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ISSN 1807-2488

Revista Dental Press de Estética


Estética
Revista Dental Press de

Volume 3 - Número 1 - Janeiro / Fevereiro / Março 2006


volume 3 - número 1
janeiro / fevereiro / março 2006

Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética

DENTAL PRESS INTERNATIONAL


Estética Sumário
R ev is t a D ent al Press de

volume 3 - número 1 20 Efeito da refrigeração na rugosidade superficial e dureza das


resinas compostas durante o procedimento de polimento
janeiro / fevereiro / março 2006 Paula de Carvalho Cardoso, Alessandra Araújo, Guilherme Carpena Lopes,
Élito Araujo, Luiz Narciso Baratieri

27 Aparência facial e a imagem ideal


Sandra Maria Delgado Cadena, Cátia Maria Fonseca Guerra

39 Restauração de borda incisal translúcida: um desafio para a


Odontologia Estética. Relato de caso clínico
Leonardo Muniz, Marcos Rhem

49 Recontorno cosmético em dentes anteriores superiores:


relato de caso clínico
Daniel Brandão Vilela Holanda, Dulce Maria Santos Simões, Juliana Basílio Khalili

72 Utilização de imagem digital para diagnóstico e


planejamento estético
Breno Carnevalli Franco de Carvalho

83 Resistência à microtração de pinos de fibra de vidro


em função do tratamento de superfície
Aloísio Oro Spazzin, Daniel Galafassi, Régis Sartori, Bruno Carlini Júnior

89 Na era do clareamento dentário a laser ainda existe espaço


para o clareamento caseiro?
Fabiano Carlos Marson, Luis Guilherme Sensi, Fabiano de Oliveira Araújo,
Mauro Amaral Caldeira de Andrada, Élito Araújo

99 Coroa Endodôntica Adesiva como recurso terapêutico


para dentes tratados endodonticamente
Sérgio Sábio, José Mondelli, Silvia Sbeghen Sábio,
Adilson Yoshio Furuse, Augusto Bodanezi

114 Onlay Biológica: uma alternativa para restauração de dentes


posteriores severamente destruídos. Relato de caso clínico
Carolina Nunes Pegoraro, Lucirene Aparecida Domingues,
Patrícia Maria Martins Machado Trassi

Seções

3 Editorial
Biomimética - Sidney Kina

16 Entrevista
Ricardo Mitrani

Caso Selecionado

59 Olhando para os procedimentos mais comuns:


buscando diferenças
Ronaldo Hirata

Biologia da Estética

126 Mancha branca no esmalte: como fundamentar


seu diagnóstico clínico
Alberto Consolaro e colaboração de Maria Fernanda Martins-Ortiz Consolaro

ISSN 1807-2488

R Dental Press Estét Maringá v. 3 n. 1 p. 1-136 jan./fev./mar. 2006


EDITOR Sidney Kina - UEM - PR

EDITORES ASSISTENTES Raquel Sano Suga Terada - UEM - PR


Ronaldo Hirata - UFPR - PR
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ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio - Produção Gráfica e Eletrônica
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RR Donnelley Moore - A Revista Dental Press de Estética (ISSN 1807-2488) é uma publicação
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Artigo Inédito

Efeito da refrigeração na rugosidade


superficial e dureza das resinas
compostas durante o procedimento
de polimento
Paula de Carvalho Cardoso*, Alessandra Araújo**, Guilherme Carpena Lopes***
Élito Araujo***, Luiz Narciso Baratieri****

Resumo + polimento a seco e Grupo IV (n=20) foi úmido (Grupo II) e entre o grupo
O objetivo do trabalho foi avaliar –Filtek Z250 + polimento úmido. Dos III e IV, com valor de p=0,0023, sendo
a rugosidade superficial e a dure- 80 espécimes confeccionados, 40 que os maiores valores de rugosida-
za Knoop de resina composta após foram levados ao rugosímetro para de foram do grupo IV. Em relação à
o polimento a seco e úmido. Foram leitura da rugosidade superficial e os dureza Knoop, verificou-se que não
confeccionados 80 corpos de prova outros 40 foram avaliados no micro- houve diferença estatisticamente
de resina composta em matriz espe- durômetro com uma carga de 25g significante entre o grupo I e II, com
cial de 5mm X 3mm. Os espécimes por 15 segundos. Os dados foram p=0,4537 e entre o grupo III e IV com
foram polidos com discos abrasivos analisados pelos testes ANOVA e p=0,9655. Ou seja, não houve diferen-
seqüenciais Sof-lex de acordo com Tukey. Houve diferença estatistica- ça na a dureza Knoop entre os grupos.
cada grupo: Grupo I (n=20) –Filtek mente significante entre o grupo I e O polimento das resinas compostas
Supreme + polimento a seco; Grupo II II, com valor de p=0,0003, ou seja, nos estudadas apresentou melhores re-
(n=20) – Filtek Supreme + polimento grupos da Filtek Supreme o polimen- sultados quando realizado sem refri-
úmido; Grupo III (n=20) –Filtek Z250 to com maior medida da rugosidade geração à água (polimento a seco).

Palavras-chave: Resina composta. Rugosidade superficial. Acabamento e polimento. Refrigeração.

* Mestre e doutoranda em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal


de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.
** Graduanda em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, Brasil.
*** Mestre e doutor em Dentística e Professor Titular da Disciplina de Clínica Integrada Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.
**** Mestre e doutor em Dentística e Professor Titular e Responsável da Disciplina de Dentística da Universida-
de Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.

20 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 20-26, jan./fev./mar. 2006


Efeito da refrigeração na rugosidade superficial e dureza das resinas compostas durante o procedimento de polimento

Influence of the cooling on the surface roughness and


hardness of composite resins during polishing procedure
Abstract
The purpose of this study was to evaluate the surface load for 15s. Data were analyzed using ANOVA and
roughness and the Knoop hardness of composite Tukey test. There was statistical difference between
resin after dry and wet polishing. Eighty composite the group I and II (p=0.0023), that is, in the Filtek
resin specimens (5.0mm x 3.0mm) were fabricated Supreme groups the polishing with the highest
using a special mold. Specimens were polished using roughness values were wet; and between the
SofLex serial abrasive disks as follows: Group I (n=20) group III and IV (p=0.0023), with the highest values
– Filtek Supreme + dry polishing; Group II (n=20) in the group IV. In relation to the hardness Knoop
– Filtek Supreme + wet polishing; Group III (n=20) test, there was no statistical difference between
– Filtek Z250 + dry polishing; Group IV (n=20) - Filtek the group I and II (p=0,4537), and the group III and
Z250 + wet polishing. Out of 80 specimens, forty IV (p=0,9655); that is, there is no difference among
were analyzed using a roughness tester and forty the groups. The composite resin studied presented
were evaluated using a microhardener with a 25g better polishing when it was executed dry.

KEY WORDS: Nanocomposite. Surface roughness. Finishing and polishing.

