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FACULDADES PONTA GROSSA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RAFAEL VINICIUS SILVA

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO EM UMA


EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO DOS CAMPOS GERAIS

PONTA GROSSA – PR
2017
FACULDADES PONTA GROSSA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RAFAEL VINICIUS SILVA

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO EM UMA


EMPRESA DO RAMO AUTOMOBILÍSTICO DOS CAMPOS GERAIS

Projeto de Pesquisa apresentado como requisito


parcial para aprovação na disciplina de TCC I do
Curso Superior de Engenharia Elétrica das
Faculdades Ponta Grossa.

Orientador: Itamar Szuvovivski

2017
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter dado força e perseverança para


superar todos os desafios.

Aos meus pais pelos conselhos, ensinamentos, amor e apoio incondicional.

A minha namorada por todo o apoio nas horas de desanimo e cansaço.

Ao professor Itamar Szuvovivski, pelo empenho orientação e apoio.

A Faculdade pela oportunidade de realizar o curso

Agradeço a todos de direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação,


o meu muito obrigado
“A persistência é o caminho do êxito”.
(Charles Chaplin)
RESUMO

SILVA, R.F. Análise da variação de tensão de curta duração em uma empresa


do ramo automobilístico dos Campos Gerais. 2017. 50 f. Trabalho de Conclusão
de Curso Superior Engenharia Elétrica. (Graduação) – Faculdades Ponta Grossa,
Ponta Grossa, 2017.

As variações de tensão, tem sido um problema expressivo no atual cenário do


consumo e geração de energia elétrica ligadas diretamente a Qualidade Energia
Elétrica (QEE), que classificam vários distúrbios existentes, entre elas, está a
variação de tensão de curta duração (VTCDs), distúrbio este que causam na maioria
das vezes prejuízos irreparáveis como a interrupção do processo de produção na
indústria, queima de equipamentos, redução da vida útil de motores, inversores de
frequência e placas eletrônicas, entre outras. Considerando estes fenômenos será
abordado um referencial de normativas e regras relacionadas a QEE no sistema
elétrico brasileiro estabelecida por agentes regulamentadores e na sequencia será
apresentada uma análise dos efeitos e problemas que uma empresa do ramo
automobilístico situada nos Campos Gerais, vem enfrentando, será exploradora os
meios de combate a este fenômeno e determinar uma solução satisfatória em
relação a custo benefício para ser implantada na instalação elétrica da indústria,
como dispositivos de supressão de surtos, e outros sistemas de proteção.

Palavra-chave: Variação de tensão, Distúrbios, Qualidade de energia, VTCDs.


ABSTRACT

SILVA, R.F. Analysis of the voltage variation of short duration in a company


from the automotive branch from the Campos Gerais 2017. 50 f. Final paper of
Electrical Engineering Course. (Graduate) – Faculdades Ponta Grossa, Ponta
Grossa, 2017.

The voltage variation, have been a expressive problems in the current


consumption and generation scenario of electrical energy directly linked to the
Electric Power Quality (EPQ), which classify various existing disturbances, between
her, is there the voltage variation of short duration (VVSDs), this disturb cause most
of the time irreparable damage like the interruption the process the production in
industry, damage the equipment’s, life reduction of engines, frequency inverter and
electronics board, among others. Considering these phenomena will be approach a
reference of norms and rules related to EPQ in the Brazilian electrical system,
decreed by regulators agents and next will be presented one analysis of the effects
and problems that an company from the automotive branch from the Campos Gerais
come face to face, will be explored the means of combat for this phenomenon and
determine a satisfactory cost-effective solution to be deployer in the industry
electrical installation, such as surge suppression devices and other protection
systems.

Keyword: Voltage variation, Disturb, Electric Power Quality, VVSDs.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distúrbios de Variação de Tensão. .......................................................... 19


Figura 2- Distribuição da sensação da cintilação ..................................................... 22
Figura 3 – Recomendações sobre os desequilíbrios de tensão ................................ 24
Figura 4 – Triangulo das Potências. .......................................................................... 26
Figura 5 - Faixas de tensão ...................................................................................... 28
Figura 6 – Dynamic Voltage Restorer ....................................................................... 32
Figura 7 – Níveis de instalação dos protetores de surtos .......................................... 33
Figura 8 – MRV/Flywhell ........................................................................................... 34
Figura 9 – Diagrama Unificar de uma UPS ............................................................... 35
LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Limite da distorção total da tensão fundamental ...................................... 20


Tabela 2 – Limites para a flutuação de tensão. ......................................................... 23
Tabela 3 – Efeitos do desequilíbrio de tensão em um motor de 5 HP....................... 25
Tabela 4 – Classificação das VTCDs. ...................................................................... 30
Tabela 5 – log dos eventos no ano de 2017 ............................................................. 39
Tabela 6 – Gastos com equipamentos danificados. .................................................. 40
Tabela 7 – Prejuízo em reais das VTCDs no ano de 2017 ....................................... 44
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Desequilíbrio de Tensão x elevação de temperatura .............................. 25


Gráfico 2 – Divisão da criticidade de curva ABC ....................................................... 38
Gráfico 3 – Meta de redução dos gastos com equipamentos ................................... 41
Gráfico 4 – Meta de redução dos gastos com produção. .......................................... 45
LISTA DE SIGLAS

AMT Afundamento Momentâneo de Tensão

ANEEL Agencia Nacional Energia Elétrica

AT Alta Tensão

ATT Afundamento Temporário de Tensão

BT Baixa Tensão

CA Corrente Alternada

CLP Controlador Lógico Programável

DHT Distorção Harmônica Total

DPS Dispositivo de Proteção contra Surtos

DRC Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica

DRP Duração Relativa da Transgressão de Tensão Precária

DVR Dynamic Voltage Restorer

EMT Elevação Momentânea de Tensão

ETT Elevação Temporária de Tensão

FP Fator de Potência

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor

IHM Interface Homem Máquina

IMT Interrupção Momentânea de Tensão

ITT Interrupção Temporária de Tensão

MRV Máquina de Relutância Variável

MT Média Tensão

PRODIST Procedimento de Distribuição de Energia no Sistema Elétrico Nacional


PWM Modulação por Largura de Pulso

QEE Qualidade de Energia Elétrica

QDG Quadro de Distribuição Geral

QDM Quadro de Máquinas

UPS Sistema de Energia Ininterrupta

VTCD Variação de Tensão de Curta Duração


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16

3.1 QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA .............................................................. 16

3.2 ANEEL – PRODIST ............................................................................................. 17

3.3 MÓDULO 8 – QEE .............................................................................................. 18

3.4 PRINCIPAIS PERTURBAÇÕES SOFRIDAS PELO SISTEMA ELÉTRICO ........ 19

3.4.1 Harmônicas ..................................................................................................... 20

3.4.2 Flutuação de Tensão ...................................................................................... 21

3.4.3 Desequilíbrios de Tensão .............................................................................. 23

3.4.4 Variações de Frequência ............................................................................... 26

3.4.5 Fator de Potência ........................................................................................... 26

3.4.6 Regime Permanente ....................................................................................... 27

4 VARIAÇÕES DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO ............................................. 29

4.1 DEFINIÇÃO ......................................................................................................... 29

