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Saussure defendeu que a linguagem seria um fenômeno psicossocial constituído de língua e

fala. “A língua é o sistema, é aquilo que nenhum falante pode mudar. O sistema da língua
portuguesa é o mesmo no Brasil, em Portugal, em Angola, em Macau. Langue, ou língua, é
comum a todos, um patrimônio coletivo. Já a parole, nada mais é do que o uso, a fala. Em vez
de langue e parole, pode-se dizer língua e fala, sistema e uso”,

Para Saussure, o núcleo de significação da linguagem é o signo, composto por significante e


significado. O significante é o que o suíço classifica de “imagem acústica”, nada mais do que o
som, algo que pode ser dividido e que tem um contorno sonoro definido.

“Quando você escuta uma língua estrangeira é como se fosse uma sonoridade contínua, você
não sabe dividir. Quando você ouve a sua língua, você sabe imediatamente onde termina e
onde começa a palavra”, diz Gomes.

O outro constituinte do signo, o significado, é um conceito do âmbito da memória, de acordo


com o professor da PUC-Rio. Quando alguém ouve uma palavra em uma língua estrangeira que
não domina, ele capta o significante, ou seja, o som, mas, por não conhecer a língua, não
consegue apreender o significado, o conteúdo do que foi dito.

“Sausure fala que a relação não é entre significante e objeto, mas entre significante e
significado, que é algo imaterial. Essa relação entre significante e significado é arbitrária, uma
convenção.”

No entanto, a linguagem não é feita de palavras soltas. Para se formular uma frase, por
exemplo, é necessário que o emissor da mensagem selecione as palavras e as agrupe, uma
seguida da outra, de forma a fazer sentido. É a isso que se referem os conceitos de paradigma e
sintagma criados por Saussure.

“O paradigma seria aquela reserva que está na memória coletiva e individual. E o sintagma é a
forma com que o falante vai combinar esses elementos para poder se comunicar.”

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