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Resumo: O presente ensaio busca trazer uma recuperação histórica da Divida Pública como
instrumento de Administração pública. Em seguida, traça-se um panorama geral legal das
disposições constitucionais e administrativas que versam sobre o tema, para chegar aos debates
atuais de auditoria cidadã. Em seguida, existem considerações finais acerca do tema.
Introdução
O endividamento público:
Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discus são do endividamento público, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo par a a economia interna no país. Sobretud o em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso , muitas vezes não se pode, ainda, nem mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o contexto de recessão em tela, isso sign ificaria aumentar gastos. ante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do end ividamento púb lico, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretu do em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso ,
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ASSONI FILHO, Sérgio. Empréstimos públicos e a sua natureza jurídica. Revista da Faculdade de Direito,
Universidade de São Paulo, v. 99, 2004, p. 801-805.
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TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 18 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2011,
Tem-se que o termo dívida pública possui dois sentidos possíveis: o sentido
estrito, onde a dívida pública é entendida como resultado de operações de crédito realizadas
pelos órgãos do setor público, com vistas a antecipar receita orçamentária ou a sanar
desequilíbrios orçamentários e/ou financiamentos de obras e serviços; e o sentido amplo, que
é aquele que compreende tudo o que o Estado deve, independente de qual é o título, e qual a
origem do débito.
A dívida pública pode ser entendida, também, como empréstimos públicos feitos
a longo ou em curto prazo. Ou seja, o reembolso pode se dar no mesmo exercício financeiro ao
que foi contraído, ou no exercício financeiro subsequente.
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HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 19 ed. Atlas: São Paulo, 2010
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OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010
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OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010
“toda despesa deve encontrar respaldo constitucional ou legal. Todas
devem gerar benefício ao Poder Público, seja como aumento patrimonial,
seja como retribuição a serviços prestados ou compra de bens ou serviços
etc.”
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ANDRADE, Cesar Augusto Seijas de. O controle do endividamento público e a autonomia dos entes da
federação. 2012. 219 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo- FDUSP,
São Paulo
competência de fixar os limites globais do endividamento – embora, porém, não seja esse o
poder que compreenda a demanda social de serviços públicos e os detalhes do âmbito
econômico do país, essa decisão do constituinte é positiva para dar caráter democrático a essa
delimitação.
Isso porque estabelece que emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
projetos que o modifiquem apenas serão aprovadas se indicarem os recursos necessários,
admitidos somente os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre o
serviço da dívida.
Auditoria cidadã
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OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2010,
O instrumento para realizar esta investigação é seria a Auditoria Cidadã da
Dívida. Através da auditoria da dívida seria possível conhecer a natureza da dívida, sua origem,
fatores que influenciaram seu crescimento, quem se beneficiou do processo e onde os recursos
foram aplicados, identificando dívidas ilegítimas ou ilegais.
Uma das características mais importantes do CAIC foi sua composição aberta
à participação da sociedade civil, que garantiu a mobilização social, o monitoramento público
e o apoio político à atitude soberana do Presidente Correa.
Acesso aos documentos e dados que permitam conhecer a verdade dos eventos geradores
de dívida pública;
Conscientização da sociedade em geral, desde a preparação de materiais didáticos -
folhetos, brochuras, website, eventos - buscando a ampla divulgação de fatos históricos
que levaram nossos países a esse endividamento brutal;
Fortalecimento da cidadania através da divulgação de nossos direitos fundamentais:
direito à vida, saúde, educação, moradia, emprego, saneamento, segurança, assistência,
etc .;
Produção de materiais que ilustrem a correlação direta entre o processo de endividamento
e o roubo dos direitos dos cidadãos e as dificuldades enfrentadas no seu dia-a-dia;
Mobilização social, por meio de eventos públicos e publicação de material didático, para
denunciar suspeitas de crimes contra a sociedade, por meio de contratos nocivos,
cláusulas abusivas, desvios, corrupção;
Envolvimento de todas as forças vivas da sociedade civil: entidades, associações,
sindicatos, movimentos sociais, igrejas, etc., a fim de pressionar os poderes legislativo,
executivo e judicial a exigir a realização da auditoria da dívida, a investigação completa
dos fatos e indícios de ilegalidade e ilegitimidade, bem como a adoção das devidas
providências deliberadas.
Considerações Finais
Diante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discus são do endividamento público, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretud o em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aumentar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso , muitas vezes não se pode, ainda, nem mesmo manter seus gastos, pois em última medida, tendo em vista o conte xto de recessão em tela, isso sign ificaria aumentar gastos. ante do panorama histórico, jurídico e econômico que norteia a discussão do end ividamento púb lico, é importante que se façam algumas considerações acerca da importância desse mecanismo para a economia interna no país. Sobretu do em momentos de recessão econômica, é comum que pessoas jurídicas ou físicas tenham condições de aum entar o seu gasto ou de se endividarem. Mais do que isso ,
Assim, num contexto onde ninguém “gasta”, a economia não consegue sair do
ciclo recessivo porque o “gasto” de um é “receita” do outro. Em circunstâncias como essa,
apenas o Estado pode contribuir para que a economia saia da crise, aumentando o gasto público
e mantendo a economia aquecida. Ao mesmo tempo, é certo que, assim como os demais agentes
econômicos, a economia do Estado também tem déficits em contextos recessivos, de modo que
só é viável a ampliação de gastos do seu endividamento.
O debate deve, então, tender para a discussão dos juros da dívida, para não cair
no erro de prospectar um estado neoliberal, que não promove de maneira perene serviços
sociais. O problema brasileiro dos juros da dívida, que chega a 45% do orçamento que o
governo paga anualmente é o nervo central do debate. Assim, o que torna a dívida pública um
problema não é o seu tamanho, e sim a taxa de juros que é paga diretamente aos detentores da
dívida, de forma que esta é benéfica somente a bancos e detentores de títulos públicos, e não à
coletividade.
Bibliografia
ASSONI FILHO, Sérgio. Empréstimos públicos e a sua natureza jurídica. Revista da Faculdade
de Direito, Universidade de São Paulo, v. 99, 2004, p. 801-805.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 18 ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2011, OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista
dos Tribunais: São Paulo, 2010,
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 19 ed. Atlas: São Paulo, 2010
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. 3ª ed. Revista dos Tribunais:
São Paulo, 2010
ANDRADE, Cesar Augusto Seijas de. O controle do endividamento público e a autonomia dos
entes da federação. 2012. 219 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo- FDUSP, São Paulo
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https://www.auditoriacidada.org.br/wp-content/uploads/2012/08/Fattorelli-AUDIT-Nov.2011-
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm
BRASIL. Constituição Federal de 1988.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
BRASIL. Código Tributário Nacional.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm