You are on page 1of 43

Introdução

Folheações
Folheações e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Condições espectral e de Palais-Smale para


injetividade global de difeomorfismos locais em
R2

Raildo Santos de Lima


Orientador: Jean Venato Santos

Universidade Federal de Uberlândia - UFU

25 de Março de 2014

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

O objetivo deste trabalho é apresentar duas condições suficientes


para que difeomorfismos locais de R2 em R2 sejam globalmente
injetivos. Para isso serão necessárias ferramentas de Teoria das
Folheações.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Conjectura Jacobiana
Folheações e injetividade global
Resultados principais
Demonstração dos resultados
Comentário final

Aplicando o Teorema da Função Inversa numa aplicação X :


Rn −→ Rn , de classe C k , tal que DX(p) : Rn −→ Rn é iso-
morfismo em todo p ∈ Rn , tem-se que X é um difeomorfismo
local. Porém, nem sempre X é um difeomorfismo global de Rn
em X(Rn ).
Problemas relacionados à injetividade global aparecem em várias
áreas da matemática e da fı́sica. Com isso, é de interesse dos ma-
temáticos encontrar condições para que uma aplicação, de uma
determinada classe, seja injetiva. Nesse sentido, foram formula-
das várias conjecturas, na qual a mais famosa delas é a Conjectura
Jacobiana enunciada por Ott-Heinrich Keller em 1939 permane-
cendo em aberto até hoje.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Conjectura Jacobiana
Folheações e injetividade global
Resultados principais
Demonstração dos resultados
Comentário final

Conjectura Jacobiana
Seja X : Kn −→ Kn , onde K = R ou C, uma aplicação polinomial
com det JX ≡ c ∈ K∗ . Então X é bijetiva.

Sendo X polinomial, por Bialynicki-Birula e Rosenlicht, em 1962,


injetividade implica em sobrejetividade. E sendo det JX um po-
linômio de n variáveis complexas det JX ≡ c ∈ C∗ equivale a
det JX 6= 0. Assim pelo Teorema da Função Inversa a Conjec-
tura Jacobiana pode ser enunciada por:

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Conjectura Jacobiana
Folheações e injetividade global
Resultados principais
Demonstração dos resultados
Comentário final

Conjectura Jacobiana
Seja X : Kn −→ Kn , onde K = R ou C, uma aplicação polinomial
com det JX ≡ c ∈ K∗ . Então X é bijetiva.

Sendo X polinomial, por Bialynicki-Birula e Rosenlicht, em 1962,


injetividade implica em sobrejetividade. E sendo det JX um po-
linômio de n variáveis complexas det JX ≡ c ∈ C∗ equivale a
det JX 6= 0. Assim pelo Teorema da Função Inversa a Conjec-
tura Jacobiana pode ser enunciada por:
Conjectura Jacobiana
“Todo difeomorfismo local polinomial de Cn em Cn é um difeo-
morfismo global”.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Conjectura Jacobiana
Folheações e injetividade global
Resultados principais
Demonstração dos resultados
Comentário final

Resultados principais

Teorema A
Seja X : R2 −→ R2 uma aplicação diferenciável (não necessaria-
mente C 1 ). Se, para algum ε > 0, Spec(X)∩ [0, ε) = ∅, então X
é globalmente injetiva.

Teorema B
Seja X = (f, g) : R2 −→ R2 uma aplicação, de classe C 1 , tal que,
0 ∈
/ Spec(X). Se f ou g satisfaz a condição de Palais-Smale,
então X é globalmente injetiva.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Noção intuitiva de folheação
Folheações e injetividade global
Exemplo de folheações
Demonstração dos resultados
Comentário final

Para cada c ∈ Rm−n fixado, o plano,


Rn × {c}
pode ser visto como uma “folha” em Rm . Ao variar c ∈ Rm−n
podemos decompor Rm como Rm = Rn × Rm−n .
Iz

Ic
Iy

Ix
Figura : Folheação por planos de R3 .
Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Noção intuitiva de folheação
Folheações e injetividade global
Exemplo de folheações
Demonstração dos resultados
Comentário final

Seja f : U ⊂ Rm+n −→ Rm uma submersão, de classe C r com


r ≥ 1, no aberto U . Então f induz uma folheação F em seu
domı́nio U , tal que as folhas são as componentes conexas das
superfı́cies de nı́vel f −1 (c), com c ∈ f (U ) ⊂ Rm .
Trabalharemos com difeomorfismos locais X = (f, g) : R2 −→
R2 . Neste caso, cada função coordenada de X é uma submersão
e induz uma folheação em seu domı́nio.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Noção intuitiva de folheação
Folheações e injetividade global
Exemplo de folheações
Demonstração dos resultados
Comentário final

Considere a aplicação X = (f, g) : R2 −→ R2 definida por,

f (x, y) = ey (1 − x2 ) e g(x, y) = −ey x.

