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Resumo
Uma melhor compreensão do modo como são elaborados os planos de performance pelos músicos,
obtida por meio da realização de investigações que visem compreender os processos da performance
musical, ainda é necessária, pois são escassos os estudos desse tipo. Nosso interesse na área levou-nos,
em 1995, a criar o Núcleo de Pesquisa em Performance Musical e Psicologia (NUPSIMUS) na
Universidade Federal da Bahia (UFBA), cujos objetivos são: a) investigar os processos psicofísicos
envolvidos no ato da execução musical e b) estudar as características da personalidade do músico e os
fatores que o motivam em seu trabalho, de modo a compreender de que maneira essas características e
esses fatores afetam seu desempenho. A partir dos resultados obtidos, esperamos gerar técnicas de
ensaio que otimizem a utilização do instrumento musical, do corpo e do tempo pelo músico. Este artigo
descreve as principais atividades de pesquisa desenvolvidas pelo Núcleo desde sua criação, detalhando
as características dos projetos realizados ou em andamento. Inclui uma revisão da literatura sobre
construção da performance musical.
Introdução
Uma melhor compreensão do modo como são elaborados os planos de performance pelos
músicos, obtida por meio da realização de investigações que visem compreender os processos
da performance musical, ainda é necessária, pois são escassos os estudos desse tipo. Nosso
interesse na área levou-nos, em 1995, a criar o Núcleo de Pesquisa em Performance Musical e
Psicologia (NUPSIMUS) na Universidade Federal da Bahia (UFBA). São objetivos do Núcleo:
a) investigar os processos mentais, emocionais e físicos envolvidos no ato da execução
musical, de modo a esclarecer o ato da elaboração de performances por músicos e b) estudar as
características da personalidade do músico e os fatores que o motivam em seu trabalho, de
modo a compreender de que maneira essas características e esses fatores afetam seu
desempenho. A partir dos resultados obtidos, esperamos gerar técnicas de ensaio que otimizem
a utilização do instrumento musical, do corpo e do tempo pelo músico.
Acreditamos, com Ericson (1997), que um possível caminho para a pesquisa em performance
musical seja o da utilização das metodologias de pesquisa em psicologia e em esporte. Deste
modo, podem ser aprofundados estudos voltados aos aspectos físicos, emocionais e mentais
presentes no ato da performance, aspectos esses que envolvem motivação, ansiedade,
desempenho, comprometimento, motricidade e cognição.
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performance pelo músico”, ora em andamento sob nossa direção, tem como objetivo analisar a
construção da performance em peças selecionadas para violino e para piano, por meio de
gravações e entrevistas. A ele está vinculado um subprojeto, “Aspectos da construção da
performance pelo pianista”, que consistiu na aplicação do pré-teste do questionário de
entrevista para o projeto em si. Esse subprojeto teve como sujeitos quatro alunos de piano dos
cursos da UFBA, voluntários. O critério para aceitação dos mesmos consistiu em que não
fossem alunos da graduação em piano. Três cursavam Licenciatura em Música e um cursava
Regência. A peça musical selecionada para a aplicação desse pré-teste foi o “Choro” da 1ª
Suíte Infantil (para piano) do compositor brasileiro César Guerra Peixe (1914-1993). As
diversas etapas da realização do subprojeto podem ser consultadas nos anais do I Simpósio
Internacional de Cognição e Artes Musicais (Santiago & Brito, 2005). A entrevista procurou
conhecer: o tempo de estudo do piano; a motivação para o estudo do instrumento; as
percepções do sujeito sobre a peça; observações do sujeito antes de iniciar o estudo;
procedimentos de aprendizagem realizados; imagens mentais utilizadas durante a
aprendizagem/performance; sentimentos que o sujeito percebe em sua relação com a peça. O
pouco número de sujeitos não nos permite generalizações, nem é o que pretendemos; contudo,
pudemos perceber diferenças nas abordagens de prática de cada um.
A metodologia do projeto será a mesma aplicada nesse subprojeto, com algumas modificações
que foram consideradas necessárias no questionário construído especificamente para a
entrevista. Um segundo subprojeto foi iniciado em agosto de 2005, um estudo de caso que
incluirá a análise do diário de prática a ser escrito pelo sujeito.
