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2 – ARGUMENTAÇÃO BREVE
- É o modelo tradicional da UFPR.
- Tem comandos muito específicos que orientam o
encaminhamento do texto. É possível atendê-los sem se prender
à ordem na qual venham expostos no enunciado.
- Não exige a primeira pessoa obrigatoriamente.
- Pode exigir que se use o texto de apoio como referência para a
discussão, mas ele não deve tomar conta de sua redação.
3 – ARTIGO DE OPINIÃO
- Como o nome propõe, vai defender uma tese, uma opinião,
bem como seria em uma dissertação.
- Diferença: o tom de linguagem aqui vai pressupor alguém que
domina o assunto, e, portanto, pode ficar mais à vontade para se
posicionar, usando mais naturalmente a primeira pessoa, por
exemplo.
- Espelhe-se nos editorais da página 2 da Folha de S.Paulo, por
exemplo, ou nas das revistas semanais. Veja que é possível por
exemplo, começar com uma imagem inusitada, pessoal, servindo
apenas de gancho para que a discussão seja introduzida e
defendida a tese, posteriormente.
- Todo artigo de opinião tem um título.
- Apenas assine se a proposta indicar tal necessidade.
4 – CARTA ARGUMENTATIVA
- Tende a ser “enviada” a um destinatário, definido pela proposta.
Como o nome do modelo já diz, você também deverá defender,
com seus argumentos, uma tese, um ponto de vista.
- Certamente a proposta sugerirá algum texto de apoio, que você
pode usar como referência para sustentar suas ideias ou contra-
argumentar em relação ao que lerá no texto.
- Trata-se, aqui, de um texto em que se defende a ideia e, na
medica do possível, “ataca-se” outra, quando ela aparecer.
- O enunciador, neste caso, pode ser “visualizado” de maneira
mais evidente: você pode se pronunciar, no texto indicado de
quem se trata na manifestação. Por exemplo, identificar-se como
um estudante, um profissional de uma área específica, um leitor,
etc...
- É natural, portanto, que você mantenha “contato” com o
destinatário da carta, “chamando-o” à discussão, evocando-o por
meio de vocativos.
- Provas mais tradicionais quanto á estrutura exigem o
preenchimento de local, data, vocativo, saudação e despedida –
como se isso fosse o que define realmente uma carta... No caso
da UEM, recomenda-se atenção a isso. Na UFPR, só se for
pedido.
- Só assine se for pedido expresso pelos comandos.
6 – RESPOSTA ARGUMENTATIVA
- Responde a uma determinada questão apoiando-se em dois
básicos: ideias dos textos de apoio – sem cópia + suas ideias,
seus argumentos.
- O leitor deve ter em mente, ao final da leitura, uma clara
resposta ao que se colocou como questão.
- O seu ponto de vista bem definido, portanto, é essencial na
constituição desse tipo de resposta.
7 – RESPOSTA INTERPRETATIVA
- Novamente se espera uma resposta a determinada questão.
Neste caso, porém, não entra em jogo a sua opinião, mas o que
se depreende dos textos de apoio, que devem ser trabalhados
como fonte de referência para a construção de sua resposta.
- Cite os textos de apoio, inclusive valendo-se de menções
literais.
-Neste caso, a interpretação nasce do que os textos de apoio já
sugeriam, de modo que o seu texto será um exercício de dar
uma organização especial a uma ideia já estabelecida. Trata-se,
portanto, de um exercício de escrita precedido claramente por
um exercício de leitura, avaliando a sua capacidade de
percepção sobre o que a coletânea aponta.
8 – RELATO
- Cuidado aqui. Tende a parecer que deve haver a criação de
uma “historinha”, com personagens e outros elementos da
narração. Via de regra, no entanto, o espaço para o relato é
diminuto, o que não permite aprofundamento no teor narrativo.
- Assim, os elementos da narrativa devem server de ilustração
para a situação, o fato, que se quer relatar. Não há como
aprofundar tais elementos, portanto.
- Se não há como “criar” uma situação ilustrativa do que se pede,
o seu repertório pode ajudar: você pode se valer de um relato
que aponte para um caso de conhecimento público que justifique
a ideia do relato. Cuidado, apenas, para não cair no lugar
comum caso haja um exemplo que pareça muito evidente.
- Por exemplo: pede-se um relato sobre imprudência no trânsito
e cita-se o caso de Thor Batista. É óbvio demais, certo?
9 – NOTÍCIA
- Você pode partir de uma pequeníssima narração, como se vê
em notícias de jornal e revista, exemplificando o caso em
questão, para logo em seguida abordar o problema colocado
pela proposta.
- A linguagem aqui pode ser mais despojada, como se vê
principalmente em revistas, que têm um público bem definido,
segundo o perfil de cada publicação.
- Apesar do possível despojamento de linguagem, evite a
primeira pessoa, pois se trata de um texto em que o enunciador
não aparece como protagonista de nada, diferentemente de um
artigo de opinião por exemplo. Usar de uma linguagem mais
informal não significa que o enunciador se insira naquilo que
enfoca, certo?
