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A Serpente do Paraíso rouba a cena no filme "Noé" Search

segunda-feira, abril 28, 2014 Wilson Roberto Vieira Ferreira
CINEGNOSE PARTICIPA DO PROGRAMA
No livro bíblico do Gênesis, a história da arca POROS DA COMUNICAÇÃO NA FAPCOM
de Noé tem apenas três páginas. Conhecendo
o senso hollywoodiano de espetáculo e a
inclinação de Darren Aronofsky em explorar
complexas simbologias místicas e esotéricas, FAPCOM | Transmis…
Transmis…
era de se esperar que o filme “Noé” (Noah,
2014) não fosse um thriller bíblico nos moldes
de “Os Dez Mandamentos”. Pelo contrário,
Aronofsky subverte o famoso personagem
bíblico através de uma releitura gnóstica e
cabalística. O diretor não só abandonou a
Bíblia como transformou a Serpente do Jardim
do Éden no personagem principal, trazendo
para as telas a antiga versão gnóstica do mito
do Paraíso, sob uma embalagem atual política
e ecologicamente correta.
Este humilde blogueiro participou da edição de número seis
Quem conhece a obra do cineasta Darren Aronofsky, sabe que se pode esperar de seus do programa “Poros da Comunicação” no canal do YouTube
TV FAPCOM, cujo tema foi “Tecnologia e o Sagrado: um
filmes profundos simbolismos místicos e esotéricos. Foi assim em filmes como Pi (um thriller
novo obscurantismo?
cabalístico onde um gênio matemático procura uma constante numérica universal), Cisne Negro
(fábula gnóstica sobre a exploração da luz interior humana por um demiurgo representado pelas Clique aqui
exigências mercadológicas de uma companhia de balé) e Fonte da Vida (uma jornada de
elevação espiritual através de complexos simbolismos gnósticos e alquímicos).
A SEMIÓTICA DA MATRIX - ENTREVISTA
Com o filme Noé (Noah, 2014) não poderia ser diferente. Porém, desta vez Aronofsky DO CINEGNOSE AO CONACINE
saiu do campo dos dramas seculares traduzidos por simbolismos para entrar em uma narrativa
bíblica fazendo uma releitura paradoxalmente sem referência à Bíblia: Aronofsky fez uma
subversão flagrantemente gnóstica e cabalística do famoso personagem bíblico.
A Semiótica da M…
M…
Em termos mais diretos, enquanto os líderes cristãos fizeram um grande esforço para
endossar uma versão cinematográfica de um herói bíblico (“pelo menos Hollywood está fazendo
algo pela Bíblia...”, muitos elogiavam) Aronofsky não só abandonou a Bíblia como transformou a
serpente do Paraíso como o personagem principal (a palavra “Deus” nem é citada, substituída
pelo ambíguo termo “Criador”) e Noé como literalmente o portador da semente da serpente. Para
os gnósticos ela não seria a responsável pelo pecado e danação, mas, ao contrário, a portadora
da Verdade e da Luz.

A questão do filme Noé é que esta subversão gnóstica foi encoberta por uma
embalagem política e ecologicamente correta como, por exemplo, na aparente divisão entre os
bons (um Noé vegetariano, querendo salvar a inocência dos animais da maldade humana) e os
maus (o carnívoro rei Tubal-Caim e seus asseclas que acreditam que tudo o que existe no
planeta é para o homem dominar e explorar numa economia extrativista).

Sem falar na forma como durante o filme Noé, de visionário e profeta, vai aos poucos se
transformando em um louco homicida quando abandona a namorada do filho Ham à morte e
quase mata duas crianças recém- Prof. Wilson Ferreira, editor do blog "Cinema
nascidas a bordo da arca com a Secreto: Cinegnose" fala como a semiótica
pode ajudar a analisar o filme Matrix e a atual
ideia fixa (supostamente ordenada
matrix tecnológica
pelo “Criador”) de que a espécie
humana deveria ser eliminada da
face da Terra para garantir a
“inocência” das espécies vivas. PALESTRA CINEGNOSE NA FATEC

Curiosamente a ideia de
Noé se assemelha a de grupos
Transformações …
atuais que unem fundamentalismo
ecológico com o religioso como a chamada “Igreja da Eutanásia” nos EUA cujo lema é “salve o
planeta, mate-se”: suicídio, aborto, canibalismo e sodomia seriam as únicas formas de salvar o
planeta do desastre ecológico ao evitar a procriação da raça humana, considerada o verdadeiro
parasita da Terra.

