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Introdução
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2. Tema
3. Delimitação da pesquisa
4. Problematização
O uso de material didáctico nas salas de aulas em instituições de ensino tem sido em
menor escala ou quase inexistente por parte dos professores do ensino secundário geral,
a mesma particularidade observada também na ESGN- salas anexas de Munhonha no
decurso das PP, onde notou-se uma ausência acentuada de material didáctico nas aulas
de geografia mesmo, muitas das vezes o professor só entra na sala de aulas apenas com
o plano de aulas e com o livro de geografia que constitui o único material didáctico
portado pelo professor que por sua vez traz poucas informações ou reduzidas no caso de
imagens ilustrativas que estão em tamanhos reduzidos não permitindo a visibilidade
clara, esse facto deve-se ao desleixo, nível formação dos docentes e condições da região
onde este se encontra e outros.
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como despertar a todos os intervenientes do processo de ensino e aprendizagem
especialmente das consequências que advêm falta do material didáctico nas aulas de
geografia, visto que a falta deste material numa determinada aula pode limitar os alunos
em conhecimentos teóricos sem no entanto conhecer as peculiaridades do objecto em
causa no meio natural.
Quais são as causas que contribuem para o não uso de material didáctico no PEA pelos
professores da disciplina de geografia e possíveis implicações na Escola Secundaria
Geral de Nicoadala - Salas anexas de Munhonha?
5. Justificativa
O material didáctico além de contribuir para a percepção dos conteúdos poupa o esforço
do professor e aluno no PEA facilitando a compreensão dos fenómenos, processos
geográficos sobretudo na descrição de características destes, aproximando assim o aluno
no objecto em causa permitido a fixação da aprendizagem e redução da abstracção.
O interesse pelo tema surgiu em certa medida, pela experiencia adquirida na carreira
docente através do quotidiano vivido nas instituições de ensino por onde trabalho, que
de certa maneira pude vivenciar abandono do uso de materiais didáctico, assim sendo,
este trabalho torna-se pertinente, na medida que pode despertar a comunidade escolar a
necessidade de apostar no uso material didáctico devido ao poder que este possui de
aproximar o aluno à realidade em causa, aumentando sua capacidade de reflexão diante
dos factos e fenómenos que ocorrem no seu meio.
Com este tema o autor pretende despertar atenção nos professores e gestores da
educação da importância do uso do material didáctico na melhoria do PEA em geografia
nos alunos da Escola Secundaria de Nicoadala - Munhonha
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6. Hipóteses
Fraco domínio da didáctica pode ser o factor central que contribui para o não uso
de material didáctico no PEA em geografia pelos professores.
7. Objectivos
1. 1.Metodologia de trabalho
Para alcançar-se os objectivos premeditados no presente trabalho recorreu-se aos
seguintes métodos:
Este método foi crucial na pesquisa porque permitiu a obtenção de informação científica
acerca do assunto do tema em causa, foi através da consulta bibliográfica que foi feita a
conceitualização dos termos chaves desta pesquisa (material didáctico), seu uso no
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ensino secundário, causas e implicação que pode trazer no processo de ensino e
aprendizagem de geografia
Observação directa também foi importante na produção deste trabalho, permite observar
os factos no terreno e fazer uma análise e levantamento de dados. Através dela pude
verificar o ambiente escolar (sala de aulas) no que toca a presença de material ilustrativo
e pude detectar pouco uso ou mesmo ausência de material didáctico.
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envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interactivos
pelo contacto directo do pesquisador com a situação estudada procurando entender os
fenómenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em
estudo, (Godoy, 1995).
Universo
Este estudo terá como seu universo os intervenientes do PEA da ESGN- salas anexas de
Munhonha (professores e alunos), mas concretamente do professor de geografia e com
principal enfoque aos alunos da 8ª a 10ª classe escolhi, estes porque eles são parte focal
que permitiu a colecta de dados necessários para enriquecimento do trabalho.
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outros sectores de actividades, como o da sociologia, antropologia, psicologia social,
política, serviço social, jornalismo, relações públicas, pesquisa de mercado e outras
(Marconi; Lakatos, 2007).
A população alvo da entrevista foram os alunos da ESGN - SAM para tentar medir o
nível de assimilação de conteúdos intimamente ligados a disciplina de geografia
especialmente os da 8ª a 10ª classe onde foram feitas perguntas abertas, o DAP da
escola, o professor que lecciona a disciplina de geografia.
