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ARARUAMA - RJ
2010
ADALBERTO BARBOSA DOS SANTOS
JOSE ADRIANO DA SILVA
KEYLA OLIVEIRA DOS SANTOS
ROGERIO DA SILVA LEMOS
THIAGO DA SILVA FARINHA RODRIGUES MAGALHÃES
Professor:
Laudelino
ARARUAMA - RJ
2010
Página | II
SUMÁRIO
INDICE DE FIGURAS...............................................................................................................................VI
INDICE DE TABELAS..............................................................................................................................VII
1. RESUMO.........................................................................................................................................8
2. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................9
3. ASPECTOS DA QUESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL.....................................................11
4. A NECESSIDADE DE POLÍTICAS ESPECÍFICAS PARA OS RESÍDUOS GERADOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL.....................................................................................................................................................16
4.1. DESTINAÇÃO DE PEQUENOS VOLUMES DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO.....17
4.2. DESTINAÇÃO DE GRANDES VOLUMES DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO........18
5. IMPACTO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO NOS AMBIENTES URBANOS.............21
6. A RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO E O USO DE RECICLADOS........24
6.1. RECICLAGEM EM PAÍSES DO HEMISFÉRIO NORTE................................................................25
6.2. RECICLAGEM NO BRASIL - POSSIBILIDADES..........................................................................29
6.3. USO DE RECICLADOS.............................................................................................................31
7. NOVA LEGISLAÇÃO, NORMAS TÉCNICAS E RESPONSABILIDADES.................................................34
7.1. RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307..............................................................................................35
7.2. RESOLUÇÃO CONAMA nº 275...............................................................................................37
7.3. PBPQ-H - PROGRAMA BRASILEIRO DA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DO HABITAT..........39
7.4. NORMAS TÉCNICAS..............................................................................................................39
8. GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL........................................................41
8.1. SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES..................................................................................................41
8.1.1. REUNIÃO INAUGURAL...................................................................................................41
8.1.2. PLANEJAMENTO...........................................................................................................42
8.1.3. IMPLANTAÇÃO..............................................................................................................43
8.1.4. MONITORAMENTO.......................................................................................................43
8.2. QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES..............................................................................................43
8.2.1. FORNECEDORES DE DISPOSITIVOS E ACESSÓRIOS........................................................43
8.2.2. EMPRESAS TRANSPORTADORAS...................................................................................44
8.2.3. DESTINATÁRIOS DOS RESÍDUOS...................................................................................44
8.3. GESTÃO NO CANTEIRO DE OBRAS........................................................................................44
8.3.1. ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO......................................................................................46
8.3.2. DISPOSITIVOS E ACESSÓRIOS........................................................................................48
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8.3.3. LIMPEZA - ASPECTOS GERAIS........................................................................................49
8.3.4. FLUXO DOS RESÍDUOS..................................................................................................49
8.3.5. REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DOS RESÍDUOS.............................................................52
8.3.6. FORMALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS.......................................................................54
8.4. REMOÇÃO DOS RESÍDUOS DO CANTEIRO.............................................................................54
8.4.1. FLUXO DOS RESÍDUOS..................................................................................................55
8.4.2. FORMALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS.......................................................................56
8.5. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS................................................................................................56
8.5.1. FLUXO DOS RESÍDUOS..................................................................................................57
8.5.2. FORMALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS.......................................................................58
8.6. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS DISPOSITIVOS E ACESSÓRIOS............................................61
8.7. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS................................................................................................63
8.7.1. CHECK-LIST....................................................................................................................63
8.7.2. RELATÓRIO....................................................................................................................65
8.8. PREPARAÇÃO DO PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS..........................................66
9. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA GESTÃO DOS
RESÍDUOS.............................................................................................................................................68
10. VANTAGENS IDENTIFICADOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTAO DE
RESÍDUOS.............................................................................................................................................69
11. TRATADO DE KYOTO.....................................................................................................................71
11.1. DEFINIÇÃO........................................................................................................................71
11.2. AS METAS.........................................................................................................................72
11.3. OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E O PROTOCOLO DE KYOTO......................................73
11.4. SUMIDOUROS DE CARBONO............................................................................................73
11.5. COMÉRCIO DE EMISSÕES, O CHAMADO “CRÉDITO DE CARBONO”?................................74
11.6. SEQÜESTRO DE CARBONO................................................................................................75
11.7. OS CÉTICOS E O PROTOCOLO DE KYOTO..........................................................................76
11.8. O AUMENTO DAS EMISSÕES DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.................................77
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................................79
12.1. OS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO: PROBLEMA OU SOLUÇÃO?...........................................79
12.1.1. A BUSCA DA SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DEVIDO AO
GRANDE IMPACTO AMBIENTAL....................................................................................................79
12.1.2. O RESÍDUO SÓLIDO DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO: CLASSIFICAÇÃO E ESTIMATIVAS
DE GERAÇÃO................................................................................................................................80
12.1.3. PESQUISAS REALIZADAS NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB..................................81
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12.1.4. A RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA
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13. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................................84
ANEXO..................................................................................................................................................90
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INDICE DE FIGURAS
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INDICE DE TABELAS
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1. RESUMO
Este trabalho analisa os graves problemas causados por eles e os limites estreitos dos
atuais procedimentos de gestão, que são definidos sem um conhecimento preciso da
quantidade gerada nos ambientes urbanos.
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2. INTRODUÇÃO
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A preservação ambiental é hoje uma preocupação mundial. A humanidade, através dos
séculos, vem conquistando espaços quase sempre em detrimento de uma continua e crescente
pressão sobre recursos naturais.
A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o
desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, comporta-se, ainda, como grande geradora
de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da
paisagem ou pela geração de resíduos.
O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta
magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente, menos
agressivo ao meio ambiente? É uma pergunta, embora antiga, ainda sem respostas satisfatórias.
Sem dúvida, por ser uma questão bastante complexa, requer grandes mudanças culturais e ampla
conscientização.
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Construção Civil. Com isso, ela abre caminho para que os setores públicos e privados possam
juntos, prover os meios adequados para o manejo e disposição desses resíduos.
