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1.

Introdução

A importância da geografia não se limita em conhecer a galáxias, sistemas, planetas,


continente, hemisférios, capital do pais e províncias, cidades, dados populacionais,
moeda, religiões, o aluno deve conhecer a dinâmica do espaço, distribuição dos
movimentos sociais, estrutura superficial e geomorfologica da Terra que não se
desvinculam do tempo, interferir e criticar no modo que são feitas as transformações do
espaço na cidade, na lógica de produção agrária que são imprescindíveis para
manutenção da vida em sociedade. Para efectivação dos objectivos preconizados no
PEA de geografia deve-se ir além do conhecimento teórico dos conteúdos por parte do
professor assim como dos alunos e pautar-se na interacção entre a teoria e a prática ou
realidade, fato possível com uso de material didáctico, que desempenha um papel
preponderante no PEA, pois, ele traz consigo informações, que retratam fenómenos
geográficos de vária ordem facilitando a aprendizagem, contribuindo em grande medida
para a melhoria do PEA e desenvolvimento integral do educando como individuo.

Observações feitas no campo escolar detectou-se pouco uso ou quase inexistente do


material didáctico, cujas causas desse problema colossal derivam do baixo de
investimento na educação, falta de uma boa motivação dos professores que faz com que
muitos sem abdiquem da sua real tarefa que é ensinar, levando alguns professores a
preocuparem-se apenas em marcar presença nas escolas, na minha óptica alguns
gestores das escolas também tem se mostrado insensíveis quando o assunto e matéria
didáctico. Outro facto tem a ver com a limitação e criatividade do professor muitas das
vezes pensa que material didáctico para o PEA de Geografia é apenas o mapa, globo,
atlas, que precisam ser comprados pela escola, no entanto muitos e outros recursos, que
podem ser usados e que não precisam ser comprados, exemplo: escantilhões, imagens,
objectos da autoria do professor que retratam fenómenos geográficos, observação de
fenómenos geográficos no terreno, amostras de solos rochas e minérios.

Contudo, este trabalho surge na tentativa de abordar a questão do uso de material


didáctico no ensino de Geografia: caso Escola Secundaria Geral de Nicoadala - salas
anexas de Munhonha, com a perspectiva de mostrar aspecto ligados comas causas de
falta de material didáctico no PEA de geografia e as consequências desse problema.

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2. Tema

O presente trabalho centrar-se-á na questão do uso de material didáctico no ensino de


geografia: caso da Escola Secundaria de Nicoadala - salas anexas de Munhonha, com
destaque as causas que derivam na falta de material didáctico no decurso do PEA de
geografia, como forma a despertar a todos atores do PEA (dirigentes do alto nível da
MEDH, directores da escola), aos pais encarregados de educação e em especial aos
docentes de geografia a rever-se sua actuação para a eficácia do PEA.

3. Delimitação da pesquisa

A presente pesquisa aborda sobre o uso do material didáctico no ensino da geografia e,


com este tema o autor deu maior enfoque a didáctica de geografia e dos processos de
produção dos materiais de ensino

4. Problematização

O material didáctico é um factor incontornável no PEA de Geografia em todos os níveis


de ensino, pois facilita o trabalho docente e reduz o esforço deste e dos alunos na
transmissão e assimilação de conteúdos.

O uso de material didáctico nas salas de aulas em instituições de ensino tem sido em
menor escala ou quase inexistente por parte dos professores do ensino secundário geral,
a mesma particularidade observada também na ESGN- salas anexas de Munhonha no
decurso das PP, onde notou-se uma ausência acentuada de material didáctico nas aulas
de geografia mesmo, muitas das vezes o professor só entra na sala de aulas apenas com
o plano de aulas e com o livro de geografia que constitui o único material didáctico
portado pelo professor que por sua vez traz poucas informações ou reduzidas no caso de
imagens ilustrativas que estão em tamanhos reduzidos não permitindo a visibilidade
clara, esse facto deve-se ao desleixo, nível formação dos docentes e condições da região
onde este se encontra e outros.

O presente trabalho fará o rastreio da problemática do não uso de material didáctico na


ESGN- salas anexas de Munhonha e suas implicações na aprendizagem de geografia,

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como despertar a todos os intervenientes do processo de ensino e aprendizagem
especialmente das consequências que advêm falta do material didáctico nas aulas de
geografia, visto que a falta deste material numa determinada aula pode limitar os alunos
em conhecimentos teóricos sem no entanto conhecer as peculiaridades do objecto em
causa no meio natural.

Perante à esta situação coloca-se a seguinte pergunta de partida:

Quais são as causas que contribuem para o não uso de material didáctico no PEA pelos
professores da disciplina de geografia e possíveis implicações na Escola Secundaria
Geral de Nicoadala - Salas anexas de Munhonha?

5. Justificativa

O uso do material didáctico pode elevar a qualidade do processo de ensino e


aprendizagem de Geografia e não só. Contudo, qualquer professor tem a necessidade de
se auxiliar de um conjunto de meios de ensino portadores de informação que facilitam a
assimilação dos conteúdos no PEA e melhore a qualidade de ensino em todos os níveis.

O material didáctico além de contribuir para a percepção dos conteúdos poupa o esforço
do professor e aluno no PEA facilitando a compreensão dos fenómenos, processos
geográficos sobretudo na descrição de características destes, aproximando assim o aluno
no objecto em causa permitido a fixação da aprendizagem e redução da abstracção.

O interesse pelo tema surgiu em certa medida, pela experiencia adquirida na carreira
docente através do quotidiano vivido nas instituições de ensino por onde trabalho, que
de certa maneira pude vivenciar abandono do uso de materiais didáctico, assim sendo,
este trabalho torna-se pertinente, na medida que pode despertar a comunidade escolar a
necessidade de apostar no uso material didáctico devido ao poder que este possui de
aproximar o aluno à realidade em causa, aumentando sua capacidade de reflexão diante
dos factos e fenómenos que ocorrem no seu meio.