A matriz Jacobiana de X é dada por,

−2xey ey (1 − x2 )
 
JX(x, y) = .
−ey −xey

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Noção intuitiva de folheação
Folheações e injetividade global
Exemplo de folheações
Demonstração dos resultados
Comentário final

f −1 (0) f −1 (0)
Figura : Folheações induzidas pela f e g, respectivamente.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

A sequência dos resultados a seguir mostrará que, dado uma


aplicação X = (f, g) : R2 −→ R2 diferenciável tal que, para
todo p ∈ R2 , DX(p) é não singular, as folheações F(f ) e F(g),
induzidas pelas componentes de X são transversais. Note que a
condição de DX(p) ser não singular, para todo p ∈ R2 , equivale,
pelo Teorema da função inversa a X ser difeomorfismo local, o
que ainda é equivalente a 0 ∈
/ Spec(X).

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Teorema (Černavskii)
Seja U um aberto de R2 e X = (f, g) : U −→ R2 uma aplicação
diferenciável tal que, para todo p ∈ U , DX(p) é não singular.
Então, para todo p ∈ U , existem uma visinhança V = V (p) e
ε = ε(p) > 0 tais que,

X|V : V −→ (f (p) − ε, f (p) + ε) × (g(p) − ε, g(p) + ε) ,

é um homeomorfismo.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Como consequência do Teorema anterior obtemos:


Corolário
Seja X = (f, g) : U −→ R2 uma aplicação diferenciável tal que,
U ⊂ R2 é um aberto simplesmente conexo e 0 ∈ / Spec(X). Então
as curvas de nı́vel {f = constante} constituem uma folheação,
de classe C 0 , F(f ), sobre U sem singularidades, tal que, se L
é uma folha de F(f ), então g|L é estritamente monótona. Em
particular, F(f ) e F(g) são transversais.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Definição
Sejam a > 0 e σ, γ : [−a, a) −→ R2 , curvas injetivas, de classe C 0
tais que, σ(0) = γ(0) = (0, 0). Diz-se que γ é transversal a σ em
σ(0) = γ(0) se existem ε > 0, vizinhanças V e U de (0, 0) em R2
e um homeomorfismo H : V −→ U tal que, para todo t ∈ R com
|t| < ε, tem-se,

H ◦ σ(t) = (t, 0) e H ◦ γ(t) = (t, t).

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Definição
Sejam a > 0 e σ, γ : [−a, a) −→ R2 , curvas injetivas, de classe C 0
tais que, σ(0) = γ(0) = (0, 0). Diz-se que γ é tangente a σ em
σ(0) = γ(0) se existem ε > 0, vizinhanças V e U de (0, 0) em R2
e um homeomorfismo H : V −→ U tal que, para todo t ∈ R com
|t| < ε, tem-se,

H ◦ σ(t) = (t, 0) e H ◦ γ(t) = (t, Φ(t)),

onde Φ(t) ≥ 0 e Φ(0) = 0. Além disso, se for possı́vel tomar


Φ(t) = |t|, diz-se que a tangência é genérica.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

γ γ

σ σ
Tangente Transversal
Figura : Curvas tangente e transversal.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

A fim de introduzir o conceito de meia componente de Reeb,


considere a aplicação h0 : R2 −→ R dada por h0 (x, y) = xy e o
conjunto,
B = {(x, y) ∈ [0, 2] × [0, 2]; 0 < x + y ≤ 2}.

B1 B3

0 B2 2

Figura : Conjunto B.
Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

A
2 H

γ
0 2

Figura : Meia componente de Reeb.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Proposição 1
Seja X = (f, g) : R2 −→ R2 uma aplicação diferenciável tal que
0∈/ Spec(X). Se X não é injetiva, então tanto F(f ) quanto F(g)
possuem meias componentes de Reeb.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Suponhamos X não injetiva e que F(f ) não tenha mcR.

p2
α1 ,α2 ∈ F(f )
X(p1 ) = X(p2 ) = 0
p1 6= p2
p1

α1 α2

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Ir γ2 Ir r′ γ2
p2 p2
Γ Γ

γ1 γ1 α
α α′

p1 p1

α1 α2 α1 α2

É possı́vel aproximar α ∪ γ2 por um arco, de forma que possua


menos tangências com F(f ) do que Γ. F(f ) é tangente à Γ em
algum ponto q 6= {p1 , p2 }.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Trajetórias F(f ) em torno de q.