Inicialmente, uma revisão da literatura pretendeu investigar critérios para uma compreensão
abrangente da atuação do músico, particularmente do processo de construção da performance
musical. Nessa revisão, os textos escolhidos para enfoque, enquanto delimitam o tema,
buscaram categorizar pontos chaves para a compreensão desse processo.
Como ponto de partida, tomamos para definidor do que consideramos, aqui, performance
musical, o seguinte texto de Sloboda (1990: 67) em seu livro The Musical Mind:
“No sentido mais amplo, performance cobre toda a extensão do comportamento musical
mostrado. Uma canção de brincar improvisada de uma criancinha, o cantarolar de uma
melodia popular, a participação em rituais corporativos tais como o cantar de hinos ou o
cantar folclórico, e o dançar à música, são apenas alguns dos diversos modos de
performance dignas do estudo psicológico. Num sentido mais estrito, porém, uma
performance musical é aquela na qual o músico, ou um grupo de músicos, conscientemente
apresenta música para uma platéia. Na nossa cultura ocidental, tal música é freqüentemente
escrita por alguém que não está envolvido diretamente na performance. Os músicos tornam
real uma composição preexistente.”1
1
“In its broadest sense, performance covers the whole range of overt musical behaviour. A little child’s
improvised play-song, the humming of a popular melody, participation in corporate ritual such as hymn or folk
singing, and dancing to music, are just some of the diverse modes of performance which merit psychological
study. In a narrower sense, though, a musical performance is one in which a performer, or a group of performers,
self-consciously enacts music for an audience. In our Western culture, such music is often written by someone not
directly involved in the performance. The performers realize a pre-existent composition” (Sloboda, 1990: 67,
author’s emphasis).
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É em um texto mais antigo de Sloboda (1982: 479) que vamos encontrar importante
questionamente: Como caracterizamos o que alguém sabe quando ele ou ela é capaz de
executar uma peça musical? Como essa pessoa adquire tal conhecimento? Que uso o músico
faz de feedback perceptivo ao controlar sua execução? Como a performance musical é afetada
por fatores sociais e situacionais?2 Sloboda ainda nos alerta que uma adequada teoria da
performance deve considerar tanto o âmbito das variações que um intérprete pode exibir em
ocasiões sucessivas de execução da mesma peça musical quanto as limitações dessas variações
que situações específicas impõem(Ibid., 494).
Clarke (2002: 69) apresenta uma conceituação bem clara de performance musical: é a
construção e articulação de significado musical, na qual convergem todos atributos cerebrais,
corporais, sociais e históricos do executante.
2
“First, how do we best characterize what it is that someone knows when he or she is able to perform a piece of
music? Second, how does this person acquire that knowledge? Third, what use does the performer make of
perceptual feedback in controlling his or her performance? Fourth, how is music performance affected by social
and situational factors?”
3
“Of or pertaining to the perception of sensory stimuli from the skin and internal organs: the somatosensory area
of the cerebral cortex” (Babylon, acessado em 02/11/2004).
4
“Music performance on a professional level requires extremely refined motor skills that are acquired over many
years of extensive training and that have to be stored and maintained through further regular practice. Auditory
feedback is needed to improve and perfect performance. Music making, therefore, relies primarily on a highly
developed auditory-motor integration capacity, which can be compared to the oral-aural loop in speech
production. In addition, somatosensory feedback constitutes another basis of high-level performance. Here the
kinesthetic sense, which allows for control and feedback of muscle and tendon tension as well as joint position
positions and which enables continuous monitoring of finger, hand, and lip in the frames of body and instrument
coordinates (for example the keyboard, the mouthpiece, etc.)…”.
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“Practicing an instrument means assembling, storing, and constantly improving complex sensory-motor
programs through prolonged and repeated execution of motor patterns under control monitored of the auditory
system”.
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Trechos deste tópico são, algumas vezes, extraídos de minha tese de doutorado e, quando meus, não estão entre
aspas.
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que determina o grau de sucesso obtido em relação à performance ideal (Ericsson, 1997: 39-
40).
A instrução inicial de um músico leva-o a estabelecer uma base de conhecimentos dos padrões
e regras para a geração de “programações motoras”. Embora os níveis inferiores dessas
representações estejam tão automatizados, no caso dos expertos, aparentam estar sob o
controle consciente de níveis superiores de representação. Assim, embora o modo de executar
uma passagem rápida para a mão esquerda possa estar totalmente automatizado, o músico pode
alterar-lhe intensidade e tempo, além de coordená-la com as passagens anteriores e seguintes.
