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Criminologia para Delegado de Polícia - Polícia Civil SP

Teoria e Exercícios
Prof. Alexandre Herculano Aula 04

A Criminologia e o Paradigma da Reação Social. A sociedade

criminógena.

Pessoal, o crime é primordialmente um conjunto de complexo

fenômeno social, reflexo de atos políticos enraizados em conflitos

decorrentes de profundas desigualdades entre grupos sociais e classes

antagônicas. Não faz sentido imaginar que seria possível identificar apenas

uma causa para o universo heterogêneo da criminalidade.

Chega-se a concluir que a sociedade é criminógena, produz e

reproduz crime e violência, promove desigualdade e exploração,

intensificando diferenças e promovendo condições que levam as pessoas a

cometerem inflações. A sociedade seria, portanto, um “caldo de cultura de

criminalidade” – razão pela qual temos “os criminosos que merecemos” e

não podemos “acusar ninguém, pois somos todos culpados”.

Nas palavras de Giorgio Del Vecchio, "o crime não é

simplesmente um fato individual pelo qual deve responder, de modo

exclusivo, seu autor, para repará-lo; é também - e precisamente nas

formas mais graves e constantes - um fato social que revela desequilíbrios

na estrutura da sociedade onde se produz. Em consequência, suscita

problemas muito além da pena e da reparação devidas pelo criminoso".

Para alguns estudiosos a sociedade seria, portanto, um caldo de

cultura da criminalidade, razão pela qual temos os criminosos que

merecemos e não podemos acusar ninguém, pois somos todos culpados.

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Quanto ao paradigma da reação social parte de uma criminologia

critica, que ao invés de apenas formular conceitos e buscar causas e

explicações para a prática dos crimes, busca saber o porque determinadas

pessoas são "etiquetadas" como criminosos, quem produz a lei? Por quê

motivos? Por quê uns tipos penais possuem penas mais duras do que

outros?

A partir do Paradigma da Reação Social e da leitura de criminólogos

críticos - como por exemplo Shecaira -, chega-se à conclusão que

determinados grupos sociais, como por exemplo: pobres, negros,

favelados, são etiquetados pelo Sistema Penal como criminosos.

O Paradigma da Reação Social vem a fazer criticas à Criminologia

tradicional e romper com a perspectiva ontológica, isto é, o crime não é

uma realidade em si, mas partindo-se de uma perspectiva definida, o crime

nada mais é do que uma construção social. Destarte, o sistema penal e os

meios de controle social informal ajudam a etiquetar as pessoas

pertencentes à classe de baixa renda.

Vejamos uma possível questão de prova:

(Criminologia – Polícia Civil – 2016) Julgue os itens com base na

Criminologia.

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Para Giorgio Del Vecchio, o crime não é simplesmente um fato individual,

mas, também, um fato social que revela desequilíbrios na estrutura da

sociedade onde se produz.

Gabarito: C.

Teorias da subcultura delinquente e da anomia

Na aula 02 falamos sobre a Teoria da Subcultura Delinquente,

agora, vamos aprofundar mais um pouco.

Sentido fundamental

O crime é resultado da seguinte situação: quando um sujeito está

inserido em um grupo social no qual o crime possa ser vantajoso. Exemplo

são os grupos de pichadores de rua. O crime, aqui, portanto, passa a ser

um atalho para se ter dinheiro e status. A violência passa a ser o

equalizador mais eficiente. Dentro de sua subcultura delitiva (determinado

grupo criminoso), o crime lhe oferece este status, ao ser um melhor

criminoso do que os outros.

Subculturas expressivas (Cohen)

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Cohen tenta realizar uma síntese entre as teorias das associações

diferentes e da anomia. A primeira explica o processo de influência cultural

do grupo sobre o indivíduo que permite que o ato desvalorizado pela cultura

geral seja valorizado por alguns sujeitos. Já a segunda teoria explica que

as subculturas surjam entre jovens de classe operária que não encontrem

resposta para sua frustração dentro da cultura dominante que privilegia o

êxito econômico. Segundo Cohen, cada uma dessas teorias é insuficiente

para explicar as gangues criminosas, pois uma é circular e não explica o

surgimento do slum nem da subcultura, e a outra pressupõe a delinquência

como um ato racional. Entretanto, uma vez juntas, elas exercem uma

função explicativa: a pressão social explica o bloqueio da satisfação de

alguns indivíduos e a associação com outras pessoas na mesma situação

explica como esse bloqueio é solucionado.