(
p T : [p, q] −→ [q, T (p)]
q T (q) = q
(
Γ
T (p) A famı́lia {[x, T (x)]f ; x ∈ (p, q)}
depende continuamente de x e
tende à {q} quando x → q
L

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

{p, T (p)} ∩ {p1 , p2 } =


6 {p}
Suponha p = p1 . Considere α3 ⊂ F(f )
contendo T (p). Como f (p1 ) = f (p) =
f (T (p)), tem-se que, α3 ∩ α2 = ∅ e
p1 p̃ α3 ∩ α1 = ∅. Veja que, α3 , α1 e uma
p q porção adequada de Γ, compõem faces
q̃ de uma meia componente de Reeb. É
p2 claro que α3 ∩ (p, q) = ∅. Também, se
α3 ∩ [q, T (p)) 6= ∅, então existiria alguma
α1 folha de F(f ) tangente à Γ em (q, T (p)) o
L que violaria a definição do intervalo [p, q].
α2

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Com toda essa construção, não existirá um arco de trajetória


[p, T (p)]f de F(f ) conectando p e T (p) de maneira que a famı́lia
{[x, T (x)]f ; x ∈ (p, q]} se aproxime continuamente de [p, T (p)]f ,
quando x → p.

p1
q {p, T (p)} ∩ {p1 , p2 } = ∅
Caso contrário, α1 = α2
Γ
p2

α1
L
α2
Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Proposição 2
Seja X = (f, g) : R2 −→ R2 uma aplicação diferenciável não
injetiva tal que 0 ∈
/ Spec(X). Seja A uma mcR de F(f ) e
considere a aplicação,

(fθ , gθ ) = Rθ ◦ X ◦ R−θ , θ ∈ R.

Se π1 (A) é limitada, onde π1 : R2 −→ R é a projeção na


primeira coordenada, então existe ε > 0 tal que, para todo
θ ∈ (−ε, ε) \ {0}, F(fθ ) tem uma mcR, denotada por Aθ , tal
que π1 (Aθ ) é um intervalo de comprimento infinito.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final


Dado θ ∈ R tal que, θ 6= para todo m ∈ Z. A folheação
2
F(fθ ) é transversal a Rθ (F(f )).
Se α : (a, b) −→ R2 é uma curva injetiva contida numa folha de
F(f ), então,

fθ (Rθ ◦ α(t)) = cos(θ)f (α(t))− sen(θ)g(α(f )),

que é estritamente monótona pois, f (α(t)) é uma função cons-


tante, g(α(t)) é estritamente monótona e sen(θ) 6= 0. Isto é,
Rθ (α(t)) é transversal aos nı́veis de fθ .
Se nenhuma das faces compactas de Aθ estivessem contidas em
Rθ (A), alguma folha de F(fθ ) teria uma tangência com alguma
folha de Rθ (A), o que violaria a transversalidade anterior.
Portanto, uma das faces não compactas de Aθ deve estar contida
em Rθ (A), o que implica que π1 (Aθ ) é um intervalo de compri-
mento infinito. 
Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Folheações transversais
Folheações e injetividade global
mcR e injetividade global
Demonstração dos resultados
Comentário final

Observação
No primeiro artigo estudado, “Global asymptotic stability for dif-
ferentiable vector fields of R2 ”, de A. Fernandes, C. Gutierrez e
R. Rabanal trata da condição espectral para injetividade global
(Teorema A). Aqui, trabalha-se com a noção de mcR.

No segundo artigo estudado, “Global Injectivity of C 1 Maps of


the Real Plane, Inseparable Leaves and the Palais-Smale Con-
dition”, de C. Gutierrez, X. Jarque, J. Llibre e M. A. Teixeira
trata da condição de Palais-Smale para injetividade global. Aqui,
trabalha-se com a noção de folhas inseparáveis.

Em suma, mcR e folhas inseparáveis representam o mesmo objeto


geométrico.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Antes de apresentar a demonstração do Teorema A, precisamos


do seguinte resultado mais fraco de injetividade.
Teorema
Seja X = (f, g) : R2 −→ R2 uma aplicação diferenciável. Se para
algum ε > 0, Spec(X) ∩ (−ε, ε) = ∅, então X é injetiva.