A cada dia, percebemos a legislação mais rígida no que se refere ao meio ambiente –
tendência mundial que visa minimizar ao máximo a sua degradação e a preservação de uma
vida mais saudável. Cabe, então, ao setor da construção adaptar-se e saber tirar proveitos
dessa tendência.
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3. ASPECTOS DA QUESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO
BRASIL
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Saneamento Básico do Estado de São Paulo, CEDAE – Companhia Estadual de Águas e
Esgoto do Rio de Janeiro, COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais,
EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento, CORSAN – Companhia Rio-grandense
de Saneamento, e outras) e inibiu, no período do regime autoritário, a ação dos concedentes –
os municípios. As concessionárias, com a amplitude de poderes conquistada, canalizam para
si todos os recursos de saneamento, e os sete centralizam em ações voltadas apenas ao
abastecimento de água e esgotamento sanitário (INSTITUTO BRASILEIRO DE
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - IBAM, 1995).
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Há, ainda, diversos exemplos de entidades que foram constituídas para ação em água e
esgoto e atualmente estão assumindo a gestão dos problemas de drenagem e resíduos sólidos.
O exemplo da ASSEMAE, inicialmente Associação dos Serviços Municipais de Água e
Esgoto, instituição nacional que congrega as autarquias municipais de saneamento, é
ilustrativo: fundada em 1985 com o objetivo de atuar em questões da água e esgoto (AE), hoje
se denomina Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento, com foco na
integração dos diversos componentes do saneamento ambiental.
Mas, com a agudização dos problemas urbanos, a temática dos resíduos sólidos
definitivamente foi introduzida na agenda dos administradores, técnicos e legisladores. São,
hoje, vários os exemplos de esforços em municípios, regiões metropolitanas e estados da
federação, para a definição de políticas e estruturas de apoio. Esses esforços também
aconteceram ou vêm acontecendo em outros países, notadamente, quanto aos RCD, na Europa
Central, Japão e EUA.
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Os países europeus e o Japão, dada a sua densidade demográfica e a exigüidade de
espaços para o alojamento de resíduos sólidos, possuem as políticas mais elaboradas e
consolidadas, e em função de sua elevada industrialização e carência de recursos naturais,
foram os pioneiros no desenvolvimento de esforços para o conhecimento e controle dos RCD.
Também no Brasil a análise de alguns dos documentos produzidos nos últimos anos
revela que ainda subsiste uma séria carência de informações sobre as completas características
dos RSU, o que pode comprometer as proposições realizadas. E a carência de informação
mais nítida é justamente sobre a efetiva presença dos RCD.
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A busca de “conceitos modernos de gestão dos resíduos sólidos” que apontem para a
“redução na fonte, reaproveitamento, reciclagem e participação comunitária” (IBAM, 1995)
não poderá significar a dedicação dos técnicos, administradores e legisladores apenas a
bandeiras como a da coleta seletiva de embalagens recicláveis e outros produtos contidos nos
resíduos domiciliares. Deverá significar, na perspectiva do saneamento ambiental, o avanço
de ações integradas que ataquem o conjunto dos problemas, possibilitando, ao nível dos RSU,
além da necessária coleta seletiva, perspectivas eficientes para a compostagem e
reaproveitamento de resíduos orgânicos, soluções para os resíduos perigosos e volumosos e o
equacionamento dos sérios problemas que vêm sendo causados pelos RCD. E será necessário,
como na Lei de Reciclagem japonesa (HONG KONG, 1993), definir objetivos claros de
restrição à geração de resíduos para a redução dos problemas ambientais e poupança de
recursos não renováveis.
Porém todas essas ações não conseguirão se consolidar sem que, a partir da
constatação de que nunca tanta matéria-prima transformou-se em tantos resíduos inúteis num
ambiente de acelerada urbanização, se constitua uma base sólida de informações, com a
identificação precisa das características dos diversos componentes dos RSU, dos agentes
envolvidos e dos fluxos ocorrentes nas áreas urbanas.
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4. A NECESSIDADE DE POLÍTICAS ESPECÍFICAS PARA OS
RESÍDUOS GERADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
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degradando o ambiente urbano, e se sustenta enquanto houver a disponibilidade de áreas de
aterramento nas proximidades das regiões fortemente geradoras de RCD.
Por todos esses aspectos, pode-se caracterizar a Gestão Corretiva como uma prática
sem sustentabilidade e que a sua ineficiência impõe a necessidade do traçado de novas
políticas específicas para o domínio dos resíduos de construção e demolição, e que, como
destacado por CAVALCANTI (1996), considere que "o meio ambiente deve ser encarado
como condição primária das atividades humanas, de seu progresso, de sua sustentabilidade".
São várias as conseqüências do grande volume de RCD que vem sendo gerado nos
centros urbanos. Elas advêm do fluxo irracional e “descontrolado” dos resíduos, típico do
processo que se denominou de Gestão Corretiva, e das características dos agentes envolvidos,
pequenos ou grandes geradores, pequenos ou grandes coletores.
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4.1.DESTINAÇÃO DE PEQUENOS VOLUMES DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
Inexistindo soluções para a captação dos RCD gerados nessas atividades construtivas,
inevitavelmente, seus geradores ou os pequenos coletores que os atendem, buscarão áreas
livres nas proximidades para efetuar a deposição dos resíduos. Havendo ou não a aceitação da
vizinhança imediata, essas áreas acabam por se firmar como sorvedouros dos RCD, num
“pacto” local, atraindo, por fim, todo e qualquer tipo de resíduo para o qual não se tenha
solução de captação rotineira. A inexistência de solução impõe a rotina da correção pela
administração pública, num processo cíclico que não pode ser interrompido nos marcos da
Gestão Corretiva.
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sendo comum nos municípios a presença mais constante e acentuada dos efeitos nos bairros
mais periféricos, ocupados pela população de menor renda.
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Os bota-foras são áreas de pequeno e grande porte, privadas ou públicas, que vão
sendo designadas oficial ou oficiosamente para a recepção dos RCD e outros resíduos sólidos
inertes. A designação dessas áreas pela administração pública se faz necessária pelo fato de a
ampla maioria das Leis Orgânicas Municipais preverem como competência das
municipalidades a definição do destino dos resíduos municipais. A oferta dessas áreas por
agentes privados se faz em função principalmente do interesse de planificá-las e, com isso,
conquistar valorização no momento da sua comercialização.
