLISE EXPERIMENTAL

Com base nos dados da tabela 2, calculamos a velocidade média de cada


100mm percorridos e completamos a tabela, obtendo a tabela 3.

Posição ocupada Espaço Intervalo de Velocidade média


(mm) percorrido (mm) tempo (s) (mm/s)
x0=0mm Δxn=xn-xn-1 Δtn=Δtn-Δtn-1 Vn=Axn/Atn

x1=100mm 100 1,81 55,25

x2=200mm 100 1,89 52,91

x3=300mm 100 1,93 51,81

x4=400mm 100 1,86 53,86

Tabela 3: Tabela com posição ocupada, espaço percorrido, intervalo de tempo e


velocidade média calculada em milímetros por segundo (mm/s).

Utilizando dos valores de posição ocupada e tempo médio da tabela 1 e do


método dos mínimos quadrados, para obter uma equação da reta (x=a.t+b) mais
próxima aos nossos dados observados.
.

Soma
t 1,81 3,70 5,63 7,49 18,63
x 100 200 300 400 1000
x.t 181 740 1689 2994,67 5604,67
t² 3,28 13,69 31,70 56,05 104,71

Tabela 4: Dados necessários para o cálculo dos coeficientes a e b.


Cálculo dos coeficientes a e b:

𝑁. (∑ 𝑡𝑖 . 𝑥𝑖 ) − ∑ 𝑡𝑖 . ∑ 𝑥𝑖 (6). (5604,67) − (18,63). (1000)


𝑎= 2 = = 𝟓𝟑, 𝟑𝟐
𝑁. (∑ 𝑡𝑖2 ) − (∑ 𝑡𝑖 ) (6). (104,71) − (18,632 )

(∑ 𝑥𝑖 ). (∑ 𝑡𝑖2 ) − (∑ 𝑡𝑖 . 𝑥𝑖 ). (∑ 𝑡𝑖 ) (1000). (104,71) − (5604,67). (18,63)


𝑏= = = 𝟏, 𝟏𝟑
𝑁. (∑ 𝑡𝑖2 ) − (∑ 𝑡𝑖 )2 (6). (104,71) − (18,632 )

Função x=a.t+b com os coeficientes encontrados:

𝑥 = 53,32. 𝑡 + 1,13 Eq. 4

Com a equação 4, construímos a tabela 5 que nos deu os pontos para


traçar nosso gráfico x versus t, que se encontra no anexo 1 deste relatório.
.

t(s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
x(mm) 1,13 54,45 107,77 161,09 214,41 267,73 321,05 374,37 427.69 481.01 534,33

Tabela 5: Dados de valores para “t” e “x” utilizando-se da função x=53,32.t+1,13.

Como visto nos fundamentos teóricos, a velocidade pode ser obtida através
da derivada da equação horária do espaço, onde nesse caso é x=53,32.t+1,13.
Então:

𝑑𝑥 𝑑(53,32. 𝑡 + 1,13)
𝑣= = = 53,32𝑚𝑚/𝑠
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Com isso, traçamos nosso gráfico de v versus t, que se encontra no anexo


2 deste relatório.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a análise dos experimentos realizados, obtivemos os seguintes
resultados para o gráfico x(mm) versus t(s) como se pode ver no anexo 1.
Concluímos que sua forma se assemelha à de um triângulo retângulo, com o
aumento gradativo do espaço em função do tempo, típico gráfico de um M.R.U.
Porém no gráfico v(mm/s) versus t(s) (anexo 2), ao traçarmos uma reta que
se aproximava dos dados obtidos, percebemos uma declividade, o que não é
característica de um gráfico de v versus t do M.R.U. Porém, a reta obtida da
derivada da equação horária do espaço (equação 4) se mostrou como sendo
característica de um gráfico de v versus t do M.R.U., pois é constante e paralela
ao eixo dos tempos e sua forma se assemelha a um quadrado, cuja área nos dá
como resultado a distância percorrida (v.Δt=Δx).
Tivemos facilidade em realizar tal experimento pelo fato de os instrumentos
utilizados na medição serem de uso cotidiano, como por exemplo, o cronômetro,
imã e régua. Concluímos também que ocorreram erros de paralaxe em todos os
experimentos, já que houve o fator humano na medição, tanto de tempo quanto de
espaço, e também erros devido a fatores externos.

8. CONCLUSÃO
No experimento executado nesta aula vimos o movimento retilíneo
uniforme, onde a velocidade é a mesma na razão entre o espaço e o tempo no
gráfico do MRU, e a ausência de aceleração.
Os diferentes resultados nas medições foram ocasionados pela má
manipulação e influencias externas que modificaram a velocidade padrão do
experimento. Como exemplo, temos o erro de paralaxe, o tempo de reação levado
para parar o cronômetro nos instantes certos e as incertezas instrumentais.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. 4ª ed. – São Paulo:
Edgard Blücher, 2002.
 HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da física,
volume 1: mecânica. 8ª ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2008.
 TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros –
mecânica. 5ª ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2006.
 SEARS, F. W.; ZEMANSKY, M. W.; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R.
A. Física I, volume 1: mecânica. 12ª ed. São Paulo: Pearson Addison
Wesley, 2009.

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