Observação foi um elemento crucial na analise de dados pois para Ferreira; Torrecilha, e
Machado, (2012) apud Bechker (1972) a observação seria a solução para estudo de
fenómenos complexos e institucionalizados, quando se pretende fazer análises
descritivas e exploratórias ou quanto tem o objectivo de inferir sobre um fenómeno que
remeta a certas regularidades, passíveis de generalização. E que quanto ao tipo esta
observação classifica-se em participante ou directa pois ela possibilita ao pesquisador
vivenciar directamente os factos em causa e aos participantes desenvolverem um
relacionamento e confiança, necessários para os participantes de práticas específicas
(aos revelarem os bastidores) de suas experiencia que geralmente são escondidos de
estranhos (Ferreira; Torrecilha, e Machado, 2012 apud paterson, Bottorff, Hewat, 2003)
O computador foi essencial na construção das tabelas que facilitaram verificação dos
dados por mim colectados, através do exel para ver a tendência dos dados para obtenção
de resultados.
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Capítulo II: Fundamentação Teórica
Neste capítulo constitui a parte teórica do trabalho onde o autor tenta mostrar as obras
dos autores que retratam do tema em estudo.
O conceito de matéria didáctico varia de acordo com a concepção de cada autor, sendo
por vezes restritivos e em outros casos restritamente abrangente.
De acordo com (Nerice, 1991), material didáctico são meros instrumentos auxiliares do
professor no processo de ensino e aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem.
Tal concepção é restritiva porque a condição de auxiliares ʺ instrumentos auxiliares ʺ
pressupõe uma participação passiva de material didáctico no conjunto do processo de
ensino e aprendizagem.
Entretanto Rangel, traz uma definição mais clara do que é material didáctico: qualquer
instrumento que utilizemos para fins de ensino/aprendizagem é um material didáctico. A
caneta que o professor aponta para os alunos, para exemplificar o que seria um referente
possível para a palavra caneta, funciona, nessa hora, como material didáctico. Assim
como o globo terrestre, em que a professora de Geografia indica, circulando com o
dedo, a localização exacta da Nova Guiné. Ou a prancha em tamanho gigante que,
pendurada na parede da sala, mostra de que órgãos o aparelho digestivo se compõe, o
que, por sua vez, está explicado em detalhes no livro de Ciências (Rangel, 2005,p. 25).
A outra definição mais abrangente no que toca a conceituação de material didáctico no
meu ponto de vista é a do Shoumaker que classifica material didáctico a todos
instrumentos visuais e audiovisuais e informáticos que são utilizados no processo de
ensino e aprendizagem para aproximar o aluno a uma determinada realidade pode ser de
um fenómeno, objecto ou factos.
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É numa aula em que se efectiva o planificado usando o material didáctico e Nerice,
(1991), defende que, aula, é um determinado período de tempo vivido entre professor e
aluno onde o professor orienta actividades dos alunos, tendo em vista o alcance de um
determinado objecto traçado atempadamente.
Ainda nesta senda os utensílios não manuseáveis correspondem aqueles que não
precisam ser manipulados pelo facto portarem as informações necessárias em sim
bastando sua exposição e uma breve explicação para os alunos poderem assimilar os
conteúdos em causa exemplo disso destaca-se imagens de paisagem, gráficos, esquemas
e outros, enquanto os utensílios manuseáveis são aqueles que devem ser manuseados
para assimilação de conteúdos, exemplo a linha de algodão para calcular a distância real
de um troço, fita métrica e outros
2.2. Ensino
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inserção do indivíduo num meio social faz deste último um grande palco do processo de
ensinar e aprender. No meio social os diferentes tipos de organização se encarregam de
expor ao indivíduo as diferentes formas de aprender, portanto, cada um deles ensina
De acordo com Passmore (1980) apud Scheffler, " o ensino pode ser
caracterizado como uma actividade que visa promover a aprendizagem
e que é capacidade para julgar de modo independente” praticada de
modo a respeitar a integridade intelectual do aluno e a sua queixar-se
com razão, dizendo:
"Estou há seis meses a ensinar matemática a esta turma e os alunos ainda não
aprenderam nada". Pareceria pois que Scheffler tem razão: ensinar é ter como objectivo
"promover a aprendizagem" mas não, necessariamente, alcançá-la. Contudo, um aluno
dessa mesma turma poderia, com igual propriedade, descrever a mesma situação nos
seguintes termos: "aquele professor não me ensinou nada". O que pressupõe que, se o
aluno não conseguiu aprender, o professor não estava a ensinar mas somente a "tentar"
ensinar.
