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1.1 - Administração em sentido material: Uma Particular função do estado , ora a actividade
administrativa, que se distingue de outras funções do estado, no tempo da monarquia absoluta
era indiferente, pois todas as funções concentravam-se nas mãos do monarca, mas com as
constituições liberais, ocorrera o princípio da separação de poderes, que obriga o estado a
definir materialmente cada função, e as dividi-las em três(Executivo/administrativa, Legislativa
e judiciário) entre três órgãos : Rei com este primeiro, parlamento com o segundo, e os
tribunais com a terceira função
1-2 - Administração em sentido Formal: Este é a forma típicas em que a Administração
pública actua, por meio de regulamentos, actos, contractos, despachos ,esta dimensão de
administração pública remete-nos não apenas na atividade administrativa, mas a preparação, a
comunicação e execução dessa atividade.
2.2 Sistema Francês: Este Sistema ao contrário do anterior goza de duas jurisdições, uma
para apreciar litígios administrativos, há um tribunal administrativo especializado nesses litígios,
e outro tribunal comum para o restante , aqui há direito substantivo, ou seja há um código
administrativo(CPA),Código dos contratos públicos (CCP), Código processo do tribunal
administrativo (CPTA), entre outros códigos que vinculam a Administração pública, A
Administração aqui tem a faculdade de decidir a priori em favor próprio em casos desfavoráveis
a cidadãos , cabendo a estes últimos o ónus de ir a tribunal e recorrer por Impugnação judicial,
ou mesmo a Administração por meio de Reclamação/recurso hierárquico, há uma forte
concentração/centralização de poderes, seguindo uma tradição napoleónica, por fim é o
sistema predominante na Europa Continental, e ex-colónias.
2.3 Aproximação dos sistemas : O sistema inglês foi lentamente centralizando-se, tirando
pouco a pouco o poder dos counties ( municípios) ,transferindo esse poder a uma Autoridade
central, assim instituindo uma superintendência, houve também um densificamento em matéria
de legislação administrativa , logo já esta começando a surgir um direito administrativo
substantivo britânico, e por fim esta a se instituir uma figura chamada Administrative Tribunals,
que ao contrário do nome, não são tribunais de facto, mas órgãos independentes que a luz do
princípio da legalidade estrita, decidem certas decisões administrativas, e tem a prerrogativa de
execução prévia, mesmo que limitada. Por Outro lado o sistema Francês, tem se
descentralizado graduadamente, nomeadamente pela criação de regiões autónomas,
territoriais nomeadamente as autarquias e regiões, ou não territoriais, ou seja institucionais, e
uma crescente fiscalização ao acto de execução prévia, ao controlo de tribunais.
3.0 Sujeitos de direito Público: Como Professor Freitas Amaral pontua são pessoas
colectivas, de utilidade pública, tendo sua actuação vinculada pelo princípio da
especialidade/legalidade, podendo apenas agir pelas atribuições atribuídas por lei, e não
podendo agir em contrariedade a lei, essa sendo princípios constitucionais, o CPA/CPTA e
legislação avulsa que vincula a actuação da administração pública, como Francisco Ferreira de
Almeida salienta, são instituídas pelo instituto de devolução de poderes, em que o estado, cria
esses centros de atribuições, originalmente deste, como forma de descentralização de poderes.
3.1 Atribuições: São fins/ interesses que a lei incube a entidades públicas colectivas/ pessoas
colectivas públicas, estes são o cerne do princípio da especialidade, pois as entidades públicas
não podem se afastar destes fins durante a actuação.
