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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas


Departamento de Ciência Política

Disciplina: Pensamento Político no Brasil – 2019.1


Trabalho em equipe. Data de entrega: 08/05/2019

Analise o assunto do artigo abaixo, tendo como base o pensamento político do autor escolhido por
sua equipe.
Espera-se uma boa exposição teórica da concepção do autor e uma análise dos fatos a partir da
respectiva referência teórica. Na análise do tema do artigo, devem ser consideradas as ideias
políticas, econômicas, sociais e culturais do autor escolhido.
Caso você considere que esta referência teórica não serve para analisar estes fatos - ou serve
parcialmente - fundamente sua opinião sem deixar de fazer a exposição das concepções teóricas.
O trabalho deve ter entre cinco (05) e oito (08) páginas de texto, espaço 1,5 e fonte Times New
Roman 12. E deve procurar respeitar os padrões de redação de textos acadêmicos da ABNT.

Agir, não se omitir


Por Francisco Soares Brandão*

Todo empresário sabe que o cuidado com o negócio começa pela atenção à
competência essencial da empresa, ao coração de sua atividade. Um
empreendimento de sucesso pode até terceirizar partes importantes da cadeia,
mas se terceiriza o principal está a caminho de perder competitividade e
mercado.
Escrevo isso porque nós, empresários, habituamo-nos a terceirizar algo de que
deveríamos cuidar com bem mais atenção: a política. Acostumamo-nos a olhar
para a política como uma atividade de outros, que atrai nossa curiosidade na
época das eleições ou quando o Legislativo se debruça sobre temas que
afetam diretamente o negócio de cada um.
Essa atitude tem uma explicação. O terreno inóspito da política é área de alto
risco, e nenhum empresário responsável gosta de elevar o risco para seu
negócio e para as pessoas que dele dependem. O problema é que, no fim das
contas, todos dependemos da política, para o bem ou para o mal. E, se
queremos que seja para o bem, é preciso ajudar, como cidadãos, a cuidar dela.
Está cada vez mais claro que a prosperidade do Brasil é resultado da
prosperidade dos negócios. Não há como o Estado prover os produtos e os
serviços necessários para a construção de uma sociedade mais próspera e
mais justa. Só os empresários podem gerar os empregos que oferecerão
sustento às famílias e futuro aos jovens.
Para isso, o Brasil deve seguir o exemplo dos países que já deram certo, sejam
eles governados pela direita ou pela esquerda. O Brasil precisa acreditar que
só será justo e próspero se estimular fortemente a atividade empresarial. Isso
aconteceu nos Estados Unidos, mas também na China. Tenhamos humildade,
vamos aprender com os acertos dos outros.
A consolidação decisiva de um ambiente em que lucrar, crescer e prosperar
deixem de ser pecado é vital para construirmos um país capaz de acolher
todos os seus filhos.
Acredito que esse seja um projeto comum, capaz de unir os diversos pontos do
nosso espectro ideológico. Afinal, qualquer governo se beneficia quando o
ambiente é de prosperidade.
Foi assim com Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Lula. Eles
tiveram seus erros, mas é preciso ser justo: todos trabalharam para estimular a
iniciativa privada, todos entenderam que sem empresários e empresas não há
emprego, salário ou renda. Todos colheram, no mandato ou depois, o
reconhecimento do país.
Não sou ingênuo ao ponto de acreditar que o cidadão comum tenha tempo ou
disposição para se dedicar à militância político-partidária. Isso exige
profissionalização e especialização, como qualquer outra atividade. Todos,
porém, podem influir opinando, protestando, mobilizando sua comunidade. Sim,
é possível.
É importante que cada um cuide de sua vida, de sua casa, de sua família, de
seus negócios. Mas é fundamental que todos se preocupem com o país. É um
erro acreditar que isso pode ser feito terceirizando-se a atividade política. Ao
fim e ao cabo, todos nós somos políticos, por ação ou omissão. É melhor que
sejamos pela ação.
_________________________________________________
* Francisco Soares Brandão, 67, é empresário, sócio-fundador da FSB
Comunicação.
Publicado na seção Opinião - Tendências/Debates da Folha de São Paulo em
06/09/2016 https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/09/1810549-agir-nao-
se-omitir.shtml

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