O ensino acção remete-nos a uma situação em que o emissor A deve transmitir uma
mensagem ao receptor B. A é o professor; B o aluno. Nessa relação há um professor que
ensina e um aluno que aprende. Se um ensina e o outro não aprende não podemos dizer
que houve ensino. Por isso, o par ensino - aprendizagem tem mais peso do que
simplesmente a palavra ensino. Como pôr marcas no outro se este não as aceita, se este
não as entende? Por isso, a inclusão dos meios didácticos na relação entre o professor e
o aluno é de vital importância.
2.3. Aprendizagem
Etimologicamente a palavra aprendizagem, derivada do verbo aprender, cuja origem
vem do latim (apprehendere, “compreender”). E quanto à conceituação, há uma
diversidade bastante significativa referente a diferentes dimensões que o termo é
utilizado, como por exemplo, aprendizagem sistemática, assistemática, escolar,
profissional, religiosa, etc.
Aprendizagem (fundamentado na teoria behaviorista), a aprendizagem é tida como a
mudança de comportamento resultante de condicionamentos.
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Aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos,
comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo,
experiência, formação, raciocínio e observação, Wikipédia (2012) disponível no site:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem, acessado no dia 19 de Fevereiro de 2018.
Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve
ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo
da aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias da neuropsicológica, psicologia,
educação e pedagogia considerados como estratégia fundamental de se organizar as
manifestações objectivas da actividade humana.
De acordo com os conceitos acima podemos verificar que o ensino e aprendizagem são
palavras que divergem etimologicamente, mas elas estão numa estreita simbiose, esta
relação ocorre habitualmente numa sala de aulas com a interacção (professor e aluno)
que é um dos aspectos que contam para o bom desenvolvimento do fenómeno
“aprendizagem”. Essa relação segundo Freire (2000) se estabeleça partir do professor,
onde este é quem toma a iniciativa interactiva, como agente educador - facilitador de
todo o processo.
Quando se estabelece uma interacção verdadeira, que se entende como toda e qualquer
acção visando a uma relação entre duas partes com um objectivo determinado ou não,
abrem se as portas de acesso ao interesse do aluno, facilitando a exposição do conteúdo,
possibilitando a aprendizagem do aluno, objectivo do processo ensino - aprendizagem
O seu sucesso depende dos métodos de abordagens escolhidos, do enfoque de
determinado assunto para um público específico, e do seu próprio posicionamento em
sala de aula.
2.4. Aluno
O conceito de aluno pode ter diferentes concepções curriculares dependendo de cada
autor, mas apresentarei a classificação de Mizukami (1986) e Porlán et all (1998)
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Concepção currículo tecnicista
Treinado dentro do programa deforma passiva.
Concepção humanista
Aluno é pessoa a ser respeitada em suas necessidades e desejos onde os conteúdos
aprendidos por ele devem ser de mera importância para ele e o meio onde este se
encontra
Professor
Para entender-se melhor o conceito de professor por este não possuir o mesmo
significado atendendo o meio, capacidades e suas intenções na sala de aulas vais
apresentar-se diferentes conceitos dependendo de classificações curriculares de
Mizukami (1986) e Porlán et all (1998).
Concepção humanista
Professor é o facilitador da aprendizagem do aluno, auxiliando no contacto com os
problemas vitais para sua existência. Mizukami (1986) e hispontaneista (Porlánet all
(1998)
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Concepção currículo Tecnicista
Professor planeja e desenvolve a sequência de actividades didácticas, ligadas pelos
objectivos pré -estabelecidos, com base em guias feitos por especialistas, conteúdos
adaptados dos conteúdos científicos.
Concepção sociocultural
Há um dialogo autentico entre o professor e aluno, o professor trata o educando são
sujeito da sua própria educação. O professor cria condições para, junto com os alunos,
superarem a consciência ingénua e perceberem as contradições da sociedade que vivem.