3.3 Tipos de pessoa colectiva : Estado, institutos públicos, empresas públicas, associações
públicas, autarquias locais, regiões autónomas;
4.2 Indirecta: Pelo estatuto da devolução dos poderes, A Administração estadual directa, como
Advertia Marcello Caetano, cria um Aumento na burocracia, lentidão, e morosidade na
administração, o que causa prejuízos na vida dos Administrados, devido a isto a lei Habilita, por
meio de um processo chamado devolução de poderes(vale lembrar que a palavra devolução no
Direito Administrativo, nesse contexto tem significado distinto do dicionário, aqui o estado cria
entidades públicas colectivas distintas deste para exercer competências originárias do mesmo),
que outras entidades aquém ao estado para actuarem no lugar deste, sob orientação e controlo
do mesmo, aqui já há uma personalidade jurídica distinta do estado, não são atreladas a
funções ligadas a soberania, tal como funções diplomáticas, policias ou tributárias, porém há
certas áreas que comportam tal forma de administrar, tal como Universidades publicas, que
agem em nome próprio, mas subsidiariamente quem responde pelos actos da mesma é o
Estado, e cabe a este controlar a legalidade da actuação da mesma e supervisionar como a
mesma Actua, Nesta forma de administrar há duas figuras distintas : Empresas públicas,
quando há fim lucrativo, e instituto público quando não há.
4.3 Administração Autonoma : Essas entidades buscam os próprios fins, não estão
submetidos hierarquia/superintendência do estado, há pressupostos conquanto para a
existência da mesma, existência de uma colectividade, essa territorial ou não, um grupo
homogêneo com caracteristicas próprias( localidades, profissões, especialidades, tal como Os
Lisboetas são uma colectividade por exemplo), em segundo lugar uma distinção da actuação
da Administração estatal, seja esta directa ou indirecta, e da Administração local ou autonoma,
algo que o professor Francisco Ferreira de Almeida chama de Auto-Administração, prevista
pelo artigo 235º nº2 da CRP, o que não impede como Vital Moreira diz que haja funções destas
que coincidam com as do Estado, desde que visem interesses específicos dos tutelados pela
administração autonoma, e não interesses nacionais, tal como eleições das Autarquias, dizem
respeito a autaquia, mas não ao País como o todo, directamente, em terceiro e ultimo lugar
para haver Administração autonoma é preciso que haja participação, pois aqui esta em causa
uma auto-administração, ou seja Administração pelos Administrados, sem participação não
existe administração Autonoma, por fim esta comporta duas espécies de Administração, uma
territorial, quando esta circunscrita a um território(Autarquias por exemplo), e uma não territorial
quando não depende de um território físico(Associações), e também vale ressaltar que a
Administração autónoma esta sujeita ao controlo de legalidade da sua actuação.
4.4 Administração Independente : Como Vital Moreira Descreve, são entidades públicas
criadas pelo estado, com fim de realização de funções administrativas que lhe competem, mas
não estão subordinadas nem sujeitas ao controlo estatal, segundo Vital Moreira as diferenças
entre estas e a Administração Autónoma são meramente aparentes, mas existem, ainda
segundo Viera de Andrade estas são figuras ligadas ao parlamento visando controlo da
legalidade administrativa, e da garantia dos direitos dos administrados, Cabendo nessa
definição O provedor de justiça, a Comissão das eleições por exemplo, e amplamente as
figuras de regulamentação expressas pelo artigo 267 da CRP.
Centrais /Locais: Órgãos que detêm competência para actuar em âmbito nacional; São órgãos
com âmbito de competência Limitada a circunscrição administrativa.
6.1 legitimação: Qualidade para órgão exercer uma competência em caso concreto
6.2 Discrição: Como aponta Viera Andrade é a autonomia que a administração tem para
actuar, cingindo-se a lei, mas interpretando-a e aplicando a ao caso concreto, é uma margem
de apreciação livre facultada ao órgão para agir, enquanto limitado pela lei, com certa
liberdade.
8.2 Subdelegação: A faculdade que um órgão delegado tem de por vez subdelegar, ou seja
delegar mais uma vez a outro órgão a competência, a qual lhe foi delegada, o CPA regula a
matéria no artigo 46º.
9.1 Legalidade: A lei vincula a actividade administrativa, de tal forma, que os actos, actuação,
regulamentos, enfim a actividade administrativa esta completamente adstrita pela lei,como
Professor Marcello Caetano salienta a lei condiciona a actividade administrativa, este princípio
é abrangido tanto pela CRP, no artigo 164º/165º, ao reservar certas matérias a assembleia da
republica, absoluta ou relativamente, o que cristaliza o princípio da especialidade.