10 – COMPARAÇÃO DE TEXTOS
- Lembre-se: comparação se faz por meio dos elementos
semelhantes, desiguais ou complementares. Assim, o primeiro
passo nesse tipo de exercício é reconhecer p que há, nos textos,
relativo a tais características.
- Geralmente, a maioria dos alunos dedica um espaço muito bem
definido para cada um dos textos ou ideias a serem enfocados.
Isso organiza o conjunto, mas dá um ar de previsibilidade ao
todo. Se você tem uma ideia clara sobre os textos que leu e sabe
que há de igual ou desigual neles, por exemplo, pode fazer os
comentários e mencionar os textos e, um mesmo trecho de sua
redação, sem que haja parágrafos ou períodos específicos para
cada um deles.
- É possível, também, terminar com algum tipo de comentário
que expresse sutil e brevemente o que você entendeu da relação
entre os textos. Naturalmente, é importante que se utilize das
ideias que eles veiculam. Isso não significa ficar copiando tais
ideias, com passagens literais, certo?
12 – PROPOSTAS NARRATIVAS
REPERTÓRIO CULTURAL SUGERIDO
FILMES
2. Personagens
São os seres que participam do desenrolar dos
acontecimentos, tais quais os atores de um filme. Quanto ao
papel desempenhado no enredo, uma narrativa pode
basicamente possuir os seguintes personagens:
a) Protagonista – É o personagem principal, que pode ser um
herói, com características superiores às pessoas de seu
círculo e que reflete os padrões morais do grupo social do
qual faz parte, ou então anti-herói, sujeito que possui
características iguais ou inferiores às pessoas de seu
círculo.
b) Antagonista – É o personagem que se expõe ao
protagonista, seja por suas ações, seja por suas
características.
c) Secundário – Semelhante ao ator coadjuvante de um filme,
é o personagem que possui uma participação secundária na
história narrada, contracenando com o protagonista.
Agora, quanto à caracterização, uma narrativa pode possuir
basicamente os seguintes personagens:
a) Plano – É o personagem estruturalmente mais simples e
sem profundidade psicológica. Suas surpresas ao leitor, por
serem bastante previsíveis e coerentes com sua
caracterização mais superficial.
b) Redondo ou Modelado – É o personagem estruturalmente
mais complexo, de comportamento imprevisível, que
apresenta uma variedade maior imprevisível, que apresenta
uma variedade maior de características, como: físicas
(corpo, gestos, roupas), psicológicas (temperamento,
atitudes), sociais (profissão, relações com o meio),
ideológicas (posicionamento político, religião, filosofia) e
muitas outras.
3. Tempo
De modo geral, podemos dizer que o tempo é o “quando” da
história narrada. Dentro de uma narrativa, esta palavra pode
ser analisada sob vários aspectos, que listamos a seguir:
a) Tempo histórico ou Época em que se desenvolve o
enredo – É uma espécie de pano de coincidir com o
tempo para as ações do enredo. Tal tempo pode coincidir
com o tempo real em que a história publicada, mas não
necessariamente.
b) Tempo de duração do enredo – Muitas narrativas
podem ter um enredo com pouca duração de tempo; já
outras podem ter um enredo com maior duração de
temporal.
c) Tempo cronológico – Numa narrativa, quando dizemos
que há predominância de um tempo cronológico,
queremos dizer que o enredo se desenvolve em ordem
cronológica mais linear: início, meio e fim, narrados nesta
ordem. Além disso, há uma constante referência a
elementos objetivos que desmarcam claramente a noção
de tempo, como: calendário (dias, meses, etc.);
informações relacionadas a esse calendário (estações,
festas, etc.); dados históricos (Guerra de Canudos, Golpe
de 64, etc.).
4. Espaço
É onde se desenvolve a ação narrada. Você pode fazer com
que sua narrativa se desenvolva num espaço real, ou seja,
bem demarcado geograficamente, como a cidade de
Curitiba, que aparece nas obras de Cristovão Tezza ou
Dalton Trevisan; ou, ainda, sua narrativa pode desenvolver-
se num espeço imaginário, de sua livre criação: uma cidade
inventada, um país, o fundo do mar, a própria mente do
protagonista, etc.
OBSERVAÇÃO: utiliza-se a expressão ambiente para
designar o espaço dotado de características econômicas,
sociais, morais, psicológicas, ..., onde vivem os
personagens. Seria uma espécie de união dos elementos
espaço e tempo.
5. Narrador
Para haver uma narrativa, é necessário haver um narrador,
isto é, alguém que conte a história – o qual não deve ser
confundido com o autor.