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Formativa - a que está orientada a contribuir para o desenvolvimento da personalidade
integral do educando como indivíduo. Uma vez que cada disciplina cientifica tem uma
metodologia própria, o material didáctico deve proporcionar, em paralelo com os
conteúdos, metodologias e tecnologias apropriadas. Nesta função além de abrangir a
formação do aluno também contribui na formação continuada dos professores
(conhecida também como formação em serviço), e é política pública, num incentivo à
pesquisa pois produção de material didáctico se apresenta como um instrumento
importante nesta situação, pois parte de uma situação problema concreta do professor de
dinamizar facilitar o ensino e aprendizagem de conteúdos e conceitos em sala de aula,
além de “emancipar” o professor, deixando de ser um “mero consumidor” para ser
produtor de conhecimento,
De reforço - garante uma assimilação dos conteúdos de uma determinada aula pelo
facto de pôr o aluno diante do assunto em causa.
Num caso de uso de rochas como material didáctico pode diminuir a abstracção.
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docente - educativo, podendo este produzir materiais de baixo custo usado recursos
locais.
Para Nerice (1991: 64) antes de optar por um material, é necessário que se reflicta sobre
a proposta político - pedagógico, sobre o papel político da escola, sobre o tipo de aluno
que queremos formar e por qual acreditamos ser importante para esse aluno. O professor
não pode subjugar sua metodologia de metodologia de ensino a algum tipo de material
porque ele é atraente ou lúdico, nenhum material é valido por si só. O professor deve
envolver os seus alunos na produção de material didáctico para leva-los a ganhar o
gosto pelo trabalho e valorizar as coisas.
Porém, é preciso ressaltar que não existe nenhum meio de ensino que possa ser utilizado
com êxito sem que se submeta a um método prévio que venha a se responsabilizar pelo
estabelecimento das estratégias e procedimentos segundo os quais se fará efectivamente
o uso dos meios ao longo do processo de ensino - aprendizagem.
Para o bom uso do pouco material didáctico existente na escola, é necessário que haja
um espaço apropriado para tal, designado oficina pedagógica pois este espaço é quase
inexistente pois a instituição visitada ainda está preocupada em erguer salas de aulas
diga se convincentes visto que algumas turmas tem tido aulas em salas muito precárias.
É importante ressaltar que a produção de material didáctico em si não impossibilita uma
aula extremamente conteudista, pois não é o material que diz como será organizado uma
aula, mas sim o conhecimento teórico, didáctico e metodológico do professor bem como
sua ideologia docente.
Outro aspecto importante na produção de material didáctico pelo professor, é a
apropriação, e muitas vezes o aprendizado, de aspectos pedagógicos inerentes a sua
profissão, visto que a pedagogias que temos contacto no dia-a-dia escolar é uma extensa
citação e leitura de clássicos da pedagogia, na maioria das vezes sem ligação com o
contexto real da escola, assim ao produzir materiais didácticos o professor se vê
obrigado a ir além do discurso pedagógico e pensar e educação, se aproximando ao
fazer - pensar (Kimura, 2010)
Outro aspecto notável a produção de materiais didácticos por professores pode
contribuir em sua formação continuada, sobretudo se tal produção não for individual,
mas inseridas nos espaços de discussão e formação colectiva nas escolas
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Capítulo III. Analise e Interpretação de dados
No ano lectivo para o ensino primário estão inscritos 1145 alunos de 1ª a 7ª classes,
onde 497 são Mulheres e 648 homens assistidos por 31 professores, no que toca ao
ensino secundárioleciona-se de 8ª a 10ª com um universo de 294 alunos distribuídos por
6 classes, duas turmas para cada classe assistidos com um total de 6 professores.
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A instituição possui 12 salas de aulas construídas com material convencional, casas de
banho para os professores e alunos embora apresentam uma pequena deficiência para o
uso pleno, um campo para pratica de modalidades desportivas exclusivamente pra o
futebol,
Constatei tambem a presenca de um grande pomar que serve modelo para o distrito de
Nicoadala assim como para a província da Zambezia de acordo com o DAP da escola
Henriques Alferes, no âmbito do reflorestamento introduzido no Ministério da
Educação e Cultura antigo MINEC actual MINEDH, com o lema ʺum aluno uma planta.
uma estufa para a reprodução de diversas espécies de plantas, um fontanário que
permite o consumo de agua potável aos alunos.