Com este tema o autor pretende despertar atenção nos professores e gestores da
educação da importância do uso do material didáctico na melhoria do PEA em geografia
nos alunos da Escola Secundaria de Nicoadala - Munhonha

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6. Hipóteses

 Fraco domínio da didáctica pode ser o factor central que contribui para o não uso
de material didáctico no PEA em geografia pelos professores.

7. Objectivos

7.1. Objectivo geral

 Avaliar o nível de uso de material didáctico no PEA no ensino da geografia


pelos professores

7.2. Objectivos específicos

 Descrever o processo de ensino e aprendizagem em geografia na escola


Secundária geral de Nicoadala - Munhonha
 Identificar as causas que contribuem para o não uso de material didáctico no
PEA em geografia pelos professores
 Demonstrar os impactos resultantes do não uso de material didáctico no PEA em
geografia.

Capitulo I Metodologias de trabalho

1. 1.Metodologia de trabalho
Para alcançar-se os objectivos premeditados no presente trabalho recorreu-se aos
seguintes métodos:

Método bibliográfico, este método é feito a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros,
artigos científicos, páginas de websites. Qualquer trabalho cientifico inicia-se com uma
pesquisa bibliográfica, pelo facto de permitir o pesquisador conhecer o que já se estudou
sobre o assunto, (Garhartd e Silveira, 2009).

Este método foi crucial na pesquisa porque permitiu a obtenção de informação científica
acerca do assunto do tema em causa, foi através da consulta bibliográfica que foi feita a
conceitualização dos termos chaves desta pesquisa (material didáctico), seu uso no

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ensino secundário, causas e implicação que pode trazer no processo de ensino e
aprendizagem de geografia

Observação directa também foi importante na produção deste trabalho, permite observar
os factos no terreno e fazer uma análise e levantamento de dados. Através dela pude
verificar o ambiente escolar (sala de aulas) no que toca a presença de material ilustrativo
e pude detectar pouco uso ou mesmo ausência de material didáctico.

A observação no momento das práticas pedagógicas permitiu na identificação de todo


conjunto de pressuposto para aula onde foi notável pouco recurso ao material didáctico
que será o termo mais focado no presente trabalho.

1.2 Tipo de pesquisa

O presente trabalho é de carácter exploratório descritivo, com abordagem qualitativa,


envolvendo levantamento bibliográfico e estudo de caso, com “entrevistas com pessoas
que possuem experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos
que estimulem a compreensão” (SELLTZ et al., 1967, p.63 apud GIL, 2002), onde foi
realizado um levantamento para retratar a realidade da carência de material didáctico
para o ensino da Geografia ESGN – S A M.
Esta modalidade de pesquisa de caso é amplamente usada nas ciências biomédicas e
sociais (GIL, 2007, p. 54).
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem
definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou
uma unidade social. Visa conhecerem profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação quase supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o
que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre
o objecto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode
decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura compreender como
é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa
simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível completa e
coerente, do objecto de estudo do ponto de vista do investigador (Fonseca, 2002, p. 33).
O tipo de pesquisa adequada para este trabalho é qualitativa por ela possuir um
característico a descrição, interpretação de fenómenos e atribuição de resultados que

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envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interactivos
pelo contacto directo do pesquisador com a situação estudada procurando entender os
fenómenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em
estudo, (Godoy, 1995).

Universo

Este estudo terá como seu universo os intervenientes do PEA da ESGN- salas anexas de
Munhonha (professores e alunos), mas concretamente do professor de geografia e com
principal enfoque aos alunos da 8ª a 10ª classe escolhi, estes porque eles são parte focal
que permitiu a colecta de dados necessários para enriquecimento do trabalho.

Técnica usada para recolha de dados

A pesquisa científica, como prática em constante transformação, é resultante de um


contexto dinâmico de produção e reprodução de conhecimentos que se alternam,
transformam a realidade e se transformam, contribuindo para a dinâmica das ciências na
medida em que estas se ramificam e requerem processos mais complexos para o estudo
de seus objectos. Assim como a ciência, as práticas de pesquisa são determinadas tanto
pelo contexto social e histórico quanto pelas referências teóricas que orientam conceitos
e pressupostos científicos. Isso porque, como produtos da vida social, as ciências
seguem a evolução dessa vida em constante renovação, como sustentam Gomes,
Oliveira & Alcará (2016) apud (Bufrem, 2013).
A técnica para colecta de dados utilizada neste trabalho é entrevista pois ela é mais
pertinente quando o pesquisador quer obter informações a respeito do seu objecto,
permite conhecer atitudes, sentimentos e valores implícitos ao comportamento, podendo
ir além das descrições de acções, incorporando novas fontes para a interpretação dos
resultados pelos próprios entrevistadores.
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha
informações sobre determinado assunto, mediante uma conversação de natureza
profissional. Trata-se de um procedimento utilizado na investigação social, colecta de
dados, para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. Sendo que é
um importante instrumento de trabalho em vários campos das ciências sociais ou de

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outros sectores de actividades, como o da sociologia, antropologia, psicologia social,
política, serviço social, jornalismo, relações públicas, pesquisa de mercado e outras
(Marconi; Lakatos, 2007).

Quanto ao tipo é padronizada ou estruturada que realiza-se de acordo com um


formulário elaborado, e é efectuada de preferência com pessoas seleccionadas. O
entrevistador segue um roteiro estabelecido previamente, as perguntas feitas são
predeterminadas.

A população alvo da entrevista foram os alunos da ESGN - SAM para tentar medir o
nível de assimilação de conteúdos intimamente ligados a disciplina de geografia
especialmente os da 8ª a 10ª classe onde foram feitas perguntas abertas, o DAP da
escola, o professor que lecciona a disciplina de geografia.

