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PRÉ-REQUISITOS-2
Controlo de pragas

Objetivos
• Adquirir conhecimentos básicos sobre os principais tipos
de pragas que podem estabelecer-se em instalações
agroalimentares
• Compreender a importância do controlo de pragas para a
Garantia da Segurança Alimentar
• Discutir os principais métodos de controlo de pragas

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Conteúdos

• Introdução
• Definição de pragas
• Tipos de pragas
• Perigos associados às pragas
• Métodos de controlo de pragas
• Deteção e monitorização de pragas
• Eliminação de pragas
• O controlo de pragas na legislação
europeia

1. Definição de praga

• Qualquer animal ou planta que, quando presente em


números suficientes nas instalações de uma empresa
alimentar, apresenta uma probabilidade não
negligenciável de contactar com os alimentos nelas
produzidos e contaminá-los, podendo assim causar
efeitos adversos aos consumidores

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• Riscos associados às pragas:


• Disseminação de doenças – podem atuar como “cavalos de Tróia” em
relação aos patógenos
• Danos nas instalações da empresa – podem, inclusivamente, danificar
instalações elétricas e outros elementos que ponham em risco a
segurança do pessoal
• Contaminação das superfícies de contacto com os alimentos e das
matérias-primas alimentares
• Contaminação dos alimentos prontos a comer
• Problemas com as entidades competentes – que podem até conduzir
ao encerramento da empresa
• Danos na reputação da empresa

A probabilidade de infestações nas instalações


das empresas alimentares e o tipo de pragas
envolvidas depende de:
• A natureza dos processos produtivos que a empresa
aplica
• A natureza das matérias-primas e dos produtos acabados
• O estado de manutenção e de higiene do equipamento e
instalações
• A localização da empresa e as condições da sua área
envolvente
• A eficácia dos métodos preventivos usados no combate
às infestações

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2. Tipos de pragas
• As pragas mais comuns nas empresas alimentares são:
• Pássaros – pombos, gaivotas, pardais…
• Mamíferos – roedores (ratazanas, ratos), morcegos…
• Insetos
• Rastejantes – baratas, formigas, …
• Voadores – moscas, mosquitos, …

3. Perigos associados às pragas


• As pragas funcionam como cavalos de
Tróia – podem transportar patógenos à
superfície e no interior dos seus corpos
(TGI, secreções, excreções)
• Podem danificar as embalagens do produto
– estas deixam de funcionar como barreiras
contra a contaminação
• Os seus excrementos e partes do corpo
constituem perigos físicos quando
presentes nos alimentos

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As pragas como veículos de


contaminação – Ratazanas & ratos
• Yersinia pestis
• Leptospira
• Rickettsia
• Salmonella
• Trichinella spiralis
• hantavirus

As pragas como veículos de


contaminação – moscas
• Brucella
• Campylobacter
• Escherichia coli
• Klebsiella
• Salmonella
Calliphora spp. Fannia canicularis Musca domestica
• Streptococcus
• Staphylococcus
• Vibrio cholerae
• Various viruses

Drosophila spp. Sarcophaga carnaria

Phoridae flies
Psychodidae spp.

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As pragas como veículos de


contaminação – Baratas
• Salmonella
• Shigella
• Vibrio cholerae
• Poliovirus

Blatta orientalis

Periplaneta americana Supella longipalpa Blattella germanica

As pragas como veículos de


contaminação – Aves
• Pseudotuberculosis
• Toxoplasmosis
• Salmonelosis
• Encephalitis
• E. coli O157:H7

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Outros tipos de pragas também


podem veicular patógenos:
• Insetos que infestam
produtos:
• Formigas
• Gorgulhos
• Escaravelhos
• Traças
• Ácaros

4. Metodologias de controlo das pragas


• O controlo de pragas pode incluir
• Medidas preventivas
• Objetivo – minimizar as possibilidades de as pragas entrarem e
infestarem as instalações da empresa
• Medidas corretivas
• Objetivo – eliminar quaisquer pragas que tenham conseguido entrar e
infestar a empresa

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Medidas preventivas

• Para prosperarem, as pragas necessitam de:


• Alimento
• Água
• Lugares para se esconderem
• Para evitar a infestação com pragas, basta negar-lhes
estas necessidades básicas

Medidas preventivas
• Portas de entrada para as pragas nas
instalações alimentares
• Pelos seus próprios meios (voando, rastejando, …)
• Entrada com as matérias-primas e outros materiais
necessários
• Nos veículos de transporte
• Com o equipamento
• Com o pessoal

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Portais de entrada para pragas

Entrada pelos seus próprios meios


• Aproveitando aberturas que as instalações da empresa
possam ter – portas, janelas, canalizações de esgoto,
tubagens de ventilação, etc.
• Manter fechadas as portas e janelas, exceto quando
estritamente necessário
• Evitar a existência de frestas entre estas aberturas e o
pavimento
• Manter os ralos de esgoto sempre tapados