4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS VTCDS .......................................................................... 30

4.2.1 Dynamic Voltage Restorer (DVR) .................................................................. 32

4.2.3 Sistema de Supressão Contra Surtos Elétricos .......................................... 33

4.2.4 Máquina de Relutância Variável (MRV)......................................................... 34

4.2.5 Sistema de Energia Ininterrupta (UPS) ......................................................... 35

5 METODOLOGIA .................................................................................................... 37

5.1 PAINEL DE ENTRADA DE ENERGIA................................................................. 42

5.2 QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO GERAL (QDG) .................................................... 42


5.3 QUADRO DE MÁQUINAS (QDM) ....................................................................... 42

5.4. QUADRO DE ALIMENTAÇÃO DA CALDEIRA .................................................. 43

5.5. ANÁLISE DOS GASTOS E EQUIPAMENTOS .................................................. 43

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 46

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO

O trabalho tem como tema as Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs),


um problema expressivo no atual cenário do consumo e geração de energia elétrica
ligadas diretamente a Qualidade Energia Elétrica (QEE), onde os grandes
consumidores de quase todo o pais instalados no setor elétrico são os mais afetados.
Este tema tem se disseminado devido a busca de segurança e bem-estar na geração,
distribuição e consumo de energia elétrica.

Uma análise detalhada dos fenômenos ligados a VTCD dentro de uma


Industrial Automobilística dos Campos Gerais foi realizada, sendo que a pesquisa visa
explorar os principais problemas, causas e efeitos, que a empresa enfrenta ao se
deparar com estas variações. O estudo tem como foco principal a solução para
resolver os efeitos causados pelas VTCDs dentro das instalações elétricas na
indústria. Um levantamento do que será viável para implementação em relação a
custo benefício também se faz necessário.

A importância deste trabalho se dá, pois, a indústria vem sofrendo danos


relativamente altos devido as VTCDs estarem se tornando mais frequentes, com maior
incidência em dias chuvosos com presença de descargas atmosféricas, os problemas
acontecem também quando ocorrem fortes ventanias.

Os equipamentos mais sensíveis como placas de Insulated Gate Bipolar


Transistor (IGBTs) de inversores de frequência, Interfaces Homem Máquina (IHMs),
Controladores Lógicos Programáveis (CLPs) fontes chaveadas, placas e
equipamentos eletrônicos são os mais afetados. Mesmo quando essas variações não
geram danos permanentes nos equipamentos, todo maquinário necessita ser
reiniciado, causando interrupção no processo e atrasos na produção.

A caldeira (máquina responsável pela geração de vapor) da fábrica também


recebe estas variações causando uma breve interrupção no abastecimento de vapor
para a fábrica, causando assim a perca de produtos no processo.

O grande desafio, além de encontrar as causas para estes distúrbios dentro da


empresa, foi encontrar uma solução que seja viável para implementação.

12
Com a solução deste problema a industrial poderá gerar uma melhora no
funcionamento do seu processo produtivo, tendo uma efetiva redução dos gastos
desperdiçados com a troca de equipamentos e componentes danificados, e a
interrupção do funcionamento do maquinário.

Com o aumento do consumo de energia elétrica, cresce a cada ano a


preocupação com a QEE. Tendo em vista que ocorrem numeroso distúrbios
relacionados a QEE no país sejam elas oriundas de efeitos naturais problemas
relativos a instalação elétrica precária. Isso se torna um problema real que causa
prejuízos a diversos consumidores da rede elétrica.

Para tentar combater esses distúrbios, existem normatizações ditadas por


agências regulamentadoras que visam manter um padrão, aprimorando o consumo
de energia. No caso do Brasil, a empresa fiscalizadora é a Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL).

A ANEEL é o órgão do governo brasileiro responsável em atender às


reclamações de agentes e consumidores, buscando equilíbrio entre as partes para
defender os interesses da sociedade. A agência estabelece condições para que os
serviços de energia elétrica sejam prestados ao consumidor com qualidade,
segurança, bem-estar e tarifas justas (ANEEL, 2017).

Segundo Alves (2012), para assegurar o bem estar do consumidor, a ANEEL


estabelece procedimentos relacionados à qualidade de energia, abordando a
qualidade do produto e do serviço prestado, trazendo como normativa técnica o
módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Brasileiro (PRODIST), o qual apresenta como itens principais a definição nos
parâmetros e valores relativos à conformidade da tensão em regime permanente,
estabelece a metodologia para a apuração dos indicadores de continuidade e os
tempos de atendimento, além de definirem padrões e responsabilidades.

Os distúrbios relacionados a QEE, quando ocorrem, acarretam grande impacto


na linha de produção. A cada variação de tensão que o sistema elétrico sofre, ou
oscilações no abastecimento de energia paradas de máquinas são eminentes devido
a interrupção momentânea da tensão de alimentação. Quando isso ocorre, perde-se
tempo para normalizá-las e colocá-las novamente em operação, sendo que em

13
algumas etapas do processo por se tratar de um processo contínuo há a perca de
produto, gerando refugo.

Danos permanentes em equipamentos eletrônicos ou diminuição da vida útil


dos mesmos que são sensíveis as variações geram custos extras, que impactam
diretamente no lucro da empresa.

Metodologicamente a presente pesquisa tem como critério identificar os fatores


que contribuem para a ocorrência de um fenômeno mais próximo da realidade
possível, por isso classifica-se como explicativa.

14
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Encontrar uma solução para o problema das VTCDs na empresa do ramo


automobilístico dos Campos Gerais visando eliminar ou minimizar o efeito causado
dentro da indústria.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Realizar uma análise dos efeitos das VTCDs que ocorrem dentro da indústria,
2. Explorar meios de combate ou equipamentos para eliminar os efeitos.
3. Certificar qual a solução é mais satisfatória em relação a custo benefício, para
isso uma análise junto a empresa se faz necessário, para que posteriormente
se possa realizar a implantação na indústria.
4. Realizar a implantação do sistema de proteção nos equipamentos.
5. Realizar medições e acompanhamento do sistema instalado a fim de validar os
resultados

15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA

O termo QEE emblema diferentes características das perturbações sofridas


pelas concessionárias de energia elétrica. Uma definição que pode retratar a QEE é
que ela vem sendo uma dimensão para definir como está a distribuição da energia no
setor elétrico (ABRADE, 2017).

Esta medida inclui caracterizar a conformidade com parâmetros consideráveis


para a operação segura e de qualidade da energia, que abrangem: distorções,
desequilíbrios de tensão e corrente, flutuações de tensão e corrente (afundamento e
elevação), variações de tensão de curta e longa duração, entre outros.

A definição de QEE está relacionada com qualquer desvio que possa ocorrer
na magnitude, forma de onda ou frequência da tensão e/ou corrente elétrica. Esta
designação também se aplica às interrupções de natureza permanente ou transitória
que afetam o desempenho da transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica
(BERNARDO, 2013).

Independente do conceito, a QEE vem sendo de grande preocupação pelas


concessionárias e consumidores devido a equipamentos e máquinas fabris atuais
usarem cada vez mais componentes e equipamentos sensíveis a variações de tensão
e corrente em relação aos que eram usados antigamente.