Instrumento de análise de dados

Observação foi um elemento crucial na analise de dados pois para Ferreira; Torrecilha, e
Machado, (2012) apud Bechker (1972) a observação seria a solução para estudo de
fenómenos complexos e institucionalizados, quando se pretende fazer análises
descritivas e exploratórias ou quanto tem o objectivo de inferir sobre um fenómeno que
remeta a certas regularidades, passíveis de generalização. E que quanto ao tipo esta
observação classifica-se em participante ou directa pois ela possibilita ao pesquisador
vivenciar directamente os factos em causa e aos participantes desenvolverem um
relacionamento e confiança, necessários para os participantes de práticas específicas
(aos revelarem os bastidores) de suas experiencia que geralmente são escondidos de
estranhos (Ferreira; Torrecilha, e Machado, 2012 apud paterson, Bottorff, Hewat, 2003)

O computador foi essencial na construção das tabelas que facilitaram verificação dos
dados por mim colectados, através do exel para ver a tendência dos dados para obtenção
de resultados.

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Capítulo II: Fundamentação Teórica

Neste capítulo constitui a parte teórica do trabalho onde o autor tenta mostrar as obras
dos autores que retratam do tema em estudo.

2.1. Material didáctico

Para o sucesso de uma aula é necessário um conjunto de artifícios que partem da


transformação da linguagem científica em académica e um conjunto de recursos de
ensino que se designam material didáctico, portanto importa conceituar que o material
didáctico, que na óptica de Quist (2007) são um conjunto de recursos portadores de
informação utilizados pelos professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem,
sob determinadas condições previamente planificadas que facilitam a comunicação
entre o professor e aluno.

O conceito de matéria didáctico varia de acordo com a concepção de cada autor, sendo
por vezes restritivos e em outros casos restritamente abrangente.

De acordo com (Nerice, 1991), material didáctico são meros instrumentos auxiliares do
professor no processo de ensino e aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem.
Tal concepção é restritiva porque a condição de auxiliares ʺ instrumentos auxiliares ʺ
pressupõe uma participação passiva de material didáctico no conjunto do processo de
ensino e aprendizagem.

Entretanto Rangel, traz uma definição mais clara do que é material didáctico: qualquer
instrumento que utilizemos para fins de ensino/aprendizagem é um material didáctico. A
caneta que o professor aponta para os alunos, para exemplificar o que seria um referente
possível para a palavra caneta, funciona, nessa hora, como material didáctico. Assim
como o globo terrestre, em que a professora de Geografia indica, circulando com o
dedo, a localização exacta da Nova Guiné. Ou a prancha em tamanho gigante que,
pendurada na parede da sala, mostra de que órgãos o aparelho digestivo se compõe, o
que, por sua vez, está explicado em detalhes no livro de Ciências (Rangel, 2005,p. 25).
A outra definição mais abrangente no que toca a conceituação de material didáctico no
meu ponto de vista é a do Shoumaker que classifica material didáctico a todos
instrumentos visuais e audiovisuais e informáticos que são utilizados no processo de
ensino e aprendizagem para aproximar o aluno a uma determinada realidade pode ser de
um fenómeno, objecto ou factos.

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É numa aula em que se efectiva o planificado usando o material didáctico e Nerice,
(1991), defende que, aula, é um determinado período de tempo vivido entre professor e
aluno onde o professor orienta actividades dos alunos, tendo em vista o alcance de um
determinado objecto traçado atempadamente.

No meu ponto de vista material didáctico corresponde a todos utensílios manuseáveis e


não manuseáveis portadores de informação audiovisual que são usados facilitar o
processo de assimilação de conteúdos no processo de ensino e aprendizagem.

Ainda nesta senda os utensílios não manuseáveis correspondem aqueles que não
precisam ser manipulados pelo facto portarem as informações necessárias em sim
bastando sua exposição e uma breve explicação para os alunos poderem assimilar os
conteúdos em causa exemplo disso destaca-se imagens de paisagem, gráficos, esquemas
e outros, enquanto os utensílios manuseáveis são aqueles que devem ser manuseados
para assimilação de conteúdos, exemplo a linha de algodão para calcular a distância real
de um troço, fita métrica e outros

O desenvolvimento de matéria didáctico pode promover mudanças substanciais no


processo pedagógico como um todo, eles são, em muitos casos, absolutamente
necessários para a satisfação de determinados objectivos.

2.2. Ensino

A etimologia da palavra ensino deriva de ensinar, que vem do latim in+signare e


significa pôr marcas ou sinais, designar e mostrar coisas, o professor, quando ensina,
coloca uma marca no aluno. Na linguagem espanhola, a palavra ensinar corresponde a
enseñar e significa mostrar, como na frase enseñame tu livro (mostra-me o teu livro),
Gregório (2008).

Ensino é um processo no qual uma informação, valor ou atitude é transmitida para um


interlocutor que por sua vez faz sua síntese particular e apreende a informação e a
interioriza de maneira que lhe seja significativa (Alves, Elzinger e Wendling, 2010).
Com esta visão é fácil evidenciar que este é um processo contínuo que pode ser
sistemático e centrado na figura do professor como orientador de uma das formas ou
etapas deste processo, no entanto, outras etapas também são significativas e a própria

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inserção do indivíduo num meio social faz deste último um grande palco do processo de
ensinar e aprender. No meio social os diferentes tipos de organização se encarregam de
expor ao indivíduo as diferentes formas de aprender, portanto, cada um deles ensina

De acordo com Passmore (1980) apud Scheffler, " o ensino pode ser
caracterizado como uma actividade que visa promover a aprendizagem
e que é capacidade para julgar de modo independente” praticada de
modo a respeitar a integridade intelectual do aluno e a sua queixar-se
com razão, dizendo:
"Estou há seis meses a ensinar matemática a esta turma e os alunos ainda não
aprenderam nada". Pareceria pois que Scheffler tem razão: ensinar é ter como objectivo
"promover a aprendizagem" mas não, necessariamente, alcançá-la. Contudo, um aluno
dessa mesma turma poderia, com igual propriedade, descrever a mesma situação nos
seguintes termos: "aquele professor não me ensinou nada". O que pressupõe que, se o
aluno não conseguiu aprender, o professor não estava a ensinar mas somente a "tentar"
ensinar.
O ensino acção remete-nos a uma situação em que o emissor A deve transmitir uma
mensagem ao receptor B. A é o professor; B o aluno. Nessa relação há um professor que
ensina e um aluno que aprende. Se um ensina e o outro não aprende não podemos dizer
que houve ensino. Por isso, o par ensino - aprendizagem tem mais peso do que
simplesmente a palavra ensino. Como pôr marcas no outro se este não as aceita, se este
não as entende? Por isso, a inclusão dos meios didácticos na relação entre o professor e
o aluno é de vital importância.