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Paula de Carvalho Cardoso
G. M. Effect of techniques of composite resin insertion and Disciplina de Dentística - STM/CCS/UFSC
polymerization on microleakage and microhardness. Braz Oral Campus Universitário - Trindade - CEP: 88040-900
Res, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 257-262, jun./set. 2002. Florianópolis-SC - Brasil - e-mail: dentist@ccs.ufsc.br

26 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 20-26, jan./fev./mar. 2006


Artigo Original

Aparência facial e a imagem ideal*


Sandra Maria Delgado Cadena**, Cátia Maria Fonseca Guerra***

Resumo quatro tipos faciais diferentes: um face longa e 5,6% padrão III; a ideali-
O objetivo desse estudo transversal harmonioso (face equilibrada, padrão I) zação pela face equilibrada foi maior
foi avaliar a relação entre a aparência e três desarmoniosos, representati- na rede particular de ensino, sen-
facial, preconizada por padrões es- vos dos padrões faciais da Classe II, da do comprovada a associação entre
téticos normativos, com a imagem Classe III e da face longa. Essas ima- a imagem ideal e a rede de ensino
idealizada em escolares na faixa etá- gens foram apresentadas aos escola- (p<0,0001); a amostra só não apresen-
ria de 10 anos, matriculados nas re- res, para que respondessem com qual tou associação significante entre a
des de ensino fundamental público daquelas crianças eles gostariam de imagem ideal e o gênero (p=0,4933).
e particular da Região Metropolitana se parecer. Os principais resultados Pode-se concluir que houve influên-
da cidade de Recife/PE. Imagens foto- mostraram que 55,4% tiveram como cia da aparência facial, preconizada
gráficas de um menino e de uma me- ideal a face equilibrada, mas 44,6% por padrões estéticos normativos,
nina portadores de faces equilibradas idealizaram outros padrões faciais; sobre a imagem idealizada entre es-
serviram de modelo-padrão e foram a classificação do padrão facial do colaros, aos 10 anos de idade, matri-
modificadas através de computação grupo apresentou 66,5% de face culadas nas redes de ensino público e
gráfica, obtendo-se, para cada um, equilibrada, 14,3% padrão II, 13,6% particular da cidade de Recife/PE.

Palavras-chave: Percepção. Auto-imagem. Estética. Face. Auto-estima.

* Resumo da dissertação de mestrado em Odontologia / Saúde Coletiva - FOP/UPE.

** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UFPE, Mestre em Saúde Coletiva pela FOP/UPE, Douto-
randa do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Odontologia da FOP/UPE.
*** Orientadora do trabalho e Professora Adjunta Doutora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Odontologia da FOP/UPE.

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 27-38, jan./fev./mar. 2006 27


Sandra Maria Delgado Cadena, Cátia Maria Fonseca Guerra

Facial appearance and the idealized image


Abstract
The aim of this transversal study was to evaluate balanced face as ideal, but 44,6% chose others
the relation between facial appearance as defined facial patterns; the facial pattern classification of
by normative esthetic standards and idealized the group presented 66.5% with a balanced face,
images among 10-year-old children in both the 14.3% with a Class II pattern, 13.6% with long face
public and private elementary school systems of and 5.6% with a Class III pattern. Idealization of
Metropolitan Recife / PE. Photographic images of a the balanced face was greater among the children
boy and a girl with balanced faces were used as the in private schools, demonstrating an association
standard models, and altered through computer between ideal image and school system
graphics, obtaining four facial types for each: one (p<0.0001). The sample exhibited no significant
harmonious (balanced facial features) and three association between ideal image and gender
non-harmonious representing Class II, Class III (p=0.4933). After the analysis of the results, it
facial patterns and long face. These images were can be concluded that there was an influence of
presented to the children individually so that the facial appearance, as defined by normative
each would respond as to which of the photos esthetic standards, on the idealized image
he/she would want to resemble. The principal among 10-year-old children in the public and
results demonstrated that 55.4% considered the private school systems of Recife - PE - Brazil.

KEY WORDS: Perception. Self-image. Esthetics. Face. Self-esteem.

Referências

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Aparência facial e a imagem ideal

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cap. 1. p. 2-15.

Endereço para correspondência

Sandra Maria Delgado Cadena


Av. Agamenon Magalhães, 2656 - sala 204, Espinheiro
Recife - PE - CEP52020-000; e-mail: sandracadena@uol.com.br

38 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 27-38, jan./fev./mar. 2006


Caso Clínico

Restauração de borda incisal


translúcida: um desafio para a
Odontologia Estética.
Relato de caso clínico
Leonardo Muniz*, Marcos Rhem**

Resumo lúcidas, as dificuldades aumentam,


Fraturas coronárias comprometem requerendo do profissional o conhe-
a função e a estética dos pacientes. cimento da anatomia e das proprie-
Um correto diagnóstico, um trata- dades ópticas dos tecidos dentais e
mento conservador e uma atenção do material restaurador. No presen-
quanto aos riscos referentes ao te artigo, a associação de resinas
trauma merecem destaque. Para a compostas com diferentes graus
reabilitação dessas fraturas, a re- de translucidez, de opacidade e de
sina composta representa uma al- valor favoreceu um resultado satis-
ternativa conservadora, porém, em fatório em uma restauração Classe
dentes com bordas incisais trans- IV com borda incisal translúcida.

Palavras-chave: Resinas compostas. Estética. Opalescência.

* Mestre em Clínica Odontológica – FOUFBA; Professor de Dentística e Clínica Integrada – FBDC; Especialista
em Endodontia – FOUFBA.
** Graduando do 10º semestre em Odontologia – FBDC.

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 39-48, jan./fev./mar. 2006 39


Restauração de borda incisal translúcida: um desafio para a Odontologia Estética. Relato de caso clínico

Translucent incisal edge restoration: a challenge to


esthetic dentistry. Clinical case report
Abstract
Coronary fractures compromise patients’ functionally greater difficulties, requesting of the professional
and esthetically. Correct diagnosis, conservative knowledge about the optic properties of both the
treatment and attention as regards risks with tooth tissues and the material restorator. In this
reference to trauma deserve emphasis. To coronary article the association of composite resins with
fractures rehabilitation the composite resins different degrees of translucence, opacity and
restorations represent a conservative alternative, value favored a satisfactory result in a Class IV
but for teeth with translucent incisal edges there are restoration with a translucent incisal edge.

KEY WORDS: Composite resins. Esthetic. Opalescence.

Referências

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de vidro em dentes fraturados. Relato de caso clínico. R Dental
Press Estét, Maringá, v. 2, n. 3, p. 47-59, 2005.

Endereço para correspondência

Leonardo Muniz
Av. ACM, 2671, S. 305, Iguatemi
CEP: 48.180-000 - Salvador/BA
e-mail: leomunizlima@hotmail.com

48 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 39-48, jan./fev./mar. 2006


Relato de caso

Recontorno cosmético em dentes


anteriores superiores:
relato de caso clínico
Daniel Brandão Vilela Holanda*, Dulce Maria Santos Simões**, Juliana Basílio Khalili***

Resumo res, desproporcionalidade dos cani-


Na atual sociedade, a valorização da nos no sentido mésio-distal, além de
estética trouxe para a Odontologia grande trenspasse vertical, gerando
a busca por materiais e técnicas que uma mordida profunda acentuada.
melhorem a aparência do sorriso, O caso, apesar de outras alternati-
a qual é vista como fundamental na vas possíveis, foi solucionado apenas
manutenção da saúde física e mental com recursos de Dentística, através
do indivíduo. Este trabalho teve como da utilização de ceroplastia e de re-
objetivo relatar um caso clínico em sinas compostas fotopolimerizáveis,
que o paciente apresentava incisivos realizando-se a remodelação cosmé-
laterais conóides, encurtamento das tica, alcançado-se previsibilidade na
coroas dos incisivos centrais superio- resolução estética do problema.

Palavras-chave: Remodelação cosmética. Resinas compostas fotopolimerizáveis.


Incisivos laterais conóides.