Subculturas instrumentais (cloward)

A criminalidade, além de ser meio de expressão, pode construir

carreiras criminosas. O problema não é a busca por status, conforme

disse no primeiro caso, e sim a inexistência de espaço laboral para todo

mundo, o que leva os sujeitos a procurarem carreiras no crime. Teoria da

“Less Eligibility”.

Há a consciência de que não vale a pena tentar trabalhar por meios

legais, porque as oportunidades e expectativas são muito reduzidas. A

chance de se dar bem pelo crime é maior.

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Subcultura violenta

O incapaz de trabalhar e aprender para se dar bem na vida, prefere

conquistar-se socialmente pela briga, tornando-se alguém forte que

intimide aqueles mais fracos, porém que, pelo seu esforço intelectual, tem

mais chances de ter sucesso.

Subcultura apática

Aqui temos o sujeito conformado, que desiste de procurar a

conquista social. A sociedade para ele não importa mais. Se aplica

geralmente aos viciados em drogas.

Falando mais um pouco sobre a teoria da anomia, importante

saber que esta não interpreta o crime como uma anomalia, ao contrário do

modelo médico e patológico. Existem dois autores que falam sobre anomia:

Émile Durkheim e Robert Merton.

A teoria da anomia insere-se dentro das teorias designadas como

funcionalistas. O pensamento funcionalista considera a sociedade como um

todo orgânico, que tem uma articulação interna. Sua finalidade é a

reprodução através do funcionamento perfeito dos seus vários

componentes. Isto pressupõe que os indivíduos sejam integrados no

sistema de valores da sociedade e que compartilhem os mesmos objetivos,

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ou seja, que aceitem as regras sociais vigentes e se comportem de forma

adequada às mesas.

Para Durkheim, a palavra "função" é empregada de duas maneiras

diferentes. Designa ora um sistema de movimentos vitais, abstração feita

de suas consequências, ora a relação de correspondência que existe entre

estes movimentos e alguma necessidades do organismo.

A "maquina social" deve encontrar meios de autopreservação; toda

vez que não encontrar, no entanto, estar-se-á diante de uma disfunção.

Em face dessa disfunção, a sociedade deve reagir para que a falha desse

sistema seja corrigida e para que se possa voltar ao normal funcionamento

da sociedade como um todo.

O interessante dessa perspectiva é que o combate à disfunção far-

se-á não pelo estudo de suas causas, mas sim pelo exame de suas

consequências exteriores.

Vejamos uma possível questão de prova:

(Criminologia – Polícia Civil – 2016) Julgue os itens com base na

Criminologia.

A teoria da anomia insere-se dentro das teorias designadas como

extremistas.

Gabarito: E.

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A perspectiva interacionista

A Criminologia Interacionista ou Labeling Approach tem por meta

considerar que as questões centrais da teoria e da prática criminológicas

não devem se voltar ao crime e ao delinquente, mas, particularmente, ao

sistema de controle adotado pelo Estado no campo preventivo, no campo

normativo e na seleção dos meios de reação à criminalidade.

No lugar de se indagar os motivos pelos quais as pessoas se tornam

criminosas, deve-se buscar explicações sobre os motivos pelos quais

determinadas pessoas são estigmatizadas como delinquentes, qual a fonte

da legitimidade e as consequências da punição imposta a essas pessoas.

São os critérios ou mecanismos de seleção das instâncias de controle que

importam, e não dar primazia aos motivos da delinquência.

A Escola interacionista subdivide-se, basicamente, em duas

correntes, quais sejam a norte-americana e a alemã. Para os interacionistas

norte-americanos, a lei, sendo o exemplo desta concretude de valores,

serve para dividir os homens em dois gêneros distintos - os delinquentes e

os não delinquentes - através da rotulação de comportamentos “não

aceitos” pelo ente social.

Desta visão (norte americana) depreende-se a importância que a

lei volta a deter frente ao estudo criminológico, eis que, através do

simbolismo que carrega, passa a ser a fonte original do delito e do

delinquente. O rótulo de desviante deixa de ser, como na Escola Positiva,

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uma qualidade inerente à pessoa, e passa a ser uma consequência da

aplicação da lei - rótulo - sobre a pessoa - etiquetamento.

Para os interacionistas alemães, existem meta regras a serem

observadas quando do processo de criminalização. Enquanto os norte-

americanos limitam os processos de criminalização à lei e à sua incidência

sobre o indivíduo (processo microssocial), os alemães adotam as “teorias

de conflito”, ou seja, não é a lei em si e a incidência da mesma sobre o

indivíduo que determina a criminalização ou a criminalidade

(rotulação/etiquetamento), mas sim os mandamentos sociais que,

além de criarem ditas leis, condicionam sua aplicabilidade.

