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Objectivo:
9 É de assegurar que as primeiras DFs de uma entidade de acordo com as NCRF,
contenham informação que:
– Seja transparente para os utentes;
– Seja comparável em todos os períodos apresentados;
– Proporcione um ponto de partida conveniente para a contabilização segundo as NCRF; e
– Possa ser gerada a um custo que não exceda os benefícios para os utentes.
Âmbito:
9 Uma entidade deve aplicar esta NCRF nas suas primeiras DFs de acordo com as
NCRF;
9 As primeiras DFs de uma entidade de acordo com as NCRF são as primeiras DFs
anuais nas quais a entidade adopta as NCRF, para o que emite uma declaração
explícita.
Políticas contabilísticas:
9 Devem ser usadas as mesmas políticas contabilísticas, de acordo com as NCRF, no
seu balanço de abertura e nas suas primeiras DFs.
9 Deve, no seu balanço de abertura, de acordo com as NCRF:
– Reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja exigido pelas NCRF;
– Não reconhecer itens como activos ou passivos se as NCRF não permitirem esse
reconhecimento;
– Reclassificar itens que reconheça segundo os PCGA anteriores como um tipo de activo,
passivo ou componente do capital próprio, mas que são um tipo diferente de activo,
passivo ou componente de capital próprio segundo as NCRF
– Aplicar as NCRF na mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos.
Políticas contabilísticas:
9 Os ajustamentos resultantes derivam de acontecimentos e transacções anteriores à
data da transição para as NCRF.
9 Esses ajustamentos devem ser reconhecidos:
– Directamente nos resultados retidos;
ou
– Se apropriado, noutro item do capital próprio.
À data da transição para as NCRF
Excepções:
9 São estabelecidas duas excepções ao princípio de que o balanço de abertura de
acordo com as NCRF deve estar conforme com cada NCRF:
– Isenções de alguns requisitos de outras NCRF; e
– Proibições à aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras NCRF
Excepções (Isenções):
9 Em função das situações concretas que se venham a verificar nas operações de
transição de cada entidade, esta pode optar pelo uso das isenções seguintes:
– Concentrações de actividades empresariais;
– Justo valor ou revalorização como custo considerado;
– Benefícios dos empregados;
– Diferenças de transposição cumulativas;
– Instrumentos financeiros compostos;
– Activos e passivos de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
– A designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos;
– Locações; e
– Mensuração pelo justo valor de activos ou passivos financeiros no reconhecimento
inicial
Excepções (Proibições):
9 Esta norma proíbe a aplicação retrospectiva das seguintes matérias de outras NCRF:
– O desreconhecimento de activos e passivos financeiros.
– Contabilidade de cobertura.
– Estimativas.
– Activos classificados como detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas.
Informação comparativa:
9 As primeiras DFs de acordo com as NCRF devem incluir, pelo menos, um ano de
informação comparativa segundo as NCRF.
Explicação sobre a transição para as NCRF (nota 1.4 do Anexo):
9 Uma entidade deve explicar de que forma a transição dos PCGA anteriores para as
NCRF:
- afectou a sua posição financeira,
- o seu desempenho; e
- os seus fluxos de caixa relatados
Reconciliações:
9 Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo os PCGA anteriores, deve
distinguir entre correcção desses erros e alterações das políticas contabilísticas.
9 A NCRF 4 – Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros, não se aplica:
- às alterações das políticas contabilísticas que ocorrem quando uma entidade adopta as
NCRF pela primeira vez.
- Por isso a NCRF 4 não se aplica às primeiras DFs de acordo com as NCRF.
Exemplo prático:
9 Apresentam-se em anexo o balanço (Anexo A) e a DRN (Anexo B) da empresa
“Primeira Vez, SA” relativos ao período N, de acordo com o POC.
9 A partir de N+1, a “Primeira Vez, SA”, passa a adoptar o novo referencial
contabilístico, o que implica que as DFs a 31/12/N, tenham de ser refeitas por dois
motivos:
- permitir a obtenção de informação comparativa no novo referencial, quando da
preparação das DFs do ano N+1;
- tem que existir um “Balanço de abertura”, reportado a 01/01/N+1, construído
segundo o novo referencial, a partir do qual, em continuidade, se proceda ao
relato financeiro da sociedade segundo o SNC.
Pretende-se:
9 A construção do balanço de abertura segundo o SNC reportado a 01/01/N+1,
procedendo-se através de 2 fases:
- Reclassificação provisória do balanço e da DR construído nos termos do POC;
- A introdução nas DFs reclassificadas de correcções/ajustamentos suscitadas
pelas situações que a seguir se enunciam.
1. Imobilizações incorpóreas:
9 Estão incluídas despesas de constituição no montante líquido de € 200. As
amortizações do exercício N, foram de € 20.
9 As despesas de investigação e desenvolvimento dizem respeito a despesas de
pesquisa efectuadas em N, não tendo sido amortizadas neste exercício.
2. Imobilizações corpóreas:
9 A amortização do equipamento básico foi determinada atendendo a requisitos fiscais. As
amortizações acumuladas, se reflectissem a vida útil dos activos, seria inferior em € 10.200,
dos quais € 2.300 respeitantes ao exercício N.
9 O terreno registado em imobilizações corpóreas, tem como objectivo a venda, tendo a
empresa já celebrado, em 15/12/N, um contrato de compra e venda, pelo montante de €
50.000.
9 Foi feita a avaliação, à data de 31/12/N, dos restantes bens do activo imobilizado corpóreo,
tendo-se apurado os seguintes justos valores:
- Edifício: € 150.000
- Viaturas: € 12.500
9 Notas:
- o valor da reserva de reavaliação constante do capital próprio respeita à reavaliação efectuada
em N-3 do edifício.
- a vida útil remanescente do edifício é de 20 anos.
3. Existências:
9 A empresa tem aplicado o LIFO como método de custeio das existências. Pela
aplicação do custo médio ponderado, o valor das existências seria superior em €
1.500.
4. Clientes:
9 Existem ajustamentos relativos a clientes de cobrança duvidosa, na quantia de €
10.000, correspondendo à totalidade das respectivas dívidas.
9 Entretanto, relativamente a 3 clientes, representando € 2.500, cujos ajustamentos
foram constituídos em N, foi negociado em Janeiro/N+1, um acordo de regularização
de dívida no sentido da sua recuperação durante um prazo de 3 anos em prestações
mensais constantes, sem consideração de qualquer juro.
9 A empresa desconta títulos de crédito junto da banca e suporta uma taxa de juro
efectiva de 6% ao ano.
9 Estima-se que a quantia de € 2.500, descontada para 31/12/N, represente € 2.100.
5. Subscritores de capital:
9 Estão por realizar € 12.500 referentes ao diferimento de 20% do último aumento de
capital.
6. Títulos negociáveis:
9 Os títulos negociáveis, à data de 31/12/N, têm uma cotação (valor de mercado) de €
12.500.
8. Empréstimos bancários:
9 A empresa tem registada uma dívida a médio o longo prazo no montante de €
100.000, com um prazo de reembolso de 5 anos, através de 10 semestralidades. A
taxa de juro do contrato de empréstimo é de 6,5% ao ano. O valor actual da dívida
descontada àquela taxa é de € 82.300.