* Especialista em Dentística pela Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Brasileira de


Odontologia - Alagoas (EAP-ABO/AL), Professor Assistente do Curso de Especialização em Dentística da
Associação Brasileira de Odontologia - Alagoas (EAP-ABO/AL).
** Mestre em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Araraquara - SP. Professora Adjunta do Departa-
mento de Odontologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Coordenadora do Curso de Especia-
lização em Dentística da Escola de Aperfeiçoamento Profissional - Associação Brasileira de Odontologia
- Alagoas (EAP-ABO/AL).
*** Especialista em Dentística pela Escola de Aperfeiçoamento Profissional - Associação Brasileira de Odonto-
logia - Alagoas (EAP-ABO/AL).

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 49-58, jan./fev./mar. 2006 49


Recontorno cosmético em dentes anteriores superiores: relato de caso clínico

Anterior superior teeth cosmetic remodelling:


a clinical case
Abstract
In current society, the aesthetics valuation of the superior central incisors, wrong proportion
brought for the Dentistry the search for materials of canine teeth in lateral sense, besides deep
and techniques that improve the appearance of over bite. The case, in spite of other possible
the smile, which is seen as fundamental in the alternatives, it was just solved with resources of
maintenance of individual’s physical and mental Restaurative Dentistry, using composed resins,
health. The objective of this work was to report and cosmetic remodelling, having reached
a clinical case, in which the patient presented previsibility in the aesthetic resolution of the
conoides lateral incisors, shortening of the crowns problem.

KEY WORDS: Cosmetic remodeling. Composed resins. Conoides lateral incisors.

Referências 12. MORENO, S.; SANTOS, P. C. G. Fechamento de diastemas: relato de


um caso clínico. J Bras Dent Estét, Curitiba, v. 1, n. 2, p. 107-112,
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11. TEIXEIRA, M. C. B.; MAIA, L. C.; VALENÇA, A. M. G.; MENDES, V. A. S.
Daniel Brandão Vilela Holanda
Transformação estética de dente conóide: relato de caso. J Bras Rua Industrial Luis Caldeiros Junior, 210, Farol
Odontopediatr Odontol Bebê, Curitiba, v. 6, n. 31, p. 230-233, CEP:57055-230 - Maceió - AL
2003. e-mail: dbrandaovh@yahoo.com.br

58 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 49-58, jan./fev./mar. 2006


Artigo Inédito

Utilização de imagem digital para


diagnóstico e planejamento estético
Breno Carnevalli Franco de Carvalho*

Resumo dentário. A duplicação da imagem do


A fotografia digital no pré-operató- enceramento de diagnóstico permi-
rio, através da duplicação da imagem te definir corretamente a proposta
do lado direito e do lado esquerdo, de tratamento, bem como os bene-
oferece um correto diagnóstico dos fícios oferecidos. E a duplicação da
problemas estéticos. A utilização da imagem do tratamento realizado
Proporção Áurea e da Porcentagem pode confirmar o diagnóstico e man-
Áurea possibilitam a obtenção da ter-se dentro do plano de tratamen-
excelência estética no tratamento to proposto.

Palavras-chave: Estética dentária. Planejamento. Sorriso.

* Especialista em Prótese.
Especialista em Periodontia.
Mestre Profissional em Lasers em Odontologia IPEN-FOUSP.
Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da Efoa/Ceufe, Alfenas - MG.
Professor do Curso de Especialização em Prótese da ABO – Regional de Pouso Alegre - MG.
Professor do Curso de Especialização em Prótese da ABO – Regional de Alfenas - MG.

72 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006


Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético

Digital image in esthetic diagnostic and planning


Abstract
The digital photograph, by means of the aesthetic excellence. The duplicated image of the
duplication of the right and the left side image, waxing diagnosis enables the professional to define
makes it easy to make a correct diagnosis of the the treatment proposition as well as its benefit.
aesthetical problems at the preoperative phase. The treatment duplicated image allows to confirm
The application of the Golden Proportion and the diagnosis and keep the professional within the
Golden Percentage to dental treatment results in planning proposed.

KEY WORDS: Dental esthetic. Planning. Smile.

Referências

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132, jan./mar. 2005. Disponível em: <http://www.dentalpress.
com.br/portal/revistas/sumarios/sumarios/abstracts_estet.
php?PG=117&ANO=2005>. Acesso em: Acesso em: 24 abr. 2005.

Endereço para correspondência

Breno Carnevalli Franco de Carvalho


Rua Pres. Artur Bernardes, 880 - Centro
Alfenas - MG - CEP 37130-000
e-mail: bcfc@pitnet.com.br

82 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006


Artigo de Pesquisa

Resistência à microtração de pinos


de fibra de vidro em função do
tratamento de superfície
Aloísio Oro Spazzin*, Daniel Galafassi*, Régis Sartori**, Bruno Carlini Júnior***

Resumo
Este estudo in vitro avaliou a resis- cação do sistema adesivo, as extre- ao teste de microtração. Os dados
tência à microtração de pinos pré- midades receberam os seguintes foram submetidos à análise de vari-
fabricados de fibra de vidro sub- tratamentos: GI – (controle) sem ância e teste Duncan (α = 5%), que
metidos a diferentes métodos de tratamento prévio; GII – silano; GIII demonstrou diferença estatística
preparo de superfície. Foram sele- – condicionamento com ácido fos- quando foram comparados grupos
cionados 40 pinos de fibra de vidro fórico 37%; GIV – jato com óxido de com silano vs grupos sem silano.
seccionados na metade do compri- alumínio (50μm); GV – ácido + sila- Outras interações não demons-
mento. As secções dos pinos foram no; GVI – jateamento + ácido; GVII traram diferença estatística. Foi
refixadas com sistema adesivo fo- – jateamento + silano; GVIII – jatea- possível concluir que a silanização
topolimerizável e cimento resinoso mento + ácido + silano. Após a união ou a associação deste tratamento
dual. Para o correto posicionamen- das extremidades os pinos foram com outros tratamentos resulta-
to das extremidades do pino, foi fixados ao suporte da máquina uni- ram em um aumento da resistência
utilizado um suporte metálico em versal de ensaios (0,5mm/min e cé- de união, comparada a dos grupos
forma de canaleta. Antes da apli- lula de carga de 5kgF) e submetido onde o silano não foi utilizado.

Palavras-chave: Pinos de fibra de vidro. Cimento resinoso. Tratamento de superfície.

* Acadêmicos do curso de Odontologia da FO-UPF.


** Especialista em prótese dentária pela Universidade de Passo Fundo.
*** Professor das disciplinas de Dentística Restauradora Pré-Clínica I e II e Clínica I e II da FOUPF.

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 83-88, jan./fev./mar. 2006 83


Resistência à microtração de pinos de fibra de vidro em função do tratamento de superfície

Microtensile strength of fiberglass posts in function of


the surface treatment
Abstract + acid; GVII - blasting + silane; GVIII – blasting +
This in vitro study evaluated the microtensile acid + silane. After bonding the posts end they
strength of prefabricated fiberglass posts submitted were fixed to the support of the universal machine
to different methods of surface treatment. Forty for trials (0.5mm/min and load cell of 5kgF), and
fiberglass posts were selected and split ed up in submitted to microtensile test. The data were
the half of their lengths. The sections were refixed submitted to variance analysis and Duncan’s
with light-curing adhesive system and dual resin test (α=5%), which demonstrated statistical
cement. For the correct positioning of the post difference when compared groups with silane vs
ends, a metallic groove-shaped support was used. groups without silane. Other interactions didn’t
Before the application of the adhesive system, demonstrated statistical difference. It was possible
the ends received the following treatments: GI – to conclude that the silanization or association of
(control) without previous treatment; GII – silane; this treatment with other treatments resulted
GIIl – phosphoric acid etching; GIV – aluminium in an increased bonding strength compared to
oxide blast (50μm); GV – acid + silane; GVI – blasting groups where the silane was not used.