Para isso, o narrado pode posicionar-se de maneiras
diversas e, dependendo da perspectiva assumida, uma obra
literária pode ter:
a) Foco narrativo em 1ª pessoa (interno) – O narrador, ao
mesmo tempo que narra, participa como personagem da
história, sendo chamado de personagem-narrador.
b) Foco narrativo em 3ª pessoa (externo) – O narrador é
apenas um observador daquilo que relata. O foco
narrativo em 3ª pessoa também pode ser subdividido em:
B¹) foco restritivo: o narrador narra apenas aquilo que
“vê”, ou seja, não tem o poder de penetrar na mente dos
personagens.
B²) foco onisciente: o narrador conduz a história
conhecendo totalmente os fatos e o íntimo dos
personagens.
Alguns aspectos linguísticos de uma narração
Além dos elementos fundamentais a uma narrativa,
caracterizados anteriormente, relembre a seguir alguns
elementos linguísticos importantes a serem utilizados num texto
narrativo:
a) Verbos que indicam ação – Importante que você possa
apresentar uma boa variabilidade no uso de verbos dessa
natureza não se restringindo apenas à mera repetição de
alguns verbos de ligação (ficou, tornou-se, parecia, etc.)
b) Uso do pretérito imperfeito – Bastante indicado para fazer
a localização do desenvolvimento da ação em si, até
desembocar no...
c) Uso do pretérito perfeito (ou presente) – Para fazer
avançar a ação e destacar os diferentes eventos ocorridos.
d) Expressões adverbiais que expressem, principalmente,
circunstâncias de tempo e lugar.
e) Expressões que acentuem a relação de causa/efeito, o
que faz com que se realce muito bem a progressão da ação
em si.
13 – DISCURSO RELATADO
Na Literatura
DISCURSO DIRETO
Discurso direto é a transcrição literal da voz da personagem,
é a representação textual das palavras da personagem ou do
entrevistado. É que se percebe no texto seguinte marcado
pelos travessões.
Na cabeceira do rio
Ouviu a queixa do rio e prometeu salvá-lo. Dali por diante
ninguém mais despejaria monturo em suas águas. Contratou
vigilantes, e ele próprio não fazia outra coisa senão postar-se
à margem, espingarda a tiracolo, defendendo a pureza da
linfa.
Seus auxiliares denunciaram que alguém, nas nascentes,
turvava a água. Foi lá e verificou que um casal de micos se
divertia corrompendo de todas as maneiras o fio d’água. Os
animais fugiram para reaparecer à noite. E explicaram, antes
que levassem tiro na barriga:
- Não fazemos por mal, apenas brincamos. Que pode um
mico para se divertir, senão imitar vocês?
- A mim vocês não imitam, pois estou justamente lutando
para proteger este rio.
- Já não se pode nem imitar – observaram os micos, fugindo
outra vez. – O homem é um animal impossível. Agora deu
para fazer o contrário.
ANDRADE, Carlos Drummond de.
DISCURSO INDIRETO
O discurso indireto se caracteriza por ser a voz e a escrita do
próprio narrador, embora trate de sentimentos, sensações e
palavras da personagem. O discurso indireto é a transmissão
por parte do narrador, com as próprias palavras, da fala ou
do pensamento da personagem ou do entrevistado.
No mesmo trecho lido, observe-se no trecho grifado o
discurso indireto:
Seus auxiliares denunciaram que alguém, nas nascentes, turvava a água. Foi
lá e verificou que um casal de micos se divertia corrompendo de todas as
maneiras o fio d’água. Os animais fugiram para reaparecer à noite. E
explicaram, antes que levassem tiro na barriga:
DO DISCURSO DIRETO PARA O INDIRETO
No texto, a própria voz; no discurso indireto, o porta-voz!
Passar um texto em discurso direto para discurso indireto é
reescrever as ideias das personagens ou interlocutores, de modo
resumido e claro.
Nessa passagem devem-se manter as informações essenciais
das falas dos interlocutores contidas nas perguntas e respostas,
eliminando-se as marcas que, no discurso direto, indicavam a
entrada da fala de cada interlocutor, como travessões e aspas.
Ainda é necessário deixar claro no discurso relatado de quem é
a voz reproduzida, o que foi perguntado e o que foi respondido.
Essa proposta procura avaliar a capacidade de leitura do aluno
(o que evidenciará pela manutenção do conteúdo básico da
entrevista no texto reescrito) e na habilidade de transpor esse
conteúdo para o discurso relatado. Assim, não é preciso prender-
se às mesmas palavras usadas no diálogo, nem à estrutura
frasal nem à ordem das informações que aparecem ali.
Mudar o discurso também é simplesmente acrescentar
expressões como: “ele perguntou se...”, ela disse que”. “ele
discordou de...”, embora se deva lançar mão dos verbos de
elocução. E eles são muitos: disse afirmou, negou, declarou,
ressaltou, acrescentou, enfatizou, concluiu, e tantos outros.
Procure usar o mais apropriado, aquele que expresse mais
fielmente o tom emocional, político, ideológico e pessoal dos
participantes do diálogo.
“O discurso indireto não reproduz textualmente a fala de
personagem, mas traduz seu pensamento.”
MEGALE, Heitor. Elementos da teoria literária.
@vestibulandanaluta