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CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DA

INSALUBRIDADE & PERICULOSIDADE

Manual Técnico Básico para o Entendimento sobre a


Caracterização da Insalubridade e Periculosidade

Interpretação da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e seus Anexos


Interpretação da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas e seus Anexos
ALEXANDRE PINTO DA SILVA
Engenheiro Eletricista, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Higienista Ocupacional, Consultor em Ergonomia, Mestre
em Sistemas Elétricos de Potência, Professor de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.

CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DA
INSALUBRIDADE & PERICULOSIDADE
Manual Técnico Básico para o Entendimento sobre a
Caracterização da Insalubridade e Periculosidade

Interpretação da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e seus Anexos


Interpretação da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas e seus Anexos
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São Paulo, SP — Brasil
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Projeto de capa: FÁBIO GIGLIO


Impressão: BARTIRA

Outubro, 2014

Versão impressa - LTr 5105.1 - ISBN 978-85-361-3138-2


Versão digital - LTr 8512.3 - ISBN 978-85-361-3192-4

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Silva, Alexandre Pinto da


Caracterização técnica da insalubridade & periculosidade /
Alexandre Pinto da Silva. — São Paulo : LTr, 2014.

Normas regulamentadoras — Brasil


2. Segurança do trabalho 3. Segurança do trabalho — Brasil
4. Trabalhos perigosos I. Título.

14-08158 CDD-363-11
Índice para catálogo sistemático:
1. Insalubridade : Normas regulamentadoras :
Segurança do trabalho : Bem-estar social
363.11
Agradecimentos

Agradeço a meu filho, Lawrence Ali, por ser minha fonte de


inspiração na luta para a realização dos meus sonhos!
“Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”

Cora Coralina
SUMÁRIO

Capítulo 1 — Considerações Gerais....................................................................................................... 11


1.1. Introdução............................................................................................................................................ 11
1.2. A CLT — Consolidação das Leis do Trabalho...................................................................................... 13
1.3. As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego................................................ 15

Capítulo 2 — Entendendo a Periculosidade........................................................................................... 25


2.1. Introdução............................................................................................................................................ 25
2.2. Analisando os dizeres da NR-16 — Atividades e Operações Perigosas............................................. 29
2.3. Anexo 1 — Atividades e Operações Perigosas com Explosivos.......................................................... 32
2.4. Anexo 2 — Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis......................................................... 37
2.5. Anexo (*) — Atividades e Operações Perigosas com Radiação Ionizante ou Substâncias................. 49
2.6. A Eletricidade como Agente Periculoso................................................................................................ 57
2.7. A Segurança Pessoal e Patrimonial como Atividade Periculosa.......................................................... 71
2.8. Direito ao Adicional de Periculosidade................................................................................................. 74
2.9. A questão do Risco Acentuado............................................................................................................. 75

Capítulo 3 — A Insalubridade e seus Agentes Insalubres.................................................................... 76


3.1. Introdução............................................................................................................................................ 76
3.2. Analisando os dizeres da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres............................................. 78
3.3. Anexo n. 1 — Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente.......................................... 82
3.4. Anexo n. 2 — Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto.............................................................. 98
3.5. Anexo n. 3 — Limites de Tolerância para Exposição ao Calor............................................................. 100
3.6. Anexo n. 4 (Revogado)......................................................................................................................... 115
3.7. Anexo n. 5 — Radiações Ionizantes.................................................................................................... 120
3.8. Anexo n. 6 — Trabalho sob Condições Hiperbáricas........................................................................... 125
3.9. Anexo n. 7 — Radiações Não Ionizantes............................................................................................. 125
3.10. Anexo n. 8 — Vibrações..................................................................................................................... 130
3.11. Anexo n. 9 — Frio............................................................................................................................... 138
3.12. Anexo n. 10 — Umidade.................................................................................................................... 150
3.13. Anexo n. 11 — Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e
Inspeção no Local de Trabalho.......................................................................................................... 154
3.14. Anexo n. 12 — Limites de Tolerância para Poeiras Minerais............................................................. 165

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3.15. Anexo n. 13 — Agentes Químicos...................................................................................................... 178
3.16. Anexo n. 13 — Anexo n. 13 A — Benzeno......................................................................................... 188
3.17. Anexo n. 14 — Agentes Biológicos.................................................................................................... 196

Capítulo 4 — Tempo de Exposição.......................................................................................................... 204


4.1. Introdução............................................................................................................................................ 204
4.2. Caracterização pela Portaria n. 3.311, de 29 de novembro de 1989................................................... 205
4.3. Caracterização pela Orientação Normativa n. 6, de 18 de março de 2013......................................... 205