Estes equipamentos quando agregados a sistemas de controle se tornam mais


susceptíveis a certos distúrbios, como por exemplo, microcontroladores, componentes
eletrônicos e unidades eletrônicas de potência que ao sofrerem estes fenômenos
resultam em defeitos ou redução da vida útil (STONES; COLLINSON, 2001).

Cita Maia (2011), que as concessionárias vêm sendo pressionadas devido a


disseminação de informações onde o consumidor tem conhecimento sobre a QEE e
os efeitos de alguns fenômenos como: interrupções, descargas elétricas, descargas
atmosféricas e querem a distribuição segura e confiável.

A ANEEL coloca cláusulas contratuais sobre as condições do fornecimento de


energia elétrica pelos agentes fornecedores (concessionárias). Estes contratos

16
preveem multas por violações das condições normais, tentando assim, garantir a
QEE.

Neste contexto a ANEEL conta com os documentos do PRODIST que


padronizam e normatizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e
desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica.

3.2 ANEEL – PRODIST

Os Procedimentos de Distribuição (PRODIST) são normas que disciplinam o


relacionamento entre as distribuidoras de energia elétrica e demais agentes (unidades
consumidoras e centrais geradores) conectados aos sistemas de distribuição, que
incluem redes e linhas em tensão inferior a 230 kV, sejam em Baixa Tensão (BT),
Média Tensão (MT) ou Alta Tensão (AT). Tratam, também, do relacionamento entre
as distribuidoras e a ANEEL, no que diz respeito ao intercâmbio de informações
(ANEEL, 2017).

Este documento contém dez módulos que estão listados abaixo:

 Módulo 1 – Introdução;
 Módulo 2 – Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição;
 Módulo 3 – Acesso ao Sistema de Distribuição;
 Módulo 4 – Procedimentos Operacionais do Sistema de Distribuição;
 Módulo 5 – Sistema de Medição;
 Módulo 6 – Informações Requeridas e Obrigatórias;
 Módulo 7 – Cálculo de Perdas na Distribuição;
 Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica;
 Módulo 9 – Ressarcimento de Danos Elétricos;
 Módulo 10 – Sistema de Informações Geográfica Regulatório.

Estes documentos, elaborados pela ANEEL, com participação dos agentes de


distribuição e outras entidades e associações do setor elétrico nacional, tem como
objetivo:

17
 Garantir que os sistemas de distribuição operem com segurança, eficiência,
qualidade e confiabilidade;
 Propiciar o acesso aos sistemas de distribuição, assegurando tratamento não
discriminatório entre agentes;
 Disciplinar os procedimentos técnicos para as atividades relacionadas ao
planejamento da expansão, à operação dos sistemas de distribuição, à medição e
à QEE;
 Estabelecer requisitos para os intercâmbios de informações entre os agentes
setoriais; assegurar o fluxo de informações adequadas à ANEEL;
 Disciplinar os requisitos técnicos na interface com a rede básica, complementando
de forma harmônica os procedimentos de rede (ANEEL, 2017).

3.3 MÓDULO 8 – QEE

O módulo 8 do PRODIST tem como principal objetivo estabelecer os


procedimentos relativos à QEE, abordando a qualidade do produto e a qualidade do
serviço prestado.

Em ANEEL (2017) expõe-se que para a qualidade do produto, o módulo 8


define a terminologia, caracteriza os fenômenos, parâmetros e valores de referência
relativos à conformidade de tensão em regime permanente e às perturbações na
forma de onda de tensão, estabelecendo mecanismos que possibilitem à ANEEL fixar
padrões para os indicadores de QEE.

Para a qualidade dos serviços prestados, este módulo estabelece a


metodologia para apuração dos indicadores de continuidade e dos tempos de
atendimento a ocorrências emergenciais, definindo padrões e responsabilidades.

As principais categorias de distúrbios eletromagnéticos que degradam a QEE


são essas: harmônicos, flutuações de tensão, desequilíbrio de tensão, variações de
frequência, fator de potência, regime permanente e variações de tensão de curta
duração entre outros (DECKMANN, 2017).

18
3.4 PRINCIPAIS PERTURBAÇÕES SOFRIDAS PELO SISTEMA ELÉTRICO

A Figura 1 acima ilustra todos os distúrbios que veem a ser prejudiciais a qualidade
da distribuição e consumo de energia, e que estão ligados a QEE. A seguir são citadas
e comentadas as principais perturbações sofridas pelo sistema. (MARTINS, COUTO,
AFONSO, 2013)

Figura 1 – Distúrbios de Variação de Tensão.

Fonte: inovaluz.com.br

19
3.4.1 Harmônicas

Define-se harmônicas como formas de onda usadas para expressar


quantitativamente os distúrbios periódicos das ondas senoidais fundamentais de
tensão ou corrente (DARDENGO 2011).

As fontes principais que geram harmônicas na rede elétrica são cargas não-
lineares, como retificadores, fornos a arco e transformadores operando abaixo da sua
capacidade nominal (ROCHA 2016).

O principal efeito prejudicial provocado pelas harmônicas nos equipamentos


elétricos projetados para operar na frequência fundamental é o sobreaquecimento dos
condutores e do núcleo magnético, que leva a redução da vida útil do equipamento
(DARDENGO 2011).

Geralmente utiliza-se as séries de Fourier para avaliar o espectro e a


intensidade dos componentes múltiplos inteiros da onda fundamental, constituintes da
distorção periódica. Componentes múltiplos não-inteiros da frequência fundamental
são denominados de inter-harmônicas.

Para DARDENGO (2011), as inter-harmônicas não são tão comuns na prática


e costumam estar associados a efeitos transitórios e não sustentados ao longo do
tempo. O grau de distorção da forma de onda pode ser avaliado através de um índice
global, a Distorção Harmônica Total (DHT), que expressa a combinação quadrática
dos componentes harmônicos individuais, normalizados pela fundamental.

A Tabela 1 mostra os limites das distorções totais na forma de porcentagem da


tensão fundamental descritas na normativa do PRODIST módulo 8.

Tabela 1– Limite da distorção total da tensão fundamental

TENSÃO NOMINAL
INDICADOR Vn ≤ 1 kV 1 kV ≤ Vn ≥ 69 kV 69 kV≤ Vn ≥ 230 kV
DTT 95% 10% 8% 5%
DTTP 95% 2,5% 2% 1%
DTTI 95% 7,5% 6% 4%
DTT3 95% 6,5% 5% 3%
Fonte: o autor

20
Onde:
 Vn → Tensão nominal ou fundamental
 DTT 95% → Distorção de harmônica total de tensão.
 DTTP 95% → Distorção harmônica total de tensão para as componentes pares
não múltiplas de 3.
 DTTI 95% →Distorção harmônica total de tensão para as componentes ímpares
não múltiplas de 3
 DTT3 95% →Distorção harmônica total de tensão para as componentes
múltiplas de 3

O conteúdo contido na Tabela 1 mostra os limites que correspondem ao valor


máximo requerido no sistema de distribuição.

Nas medições realizadas por Transformadores de Potência (TP) com conexão


do tipo Y (estrela) ou Δ (triangulo), os limites do fator DTT395% obrigatoriamente deve
corresponder a 50% dos respectivos valores presentes na tabela 1 (PRODIST –
Módulo 8, 2017).