9.3 Proporcionalidade: Como O Professor Cabral Moncada Postula em seu CPA Anotado,
artigo 7º, esse princípio exprime uma ideia de justa medida, e adequação extensível a toda
actividade Administrativa, sendo um conceito concreto , não abstrato como a justiça formal,
também é prevista na CRP no artigo 18º, sendo um limitador da actividade administrativa, sua
violação é de um direito Essencial humano, logo incorre em uma nulidade a qualquer acto da
Administração que faça preterição de fazer esse como o professor Ferreira de Almeida
conceitua juízo de valor entre o beneficio e interesse público e encargos ou prejuízos sofridos
pelo(s) particular(es).
9.4 Imparcialidade: Prevista no Artigo 9º do CPA, também consagrado na CRP artigo 266º
nº2, algo que o Professor Cabral Moncada vê como uma honra, este sub-princípio da igualdade
tem duas vertentes uma positiva : dever de ponderar todas as circunstâncias e interesses,
públicos e privados, antes de decidir , sendo este como Diogo Freitas de Amaral salienta um
limite a discricionaridade da Administração, e caso venha a não se verificar um pressposto para
falta de fundamentação, que pode incorrer vício de forma previsto no artigo 152º a actos
Administrativos; agora a vertente negativa desse princípio trata de salvaguardar a neutralidade
da Administração, face a diversos interesses , particulares, que entrem em concurso, como o
cpa Regula nos artigos 69º-76º, criando as situações de impedimento e suspeição,
Impedimento sendo uma grave situação, em que um órgão não pode actuar, sendo que outro o
deve fazer, enquanto na suspeição, não sendo um impedimento tão grave, o órgão deve pedir
uma escusa / dispensa, e quando essas formalidades são preteridas, que ocorre?
Anulabilidade do acto, como diz o artigo 76º do CPA, e até mesmo sanções disiciplinares ao
órgão que ignora essas situações.
9.5 Boa fê: Prevista no artigo 10º do CPA, é basicamente uma tutela de confiança, uma
previsibilidade dos actos da Administração, para os Admimnistrados, como Paulo Otero
classifica, vincula a actuação da Administração, para não encorrer em abusos do direito ou
autoridade da mesma, ou fraude a lei, caso não se verifique respeito a esse princípio, o
particular pode ser condenada nos termos do artigo 6º do CPTA.
9.6 Participação: Após as revoluções liberais do século XVIII, houve um interesse cada vez
maior em incluir os Administrados, no processo de decisão da Administração, o CPA postula
esse princípio no artigo 11º, sendo este uma inovação das democracias liberais, em contraste
ao Ancién regime, em que as decisões da Administração eram feitas as escuras, e o resultado
dessas era uma verdadeira surpresa aos Administrados.
10.1 Regulamento / Acto Administrativo: para efeitos de CPA, nomeadamente no seu artigo
135º regulamentos são normas jurídicas gerais, e abstractas, que no exercício de poderes
jurídicos-adminsitrativos visam produzir efeitos jurídicos externos, o que entra em contraste
com acto administrativo, regulado pelo mesmo diploma no seu artigo 148, sendo
actos/decisões de autoridade visando efeitos jurídicos externos , tomando como apreciação
uma situação individual e concreta.
10.4 Especiais - normas internas, que regulam relações administrativas que tenham um certo
nível de afectação pessoal, tal como regulamentos penitenciários.
10.5 Externos - regulam relações inter-subjectivas, ou seja, entre entidades públicas distintas.
12 Vigência regulamentar : Esta tem seu inicio, como mencionado a priori, por força do artigo
140º do CPA, pela sua publicação, já a modificação do conteúdo regulamento , a suspensão
pode levar a suspensão temporária, ou cessação da vigência definitiva, que pode desaparecer
do ordenamento jurídico.