2.3. Aprendizagem
Etimologicamente a palavra aprendizagem, derivada do verbo aprender, cuja origem
vem do latim (apprehendere, “compreender”). E quanto à conceituação, há uma
diversidade bastante significativa referente a diferentes dimensões que o termo é
utilizado, como por exemplo, aprendizagem sistemática, assistemática, escolar,
profissional, religiosa, etc.
Aprendizagem (fundamentado na teoria behaviorista), a aprendizagem é tida como a
mudança de comportamento resultante de condicionamentos.

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Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos,
comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo,
experiência, formação, raciocínio e observação, Wikipédia (2012) disponível no site:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem, acessado no dia 19 de Fevereiro de 2018.
Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve
ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo
da aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsicológica, psicologia,
educação e pedagogia considerados como estratégia fundamental de se organizar as
manifestações objectivas da actividade humana.

De acordo com os conceitos acima podemos verificar que o ensino e aprendizagem são
palavras que divergem etimologicamente, mas elas estão numa estreita simbiose, esta
relação ocorre habitualmente numa sala de aulas com a interacção (professor e aluno)
que é um dos aspectos que contam para o bom desenvolvimento do fenómeno
“aprendizagem”. Essa relação segundo Freire (2000) se estabeleça partir do professor,
onde este é quem toma a iniciativa interactiva, como agente educador - facilitador de
todo o processo.
Quando se estabelece uma interacção verdadeira, que se entende como toda e qualquer
acção visando a uma relação entre duas partes com um objectivo determinado ou não,
abrem se as portas de acesso ao interesse do aluno, facilitando a exposição do conteúdo,
possibilitando a aprendizagem do aluno, objectivo do processo ensino - aprendizagem
O seu sucesso depende dos métodos de abordagens escolhidos, do enfoque de
determinado assunto para um público específico, e do seu próprio posicionamento em
sala de aula.

2.4. Aluno
O conceito de aluno pode ter diferentes concepções curriculares dependendo de cada
autor, mas apresentarei a classificação de Mizukami (1986) e Porlán et all (1998)

2.5. Concepção do currículo tradicional


Aluno é o agente passivo do processo de ensino e aprendizagem, isto mero consumidor
de informações com poucas intervenções no processo educativo, sem direito de censurar
a veracidade do conhecimento.

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Concepção currículo tecnicista
Treinado dentro do programa deforma passiva.

Concepção humanista
Aluno é pessoa a ser respeitada em suas necessidades e desejos onde os conteúdos
aprendidos por ele devem ser de mera importância para ele e o meio onde este se
encontra

Concepção do currículo cognitivista


Aluno é aquela que trabalha num grupo activamente cooperativo, desenvolve a estrutura
dos significados do conceito e constrói o caminho específico de sua evolução.

Concepção do currículo sociocultural


Aluno é aquele que desenvolve o significado dos conceitos e constrói o seu caminho
específico de sua evolução, para ele não há metas e percursos pré-determinados.

Professor
Para entender-se melhor o conceito de professor por este não possuir o mesmo
significado atendendo o meio, capacidades e suas intenções na sala de aulas vais
apresentar-se diferentes conceitos dependendo de classificações curriculares de
Mizukami (1986) e Porlán et all (1998).

Concepção do currículo tradicional


Professor - autoridade intelectual e moral, organiza aulas por conteúdos adaptados dos
científicos

Concepção humanista
Professor é o facilitador da aprendizagem do aluno, auxiliando no contacto com os
problemas vitais para sua existência. Mizukami (1986) e hispontaneista (Porlánet all
(1998)

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Concepção currículo Tecnicista
Professor planeja e desenvolve a sequência de actividades didácticas, ligadas pelos
objectivos pré -estabelecidos, com base em guias feitos por especialistas, conteúdos
adaptados dos conteúdos científicos.

Concepção do currículo cognitivista


Cria problemas e possibilidades de acção dos alunos, faz mediações, gera conflitos/
desequilíbrios. Conhece bem a disciplina que lecciona, é investigador, pesquisador,
orientador, coordenador e conduz o aluno a trabalhar independentemente

Concepção sociocultural
Há um dialogo autentico entre o professor e aluno, o professor trata o educando são
sujeito da sua própria educação. O professor cria condições para, junto com os alunos,
superarem a consciência ingénua e perceberem as contradições da sociedade que vivem.

Debruçar dos conceitos do professor e aluno segundo bases curriculares é pertinente,


visto através deles podemos decidir que tipo de aluno que precisamos assim com a
forma de actuação necessária do professor para o alcance dos objectivos preconizados.
Como o assunto em causa é o uso de material didáctico como forma de dinamizar o
ensino e facilitar a aprendizagem, faz-se necessário o abandono do currículo
tradicionalista onde o professor é uma mera autoridade intelectual e moral, organiza
aulas por conteúdos adaptados dos científicos e o aluno mero consumidor de
informações com poucas intervenções no processo educativo, sem direito de censurar a
veracidade do conhecimento, onde nos dias de hoje ainda há professores que ficam
desconfortados e passam a perseguir o aluno quando expõe um dado novo que contradiz
as palavras do professor no que toca ao saber de uma dada matéria e evoluir-se para
outras formas de ensino e aprendizagem, seja sócio cultural ou humanista que permite
que o aluno seja investigador, pesquisador, orientador, coordenador e conduz o aluno a
trabalhar independentemente, criando um campo para produção de material didáctico
em larga escala.