A designação contínua de novas áreas faz parte do cotidiano dos gestores de RCD nos
municípios de médio e grande porte, num processo incessante e infrutífero, pois são poucas as
áreas nos municípios que resistem a prazos maiores que um ano de deposição de resíduos
gerados. O acelerado processo de adensamento urbano dos últimos anos fez com que as áreas
mais próximas se esgotassem rapidamente e se criasse a necessidade de recurso a áreas
continuamente mais periféricas, num processo de substituição de áreas.
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O distanciamento crescente dos bota-foras é mais perceptível nas zonas
metropolitanas. O distanciamento e esgotamento crescente dos bota-foras é fator complicador
para as ações corretas de coleta e disposição dos RCD, pois, a componente “deslocamentos” é
parcela importante do custo de coleta por poliguindastes, mesmo em cidades em que os
percursos sejam extremamente menores que em regiões metropolitanas.
Soma-se a isso o fato de que, nas regiões metropolitanas, o rareamento das áreas de
bota-fora introduz nas áreas ativas a cobrança de taxa para o descarte de resíduos.
A cobrança de taxas de descarte nos sistemas de aterro varia em função de uma série
de fatores, e entre eles certamente devem ser inseridas as características dos resíduos (ser ou
não inertes) e a sua periculosidade. Na região metropolitana de São Paulo são freqüentes os
custos na ordem de R$ 30 por tonelada de resíduo domiciliar disposta, R$ 40 a R$ 150 por
tonelada de resíduo industrial, e R$ 3, em média, para a disposição da tonelada de RCD. O
mesmo diferencial também acontece em outros países: SWANA (1993) relata a distinção em
Minnesota (USA), entre preços de disposição de resíduos domiciliares, US$ 16 por jarda
cúbica, e disposição de RCD, US$ 2 a U$ 4.50 por jarda cúbica; em Vermont, os mesmos
preços estavam estabelecidos em US$ 67 por tonelada de resíduo domiciliar e US$ 3.20 a U$
15 por tonelada de RCD.
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A obrigatoriedade de maiores deslocamentos para os coletores, também introduz
maiores custos e preços, o que se reflete na redução da parcela dos geradores que aderem às
remoções corretas e induz à maior incidência de deposições irregulares, quer por geradores,
quer por coletores.
Ocorre, no entanto, que grandes parcelas dos RCD continuarão sendo inevitavelmente
gerada nas áreas urbanas centrais, por processos de renovação de espaços e edificações,
tornando cada vez mais custosa e complexa a Gestão Corretiva.
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5. IMPACTO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO NOS AMBIENTES URBANOS
A atividade da construção civil gera a parcela predominante da massa total dos resíduos
sólidos urbanos produzidos nas cidades. Estudos realizados em diversas cidades têm apontado os
seguintes números:
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O consumo de materiais pela construção civil nas cidades é pulverizado. Cerca de 75%
dos resíduos gerados pela construção nos municípios provêm de eventos informais (obras de
construção, reformas e demolições, geralmente realizadas pelos próprios usuários dos imóveis).
O poder público municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos
resíduos, utilizando instrumentos para regular especialmente a geração de resíduos provenientes
dos eventos informais.
• Obstrução dos sistemas de drenagem, tais como piscinões, galerias, sarjetas, etc.
• Ocupação de vias e logradouros públicos por resíduos, com prejuízo à circulação de
pessoas e veículos, além da própria degradação da paisagem urbana (Figura 3);
• Existência e acúmulo de resíduos que podem gerar risco por sua periculosidade.
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FIGURA 1 - PROLIFERAÇÃO DE AGENTES TRANSMISSORES DE DOENÇAS
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Diante da situação caótica de disposição dos resíduos nas cidades, o poder público
municipal atua, freqüentemente, com medidas paliativas, realizando serviços de coleta e arcando
com os custos do transporte e da disposição final. Tal prática não soluciona definitivamente o
problema de limpeza urbana por não conseguir a remoção da totalidade dos resíduos. Ao
contrário, incentiva a continuidade da disposição irregular nos locais atendidos pela limpeza
pública da administração municipal.
Estudos realizados em alguns municípios apontam que os resíduos da construção formal têm
uma participação entre 15% e 30% na massa dos resíduos da construção e demolição. Embora
representem uma parcela menor em relação à construção informal, os resíduos provenientes da
construção formal podem ser destinados da mesma maneira, ou seja, desordenadamente, causando
impactos ambientais significativos e expondo a atividade da construção empresarial a riscos de
autuações e penalidades decorrentes da responsabilização por crime ambiental (dispor resíduos
sólidos em desacordo com a legislação é considerado crime ambiental). (Figura 4)
Portanto, as soluções para a gestão dos resíduos da construção e demolição nas cidades devem
ser viabilizadas de um modo capaz de integrar a atuação dos seguintes agentes:
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Órgão público municipal - responsável pelo controle e fiscalização sobre o transporte
e destinação dos resíduos;
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A reciclagem de resíduos da própria construção é praticada há milênios, sendo comuns
na história das civilizações antigas exemplos de resíduos de construções de um determinado
período histórico (vias romanas, igrejas renascentistas) constituírem base usada por
edificações do período seguinte (INSTITUT DE TECNOLOGIA DE LA CONSTRUCClÓ
DE CATALUNYA - ITEC, 1995c).
A então República Federal da Alemanha herdou da guerra um volume entre 400 e 600
milhões de metros cúbicos de escombros, dos quais foram reciclados cerca de 11,5 milhões de
metros cúbicos, que possibilitaram a produção de 175.000 unidades habitacionais até o ano de
1955 (SCHULZ; HENDRICKS, 1992).
Num segundo momento, passam a se interessar pela reciclagem dos RCD os países e
regiões da Europa que têm deficiências na oferta de materiais granulares: Holanda,
Dinamarca, Bélgica e regiões da França (ITEC, 1995c).
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necessidade de solucionar o destino de expressivos volumes de RCD gerados em regiões
urbanas cada vez mais adensadas.