KEYWORDS: Fiberglass post. Resin cement. Surface treatment.

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Oct. 1998. Endereço para correspondência

Aloísio Oro Spazzin


Rua Elias Passari, 310
CEP: 99970-000 Ciríaco - RS
e-mail: aospazzin@yahoo.com.br

88 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 83-88 , jan./fev./mar. 2006


Artigo Inédito

Na era do clareamento dentário


a laser ainda existe espaço para o
clareamento caseiro?
Fabiano Carlos Marson*, Luis Guilherme Sensi**, Fabiano de Oliveira Araujo **,
Mauro Amaral Caldeira de Andrada***, Élito Araújo****

Resumo
O clareamento dentário é um dos bre os dentes indicados por um de-
tratamentos odontológicos mais so- terminado período. Já o clareamento
licitados para obtenção de um sorri- dentário no consultório é uma alter-
so mais estético. Ele pode ser classi- nativa para o paciente que não foi
ficado em caseiro ou de consultório. capaz de realizar o regime caseiro
A técnica mais utilizada atualmente ou requer resultados mais rápidos,
é a caseira, que consiste basicamente podendo estar associado à utilização
na moldagem das arcadas dentárias de unidades ativadoras. O objetivo
para obtenção de modelos em gesso, deste artigo foi explanar as caracte-
confecção da moldeira de silicone e rísticas das duas técnicas e comparar
aplicação da solução clareadora so- suas vantagens e limitações.

Palavras-chave: Estética. Clareamento no consultório. Clareamento dentário.


Peróxido de carbamida. Peróxido de hidrogênio.

* Doutorando em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina.


Professor de Dentística da Faculdade Uningá - Maringá - Paraná.
** Doutorando em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Professor de Dentística da Universidade Tuiuti - Curitiba - Paraná.
*** Professor titular da disciplina de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina.
**** Professor titular da disciplina de Clínica Integrada da Universidade Federal de Santa Catarina.

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 89-98, jan./fev./mar. 2006 89


Na era do clareamento dentário a laser ainda existe espaço para o clareamento caseiro?

Is there any space left for home-bleaching in the


age of laser-activated bleaching?
Abstract
The dental bleaching is one of the most one determined period. Already, the in-office
requested patient treatments for attainment of bleaching is an alternative for the patient who was
a more aesthetic smile. It can be classified in not capable to carry through the home bleaching
at-home or in-office bleaching. The more used and present faster resulted, being able to be
technique is at-home bleaching, which consists associated with the use of activation units. The
basically of the impressions of the dental and aim of this article was to show the characteristics
confection of a soft tray and application of of these two techniques and to compare their
the bleaching solution on teeth indicated for advantages and limitations.

KEY WORDS: Esthetic. In-office bleaching. Dental bleaching. Carbamide peroxide. Hydrogen peroxide.

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ARAUJO, E. Avaliação clínica do clareamento dental pela técnica evaluation of a 35% hydrogen peroxide in-office whitening
caseira. R Dental Press Estét, Maringá, v. 2, n. 4, p. 84-90, out./nov./ system. Compend Contin Educ Dent, Lawrenceville, v. 23, no. 4, p.
dez. 2005. 335-8, 340, 343-4, 348, Apr. 2002.

Endereço para correspondência

Fabiano Carlos Marson


Av. Tiradentes, 116, ap. 1300, Edif. Carlos Gomes, Centro
Maringá - PR - CEP 87013-040
e-mail: doutorfabiano@hotmail.com

98 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 89-98, jan./fev./mar. 2006


Artigo Inédito

Coroa Endodôntica Adesiva como


recurso terapêutico para dentes
tratados endodonticamente
Sérgio Sábio*, José Mondelli**, Silvia Sbeghen Sábio***,
Adilson Yoshio Furuse****, Augusto Bodanezi*****

Resumo resultados bastante satisfatórios de uso laboratorial mais acessíveis


O presente artigo sugere uma for- do ponto de vista clínico, o que de- e disponíveis ao clínico geral, tais
ma terapêutica inovadora como termina a sua aceitação pela classe como as porcelanas modificadas ou
restauração de dentes tratados en- odontológica. No entanto, são tra- resinas de laboratório. O sistema
dodonticamente e que apresentam tamentos caros e que exigem várias restaurador modificado apresenta
grande destruição do remanescente etapas operatórias. Em 1999, Bindl boas perspectivas clínicas do ponto
coronário. As técnicas convencio- e Mörmann apresentaram uma for- de vista funcional e estético, porque
nais promovem a reconstrução des- ma terapêutica denominada Endo se adapta às condições da maioria
tes elementos com núcleos metáli- Crown que sugeria o tratamento dos laboratórios e, por essa razão, o
cos fundidos, núcleos pré-fabricados deste dentes em uma única ses- custo é mais acessível aos profissio-
ou núcleos de preenchimento asso- são através da construção de coro- nais e pacientes, no entanto devido
ciados a coroas parciais ou totais as adesivas pelo sistema Cerec. No ao número de casos clínicos relata-
dependendo do grau de destruição presente artigo são sugeridas mo- dos é aconselhável que a indicação
coronária. Estes tratamentos têm dificações, adaptando ao sistema deste tipo de tratamento seja feita
apresentado, ao longo dos tempos, de restauração indireta materiais somente em casos selecionados.

Palavras-chave: Onlay. Non-vital endodontically treated teeth. Pulp chamber. Cimento adesivo. In-Ceram system.

* Mestre e Doutor pela FOB-USP; Professor de Prótese da UEM.


** Professor Titular em Dentística FOB-USP.
*** Mestre em Dentística pela FOB-USP, Professora de Dentística na UEM.
**** Mestre em Dentística pela FOB-USP.
***** Mestre em Endodontia pela FOB-USP.

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 99-113, jan./fev./mar. 2006 99


Sérgio Sábio, José Mondelli, Silvia Sbeghen Sábio, Adilson Yoshio Furuse, Augusto Bodanezi

Adhesive Endo Crown as therapeutic resource


for endodontically treated teeth
Abstract
The present article suggests a innovative thera- successful results for premolars and molars re-
peutic form as restoration of non-vital endodon- stored with endo-crowns. The modified restor-
tically treated teeth with a circular equi-gingival ing system presents good overall clinical quality
butt-joint margin and a central retention cavity of the functional and aesthetic point of view,
of the entire pulp chamber. In 1999, Bindl and because it adapts to the conditions of most of
Mörmann presented a therapeutic form denomi- the laboratories and, for that reason, the cost is
nated Endo Crown that suggested the treatment more accessible, however due to the number of
of this teeth in only one session through the few clinical cases it is advisable that the indica-
construction of adhesive crowns for the Cerec tion of this work type should be made in selected
system. In this paper they are showed clinically cases.

KEY WORDS: Onlay. Endodontically treated teeth. In-Ceram system. Composite luting agent.

Referências

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Dent, St. Louis, v. 67, n. 4, p. 458-67, Apr. 1992.

Endereço para correspondência

Sérgio Sábio
Avenida Rio Branco, 795 - Zona 05 - Maringá - PR
CEP 87015-380 - Maringá - Paraná
e-mail: ssabio@wnet.com.br

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 99-113, jan./fev./mar. 2006 113


Relato de Caso

Onlay Biológica: uma alternativa


para restauração de dentes
posteriores severamente destruídos.
Relato de caso clínico
Carolina Nunes Pegoraro*, Lucirene Aparecida Domingues**,
Patrícia Maria Martins Machado Trassi***

Resumo de um dente extraído foi utilizada


O uso de fragmentos dentários ob- para reconstruir todo o terço oclu-
tidos a partir de dentes humanos sal de um pré-molar inferior em
extraídos é uma boa alternativa um paciente com mordida cruzada
para recuperar a forma, a função e unilateral posterior. Através deste
a estética de dentes extensamente procedimento foi possível resta-
comprometidos por fratura ou le- belecer adequadamente o rema-
são cariosa. Este trabalho descreve nescente dentário com excelentes
uma técnica adesiva que pode ser propriedades biomecânicas e esté-
chamada de Onlay Biológica, em ticas, proporcionadas pelo esmalte
que uma parte da coroa dentária natural.