Função do material didáctico


O equipamento didáctico desempenha as seguintes funções:

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Formativa - a que está orientada a contribuir para o desenvolvimento da personalidade
integral do educando como indivíduo. Uma vez que cada disciplina cientifica tem uma
metodologia própria, o material didáctico deve proporcionar, em paralelo com os
conteúdos, metodologias e tecnologias apropriadas. Nesta função além de abrangir a
formação do aluno também contribui na formação continuada dos professores
(conhecida também como formação em serviço), e é política pública, num incentivo à
pesquisa pois produção de material didáctico se apresenta como um instrumento
importante nesta situação, pois parte de uma situação problema concreta do professor de
dinamizar facilitar o ensino e aprendizagem de conteúdos e conceitos em sala de aula,
além de “emancipar” o professor, deixando de ser um “mero consumidor” para ser
produtor de conhecimento,

Informativa - motiva a aprendizagem mediante uma orientação adequada e


permanente, apresentando mensagens relacionadas com actividades, experiências e
problemas da comunidade.

De reforço - garante uma assimilação dos conteúdos de uma determinada aula pelo
facto de pôr o aluno diante do assunto em causa.
Num caso de uso de rochas como material didáctico pode diminuir a abstracção.

Produção e conservação de material didáctico


Os materiais didácticos são materiais fundamentais para o processo e ensino e
aprendizagem, e o jogo didáctico caracteriza-se como uma importante e viável
alternativa para auxiliar o PEA por favorecer a construção do conhecimento do aluno. A
produção do material didáctico oferece ao professor a possibilidade de trabalhar na sala
de aulas com o quotidiano dos seus alunos (Shoumakr, 1992: 194).
De acordo com (Shoumakr, 1992: 194), a produção de material didáctico não é tarefa
fácil, pelo facto de exigir tempo e paciência pois sua produção não só depende dos
meios financeiros mas dependem também da capacidade criativa do professor e
realidade dos alunos.
Ainda sobre a produção e conservação de material didáctico são considerados trabalhos
mais importantes para o PEA. Um professor activo e interessado no seu trabalho,
escolhe e confecciona os meios que podem constituir um apoio eficaz para seu trabalho

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docente - educativo, podendo este produzir materiais de baixo custo usado recursos
locais.
Para Nerice (1991: 64) antes de optar por um material, é necessário que se reflicta sobre
a proposta político - pedagógico, sobre o papel político da escola, sobre o tipo de aluno
que queremos formar e por qual acreditamos ser importante para esse aluno. O professor
não pode subjugar sua metodologia de metodologia de ensino a algum tipo de material
porque ele é atraente ou lúdico, nenhum material é valido por si só. O professor deve
envolver os seus alunos na produção de material didáctico para leva-los a ganhar o
gosto pelo trabalho e valorizar as coisas.
Porém, é preciso ressaltar que não existe nenhum meio de ensino que possa ser utilizado
com êxito sem que se submeta a um método prévio que venha a se responsabilizar pelo
estabelecimento das estratégias e procedimentos segundo os quais se fará efectivamente
o uso dos meios ao longo do processo de ensino - aprendizagem.
Para o bom uso do pouco material didáctico existente na escola, é necessário que haja
um espaço apropriado para tal, designado oficina pedagógica pois este espaço é quase
inexistente pois a instituição visitada ainda está preocupada em erguer salas de aulas
diga se convincentes visto que algumas turmas tem tido aulas em salas muito precárias.
É importante ressaltar que a produção de material didáctico em si não impossibilita uma
aula extremamente conteudista, pois não é o material que diz como será organizado uma
aula, mas sim o conhecimento teórico, didáctico e metodológico do professor bem como
sua ideologia docente.
Outro aspecto importante na produção de material didáctico pelo professor, é a
apropriação, e muitas vezes o aprendizado, de aspectos pedagógicos inerentes a sua
profissão, visto que a pedagogias que temos contacto no dia-a-dia escolar é uma extensa
citação e leitura de clássicos da pedagogia, na maioria das vezes sem ligação com o
contexto real da escola, assim ao produzir materiais didácticos o professor se vê
obrigado a ir além do discurso pedagógico e pensar e educação, se aproximando ao
fazer - pensar (Kimura, 2010)
Outro aspecto notável a produção de materiais didácticos por professores pode
contribuir em sua formação continuada, sobretudo se tal produção não for individual,
mas inseridas nos espaços de discussão e formação colectiva nas escolas

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Capítulo III. Analise e Interpretação de dados

3.1. Discrição físico geográfico da área de estudo

A Escola Secundaria Geral de Nicoadala - Munhonha, funciona nas instalações da


Escola Primaria Completa de Munhonha que localiza-se a sul do distrito de Nicoadala
ao longo da EN 1, a esquerda do edifício da secretaria da localidade de Munhonha no
sentido norte-sul.

Esta zona apresenta um relevo acidentado (apresenta-se colinoso) com solos


predominatmente arenosos nas areas elevadas, solos ferteis e argilos nas de altitude
mais baixa e um clima tropical humido

Processo de ensino e aprendizagem com principal enfoque na disciplina de


geografia na Escola Secundaria geral de Nicoadala - Munhonha

No ano lectivo para o ensino primário estão inscritos 1145 alunos de 1ª a 7ª classes,
onde 497 são Mulheres e 648 homens assistidos por 31 professores, no que toca ao
ensino secundárioleciona-se de 8ª a 10ª com um universo de 294 alunos distribuídos por
6 classes, duas turmas para cada classe assistidos com um total de 6 professores.

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A instituição possui 12 salas de aulas construídas com material convencional, casas de
banho para os professores e alunos embora apresentam uma pequena deficiência para o
uso pleno, um campo para pratica de modalidades desportivas exclusivamente pra o
futebol,

Constatei tambem a presenca de um grande pomar que serve modelo para o distrito de
Nicoadala assim como para a província da Zambezia de acordo com o DAP da escola
Henriques Alferes, no âmbito do reflorestamento introduzido no Ministério da
Educação e Cultura antigo MINEC actual MINEDH, com o lema ʺum aluno uma planta.
uma estufa para a reprodução de diversas espécies de plantas, um fontanário que
permite o consumo de agua potável aos alunos.