3.4.2 Flutuação de Tensão

São caracterizadas por uma série randômica ou sustentada de variações da


magnitude da tensão de operação. Os principais geradores de flutuações de tensão
são fornos a arco, aparelhos de solda elétrica, bombas e compressores. (REGAGNIN,
2012)

Estas cargas podem provocar oscilações de potência na linha de alimentação


e, no caso de grandes potências, podem provocar oscilações eletromecânicas entre
geradores ou ressonâncias sub-síncronas entre turbinas.

Porém o principal sintoma provocado por essas flutuações de tensão é o da


cintilação luminosa (flicker), que são incômodos visuais do efeito das flutuações de
tensão em equipamentos luminosos como, por exemplo, nas lâmpadas
incandescentes e fluorescentes. Este fenômeno é notado pelo olho humano na faixa

21
de modulação da tensão compreendida entre 1 e 30 Hz, sendo a sensibilidade visual
máxima em torno de 8,8 Hz (PAULILLO, 2012).

Com o incomodo visual provocado pela cintilação luminosa há a necessidade


de determinar a qualidade da tensão no sistema de distribuição em relação a flutuação
da tensão, isto em pontos de iluminação de baixa tensão, para isso existem limites
impostos pelo órgão regulamentador, o Figura 2 mostra o gráfico que representa a
distribuição da sensação de cintilação

Figura 2- Distribuição da sensação da cintilação

Fonte: Prodist – Modulo 8

Os valores de Sf ( P50.......P0,1) correspondem aos níveis da flutuação de


tensão de curta e longa duração que ultrapassaram determinado espaço de tempo
em porcentagem calculas a partir da equação 2 – severidade da flutuação de tensão
(PRODIST – Modulo 8, 2017).

𝑃𝑠𝑡 = √0,0314𝑃0,1 + 0,0525𝑃1 + 0,0657𝑃3 + 0,28𝑃10 + 0,08𝑃50 (2)

22
A Tabela 2 representa os limites desejados para avaliar o desempenho do
sistema de distribuição.

Tabela 2 – Limites para a flutuação de tensão.

Valor da tensão nominal


Indicador Vn ≤ 1kv 1 kv ≤ vn ≥ 69kv 69kv≤ vn ≥ 230kv
Pst95% 1,0 pu 1,5 pu 2,0 pu

Fonte: O autor

Onde:

 PST95% → Valor do indicador severidade de flutuação de tensão de curta


duração (PST) que foi superado em apenas 5 % das 1008 leituras válidas, valor
este que é calculado pela equação 2 (ANEEL, 2017)

3.4.3 Desequilíbrios de Tensão

Os desequilíbrios de tensão são especificados por variações desiguais nas


magnitudes de tensão e/ou por desvios da defasagem angular de 120º entre as fases
de um sistema trifásico.

Em geral são provocados por conexões desiguais de cargas mono ou bifásicas


na rede elétrica, ou de cargas trifásicas assimétricas como, por exemplo, fornos a
arco. Como consequência podem provocar sobretensões, sobrecorrentes, oscilações
de potência e vibrações em máquinas girantes (ROCHA, 2016).

Estes desiquilíbrios surgem devido a equipamentos trifásicos não possuírem a


mesma impedância nas fases do circuito trifásico, este fato faz com que absorvam
correntes desequilibradas, provocando assim o surgimento das tensões
desiquilibradas, em equipamentos como geradores, transformados, motores e linhas
de transmissão.

Para ajudar na normalização destes fenômenos é classificado o grau de


desequilíbrio, esta classificação é definida pela relação entre os módulos da tensão
de sequência negativa e positiva. Esta definição se baseia no fato de que um conjunto

23
trifásico de tensões equilibradas possuem apenas componentes de sequência
positiva.

O surgimento, por alguma razão, de componentes de sequência zero, provoca


apenas a assimetria das tensões de fase. As tensões de linha, cujas componentes de
sequência zero são sempre nulas, permanecem equilibradas. Entretanto, a presença
de componentes de sequência negativa também induz uma assimetria nas tensões
de linha. Este fator é dado em porcentagem podendo ser calculado pela equação 3
(PAULINO, 1996).

𝑉− (3)
𝐹𝐷% = . 100
𝑉+

Em que:

FD% → fator de desequilíbrio da tensão em porcentagem;

V- → Modulo da tensão negativa;

V+ → Modulo da tensão positiva.

Esta equação é o modelo mais utilizado, todavia existem outros métodos para
avaliar desequilíbrios de tensão. A Figura 3 apresenta as principais normas e
recomendações de diferentes instituições para calcular o desiquilíbrio de tensão.

Figura 3 – Recomendações sobre os desequilíbrios de tensão

Fonte: www.osetoreletrico.com.br/wp-content/uploads/2013/03/Ed86_fasc_qualidade_cap3.pdf

24
Quando um motor de indução trabalha com desequilíbrio de tensão há um
aumento significativo na temperatura de trabalho devido as impedâncias de sequência
negativa gerarem um grande aumento no desiquilíbrio da corrente em relação com o
motor trabalhando com tensões equilibradas acarretando na diminuição da vida útil do
mesmo. Um exemplo está apresentado na Tabela 3 utilizando um motor de 5 HP
alimentado por uma fonte de 230 V e 60Hz (PAULILLO, 1996).

Tabela 3 – Efeitos do desequilíbrio de tensão em um motor de 5 HP

Característica Desempenho
Tensão média (v) 230 230 230
Desequilíbrio de tensão (%) 0,3 2,3 2,3
Desequilíbrio de corrente (%) 0,4 40 17,7
Elevação da temperatura (ºC) 0 40 30

Fonte: osetoreletrico.com.br

A tabela 3 mostra que um pequeno desequilíbrio de tensão de 2,3% ocasiona


um desiquilíbrio de corrente de 17%. Sabe-se que a cada 10ºC a mais do que a
temperatura normal de trabalho de motor de indução diminui a vida útil a certa da
metade (REZENDE, SAMEZINA, 2011).

Seguindo estes dados a gráfico 1 mostra o desequilíbrio de tensão em relação


e temperatura do motor exemplificado.

Gráfico 1 – Desequilíbrio de Tensão x elevação de temperatura

Desequilíbrio de Tensão (%)


120
100
80
60
40
20
0
0 2 3,5 5

Desequilíbrio de Corrente (%) Elevação de Temperatura (ºC)

Fonte: o autor (2017)

25
3.4.4 Variações de Frequência

São variações do valor da frequência fundamental superiores a ± 0,1% da


frequência nominal. Deckmann (2017) comenta que essas variações ocorrem devido
a oscilações no sistema de distribuição e transmissão, cargas de grande porte ligadas
na rede ou desligamento de unidades geradoras do setor elétrico. Estas variações,
por menores que sejam, podem resultar em grandes danos ao gerador e ao eixo da
turbina, pois ocorrem oscilações do conjugado desenvolvido.

3.4.5 Fator de Potência

O Fator de Potência (FP) é a medida da eficiência de uma instalação elétrica.