A França definiu para o ano 2000 a meta de reciclar 50% dos RCD
gerados (MOREL, apud LAURITZEN, 1994);
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A Holanda e a Dinamarca no início da década de 90 já reciclavam
60 % dos RCD gerados, abastecendo 10% do mercado de agregados
com estes produtos (NORDBERG NEWS, sd);
Também no Japão, avanços significativos vêm sendo obtidos no último período, pois
só na década de 80 observou-se a geração nacional de RCD saltar de 30,4 para 83,6 milhões
de toneladas anuais. Sob as diretrizes da Lei de Reciclagem, em 1988, o Japão estava
reciclando 22% dos RCD gerados; esse percentual era inferior, em 50%, ao percentual obtido
no conjunto dos outros setores industriais (HONG KONG, 1993), mas já era equivalente à
meta traçada pela Suíça para o ano 2000.
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Nos EUA a EPA estimou, em seu relatório de 1996, que 20 a 30% dos RCD gerados
no país estavam sendo recuperados (YOST, 1998), mas esse não é um indicador seguro, dada
a celeuma provocada na "C&D industry" e a posterior revisão do relatório. Ainda em 1996,
foi estimada a existência de 1.800 instalações de reciclagem em operação no país, 1.000 delas
processando asfalto, 500 processando madeira e 300 operando com resíduos misturados. Para
1998, num intervalo, portanto de dois anos, a estimativa traçada é a de que o número de
instalações processadoras tenha praticamente dobrado, para um total de 3.500 em todo o país
(YOST, 1998).
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Em geral, nos países desenvolvidos, podem ser distinguidos dois tipos de instalações
de reciclagem: as que produzem agregados para todo tipo de aplicação e as que produzem
agregados para uso específico em concreto, o que as faz possuir controle de qualidade mais
estrito (ITEC, 1995c).
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TABELA 2 - PREÇO TIPICO DOS EQUIPAMENTOS PARA PROCESSAMENTO DE RCD
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É parte da lógica do negócio da reciclagem a diferenciação dos preços, tanto para o
descarte dos resíduos pelos geradores e coletores, como para a venda do material beneficiado.
Como pode ser observada, a lógica da reciclagem incentiva a diferenciação dos RCD na
origem, favorecendo, entre outros fatores, os resíduos coletados com maior percentual de
pureza. Além desse incentivo no preço do descarte, o preço do descarte nas instalações de
reciclagem é nitidamente inferior ao da deposição em aterros de Bruxelas, onde as taxas para
estes materiais variavam entre 260 e 2.800 BEF/t em 1995 (INSTITUT BRUXELLOIS
POUR LA GESTION DE L’ENVIRONNEMENT, 1995).
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Paralelamente a esses estudos, estendeu-se bastante rapidamente, a partir do início da
década de 80, o uso de "masseiras-moinho", equipamentos de pequeno porte para uso
exclusivo em obras de edificações (também conhecidos como moinhos de galgas dos quais já
foram produzidas 700 unidades no Brasil). Esse equipamento propicia moagem intensa de
resíduos menos resistentes, principalmente os de alvenaria e argamassas, possibilitando sua
reutilização em serviços de revestimento da própria edificação em produção. O resultado de
seu uso é bastante positivo, tanto pela indução ao gerenciamento dos resíduos na obra, como
pela redução dos custos das perdas nos processos construtivos - o que propicia rápida
amortização do investimento e é positivo, inclusive, por contribuir para a minoração do
impacto dos RCD nas áreas urbanas.
O traço comum entre as instalações brasileiras que ofereceram sucesso, pelo volume
de material que vêm processando e pelo impacto ambiental que eliminam, é o fato de terem
sido originadas de processos iniciados com quantificações precisas, reconhecimento de fluxos
e atores inseridos (BELO HORIZONTE, 1993a; 1993b; RIBEIRÃO PRETO, 1995a; 1995b).
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A pequena intensidade da atividade de demolição nas cidades brasileiras faz com que,
tipicamente, os RCD gerados se apresentem com pequena dimensão máxima (em torno de
300 mm), permitindo, com isso, a utilização de equipamentos de menores dimensões, menor
capacidade de produção, menores custos e com capacidade de adequação à intensidade de
geração nos municípios de médio e grande porte. A partir da capacitação dos produtores
brasileiros (atualmente sete empresas de capital nacional ou filiadas a grupos internacionais) é
possível afirmar-se não haver qualquer dificuldade tecnológica para a produção dos
equipamentos típicos das instalações de reciclagem.
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Subsistirão sempre os condicionantes econômicos locais, típicos da região geradora,
oriundos de fatores diversos como custo de agregados naturais, valor das taxas de deposição
em aterros, custos de transporte, suporte pelas políticas governamentais locais, e outros.
Nos países onde a reciclagem está mais consolidada, a utilização dos elementos e
materiais recuperados da construção é muito diversificada, estando, porém, sempre de acordo
com as injunções de mercado e com a sofisticação dos métodos de obtenção dos resíduos,
vale dizer: métodos de gerenciamento de resíduos em canteiro, de demolição e de
processamento na reciclagem.
Tal diretiva é válida também para os países, como o Brasil, que recentemente iniciam
suas experiências com a gestão dos RCD e sua reciclagem. Processos menos sofisticados
podem gerar material com total adequação ao uso em sub-base de vias e outros produtos
simples; processos mais controlados podem levar a novos agregados com a qualidade
requerida para a produção de concreto com elevada requisição de desempenho. Há, no
entanto, importância em ampliarem-se ao máximo as opções e a solidez dos usos, pois, em
alguns centros urbanos brasileiros, tal como ocorre em países do Hemisfério Norte
(COLLINS, 1998), pouca demanda há para a pavimentação de novas vias8, concentrando-se
as possibilidades de alojamento dos reciclados em serviços de manutenção e outros tipos de
utilização.
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A investigação sobre o uso dos RCD em obras de pavimentação foi iniciada por
técnicos da Prefeitura Municipal de São Paulo / SP, no ano de 1989, tendo sido ancorada em
metodologias que consideram as características específicas dos solos tropicais típicos (BODI
et al. 1995). Os resultados das verificações realizadas indicaram a possibilidade de obter-se
idêntica capacidade de suporte com o uso de quantidade muito menor de agregados, caso
utilizado o RCD reciclado.