A subversão de Aronofsky

Mas voltemos à subversão simbólica de Aronofsky. A primeira cena que chama a

atenção em Noé é a representação de Adão e Eva como dois anjos luminescentes. Aqui o filme
inicia a mistura entre gnosticismo e cabala (essencialmente uma forma judaica do gnosticismo).
Compare o Éden mostrado no filme com esses trechos, o primeiro do livro Contra as Heresias de
Irineu de Lyon onde cita uma descrição feita no século II por uma seita gnóstica e o gnosticismo
judaico de Adolphe Franck do século XIX: Esse humilde blogueiro participou da 9a. Fatecnologia na
Faculdade de Tecnologia de São Caetano do Sul (SP) em
“Adão e Eva foram criados a partir da luz, eram luminosos, por assim 11/05 onde discutiu os seguintes temas: cinema gnóstico;
dizer, corpos espirituais, tal como foram criados. Mas quando chegaram aqui, os Gnosticismo nas ciências e nos jogos digitais; As mito-
corpos se tornaram escuros, gordos e ociosos” (Irineu de Leon, Contra as narrativas gnósticas e as transformações da Jornada do
Herói nas HQs e no Cinema; As semióticas das narrativas
Heresias, I, 30, 9).
como ferramentas de produção de roteiros.

“Quando nosso pai Adão habitou o Jardim do Éden, ele estava vestido,
como todos estão no céu , com uma roupa feita de luz superior. Quando ele foi
expulso do Jardim do Éden e foi obrigado a submeter-se às necessidades deste PUBLICIDADE
mundo , o que aconteceu ? Deus, as Escrituras nos dizem , fez para Adão e sua
esposa túnicas de pele e os vestiu; mas antes disso eles tinham túnicas de luz, da
maior luz usada no Éden ...” (Adolphe Franck, The Kabbalah, p.208). COLEÇÃO CURTAS DA SEMANA

O universo do filme é
essencialmente gnóstico no
confronto entre o mundo superior,
espiritual e luminoso e o mundo
terrestre inferior, com anjos
decaídos cuja luz foi confinada na
carne material ou na lava
endurecida como os intrigantes
personagens dos “Vigilantes”,
espécies de transformers
gnósticos.

Para entender o importante papel que os Vigilantes e os nossos pais luminescentes vão Lista semanalmente atualizada com curtas que
desempenhar para a entrada em cena da Serpente do Éden como o fio condutor de Noé, temos celebram o Gnóstico, o Estranho e o Surreal
que entender como o Gnosticismo interpreta o mito do Paraíso.
Clique aqui

A interpretação gnóstica do Éden

Para o Evangelho Apócrifo de João o Paraíso foi uma construção deliberada pelo
#PALESTRASCINEGNOSE
Demiurgo. Criou um jardim aparentemente cheio de belezas e delícias e colocaram Adão no meio
dele como um prisioneiro. Isso foi uma resposta contra o espírito de Sophia que entrara no corpo
do falso homem criado pelo Demiurgo (uma cópia imperfeita de Anthropos, o arquétipo do
homem celestial) e deu a ele a verdadeira humanidade e vida. Colocou-se em pé e passou a
caminhar circundado por uma luz não terrestre.
 Em represália o Demiurgo o prendeu no Paraíso,
seduzido pelos aparentes prazeres do jardim terrestre. Na
verdade, os frutos eram amargos e a sua beleza perversão.
Também colocou uma árvore no centro desse jardim, contendo
a vida dele, e proibiu de comer o seu fruto: disse a Adão que a
árvore havia surgido das trevas e seu fruto seria venenoso.
Dessa forma, impediram Adão de conhecer a Verdade.

Mais uma vez Sophia veio em socorro do homem. Em colaboração com os poderes mais
altos da Plenitude, enviou para Adão um auxiliar, uma mulher conhecida por Eva. Na verdade,
essa “mulher” seria uma forma espiritual (em forma de serpente) que penetrou em Adão e se
manteve escondida sem que os Arcontes percebessem sua presença. Dessa forma, instruiu Adão
a comer o fruto da árvore proibida.

A continuação dessa narrativa do gênesis é bem diferente do relato canônico bíblico.

Descoberta, Eva é “criada a partir da costela de Adão” (na verdade ela foi retirada de dentro de
Adão pelos raivosos arcontes quando descobriram que foram enganados) para ser aprisionada e
violentada pelos regentes. Desse ato surgem os filhos Caim e Abel. Ao descobrir o que se Saiba mais
sucedera, Adão gera um filho com o nome de Seth com inclinação para o espírito, tornando-se,
ao longo da história, o símbolo para aqueles que buscam a Gnose.