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Tendo em foco a leccionação de aulas do ensino secundário, importa referir dos
professores que leccionam no ensino secundário 3 (três) são DN 1 que são recursos
humanos habilitados para leccionar por excelência o ensino secundário, 2 (dois) DN2 e
1 DN3, quanto ao professor que lecciona a cadeira de Geografia, detectei que este é
habilitado para o ensino de História, não em Geografia como as regras mandam, facto
que pode contribuir para o fraco domínio de conteúdos e da didáctica que em última
análise pode contribuir na baixa qualidade no PEA nesta área de conhecimento.
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aulas por conteúdos adaptados dos científicos, e aluno um mero consumidor passivo dos
conteúdos, no meu ponte de vista o professor devia mostrar abertura para os alunos
colocarem os seus pontos de vista par uma boa construção de conhecimento e formação
individual
4.2. Causas que contribuem para o não uso de material didáctico no PEA em
geografia pelos professores
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quando se sabe que o papel do professor é possibilitar um trabalho que enriqueça o
conhecimento do aluno, com actividades de experimentação, pesquisa, conversas e
vivências (Nunes, 2004).
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Também foi notável a falta da oficina pedagógica um espaço importante para produção
de material didáctico colectiva que é pertinente para ensinar ao aluno o saber fazer.
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professores simultaneamente com os alunos que vai instigar a ir atrás de mais questões
alcançando mais conhecimentos.
Os problemas aqui relatados fazem com que os alunos por vezes olhem a geografia uma
ciência meramente descritiva, pois é possível ver no meio social que os nossos alunos
tem maior tendência de se preocupar com as ciências exactas em detrimento das outras
ciências como geografia, facto visível também nas escolas na atribuição da carga
horária no ensino secundário do primeiro grau e quando se avizinha a época de provas
ou exames, em termos políticos vê-se a abolição da realização de exames desta
disciplina, esquecendo-se de que muitos problemas demográficos como roubos,
criminalidade, fraca produção agrícola, problemas trazidos exploração de recursos como
solos, fauna, flora, combustíveis, saneamento do meio tratamento de resíduos sólidos
são arrolados na geografia e que suas possíveis soluções ou mitigação. A pouca
intervenção no seu social da parte dos alunos onde eles vivem onde eles vivem onde é
visível uma exploração desumana de recursos pesqueiros, florestas, uso exagerado de
queimadas para abertura de campos de produção agrícola estão intimamente ligados ao
desconhecimento das reais consequências de determinadas praticas para o meio
ambiente e para manutenção da vida do homem na terra. Na minha opinião nas aulas de
geografia indo concretamente na questão da relação homem ambiente, com boa
aplicação de material didáctico na questão de uso de queimadas na caca de roedores e
antílopes e abertura de, se estes tivessem uma boa aprendizagem sobre as implicações
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das queimadas para o ecossistema e a população talvez a província diminuiria os altos
índices de queimadas que esta província apresenta que as vezes decorem há escassos
metros da escola onde este aluno estuda.
Ausência do material didáctico nas aulas, na sua plenitude exige muito esforço do
professor e alunos na transmissão e assimilação de conhecimento, aumenta a
abstraçãopois a abstracção dos alunos, leva estes uma aprendizagem mecanizada,
impede o desenvolvimento íntegro do aluno como sujeito activo no seu meio social.
Com ausência de material didácticoaa aula perde sua parte lúdica, que é uma acção
inerente da criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre como uma
forma transaccional em direcção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração
constante do pensamento individual em permutações com o pensamento colectivo como
sustenta (Almeida, 1998, p.13).
Numa das questões lançadas por mim foi a dos movimentos da terra, boa parte dos
alunos se predispuseram a responder acerca desses movementos da terra mais tiveram
dificuldades de explicar como cada movimento ocorre e consequências que cada um dos
movimentos esta relacionado está relacionado. Nesta aula se existisse o globo terrestre e
se fizesse o seu bom uso, acredito que a aula seria muito eficaz pois o globo terrestre
que é de fácil acesso mas tem sido descartado e inexistente na instituição de ensino
facto notável na também na ESGN-SAM. Este instrumento é de mera importância
segundo estudos de Schäffer et al (2005), o globo terrestre tem sido um recurso
didáctico renegado, esquecido e pouco compreendido pelos professores, sendo muitas
vezes um elemento meramente decorativo, principalmente nos ambientes das salas salas
de aulas.
Este recurso tem uma importância nos temas que englobam orientação, leitura de
mapas, origem das situações de tempo, variação do horário na superfície terrestre, fluxo
espaciais (comércio, transporte e informações) e também em análise de questões
geopolíticas.