Quando se usa uma Corrente Alternada (CA) há dois tipos de potência a serem
considerados: a Potência Ativa ou Real e a Potência Reativa. A primeira á aquela que
realiza o trabalho esperado. Já a potência reativa é utilizada para a produção dos
campos eletromagnéticos nas cargas indutivas e campos elétricos nas cargas
capacitivas. Na Figura 4 está representado o triangulo de potência.

Figura 4 – Triangulo das Potências.

Fonte: www.universoeletrotecnica.blogspot.com.br/2017/triangulo-das-potencias.html

A maioria das instalações elétricas apresenta cargas indutivas instaladas, o que


se solicita energia reativa para sua correção. Essas cargas indutivas são
caracterizadas, entre outros, por equipamentos tais como: motores elétricos,
lâmpadas fluorescentes, máquinas de solda, transformadores, etc. A soma vetorial
26
dessas duas potências que são entregues às cargas elétricas é chamada de Potência
Aparente (EMBRASE, 2017).

O valor do FP deve ser calculado a partir dos valores registrados das potências
ativa (P) e reativa (Q), como mostrados na Equação 1.

𝑃 (1)
𝑓𝑝 =
√𝑃2 + 𝑄 2

O controle do FP deve ser realizado por meio de medição permanentes e


obrigatórias no caso de unidades consumidoras atendidas pelo Sistema de
Distribuição de Média Tensão (SDMT) e o Sistema de Medição de Alta Tensão
(SDAT).

O valore de referência para as unidades consumidores do FP é decretado pelo


órgão regulador e devem estar entre 0,92, e 1,00 indutivo, ou 1,00 e 0,92 capacitivo.

Caso esses valores sejam excedidos os valores reativos são calculados e


retornados pelo consumidor através de multa estipulados por regulamento especifica
da ANEEL (DARDENGO, 2011).

3.4.6 Regime Permanente

Os níveis da tensão em Regime Permanente devem ser monitorados pela


distribuidora, essas medições devem ser feitas com técnicas e equipamentos
modernos, para que se atue de forma preventiva a assegurar os padrões adequados
e estabelecidos por normas da tensão em Regime Permanente (ANEEL, 2017).

Essa monitoração dever ser realizada através de eventuais reclamações de


clientes ou determinação do órgão regulamentador; deve ser feitas medições em
unidades escolhidas através de sorteio a cada 3 meses; necessita ser feita
permanentemente por meio de sistemas de medições conforme os critério e
procedimentos descritos pela agência regulamentadora (PRODIST – Módulo 8, 2017).

27
Os valores adquiridos com estas medições devem ser comparados com a
tensão nominal de referência ou mesma a tensão contratada calculadas através do
planejamento do sistema de distribuição. As leituras estão classificadas em três níveis:

 Adequadas,
 Precárias;
 Críticas.

As faixas que classificam estes níveis em relação a tensão de referência são


mostradas na Figura 5 abaixo.

Figura 5 - Faixas de tensão

Fonte: Prodist – Módulo 8

Onde:

 Tensão de Referência (TR);


 Faixa Adequada de Tensão (TR – ADINF, TR + ADSUP);
 Faixas Precárias de Tensão (TR + ADSUP, TR + ADSUP + PRSUP ou TR
– ADINF – PRINF, TR – ADINF);
 Faixas Críticas de Tensão (>TR + ADSUP + PRSUP ou <TR - ADINF -
PRINF)

28
Cada unidade consumidora, tem sua medição de tensão realizada dentro de uma
semana, e são apurados os indicadores de Duração Relativa da Transgressão de
Tensão Precária (DRP) e Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica (DRC),
que expressam o percentual do tempo no qual a unidade consumidora permaneceu
com tensão precária e com tensão crítica. A ANEEL estabelece limites para os
indicadores de tensão em regime permanente. Esses limites são de 3% para o DRP
e 0,5% para o DRC (ANEEL, 2017).

4 VARIAÇÕES DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO

Com o intuito de melhorar os padrões de qualidade do fornecimento de energia,


é necessário compreender a definição e classificação das VTCDs, facilmente
percebidas pelo consumidor, em decorrência das oscilações que apresenta.

4.1 DEFINIÇÃO

Segundo o documento PRODIST, módulo 8, denomina-se VTCD como desvios


significativos no valor eficaz da tensão em curtos intervalos de tempo ou variações de
tensão de curta duração.

Para Luna (2005), a definição da norma brasileira que engloba os distúrbios de


elevação, afundamento e interrupção de tensão, desde que tenham duração entre um
ciclo de 60 Hz e 1 minuto. Caracterizam-se também por um desvio significativo da
amplitude da tensão por um curto intervalo de tempo, podendo ser uma elevação,
interrupção ou um afundamento de tensão.

Uma das formas de avaliar a severidade das VTCDs é através da magnitude


da tensão eficaz e da duração do tempo em que a tensão permanece abaixo de 90%
ou acima de 110% da tensão nominal; variações com duração maior que 1 minuto são
consideradas eventos de longa duração.

29
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS VTCDS

As VTCDs podem ser classificadas de acordo a duração e amplitude como está


descrito na Tabela 4 – Classificação das VTCDs.

Tabela 4 – Classificação das VTCDs.

CLASSIFICAÇÃO DENOMINAÇÃO DURAÇÃO DA AMPLITUDE DA


VARIAÇÃO TENSÃO EM P.U.
IMT - Interrupção IMT ≤ 3 s Inferior a 0,1
Momentânea de
Tensão
AMT - AMT ≥ 1 ciclo ≤ 3 s Superior ou igual a
VARIAÇÃO
Afundamento 0,1 e inferior a 0,9
MOMENTÂNEA
Momentâneo de
DE TENSÃO
Tensão
EMT - Elevação EMT ≥ 1 ciclo ≤ 3 s Superior a 1,1
Momentânea de
Tensão
ITT - Interrupção ITT > 3s < 3 min Inferior a 0,1
Temporária de
Tensão
ATT - ITT > 3s < 3 min. Superior ou igual a
VARIAÇÃO
Afundamento 0,1 e inferior a 0,9
TEMPORÁRIA
Temporária de
DE TENSÃO
Tensão
ETT - Elevação ITT > 3s < 3 min. Superior a 1,1
Temporária de
Tensão

Fonte: PRODIST módulo 8

30
A duração de uma VTCD é descrita como sendo o intervalo de tempo decorrido
entre o momento em que o valor eficaz da tensão, em relação à tensão nominal,
supera determinado limite até o instante em que essa variável volta a cruzar esse
limite.

Já a amplitude é considerada pelo valor extremo do valor eficaz da tensão em


relação à tensão nominal do sistema no ponto considerado, enquanto durar o evento.
Além dos parâmetros duração e amplitude, a severidade da VTCD em cada fase é
também caracterizada pela frequência de ocorrência, que corresponde à quantidade
de vezes que cada combinação dos parâmetros duração e amplitude ocorre por
unidade de tempo (DECKMANN, 2017).

A VTCD é analisada a partir dos parâmetros amplitude e duração de cada


evento e sua análise é determinada como sendo ponto de observação da tensão.