Os dados de PINTO (1986) e LEVY (1997) indicam o bom desempenho dos RCD em
argamassas e o resultado positivo da presença significativa de produtos cerâmicos em sua
composição. As verificações do comportamento dos RCD na produção de concreto para uso
enquanto massa ou para produção de artefatos são mais recentes e, coerentemente com os
resultados verificados na ampla bibliografia internacional existente sobre o tema, apontam
para bons resultados em composições com baixo consumo de aglomerante, quando os
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agregados miúdos e graúdos são substituídos integralmente pelo reciclado (PINTO, 1995;
ZORDAN, 1997).
Estudos mais detalhados sobre o comportamento dos RCD em concreto ainda devem
ser feitos, para que se imprima segurança a um tipo de utilização concreto de média
resistência - para o qual certamente há demanda no Brasil.
Nos países da Comunidade Européia estima-se que 80% do mercado atual estejam
centrados em concreto com resistência na faixa de 20 a 25 MPa, resultados perfeitamente
alcançáveis com os RCD reciclados (VÁZQUEZ, 1997).
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7. NOVA LEGISLAÇÃO, NORMAS TÉCNICAS E
RESPONSABILIDADES
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Há um conjunto de leis e políticas públicas, além de normas técnicas fundamentais na
gestão dos resíduos da construção civil, contribuindo para minimizar os impactos ambientais.
Políticas Públicas:
Normas Técnicas:
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o Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e
triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação - NBR 15112:2004;
A. Definição e princípios
C. Responsabilidades
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transporte e destinação).
D. Prazos
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Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental associado à
extração, geração, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação final de matérias
primas, provocando o aumento de lixões e aterros sanitários;
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Art. 3º - As inscrições com os nomes dos resíduos e instruções adicionais, quanto à
segregação ou quanto ao tipo de material, não serão objeto de padronização, porém
recomenda - se a adoção das cores preta ou branca, de acordo com a necessidade de contraste
com a cor base.
Padrão de cores:
AZUL: papel/papelão;
VERMELHO: plástico;
VERDE: vidro;
AMARELO: metal;
PRETO: madeira;
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LARANJA: resíduos perigosos;
7.4.NORMAS TÉCNICAS
Para viabilizar o manejo correto dos resíduos em áreas específicas, foram preparadas as
seguintes normas técnicas:
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Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes para
projeto, implantação e operação - NBR 15113:2004 - solução adequada para
disposição dos resíduos de classe A, de acordo com a Resolução CONAMA nº 307,
considerando critérios para reservação dos materiais para uso futuro ou disposição
adequada ao aproveitamento posterior da área.
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8. GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL
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8.1. SEQÜÊNCIA DE ATIVIDADES
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Definição dos locais para a destinação dos resíduos e cadastramento dos
destinatários;
Prévia caracterização dos resíduos que poderão ser gerados durante a obra com base
em memoriais descritivos, orçamentos e projetos.
8.1.3. IMPLANTAÇÃO
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Iniciada imediatamente após a aquisição e distribuição de todos os dispositivos de
coleta e respectivos acessórios, por meio do treinamento de todos os operários no canteiro, com
ênfase na instrução para o adequado manejo dos resíduos, visando, principalmente, sua
completa triagem. Envolve também a implantação de controles administrativos, com
treinamento dos responsáveis pelo controle da documentação relativa ao registro da destinação dos
resíduos.
8.1.4. MONITORAMENTO
As empresas contratadas para o transporte dos resíduos deverão estar cadastradas nos
órgãos municipais competentes e isentas de quaisquer restrições cadastrais.
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Em relação a não-geração dos resíduos, há importantes contribuições propiciadas por
projetos e sistemas construtivos racionalizados e também por práticas de gestão da qualidade já
consolidadas.
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TABELA 4 - DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS
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A gestão nos canteiros contribui muito para não gerar resíduos, considerando que:
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o Acondicionamento adequado dos materiais
I. Classificação;
VII. Separação, isolamento ou envolvimento por ripas, papelão, isopor etc. (no caso
de louças, vidros e outros materiais delicados, passíveis de riscos, trincas e
quebras pela simples fricção);
A boa organização dos espaços para estocagem dos materiais facilita a verificação, o
controle dos estoques e aperfeiçoa a utilização dos insumos.
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Mesmo em espaços exíguos, é possível realizar um acondicionamento adequado de
materiais, respeitando critérios de:
I. Intensidade da utilização;
A boa organização faz com que sejam evitados sistemáticos desperdícios na utilização e
na aquisição dos materiais para substituição. Em alguns casos, os materiais permanecem
espalhados pela obra e acabam sendo descartados como resíduos. A dinâmica da execução dos
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serviços na obra acaba por transformá-la num grande almoxarifado, podendo haver "sobras" de
insumos espalhadas e prestes a se transformar em resíduos. A prática de circular pela obra
sistematicamente, visando localizar possíveis "sobras" de materiais (sacos de argamassa contendo
apenas parte do conteúdo inicial, alguns blocos que não foram utilizados, recortes de conduítes
com medida suficiente para reutilização, etc.), para resgatá-los de forma classificada e novamente
disponibilizá-los até que se esgotem, pode gerar economia substancial. Isso permite reduzir a
quantidade de resíduos gerados e aperfeiçoar o uso da mão-de-obra, uma vez que não há a necessidade
de transportar resíduos para o acondicionamento. A redução da geração de resíduos também implica
redução dos custos de transporte externo e destinação final.
No âmbito da elaboração dos projetos de canteiro, deve ser equacionada a disposição dos
resíduos, considerando os aspectos relativos ao acondicionamento diferenciado e a definição de
fluxos eficientes, conforme abordam os próximos itens.