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Tendo em foco a leccionação de aulas do ensino secundário, importa referir dos
professores que leccionam no ensino secundário 3 (três) são DN 1 que são recursos
humanos habilitados para leccionar por excelência o ensino secundário, 2 (dois) DN2 e
1 DN3, quanto ao professor que lecciona a cadeira de Geografia, detectei que este é
habilitado para o ensino de História, não em Geografia como as regras mandam, facto
que pode contribuir para o fraco domínio de conteúdos e da didáctica que em última
análise pode contribuir na baixa qualidade no PEA nesta área de conhecimento.

Ao longo da assistencia pude observar dificiencia na planificacao de aulas, o que leva a


aulas improvisadas que são tidas como comprometidoras da eficacia do PEA das aulas
e o professor não se despunha a dar espaco ao aluno para contribuirem no processo de
construcao de conecimento, assumindo o modelo tradicionalista citado por Mizukami
(1986) e Porlán et all (1998), onde o professor é autoridade intelectual e moral, organiza

18
aulas por conteúdos adaptados dos científicos, e aluno um mero consumidor passivo dos
conteúdos, no meu ponte de vista o professor devia mostrar abertura para os alunos
colocarem os seus pontos de vista par uma boa construção de conhecimento e formação
individual

4.2. Causas que contribuem para o não uso de material didáctico no PEA em
geografia pelos professores

Das observações feitas durante a colecta de informações no percurso das práticas


pedagógicas, identifiquei aspectos muito relevantes que podem estar por detrás do não
uso de material didáctico no PEA em geografia na ESGN- salas anexas de Munhonha,
uma delas é a formação psicopedagógica do professor que lecciona esta disciplina
naquela instituição, visto que ele foi formado para trabalhar exclusivamente com
disciplina de história, um professor para ter uma boa actuação ele precisa primeiro,
dominar o conteúdo que lecciona, precisa saber como ensinar a matéria: tem haver com
a didáctica e como motivar os alunos, como estimular o debate através de material
ilustrativo, pois a falta de formação especifica para a disciplina a qual o professor
lecciona leva a improvisos no que toca as técnicas de abordagem de conteúdos e
aplicação de material adequados ou exclusão total destes, contribuindo para má
eficiência do processo PEA de geografia, contribuindo para o surgimento de muitas
deficiências após conclusão de cada nível ou classe como refere Giolito (2017) acessado
no dia 27 de Junho, disponível no site: www. Infoglobo.com. Podemos concluir que a
ausência de material didáctico nas aulas de geografia, está em simbiose com o nível de
formação profissional, visto que este não teve a oportunidade de ver a didáctica de
geografia e técnicas e metodologias de ensino da geografia, que são cadeiras
profissionalizantes para professores e estudantes que futuramente pretendem leccionar
esta disciplina, e este problema de colocação de professores que não estão formados em
áreas as quais leccionam não é exclusivamente da instituição em causa instituição e nem
somente a esta disciplina. Este fenómeno tem se replicado em muitas instituições de
ensino do nosso país que tive a oportunidade de vivenciar ao longo da minha careira
estudantil e profissional

A falta de investimento na busca de material didáctico, o professor se depara com uma


escola “atrasada” que, muitas vezes, não proporciona condições de trabalhos favoráveis,

19
quando se sabe que o papel do professor é possibilitar um trabalho que enriqueça o
conhecimento do aluno, com actividades de experimentação, pesquisa, conversas e
vivências (Nunes, 2004).

Na instituição em causa também observei uma grande falta de material didáctico,


acessível nos nossos mercados como globo terrestre, mapa mundi, mapa de
Moçambique, mapas de grandes de densidade populacional, mapas de circulação global
da atmosfera e outros, apenas pude presenciar dois mapas intimamente ligados a
geografia um mapa de África e outro de meios geográficos como ilustram as imagens,
um deles apresentando um estado de conservação não apetecível visto que sofreu com
humidade e foi roído pelos ratos, facto que revela ausência de um espaço para colocação
de material didáctico isto porque o espaço onde se encontra esse material é totalmente
impróprio pelo facto de ser o escritório da directora da escola.

20
Também foi notável a falta da oficina pedagógica um espaço importante para produção
de material didáctico colectiva que é pertinente para ensinar ao aluno o saber fazer.

Falta de recursos financeiros aliada a secundarizarão da aquisição do material didáctico


é outro contributo para ausência de recursos didácticos, embora nos últimos anos as
escolas recebam fundos designados (ADE) apoio de desenvolvimentos as escolas,
muitos dos conselhos de escolas, parte que responsável por administrar os fundos
alocados nas escolas apenas limitam-se a adquirir os meios básicos de ensino como giz,
apagadores, quadro preto, cadernos para as crianças, construção de salas e outros,
colocando de parte a questão de material didáctico de diferentes disciplinas ministradas
incluindo a geografia e construção de uma oficina pedagógica, visto que alguns
materiais precisam ser produzidos pelos professores e alunos como forma incentivar o
aluno no saber fazer.

Falta de interesse do professor da disciplina de geografia, aliada a falta de incentivos


como salários, a comodidade aliada a falta de atenção que a educação enfrenta em
termos políticas e priorização, que resulta na marginalização da educação, fenómeno
observável na qualidade de obras das escolas, exiguidade de fundos que este sector
recebe para seu pleno funcionamento, o professor muitas das vezes também acaba
abdicando-se das suas tarefas de ensinar devido as aspectos acima apontados, aliados a
falta de fiscalização da leccionação de aulas em termos da aplicação da didáctica
valorizando-se apenas a presença, os professores trabalham sem por em pratica o
aprendizado que tiveram nas faculdade durante a formação, alguns preocupam-se em
assinar o livro de turma de ponto ponde em conversa não ligadas com nenhum tema de
relevância para a vida do aluno.