14.1 Vícios e regime invalidade regulamentar: Por força do artigo 143º do CPA São
enfermos os regulamentos que violem normas constitucionais, leis em lato sensu(também
incluindo DL), princípios legais do direito Administrativo(Especial atenção a legalidade,
proporcionalidade, equidade, "igualdade em sentido material", boa fê e tutela da confiança,
imparcialidade, e boa Administração), normas do Direito internacional ou Direito europeu;
também sê-lo-ão inválidos regulamentos que desrespeitarem regulamentos postulados por
órgãos superiores, o que violaria a hierarquia Administrativa; regulamentos postulados por
órgãos delegantes ao delegado, salvo se a delegação incluir competência regulamentar,
desrespeitem o principio da competência para emissão regulamentar.
-fase de instrução;
Esta Fase destina-se a fundamentação/averiguação dos factos condizentes ao acto
administrativo, a procura da verdade material, essa fase é regulada por dois artigos do CPA:
115º e 116º, como também salienta o Professor Moncada um hipotético repúdio de elementos
probatórios, carreados pelos interessados tem de ser devidamente fundamentado, sendo que
eventual alegação de que eles se não ajustam aos formulários fornecidos pela Administração,
não colhe-se tais elementos forem importantes para a verdade material, segundo Francisco
Ferreira nessa fase há uma averiguação dos factos, e busca a verdade material, norteada pelo
princípio do inquisitório, em que há colaboração entre a Administração e os Administrados, na
busca a verdade material, nas diligências probatórias e consultivas, assente em prova
documental, os interessados tem o ónus da prova, por força do artigo 116º, que se considera
satisfeito caso , essa prova esteja nas mãos da Administração.
-fase da audiência dos interessados(ADI); Essa fase é prevista pelo artigo 121º do CPA, é
meramente uma manifestação do principio da colaboração, artigo 11º e 12º do CPA, e o artigo
124º do mesmo diploma regula uma possível dispensa desse procedimento: sendo as mais
relevantes, dispensa por acto favorável a particular, urgência da decisão, ou mesmo
impraticabilidade desta(elevado número de interessados no acto), a preterição dessa
formalidade resulta na anulabilidade, porém o professor Cabral Moncada entende que essa
preterição é uma violação ao artigo 266º nº5, sendo assim um acto nulo, por ser
inconstitucional, logo há espaço para aplicação do regime do artigo 161º, com violação de
direito fundamental, logo nulidade do acto.
-Fase de decisão;
Segundo o professor Ferreira de Almeida, o Artigo 126º do CPA, quando o órgão competente
para decisão for divergente do competente para o procedimento do acto, este deve enviar um
relatório a aquele com toda a matéria de facto e de direito, adjunto ao pedido do interessado,
uma possível fundamentação de dispensa da ADI, caso tenha ocorrido dispensa, caso essa
decisão caiba a órgão singular, nada de especial estará atrelado a esta, mas caso seja
decidida por órgão colegial aplicar-se-á os dispostos do artigo 21º do CPA.
-fase complementar/ Integrativa de eficácia : São trâmites/formalidades que indispensáveis
para a eficácia do procedimento do acto administrativo, ou seja como Diz Viera de Andrade,
são actos de remoção de obstáculos a operatividade efetiva do acto, constitui por outro lado um
acto de adesão/ aceitação do acto pelo particular, sobre a publicação,certos actos que por
força do artigo 158º nº1 do CPA tem publicação como obrigatória, já o artigo 159º do mesmo
diploma diz que quando houver falta de especificação do acto de publicidade, este deve ser
feito no diário da república em até 30 dias de prazo, ainda sobre a eficácia, ao contrário do
Regulamento,este pode ter uma eficácia retractiva, desde que se , e somente se, além de não
criar encargos para o destinatário, conceder-lhe benesses, ou seja Actos positivos em relação
ao destinatário, como dita o artigo 156 do CPA, sobre a eficácia diferida ou condicionada , o
CPA da três hipóteses no artigo 157º , A) os efeitos ficam sob clausulas suspensivas, B) efeitos
fiquem pendentes trâmites ou verificação de actos externos a validade do acto em si, C)
quando a lei permita ou imponha,
16.1 Quanto Ao sujeito , este tem de estar incumbido da atribuição(ou seja pertencer a
pessoa colectiva/entidade pública com a atribuição para actuar sobre a matéria de
facto),competência, ou seja mesmo dentro daquela pessoa colectiva ser habilitado para actuar
naquele caso concreto, e mesmo legitimidade, ou seja ter a qualidade para poder agir naquele
acto em concreto, por exemplo há casos em que mesmo o sujeito estando incumbido da
competência, não tem legitimidade, tal como tem relação intima com o destinatário do acto, o
destinatário também tem de ser propriamente identificado, essas exigências estão redigidas
pelo artigo 151º do CPA, com excepção da legitimidade).