Quando ocorrem eventos simultâneos, estes são analisados em conjunto como


se tratando de um único evento no ponto de observação, chamado de agregação de
fase. Quando ocorrem eventos consecutivos, no período de 1 minuto, são agregados
e compõem um único evento chamado de agregação temporal. Porém quando
ocorrem afundamentos e elevações são tratados separadamente, compondo um
afundamento e uma elevação no ponto de observação da tensão.

Os principais efeitos observados no sistema elétrico quando expostos as


VTCDs são:

 Degradação e envelhecimento prematuro de componentes;


 Perdas de parâmetros e programas em máquinas que possuem controlados
eletrônicos como CLP’s;
 Perda de programas em computadores supervisórios;
 Queima de fontes eletrônicas, componentes eletrônicos, placas de controle;
 Paradas produtivas;
 Carbonização dos contatos de contactores e relés de atuação;
 Redução da vida útil e queima de lâmpadas;
 Atuação indevida dos sistemas de proteção.

Antes da instalação de algum componente ou sistema para combater as VTCDs


deve ser feita uma análise completa do sistema do circuito de consumo de energia
31
para certificar-se qual a melhor forma de melhorar ou extinguir estes distúrbios. Abaixo
citamos os componentes que são mais utilizados para evitar que as cargas sensíveis
sejam prejudicadas pelas variações (ANEEL, 2017).

4.2.1 Dynamic Voltage Restorer (DVR)

O Dynamic Voltage Restorer (DVR) é um método bastante usado para evitar


que cargas sensíveis sejam prejudicadas pela existência de afundamentos de tensão.
A Figura 6 mostra um esquema de DVR.

Figura 6 – Dynamic Voltage Restorer

Fonte: intechopen.com

Este componente tem como finalidade capturar a energia da rede afundada


para recuperar a tensão nominal durante o evento e está associado a um
transformador em série com a carga sensível.

Este transformador é alimentado através de um inversor de frequência que


recebe energia de um retificador, que por sua vez, recebe energia da rede afundada.
Segundo Rocha (2017), a vantagem de se utilizar este sistema é que não é preciso
usar nenhum sistema acumulador de energia, o que resulta em grande manutenção
periódica.

32
4.2.3 Sistema de Supressão Contra Surtos Elétricos

Os dispositivos de supressão contra surtos também chamados de dispositivos


de proteção contra surtos elétricos (DPS) são equipamentos que garantem a
segurança da instalação elétrica contra picos ou surtos de tensão que ocorrem em um
curto intervalo de tempo, estes surtos são chamados de transientes (RIBEIRO
COSTA, 2006).

Os transientes podem ocorrer através da indução eletromagnética, ou seja,


descargas atmosféricas. Essas descargas acarretam uma Diferença de Potencial
(DDP) muito alto no sistema elétrico podendo chegar, em casos extremos, a 100 kV.

Outra possibilidade de haver transientes no sistema elétrico é através de


manobras na rede, seja por chaveamentos ou comutações em subestações, em casos
extremos estas manobras podem resultar em 20 kV. Há também a possibilidade das
partidas de motores elétricos de alta potência com forte carga indutiva ocasionarem
transientes na rede em BT, sendo que estes surtos podem chegar a 6 kV.

Os supressores de surtos são equipamentos que possuem a função de detectar


sobre tensões transitórias ou transientes na rede elétrica e desvia-las para o ponto de
aterramento. Existem três níveis ou opções de instalação desses supressores de surto
como mostrado na Figura 7(KUNKEL, 2017)

Figura 7 – Níveis de instalação dos protetores de surtos

Fonte: www.weg.net/files/wegnet/WEG-supressores-de-surtos-industriais-50035604-catalogo.pdf

33
4.2.4 Máquina de Relutância Variável (MRV)

A Máquina de Relutância Variável (MRV) é uma máquina síncrona onde, em


seu eixo, é ligado um volante de inércia. Tem como objetivo transformar a energia
cinética em energia elétrica para a compensação dos distúrbios de rede. Este método
também é chamado de Flywhell.

A Figura 8 mostra um esquema de um Flywhell com o rotor da máquina


síncrona no mesmo eixo do volante de inércia.

Figura 8 – MRV/Flywhell

Fonte: SOTELO; ROLIM; FERREIRA (2002)

34
Essa máquina é alimentada pela rede elétrica transformando a energia elétrica
em energia mecânica acelerando o eixo ligado ao volante de inércia. Este processo
continua até que seja atingida a velocidade final desejada. Ao atingir a velocidade final
a máquina é desligada, pois a inércia do sistema fará com que o volante continue
girando (SOTELO, Guilherme; ROLIM, Luís; FERREIRA, Antônio, 2002).

Para que seja extraída a energia armazenada no sistema a máquina síncrona


funciona como um gerador síncrono. Porém sua autonomia é baixa, cerca de 20 a 30
segundos dependendo do conjunto utilizado. Para se manter a energia gerada por um
período maior deve ser ligado um grupo de motor a combustão que irá assumir a carga
(EL-MANN, 2009).

4.2.5 Sistema de Energia Ininterrupta (UPS)

O Sistema de Energia Ininterrupta é comumente empregado para sanar as


VTCDs. Funciona suportado por bancos de baterias. São utilizados para suprir energia
em corrente alternada em instalações industriais, subestações de geração e
distribuição de energia e sistemas de telecomunicações (ADELCO, 2017). A Figura 9
mostra o diagrama de uma UPS.

Figura 9 – Diagrama Unificar de uma UPS

Fonte: (ADELCO,2017)

35
São equipamentos microprocessados do tipo “on-line” dupla conversão, tendo
seu modelo básico constituído de ponte retificadora (chaveada ou tiristorizada,
variando conforme a potência), ponte inversora. Utiliza transistor bipolar de porta
isolada com tecnologia Pulse-Width Modulation (PWM) senoidal, circuito de by-pass
com chave estática tiristorizada e banco de bateria.

O equipamento pode operar com baterias ácidas ou alcalinas, abertas ou


seladas, desde que não seja exigido valor de tensão fora dos limites para os quais foi
fabricado (DARDENGO, 2011).

36
5 METODOLOGIA

A presente pesquisa tem como critério identificar os fatores que contribuem


para a ocorrência de um fenômeno mais próximo da realidade possível, por isso
classifica-se como explicativa.

Para Gil (2002) “pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado
nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos”. Apresenta-se os procedimentos
técnicos de acordo com os seguintes tópicos:

 Consulta a materiais bibliográficos (monografias, artigos, sites e livros) que tratam


do assunto e normas vigentes;
 Coleta de dados;
 Analisar a dimensão dos distúrbios que ocorrem na rede elétrica da empresa do
ramo automobilístico dos Campos Gerais;
 Propor solução dentre os equipamentos de proteção existentes no mercado;
 Analisar viabilidade como custo do equipamento, instalação e tempo de
implementação;
 Realizar a implementação do sistema de proteção;
 Validar o sistema de proteção.

Como norma da empresa se fez necessário a criação de um grupo de melhoria


com a participação de 5 pessoas. Contando comigo duas fazem parte do setor de
Manutenção, uma do setor de produção, uma do setor de Engenharia de Processo, e
a ultima o Engenheiro Mecânico supervisor do setor de Manutenção.

