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Abstract: This article aims to reanalyze the importance and applicability of the Paulo
Freire Method in the Brazilian University Educational System. Therefore, the purpose of
this text is to maintain a discussion centered on higher education methodologies, with
research and production of knowledge, focusing on the exercise of doing and redoing,
anchored in the doubt and the duty to improve always. In order to fulfill this purpose, a
reflection was developed around thematic axes based on pedagogical principles defended
by Freire, seeking to enable the University a deepening in the criticality of pedagogical
doing in the academic scope. For that, a bibliographical research and analysis of academic
works was carried out, which enabled the choice of the theme: Paulo Freire and the
existence of critical-reflexive practice in higher education. The methodology consists of a
bibliographic / descriptive research, since articles, book, dissertation and theses have been
used to gather a sufficient framework to solve the proposed one.
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Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade João Calvino (FJC). Graduado em Pedagogia
pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Professor da rede municipal de Floriano-PI. E-mail:
professormarcosfrank@gmail.com
Introdução
visto como “dono” do saber e sua autoridade não pode ser contestada. Os conteúdos são
repassados de forma descontextualizados e, portanto sem muita significação para o
acadêmico; nesse sistema não há uma problematização dos conteúdos, o currículo muitas
vezes não permite o estudo aprofundado das desigualdades sociais de que os próprios
discentes são vítimas, propiciando assim a manutenção de opressores e oprimidos.
Por meio de relatos e enfoques de experiências vivenciadas na universidade pode-se
desenvolver no presente artigo um aprofundamento de conceitos, possibilitando assim uma
percepção da multipla contribuição de Paulo Freire para as práticas educativas no ensino
superior.
A abordagem foca principalmente a atuação de docentes do ensino superior que
encontram dificuldades de forma direta ou indireta no que diz respeito às repercussões de
seu trabalho. Através da análise das teorias pedagógicas norteadas pelo autor Paulo Freire
foi possivel focar por meio da investigação a utilização de metodologias propostas pelo
mesmo, por acreditar na existência de um caminho que possibilite a construção da prática
crítico-reflexiva no ensino superior. A criticidade também é considerada um processo de
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construção do conhecimento. A curiosidade era frequente na vida do autor, pois surgia
devido a necessidade de uma educação crítica, educação esta capaz de transformar a
realidade.
Tal abordagem ocasionou o surgimento de inúmeros desafios, os quais se
traduziram, inicialmente, devido à preocupação acerca da educação superior diante do
ensino acadêmico, ou seja, as metodologias de ensino.
O presente artigo encontra-se organizado a partir de eixos temáticos. A proposição
de tais eixos temáticos tem o intuito de descrever a aplicabilidade dos princípios
pedagógicos freireanos na prática docente do ensino superior; construir um referencial que
proporcione um aprofundamento referente à temática; realizar uma pesquisa teórica em
obras do próprio autor, como também em análise de trabalhos publicados por acadêmicos a
fim de verificar de forma mais límpida como é a prática educativa e se utilizam Freire como
referência.
No livro Pedagogia do Oprimido, o autor apresenta essa situação de forma visceral,
deixando explícito sua experiência cativada no exílio durante cinco anos, bem como mostra
Concepção de Educação
A Educação ao longo de toda sua existência tem sido estigmatizada por ter trilhado
e se embasado em filosofias que nada acrescentam ao ensino superior. Nota-se que depois
como o Pedagogo Paulo Freire, que com uma metodologia a favor da liberdade trousse
assim, justiça social aos grupos culturais.
A prática docente defendida por Freire não se restringia apenas a dominar padrões e
conteúdos acadêmico-científicos ou profissionalizantes, mas principalmente introduzir uma
filosofia centrada no alcance da pessoa como um todo, em sua vida social, isto é, um
processo de ensino que partisse e andasse dentro da filosofia do acadêmico, se
sensibilizando com sua necessidade e anseio, independente de área do saber, pois a
realidade e anseio são fundamentais para a formação intelectual ao ser humano, que após
associar as teorias ao seu mundo prático possa alcançar com entendimento, outras
realidades culturais, com aproveitamento para a promoção de sua cidadania englobando em
sua vida a progressividade científica.