16.2 Conteúdo e objecto: Diogo Freitas de Amaral, diz que são aplicáveis os mesmos
dispostos dos negócios jurídicos privados, ou seja em relação ao conteúdo e objecto, tem
satisfazer os requisitos da certeza(coisa certa e imediata), legalidade( não podendo ter
conteúdo ou objecto ilícito, ou seja que viole a lei), possibilidade( objectos impossíveis não
podem ser abrangidos por actos administrativos),relativamente ao fim, este tem de ser
coincidir com o que fora publicado, sobre o risco de incorrer nulidade, se houver confusão de
fim público com privado, e anulabilidade se houver confusão de fim público com outro fim
público distinto, diverso do que fora publicado.
Direito Administrativo II
Capitulo I Contractos Públicos :
19 Noção : Segundo Diogo Freitas de Amarla, ao contrário dos actos administrativos, em que
há uma exteriorização de vontade unilateral, e imperativa da Administração pública, aqui a
Administração precisa colaborar com os Administrados, tal como no caso das obras públicas,
em que são contractados empreiteiros, aqui é relevante fazer um chamado ao Professor
Ferreira de Almeida, pois ele expande essa definição indo ao CPA novo no seu Artigo 200º, em
que há uma divisão tripartida nos contractos públicos - Os primeiros sendo Contractos
administrativos , estes sendo aqueles regulados pelo Direito Administrativo ( sendo a formação
destes regulada pelos Artigos 1º,3º,º8º e 278º do Código dos Contractos Públicos), tendo a
execução destes sido regulada pelo parte III do CCP, e as regras procedimentais visadas pelo
parte II do mesmo diploma; em segundo lugar há os contractos Privados da Administração
pública, estes estão submetidos ao regime substantivo do direito privado, respeitando alguns
princípios Constitucionais da actuação administrativa, e algumas normas gerais do CPA,
nomeadamente o artigo 201º nº1 e 202 nº2; por fim há os contractos não qualificados como
administrativos, mas a estes sendo aplicados o regime procedimentais deste, que consta-se na
parte II do CCP.
20 Tipologia contractos públicos : Os contractos típicos, ou seja determinados por lei, são
chamados de contractos clássicos, destes irei curar individualmente.
20.2 Concessão de Obras Públicas: o artigo 407º do CCP define esta, sendo basicamente
contracto em que a Administração pública concede a privados, a faculdade para realizar certas
obras, devido ao facto daquela não ter recursos financeiros ou técnicos-humanos para
prosseguir tal fim, diferentemente da Empreitada, em que a empreiteira se limita a executar a
obra, aqui a concessionária além disso explora esta, em sequência a realização, e aqui como
Marcello Caetano aponta, a Concessionária suporta os custos da obra, conquanto é
remunerada pelos rendimentos que esta vir a auferir, conquanto se a diferença entre os custos
da obra e os lucros forem demasiados, a Administração tem que suportar este preço através
de um pagamento, como o artigo 407º prevê.
20.3 Concessão de serviços públicos : o nº2 do artigo 407º do CCP define esta figura, sendo
basicamente um contracto público, em que a Administração concede a um grupo particular, a
possibilidade de montar e explorar certa actividade, de interesse público, fazendo se pagar
pelos rendimentos auferidos deste serviço, tal como serviço de fornecimento de eletricidade,
podendo a Administração eventualmente Avocar para si tal serviço.