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TABELA 5 - DISPOSITIVOS E ACESSÓRIOS
As tarefas de limpeza da obra estão ligadas ao momento da geração dos resíduos, à realização
simultânea da coleta e triagem e à varrição dos ambientes. A limpeza preferencialmente deve ser
executada pelo próprio operário que gerar o resíduo. Há a necessidade de dispor com agilidade os
resíduos nos locais indicados para acondicionamento, evitando comprometimento da limpeza e
da organização da obra, decorrentes da dispersão dos resíduos. Quanto maior for à freqüência e
menor a área-objeto da limpeza, melhor será o resultado final, com redução do desperdício de
materiais e ferramentas de trabalho, melhoria da segurança na obra e aumento da produtividade
dos operários. Um exemplo: É melhor fazer a limpeza "por ambiente" do que fazê-la por pavimento.
Deverá acontecer o mais próximo possível dos locais de geração dos resíduos, dispondo-os
de forma compatível com seu volume e preservando a boa organização dos espaços nos diversos
setores da obra. Em alguns casos, os resíduos deverão ser coletados e levados diretamente para os
locais de acondicionamento final.
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TABELA 7 - RESÍDUOS NÃO ORIUNDOS DA ATIVIDADE CONSTRUTIVA – ACONDICIONAMENTO INCIAL
Deve ser atribuição específica dos operários que se encarregarem da coleta dos resíduos nos
pavimentos. Eles ficam com a responsabilidade de trocar os sacos de ráfia com resíduos contidos nas
bombonas por sacos vazios, e, em seguida, de transportar os sacos de ráfia com os resíduos até os locais de
acondicionamento final.
As recomendações para transporte interno de cada tipo de resíduo estão na tabela abaixo,
do qual foram excluídos alguns resíduos que precisam de acondicionamento final imediatamente
após a coleta:
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TABELA 8 - TRANSPORTE INTERNO DE CADA TIPO DE RESÍDUO
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8.3.5. REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DOS RESÍDUOS
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I. Volume e fluxo estimado de geração;
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A decisão por reciclar resíduos em canteiro somente poderá ser tomada após o exame
cuidadoso dos aspectos acima relacionados e uma análise da viabilidade econômica e
financeira.
8.3.6. FORMALIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
Esse compromisso precisa ser formalizado e deve estar expresso nos respectivos contratos,
merecendo destaque para os seguintes aspectos:
A coleta dos resíduos e sua remoção do canteiro devem ser feitas de modo a conciliar
alguns fatores, a saber:
IV. Adequação dos equipamentos utilizados para coleta e remoção aos padrões definidos
em legislação.
A tabela abaixo relaciona tipos de resíduo à sua forma adequada de coleta e remoção.
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TABELA 12 - RESÍDUOS ORIUNDOS DA ATIVIDADE CONSTRUTIVA
Os coletores de resíduos das obras são os agentes que devem remover os resíduos para
os locais de destinação previamente qualificados pelos geradores e, portanto, devem cumprir
rigorosamente o que lhes for determinado.
Os aspectos que devem ser considerados nos contratos para prestação de serviços de coleta e
remoção são os seguintes:
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Quando da utilização de caçambas estacionárias, obediência às especificações da
legislação municipal, notadamente nos aspectos relativos à segurança;
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I. Possibilidade de reutilização ou reciclagem dos resíduos nos próprios canteiros;
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TABELA 14 - SOLUÇÕES DE DESTINAÇÃO PARA OS RESÍDUOS
A formalização da destinação dos resíduos deve ser iniciada por meio da identificação e do
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cadastramento dos destinatários. Estas são algumas informações relevantes que devem fazer parte
deste cadastro:
Data do cadastramento;
CNPJ;
Telefone;
Endereço da destinação;
Uma vez cadastrado o destinatário, cada coleta deverá implicar emissão do documento CTR (Controle de
Transporte de Resíduos), que registrará a destinação dos resíduos coletados. Neste documento deverão constar,
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necessariamente, as seguintes informações:
Dados do gerador (Razão social / nome, CNPJ / CPF, endereço para retirada e identificação da
obra);
Resíduos destinados, com volume ou peso e unidades correspondentes;
Dados do transportador (Razão social / nome, CNPJ / CPF, inscrição municipal, tipo de veículo e
placa); - Termo de responsabilidade para devolução de bags da obra: quantidade, nome e assinatura do
responsável;
Dados do destinatário (Razão social / nome, CNPJ / CPF, endereço da destinação); - Assinaturas e
carimbos (gerador, transportador e destinatário).
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Que deve ser emitido em três vias. Feita a remoção dos resíduos, as três vias deverão ser
apresentadas ao destinatário para coleta de assinaturas e carimbos. A primeira via deve ser
devolvida à obra, a segunda via fica com o transportador e a terceira via é retida pelo destinatário.
É recomendável que o pagamento ao transportador seja feito só depois da apresentação da
primeira via devidamente assinada e carimbada pelo destinatário.
FIGURA 8 - BOMBONAS
Bag: recipiente com dimensões aproximadas de 0,90 x 0,90 x 1,20 metros, sem
válvula de escape (fechado em sua parte inferior), dotado de saia e fita para
fechamento, com quatro alças que permitam sua colocação em suporte para
mantê-lo completamente aberto enquanto não estiver cheio. (Figura 09)
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Baia: recipiente confeccionado em chapas ou placas, em madeira, metal ou tela,
nas dimensões convenientes ao armazenamento de cada tipo de resíduo. Em alguns
casos a baia é formada apenas por placas laterais delimitadoras e em outros casos há
a necessidade de se criar um recipiente estilo "caixa", sem tampa. (Figura 10)
FIGURA 10 - BAIA
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Sacos de ráfia: dimensões 0,90 x 0,60 cm. Normalmente são reutilizados os "sacos
de farinha" confeccionados em ráfia sintética. Os sacos de ráfia deverão ser
compatíveis com as dimensões das bombonas, de forma a possibilitar o encaixe no
diâmetro superior.
8.7.AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
8.7.1. CHECK-LIST
Nele estão organizados três blocos de informações para a descrição das características dos
canteiros de obras.
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A avaliação deve se dar pela designação de pontos para cada aspecto analisado
(níveis da pontuação: Péssimo = 1,0 a 2,9; Fraco = 3,0 a 4,9; Regular = 5,0 a 6,9; Bom = 7,0 a
8,9 e Ótimo= 9,0 a 10).