A falta de criatividade do professor como investigador ou pesquisador da disciplina que


este lecciona também torna-se visível, como referi não há necessidade de sempre nos
aliarmos ao comodismo da falta de recursos enquanto há uma série de material didáctico
que podemos adquirir no meio natural sem precisar de dinheiros para sua aquisição, que
apenas precisamos procurar meios de capacitar-nos melhor acerca desses conteúdos,
buscar material didáctico adequado com a realidade do aluno e como manuseá-lo
através da pesquisa, exemplo de amostras de solos, tipos de rochas, cartazes que
ilustram diferentes formas de relevo e outros materiais que podem ser adquirido pelos

21
professores simultaneamente com os alunos que vai instigar a ir atrás de mais questões
alcançando mais conhecimentos.

4.3.Os impactos resultantes do não uso de material didáctico no PEA em geografia

A falta de interesse do professor juntamente com o comodismo em investigar, buscar


novas formas de ensinar conteúdos, uso de material didáctico, faz do professor
desconhecedor da ciência que ministra, perdendo sua autonomia intelectual
contribuindo assim para o desinteresse do aluno em relação aos conteúdos, contribuindo
para a má formação do aluno como cidadão interveniente da produção do espaço que ele
vive tornando-se importante que o professor tenha condições de inovar, criar e propor
alternativas de ensino para tentar reverter o quadro de desinteresse dos alunos, uma vez
que a escola hoje enfrenta a concorrência directa de outros "meios" (televisão,
computadores, vídeo game, Internet, etc.) que atraem muito mais o aluno do que o
quotidiano da sala de aula, como sustenta (Nunes, 2004).

Os problemas aqui relatados fazem com que os alunos por vezes olhem a geografia uma
ciência meramente descritiva, pois é possível ver no meio social que os nossos alunos
tem maior tendência de se preocupar com as ciências exactas em detrimento das outras
ciências como geografia, facto visível também nas escolas na atribuição da carga
horária no ensino secundário do primeiro grau e quando se avizinha a época de provas
ou exames, em termos políticos vê-se a abolição da realização de exames desta
disciplina, esquecendo-se de que muitos problemas demográficos como roubos,
criminalidade, fraca produção agrícola, problemas trazidos exploração de recursos como
solos, fauna, flora, combustíveis, saneamento do meio tratamento de resíduos sólidos
são arrolados na geografia e que suas possíveis soluções ou mitigação. A pouca
intervenção no seu social da parte dos alunos onde eles vivem onde eles vivem onde é
visível uma exploração desumana de recursos pesqueiros, florestas, uso exagerado de
queimadas para abertura de campos de produção agrícola estão intimamente ligados ao
desconhecimento das reais consequências de determinadas praticas para o meio
ambiente e para manutenção da vida do homem na terra. Na minha opinião nas aulas de
geografia indo concretamente na questão da relação homem ambiente, com boa
aplicação de material didáctico na questão de uso de queimadas na caca de roedores e
antílopes e abertura de, se estes tivessem uma boa aprendizagem sobre as implicações

22
das queimadas para o ecossistema e a população talvez a província diminuiria os altos
índices de queimadas que esta província apresenta que as vezes decorem há escassos
metros da escola onde este aluno estuda.

Ausência do material didáctico nas aulas, na sua plenitude exige muito esforço do
professor e alunos na transmissão e assimilação de conhecimento, aumenta a
abstraçãopois a abstracção dos alunos, leva estes uma aprendizagem mecanizada,
impede o desenvolvimento íntegro do aluno como sujeito activo no seu meio social.

Com ausência de material didácticoaa aula perde sua parte lúdica, que é uma acção
inerente da criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre como uma
forma transaccional em direcção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração
constante do pensamento individual em permutações com o pensamento colectivo como
sustenta (Almeida, 1998, p.13).

Numa das questões lançadas por mim foi a dos movimentos da terra, boa parte dos
alunos se predispuseram a responder acerca desses movementos da terra mais tiveram
dificuldades de explicar como cada movimento ocorre e consequências que cada um dos
movimentos esta relacionado está relacionado. Nesta aula se existisse o globo terrestre e
se fizesse o seu bom uso, acredito que a aula seria muito eficaz pois o globo terrestre
que é de fácil acesso mas tem sido descartado e inexistente na instituição de ensino
facto notável na também na ESGN-SAM. Este instrumento é de mera importância
segundo estudos de Schäffer et al (2005), o globo terrestre tem sido um recurso
didáctico renegado, esquecido e pouco compreendido pelos professores, sendo muitas
vezes um elemento meramente decorativo, principalmente nos ambientes das salas salas
de aulas.

Este recurso tem uma importância nos temas que englobam orientação, leitura de
mapas, origem das situações de tempo, variação do horário na superfície terrestre, fluxo
espaciais (comércio, transporte e informações) e também em análise de questões
geopolíticas.

As principais vantagens em apresentar este recurso em sala de aula, é que com ele há a
aproximação da real forma do planeta Terra; possibilita mostrar de forma total os
elementos físico-geográficos; mostram de forma total as divisões políticas dos países;
traz a rede de coordenadas geográficas sem distorções; possibilita a simulação dos

23
movimentos da Terra (dia-noite, estações do ano, fuso horário, e eclipses); além de
suscitar indagações e despertar curiosidade àqueles que a manuseia.

Como demonstrado por Schäffer (2005), o globo terrestre possui uma gama de modos
de ser utilizado, contribuindo principalmente para os estudos cartográficos. Neste
sentido, Almeida e Passini (2004), afirmam que os conhecimentos e habilidades de
localização, orientação e representação contribuem para a compreensão da totalidade do
espaço, sendo o princípio para que o aluno construa a noção de espaço, codificando e
depois recodificando as representações gráficas presentes nos mapas.