As principais vantagens em apresentar este recurso em sala de aula, é que com ele há a
aproximação da real forma do planeta Terra; possibilita mostrar de forma total os
elementos físico-geográficos; mostram de forma total as divisões políticas dos países;
traz a rede de coordenadas geográficas sem distorções; possibilita a simulação dos
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movimentos da Terra (dia-noite, estações do ano, fuso horário, e eclipses); além de
suscitar indagações e despertar curiosidade àqueles que a manuseia.
Como demonstrado por Schäffer (2005), o globo terrestre possui uma gama de modos
de ser utilizado, contribuindo principalmente para os estudos cartográficos. Neste
sentido, Almeida e Passini (2004), afirmam que os conhecimentos e habilidades de
localização, orientação e representação contribuem para a compreensão da totalidade do
espaço, sendo o princípio para que o aluno construa a noção de espaço, codificando e
depois recodificando as representações gráficas presentes nos mapas.
O material didáctico possibilita também uma acção mais integradora entre teoria e
prática, como sustenta (Silva Giordani, 2008), pois sua ausência pode influenciar
negativamente no ensino da cartografia levando nos abordagens tradicionais do ensino
da geografia que resulta na falta de reflexão, interpretação, analise, comparação ou
generalização, isto porque o aluno apenas recebe a informação, memoriza e reproduz,
sem utilizar o próprio pensamento, suas leituras de mundo construídas anteriormente”
como sustenta Lunkes e Martins (2008).
A presença de material didático como mapa oferece a compreensão espacial do
fenômeno” e neste sentido podemos afirmar que ela serve como instrumento de
conhecimento, domínio e controle de um território.Pois no campo foi possível perceber
a a inexistência de mapas impotatantes para o ensino de geografia, pois foi possível
detectar uma dificuldade dos alunos, em localizar geograficamente mocambique e
identificar os países com que mocambique faz fronteira em diferentes regiões, emboram
boa parte consigui mencionar alguns países.
A Cartografia como linguagem, é de grande valor ao Ensino de Geografia, pois se trata
de um importante meio de comunicação e informação geográfica. O mapa, um dos seus
produtos, sempre esteve associado ao seu ensino. Assim a Cartografia, no Ensino de
Geografia, ajuda a localizar o objeto de estudo, a entender por que aqui e não em outro
lugar; a saber, como é este lugar; o porquê deste lugar ser assim; por que as coisas estão
dispostas desta maneira; qual a significação deste ordenamento espacial; quais as
consequências deste ordenamento espacial
A Cartografia através da representação do espaço geográfico permite permear o
desenvolvimento da aprendizagem de todos os Conteúdos Estruturantes das Diretrizes:
dimensão econômica da produção do/no espaço; geopolítica; dimensão socioambiental;
e dinâmica cultural e demográfica. Pois pude perceber que os alunos tinham
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dificuldades em localizar o nosso pais geograficamente em relação a continente e ao
mundo devido à falta de material didático.
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Conclusão e considerações finais
4.1 Conclusão
Podemos aferir que a ausência de material didáctico nas aulas no PEA de geografia na
ESGN-SAM estão associados à formação psicopedagógica do professor que lecciona a
disciplina, onde foi possível constatar que, este não está formado para trabalhar na
disciplina que o mesmo lecciona, o que leve a este docente a não ter o domínio integro e
desconhecer os materiais ilustrativos passíveis de ser usados em diferentes conteúdos
leccionados em geografia, o outro problema está inteiramente ligado com a
disponibilidade deste material ao nível da escola pois só foi possível ver apenas dois (2)
dispositivos que podem ser usados como material didáctico, que consequentemente
contribui num esforço elevado na parte do professor para transmissão de conhecimentos
e do aluno na assimilação de conteúdos devido ao excesso mecanização e abstracção
que os alunos estão expostos, dificultando na formação do aluno.
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4.2 considerações finais
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Bibliografia
Bakhtin, M., Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud. São Paulo:
Hucitec, 2006.
Kimura, S., Geografia no ensino básico: questões e propostas. 2ª ed. São Paulo:
Letti, C., Didáctica Geral. Editora Ática. São Paulo, SP. 1995.
28
Marconi, M. De A.; Lakatos, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
Porlán, A.R.; Rivero G.; A., Martin, R., Conocimiento profesional y epistemologia de
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<http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/151007MateriaisDidaticos.pdf>. Acesso em: 6
2018
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