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FIGURA 13 – QUADRO A - FATORES DE AVALIAÇÃO - LIMPEZA E SEGREGAÇÃO NA FONTE
No quadro B estão tabulados os problemas mais freqüentes que ocorrem em relação à limpeza
e à segregação dos resíduos, devendo ser assinalados aqueles observados nos respectivos espaços
avaliados. A primeira coluna
O quadro C apresenta os itens para avaliação do acondicionamento final dos resíduos com
respectivos fatores de ponderação utilizados no cálculo da média, feito a partir das notas parciais
atribuídas. Há colunas específicas para a identificação dos resíduos acondicionados em bags ou
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baias e também para registro dos problemas mais comuns observados na utilização dos
dispositivos de acondicionamento final.
8.7.2. RELATÓRIO
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FIGURA 16 - RELATÓRIO
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9. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA GESTÃO DOS
RESÍDUOS
Relacionamos abaixo os principais aspectos positivos que puderam ser evidenciados nos
canteiros de obra, onde o programa de gestão dos resíduos é Implementado, e os aspectos críticos
que, se não seguirem as diretrizes determinadas na fase de planejamento, podem comprometer o
desempenho do programa de gestão de resíduos:
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TABELA 16 - ASPECTOS CRÍTICOS
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FIGURA 17 - VANTAGENS DO PROGRAMA
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FIGURA 18 - VANTAGENS DO PROGRAMA
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11. TRATADO DE KYOTO
O Brasil ratificou o tratado, mas não teve de se comprometer com metas específicas
porque é considerado país em desenvolvimento.
Mas visto o alto índice de queimadas, tanto na Região Amazônica como no Cerrado,
medidas estão sendo tomadas pelo Governo Brasileiro para minimizar este Problema.
11.1. DEFINIÇÃO
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a obrigação de
reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de
1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de
compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo
das emissões esperadas para 2008).
Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso, estima-se que deva reduzir a
temperatura global entre 1,4 ºC e 5,8ºC até 2100, entretanto, isto dependerá muito das
negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam
categoricamente que a meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente
para a mitigação do aquecimento global.
11.2. AS METAS
A ONU afirma que os países industrializados estão fora da meta e prevê para 2010 um
aumento de 10% em relação a 1990. Segundo a organização, apenas quatro países da União
Européia têm chance de atingir as metas.
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11.3. OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E O PROTOCOLO
DE KYOTO
A Casa Branca também questiona a teoria de que os poluentes emitidos pelo homem
causem a elevação da temperatura da Terra.
Mesmo o governo dos Estados Unidos não assinando o Protocolo de Kyoto, alguns
municípios, Estados (Califórnia) e donos de indústrias do nordeste dos Estados Unidos já
começaram a pesquisar maneiras para reduzir a emissão de gases tóxicos — tentando, por sua
vez, não diminuir sua margem de lucro com essa atitude.
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transferir parte de suas indústrias mais poluentes para países onde o nível de emissão é baixo
ou investir nesses países, como parte de negociação.
Dessa forma, países que poluem muito podem comprar "créditos" não usados daqueles
que "têm direito" a mais emissões do que o que normalmente geram.
Depois de muitas negociações, os países também podem agora ganhar créditos por
atividades que aumentam a sua capacidade de absorver carbono, como o plantio de árvores e a
conservação do solo.
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O Tratado de Kyoto aponta que o chamado Crédito de Carbono, irá contribuir na
redução do lançamento de gases poluentes como:
Metano,
Óxido de nitrogênio e
Clorofluorcarbono na atmosfera.
Estudos da FGV - Fundação Getúlio Vargas, mostram que esse mercado tem potencial
de movimentação de US$ 3,5 bilhões (de dólares) por ano na América Latina e grande parte
desse potencial é relativo a projetos no Brasil.
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Por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro, a Renova Soluções, empresa do Grupo S/A
Paulista, que opera o Aterro Sanitário do Município de Nova Iguaçu, em parceria com a
Prefeitura local, é uma das primeiras empresas a se habilitar a estas negociações, que estão
sendo feitas com a Holanda.
O "carbon sequestration" é uma política oficial dos EUA e da Austrália que trata de
estocar o excesso de carbono, por prazo longo e indeterminado, na biosfera, no subsolo e nos
oceanos.
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E. Enviar através de foguetes (naves) milhares de mini-satélites (espelhos) para
refletir parte do sol, em média 200.000 mini-satélites, reduziria 1% do
aquecimento.
O Protocolo de Kyoto somente faz sentido para aqueles que acreditam que as emissões
de gases poluentes, principalmente aqueles provenientes da queima de combustíveis fósseis,
são os principais responsáveis pelo aquecimento global. Como conseqüência do Protocolo, os
países desenvolvidos teriam que diminuir drasticamente suas emissões, inviabilizando, em
médio prazo, o seu crescimento econômico continuado que, acreditam os céticos, é a única
forma de se atingir a abundância de bens e serviços de que tanto necessita a humanidade.
Assim, o segundo maior emissor de gases estufa do planeta, os Estados Unidos, não
ratificaram e, provavelmente não o ratificarão num prazo previsível. Tal atitude é considerada
prudente por parte dos céticos. De fato, todas as nações européias e o Japão ratificaram o
Protocolo, e algumas delas, embora tenham concordado em diminuir suas emissões em 2010
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em 8% abaixo dos níveis de 1990, já admitem que não consiga atingir esta meta e somente
poderão conseguir reduzir as emissões em 1% em 2010.
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11.8. O AUMENTO DAS EMISSÕES DOS PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTO
Um dos fatores alegados pelos Estados Unidos para a não ratificação do Protocolo de
Kyoto foi à inexistência de metas obrigatórias de redução das emissões de gás carbônico para
os países em desenvolvimento.
Apesar de não serem obrigados a cumprir metas de redução, tais países já respondem
por quase 52% das emissões de CO² mundiais, e responderam por 73% do aumento das
emissões em 2004. Segundo a Agência de Avaliação Ambiental da Holanda, em 2006, a
China ultrapassou em 8% o volume de gás carbônico emitido pelos EUA, se tornou o maior
emissor desse gás no mundo emitindo sozinha quase um quarto do total mundial, mais do que
toda a UE.