Vejamos uma possível questão de prova:

(Criminologia – Polícia Civil – 2016) Julgue os itens com base na

Criminologia.

Para os interacionistas alemães, existem meta regras a serem observadas

quando do processo de criminalização. Enquanto os norte-americanos

limitam os processos de criminalização à lei e à sua incidência sobre o

indivíduo.

Gabarito: C.

Meus amigos, ficaremos por aqui!

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Vamos, agora, fazer mais questões!

Grande abraço e bons estudos!

Questões propostas

1) (2015 - CESPE - DEPEN - Agente Penitenciário Federal - Área 3)

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Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a

aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a

estrutura social, julgue o item que se segue.

Na criminologia contemporânea, não se consideram os

protagonistas do crime — vítima, infrator e comunidade — nem o

desenvolvimento de técnicas de intervenção e controle, pois essas

matérias devem ser objeto de políticas públicas de segurança

pública e não da ciência criminológica.

2) (2015 - CESPE - DEPEN - Agente Penitenciário Federal - Área 3)

Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a

aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a

estrutura social, julgue o item que se segue.

Entre outros, a reparação do dano é um dos objetivos da

criminologia contemporânea.

3) (2015 - CESPE - DEPEN - Agente Penitenciário Federal - Área 3)

Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a

aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a

estrutura social, julgue o item que se segue.

O castigo como reprimenda penal por meio do confronto entre o

Estado e o infrator de maneira polarizada caracteriza o modelo

criminológico contemporâneo.

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4) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

A criminologia tem como objeto de estudo o delito, o delinquente,

a vítima e a interdisciplinaridade.

5) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

A teoria da desorganização social defende que a interação

frequente do sujeito com semelhantes que praticam atos delituosos

faz com que o mesmo passe a praticar, também, atos delituosos.

6) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

A teoria do etiquetamento, idealizada por Howard Becker, defende

que o sistema penal é seletivo quanto ao estabelecimento da

população criminosa, proporcionando que a lei penal recaia com

maior ênfase apenas sobre determinadas camadas da população,

geralmente camadas marginalizadas pela sociedade.

7) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

A vitimização secundária é levada a cabo no âmbito dos controles

sociais, mediante o contato da vítima com o grupo familiar ou em

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seu meio ambiente social, como no trabalho, na escola, nas

associações comunitárias, na igreja ou no convívio social.

8) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

Lombroso desenvolveu a teoria do criminoso nato, indivíduo que

seria predisposto à prática delituosa em razão de características

antropológicas. Ferri fundamentava a responsabilidade penal na

convivência social, afastando a tese do livre arbítrio. Garofalo

idealizou a teoria da seleção natural, segundo a qual os criminosos

irrecuperáveis deveriam ser afastados do convívio social pela

deportação ou pela morte.

9) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Julgue os itens abaixo com base na Criminologia.

Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em

quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.

10) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Julgue os itens abaixo com base na Criminologia.

Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra

amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante

o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o

mau atendimento por um policial, levando a vítima a se sentir como

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um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos, caracteriza

vitimização secundária.

11) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Julgue os itens abaixo com base na Criminologia.

Sobre a teoria da “anomia” iniciou-se com as obras de Émile

Durkheim e Robert King Merton, e significa ausência de lei.

12) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Em relação aos modelos teóricos de reação social ao

delito, julgue os itens abaixo.

São três os modelos: o dissuasório, o ressocializador e o integrador;

o primeiro, também conhecido como modelo clássico, tem o foco na

punição do criminoso, procurando mostrar que o crime não

compensa; o segundo tem o foco no criminoso e sua

ressocialização, procurando reeducá-lo para reintegrá-lo à

sociedade; e o terceiro, conhecido como justiça restaurativa, que

defende uma intervenção mínima estatal em que o sistema

carcerário só atuará em último caso.

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Questões comentadas

1) (2015 - CESPE - DEPEN - Agente Penitenciário Federal - Área 3)

Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a

aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a

estrutura social, julgue o item que se segue.

Na criminologia contemporânea, não se consideram os protagonistas do

crime — vítima, infrator e comunidade — nem o desenvolvimento de

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técnicas de intervenção e controle, pois essas matérias devem ser objeto

de políticas públicas de segurança pública e não da ciência criminológica.