Se fez necessário a divisão de todo o maquinário em uma classificação ABC,


método composto pelo planejamento de controle de manutenção (PCM) para uma
melhor gestão e decisão da resolução de problemas, conhecido também como curva
ABC, que separa o maquinário por importância e impacto na produção.

Para a classificação foram levados em conta o custo de reparo com peças e


equipamentos da máquina, impacto na qualidade do produto, importância do
maquinário para produção.

37
Essa classificação trouxe informações mais claras de quais máquinas
necessitam de uma proteção mais eficiente. No total de 163 máquinas ficaram dividas
da seguinte forma:

 15 Máquinas com classificação de criticidade A;


 32 Máquinas com classificação de criticidade B;
 116 Máquinas com classificação de criticidade C.

Devido a históricos anteriores optou-se por colocar as máquinas que possuem


a adequação de NR-12 (segurança e normas de máquinas e equipamentos), por
possuírem sensores e controladores eletrônicos que possuem maior sensibilidade, e
maior custo de futuras substituição de componentes.

O gráfico 2 fica descriminado como ficou dividido as máquinas que serão


realizadas alterações para combate a variações e oscilações de energia. Apenas as
máquinas com criticidade A foram selecionadas para a implementação do sistema de
proteção.

Gráfico 2 – Divisão da criticidade de curva ABC

Divisão da Criticidade de
Equipamentos
150
116
QUANTIDADE DE MÁQUINAS

100

50 32
15
0
A B C

CLASSIFICAÇÃO DA CRITICIDADE
CRITICIDADE A CRITICIDADE B CRITICIDADE C

Fonte: O autor (2017)

O levantamento do histórico de todas as ocorrências que tiveram variações ou


oscilação de tensão que a indústria esteve sujeita. Estes dados se referem ao período
de 1 de janeiro a 5 de outubro de 2017 e estão detalhados na Tabela 5. Esta tabela
mostra os dias e horários aproximados de cada evento ocorrido.

38
Tabela 5 – log dos eventos no ano de 2017
DATA HORÁRIO EVENTOS
04/01/2017 16:40 IMT < 3s
15/02/2017 16:35 IMT < 3s
16/02/2017 16:30 IMT < 3s
17/02/2017 20:30 IMT < 3s
20/02/2017 19:20 IMT < 3s
23/02/2017 03:07 IMT < 3s
24/02/2017 16:55 ás 17:40 Rompimento de um cabo próxima a fábrica.
24/02/2017 21:14 EMT < 3s
24/02/2017 21:40 9 eventos de IMT < 3s seguidos
25/02/2017 04:32 15 eventos de IMT < 3s seguidos
27/02/2017 10:35 AMT < 3s
01/03/2017 09:45 AMT < 3s
02/03/2017 08:30 AMT < 3s
15/03/2017 14:30 EMT < 3s
30/03/2017 08:48 AMT < 3s
03/04/2017 08:05 AMT < 3s
13/05/2017 13:30 EMT < 3s
02/07/2017 10:36 AMT < 3s
09/08/2017 08:47 AMT < 3s
19/08/2017 09:00 AMT < 3s
19/08/2017 09:30 EMT < 3s
19/08/2017 09:55 AMT < 3s
19/08/2017 13:50 AMT < 3s
02/09/2017 07:24 EMT < 3s
10/09/2017 16:39 AMT < 3s
15/09/2017 01:34 AMT < 3s
23/09/2017 23:52 AMT < 3s
01/10/2017 15:55 ETT > 5s
05/10/2017 10:34 EMT < 3s
05/10/2017 11:28 EMT < 3s
Fonte: o autor (2017)

39
Os eventos de EMT e ETT destacados na tabela elevaram a tensão elétrica e
foram os mais prejudiciais para a instalação.

A fábrica é alimentada por 380 V, consome uma carga de 1978146,62 KW,


20091748,6 KVA e 586358,7 KVAr (Valores medidos com um analisador PowerLogic
PM210 as Schneider). Os valores das elevações tensão chegaram a níveis próximos
a 27% do valor nominal da tensão utilizada, aproximadamente 100 V.

Uma análise estimada dos gastos provenientes a troca de equipamentos


danificados no período de janeiro de 2017 a outubro do mesmo ano, está detalhada
na Tabela 6.

Tabela 6 – Gastos com equipamentos danificados.

VALOR VALOR
QUANTIDADE DE
EQUIPAMENTOS UNITÁRIO TOTAL
EQUIPAMENTOS
(R$) (R$)
Barreira de segurança da
2 5.000,00 10.000,00
marca Omron.
Luminárias led 17 1.000,00 17.000,00
Placa de potência de inversor
2 3.500,00 7.000,00
da marca SEW
Placa de comando de
2 3.000,00 6.000,00
inversor da marca SEW
Placas eletrônicas de modulo
2 3.000,00 6.000,00
de medição
Controladores dos módulos
de comando de talhas 3 5.000,00 15.000,00
automáticas da marca
Placa de potência da talha da
1 8.000,00 8.000,00
marca
CLP da Caldeira modelo
1 6.000,00 6.000,00
Siemens S71200
TOTAL APROXIMADO R$ 75.000,00

Fonte: O autor (2017)

40
Estes dados nos mostram que os valores são altos levando em conta que foram
danificados antes do termino de sua vida útil. Se referem principalmente a gastos
desnecessários que devem ser minimizados. Além do valor pago pelo produto todos
estes equipamentos demandaram certo tempo de parada de produção e parada de
máquinas tempo, que impactam significativamente no faturamento e produção da
industrial Automobilística dos Campos Gerais.

Estipulou-se uma meta de redução de 75% como mostrado no Gráfico 2, destes


valores após a implantação de uma solução.

Gráfico 3 – Meta de redução dos gastos com equipamentos

Meta de Redução dos Gastos (R$)


R$80.000,00 R$75.000,00

R$70.000,00

R$60.000,00

R$50.000,00
VALOR EM R$

R$40.000,00

R$30.000,00

R$18.750,00
R$20.000,00

R$10.000,00

R$0,00
2017 2018

Gastos com Equipamentos em 2017 Meta de Gastos com Equipamentos até 2018

Fonte: o autor 2017

Através das discussões no grupo de melhoria criado para o estuda da VTCD,


chagamos a conclusão que se faz necessária a proteção de três nível:

 Proteção para o painel de entrada de energia geral;


 Quadros de distribuição geral (QDG);
 Quadros de máquinas (QDM).

41
5.1 PAINEL DE ENTRADA DE ENERGIA

Será instalado um supressor de surto a fim de proteger a instalação elétrica


contra surtos de tensão e corrente que excedem o valor nominal de ambas em regime
permanente e elevações de tensão residuais oriundas de descargas atmosféricas. O
modelo a ser instalado é o TN-C systems FLT-SEC-T1+T2 da PHOENIX CONTACT
com proteção de até 75kA e até 1,5kV, este modelo já vem com atuação mecânica e
eletrônica.