Referência Bibliográfica........................................................................................................................... 207

Anexo A: Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978 do MTE................................................................... 209

Anexo B: Projeto de Lei n. 4.983/2013..................................................................................................... 211

Anexo C: Convenção 148 da OIT............................................................................................................. 212

Anexo D: Convenção 155 da OIT............................................................................................................. 217

10
Capítulo

CONSIDERAÇÕES GERAIS 1
1.1. Introdução

A ideia da concepção deste livro surgiu quando eu, como professor da disciplina de Higiene
Ocupacional para o curso de Engenharia de Segurança do Trabalho e da disciplina Temperaturas
Extremas no curso de Higiene Ocupacional, observei a necessidade de os alunos entenderem basi-
camente de onde vem essa questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil, onde começou,
quem tem o direito ao referido adicional, como fazer uma avaliação com conhecimento e requisitos
técnicos básicos.
Observei também que os alunos possuem uma carência muito grande na interpretação das
NRs(1), especificamente neste caso da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e da NR-16 —
Atividades e Operações Perigosas, com muitas dificuldades para entender os seus dizeres, item
por item. O que está acontecendo é que boa parte dos alunos que concluem a pós-graduação em
Engenharia de Segurança do Trabalho ou outro curso relacionado à segurança sai do curso ainda
com muitas dúvidas a respeito dessas questões, sem um embasamento técnico de como fazer a
interpretação prática e básica das NRs 15 e 16.
A questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil normalmente é abordada apenas por
médicos do Trabalho ou engenheiros de Segurança do Trabalho, pois a CLT(2), em seu art. 195, diz
claramente que a caracterização de uma atividade, para ser insalubre ou periculosa, tem de ser feita
por um desses profissionais:
Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério
do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no
Ministério do Trabalho.

Este livro veio para que também outros profissionais, advogados do trabalho, psicólogos, tera-
peutas, fisioterapeutas ocupacionais, técnicos de segurança do trabalho, estudantes de engenharia,
entre outros, possam mergulhar nesse mundo, iniciando o entendimento da questão da insalubrida-
de e periculosidade, podendo então entrar no grupo seleto de profissionais que realmente entendem
do assunto.
No decorrer desta obra, algumas portarias e outras publicações serão citadas, mostrando o que
já existe de publicação, a interpretação feita pelo autor e as melhorias que poderão ser implementa-
das, quando houver.
Procurei trazer para este livro o ambiente de sala de aula, pois, em meu material prepara-
do para lecionar, levo sempre notícias, chamo a atenção para algum item importante, as famosas
“Perguntas do Dia”, alguns exercícios simples de fixação e algumas decisões judiciais. Então, no
decorrer do livro aparecerão sempre os símbolos:

(1) NRs — Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Serão estudadas em capítulo específico.
(2) CLT — Consolidação das Leis do Trabalho. Será estudada em capítulo específico.

11
Exercício de Fixação

Pergunta do Dia

Interpretando a Notícia

Atenção para algum item

Decisão Judicial desfavorável ao trabalhador

12
Decisão Judicial favorável ao trabalhador

Para cada símbolo apresentado, haverá uma notícia, uma decisão judicial, um exercício de fi-
xação, um comentário feito por mim quando pertinente, entre outras ponderações. Isso é um método
didático muito interessante criado por mim para que o leitor fixe os conhecimentos, adquirindo um
embasamento em sua interpretação, facilitando o entendimento da questão apresentada.
Não é propósito desse livro delongar muito em explicações que poderiam ser resumidas em
pequenos textos. Se fosse de vontade do autor, poderiam ser escritas páginas e páginas para uma
explicação de determinado item, com diversos conceitos que poderiam ser resumidos em poucas
palavras ou ilustrações. Os capítulos deste livro serão objetivos, as interpretações serão claras e
explicadas com o menor número de palavras possível, e, sempre que for necessário, haverá uma
ilustração para uma melhor compreensão da explicação, pois, como disse Confúcio, filósofo Chinês
que viveu no século V antes de Cristo, “Uma imagem vale mais que mil palavras”.
Essa obra não tem a intenção de esgotar a pesquisa sobre a insalubridade ou a periculosidade,
já que esse assunto é vasto e podemos dizer que são praticamente infinitas suas interpretações.
Será apenas mais uma ferramenta para a tentativa de compreensão sobre o que a nossa legislação
anseia sobre a questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil.
Então, iniciamos nossos estudos sobre essas questões, de modo prático, sem rodeios, para
que todos possam ter uma visão prática e objetiva da interpretação de duas normas regulamentado-
ras, além de toda a legislação que cerca essa questão, com uma visão de engenharia. Mãos à obra
e bons estudos a todos.