Palavras-chave: Restauração biológica. Colagem de fragmento. Onlay natural.


Fragmento dentário. Cimento resinoso dual.

* Professors Assistente 1. Docente das Disciplinas de Dentística, Materiais Dentários e Clínica Integrada na
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP. Doutora em Odontologia, área de concentração Dentística
pela FOUSP.
** Professora Adjunta 4. Docente das Disciplinas de Dentística, Materiais Dentários e Clínica Integrada
na Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP. Doutora em Odontologia, área de concentração
Dentística pela FOUSP.
*** Cirurgiã-dentista formada pela Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP.

114 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 114-125, jan./fev./mar. 2006


Onlay Biológica: uma alternativa para restauração de dentes posteriores severamente destruídos. Relato de caso clínico

acometida por lesão cariosa, fratura ou trauma. do é um tecido biológico e esta característica
Comparados às cerâmicas, os fragmentos den- única dá à técnica um grande impacto social.
tários proporcionam uma textura natural e não As limitações do procedimento envolvem difi-
desgastam os dentes antagonistas. Compara- culdade de encontrar um dente doador com as
das às resinas compostas de uso direto e in- características de cor, tamanho e forma dese-
direto, as Onlays Biológicas apresentam maior jados, a dificuldade em adaptar o fragmento ao
estabilidade de cor, maior resistência à abrasão remanescente e a rejeição que alguns pacien-
e ao desgaste, são mais duráveis e menos sen- tes apresentam à idéia de ter seu dente restau-
síveis à técnica restauradora. Os custos deste rado com fragmento de dente extraído de um
tratamento são reduzidos, pois o material usa- outro indivíduo.

Biological onlay: an alternative technique for


restoration of severely damaged posterior tooth.
A case report
Abstract
The use of dental fragments obtained from used in a similar manner to a ceramic or indirect
extracted human teeth is a good alternative composite resin onlay to rebuild the whole third
to recover the form, function and aesthetics in oclusal of a premolar in a patient with unilateral
teeth attacked for fracture or caries lesion. This cross bite. Through this procedure it was possible
paper describes an adhesive technique, known as to reestablish the dental remainder appropriately
Biological Onlay, in which a fragment of occlusal with excellent biomechanics and aesthetics
surface, obtained from an extracted tooth, has been properties provided by the natural enamel.

KEY WORDS: Biological restorations. Fragment attachment. Natural onlay. Tooth fragment. Dual cure resin cement.

124 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 114-125, jan./fev./mar. 2006


Carolina Nunes Pegoraro, Lucirene Aparecida Domingues, Patrícia Maria Martins Machado Trassi

Referências

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Oxford, v. 26, n. 1, p. 21- 24, 1996.

Endereço para correspondência

Carolina Nunes Pegoraro


Rua Anvar Dabus nº 9-74 - CEP: 17012-380, Bauru/SP
e-mail: carolpeg@kaizengames.com.br

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 114-125, jan./fev./mar. 2006 125


Biomimética

Editorial
Sidney Kina

A
Odontologia, como muitas outras áreas do integradas formando uma estrutura única, baseados em
conhecimento humano, iniciou seu caminho uma nova ciência biomaterial e interdisciplinar, deno-
à partir da intuição e experimentação e, atra- minada biomimética*. Em um futuro próximo, é prová-
vés do acúmulo de erros e acertos, construiu vel que as novas gerações de materiais restauradores
– e constrói – sua própria identidade. Podemos observar incorporem substâncias que possibilitem a real estimu-
este fato neste momento que passa a odontologia res- lação da neoformação dentária, e suas propriedades bio-
tauradora. Em seu início, com atenção totalmente volta- mecânicas sejam praticamente iguais às das estruturas
da para o material restaurador, o objetivo era encontrar dentárias.
materiais com características de resistência máxima a Estamos ligados e aguardando, antenados a tudo
fratura, corrosão ou qualquer outro parâmetro. Porém, isso, e esperamos informá-los um momento antes para
ao longo do tempo, a experiência clínica demonstrou que você sempre esteja um passo à frente.
que a idéia da resistência máxima estava equivocada.
Centrados somente às características do material res- Um grande ano e boa leitura.
taurador, havíamos esquecido o mais importante: a pró-
pria estrutura dentária a ser restaurada. Assim, com a
atenção voltada para o material restaurador e não na es-
trutura dentária, observamos restaurações com carac-
terísticas intrínsecas ótimas em si mesmas, porém, com
comportamento mecânico completamente diferente
dos elementos dentários. Com características distintas
entre si, a observação de tensões e estresse na interface
restauração/dente se torna comum, e como conseqüên-
cia, trincas, fraturas e sensibilidade dentinária.
Hoje, os estudos avançados da biologia e mecânica
dos tecidos dentários, têm impulsionado o desenvolvi-
mento de materiais restauradores com características
cada vez mais semelhantes ao elemento dental. Ma-
teriais com propriedades de adesão tanto ao esmalte
como a dentina, se combinam com efetividade de união
*Para saber mais:
a materiais restauradores (sejam compósitos ou cerâ-
MAGNE, Pascal; BELSER, Urs. Restaurações adesivas de porcelana na dentição an-
micas), contemplando a idéia de construir restaurações terior: uma Abordagem Biomimética. São Paulo: Quintessence, 2003.

R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 3, jan./fev./mar. 2006 3


Entrevista
Entrevista

Ricardo Mitrani
Ricardo Mitrani é uma daquelas pessoas fáceis, bem articulado, professor em essência. Odontólogo
mexicano, conquistou o mundo, principalmente a América, com seus cursos e artigos. Considerado
um dos maiores conhecedores da reabilitação protética sobre implantes, da conturbada Cidade do
México ele nos concede esta entrevista.

Você reconhecidamente é um clínico de muito talento, estéticos de alta complexidade?


que consegue conciliar ciência com requintes de arte em
seus trabalhos. Quando tive a oportunidade de assistir A evolução do desenho, tanto dos implantes osseoin-
uma de suas conferências, pude notar uma grande sen- tegrados quanto de seus componentes, é vertiginosa. Há
sibilidade na apresentação dos casos clínicos. Você acha algum tempo, a proposta universal é a de exercer uma
que hoje a Odontologia, devido ao seu alto nível técni- prática clínica baseada em evidências; no entanto, para
co, deixou de ser artística? poder realizar essa prática, o clínico teria que esperar
pacientemente a publicação de protocolos cientifica-
Para mim, falar de técnica e arte é o mesmo que falar de mente demonstrados e, muitas vezes, esses protocolos
conceitos interdependentes e inevitáveis. O artista, para são realizados in vitro ou em modelos animais, que não
ser bom, precisa conhecer a técnica para poder desenvol- representam fielmente a condição real.
ver seu talento e dar seu toque original no ordenamento Isto nos obriga, em algumas ocasiões, a incursionar
das idéias. Considero que, hoje em dia, um aspecto para- intuitivamente em técnicas e procedimentos, com o
lelo e de fundamental importância é o acelerado avanço propósito de obter melhores resultados estéticos e en-
tecnológico. Se revisarmos a definição de tecnologia no curtar os períodos clínicos.
dicionário, veremos que esta é considerada como... “con-
junto de conhecimentos ou instrumentos específicos de Qual sua experiência com implantes de carga imediata?
um determinado ofício ou arte industrial”. Você acha que eles são previsíveis em áreas estéticas?
Isto obriga tanto o clínico quanto o técnico a estarem
imersos no processo de renovação contínua, de onde é Posso afirmar, sem a menor dúvida, que as maio-
imperativo depurar consecutivamente a técnica. res satisfações em meu trabalho clínico eu obtive
com casos em que realizamos carga imediata sobre
O mercado odontológico tem apresentado inúmeros implantes, seja de implantes unitários ou de arcos
sistemas de implantes, sob as mais diversas carac- completos; não obstante, da mesma maneira tenho
terísticas, indicações e vantagens. Mesmo com este que reconhecer que alguns dos meus fracassos mais
desenvolvimento tecnológico, que questões a indús- patentes também ocorreram em casos em que reali-
tria ainda não respondeu para solucionar problemas zamos carga imediata.