Um músico altamente treinado pode modificar dedilhados, arcadas ou fraseados no momento
da performance, o que pode ser o resultado da existência de representações mentais diversas
para execução, acumuladas durante o longo período de prática (Lehmann, 1997: 157).7
No cenário pianístico, Glenn Gould valorizava sobretudo a imagem mental para uma boa
performance. Era comum que ele não praticasse por quarenta e oito horas, antes de uma sessão
de gravação. Em entrevista, ele respondeu o seguinte:
“Entrevistador: Você não sente que os dedos simplesmente se recusam a cooperar, a
princípio, e que leva uns dias até re-estabelecer a coordenação?
Gould: Pelo contrário, quando eu volto, provavelmente toco melhor que em qualquer outra
época, puramente, num sentido físico, porque a imagem, a imagem mental, que governa o
que alguém faz, está, naquele ponto, normalmente, no seu ponto mais forte, e é mais precisa,
pois não estava sendo exposta ao teclado e não estava sendo desviada da pureza de sua
concepção, do relacionamento ideal do ser com o teclado” (Dubal, 1984: 183).8
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Em Sloboda (1990: 67; 93-4), encontramos um detalhamento dos três tipos de estágios da performance
instrumental: leitura à primeira vista, prática e “expert performance”, bem como uma definição de performance de
alto nível.
8
“Interviewer: Don’t [you] find that the fingers simply refuse to cooperate at first, that it takes a certain number
of days just to reestablish coordination? Gould: On the contrary, when I do go back I probably play better than at
any other time, purely in a physical sense, because the image, the mental image, which governs what one does is
normally at that point at its strongest and is more precise because of the fact that it has not been exposed to the
keyboard, and it has not, therefore, been distracted from the purity of its conception, of one’s ideal relationship to
the keyboard” (Dubal, 1984, 183, in Davidson & Scripp 1992, 408).
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acorde complexo pode ter que ser simplificado (Santiago, 2002: 96-98; Lehmann, 1997: 153-
154.
Caracteriza o músico de alto nível, sua habilidade superior para reproduzir as variações de
tempo e intensidade em performances consecutivas da mesma peça. Essa capacidade de
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“consistently superior performance on a specified set of representatives tasks for a domain”.
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“is typically displayed in the solo performance of a piece that the musician has extensively studied beforehand.”
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“The expert performance of a given piece of music is the result of the interaction of specific knowledge of this
piece alone with general knowledge acquired over a wide range of musical experience.”
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reprodução decai se lhes for pedido para que violem as regras de interpretação artística
aplicáveis às peças musicais. Os músicos de alto nível de performance ainda podem manter, de
forma melhor que músicos menos hábeis, tempo independente em ambas as mãos quando
tocam ou batem o ritmo (Ericsson & Lehmann, 1996: 287). “Contrariamente à crença que a
performance de alto nível é altamente automatizada, a maioria dos tipos de performance de alto
nível é mediada por pensamentos que envolvem planejamento, raciocínio e antecipação” (Ibid.:
291).12
3 – O músico de alto nível tem meios para monitorar adequadamente sua performance e
realizar ações corretivas antes de desviar-se brutamente do seu plano de performance
(Sloboda, 1990: 101).
“Ao aprenderem música nova, todos exceto um dos músicos, inicialmente, adquiriram uma
visão geral dela, ou tocando-a por inteiro ou por meio de um exame cuidadoso da partitura.
77% dos músicos consistentemente adotaram essa estratégia holística, enquanto 18% o
fizeram intermitentemente, dependendo da natureza da tarefa. Obter uma visão geral da obra
serviu a propósitos técnicos e musicais. Permitiu a identificação de dificuldades, uma
estimativa do andamento, com implicações musicais e técnicas, e uma consideração da
estrutura da obra e do material tematicamente importante”.13
12
“Contrary to the belief that expert performance is highly automatized, most types of expert performance are
mediated by reportable thoughts involving planning, reasoning, and anticipation.”
13
“When learning new music all but one of the musicians initially acquired an overview of it, either playing it
through or by careful examination of the score. Seventy seven percent of the musicians consistently adopted this
holist strategy, while 18% did so intermittently depending on the nature of the task. Getting an overview of the
work served technical and musical purposes. It enabled the identification of difficulties, an assessment of tempo,
which had musical and technical implications, and a consideration of the structure of the work and the
thematically important material”.