20.4 Concessão de bens do domínio público : O artigo 408º do CCP aplica as normas deste
diploma subsidiariamente a esta figura, pois esta é regulada pelo artigo 30º do regime do
patrimonio imobiliário público, DL nº280/2007,Contracto pelo qual, a Administração transfere
para co-contraente, poderes de gestão e exploração de um bem de dominio público, durante
certo periodo de tempo, o objecto desse contracto é bem geral de utilidade pública, por isso é
dotado de um regime de protecção reforçada,o co-contraente faz-se pagar por taxas que cobra
ao público, não por Pagamentos feitos pelo Contraente, porém o bem não é usado
directamente pelo público.
20.5 Locação de bens móveis, Figura consagrada pelo artigo 431º do CCP, consagra ao
contraente público, o gozo de certo bem por determinado periodo de tempo mediante
retribuição, tal Locação nem sempre é feita em estrito senso, também estando em causa
locações financeiras( contracto de leasing), que também da a possibilidade de compra do bem
locado após determinado tempo.
20.6 Aquisição de bens móveis: Este contracto esta previsto no CCP em seu Artigo 438º, não
sendo muito diferente do contracto de compra e venda do Direito privado, mas com bens
móveis em causa.
20.7 Aquisição de serviços: O Artigo 450º do CCP tipifica este contracto, sendo este em um
contracto celebrado em que a Administração remunera onerosamente certos co-contraentes
em troca de uma prestação de serviços, geralmente sendo estes de transporte, tal quando o
PCP paga serviços de transportes para mobilizar certas pessoas a "Festa do Avante".
21.2 Fase de iniciativa : Esta fase onde decide-se se haverá contracto, baseado em uma
autorização de despesa, qual procedimento será tomado, e o valor do contracto constituem
actos internos, enquanto a publicação do aviso de abertura fazem parte dos actos externos.
21.3 Segunda fase é a fase de instrução : Que integra a etapa prepatatória ou pré-
contractual, aqui tem em conta candidaturas e qualificação dos interessados, negociação e
dialogo concorrencial.Após anuncio do concurso limitado, apresentam os interessados a
respectiva candidatura, pela internet, dentro de prazo proposto, também junto de uma
declaração de auséncia de impedimentos, seguidamente um júri faz apreciação da candidatura,
com base em avaliação técnica e financeira, como diz os artigos 164 nº1 H e 165º do CCP,
após analisar as candidaturas, será feito um relatório, e com base no artigo 184º nº2 do CCP a
exclusão de candidaturas.
23.4.1 Sanções pecuniárias : Tem uma natureza compulsória, impondo por exemplo uma
multa diária ao co-contraente privado, até que cumpra uma obrigação, sendo prevista no artigo
403º do CCP, não sendo submetida ao princípio da taxatividade, ou seja podendo existir
sanções atípicas.
23.4.2 Sequestro : Tem seu regime previsto nos artigos 420º e 421º do CCP, basicamente tem
vez quando o contraente privado abandona o exercicio do serviço público que foi-lhe
concedido, ou o exerce defeituosamente, então a Administração avoca para si o exercicio
desse serviço público, mandando os custos para o particular suportar, até que a situação seja
esclarecida, enquanto o sequestro durar o particular fica vedado de seguir explorando o
serviço, e tem de suportar as despesas deste.
24.1 Invalidade Derivada: São decisões pré-contratuais, que podem influenciar a validade do
contrato, como a exclusão /admissão de concorrentes, ou propostas, dentro destes vícios, um
dos que tem maior relevo é o da escolha errada/ilegal, exclusão ou admissão indevida de
concorrentes, violação de princípios constitucionais e administrativos como o da igualdade /
concorrência leal, ter conteúdo ilícito.
