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Amanda Jacob

Fernanda Brito

Larissa Bianchi

Shirley Melia

Stéfany Coutinho

Suellen Fonseca

Estruturas da Psique de Jung

Trabalho solicitado para a Disciplina de Teorias


da Personalidade II, do curso de Psicologia – 4º
Semestre O, sob responsabilidade do Profº
Daniel Cordeiro Cardoso.
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Franca, 2018.

O ego de acordo com Fadiman e Frager (1986) nos fornece um sentido de consciência
em nossas vidas. O ego tem o trabalho de nos “dizer” que sempre é necessário analisarmos certa
situação antes de realizarmos tal experiência.

Além de ter outras funções como a aprovação, confirmação e seleção dos desejos que
fluem do indivíduo.

Segundo Jung (1976, p. 1) “É este fator que constitui que o centro do campo da
consciência, e dado que este campo inclui também personalidade empírica, o eu é o sujeito de
todos os atos conscientes da pessoa.”

O ego se trata dos nossos pensamentos, ideias, percepção sensoriais, dentre outros.
Podendo ele ser modificado

O eu considerado como conteúdo consistente em si não é uma fator simples,


elementar, mas complexo; é um fator que, como tal é impossível descrever com
exatidão. Sabemos pela experiência que ele é constituído por duas bases
aparentemente diversas: uma base somática e uma base psíquica. (JUNG 1976,
p.1)

A persona é umas das estruturas da personalidade e ela se encontra na consciência.

Jung fala que a persona é a aparência que mostramos para o mundo, e que para se adaptar
com o mundo onde vive o homem assume um papel ou melhor uma característica que está longe
de ser sua aparência autêntica. Este termo persona é originado do latim e significa máscara, era
utilizado em teatros onde os atores colocavam máscaras conforme o papel que iriam apresentar.

Para Silveira (2001, p.79) “Se, numa certa medida, a persona representa um sistema útil
de defesa, poderá suceder que seja tão excessivamente valorizada a ponto de o ego consciente
identificar-se com ela”, este processo é essencial para se desenvolver a personalidade.

A persona é também uma ferramenta valiosa para a comunicação, ela pode ser usada
tanto para aspectos positivos quanto para negativos, as pessoas que se identificam com sua
persona tendem a se ver apenas nos seus papéis de superficiais.

Segundo Fadiman e Frager (2004, p.100):

À medida que começamos a desempenhar um determinado papel,


nosso ego gradualmente vai se identificando com ele. Este processo é
fundamental para o desenvolvimento da personalidade. Mas nem sempre este
processo é positivo. Quando o ego se identifica com a persona, as pessoas
começam a acreditar que são o que fingem ser.
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Ela pode ser expressada através de objetos que se utiliza para cobrir e por ferramentas
de uma ocupação, e também por símbolos.
De acordo com Fadiman e Frager (2004, p.100):
Todos estes símbolos podem ser encontrados em sonhos como
representações da persona. Por exemplo, alguém com uma forte persona pode
aparecer em um sonho exageradamente vestido, ou comprimido por uma
roupa. Uma pessoa com uma persona fraca poderia aparecer nua e exposta.
Uma possível expressão de uma persona inadequada seria uma figura sem pele.

“Os primitivos acreditavam que a sombra projetada por seus corpos, ou sua imagem
refletida n'água, fosse uma parte viva deles próprios. E, com efeito, a sombra (em sentido
psicológico) faz parte da personalidade total”. (SILVEIRA, 1981)
“As coisas que não aceitamos em nós, que nos repugnam, e por isso as reprimimos, nós
as projetamos sobre o outro, seja ele o nosso vizinho, o nosso inimigo político, ou uma figura
símbolo como o demônio. E assim permanecemos inconscientes de que as abrigamos dentro de
nós” (SILVEIRA, 1981). A soma das qualidades da sombra, nos são inatas, e assim como outros
elementos do inconsciente pessoal exercem alguma influência sobre a pessoa, de forma mesmo
perigosa quando totalmente desconhecidos.
A sombra é reconhecida por Jung, como o centro do Inconsciente Pessoal, responsável
por guardar o material reprimido, ou rejeitado por nós da consciência; além disso, a sombra é
porção mais próxima da consciência, quando comparada a outras estruturas da psique. “A
sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo
que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos”. (FADIMAN e FRAGER, 1986,
p. 54)
Em seus estudos, Jung descobriu que a sombra é mais perigosa quando não é
reconhecida, tendendo a projetar as qualidades reprimidas em outras pessoas e deixando-se
dominar pela própria sombra; porém, quanto maior a consciência que o indivíduo tem de sua
sombra, maior a possibilidade de recuperar conteúdos de sua própria personalidade,
anteriormente reprimidos pelo ego e pela persona. “Lançar luz sobre os recantos escuros tem
como resultado o alargamento da consciência. Já não é o outro quem está sempre errado.
Descobrimos que frequentemente “a trave" está em nosso próprio olho”. (SILVEIRA, 1981)