16 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 1, p. 16-19, jan./fav./mar.


jan./fev./mar. 2006
Ricardo Mitrani

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 1, p. 16-19, jan./fev./mar. 2006 17


Selecionado
Caso Selecionado

Olhando para os procedimentos mais


comuns: buscando diferenças

Ronaldo Hirata

O futuro dos procedimentos restauradores se en- tam que trabalhos manuais são formas de meditação).
contra em solucionar, de forma relativamente rápida e Acredito, ainda, que surpresas ocorrerão não por um
simples, problemas comuns de uma forma satisfatória treinamento contínuo, mas sim por uma repetição de
para o profissional e o paciente. atividades manuais, como quem repete um mantra so-
Posso dizer que, quase com certeza, os procedimen- noro e procura conseguir elevação. Acreditando nisso
tos que perdurarão no tempo serão somente aqueles tenho buscado a repetição de passos, visando a mudan-
simples (posso sempre estar errado). Soluções comple- ça de características pessoais (se para melhor ou pior
xas não sobreviverão nos novos tempos. Lembro de neste momento não é importante).
algumas técnicas protéticas ensinadas por alguns pro- Restaurações posteriores podem e devem ser vistas
fessores e não as imagino nos dias atuais. Este mesmo com simplicidade, uma vez que seu passo-a-passo sem-
conceito nos deve nortear no ensino de nossas próprias pre se repete. Não acredito em tomadas de cor em si-
técnicas. tuações comuns de cavidades posteriores, o que resulta
Me parece claro que restaurações podem fornecer em um resultado bastante predizível e relativamente
estética e função, mas sobretudo, prazer e satisfação simples e rápido. Restaurações oclusais devem ser fina-
para o próprio profissional. Por vezes pensei ser este lizadas em 15 minutos após o dente isolado, restaura-
um prazer carregado de culpa, uma vez que devia sem- ções de Classe II em 20 a 25 minutos.
pre colocar o paciente em primeiro plano; percebo hoje Posso concluir este pensamento com uma frase sim-
que uma vez que nossa intenção sempre é positiva, do ples e profunda de um grande mestre e amigo chamado
ponto de vista de saúde, extrair prazer pessoal tem Paulo Kano: algumas vezes devemos olhar não somen-
sido uma surpresa para mim. te para onde queremos ir e o que queremos atingir em
Realizar restaurações posteriores pode ser, acima de evolução, nos comparando aos outros, mas olhar nossos
tudo, uma forma pessoal de realizar Odontologia com trabalhos antigos e nos orgulharmos de nossa própria
seus pequenos detalhes e prazeres (japoneses acredi- evolução.

R Dental Press Estét, Maringá, v .3, n. 1, p. 59-71, jan./fev./mar. 2006 59


Biologia
Biologiada Estética
da Estética

Mancha branca no esmalte: como


fundamentar seu diagnóstico clínico
ou
Por que a cárie inicia-se na subsuperfície do esmalte?
ou
Por que a sondagem com instrumentos deve ser evitada nas manchas brancas?
ou
Por que a cárie se apresenta no esmalte como mancha branca?
ou
Por que a secagem superficial aumenta a possibilidade de
diagnóstico de manchas brancas mais incipientes ainda?

por Alberto Consolaro com colaboração de Maria Fernanda Martins-Ortiz Consolaro

A cárie dentária nos países desenvolvidos e so- cas da cárie dentária incipiente este procedimento
cialmente justos, como a Suécia, Noruega, Dina- geralmente recompõe a estrutura do esmalte, com
marca, Finlândia e Islândia, praticamente não existe volta à normalidade quanto a seu aspecto clínico.
mais como um problema de saúde pública, graças a Infelizmente muitos profissionais têm dificul-
um programa eficiente de educação e conscientiza- dade no diagnóstico da mancha branca do esmalte:
ção. A perda dentária nesta região do planeta se dá cárie incipiente ou hipoplasia do esmalte, tipo flu-
por reabsorção dentária, desgastes, traumatismos e orose ou não? Para um diagnóstico mais preciso se
muito eventualmente por doença periodontal. requer um conhecimento prévio das doenças, afinal
Nos países nórdicos, bem como nas classes do- só cumprimentamos nas ruas quem conhecemos e
minantes de países economicamente ricos e nos só diagnosticamos doenças se as estudarmos! Para
subdesenvolvidos, a preocupação quanto à cárie que sejam cada vez menores os casos de confusão
está limitada às manchas brancas no esmalte, mui- no diagnóstico da mancha branca do esmalte por
tas vezes confundidas com opacidades do esmalte cárie dentária incipiente propusemo-nos a discor-
resultantes de fluorose e outros tipos de hipoplasia rer sobre as alterações que o esmalte sofre durante
do esmalte. Enquanto nas opacidades do esmalte a este processo e algumas de suas particularidades
remineralização não é eficiente, nas manchas bran- aplicadas à clínica.

126 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 126-133, jan./fev./mar. 2006


PALESTRANTES*
* Grade científica sujeita à alteração sem aviso prévio.

Roberto Spreafico (ITA); Dickson Fonseca (BRA); Robert Winter (USA); Ricardo Mitrani (MEX);
Ewerton Nocchi (BRA); José Roberto Moura (BRA); Luiz Felippe (BRA); Jairo Pires (BRA);
Laurindo Furquim (BRA); Mario de Góes (BRA); Mario Sergio Limberte (BRA);
p e ç a q ue
Laerte Schenkel (BRA); Glécio Vaz (BRA); Rogério Zambonato (BRA), entre outros...
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Odontologia Estética
de

Num dia cinzento, Elisabeth Rosenfeld


teve a idéia de criar algo para dissipar o
mau humor, algo que ajudasse a vencer
as amarguras da vida. Surgiu, assim,
uma figura risonha: o Kikito, o deus do
bom humor.

Esta estatueta, devido ao seu êxito


imediato, passou a ser o símbolo da
cidade de Gramado, e depois, o símbolo
e prêmio máximo dos Festivais de
Cinema Brasileiro que desde 1973,
oficialmente, realizam-se nessa cidade.

O troféu a princípio era confeccionado


em madeira de imbuia, medindo 33cm de
altura, até o ano de 1989. A partir de
1990 passou a ser feito de bronze.

SBOE De símbolo de uma cidade a prêmio de


Festival, foi um salto. Romeu Dutra, em
fins de 1970, levou o exemplar do Kikito
para Ricardo Cravo Albim, então
presidente do Instituto Nacional do
Cinema INC. Ricardo se agradou da
estatueta e sugeriu, na ocasião, que a
tomassem como troféu máximo dos
Festivais de cinema, ainda que alguns
preferissem a Hortênsia de Ouro. Este
encontro foi marcado pelo ator gaúcho
José Lewgoy.

