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Quando Não Ter Dado Certo

Foi O Melhor Que Aconteceu


Diante dos nossos planejamentos, metas e objetivos, é natural que gostaríamos que determinado projeto
tivesse vingado. Pode ser a viagem dos nossos sonhos, a compra daquela casa de praia, a conquista da
pessoa que consideramos “ideal” ou mesmo coisas simples como um impedimento a um encontro com
os amigos, o avião que atrasa, fazendo-nos perder o compromisso, dentre outros acontecimentos. E
diante dos acontecimentos malogrados, nos sentimos culpados, até mesmo em débito conosco.

Então, nos lamentamos, nos frustramos, dizemos que a vida não é justa ou que Deus nos esqueceu, que
somos vítimas do “destino”, sem cogitarmos que talvez foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.
Muitas vezes, aquilo que se apresenta aparentemente promissor pode se converter em uma verdadeira
adversidade. O que quero dizer é que certas perdas são verdadeiros ganhos e que certos ganhos são
verdadeiras bombas, mas não podemos antever o resultado das coisas e mesmo tendo agido
corretamente e feito tudo da melhor forma possível, simplesmente o que queríamos, não aconteceu.
Ou pior, aconteceu exatamente o contrário do que tínhamos planejado criteriosamente. Vale à pena
salientar que não faço referência quando o naufrágio das nossas expectativas e esperanças acontecem
por irresponsabilidade, negligência, falta de preparo, de vontade, de planejamento, foco ou
determinação, mas de um verdadeiro livramento ou simplesmente não era o tempo previsto para o que
queríamos que acontecesse.

Geralmente, temos o hábito de avaliar os fatos da vida a partir dos nossos critérios e modelos, julgando
que algo seria “bom” ou “ruim”, que aquilo seria benéfico ou maléfico, que aquela conquista seria a
melhor da nossa vida, que permanecer com uma determinada parceria seja de namoro, trabalho,
emprego ou amizade poderia nos deixar realizados e felizes. No entanto, esquecemos de avaliar um
ponto importante: tudo na vida é relativo e aquilo que aos nossos olhos possa parecer a melhor proposta
do mundo, pode se converter em algo prejudicial o qual preferiríamos que não tivesse acontecido,
sequer cogitado. Isto advém do fato de julgarmos os acontecimentos sem considerarmos os ajustes no
meio do caminho, o desenrolar dos eventos, hipotetizando e fantasiando o que seria bom para nós, mas
sem levarmos em conta que não temos o controle de tudo o que acontece em algumas circunstâncias
da vida. Sim, a vida é cheia de surpresas.

Sim, em alguns momentos não temos as “rédeas da nossa vida em nossas mãos”, e então nos
angustiamos, nos sentimos ansiosos, impotentes ou mesmo incompetentes. Contudo, cedo ou tarde, a
vida se encarrega de nos mostrar que aquele benefício específico que buscávamos poderia ser um meio
para tirar nossa tranqüilidade e a nossa paz; que aquele “ganho” iria subtrair muito mais coisas valiosas
para nós e que não reconhecemos, somente diante de uma perda. O contrário também é válido. Também
tem a questão do tempo. O que no período de nossas vidas era bom, pode tornar-se um verdadeiro
estorvo, como um fruto que apodrece.

Não podemos esquecer que deveremos ter as rédeas da nossa vida, mas a charrete que nos carrega pode
quebrar a roda, o cavalo pode querer descansar ou a própria rédea da vida pode se quebrar. Não estou
dizendo que devemos ter uma postura negativa, tampouco passiva diante da vida, mas reitero: muitas
coisas fogem do nosso controle, pois não somos onipotentes, somos parte de um todo, de um sistema
onde a nossa vontade de um é apenas um fator dentre muitos em uma dinâmica coletiva chamada vida.
E é exatamente neste ponto que a partir de uma percepção individualista, onde não levamos em conta
o todo, é que a vida nos mostra o quanto é sábio termos humildade. Faça tudo o que estiver ao seu
alcance, mas não pretenda ter controle de tudo; segure as rédeas da sua vida, mas esteja preparado de
que algumas vezes quem nos comanda no “carro desta vida” pode empreender um outro caminho
independentemente da nossa vontade e isto pode ser o melhor acontecimento naquela circunstância.
Agradeça.

Para refletir:

Algumas vezes confiar na sabedoria da vida e agradecer pelo que aconteceu como sendo o melhor
possível, não é uma postura resignada, passiva, em que se traduz por falta de persistência,
autossabotagem ou mesmo permanência na zona de conforto. Segure as rédeas da sua vida em suas
mãos, mas permita-se também ser guiado pela sabedoria do todo, pois não temos o entendimento de
tudo. Na maioria das vezes a gente não sabe o que diz, mas a vida sabe o que faz. E não esqueça:
Muitas vezes quando algo não der certo, foi a melhor coisa que podia ter acontecido. Agradeça.
Agradeça sempre! É a vida florescendo o que melhor poderia ser.

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