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Dois (9%) músicos, descritos como holistas analíticos, adotaram estratégias holísticas e
abordaram a tarefa utilizando a análise cognitiva consciente. Basearam suas interpretações no
conhecimento adquirido da escuta de um amplo espectro de música, estavam preocupados em
descobrir o significado subjacente da música, e fizeram conexões entre idéias musicais
distintas. Eles tinham representações musicais pré-planejadas, estabelecidas antes de
embarcarem na prática, as quais eles desejavam atingir. Para eles, o processo de interpretação
era "de cima para baixo".
Sete (32%) músicos, descritos como serialistas intuitivos, adotaram estratégias seriais e
atingiram a interpretação por meio de processos intuitivos. Ele rejeitaram ativamente a análise
cognitiva como um meio de desenvolver a interpretação e resistiram a escutar gravações das
obras a serem aprendidas, desejando evitar influências externas. Para eles, a interpretação
"evolvia" através de processos intuitivos, inconscientes. Era essencialmente "de baixo para
cima".
Dez (45%) músicos, descritos como aprendizes versáteis, adotaram ambas as estratégias
alternativamente, embora também tendessem a exibir preferências para estratégias holistas ou
serialistas.
No que se refere à memorização da música, existiu variação considerável nos modos pelos
quais os músicos procederam. Isto dependeu das percepções do indivíduo de seus pontos fortes
e fracos e das necessidades da tarefa. De um modo amplo, duas abordagens principais foram
adotadas: uma se baseava em processos automatizados auditivos, cinestésicos ou visuais; a
outra, na análise cognitiva da estrutura da obra. Se a memorização não estava completa depois
que a obra tinha sido aprendida, uma estratégia de repetição tendeu a ser adotada, com seções
curtas sendo repetidas e então ligadas num todo. A metade dos músicos relatou analisar a
música para estabelecer sua estrutura, incluindo a observação das mudanças de tom, da
estrutura harmônica, da duração das pausas, pontos de saída difíceis etc. A natureza da tarefa a
ser completada (memorização de um concerto em oposição a uma peça curta simples, por
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exemplo) também afetou a estratégia adotada, do mesmo modo que o nível de ansiedade
experimentado. As vantagens de tocar de memória foram descritas em termos de liberdade do
estorvo da página escrita e da maior facilidade da comunicação com a platéia (Hallam 1997a:
95-97).
Hallam (1997b: 213) nos informa resumidamente, em outro texto, que trabalhos realizados
entre 1955 e 1995 por Wicinski, Miklaszewski, Chaffien & Imreh e a própria Hallam sugerem
que:
1 – a maioria dos músicos tende a adquirir uma visão geral da música que irão aprender nos
primeiros estágios da prática de uma nova obra. O modo como esta visão é adquirida depende
de sua habilidade para desenvolver uma representação interna da música a partir unicamente
do exame da partitura.;
3 – quanto mais complexa a música, menores os trechos (chunks) com os quais se trabalhará;
“menciono o termo ‘disciplina’ dos estudos em performance musical como se ela existisse,
mas, pode-se bem dizer que esse termo, atualmente, significa meramente ‘matéria’ ou
‘tópico’. ‘Disciplina’, em si, implica num corpo de conhecimentos herdado e numa ordem
em tudo o que seja levado adiante em seu nome, mesmo se subversivamente.14,
14
“I trot out the term ‘discipline’ of musical performance studies as if it clearly existed, but it is as well to state
that this term at present stands merely for ‘subject’ or ‘topic’. ‘Discipline’ carries the implication of a received
body of knowledge and an orderliness in whatever is conducted in its name, however subversively”.
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a área teve seu corpo teórico bastante aprofundado pelos esforços da comunidade
internacional. Os livros de Rink (1995; 2002) e Parncutt & McPherson (2002) comprovam isto
muito bem.