Por experiências pessoais percebeu-se que na educação superior o nome Paulo
Freire é bastante citado e estudado, porém a utilização de ações propostas por suas obras
não foram percebidas como, características que são pilares, a dialogicidade, a
problematização dos conteúdos e currículos, a crítica e análise social e pedagógica
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aprofundada tão exaltada nas teorias de Freire na maioria das vezes não são vivenciadas na
academia, nascendo assim um paradoxo metodológico, onde nas aulas se é apontada e
estudada uma teoria de relevância social e acadêmica, mas a prática docente é destituída da
dialogicidade, problematização e crítica.
Segundo Freire (2005) a educação que acontecia em estilo de depósito bancário, se
configurava na prática do ministrante tentar transferir os conhecimentos tal e qual como o
seu cognitivo tinha absorvido. Nessa perceptiva analítica percebe-se que o pensamento de
Freire (2005) é ancorado em certa contradição social e no método da promoção do dialogo
para desenvolver os processos de ensino onde o educador é quem promove unilateralmente
o processo ensino/aprendizagem, discutindo ou debatendo os conteúdos sem necessidade de
qualquer análise, sendo, portanto portador de todas as respostas, como único a se manifestar
para ensinar e corrigir o oposto, na condição de sujeito do processo. Ao contrário, os alunos
se configuram como necessitados a serem educados, por não ser detentores de algum saber
relevante, que deve ser bons ouvidores de conteúdos e regras predeterminadas, e não
passam de meros copiadores de seus professores como seres sempre passivos (FREIRE,
2005, p. 65-68).
Freire em (2006a), apud Assis, (2007, p. 34), afirma que o aluno ao se exercitar e se
desenvolver bem no processo de decoração encontrará dificuldade no desenvolvimento de
sua capacidade, como crítico e menos chances terá no lograr êxito quanto à associação da
teoria à sua realidade com perspectivas gradativamente transformadoras, em busca de
ascensão intelectual/profissional.
Conforme Freire, quando uma pessoa se submete a processos culturais de constante
adaptação diante de circunstâncias da vida, já mais logrará transformação para evoluir e ter
êxito nos desafios propostos por conta das necessidades; avançar ou aperfeiçoar dentro de
patamares alcançados posteriormente a título de pesquisa ou através de experiências com o
senso comum, criado por força do meio. E que quanto mais o educando consegue êxito em
seu processo, como um simples agente de adaptação ou assimilação como já configurado
pelo transmissor, menos chances tem o educando para se desenvolver como crítico
transformador de realidades, frente às situações criadas naturalmente pelos contextos atuais
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e futuros. Desta forma, quem sede ou se acomoda a processos de imposição, mais
facilmente se sujeitará a paradigmas contextuais oferecidos por professores que se deixam
contaminar com a filosofia da dominação cognitiva em favor da reprodução de seres
incapacitados para o aperfeiçoamento e criação, que já mais serão agentes ativos
transformadores de realidades, que apesar de serem boa e satisfatória, sempre irá carecer de
aperfeiçoamentos, para proporcionar cidadania aos homens em sua dinâmica cultural, em
busca de melhorias na qualidade de vida (FREIRE, 2005, p. 69).
É nesse sentido que a “educação bancária” se configura como estagnadora do
potencial idealizador crítico criador dos acadêmicos, conduzindo e condenando-os a
condição de eternos marginalizados, por se tornarem sempre compiladores daquilo que já
foi conquistado, pelos próprios dominadores cognitivos, que com o simples passar do
tempo se tornará inofensivo no atendimento às demandas de anseios das pessoas de forma
individualizada no meio social, marginalizado educacionalmente (FREIRE, 2005, p. 69).
comportarem como bons homens passivos e assim eram induzidos a acreditarem que
estavam sendo privilegiados por receberem algo sem merecer questionamentos, enquanto
na verdade estavam sendo era impedidos de pensar, investigar, analisar para abrirem os
olhos a aperfeiçoar e criar (FREIRE, 2005, p. 72-73).