Um dos motivos dessa escalada das emissões chinesas, é a queima do carvão mineral,
que responde por cerca de 68,4% da produção de energia na China, e segundo relatório da
AIE 40,5% das emissões mundiais do CO², são provenientes da queima desse mineral, sendo
tal o maior contribuídor para o aquecimento global.
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energia do mundo, para suprir a demanda há atualmente cerca de 560 usinas termelétricas em
construção no território chinês
Sendo que em 2007 quase duas novas termelétricas eram inauguradas por semana,
então, a tendência é um crescimento continuado do consumo de carvão mineral, bem como
das emissões de CO² na China, algo também verificado na Índia, esses dois países juntos
responderão por 45% do aumento mundial da demanda por energia até 2030, tal aumento
pode significar uma elevação em 57% das emissões de gás carbônico no mesmo período,
assim os atuais 27 bilhões de toneladas de CO² lançadas anualmente na atmosfera passariam
para 42 bilhões em 2030.
Por outro lado, segundo um relatório do Tyndall Center for Climate, 23% das
emissões chinesas de gás carbônico em 2004 foram resultantes da fabricação de produtos que
seriam exportados para países desenvolvidos, dessa forma, há também uma contribuição
desses países nas emissões crescentes da China, bem como dos demais países emergentes.
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12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Em relação à quantidade de materiais, (SOUZA, 2005: 13) estima que em um metro
quadrado de construção de um edifício são gastos em torno de uma tonelada de materiais,
demandando grandes quantidades de cimento, areia, brita, etc. Ainda, são gerados resíduos
devido às perdas ou aos desperdícios neste processo; mesmo que se melhore a qualidade do
processo, sempre haverá perda e, portanto, resíduo; alguns levantamentos em canteiros de
obra em Brasília-DF estimaram uma média de geração de entulho de 0,12 Ton/m2.
Observa-se que houve um grande avanço na qualidade da construção civil nos últimos
anos, obtido principalmente por meio de programas de redução de perdas e implantação de
sistemas de gestão da qualidade. Não há dúvidas, porém, que nas próximas décadas, além da
qualidade (implantada para a garantia da satisfação do usuário com relação a um produto
específico), haverá também uma grande preocupação com a sustentabilidade, antes de tudo,
para garantir o próprio futuro da humanidade.
Pode-se dizer que já há um grande movimento neste sentido, e várias pesquisas têm
sido realizadas nesta área, subsidiadas por agências governamentais, instituições de pesquisas
e agencias privadas no mundo inteiro. No Brasil este movimento teve início após a EC0-92,
realizada no Rio de Janeiro, quando foram estabelecidas algumas metas ambientais locais,
incluindo a produção e a avaliação de edifícios e a busca do paradigma do desenvolvimento
sustentável, obtido pela produção da maior quantidade de bens com a menor quantidade de
recursos naturais e menor poluição.
Com relação à construção civil, o aproveitamento de resíduos é uma das ações que
devem ser incluídas nas práticas comuns de produção de edificações, visando a sua maior
sustentabilidade, proporcionando economia de recursos naturais e minimização do impacto no
meio-ambiente. O potencial do reaproveitamento e reciclagem de resíduos da construção é
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enorme, e a exigência da incorporação destes resíduos em determinados produtos pode vir a
ser extremamente benéfica, já que proporciona economia de matéria-prima e energia.
Apesar desta prática ainda ser presente na maioria dos centros urbanos, pode-se dizer
que nos últimos anos ela tem diminuído, em decorrência principalmente do avanço nas
políticas de gerenciamento de resíduos sólidos, como a criação da Resolução nº. 307 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2002), que estabelece diretrizes, critérios
e procedimentos para a gestão destes resíduos, classificando-os em quatro diferentes classes.
(PINTO, 1999: 49), aponta para o Brasil, uma porcentagem destes resíduos em torno
de 50% do volume total de resíduos sólidos produzidos pelos grandes centros urbanos.
Merecem, pois, uma atenção especial quanto ao seu manejo e disposição.
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Em recente pesquisa realizada por (ROCHA & SPOSTO, 2005: 9), foi apontado à
geração de cerca de 5.500 ton/dia de resíduos sólidos de construção e demolição no Distrito
Federal - DF. Ainda, em amostras coletadas em 14 canteiros de obras de Brasília, constatou-se
a ocorrência de 85% de resíduos recicláveis (30% de classe A e 55% de classe B).
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12.1.3. PESQUISAS REALIZADAS NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB
Muito se tem ouvido falar em sustentabilidade nos dias atuais, e embora a maior parte
das abordagens, até agora, tenha privilegiado o impacto no meio-ambiente (biodiversidade,
nível de tolerância da natureza e dos recursos), esta começa a mudar (ou a ser ampliada),
especialmente nos países não-desenvolvidos, entre eles o Brasil, devido à necessidade de
priorização também de aspectos econômicos, sociais e culturais.
Página | 108
13. BIBLIOGRAFIA
Página | 109
implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.
FERREIRA, Oswaldo Poffo (Org.). Madeira: uso sustentável na construção civil. São
Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas: Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do
Página | 110
Município de São Paulo: Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo, 2003.
Página | 112
DESCONSTRUCTION fits the bill for businesses. Biocycle. v. 40, n.6, p.29-31.
Jun. 1999.
Página | 113
INSTITUT DE TECNOLOGIA DE LA CONSTRUCCIÓ DE CATALUNYA-
ITEC. Aprofitament de residus en la construcció. ITEC & Generalitat de
Catalunya, Departament de Medi Ambient, Junta de Resius. Catalunha, Espanha,
novembre 1995b.
Página | 114
OFFERMANN, E.H. O futuro da reciclagem de entulho de construção trad.
ESSEN, H. n.52, p. 1-12, Reeditado por Universität-Gesamthochschule, 1987
PINTO, T.P. Entulho de construção: problema urbano que pode gerar soluções.
Construção, n. 2325, São Paulo, 1992.
Página | 116
Página | 117
ANEXO
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TABELA 18 - RESISTÉNCIA À COMPRESSÃO E À TRAÇÃO EM ARGAMASSAS
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TABELA 20 - VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO EM CONCRETO
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