1.2. A CLT — Consolidação das Leis do Trabalho

A CLT foi criada pelo então presidente da república Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943,
através do Decreto-Lei n. 5.452, tendo como objetivo o Brasil possuir uma legislação em que os
trabalhadores pudessem estar resguardados em seus direitos. Este decreto foi baseado na Carta
Magna de 1937, que era a Constituição brasileira. Essa carta também foi baseada na Carta del
Lavoro da Itália.
A CLT contém leis que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho no Brasil. Ela
é a lei maior do trabalho, não podendo os seus dizeres ser contrariados por outras leis, portarias,
súmulas etc. Acima da CLT somente a Constituição da República Federativa do Brasil, além das
convenções da OIT(3) ratificadas pelo Brasil.

(3) OIT — Organização Internacional do Trabalho. Agência ligada à Organização das Nações Unidas — ONU, especializada nas questões
relativas ao trabalho.

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As normas da OIT e a Constituição Federal são as principais bases da CLT. A CLT fornece todo
o embasamento para a construção das Normas Regulamentadoras do MTE(4), que serão estudas
em item específico.
O art. 7º da Constituição Federal diz:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIII — adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.

A Constituição Federal definiu o adicional de insalubridade para as atividades insalubres, perigosas


e penosas, na forma da lei. As atividades insalubres e perigosas foram definidas na forma da lei através
da CLT e das Normas Regulamentadoras, como veremos. Já as atividades consideradas penosas ainda
não foram regulamentadas, não havendo na CLT qualquer menção a respeito dessas atividades.
Ante as novas constituições que o Brasil já teve até hoje, a CLT nunca foi atualizada, salvo al-
guns itens alterados por lei, sendo a sua “coluna vertebral” mantida desde sua promulgação.
Isso não quer dizer que a CLT deva ser flexibilizada. Ela deve ser atualizada. O grande proble-
ma é que, se forem atualizados os dizeres da CLT, haverá grande pressão para que diversos direitos
trabalhistas sejam retirados. Esse é um dos grandes motivos que muitos sindicatos invocam para
que a CLT não seja alterada.
Por mais que a CLT esteja necessitando de reformas, o que já foi tentado por vários governos
sem sucesso, é a maior garantia de direitos que o trabalhador possui e que não podem ser des-
cumpridos em nenhuma hipótese, pois, em um país democrático, o descumprimento de lei é crime,
sendo passível de punições.
Existe uma forte pressão para que haja a flexibilização da CLT através dos acordos coletivos
de trabalho. A meu ver isso é um equívoco, pois, se isso acontecer, a CLT poderá ser contrariada,
e sempre será a favor do empregador, com o trabalhador perdendo seu apoio em sua lei maior.

Interpretando a Notícia

Projeto que permite que acordos coletivos prevaleçam às leis gera divergências(5)
Data: 3.12.2013 / Fonte: Agência Câmara de Notícias
Brasília/DF — Representantes de patrões e empregados apresentaram posições completamente contrárias
sobre o Projeto de Lei n. 4.193/12, que permite que convenções ou acordos coletivos de trabalho prevaleçam
sobre as leis trabalhistas. Durante audiência pública realizada nesta terça-feira na Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, os empregadores se manifestaram a favor da
proposta e os trabalhadores, contra.
Diante desse quadro, o presidente da comissão, deputado Roberto Santiago (PSD-SP), já avisou que não
vai colocar o projeto em votação no colegiado, apesar de o relator, deputado Silvio Costa (PSC-PE), já ter
apresentado parecer defendendo a aprovação da proposta.
O projeto prevê que convenções ou acordos coletivos de trabalho devem prevalecer sobre a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT Decreto-Lei n. 5.452/43). A única restrição é que não atentem contra a Constitui-
ção, nem contrariem normas de higiene, saúde e segurança do trabalho.

(4) MTE — Ministério do Trabalho e Emprego.


(5) Notícias Revista Protação. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/content/noticias/noticia_detalhe.php?id=AJjjAAjg&__
akacao=1718741&__akcnt=0caf262c&__akvkey=6160&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Prote%E7%E3o%20
Sele%E7%E3o%20Ed.%2048/13 >. Acesso em: 6 dez. 2013

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