O material didáctico possibilita também uma acção mais integradora entre teoria e
prática, como sustenta (Silva Giordani, 2008), pois sua ausência pode influenciar
negativamente no ensino da cartografia levando nos abordagens tradicionais do ensino
da geografia que resulta na falta de reflexão, interpretação, analise, comparação ou
generalização, isto porque o aluno apenas recebe a informação, memoriza e reproduz,
sem utilizar o próprio pensamento, suas leituras de mundo construídas anteriormente”
como sustenta Lunkes e Martins (2008).
A presença de material didático como mapa oferece a compreensão espacial do
fenômeno” e neste sentido podemos afirmar que ela serve como instrumento de
conhecimento, domínio e controle de um território.Pois no campo foi possível perceber
a a inexistência de mapas impotatantes para o ensino de geografia, pois foi possível
detectar uma dificuldade dos alunos, em localizar geograficamente mocambique e
identificar os países com que mocambique faz fronteira em diferentes regiões, emboram
boa parte consigui mencionar alguns países.
A Cartografia como linguagem, é de grande valor ao Ensino de Geografia, pois se trata
de um importante meio de comunicação e informação geográfica. O mapa, um dos seus
produtos, sempre esteve associado ao seu ensino. Assim a Cartografia, no Ensino de
Geografia, ajuda a localizar o objeto de estudo, a entender por que aqui e não em outro
lugar; a saber, como é este lugar; o porquê deste lugar ser assim; por que as coisas estão
dispostas desta maneira; qual a significação deste ordenamento espacial; quais as
consequências deste ordenamento espacial
A Cartografia através da representação do espaço geográfico permite permear o
desenvolvimento da aprendizagem de todos os Conteúdos Estruturantes das Diretrizes:
dimensão econômica da produção do/no espaço; geopolítica; dimensão socioambiental;
e dinâmica cultural e demográfica. Pois pude perceber que os alunos tinham

24
dificuldades em localizar o nosso pais geograficamente em relação a continente e ao
mundo devido à falta de material didático.

Outro problema causado pela falta de material didáctico é a abstracção que na


terminologia filosófica, a abstracção é o processo de pensamento em que as ideias são
distanciadas dos objectos. A abstracção usa a estratégia de simplificação, em que
detalhes concretos são deixados ambíguos, vagos ou indefinidos; assim uma
comunicação efectiva sobre as coisas abstraídas requer uma intuição ou experiência
comum entre o comunicador e o recipiente da comunicação. Isso é verdade para todas
as formas de comunicação verbal/abstracta.

Pude observar no local de estudo, os alunos da 8 ª classe, onde abordei-lhes acerca de


rochas onde a questão era os tipos de rochas seus exemplos, não foram capazes de
exemplificar as rochas, pois foi claro que no estudo das rochas os alunos estiveram
sujeitos a abstracção porque não puderam relacionar a teoria e prática, o professor pois
teria usado a areia que os alunos pisam ao deslocar - se a escola todos os dias e no caso
de rochas magmáticas usaria o basalto e riolito que são abundantes nas zonas urbanas
pelo facto de serem frequentemente usadas na construção civil.

Quanto a questão de solos os alunos mencionam correctamente acerca dos diferentes


tipos de solos, a boa parte não tem capacidade de identificar as características em
termos da composição relaciona-lo a questão de permeabilidade, pois perto da escola foi
possível ver os diferentes tipos de solos era só questão do professor busca-los e
conservar em recipientes transparentes para permitir a visibilidade parar permitir uma
clara visão aos alunos e explicar o que leva a diferenciação destes no que toca a
permeabilidade.

Um facto visível da falta de boa formação do aluno como cidadão, é a elevada


ocorrência de queimadas descontroladas que além de afectar o meio ambiente com a
perda da biodiversidade devido a morte animais contribuindo para o desequilíbrio do
ecossistema, também acaba causando problemas como destruição de casas no meio
social onde este vive, diversas culturas são consumidas pelas chamas retardando o
esforço no sector agrícola e contribuindo para o empobrecimento de solos, minando o
desenvolvimento do pais em diferentes vertentes.

25
Conclusão e considerações finais

4.1 Conclusão

Podemos aferir que a ausência de material didáctico nas aulas no PEA de geografia na
ESGN-SAM estão associados à formação psicopedagógica do professor que lecciona a
disciplina, onde foi possível constatar que, este não está formado para trabalhar na
disciplina que o mesmo lecciona, o que leve a este docente a não ter o domínio integro e
desconhecer os materiais ilustrativos passíveis de ser usados em diferentes conteúdos
leccionados em geografia, o outro problema está inteiramente ligado com a
disponibilidade deste material ao nível da escola pois só foi possível ver apenas dois (2)
dispositivos que podem ser usados como material didáctico, que consequentemente
contribui num esforço elevado na parte do professor para transmissão de conhecimentos
e do aluno na assimilação de conteúdos devido ao excesso mecanização e abstracção
que os alunos estão expostos, dificultando na formação do aluno.

26
4.2 considerações finais

O problema de colocação de professor sem formação especifica nas disciplinas que


lecionar, tem sido recorrente em diferentes instituições de ensino, pois isso contribui
para má formação do aluno acabando por mostrar dificuldades em outros níveis e como
pessoa havendo necessidade do MINEDH rever esse problema com vista a melhoria da
qualidade de educação que tem sido sua premissa principal. Mas faz se necessário a
mudança de comportamento do professor no que toca ao uso de material didáctico, este
não pode limitar-se em materiais disponibilizados pela escola pois existem uma gama
de materiais ilustrativos que podem ser usados na sala de aulas sem que haja
necessidades de compra-los em, conversas com alguns docentes da área vivenciei a
experiencia de produção de um globo terrestre com uma fruta chamada massala. Com
isso quero afirmar que alem dos são passíveis de ser adiquiridos pela escola os mesmos
podemos criar meios de adquirilos materiais que apenas tiramos do meio como solos e
rochas outros podemos produzi-los quando a escola mostra dificuldades em adquirir.

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