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Entrada com as matérias-primas


• A infestação pode provir da presença de pragas nas matérias-
primas e nos seus materiais de embalagem
• A remoção das embalagens secundárias no exterior da área
de produção dos alimentos é uma boa prática – minimiza a
entrada de pragas nas áreas mais sensíveis das instalações
da empresa

Entrada com os veículos de transporte


• Também podem introduzir pragas (principalmente insetos,
mas também roedores)

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No equipamento
• Higienizar todo o equipamento, mesmo aquele que não
está a ser usado presentemente, para evitar que atraia
pragas e para não permitir que se instalem no seu interior

Com o pessoal
• Situação rara
• Pragas transportadas na roupa (principalmente traças)
• Mais uma razão para usar apenas roupa especialmente
dedicada (fardamentos) no interior das instalações da
empresa

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Medidas preventivas para o controlo das


pragas
• Dois tipos:
• Aplicação de barreiras físicas
• Minimização das condições ambientais favoráveis

Aplicação de barreiras físicas


• Manter portas e janelas fechadas e
protegidas de forma adequada
• Garantir que todas as aberturas
identificadas são protegidas de forma
adequada e que não irão constituir portas
de entrada para pragas
• Colocar grelhas de proteção nos esgotos
• Colocar redes ou cortinas de proteção
nas portas exteriores das instalações
• Colocar cortinas de tiras plásticas ou
cortinas de ar nas portas de acesso do
pessoal e de equipamentos como
empilhadoras

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• Usar portas que fechem e abram automaticamente


• Usar proteções adequadas (grelhas ou redes) nas
aberturas de entrada e saída de sistemas de tubagens
(sistema de águas residuais, sistema de ventilação)
• Vedar os terrenos circundantes

Minimizar as condições ambientais


favoráveis
• Tornar as instalações da empresa pouco atraentes para as
pragas
• Ter um plano de higiene adequado e cumpri-lo à risca
• Deixar espaço suficiente para se poder higienizar bem o equipamento
• Eliminar os espaços mortos no equipamento, onde se podem
acumular restos de alimentos e outros resíduos

E sou eu quem vai ter


que limpar isto durante
os próximos 20 anos!!!
Qual foi a ideia???!!!

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Minimizar as condições ambientais


favoráveis
• Tornar as instalações da empresa pouco
atraentes para as pragas
• Cumprir rigorosamente as regras de higiene
pessoal, especialmente no que diz respeito ao
uso de roupa e calçado dedicados (fardamento)
• Limitar o acesso das pragas aos alimentos,
providenciando a existência de condições
adequadas para a embalagem, remoção das
embalagens e armazenagem dos produtos
acabados e dás suas matérias-primas
• Embalagens herméticas e à prova de pragas
• Armazenadas longe das paredes e a, pelo menos,
20 cm do chão

• Retirar das instalações quaisquer materiais ou equipamentos


que não estejam em uso – constituem esconderijos para as
pragas
• Limpar bem os esgotos, de modo a não existirem
entupimentos que constituam obstáculos que permitam a
acumulação de águas das chuvas ou de águas residuais
• Manter a envolvente externa às instalações limpa e arrumada
• Não deixar lixo à volta da empresa
• Não armazenar material obsoleto
• Eliminar as ervas daninhas, que constituem esconderijos para as
pragas
• Não deixar que a água forme poças (para evitar a proliferação de
insetos e roedores)

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• Remover todos e quaisquer resíduos sólidos das áreas


de produção e armazená-los em condições adequadas
• Longe de portas e janelas
• Em contentores fechados

Medidas corretivas
• As medidas preventivas permitem conseguir uma redução
substancial na probabilidade de ocorrência de infestações por
pragas, mas não garantem a proteção total
• Quando se detetam pragas, estas devem ser prontamente
eliminadas
• As medidas corretivas começam por uma avaliação preliminar
das instalações
• Que praga está a causar problemas?
• Em que área da empresa se localizam
• Quais são as medidas mais eficientes para o seu controlo?
• Que riscos para pessoal e para a saúde pública representam?
• Que ações devem ser implementadas de forma a minimizar os perigos
para a saúde pública que a implementação das metodologias de
controlo exigem?