Desde a criação do Kikito, por Elisabeth


Rosenfeld, também a mãe do artesanato
gramadense, esta estatueta tem sido
confeccionada pelo escultor Orival da
Silva Marques, o “Xixo”, que trabalhava
com Elisabeth nos primeiros anos do Fonte:
Festival. CARRION, Luiz Carlos. Festival de
Cinema Brasileiro de Gramado.
Elisabeth Rosenfeld faleceu em 24 de Porto Alegre: Editora Tchê, 1987. p. 23.
janeiro de 1980.

www.hotelserrano.com.br
Esthetics
2005 in

P arabéns a vocês,
mulheres guerreiras!!

A SBOE faz uma pequena


homenagem a você, mulher
que busca no dia-a-dia sua
independência, sua liberdade,
sua identidade própria.
Você que luta profissional e
emocionalmente, para ser
valorizada e compreendida.
Você que a cada momento
tenta ser a companheira, a
amiga, a "rainha do lar".

Você que batalha


incansavelmente por seus

Aqui você
próprios direitos, por um
mundo mais justo e por uma encontra
sociedade sem violência.
a melhor forma
para se
aperfeiçoar
Podemos dizer que não nos
bastam os cinco sentidos para
perceber toda a sua beleza.

descontrair
Se a história de Adão e Eva é &
correta, você Mulher, é o
significado da aventura e da
descoberta do mundo.
Galeria de fotos:
Enfim, se fôssemos Deus, nós Mulheres da SBOE
com certeza não mais
cuidaríamos do universo e
dessas coisinhas banais.
Somente iríamos amar as
mulheres como elas merecem.
E como nunca foram amadas.
Só isso, definitivamente. Nada
mais, nada mais!
Texto de Edson Marques
e autores desconhecidos
Uma análise crítica e atualDa
Microscopia operatória
Dando continuidade às várias entrevistas que realizaremos com renomados profissionais e Entrevistado
formadores de opinião, temos a satisfação de apresentar-lhes uma bela matéria sobre Microscopia Dr. Glécio Vaz de Campos
Operatória. Especialista em Periodontia
Temos observado a procura crescente pelos profissionais a esta “filosofia de trabalho”, com o e Prótese Dental;
objetivo de oferecer opções diferentes de tratamento e, em casos indicados, melhores resultados. Coordenador do curso:
Com o intuito de aprofundar este tema, é com grande honra que apresentamos esta entrevista com Cirurgia Plástica Periodontal e
Introdução à Microcirurgia,
os Drs. Glécio Vaz Campos, José Roberto Moura e Dickson Martins Fonseca, experientes
da EAP APCD central;
profissionais em distintas especialidades, cada um relatando sua sincera experiência com a Introdutor no Brasil da técnica
utilização destes microscópios. de microcirurgia periodontal.

Claudio de Pinho> O que é microscopia operatória? namento na clínica do Dr. Shanelec em Santa Bárbara,
Califórnia (EUA). No Brasil, desenvolvi as habilidades
Glécio Vaz de Campos> É uma filosofia de trabalho na qual necessárias para a microscopia e realizei as minhas pri-
se utiliza o microscópio operatório (M.O.) em procedimen- meiras 20 microcirurgias no centro cirúrgico da E.A.P. Entrevistado
tos clínicos de diagnóstico, cirúrgicos e não cirúrgicos. da APCD central. Dr. José Roberto Moura
Prof. Titular de Especialista em
José Roberto Moura> O M.O. gera uma imagem com JRM> Tive meu interesse pela magnificação desperta- Dentística Restauradora pela
maior nitidez e profundidade de foco do que os olhos do de uma forma inusitada. Estávamos eu, Dickson e o PUCCAMP; Mestre em Prótese
humanos, proporcionando conforto visual durante o tra- Marcelo Fonseca em um Congresso nos EUA, em 1998, Dentária pela UNITAU; Presidente
balho. O profissional tem a mesma sensação como se quando na saída do hotel encontramos o Mark da SBOE (1999-2000 e
estivesse observando uma paisagem ao longe, pois os Friedman, professor da UCLA. Enquanto esperava 2002-2003); Diretor e Membro
Credenciado da SBOE;
olhos ficam relaxados e orientados num sentido parale- pelo seu transporte ao aeroporto nos mostrou em seu Clínico em tempo integral.
lo, e não convergentes, como nas observações a olho nu laptop, ali mesmo no lobby do hotel, uma palestra que
ou com lupas. ele estava preparando sobre magnificação. Foi tama-
nho o seu entusiasmo e o embasamento crítico que ele
Dickson Martins Fonseca> E também em procedimen- dispunha que me contagiou imediatamente. Porém
tos laboratoriais em prótese. após adquirir o microscópio passei um bom tempo uti-
lizando-o apenas esporadicamente, para checar pre-
GVC> O M.O. proporciona aumentos variados de 3x a paros ou restaurações concluídas, até que em uma
30x (dependendo do modelo e configuração) e uma ilu- conversa com o Glécio, ele me alertou para dois fatos
minação próxima a 100.000 Luzes. Além disso, “obriga” que ocorrem com freqüência aos que estão iniciando Entrevistado
o profissional a trabalhar numa posição totalmente ergo- na microscopia: a falta de treinamento prévio laborato- Dr. Dickson Fonseca
nômica e permite a captura e registro de imagem simul- rial, e a subutilização de uma ferramenta que pode tra- Cirurgião-dentista formado pela
tânea ao trabalho, em vários sistemas, como câmeras de zer benefícios práticos muito maiores. Univ. Federal - RN 1987; Bolsista
filmagem ou de fotos. do CNPQ de 1987-88; Mestrado
DMF> O meu 1° contato foi através do livro do Prof. em Reabilitação Oral - Prótese
CP> Como foi o seu primeiro contato com a Microscopia Martignoni (início da década 90). Mas logo após este pela Faculdade de Odont. de
Operatória? congresso nos EUA (1998) que JRM se referiu, tive a Bauru/SP de 1989-91; Diretor
e Membro Credenciado SBOE;
oportunidade de observar alguns técnicos de labora-
Membro da Academia Brasileira
GVC> Foi através de uma palestra ministrada por Dennis tório que já utilizavam em procedimentos que requeri- de Odontologia Militar; Consultor
Shanelec, durante o Encontro Anual da Academia am maior precisão. Foi então que conversando com o científico da Revista Dental Press
Americana de Periodontia, em Nova Iorque, no ano de professor e amigo Daniel Harnist (RJ) durante um con- de Estética e do Corpo Editorial
1995. O Dr. Shanelec mostrou as vantagens das microci- gresso de protéticos em SP que ele me encorajou a do International Journal of
rurgias realizadas com microscópio operatório. O entu- adquirir o microscópio, pois lá tinha um estande do Brazilian Dentistry; Exercício em
siasmo foi tanto que, em maio de 1996, realizei meu trei- fabricante nacional. Clínica privada direcionada à
odontologia estética e
funcional na cidade
de Natal-RN.
Continuação