24.2 Regime comum do CCP: O artigo 283º, como mencionado anteriormente, prevê o
regime comum das invalidades derivadas, e cria um preceito legal de que se os actos
procedimentais são nulos, também se-lo-á o contrato, sendo esta declarada por um tribunal
Administrativo competente, o que implica que é necessário uma decisão judicial, no que
respeita a anulabilidade , a anulabilidade dos actos procedimentais implica a anulabilidade do
contrato, embora já não esteja expressamente escrito na lei desde 2017, podendo ser
convalidada/sanada pelo decurso do tempo, ao contrário da nulidade, esta pode ser declarada
por uma anulação administrativa, em ambos os casos de anulabildade ou anulação o contrato
torna-se anulável, embora esse efeito pode ser afastado por decisão judicial ou arbitral, quando
forem ponderados os interesses públicos e privados, ante a gravidade do vício apresentado, e
se essa anulação comprove-se desproporcionada.
24.4 Para além destas hipóteses o nº2 do artigo 284º do CCP prevê situações de nulidade
contratual, por fim o vício previsto no CC em seu 240º que versa sobre a falta de vontade na
formação do contrato por simulação também é aplicável aqui, as consequências jurídicas
destas invalidades estão previstas no artigo 285º do CCP, o nº1 prevê caso o contrato seja
objecto passível de acto administrativo, aplicar-se-ia o regime de invalidade prevista no dito
acto, enquanto o nº2 remete todos os outros contratos ao regime do CC subsidiariamente,
enquanto o nº3 faz remeção ao regime da conversão e redução previstos nos artigos 292º e
293º do CC, caso haja a possibilidade e situações de nulidade.
27 Pressupostos da solução dualista: Há três soluções que essa solução cria, a primeira que
apenas a pessoa de direito público responde pelos danos causados, a segunda que apenas a
pessoa de direito privado responde com seu patrimonio particular, por fim ambas respondem
solidariamente pelo dano causado, havendo um como responsável principal, e outro como
subsidiário, podendo o primeiro exercer direito de regresso contra o outro, e se fazer pagar na
cota que o responsável subsidiário é responsável.
28 Soluções que o Ordenamento Jurídico PT adopta: O RCEEP institui no seu artigo 8º
nº2, que caso o agente de um órgão cause danos fora do seu exercício de função, ele
responde sozinho pelos danos causados, caso tenha actuado em exercicio de sua função o
mesmo artigo no mesmo numero prevê que caso o agente tenha agido dolosamente, os dois
respondem solidariamente, podendo a Administração exercer o regresso quanto o servidor, e
uma terceira hipotese no mesmo artigo de que o agente tenha agido com Negligência, o que
leva a responsabilidade exclusiva da Administração pública, prevista no artigo 7º1 nº1 do
RCEEP, embora caso o agente actue com Diligência a baixo do Homem médio, ou seja bonus
pater familia, têm-se lugar para responsabilidade solidária como postula o artigo 8º nº3 do
RCEEP, vale lembrar que segundo o artigo 22º da CRP, há uma responsabilidade solidária
apenas quando haver responsabilidade directa no agente, afastando responsabilidade por
mera negligência, desde que não seja grosseira, e o artigo 271º nº4 prevê que só há direito de
regresso se a actividade foi feita durante exercício de função.
30 Responsabilidade Objectiva:. Esta não funda-se na culpa ou ilicitude, mas pelo mero risco
de uma atividade, aqui desobra-se em três subtipos Responsabilidade por funcionamento
Anormal do Serviço, pelo risco, e pelo acto lícito.
30.2 Responsabilidade pelo Risco: O artigo 11º do RCEEP, prevê que ao exercer actividades
de natureza perigosa, salvo em casos que o artigo prevê, como força maior ou concorrência de
culpa do lesado, a Administração responde independentemente da culpa do agente, sendo
esta uma culpa in vigilando como diz o artigo 10º nº3 do RCEEP.
30.3 Responsabilidade por acto Lícito: O artigo 10º do RCEEP no artigo 16º estipula que em
situações anormais, tal como erro sobre pressupostos de um estado de necessidade, que
normalmente excluiria a ilicitude dos actos praticados pelos agentes da Administração, caso
não se verifiquem em uma situação anómala e concreta, a Administração responde pelo acto
que normalmente seria considerado lícito, e tem o dever de ressarcir o dano causado.
Casos Práticos