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Ensino Secundário _______________________

Teste de avaliação de Português


11.º D
Data: maio de 2018

TÓPICOS DE CORREÇÃO
VERSÃO 1 e 2

Grupo 0 (20 pontos)


1. Apelando aos seus conhecimentos sobre a obra Os Maias, selecione a opção correta.
1.1 Segundo o primeiro parágrafo do Capítulo I, a ação inicia-se no outono de
(A) 1820.
(B) 1875.
(C) 1888.

1.2 Caetano da Maia, o pai de Afonso,


(A) é um absolutista.
(B) é um liberal e um profundo admirador dos revolucionários franceses.
(C) tolera as inclinações revolucionárias do filho.

1.3 Um elemento importante na educação de Pedro, filho de Afonso e Maria Eduarda Runa, é
(A) a importância conferida ao exercício físico.
(B) a ênfase no desenvolvimento do espírito crítico e da indagação.
(C) o estudo das declinações latinas.

1.4 A mulher por quem Pedro da Maia se apaixona é conhecida como a


(A) «astuta».
(B) «deusa».
(C) «negreira».

1.5 Quando a vê pela primeira vez, Pedro procura saber informações sobre Maria Monforte. Quem lhas
apresenta é
(A) Afonso da Maia.
(B) o poeta Alencar.
(C) o coronel Sequeira.

1.6 Na base da educação de Carlos, salienta-se


(A) o conhecimento dos clássicos.
(B) a récita de textos e o estudo do latim.
(C) o conhecimento de coisas úteis e práticas.

1.7 Eusebiozinho é uma personagem de contornos naturalistas, cuja educação espelha os princípios
(A) do modelo britânico, representado pelo precetor Brown.
(B) do modelo britânico e da apologia da força e da saúde física.
(C) do modelo tradicional português, alicerçado na proteção maternal.

1.8 João da Ega, o grande amigo de Carlos, é de Celorico, onde o conhecem como um
(A) feroz absolutista.
(B) romântico incurável.
(C) ateu e grande demagogo.

1.9 Memórias de um átomo são o título de uma obra que


(A) Carlos ambicionava escrever.
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(B) João da Ega ambicionava escrever.
(C) Afonso da Maia concluíra na sua juventude.

1.10 É no jantar do Hotel Central que Carlos


(A) conhece a condessa Gouvarinho.
(B) vê Maria Eduarda pela segunda vez.
(C) vê, pela primeira vez, uma mulher com um «passo soberano de deusa».

1.11 «Chique a valer!» é uma expressão frequentemente utilizada por


(A) Craft, o inglês que se tornará íntimo do Ramalhete.
(B) Dâmaso Salcede.
(C) Alencar.

1.12 A razão de Carlos entrar, pela primeira vez, num espaço íntimo de Maria Eduarda é
(A) a doença de Miss Sara.
(B) a doença de Rosa.
(C) um convite de Castro Gomes.

1.13 A condessa Gouvarinho e Raquel Cohen exemplificam


(A) o gosto pelos discursos vazios.
(B) o adultério como realidade social.
(C) a fragilidade das figuras femininas d’Os Maias.

1.14 Depois do envolvimento amoroso de Carlos com Maria Eduarda, esta fica instalada numa quinta
dos Olivais, espaço que é batizado com o nome de
(A) Vila Marie.
(B) A toca.
(C) Vila Balzac.

1.15 A corneta do Diabo é


(A) um periódico de sátira política.
(B) um periódico que publica artigos por dinheiro e pratica a difamação.
(C) um jornal dirigido por um deputado, caracterizando-se pela parcialidade.

1.16 Para reparar os danos morais causados a Carlos da Maia, Dâmaso


(A) assina uma carta em que enaltece Carlos e apresenta um pedido de desculpas.
(B) assina uma carta em que assume ser caluniador e bêbedo.
(C) aceita um duelo.

1.17 Depois do sarau literário do Teatro da Trindade, Ega


(A) encontra-se com Guimarães, que lhe revela a relação de parentesco entre Carlos e Maria Eduarda.
(B) encontra-se com Dâmaso, que lhe revela relação de parentesco entre Carlos e Maria Eduarda.
(C) descobre um cofre com cartas de Maria Monforte, percebendo, a partir da sua leitura, a relação de
parentesco entre Carlos e Maria Eduarda.