Suponha X não injetiva. Pela Proposição 1, F(f ) possui uma


mcR, A. Seja π1 : R2 −→ R a projeção ortogonal na primeira
coordenada. Pode ser assumido que π1 (A) seja um intervalo ili-
mitado. Caso contrário, pela Proposição 2 podemos conjugar X
com uma rotação rı́gida.
Suponha que [b, ∞) ⊂ π1 (A). Assim, se a > b é suficientemente
grande temos:

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

αx
x é o máximo do conjunto π1 (αx )
H : (a, ∞) −→ R
H(x) = sup {y ∈ R; (x, y) ∈ αx ∩ π1−1 (x)}

a x
Defina, ϕ(x) = f (x, H(x)) (contı́nua, monótona e limitada quando
restrita a (a, d]).
Tome ε > 0 da definição da continuidade de ϕ no ponto x0 em
que, αx0 é uma folha de F(f ) dentro da mcR.
Dessa forma, ϕ′ (x) = fx (x, H(x)) ≥ ε e fy (x, H(x)) = 0.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Portanto,

ϕ′ (x)
 
0
DX (x, H(x)) = ,
gx (x, H(x)) gy (x, H(x))

logo, ϕ′ (x) é autovalor de DX(x, H(x)).


Pelas hipóteses: Spec(X)∩(−ε, ε) e ϕ ser estritamente crescente,
tem-se que ϕ′ (x) ≥ ε. Como f |A é limitada, então ϕ é limitada.
Assim, existe uma constante K > 0 tal que, para todo x > a,
ϕ(x) − ϕ(a) < K. Tome c > a de forma que (c − a)ε > K. Tome
c > a de forma que (c − a)ε > K.
Dessa forma,
Z c Z c

K > ϕ(c) − ϕ(a) ≥ ϕ (x) dx ≥ ε dx = (c − a)ε > K
a a


Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Lema
Seja X : R2 −→ R2 uma aplicação diferenciável tal que 0 ∈ /
Spec(X). Dado t ∈ R, considere Xt : R2 −→ R2 a aplicação
definida por, Xt (p) = X(p)−tp. Se existir uma sequência {tm } de
números reais convergindo para zero tal que, todas as aplicações
Xtm : R2 −→ R2 sejam injetivas, então X é injetiva.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Demonstração.
Escolha p1 , p2 ∈ R2 tais que X(p1 ) = X(p2 ) = q. Deve-se mostrar
que p1 = p2 . Pelo Teorema de Černavskii, pode-se encontrar
vizinhanças U1 , U2 e V de p1 , p2 e q, respectivamente, tais que,
para i ∈ {1, 2}, X|Ui : Ui −→ V seja um homeomorfismo e U1 ∩
U2 = ∅. Se m é suficientemente grande, então Xtm (U1 )∩Xtm (U2 )
conterá uma vizinhança W de q. Desse modo, para todo ω ∈ W ,
#Xt−1m
(ω) ≥ 2. De acordo com as hipóteses, esta contradição
prova o lema.

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Demonstração do Teorema A
Afirma-se que para todo t ∈ (0, ε), a aplicação Xt : R2 −→ R2 ,
dada por Xt (x) = X(x) − tx é injetiva.
De fato, como DXt (p) = DX(p) − tI, onde I denota a aplicação
identidade em R2 , obtém-se que o polinômio caracterı́stico de
DXt (p) é dado por Pt (λ) = det(DX(p) − (t + λ)I) = P (t + λ),
onde P é o polinômio caracterı́stico de DX(p). Assim, fazendo
0 < a < min{t, ε − t} temos:
Se t + λ > ε, então λ > ε − t > a;
Se t + λ < 0, então λ < −t < −a.
Ou seja, Spec(Xt )∩(−a, a) = ∅. 

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Observação
O Teorema A não garante a Conjectura Jacobiana, pois por
exemplo, a aplicação X(x, y) = (−y, x + y n ).
Note que X tem derivada,
 
0 −1
DX(x, y) = ,
1 ny n−1
com determinante Jacobiano constante igual a 1. Porém, X é tal
que Spec(X) = S 1 ∪ (R \ {0}).

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Definição (Condição de Palais-Smale)


Sejam f : R2 −→ R uma aplicação, de classe C 1 , e c ∈ R. Dize-
mos que f satisfaz a condição de Palais-Smale, (ou simplesmente,
satisfaz (PS)), no nı́vel c se toda sequência {pn } em R2 satisfa-
zendo,
(P1 ) f (pn ) → c;
(P2 ) k∇f (pn )k → 0, quando n → ∞,
possui uma subsequência convergente.