A Serpente rouba a cena

LEIA TAMBÉM:

Anjos, demônios e LSD no filme

Nitidamente em Noé os Vigilantes lembram os aeons (vemos a chegada deles no
"Alucinações do Passado"
planeta como anjos luminosos) que vêm secretamente ajudar o
homem. No filme explica-se que ao serem descobertos pelo “Mestre Eckhart [teólogo da filosofia medieval] também
“Criador”, são castigados e suas luzes confinadas em um corpo viu o inferno. Sabe o que ele disse? Ele disse que a
única coisa que queima no I...
de lava escura endurecida, correspondendo à releitura
gnóstica do mito do Paraíso.

Aqui encontramos uma nova fusão com

a cabala. Vemos como os Vigilantes são
redimidos (retornam aos céus como um SUBSCREVA POR EMAIL
feixe de luz no final da missão de
auxiliar Noé a construir a arca). O Email address... Submit
curioso é que seus nomes (Semyaza,
Quinta - Feira, 25 de Abril
Magog e Rameel) correspondem aos
nomes dos demônios da tradição
BEM VINDO
judaica. Na cabala, nada é
absolutamente ruim, nem mesmo o
mais maligno dos arcanjos ou a pior das
feras – chegará um momento em que
recuperará a sua natureza angelical.

Outro detalhe é que a palavra

“Deus” jamais é dita. Sua substituição
pelo termo “Criador” é sintomático: para
o Gnosticismo esse termo designa o Demiurgo ou Yaldabaoth, uma divindade arrogante,
ignorante, prepotente, ciumenta e vingativa. Filho bastardo de uma divindade de baixo nível, foi o
responsável pela construção do mundo material e por ser tão ignorante do mundo espiritual, se "Cinema Secreto: Cinegnose" é um Blog dedicado à
imagina como o único Deus. divulgação e discussões sobre pesquisas e insights em
torno das relações entre Gnosticismo,
 Tanto Noé quanto Tubal-Cain adoram o mesmo “Criador”, pedem respostas e têm Sincromisticismo, Semiótica e Psicanálise com Cinema
e cultura pop.
apenas o silêncio dos céus. Aqui percebemos que o suposto conflito entre o bem e o mal
hollywoodiano se dilui em uma mensagem perturbadora para quem esperava uma leitura
estritamente bíblica: a serpente sempre teve razão, ela representa o verdadeiro divino e as
A LISTA ATUALIZADA DOS FILMES
GNÓSTICOS DO BLOG
alegações do “Criador” são falsas por tentar esconder a própria divindade humana.

Logo no início do filme vemos

Lameque, o pai de Noé, tentando abençoar
seu filho. Ele retira uma relíquia sagrada: a
pele da serpente do Jardim do Éden. Ele
envolve-a em torno do seu braço, ilumina-se
e estende a mão para tocar seu filho quando
a cerimônia é interrompida por um grupo de
saqueadores. Lameque é morto e o líder
Tubal-Cain rouba a relíquia, mas com ele a
pele não tem o mesmo efeito luminescente.

Muitos críticos observam que não

há nenhum personagem simpático: Tubal-
Caim é duro, violento e imoral, enquanto Noé
é tão duro consigo mesmo que aos poucos
vai se tornando o mesmo com sua própria
família a ponto de quase se tornar um louco No Oitavo Aniversário o Cinegnose atualiza lista com 101
homicida. E todos adorando o mesmo filmes: CosmoGnósticos, PsicoGnósticos, TecnoGnósticos,
“Criador” e sem a ação “iluminadora” da pele AstroGnósticos e CronoGnósticos.
da serpente.
Clique aqui

Como o próprio diretor Aronofsky

declarou em entrevistas “Noé está adorando
um falso Deus, maníaco e homicida. Quanto
mais Noé é fiel e “piedoso”, mais homicida
TRANSLATOR
ele se torna. Ou seja, a cada momento ele se torna a imagem e semelhança do “Criador”, assim
como o seu rival Tubal-Caim” (veja MATTSON, Brian, “Sympathy for the Devil” In: Dr. Brian
Mattson The Website).
Translator Widget by Dicas Blogger

O interessante é que não há um esperado arco-íris (o símbolo da aliança entre Deus e o

Homem), mas a iluminação por meio da pele da serpente: após a cena em que Noé se embebeda CINEGNOSE NO "HANGOUT GNÓSTICO"
com vinho, deitado nu na praia e coberto por uma túnica pelos seus filhos recebe de Ham a pele
da serpente. Ele consegue do seu próprio filho a benção que ele jamais conseguiu de seu pai.
Nesse momento seu rosto se ilumina pelo Sol. Está sóbrio e chora. Ele parece transcender e Hangout Gnóstico n…
n…
superar aquela divindade homicida e ciumenta.

