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CONDIÇÕES DE ACÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Devemos agir conforme uma consciência que procure o bem, conheça a realidade e tome decisões. Porém,
nem sempre conseguimos todas estas condições: por vezes temos uma apreciação errada da realidade, por
vezes falta-nos decisão… Será que nestes casos todos estamos a agir mal? Nem sempre.

Existem três critérios básicos que nos ajudam a analisar a nossa consciência e servem também para saber
agir nestas circunstâncias. Estes três critérios são respondem a três perguntas:

1. O que é que quero, fazer bem e agir consoante a verdade ou fazer mal?
 Se procuro o bem e a verdade, então a minha consciência é recta.
 Uma pessoa que segue uma consciência recta está a agir bem.
 Se procuro fazer mal ou não quero agir consoante a verdade, então a minha consciência é
viciosa.
 Uma pessoa que segue uma consciência viciosa está a agir mal.
2. Conheço a realidade? E no caso de não conhecê-la: era a minha responsabilidade conhecê-la?
 Se conheço a realidade e as circunstâncias daquilo que vou fazer, então a minha consciência é
verdadeira.
Exemplo: Chego ao CAP e o meu relógio marca as 19h45. Encontro a porta fechada. Calculo
que a catequese ainda não tenha começado, por isso fico à porta. Dez minutos mais tarde
começam a chegar as pessoas.
 Uma pessoa que segue uma consciência verdadeira está a agir bem.
 Se não conheço a realidade e as circunstâncias daquilo que vou fazer, então a minha
consciência é errada.
o Ora bem, posso estar errado sem qualquer uma responsabilidade da minha parte. É o
chamado erro invencível. Isto quer dizer que, em circunstâncias normais eu não podia
saber qual era a realidade.
Exemplo: Chego ao CAP e o meu relógio, que é muito certinho, marca as 19h45.
Encontro a porta fechada. Calculo que a catequese ainda não tenha começado, por isso
fico à porta. Quinze minutos mais tarde ainda ninguém chegou. Olho de novo o relógio
e reparo que continua a marcar 19h45. Ups! Quando toco a campainha e alguém abre,
descubro que estou vinte minutos atrasado.
 Considera-se que uma pessoa que segue uma consciência invencivelmente
errada está a agir correctamente.
o Mas também posso estar errado e ter alguma responsabilidade pelo meu erro, no caso
de eu ter a obrigação de saber o que não sabia ou sabia como ficar logo esclarecido.
Exemplo: estou a guiar e encontro um semáforo. Sigo enfrente e bato com outro carro.
Realmente, não tinha estudado aquela parte do código da estrada que refere que o
sinal vermelho é para parar. Porém, era a minha obrigação conhecer o código da
estrada.
 Considera-se que uma pessoa que segue uma consciência vencivelmente errada
está a agir mal.
3. Já decidi o que fazer?
 Se já decidi o que fazer, ajo com uma consciência certa, porque tenho certeza do que vou fazer.
Exemplo: Cheguei ao CAP e o meu relógio marcava as 19h45. Encontrei a porta fechada.
Calculei que a catequese ainda não tinha começado, por isso fiquei à porta. Quinze minutos
mais tarde ainda ninguém chegou. Olho de novo o relógio e reparo que continua a marcar
19h45. Que faço? Bom, vou tocar a campainha.
 Uma pessoa que segue uma consciência certa está a agir bem.
 Se não sei o que fazer e não acabo de decidir o que fazer, ajo com uma consciência duvidosa,
porque duvido completamente daquilo que estou a fazer.
Exemplo: Cheguei ao CAP e o meu relógio marcava as 19h45. Encontrei a porta fechada.
Calculei que a catequese ainda não tinha começado, por isso fiquei à porta. Quinze minutos
mais tarde ainda ninguém chegou. Olho de novo o relógio e reparo que continua a marcar
19h45. Que faço? Era muito mau entrar tarde, então fico fora, mas era muito mau ficar fora,
então toco a campainha, mas já disse que era muito mau chegar tarde, então…. [afinal a
catequese acabou e eu ainda estava à porta a duvidar sobre o que é que havia de fazer]
 Uma pessoa que segue uma consciência duvidosa está a agir mal.

Se temos dúvidas sobre o que devemos fazer, podemos resolvê-la ainda sem saber se o que
decidimos será a opção melhor de todas.
Exemplo: Mandaram-me tirar o lixo aos contendores. Ao sair do prédio tive um pequeno
acidente e bati na cabeça de tal maneira que fiquei esquecido da cor correspondente ao
contendor de plásticos e metais. Onde é que eu tiro o saco dos plásticos? Afinal decido deixar o
saco por cima da tampa dum contendor qualquer, voltar á porta do prédio e perguntar aos
meus pais. Assim que soube da resposta, regressei e tirei aquele saco no contendor
correspondente.

DEVEMOS ACEITAR SEMPRE A CONSCIÊNCIA DOS OUTROS?


Se outra pessoa agir com uma consciência recta, verdadeira e certa, deveremos respeitar as suas decisões.

Se agir com uma consciência recta, invencivelmente errada e certa, devemos respeitar as suas intenções
mas devemos esclarecê-la assim que possível.

Nos outros casos todos, deveremos respeitar as pessoas, claro, mas as suas acções seriam contrárias a uma
boa consciência.

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