Os autores Fadiman e Frager (1986, p. 55), comentam ainda, a respeito da sombra que:

“Além disso, a sombra não é apenas uma força negativa na psique. Ela é um
depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e é a fonte
principal de nossa criatividade.” [...] “No momento em que acharmos que a
compreendemos, a sombra aparecerá de outra forma. Lidar com a sombra é um
processo que dura a vida toda, e que consiste em olhar para dentro e refletir
honestamente sobre aquilo que vemos lá”.
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“O animus é suscetível de evoluir, de transforma-se. Vários contos de fadas nos dizem


de príncipes metamorfoseados em animais que por fim são redimidos pela heroína do conto, o
que significa evolução e integração do princípio masculino na consciência da mulher”.
(SILVEIRA, 1981, p. 91)

Para Silveira (1981, p. 91 - 92):

“Aspectos negativos do animus são particularmente abundantes. Vamos encontrar


exemplo dos mais típicos da bíblia, no livro de Tobias, onde é contada a história da
jovem Sara, que se casou sete vezes e matou os sete maridos na noite de núpcias por
estar possuída pelo demônio Sinaiticus. Muitas histórias medievais narram também
casos de mulheres que, possuídas de demônios, entregavam-se a um erotismo
desenfreado e cometiam atos destrutivos”.

“O animus nos seus aspectos positivos tem funções importantes a realizar. É o mediador
entre inconsciente e consciente”. (SILVEIRA, 1981, p. 92)

Conforme Jung, o Si-mesmo, ou Self, é uma imagem arquetípica do potencial mais


pleno do homem, ou seja, da totalidade. Ele ocupa a posição central da psique como um todo
e, portanto, do destino do indivíduo.

É mais abrangente que o ego, que a ele encontra-se subordinado. O ego, então está para
o Self, assim como a parte está para o todo.

O que ocorre é que mesmo que exista ou não um Deus literal, e mesmo que o indivíduo
não acredite em nenhum Deus, o arquétipo do numinoso é um recurso inato da humanidade, e
extremamente necessário à totalidade psicológica. Todos os indivíduos se sentem
impulsionados a buscar essa totalidade, cada um com sua forma peculiar e particular de encarar
o numinoso.

A criança, antes da formação do seu ego consciente, possui esse sentido de totalidade
inato. Quando adultos esse sentimento é alcançado através de uma união do consciente com os
conteúdos inconscientes da sua mente, ou seja, por meio da função transcendente, que nada
mais é que o Self.

O Self é tanto a fonte do processo de individuação com seu fim último.

No dicionário crítico Junguiano, é dito que Jung enfatizava que o Self deveria ser
comparado a um demônio, um poder determinante sem consciência, onde as decisões éticas são
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relegadas ao homem, à consciência, e, com relação a intervenções do Self, que podem advir
através de sonhos, por exemplo, Jung advertia que uma pessoa deve, tanto quanto possível,
estar cônscia daquilo que ela decide e do que faz. Depois, se responde positivamente, não está
simplesmente submissa ao arquétipo nem obedecendo a seu próprio capricho; ou, se se desvia,
fica consciente de que pode estar destruindo não apenas alguma coisa de sua própria invenção,
mas uma oportunidade de valor indeterminado. O poder de exercer tal discriminação é a função
da consciência.

O Self, portanto, é uma realidade psicológica. Cada indivíduo possui uma imagem do
divino em seu íntimo, é uma imagem interior particular, influenciada pela cultura e pelo meio
onde vive.

O Self fala conosco por meio dos sonhos, e escutar esses sonhos pode trazer
desenvolvimento e amadurecimento à personalidade.

