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27/02/2019 Língua aimará – Wikipédia, a enciclopédia livre

Língua aimará
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O aimará (aymar aru) é uma língua falada por mais de dois
milhões e meio de pessoas da etnia aimará, principalmente
no Peru, na Bolívia, no Chile e na Argentina.

No Peru e na Bolívia, a língua aimará é considerada língua


oficial, junto com o idioma quíchua, que está estreitamente
relacionado com aquela.

Essas línguas não tiveram escrita até a introdução do alfabeto


latino pelos espanhóis, que tinham interesse em empregar
essas línguas para pregação religiosa e conversão dos
ameríndios.

Na Bolívia há cerca de 1.200.000 falantes do idioma aimará,


sendo a forma falada na capital La Paz considerada a forma
mais pura e estruturada da língua, havendo concentrações
nos departamentos de Oruro e Chuquisaca. No Chile, a
população aimará é grande, havendo cerca de 50.000 Distribuição dos falantes de aimará
falantes, que também habitam nas regiões andinas do norte
do país, em Tarapacá e Antofagasta. Há também cerca de 10.000 falantes do aimará no oeste da Argentina. Na
atualidade há quase 2,5 milhões de pessoas de etnia e língua aimará, na zona dos Andes. São o segundo grupo nativo,
só superado pelos quíchuas, com quase 15 milhões de pessoas espalhadas pelos Andes da Colômbia até a Argentina.

Embora o idioma aimará seja único, existem diferenças regionais dependendo do local onde é falado. Alguns
acreditam que o idioma aimará é aparentado com o idioma quíchua, língua original do Império Inca, não obstante
fortes objeções de vários estudiosos. Os que defendem o parentesco linguístico baseiam-se nas semelhanças (por
exemplo a palavra condor é kuntura em aimará e kuntur em quíchua. Mas, estruturalmente, as línguas aimará e
quíchua são efetivamente diferentes.

Hoje a língua é falada principalmente pelos camponeses e, eventualmente, como segunda língua, nas cidades.

Exemplos de palavras em aimará:

Cooperativa = Umaraqi
Casca = Sillq'i
Gelado = Chullunkiya
Pato = Wallatta
Alfabeto

O aimará utiliza apenas 15 letras do alfabeto latino, das quais 4 são vogais (I, A, U, Y) e 11 consoantes (P, T, K, Q, S, J,
X, L, M, N, W); as consoantes P, T, K, Q e H (em Ch) podem apresentar um diacrítico em formato de apóstrofo (ex.:
p'), que indica fonema diferente da mesma letra sem o apóstrofo. Um texto escrito em aimará pode ser visto aqui (htt
p://h1.ripway.com/achacachi/aymara.htm).

Características

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A língua aimará é de natureza aglutinante e polissintética, com sentenças do tipo Sujeito-Objeto-Verbo (SOV). Assim
como outros poucos idiomas, o aimará distingue nas formas verbais dois tipos de eventos: "aqueles testemunhados
por quem fala", e "aqueles NÃO testemunhados por quem fala".

Interessante característica - que é exclusiva desse idioma - é a lógica ternária (sim, talvez, não), em contraposição às
demais línguas, que seguem a lógica binária (sim, não). Em aimará essa incerteza é expressa por meio de prefixos e
sufixos apostos às formas verbais.

Segundo especialistas - entre os quais Umberto Eco e Ludovico Bertonio - essa característica enriquece o aimará com
maior expressividade, maior capacidade de incorporar neologismos e também de expressar conceitos abstratos.

Essa língua foi denominada por Emeterio Villamil de Rada (1860) como "a língua de Adão", em função de sua
perfeição.

Os conceitos de tempo - passado, futuro - do idioma aimará são únicos, uma vez que aliados ao gestual e a palavras
similares, os falantes do aimará gesticulam e associam futuro com "atrás/antes" e passado com "adiante/depois".

Primeiras obras
Dentre as primeiras obras publicadas sobre a língua aimará ou em aimará, podem citar as seguintes:

"Arte breve de la Lengua Aymara, para introducción del Arte grande de la misma lengua", do jesuíta Ludovico
Bertônio, publicada em 1603;
"Arte y gramática muy copiosa de la Lengua Aymara. Con muchos, y varios modos de hablar para su mayor
declaración, con la tabla de los capítulos, y cosas que en ella se contienen. &c.", de Ludovico Bertônio, publicada
em 1603; e
"El libro de la Vida y Milagros de Nuestro Señor Jesu Christo en dos lenguas, Aymara y Romance", de Ludovico
Bertônio, publicada em 1612;
"Arte de la lengua aymara, con una silva de phrases de la misma lengua, y su declaración en romance y del
Vocabulario de la lengua aymara", de Ludovico Bertônio, publicada em 1612;[1][2]
"Vocabulario de la lengua aymara", de Ludovico Bertônio, publicado em 1612, em Juli.[3]

Ligações externas
Sítio oficial sobre a língua aimará (http://aymara.org/);
Lógica Ternária - Aimará (http://aymara.org/biblio/html/igr/igr3.html);
Visão particular de Passado e Futuro na cultura Aimará (http://ucsdne
ws.ucsd.edu/newsrel/soc/backsfuture06.asp).

Referências
1. TESTIMONIOS Y DOCUMENTOS Juan Ludovico Bertonio Gaspari:
“Vita Christi” (http://www.scielo.org.bo/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S2077-33232012000100013), em espanhol, acesso em 15 de abril
de 2018.
2. Bertonio, Ludovico, S. I. (1557-1625) (https://www.bvfe.es/autor/9352-
bertonio-ludovico.html), em espanhol, acesso em 25 de abril de 2018.
3. Vocabulario de la lengua aymara (https://archive.org/details/vocabulari
odela00bertgoog), em espanhol, acesso em 27 de abril de 2018. Capa do Livro "Vocabuário da
Lengua Aymará" de Ludovico
Bertônio

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