Em suma, a Paramount Pictures pregou uma peça aos espectadores incautos e,

principalmente, católicos que não conhecem a obra de Darren Aronofsky. Assistindo ao trailer do
filme, parece que estamos diante de mais uma produção com tema bíblico. Em verdade,
Aronofsky criou um verdadeiro cavalo de Troia cuja embalagem política e ecologicamente correta
faz o pesado simbolismo gnóstico-cabalístico descer goela abaixo de forma suave como
entretenimento.

Ficha Técnica

Título: Noé
Direção: Darren Aronofsky Esse humilde blogueiro participou do Hangout
Roteiro: Darren Aronofsky e Ari Handel Gnóstico da Sociedade Gnóstica Internacional de
Curitiba (PR) em 03/03 desse ano onde pude
Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins, Emma Watson, Logan descrever a trajetória do blog "Cinema Secreto:
Lerman Cinegnose" e a sua contribuição no campo da
Produção: Paramount Pictures pesquisa das conexões entre Cinema e Gnosticismo.

Distribuição: Paramount Pictures

Ano: 2014
País: EUA AMIGOS DO BLOG
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NOÉ - Trailer o cial - Legendado em port…

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WILSON ROBERTO VIEIRA FERREIRA

Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em

Imagem e Som) pela Universidade Anhembi
Postagem mais recente Página inicial Postagem mais antiga Morumbi.Doutorando em Meios e Processos
Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na
Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos
6 Comentários Cinema Secreto: Cinegnose 
1 Entrar da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e
escritor, autor de verbetes no "Dicionário de
 Recomendar t Tweet f Compartilhar Ordenar por Mais recentes Comunicação" pela editora Paulus, organizado pelo
Prof. Dr. Ciro Marcondes Filho e dos livros "O Caos
Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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CAOS SEMIÓTICO"

Eduardo Rodrigues • um ano atrás

Achei o filme parecido com conversa de conspiração de dementes que me fez
pensar naquelas fantasias sobre reptilianos dominadores do mundo. A
ausência de um Deus onipotente e onipresente, único, as blasfêmias, a visão
judaica forçando um pensamento positivo e não demonizado da serpente. Um
pseudo-Cain que embora vilão, fala com sabedoria antropocêntrica.
Parece que o autor quis que pensássemos assim. Vim pesquisar sobre o que
significou a pele da serpente tão estimada durante a trama. Fiquei boiando.
Não entendi porque fora preservada com carinho pelo Noé que chegou a tocar
seus netos num ritual subentendido.
△ ▽ • Responder • Compartilhar ›

Francsico Neto • 5 anos atrás

Noé, na verdade é um sumério.Nunca foi u personagem bíblico, mas foi
emprestada de crönicas sumérias muito antigas.o filme não é biblico , mas fiel
a verdadeira tradiçào de onde se copiou o livro chamado "Bíblia".
△ ▽ • Responder • Compartilhar ›
kivas Arquitetura • 5 anos atrás
"Cinegnose"
Neste trabalho analiso a produção cinematográfica
norte-americana (1995 a 2005) onde é marcante a
recorrência de elementos temáticos inspirados nas
narrativas míticas do Gnosticismo. >>> Leia mais>>>
 Uma pena mas o cavalo de tróia afogou-se no dilúvio das pretenções
cinematográficas desse diretor que se afoga no suas mistificações simbólicas
de conteúdo ginasiano. Quantas palavras e quanta pesquisa para um filme que
no final das contas é muito pior que sua pesquisa primorosa para escrever o
artigo. Sinceramente como crítica o filme é uma porcaria do ponto de vista
cinematográfico e a serpente que rouba a cena é a do começo so filme com
aquele som de propaganda da bocanhada da próxima novidade da "apple".
△ ▽ • Responder • Compartilhar ›

Flávio • 5 anos atrás

Jung -- se não me engano, nos livros "Aeon" e "Símbolos da Transformação" --
fala sobre uma corrente gnóstica do início da era cristã que afirmava que
Cristo havia aparecido pela primeira vez aos homens sob a forma de serpente
no Éden. Outra corrente com pensamento análogo, diz que Lúcifer é o irmão
mais velho de Cristo.
△ ▽ • Responder • Compartilhar ›
"O Caos Semiótico"
Luiz Carlos Silva Marcolino Ju • 5 anos atrás
Não vi muitos comentários sobre sobre isso, mas o filme seria seria baseado Composto por seis capítulos, o livro é estruturado em
duas partes distintas: a primeira parte a “Psicanálise
em uma história em quadrinhos e não na Bíblia. da Comunicação” e, a segunda, “Da Semiótica ao Pós-
△ ▽ • Responder • Compartilhar › Moderno
>>>>> Leia mais>>>

Sebastião Amorim > Luiz Carlos Silva Marcolino Ju • um ano atrás

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