1.18 Já consciente da verdadeira identidade de Maria Eduarda, Carlos


(A) decide partir para Paris.
(B) pede a Ega que fale com Maria Eduarda e a incentive a partir imediatamente.
(C) não resiste à paixão e comete incesto voluntariamente.

1.19 Tratando-se de uma narrativa com características da tragédia, podemos considerar que a morte de
Afonso corresponde
(A) à catástrofe.
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(B) ao momento do desafio à ordem instituída.
(C) ao momento do reconhecimento.

1.20 No passeio final, a teoria filosófica aceite pelas duas personagens, Carlos e Ega, preconiza que
(A) o mais importante na vida é lutar pela concretização dos nossos sonhos.
(B) nada devemos desejar ou recear, já que qualquer esforço é inútil.
(C) nunca devemos desistir, porque tudo vale a pena.

Grupo I
A
Leia o seguinte excerto.

1 — E agora? — perguntou-lhe o Sequeira, depois de um momento de silêncio em que Carlos


estivera bebendo o seu conhaque e soda. — Agora que tencionas tu fazer?
— Agora, general? — respondeu Carlos, sorrindo e pousando o copo. — Descansar primeiro e
depois passar a ser uma glória nacional!
5 Ao outro dia, com efeito, Afonso veio encontrá-lo na sala de bilhar — onde tinham sido
colocados os caixotes — a despregar, a desempacotar, em mangas de camisa e assobiando com
entusiasmo. Pelo chão, pelos sofás, alastrava-se toda uma literatura em rumas de volumes graves; e aqui
e além, por entre a palha, através das lonas descosidas, a luz faiscava num cristal, ou reluziam os
vernizes, os metais polidos dos aparelhos. Afonso pasmava em silêncio para aquele pomposo aparato
10 do saber.
— E onde vais tu acomodar este museu?
Carlos pensara em arranjar um vasto laboratório ali perto, no bairro, com fornos para trabalhos
químicos, uma sala disposta para estudos anatómicos e fisiológicos, a sua biblioteca, os seus aparelhos,
uma concentração metódica de todos os instrumentos de estudo...
15 Os olhos do avô iluminavam-se ouvindo este plano grandioso.
– E que não te prendam questões de dinheiro, Carlos! Nós fizemos nestes últimos anos de Santa
Olávia algumas economias...
– Boas e grandes palavras, avô! Repita-as ao Vilaça.
As semanas foram passando nestes planos de instalação. Carlos trazia realmente resoluções
20 sinceras de trabalho: a ciência como mera ornamentação interior do espírito, mais inútil para os outros
que as próprias tapeçarias do seu quarto, parecia-lhe apenas um luxo de solitário: desejava ser útil. Mas
as suas ambições flutuavam, intensas e vagas; ora pensava numa larga clínica; ora na composição
maciça de um livro iniciador; algumas vezes em experiências fisiológicas, pacientes e reveladoras...
Sentia em si, ou supunha sentir, o tumulto de uma força, sem lhe discernir a linha de aplicação.
25 “Alguma coisa de brilhante”, como ele dizia: e isto para ele, homem de luxo e homem de estudo,
significava um conjunto de representação social e de atividade científica; o remexer profundo de ideias
entre as influências delicadas da riqueza; os elevados vagares da filosofia entremeados com requintes
de sport e de gosto; […]
Vilaça fora consultado sobre a localidade própria para o laboratório; e o procurador, muito
30 lisonjeado, jurou uma diligência incansável. Primeira coisa a saber, o nosso doutor tencionava fazer
clínica?...
Carlos não decidira fazer exclusivamente clínica: mas desejava decerto dar consultas, mesmo
gratuitas, como caridade e como prática.
Então Vilaça quis saber se o consultório devia estar separado do laboratório.
35 — É que a vista de aparelhos, máquinas, coisas, faz esmorecer os doentes...
— Tem você razão, Vilaça! — exclamou Afonso. — Já meu pai dizia: poupe-se ao boi a vista
do malho.
— Separados, separados, meu senhor. — afirmou o procurador num tom profundo.
Carlos concordou. E Vilaça bem depressa descobriu, para o laboratório, um antigo armazém,
40 vasto e retirado, ao fundo de um pátio, junto ao Largo das Necessidades.

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— E o consultório, meu senhor, não é aqui, nem acolá; é no Rossio, ali em pleno Rossio!
Eça de Queirós, Os Maias (texto adaptado)

1. Localize o excerto na estrutura interna da obra. (10 pontos)


O excerto situa-se no início da obra, depois da grande analepse, ou seja, depois da viagem que Carlos
faz após terminar o seu curso, quando se instala em Lisboa, no Ramalhete, com o seu avô, Afonso.