Adquirimos eu e o TPD Lécio Gomes, técnico que todos os procedimentos restauradores, anteriores presentes na vida do protesista e, num primeiro
trabalha também em Natal (na ocasião e posteriores, diretos e indiretos. Inclusive removi momento, bastante desestimulantes. Outro
compramos juntos, ele um de bancada e eu um o refletor do meu equipo. aspecto que pode parecer tolo com relação à
clínico). Até então não existiam cursos magnificação é a oclusão. Poucos livros e artigos
direcionando a sua utilização clínico-laboratorial DMF> Confesso que ainda utilizo em somente chamam a atenção para o equilíbrio oclusal
voltada para prótese, sendo assim fomos 50% dos meus procedimentos! Mas já não sei observado com microscópio. É incrível como o
obrigados a fazer uso gradativo e de maneira fazer provisórias e preparos (principalmente de ajuste oclusal por desgaste durante as provas é
autodidata. Somente em 2005, fiz um curso com o facetas) sem ele. No laboratório a utilização chega facilitado, podendo inclusive, sugerir-se um
Glécio na sua clínica, apesar de ter participado de a 100% em determinados procedimentos. protocolo com seqüência decrescente de
todos os congressos de microscopia da APCD. utilização de marcadores oclusais, tendo como
Recomendo! CP> Quais os maiores benefícios para os resultado final uma melhor precisão e menores
pacientes que são tratados com esse ajustes. Quantos casos não são ajustados e as
CP> Quando o Clínico Dentista deve lançar procedimento? superfícies oclusais são desgastadas em
mão desse recurso? demasia? A confecção das provisórias é um
GVC> Os pacientes ganham com a qualidade e exemplo. Como dou muito valor a elas, já disse
GVC> Sempre que a precisão for determinante segurança dos procedimentos aos quais se que não consigo fazê-las sem o M.O.
para o sucesso. Teoricamente, poder-se-ia utilizar submetem. Como o profissional trabalha em
o M.O. em todos os procedimentos em condições ótimas de visualização e iluminação as CP> E para o C. D., quais são as vantagens?
Odontologia. A questão é que o profissional deve possibilidades de atingir a excelência dos
seguir um protocolo de técnica específico e trabalhos executados é muito maior. Um exemplo GVC> A visualização das estruturas anatômicas,
submeter-se a um treinamento adequado. materiais restauradores e componentes protéticos

Q
com o M.O. permite a identificação de relevos,
JRM> Depois do período de adaptação creio, uando dominamos o equipamento texturas e detalhes que não seriam visíveis a olho
sinceramente, que inexistem procedimentos e estabelecemos um protocolo de uso, nu ou mesmo com lupas. Essa riqueza de detalhes
restauradores que não possam ser realizados possibilita o aprimoramento das técnicas já
com a ajuda do M.O., e com resultados muito não há razão para não utilizá-lo! praticadas e o desenvolvimento de novas técnicas
Dr. Glécio Vaz de Campos
superiores, no que diz respeito à melhor utilização inimagináveis a olho nu. A posição ergonômica
dos materiais e das técnicas restauradoras. que o M.O. determina ao operador é bastante
típico é o menor tempo de cicatrização (50%) das vantajosa para a sua saúde e para a diminuição do
DMF> Concordo com JRM e GVC. No entanto, no microcirurgias plásticas periodontais em relação cansaço. Outra vantagem importante é a
meu caso, como protesista, a utilização é tanto às cirurgias convencionais. Além do menor documentação dos procedimentos realizada
clínica como laboratorial, sendo esta última mais desconforto pós-operatório e a ausência de diretamente da cabeça óptica do M.O. sem a
protocolar e de fácil utilização. Itens como cicatrizes; o paciente retorna mais rapidamente às necessidade do profissional interromper o
avaliação de conjunto do sorriso, reflexão de luz, suas atividades normais e melhora a sua procedimento ou sair do campo operatório. O M.O.
corredor bucal, inclinação de dentes etc., fazem aceitação para os procedimentos cirúrgicos. possui acessórios para a adaptação de câmeras
com que o profissional da prótese necessite de filmagem e/ou de fotografias.
alternar o uso. Mas com certeza, a partir da JRM> Outro exemplo seria a realização de
mínima utilização, o ganho em qualidade é preparos cavitários mais conservadores, a CP> Quais as desvantagens da utilização do
enorme e, com a curva de aprendizado se inserção precisa de materiais restauradores e o M.O. em Odontologia?
elevando, tudo melhora! acabamento das restaurações sem excessos.
Além, é claro, de uma precisão maior no GVC> A principal é a necessidade de treinamento
CP> Qual a freqüência de uso do M.O. em seu diagnóstico de lesões cariosas e restaurações especifico. Como M.O. exige um campo de
consultório? que necessitem substituição. Neste caso a trabalho restrito (diâmetro de 55mm para
remoção do material antigo, principalmente se for aumentos menores e de 11mm para maiores
GVC> Na maior parte dos procedimentos clínicos estético, será mais precisa. aumentos) não é possível visualizar-se as mãos e
e cirúrgicos eu utilizo o microscópio. Quando os dedos. Visualiza-se somente a ponta ativa dos
dominamos o equipamento e estabelecemos um DMF> A magnificação na Reabilitação Oral, de microinstrumentos que são utilizados em
protocolo de uso, não há razão para não utilizá-lo. uma maneira geral, só veio melhorar todas as movimentos delicados e de pequena amplitude. O
etapas, sejam clínicas ou laboratoriais. Termos desenvolvimento das habilidades necessárias
JRM> Hoje, com os protocolos que aprendi com o como desadaptação, desajustes, imperfeições, para o uso do M.O. é realizado sempre em nível
Glécio principalmente, utilizo em praticamente porosidades e desgastes passam a ser mais m laboratorial. Não é possível iniciar-se em
1
microscopia diretamente na boca do paciente. Outras desvantagens
seriam o custo inicial do investimento (M.O. e microinstrumentos), a
adequação do tempo de trabalho e a adaptação da equipe auxiliar.

JRM> O tempo gasto nos procedimentos poderia ser visto num


primeiro momento como uma desvantagem, pois ele será
necessariamente mais longo quando se inicia com o M.O. Porém este
tempo se torna gradativamente menor até que chegará um momento
em que determinados procedimentos serão mais rápidos quando
realizados com a microscopia graças à melhor visualização e precisão
dos movimentos.

DMF> Concordo com eles. No entanto, fico muito triste quando tenho
que imaginar a minha realidade local, onde sou constantemente
induzido à redução dos custos orçamentários dos pacientes. Eles, bem
como os profissionais que não utilizam, precisam saber a diferenciação
da utilização do M.O. e valorizá-la.

CP> Qual a sua opinião sobre o futuro da microscopia operatória


no Brasil?

GVC> Acho bastante promissor, pelas possibilidades que os


profissionais têm no Brasil de fazerem cursos de treinamento. O
2
crescimento do uso e o desenvolvimento da técnica são lentos, porém
nota-se uma gradativa aceitação dos profissionais formadores de
opinião: os clínicos consagrados e os professores universitários.
Entendo ser preferível um desenvolvimento lento e seguro a uma
explosão de uso sem treinamento adequado e o devido embasamento
científico.

JRM> Creio também que os resultados francamente superiores


obtidos quando do uso da microscopia, e o conseqüente aumento da
longevidade das restaurações, acabarão por estimular um número
cada vez maior de profissionais a optarem por esta valiosa ferramenta.

DMF> O futuro é promissor! Vários grupos de estudos e associações


estão sendo formados no Brasil. E já é possível ter uma literatura
odontológica em M.O. Com certeza virão mais trabalhos por aí.

FIGURA 1 e 2 - O Dr. José Roberto Moura mostra


o posicionamento correto para utilizar o microscópio.

Entrevistador
Dr. Claudio de Pinho
Especialista em Dentística
Restauradora e Diretor
Científico da SBOE - Sociedade
Brasileira de Odontologia
Estética.

www.sboe.com.br

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