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CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DA
INSALUBRIDADE & PERICULOSIDADE
Manual Técnico Básico para o Entendimento sobre a
Caracterização da Insalubridade e Periculosidade
EDITORA LTDA.
Todos os direitos reservados
Outubro, 2014
14-08158 CDD-363-11
Índice para catálogo sistemático:
1. Insalubridade : Normas regulamentadoras :
Segurança do trabalho : Bem-estar social
363.11
Agradecimentos
Cora Coralina
SUMÁRIO
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3.15. Anexo n. 13 — Agentes Químicos...................................................................................................... 178
3.16. Anexo n. 13 — Anexo n. 13 A — Benzeno......................................................................................... 188
3.17. Anexo n. 14 — Agentes Biológicos.................................................................................................... 196
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Capítulo
CONSIDERAÇÕES GERAIS 1
1.1. Introdução
A ideia da concepção deste livro surgiu quando eu, como professor da disciplina de Higiene
Ocupacional para o curso de Engenharia de Segurança do Trabalho e da disciplina Temperaturas
Extremas no curso de Higiene Ocupacional, observei a necessidade de os alunos entenderem basi-
camente de onde vem essa questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil, onde começou,
quem tem o direito ao referido adicional, como fazer uma avaliação com conhecimento e requisitos
técnicos básicos.
Observei também que os alunos possuem uma carência muito grande na interpretação das
NRs(1), especificamente neste caso da NR-15 — Atividades e Operações Insalubres e da NR-16 —
Atividades e Operações Perigosas, com muitas dificuldades para entender os seus dizeres, item
por item. O que está acontecendo é que boa parte dos alunos que concluem a pós-graduação em
Engenharia de Segurança do Trabalho ou outro curso relacionado à segurança sai do curso ainda
com muitas dúvidas a respeito dessas questões, sem um embasamento técnico de como fazer a
interpretação prática e básica das NRs 15 e 16.
A questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil normalmente é abordada apenas por
médicos do Trabalho ou engenheiros de Segurança do Trabalho, pois a CLT(2), em seu art. 195, diz
claramente que a caracterização de uma atividade, para ser insalubre ou periculosa, tem de ser feita
por um desses profissionais:
Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério
do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no
Ministério do Trabalho.
Este livro veio para que também outros profissionais, advogados do trabalho, psicólogos, tera-
peutas, fisioterapeutas ocupacionais, técnicos de segurança do trabalho, estudantes de engenharia,
entre outros, possam mergulhar nesse mundo, iniciando o entendimento da questão da insalubrida-
de e periculosidade, podendo então entrar no grupo seleto de profissionais que realmente entendem
do assunto.
No decorrer desta obra, algumas portarias e outras publicações serão citadas, mostrando o que
já existe de publicação, a interpretação feita pelo autor e as melhorias que poderão ser implementa-
das, quando houver.
Procurei trazer para este livro o ambiente de sala de aula, pois, em meu material prepara-
do para lecionar, levo sempre notícias, chamo a atenção para algum item importante, as famosas
“Perguntas do Dia”, alguns exercícios simples de fixação e algumas decisões judiciais. Então, no
decorrer do livro aparecerão sempre os símbolos:
(1) NRs — Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Serão estudadas em capítulo específico.
(2) CLT — Consolidação das Leis do Trabalho. Será estudada em capítulo específico.
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Exercício de Fixação
Pergunta do Dia
Interpretando a Notícia
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Decisão Judicial favorável ao trabalhador
Para cada símbolo apresentado, haverá uma notícia, uma decisão judicial, um exercício de fi-
xação, um comentário feito por mim quando pertinente, entre outras ponderações. Isso é um método
didático muito interessante criado por mim para que o leitor fixe os conhecimentos, adquirindo um
embasamento em sua interpretação, facilitando o entendimento da questão apresentada.
Não é propósito desse livro delongar muito em explicações que poderiam ser resumidas em
pequenos textos. Se fosse de vontade do autor, poderiam ser escritas páginas e páginas para uma
explicação de determinado item, com diversos conceitos que poderiam ser resumidos em poucas
palavras ou ilustrações. Os capítulos deste livro serão objetivos, as interpretações serão claras e
explicadas com o menor número de palavras possível, e, sempre que for necessário, haverá uma
ilustração para uma melhor compreensão da explicação, pois, como disse Confúcio, filósofo Chinês
que viveu no século V antes de Cristo, “Uma imagem vale mais que mil palavras”.
Essa obra não tem a intenção de esgotar a pesquisa sobre a insalubridade ou a periculosidade,
já que esse assunto é vasto e podemos dizer que são praticamente infinitas suas interpretações.
Será apenas mais uma ferramenta para a tentativa de compreensão sobre o que a nossa legislação
anseia sobre a questão da insalubridade e da periculosidade no Brasil.
Então, iniciamos nossos estudos sobre essas questões, de modo prático, sem rodeios, para
que todos possam ter uma visão prática e objetiva da interpretação de duas normas regulamentado-
ras, além de toda a legislação que cerca essa questão, com uma visão de engenharia. Mãos à obra
e bons estudos a todos.
A CLT foi criada pelo então presidente da república Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943,
através do Decreto-Lei n. 5.452, tendo como objetivo o Brasil possuir uma legislação em que os
trabalhadores pudessem estar resguardados em seus direitos. Este decreto foi baseado na Carta
Magna de 1937, que era a Constituição brasileira. Essa carta também foi baseada na Carta del
Lavoro da Itália.
A CLT contém leis que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho no Brasil. Ela
é a lei maior do trabalho, não podendo os seus dizeres ser contrariados por outras leis, portarias,
súmulas etc. Acima da CLT somente a Constituição da República Federativa do Brasil, além das
convenções da OIT(3) ratificadas pelo Brasil.
(3) OIT — Organização Internacional do Trabalho. Agência ligada à Organização das Nações Unidas — ONU, especializada nas questões
relativas ao trabalho.
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As normas da OIT e a Constituição Federal são as principais bases da CLT. A CLT fornece todo
o embasamento para a construção das Normas Regulamentadoras do MTE(4), que serão estudas
em item específico.
O art. 7º da Constituição Federal diz:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIII — adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.
Interpretando a Notícia
Projeto que permite que acordos coletivos prevaleçam às leis gera divergências(5)
Data: 3.12.2013 / Fonte: Agência Câmara de Notícias
Brasília/DF — Representantes de patrões e empregados apresentaram posições completamente contrárias
sobre o Projeto de Lei n. 4.193/12, que permite que convenções ou acordos coletivos de trabalho prevaleçam
sobre as leis trabalhistas. Durante audiência pública realizada nesta terça-feira na Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, os empregadores se manifestaram a favor da
proposta e os trabalhadores, contra.
Diante desse quadro, o presidente da comissão, deputado Roberto Santiago (PSD-SP), já avisou que não
vai colocar o projeto em votação no colegiado, apesar de o relator, deputado Silvio Costa (PSC-PE), já ter
apresentado parecer defendendo a aprovação da proposta.
O projeto prevê que convenções ou acordos coletivos de trabalho devem prevalecer sobre a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT Decreto-Lei n. 5.452/43). A única restrição é que não atentem contra a Constitui-
ção, nem contrariem normas de higiene, saúde e segurança do trabalho.
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