2. Demonstre, partindo do excerto e do seu conhecimento da personagem, que Carlos sonhou, mas os
seus sonhos não se concretizaram. (20 pontos)
Carlos da Maia, depois da formatura em medicina, tem, efetivamente, vários sonhos, como se
percebe no primeiro parágrafo do excerto. Porém, também se infere que “As semanas foram
passando” e as “resoluções sinceras de trabalho” que trazia foram-se dissipando e sendo substituídas
pelas preocupações de decoração luxuosa porque, no fundo, Carlos era um diletante, ou seja, alguém
que se dispersa por várias iniciativas sem concretizar nenhuma…

3. Justifique, considerando o seu conhecimento da obra, a afirmação “Os olhos do avô iluminavam-se
ouvindo este plano grandioso.” (l. 4) (20 pontos)
A afirmação traduz a adoração de Afonso da Maia pelo neto e é reveladora do orgulho e da
satisfação que os projetos de Carlos lhe proporcionavam, vendo nestas iniciativas uma força e uma
vontade de agir, de triunfar que não vira no seu filho Pedro. É como se o velho realizasse os seus
sonhos através do neto que criara e educara segundo os seus princípios…

4. Identifique e explicite o valor expressivo de dois recursos de estilo presentes em: “Pelo chão, pelos
sofás, alastrava-se toda uma literatura em rumas de volumes graves; e aqui e além, por entre a palha,
através das lonas descosidas, a luz faiscava num cristal, ou reluziam os vernizes, os metais polidos
dos aparelhos.” (ll.7-9) (15 pontos)
Descrição impressionista, hipálage…

5. Identifique e exemplifique, no excerto, as diferentes modalidades de discurso. (15 pontos)


Várias possibilidades.

Grupo II

Considere o mesmo texto do Grupo I e responda às seguintes questões gramaticais.

1. O excerto pertence a
(A) um romance.
(B) uma novela.
(C) um conto.
(D) nenhuma das anteriores.

2. Em “ E agora? — perguntou-lhe o Sequeira” (l. 1), encontra-se


(A) um sujeito e um complemento indireto.
(B) um complemento indireto e um sujeito.
(C) um complemento indireto e um complemento direto.
(D) um complemento indireto e um modificador apositivo do nome.

3. A utilização das aspas em ““Alguma coisa de brilhante” (l. 25) justifica-se por se tratar de uma
4/5
(A) citação.
(B) opinião do narrador.
(C) frase em discurso indireto livre.
(D) frase em discurso direto.

4. Ao utilizar o nome “Vilaça” e “procurador” (l. 29), o autor assegura a coesão


(A) interfrásica.
(B) temporal.
(C) lexical.
(D) frásica.

5. O termo sublinhado em “se o consultório” (l.34) classifica-se como


(A) conjunção subordinativa condicional.
(B) conjunção subordinativa completiva.
(C) pronome possessivo.
(D) pronome pessoal.

6. Indique os tempos e modos verbais presentes na fala do Sequeira, nas duas primeiras linhas. (ll.1-2)
Pretérito perfeito, mais-que-perfeito e presente do indicativo.

7. Indique o referente do pronome pessoal presente em “Afonso veio encontrá-lo” (l. 5).
O pronome “lo” refere-se a Carlos.

8. Classifique a oração: “onde tinham sido colocados os caixotes” (l. 5).


Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

9. Identifique a função sintática do constituinte sublinhado em “Boas e grandes palavras, avô” (l. 16).
Vocativo.

10. Rescreva a frase “as suas ambições flutuavam, intensas e vagas,” (l.22), colocando os adjetivos no grau
superlativo absoluto analítico.
as suas ambições flutuavam, muito intensas e muito vagas

Grupo III

Portugal, até há bem pouco tempo um país pouco conhecido fora da Europa, entrou na rota do turismo
internacional. Nos últimos tempos tem havido um progressivo aumento do número de visitantes, como
demonstram as estatísticas.

Redija um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 350 palavras, e
defenda um ponto de vista pessoal sobre a ideia exposta no excerto transcrito. Fundamente o seu ponto de
vista, recorrendo a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo. (50
pontos)

A professora
Arminda Gonçalves

5/5

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