Comentários:

A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, estudando o crime,

estuda a pessoa do infrator, a vítima e o controle social, buscando

informações da dinâmica e variáveis do crime, para embasar programas de

prevenção criminal e técnicas de intervenção positiva sobre o criminoso,

não bastando apenas o direito penal.

Gabarito: E.

2) (2015 - CESPE - DEPEN - Agente Penitenciário Federal - Área 3)

Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a

aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a

estrutura social, julgue o item que se segue.

Entre outros, a reparação do dano é um dos objetivos da criminologia

contemporânea.

Comentários:

Vejamos a ABORDAGEM MODERNA:

▪ Destaque para o lado humano e conflitivo do problema criminal;

▪ O castigo não esgota as expectativas em torno do fato delituoso;

▪ A pena como intervenção positiva no infrator;

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▪ Ressocialização do delinquente, reparação do dano e prevenção

do crime como objetivos essenciais.

Gabarito: C.

3) (2015 - CESPE - DEPEN - Agente Penitenciário Federal - Área 3)

Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a

aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a

estrutura social, julgue o item que se segue.

O castigo como reprimenda penal por meio do confronto entre o Estado e

o infrator de maneira polarizada caracteriza o modelo criminológico

contemporâneo.

Comentários:

Vejamos a ABORDAGEM MODERNA:

▪ Destaque para o lado humano e conflitivo do problema criminal;

▪ O castigo não esgota as expectativas em torno do fato delituoso;

▪ A pena como intervenção positiva no infrator;

▪ Ressocialização do delinquente, reparação do dano e prevenção

do crime como objetivos essenciais.

Gabarito: E.

4) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

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A criminologia tem como objeto de estudo o delito, o delinquente, a vítima

e a interdisciplinaridade.

Comentários:

A Criminologia é a ciência que estuda o fenômeno criminal, a vítima, as

determinantes endógenas e exógenas, que isolada ou cumulativamente

atuam sobre a pessoa e a conduta do delinquente, e os meios pedagógicos

de reintegrá-lo ao grupamento social.

Gabarito: E.

5) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

A teoria da desorganização social defende que a interação frequente do

sujeito com semelhantes que praticam atos delituosos faz com que o

mesmo passe a praticar, também, atos delituosos.

Comentários:

A Teoria da Desorganização Social é a explicação geralmente dada por

sociólogos para conjuntos de comportamentos criminosos adquiridos. Ela

foi originalmente desenvolvida pela Chicago School of Sociology (Escola de

Sociologia de Chicago), e providenciou um molde ecológico pelo qual

enxergar a criminologia. Ela afirma que ambientes menos estáveis,

como aqueles passando por mudanças raciais, instabilidade econômica ou

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reestruturação familiar, são mais propensos a criarem jovens que

participam de crimes violentos nas ruas.

Gabarito: E.

6) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

A teoria do etiquetamento, idealizada por Howard Becker, defende que o

sistema penal é seletivo quanto ao estabelecimento da população

criminosa, proporcionando que a lei penal recaia com maior ênfase apenas

sobre determinadas camadas da população, geralmente camadas

marginalizadas pela sociedade.

Comentários:

A teoria do etiquetamento, também conhecida como “labelling aprouch”,

bem defendida por Becker em seu livro "Outsiders", é enquadrada como a

“desviação”, ou seja, uma qualidade atribuída por processos de interação

altamente seletivos e discriminatórios. Tem esta teoria como objeto os

processos de criminalização, ou seja, os critérios utilizados pelo sistema

penal no exercício do controle social para definir o desviado como tal.

Gabarito: C.

7) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

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A vitimização secundária é levada a cabo no âmbito dos controles sociais,

mediante o contato da vítima com o grupo familiar ou em seu meio

ambiente social, como no trabalho, na escola, nas associações

comunitárias, na igreja ou no convívio social.

Comentários:

Por vitimização secundária, entende-se aquela causada pelas instâncias

formais de controle social, no decorrer do processo de registro e apuração

do crime. A vitimização secundária pode ser entendida como aquela

causada pelas instâncias formais de controle social, ou seja, pela própria

mecânica da justiça criminal, que a partir da atuação de seus órgãos,

personificados pela polícia, bem como pelos sujeitos que participam do

processo penal.

Gabarito: E.

8) (2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto) Julgue os itens

abaixo com base na Criminologia.

Lombroso desenvolveu a teoria do criminoso nato, indivíduo que seria

predisposto à prática delituosa em razão de características antropológicas.

Ferri fundamentava a responsabilidade penal na convivência social,

afastando a tese do livre arbítrio. Garofalo idealizou a teoria da seleção

natural, segundo a qual os criminosos irrecuperáveis deveriam ser

afastados do convívio social pela deportação ou pela morte.