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Deteção e monitorização de pragas em


instalações alimentares
• Para manter as pragas sob controlo, é necessário que as
empresas do sector alimentar consigam detetar eventuais
infestações a tempo, antes que estas possam vir a causar
riscos para o seu produto e, consequentemente, para os seus
consumidores
• Examinar com regularidade as instalações da empresa (todas
as suas áreas, desde os armazéns à secretária, de modo a
conseguir detetar sinais de infestação
• Inspeção visual para detetar as próprias pragas ou sinais recentes da
sua passagem (excreções, marcas de mordedura, ninhos, ovos, etc.)
• Odores e ruídos

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• As aves representam uma fonte comum de patógenos,


pelo que não devem ser esquecidas enquanto pragas
• Dar especial atenção às que fazem ninhos perto dos locais onde o
sistema de ventilação puxa o ar para dentro do edifício
• Todas as pessoas da empresa devem estar despertas
para o problema das pragas e devem alertar a gestão da
sua presença ou de sinais que a indicam
• Para isso, todos devem receber formação sobre o
controlo de pragas

• As aves podem ser uma fonte de


patógenos, por isso o seu papel
como pragas não deve ser
esquecido
• Dar especial atenção às que nidificam
perto das entradas e saídas de ar

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5. Eliminação das pragas


• Através da ação física de equipamento especializado
• Tratando a área com agentes de controlo químicos ou
biológicos
• Necessária a intervenção de empresas especializadas –
conhecimentos aprofundados sobre a biologia das pragas, bem
como sobre a segurança na aplicação dos tratamentos
• Se um produtor de alimentos contratar uma empresa, a
responsabilidade de fazer e implementar um programa de
monitorização e controlo das pragas continua a ser sua

Exemplos de equipamento e métodos para a


eliminação de pragas

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Mesmo quando subcontratam serviços especializados, as


empresas agroindustriais precisam de:
• Saber onde se situam os iscos e materiais de deteção (para roedores, insetos
rastejantes, etc.), bem como a localização de todos, os insetocutores e
armadilhas)
• Conhecer o programa de manutenção aplicável a todas as estações de deteção,
iscos, insetocutores e armadilhas
• Saber que produtos químicos (roedores, inseticidas) que foram aplicados nas
instalações
• Possuir todas as folhas técnicas e de segurança de todos os produtos de
controlo de pragas aplicados
• Saber como lidar com uma potencial intoxicação com cada um destes produtos
• Possuir autorização da Direção Geral da Saúde (em Portugal) para aplicar estes
produtos nas instalações
• Conhecer e documentar todas as ocorrências de deteção de pragas nas
instalações da empresa
• Possuir cópias de todos os relatórios emitidos pela empresa certificada de
controlo de pragas, indicando todas as pragas que foram detetadas, localizando
as suas áreas de atividade e todos os eventos de aplicação de pesticidas
(incluindo nome dos princípios ativos e dosagem de aplicação)

Se é a própria empresa que faz (total ou


parcialmente) o controlo de pragas nas
suas instalações, deve possuir ainda:
• Procedimentos operacionais padrão para a aplicação de
pesticidas pelo seu pessoal
• Relatórios de todos os problemas relacionados com
pragas nas suas instalações e equipamentos,
descrevendo as ações corretivas implementadas

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Para além disso:


• As empresas do sector alimentar também devem possuir
registos das atividades de controlo de pragas que
levaram a cabo e devem ser capazes de os utilizarem
para efeitos de verificação (interna ou externa)

As empresas alimentares devem ser capazes de usar os


resultados da monitorização e controlo de pragas para:
• Avaliar se a distribuição das suas estações/pontos de
controlo de pragas, quer no interior quer nos exterior das
suas instalações, é adequado
• Avaliar se a frequência de monitorização e controlo
estabelecida é suficiente para garantir uma boa cobertura
do equipamento e instalações
• Identificar a necessidade de implementar ações
corretivas, nomeadamente no que diz respeito à estrutura
física das instalações e sua envolvente
• Analisar o calendário de manutenção das estações ou
pontos de monitorização e controlo de pragas

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Em conclusão: como pode uma empresa do sector


alimentar excluir as pragas?

• Minimizar abrigo e alimento disponível para


elas
• Tornar os seus edifícios à prova de pragas
• Usar boas práticas (organização, higiene,
bom estado de manutenção das instalações
e equipamento) no seu funcionamento diário
• Controlar as condições de armazenagem
das matérias-primas e alimentos
• Praticar uma gestão adequada dos seus
resíduos

Legislação europeia relativa ao controlo


de pragas
• Regulamento no. 852/2004 do Parlamento e do Conselho
Europeu, sobre a higiene dos produtos alimentares
• Anexo I, art.º 4º, alínea f)
• Art.º 5º, alínea e)
• Art.º 8.º, alínea b)
• Parte B, Art.º 2.º, alínea h)
• Capítulo I, n.º 2, alínea c)
• Capítulo III, n.º 1
• Capítulo VI, n.º 3
• Capítulo IX, alínea 4

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Bibliografia para estudo

• Baptista, P. 2003. Higienização de Equipamentos e


instalações na indústria agro-alimentar. Forvisão
• Principles of Food Sanitation, 5th Ed.
Marriott & Gravani, 2006. Springer, USA
• Chartered Institute of Environmental Health, USA. 2009.
Pest control procedures in the food industry.

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