No Brasil, a pesquisa em performance também cresceu nas últimas décadas (Borém, 2005),
assim como o interesse pela psicologia da música, o que pôde ser percebido no I Simpósio
Internacional de Cognição e Artes Musicais (I SINCAM) realizado em Curitiba em março de
2005. Pesquisas que combinem ambas as áreas, contudo, são ainda escassas. Borém, ao
discorrer sobre as tendências da pesquisa em performance musical no Brasil, distribui as
dissertações de mestrado e teses de doutorado defendidas em cursos de pós-graduação
brasileiros na área da performance musical entre 1981-2001 em dois grandes grupos: aquelas
que tratam da performance musical “pura” e aquelas de caráter interdisciplinar. Estas últimas,
ele as classifica em sete categorias, que não incluem a psicologia da música: performance
musical e análise; performance musical e musicologia; performance musical e educação
musical; performance musical e composição; performance musical e música popular brasileira
(etnomusicologia); performance musical e medicina/educação física; performance musical e
sociologia/filosofia. Apenas quando trata dos trabalhos apresentados no I Seminário Nacional
de Pesquisa em Performance Musical (I SNPPM) realizado em Belo Horizonte em 2000,
indica o percentual de 4,3% dos trabalhos como pertencentes à categoria performance e
medicina/psicologia. Menciona, ainda, a presença de artigo na categoria da psicologia
transpessoal dentre os publicados na Revista PerMusi, da qual é editor. Quanto ao que pode ser
percebido nos Anais do I SINCAM nos informam, dos doze trabalhos apresentados na sessão
voltada à performance, “ A mente e a produção das artes musicais”, seis o foram por
brasileiros e, destes, apenas dois são relatos de investigações.
15
Os objetivos de trabalho do NUPSIMUS e sua data de criação foram apresentados no início deste artigo.
16
Antes mesmo da criação do NUPSIMUS.
17
Equipe: Santiago, Diana; Fonseca, Ângelo Rafael
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Entre 1995 e 1997, com o projeto “Atividades rítmicas e melódicas apropriadas à primeira
infância”20, buscávamos melhor compreender o processo do desenvolvimento da realização
musical infantil através da testagem de atividades musicais elaboradas para as faixas etárias de
2 a 3 e de 3 a 4 anos de idade. Os dados foram coletados através da observação das respostas
das crianças às atividades aplicadas, nas seguintes categorias: Reprodução Melódica,
Reprodução Rítmica, Audição Atenta e Sentido de Pulsação. As atividades tidas como
eficientes para cada faixa etária foram determinadas, e o trabalho culminou com a produção de
uma fita cassete intitulada “Cantinhos de brincar”.
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Equipe: Santiago, Diana; Turenko, Aleksei.
19
Equipe: Santiago, Diana; Turenko, Aleksei; Alves, Juvino; e Goritzki, Elisa.
20
Equipe: Santiago, Diana; Nascimento, Ilma; Fadigas, Jucilene; Seixas, Karina e Ferreira, Lara S. Morelli.
21
Equipe: Santiago, Diana; Garrido, Anita; Almeida, Poliana; e Coutinho, Rosália.
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intensidade, ligadura/staccato, fraseado, ritmo, tempo. O projeto foi selecionado para discussão
no Grupo de Trabalho “Subsídios para Currículos de Cursos de Graduação em Música” que se
reuniu no XI Encontro Anual da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Música do Brasil, realizado em 1998 na Universidade Estadual de Campinas, estado de São
Paulo.
Na tese de doutorado “Proporções nos Ponteios para piano de Camargo Guarnieri: um estudo
sobre representações mentais em performance musical” (Santiago, 2002), como o título indica,
as análises de cada um dos ponteios foram inseridas num estudo sobre as representações
mentais em música, que buscou fundamentar a contribuição do instrumento de análise aplicado
(o gráfico de proporções desenvolvido por Elizabeth Rangel Pinheiro) como auxiliar no
processo de construção da imagem mental do intérprete, a partir de elementos da psicologia
cognitiva e da psicologia junguiana. O objetivo geral foi o de estabelecer registros para um
sistema conceptual pertinente à pesquisa na área de performance musical e o objetivo
específico, contribuir para a sistematização de uma metodologia para elaboração de planos de
interpretação pianística.
Agradecimentos
Os projetos de pesquisa mencionados foram financiados pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasil),
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exceto meu trabalho de doutorado. Agradeço a Thales da Silva Brito e Mariana Rodrigues da
Silva Wild, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica UFBA/CNPq,
por seu empenho e dedicação enquanto trabalhavam no subprojeto de pesquisa “Aspectos da
construção da performance pelo pianista”, de agosto de 2004 a agosto 2005. Agradeço também
a todos os outros bolsistas que tive a oportunidade de orientar, cujo entusiasmo, dedicação,
críticas e sugestões tanto me fizeram aprender.
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