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Comentários:

Isso mesmo! Criminoso Nato (nascido para o crime), segundo essa teoria,

os criminosos natos poderiam ser identificados por determinados traços

físicos. Eles seriam propensos biologicamente a praticar determinados

crimes, não são doentes, pois poderiam se curar, nem culpados, pois

poderiam ser castigados. Possuíam o tipo atávico – regressão ao homem

primitivo ou formas pré-humanas – ex.: aversão ao trabalho, precocidade

sexual, superstição, sensibilidade dolosa diminuída (justificando as

tatuagens). As razões dos delitos seriam biológicas, físicas e sociais.

Gabarito: C.

9) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Julgue os itens abaixo com base na Criminologia.

Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em quatro

vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.

Comentários:

A Criminologia é a ciência que estuda o fenômeno criminal, a vítima, as

determinantes endógenas e exógenas, que isolada ou cumulativamente

atuam sobre a pessoa e a conduta do delinquente, e os meios pedagógicos

de reintegrá-lo ao grupamento social.

Gabarito: C.

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10) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Julgue os itens abaixo com base na Criminologia.

Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo

adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de

registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por

um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e não

como sujeito de direitos, caracteriza vitimização secundária.

Comentários:

Por vitimização secundária, entende-se aquela causada pelas instâncias

formais de controle social, no decorrer do processo de registro e apuração

do crime. A vitimização secundária pode ser entendida como aquela

causada pelas instâncias formais de controle social, ou seja, pela própria

mecânica da justiça criminal, que a partir da atuação de seus órgãos,

personificados pela polícia, bem como pelos sujeitos que participam do

processo penal.

Gabarito: C.

11) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Julgue os itens abaixo com base na Criminologia.

Sobre a teoria da “anomia” iniciou-se com as obras de Émile Durkheim e

Robert King Merton, e significa ausência de lei.

Comentários:

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Existem dois autores que falam sobre anomia: Émile Durkheim e Robert

Merton. A teoria da anomia insere-se dentro das teorias designadas como

funcionalistas. O pensamento funcionalista considera a sociedade como um

todo orgânico, que tem uma articulação interna. Sua finalidade é a

reprodução através do funcionamento perfeito dos seus vários

componentes. Isto pressupõe que os indivíduos sejam integrados no

sistema de valores da sociedade e que compartilhem os mesmos objetivos,

ou seja, que aceitem as regras sociais vigentes e se comportem de forma

adequada às mesas.

Gabarito: C.

12) (2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe

- adaptada) Em relação aos modelos teóricos de reação social ao

delito, julgue os itens abaixo.

São três os modelos: o dissuasório, o ressocializador e o integrador; o

primeiro, também conhecido como modelo clássico, tem o foco na punição

do criminoso, procurando mostrar que o crime não compensa; o segundo

tem o foco no criminoso e sua ressocialização, procurando reeducá-lo para

reintegrá-lo à sociedade; e o terceiro, conhecido como justiça restaurativa,

que defende uma intervenção mínima estatal em que o sistema carcerário

só atuará em último caso.

Comentários:

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Teoria da reação social - a ocorrência de ação criminosa gera uma reação

social (estatal) em sentido contrário, no mínimo proporcional àquela. Da

evolução das reações sociais ao crime prevalecem hodiernamente três

modelos: dissuasório, ressocializador e restaurador (integrador).

✓ Modelo dissuasório (direito penal clássico): repressão por meio da

punição ao agente criminoso, mostrando a todos que o crime não

compensa e gera castigo. Aplica-se a pena somente aos imputáveis

e semi-imputáveis, pois aos inimputáveis se dispensa tratamento

psiquiátrico;

✓ Modelo ressocializador: intervém na vida e na pessoa do infrator,

não apenas lhe aplicando uma punição, mas também lhe

possibilitando a reinserção social. Aqui a participação da sociedade é

relevante para a ressocialização do infrator, prevenindo a ocorrência

de estigmas;

✓ Modelo restaurador (integrador): recebe também a denominação

de “justiça restaurativa” e procura restabelecer, da melhor maneira

possível, o status quo ante, visando a reeducação do infrator, a

assistência à vítima e o controle social afetado pelo crime. Gera sua

restauração, mediante a reparação do dano causado.

Gabarito: C.

13)

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Gabarito

1-E 2-C

3-E 4-E

5-E 6-C

7-E 8-C

9-C 10-C

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11-C 12-C

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