O Self está aí para nos dizer, que simplesmente não possuímos controle de nada. Ouvir
os sonhos é procurar saber o que a totalidade quer de nós. Não estamos ao nosso próprio serviço,
mas temos escolha entre realizar nosso potencial, contribuindo assim para uma sociedade mais
consciente, ou atrapalhar nosso desenvolvimento e o de outros.

A tendência de todo ser é buscar a evolução ou completar-se, com o ser humano não
seria diferente, tanto no físico quanto no psíquico. Esses “estímulos” advém do inconsciente,
mas a diferença seria que nós, homens, somos conscientes e capazes de influenciar essa
evolução.

É no confronto do consciente com o inconsciente e na colaboração de um com o outro


que resultaria nesse amadurecimento da personalidade, unindo-os e formando um indivíduo
completo. Jung associava esse momento com um martelo batendo incansavelmente em uma
bigorna: um processo lento e exaustivo com o intuito de moldar algo.

Esse processo não é linear, tampouco visa a perfeição, o processo de individuação nada
mais séria do que realizar plenamente sua essência instintiva de conhecer suas potencialidades
inatas, através desse processo também se torna possível conhecer as outras partes de seu ser
antes preservadas no inconsciente, seus medos, frustrações e até mesmo algo de natureza
maligna. (SILVEIRA,1981)
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O processo se iniciaria com a retirada da persona, ou seja, a máscara para qual nos
apresentamos ao mundo, que é esculpida de forma a encaixar-se no contexto social em que o
sujeito estaria inserido, a persona também é moldada através de recortes retirados da psique
coletiva. Caso ocorra de a persona ter se tornado um sistema de defesa para o ego de
determinado indivíduo, mais difícil e doloroso será tirá-la, pois ela passará a ser valorizada e
identificada como parte total do sujeito pelo seu ego.

Quando retiramos a máscara, uma face desconhecida nos é mostrada. Essa face seria a
sombra, parte de nossa personalidade que renegamos e reprimimos, para não precisarmos ter
noção daquilo que habita dentro de cada um de nós.

A sombra contém diversos componentes, como fraquezas, imaturidade, complexos


reprimidos, também podendo abrigar aspectos positivos e qualidades não desenvolvidas no
sujeito. (SILVEIRA,1981)

Depois de conhecer a própria sombra, o próximo passo seria confrontar sua anima.

A anima é tida como a porção feminina que reside em cada homem, também colhida
através de milênios da relação do homem com a mulher. A retirada da anima corresponde a um
processo de grande importância, visto que, se for má sucedida, o homem passará a projetar o
papel de “cuidadora” para as mulheres de sua vida.

Na primeira fase da vida, a anima será projetada exteriormente. Já na segunda fase, após
esgotar-se as projeções, a anima, reprimida durante anos, manifesta-se na vida e nas atitudes do
homem. O homem, então, perderá o controle de sua casa e irá se mostrar afetivo e com
mudanças de humor. Se o princípio da anima for confrontado de forma satisfatória para o ego,
sua personificação é desfeita e ela se torna um componente essencial das funções psicológicas.

Do mesmo modo que no homem existe a porção feminina anima, nas mulheres reside a
porção masculina denominada animus, que também há de ser confrontado pelo ego. Em seus
aspectos positivos, o animus é mediador e consciente, se bem integrado ao consciente, traz para
a mulher a noção do auto-conhecimento. (SILVEIRA,1981)

Após essas etapas, o inconsciente mostra-se através do self, o núcleo mais interno da
psique.
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O self revela-se em sonho, através de formas humanas benevolentes e superiores, a


definição de self abrange então a totalidade da psique, no qual reconheceríamos nossa própria
sombra, dissolvem-se os complexos, desfazem-se as projeções. Esse processo resultaria em
uma ampliação do mundo interior, que passaria a ser tida como a nova personalidade. A
personalidade se unifica, a fragmentação interior não existe mais, tampouco o ego mesquinho
e limitado. O ser encontra-se então em sua totalidade. (SILVEIRA,1981)
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Referências
FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teorias da Personalidade. Tradução de Camila Pedral Sampaio
e Sybil Safdié. São Paulo: Harbra, 1986.

JUNG, C. G. AION Estudos sobre o simbolismo do si-mesmo. Tradução de Pe. Dom Mateus
Ramalho Rocha. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1986.

SILVEIRA, N. D. Jung Vida e Obra. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

FADIMAN, J.; FRAGER, R. Personalidade e crescimento pessoal. Tradução de Daniel


Bueno. 5. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2004.

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