Ao contrário da educação bancária, onde o educador atua no processo ensino
aprendizagem de forma unilateral, não compreendendo que somente com a relação
comunicativa é que as pessoas encontram a cidadania (felicidade) em forma de satisfação
pelo realizado e só assim o seu trabalho como educador será autentico e alcançará função
social, por servir à realidade dos educandos. Nesta o educador se comporta como
participante do processo, através do sistema de práxis (relacionando a teoria com o contexto
prático dos acadêmicos), conduzindo os acadêmicos a relacionarem o teórico com seu
mundo prático com a finalidade de proporcionar aos mesmos um melhor conhecimento do
seu patrimônio cultural, para aperfeiçoá-lo com propriedade, tornando-os capazes de
enfrentarem as relações homem/conhecimento de modo ativo e questionador em quantos
contextos encontrarem ao longo da vida (FREIRE, 2005, p. 77-78).
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“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre
si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 2005, p. 78). Segundo Freire a educação já mais se
configuraria como libertadora sem antes professor e aluno andarem juntos no dialogo em
uma só direção vencendo as dificuldades do processo de ensino aprendizagem, como
sujeitos ativos que dão sentido o existir da escola como local de relacionamentos, pois, os
seres humanos absorvem os conhecimentos quando o seu interior reconhece as informações
através do mundo que tem dentro de si, como se fosse a única porta para a entrada para o
conhecimento com propriedade, sentido social e cidadania (felicidade consciente e digna).
Enquanto que no desenvolvimento da educação bancária, os conteúdos são manipulados e
contextualizados apenas pelo ministrante, e segundo o mundo visionário que ele próprio
elegeu como único cominho para todos mergulharem, sem dele nada precisar investigar e
avaliar.
Nestes termos, o professor de posse dos conhecimentos, narra-os de modo linear e
mecânico, e o educando recebe sem fazer passar por qualquer tipo de análise, ou tentativa
de associar com o que já adquiriu com as práticas da vida. Assim, não acontece produção
Em Freire (2005, p. 80), diz ainda que a ação que problematiza desenvolvida pelo
educador promove sempre a construção intelectual dos participantes, reconstruindo a partir
da junção do conhecimento dos alunos com os seus, atuando juntos como investigadores
críticos, usando sempre o diálogo na socialização dos diversos pontos de vista, criando
assim, uma cadeia de pesquisadores, em nome da produção de novos conhecimentos.
Em Freire (2005, p. 80), diz ainda que a ação que problematiza desenvolvida pelo
educador promove sempre a construção intelectual dos participantes, reconstruindo a partir
da junção do conhecimento dos alunos com os seus, atuando juntos como investigadores
92 críticos, usando sempre o diálogo na socialização dos diversos pontos de vista, criando
assim, uma cadeia de pesquisadores, em nome da produção de novos conhecimentos.
Assim, os processos reflexivos que se dão no acontecer do entrelace relacional entre
educador, educando e mundo; não se trata de algo abstrato, mas de acontecimentos reais da
vida desses personagens, enquanto agentes participantes ativos, como protagonistas desse
mundo, estudando e vivendo o teórico com o hoje e também decidindo de modo consciente
a ponto de descrevê-los, avaliar e mensurar o real valor para os seres hoje e amanhã de
forma relacional, ora vivendo, ora contemplando de fora como pesquisador, promotor de
novos e melhores contextos para a sociedade, onde o homem possa gozar da função social
exercido pelo patrimônio que é o intelecto cognitivo da raça humana; fazendo com que os
homens como formadores de conhecimento, partam de um ponto “x” sempre em direção a
um futuro, com consciência do que aconteceu no passado, está acontecendo no presente e
saiba sempre planejar um futuro com valor social, concebendo o mundo como uma
realidade que sempre necessitará, por força contextual, ser transformada (FREIRE, 2005, p.
81-82).
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
Bibliografia
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