Se f satisfaz (PS) para todo c ∈ R, então dizemos simplesmente


que f satisfaz (PS). Nota-se que quando f é uma submersão (isto
é, ∇f 6= (0, 0) em todo R2 ), a condição de Palais-Smale pode ser
definida da seguinte forma: Para toda sequência pn → ∞ em R2
satisfazendo f (pn ) → c, com c ∈ R, tem-se que existe ε > 0 tal
que k∇f (pn )k > ε para todo n.
Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Teorema
Seja f : R2 −→ R uma aplicação, de classe C 1 , com gradiente
diferente de zero em todo ponto de R2 . Se f satisfaz (PS), então
F(f ) não possui mcR.

Assuma que F(f ) possui mcR (e ∇f (p) 6= 0 para todo p ∈ R2 ).

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

replacemen

p q
123p1 q1
123
Σp Σq

Seja Ω o subconjunto da região canônica associada às faces não


compactas da mcR passando por p e q. Note que Ω é um conjunto
ilimitado e aberto. Além disso, pode ser assumido que f toma
valores estritamente menores do que c em Ω. Observe que f
assume o valor c somente nas órbitas passando por p e q, ou seja,
nas faces não compactas da mcR, e talvez em outras componentes
diferentes de Raildo
Ω . Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Considere uma sequência crescente de raios {δi }, com δi ∈ R, e a


correspondente sequência de bolas Bδi (0) centradas na origem. É
claro que pode-se escolher uma sequência de tal forma que para
cada bola, pode-se escolher um ponto ri em Ω∩(Bδi (0)\Bδi−1 (0))
e sendo f (ri ) uma sequência estritamente crescente. É claro que
f (ri ) → c quando i → ∞.
Para cada ponto ri considere a trajetória φt (ri ) do campo gra-
diente passando por ri quando t ∈ − 41 , 14 . Se tal curva não
estiver inteiramente contida em Ω, pode-se mudar o ponto ri por
φ− 1 (ri ), que certamente encontra-se em Ω. Neste caso, por cons-
4
trução, a trajetória do campo gradiente passando por tal ponto
está contida em Ω, para todo t ∈ (− 14 , 14 ). Por simplicidade,
denotamos tais pontos novamente por ri .

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

ri

.
.
.

r2

r1
p p1 q1 q

Figura : Curva C.

É claro que, C tem que cruzar todas as curvas de nı́vel f =


{constante} em Ω. Além disso, pode-se assumir que ri = g(i),
com i ≥ 0.
Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Considere uma curva parametrizada C, de classe C 1 , em Ω, pas-


sando através de todos os pontos ri′ s e que coincida com a curva
gradiente em todos estes pontos. Consequentemente C pode ser
estendido como imagem de uma função g : R −→ Ω tal que
kg′ (t)k = 1 (parametrizada por comprimento de arco).
Agora vamos aplicar o teorema do valor médio na função h :
R −→R dada por h(t) = f (g(t)), ao redor de cada i nos intervalos
1 1
Ii = i − , i + para i = 1, 2, · · · . Consequentemente, para
4 4
cada i tem-se que,
     
1 1 ′ 1 1 1
h i+ =h i− +h (ci ) = h i − + ∇f (g (ci )) g′ (ci ) .
4 4 8 4 8

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Condição espectral para injetividade
Folheações e injetividade global
Condição de Palais-Smale para injetividade
Demonstração dos resultados
Comentário final

Como h′ (ci ) −→ 0 quando i −→ ∞, tem-se que kh′ (ci )k −→ 0


quando i −→ ∞. Desde que,

∇f (g (ci )) g′ (ci ) = k∇f (g (ci ))k g′ (ci ) cos θ,


e kg′ (ci )k = cos θ = 1, temos que a sequência, g(ci ), para i > 0


satisfaz f (g(ci )) −→ c (desde que g(ci ) pertence à curva ilimitada
C), e k∇f (g (ci )) k −→ 0, contradizendo o fato de f satisfazer
(PS). Tal contradição prova o teorema. 

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014


Introdução
Folheações
Folheações e injetividade global Fim
Demonstração dos resultados
Comentário final

Globalmente injetiva
Exemplo 4.3

F (f ) ou F (g) não possui mcR


Exemplo 4.2

Spec(X)∩[0, ε) = ∅ f (PS) ou g (PS)


Exemplo 4.6
Exemplo 4.5 Exemplo 4.8

f (PS) e g (PS)
Spec(X)∩(−ε, ε) = ∅
I
Exemplo 4.7 Exemplo 4.1

Figura : Diagrama de Venn da coleção de exemplos.


Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014
Introdução
Folheações
Folheações e injetividade global Fim
Demonstração dos resultados
Comentário final

Obrigado!

Raildo Santos de Lima Uberlândia - MG 25/03/2014

You might also like