5.2 QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO GERAL (QDG)

A fábrica conta com três QDGs, que distribuem a carga para todo o maquinário,
estes quadros são responsáveis pela distribuição elétrica de toda a instalação. Estes
painéis já contam com uma correção do FP e a proteção de combate a harmônicas.
Será acrescentada uma proteção contra surtos, supressores de surtos, porém um
modelo menos sensível que será utilizado no painel de entrada de energia, este
supressor terá a função de redundância caso o primeiro supressor venha a falhar e
coloque em risco a instalação. O modelo a ser instalado é o TN-C systems FLT-SEC-
H-T1-3C da PHOENIX CONTACT com proteção de até 25kA e até 1,5kV, este modelo
´é de atuação e eletrônica.

5.3 QUADRO DE MÁQUINAS (QDM)

Primeiramente um levantamento do valor da corrente e potência consumidos


pela máquina foi realizado a fim de garantir que os disjuntores de proteção estivessem
dimensionados corretamente, o que nos levou a troca de três disjuntores de quadro
maquinas distintas, essa alteração de carga comparada com a projetada e a real, se
deu por algum equipamentos e função da máquina terem sido alterados diminuindo a
carga de duas delas e aumentando a carga da outra. Esta substituição já foi realizada.

A proposta será instalar também um DPS em conjunto o sistema de UPS na


linha de 24 V que alimenta todo o comando das máquinas escolhidas, garantindo

42
assim que os componentes mais sensíveis danificados anteriormente não sofram com
as oscilações de energia. Esta UPS será do modelo PHOENIX CONTACT om um
conjunto de 3 equipamentos a QUINT POWER que irá gerar os 24V para a
alimentação do painel, a QUINT DC-UPS que terá por função o monitoramento da
energia protegendo contra o surto na linha e fica responsável para coloca a UPS
BATTERY em funcionamento suportando a geração por estimados 3 minutos. Assim
as quedas de energia não serão sentidas pelo comando da máquina (linha 24V), e irá
garantir que a máquina deixe de perder a referência ou posição básica, diminuindo,
além do dano nos equipamentos, o tempo para coloca-la novamente em operação.

5.4. QUADRO DE ALIMENTAÇÃO DA CALDEIRA

A máquina essencial para a fábrica é a Caldeira. Sem ela 80% de toda a linha
de produção deixa de funcionar. Em sua maioria são utilizadas autoclaves no
processo de produção que necessitam de vapor sobre pressão oriundo da Caldeira.
A Caldeira demanda uma carga de 26.327,17 VA

Devido a esse fato se faz necessária uma proteção mais drástica, já que além
de sua importância ao sofrer as oscilações de energia esta máquina também é
interrompida, fazendo com que a pressão que demandam as autoclaves seja
comprometida.

Com análise do impacto que as paradas de máquinas devido as oscilações,


chegou-se à conclusão de que o quadro de energia da caldeira também necessita de
mesma proteção que os QDM, a UPS da PHENIX CONTACT citada acima.

5.5. ANÁLISE DOS GASTOS E EQUIPAMENTOS

O gasto total com a compra e instalação de todos os equipamentos no Painel


de Entrada de Energia, QDG, QDM e o Painel da Caldeira chegará a custar em torno
de R$ 67.000,00. A instalação desses equipamentos irá seguir as seguintes etapas:

43
1. Instalação do DPS de atuação mecânica (contato mecânico) no painel de
entrada de energia da fábrica;
2. Instalação do filtro DPS de atuação eletrônica nos QDGs;
3. Instalação do filtro DPS em conjunto com a UPS de proteção do comando de
24V nos QDM.
4. Instalação do filtro DPS de atuação mecânica e eletrônica e em conjunto com
a UPS de proteção do comando de 24V.

Os gastos com os distúrbios das VTCDs como comentado na pesquisa vão


além de apenas equipamentos, mas abrangem também o impacto na produção.

Foi realizado um levantamento da perca de produção devido as paradas de


máquinas provenientes destas oscilações.

A cada efeito descrito na Tabela 5, ao menos uma das três linhas de produção
teve todo o seu ciclo refugado, devido a interrupção do processo, já que a forma de
produção desses produtos é em processo continuo. Cada ciclo, tem a duração de 20
a 30 min.

A perda de um ciclo resulta em média um prejuízo de R$ 1.000,00 na linha 1,


R$ 1.200,00 na linha 2 e R$ 1.500,00 na linha 3.

A Tabela 7, mostra de forma detalhada um levantamento aproximado de todo


o valor perdido pela empresa devido as variação e oscilação de tensão.

Tabela 7 – Prejuízo em reais das VTCDs no ano de 2017

TOTAL DOS VALOR


VALOR DO TOTAL
EVENTOS LINHAS APROXIMADO
CICLO DE ESTIMADO DO
DESCRITOS AFETADAS DO PREJUÍZO
CADA LINHA PREJUÍZO
NA TABELA 5. POR LINHA
30 Linha 1 R$ 1.000,00 R$ 30.000,00
30 Linha 2 R$ 1.200,00 R$ 36.000,00 R$ 111.000,00
30 Linha 3 R$ 1.500,00 R$ 45.000,00
Fonte: o autor (2017)

Os gastos com a perda da produção somados com o prejuízo dos


equipamentos danificados chegam a um montante de aproximadamente
44
R$186.000,00, onde a meta estipulada assim como nos equipamentos, será a redução
de 75%, como mostra o Gráfico 4.

Gráfico 4 – Meta de redução dos gastos com produção.

Meta de Redução dos Gastos em


Relação as Perdas de Produção (R$)
R$200.000,00 R$186.000,00
R$180.000,00
R$160.000,00
R$140.000,00
VALOR EM R$

R$120.000,00
R$100.000,00
R$80.000,00
R$60.000,00 R$46.500,00
R$40.000,00
R$20.000,00
R$0,00
2017 2018

Valor dos gastos com a perca da produção em 2017


Meta de Gastos com a produção até 2018

Fonte: o autor 2017

Nota-se através do gráfico que o valor gasto é excessivamente alto, e que a


proposta de diminuir em 75% os gastos se torna vantajosa em relação ao custo de
implantação.

45
6 CONCLUSÃO

Os efeitos causados na empresa devido as VTCDS, são de grande impacto não


apenas em equipamentos que são danificados, mas também impactam
significativamente nos gastos e ganhos da produção dentro da fábrica. Os resultados
obtidos através desta análise de custo nos mostram que a empresa perde um valor
consideravelmente alto.

Os equipamentos que foram escolhidos para realizar a proteção da fábrica


foram os DPSs, de acionamento mecânico e eletrônico, e as UPSs, que faram a
proteção do comando de 24V fazendo com que a máquina deixe de perder a
referência e impacto no refugo ou no tempo de máquina parada.

Levando em conta o custo da implementação das proteções em relação aos


gastos que a fábrica teve neste período do ano de 2017 com a perda dos
equipamentos e do prejuízo com a produção, se justifica, já que o valor a ser gasto
com a implantação é menos da metade do que foi gasto ou perdido, Como a meta
após a implantação é a redução de 75% da queima de equipamentos e das perdas de
produção a empresa aceitou realizar a implantação do sistema.

Não foi possível realizar a implementação em tempo hábil para detalha-la nesta
pesquisa nem mesmo valida-la.

Para trabalhos futuros sugere-se então o acompanhamento da instalação de


toda a proteção contra as VTCDs e realizar o monitoramento da instalação para
certificar a validação dos resultados e se foi possível atingir a meta estipulada em
75%.

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