CUSTO COMPARADO

Parede-diafragma Apesar de mais cara, solução de

grampeamento do solo permitiu ganho
de área e redução no tempo de execução

atirantada x solo grampeado

DIVULGAÇÃO
Nas obras da nova unidade do Hos-
pital Beneficência Portuguesa, na ca-
pital paulista, o sistema adotado na
contenção das paredes verticais, com
13,5 m, foi o solo grampeado. A ou-
tra proposta apresentada na licitação
previa a execução de muros de arri-
mos com paredes-diafragmas atiran-
tadas. Embora a proposta de solo
grampeado fosse mais cara, o projeto
geotécnico elaborado pelo professor
Luciano Décourt ofereceu soluções
técnicas habilitadas a gerar uma eco-
nomia considerável de recursos na
Descrição: Centro Médico-hospitalar
obra. Beneficência Portuguesa-SP, com 13 andares
A opção pelo solo grampeado, ape- Área útil: 23 mil m²
sar de mais cara, permitiu um custo fi- Área do terreno: 7,5 mil m²
nal, pelo menos, 38% mais baixo do que Área total construída: 24 mil m²
Início da obra: maio de 2000
a parede-diafragma. A execução de-

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 DIVULGAÇÃO
Solo grampeado
Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$)
Aço para chumbador 20.654 kg 1,53 31.600,62
Cimento (para concreto e injeção) 3.545 sacos 13,90 49.275,50
Fibra para concreto 8.482 kg 1,70 14.419,40
Areia 290 m³ 27,30 7.917,00
Pedrisco 185 m³ 29,30 5.420,50
Mão-de-obra e equipamentos 1.996 m² 198,60 396.405,60
Total 505.038,62

Parede-diafragma atirantada
Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$)
Concreto dosado em central 798 m³ 110,00 87.780,00
Aço CA-50A 60.130 kg 1,53 91.998,90
Mão-de-obra e equipamentos 1.996 m² 108,50 216.566,00
Tirantes (materiais e mão-de-obra) 3.420 kg 125,00 427.500,00
Total 823.844,90
Muro de arrimo de 1.996 m²

mandou um mês a menos e resultou em
um ganho de área de 83,20 m² para cada
pavimento de garagem, devido à espes-
sura da cortina: 8 cm, contra os 40 cm
que seriam exigidos por outras soluções.
As paredes têm alturas variáveis e
abrangem 1.996 m² de área.
Outra fase geradora de economia
foi a das fundações, feita com sapa-
tas. A proposta de solução com esta-
cas-barrete feita por outros licitantes
custaria cerca de quatro vezes e meia
a mais do que custou a solução pro-
posta por Décourt (325 mil reais foi o
custo das sapatas, contra 1,450 mil
reais, valor estimado para a funda-
ção com estacas-barrete). “Por isso,
é importante contratar um bom con-
sultor. Às vezes, os gastos imediatos
de projeto são maiores, mas propor-
cionam uma redução relevante nos
custos futuros”, explica Alberto
Zirlis, engenheiro da Solotrat (empre-
sa que realizou a contenção).
Segundo Alberto Zirlis, a atuação
conjunta com o projetista, que efe-
tuou visitas de acompanhamento, aná-
lise de boletins de injeção dos
chumbadores e dos movimentos da
contenção e das construções antigas
em volta do local, foi fundamental
para a obtenção do baixo nível de de-
formações.
Para contenção dos taludes, pri-
meiramente são executados os chum-
badores, depois é feita a projeção do
concreto e sistema de drenagem. Os
chumbadores são responsáveis pela
estabilização do maciço, o concreto
projetado dá estabilidade local ao pa-
ramento e a drenagem atua nas duas
frentes. O grampeamento de solo pode
ser executado em maciços cuja geo-
metria resultante do corte não é está-
vel ou em taludes sem estabilidade
satisfatória ou rompidos. Em parale-
lo aos trabalhos, são executados os
drenos profundos de paramento e as
canaletas ou descidas d’água, de acor-
do com o projeto. O concreto, proje-
tado por via seca, deve ter a espessu-
ra controlada instalando-se marcos a
cada 4 m², em conformidade com as
normas brasileiras.
redação: Renata Carvalho
apoio de engenharia: Regiane Pessarello
Ficha técnica
execução da parede de solo grampeado: Solotrat;
execução das sapatas: Toda; projeto de contenção e
fundação: Luciano Décourt; concreto e cimento
para calda de injeção: Votoran; fibras de aço para
concreto: Sheikan Ancor-Jet

Consulte fornecedores de fundações com perfuração prévia na seção de Cotações, classificação Pini 02 Canteiro de Obras

Esta seção mostra ao leitor os estudos feitos pelas construtoras das obras apresentadas para comparação de custos entre dois ou mais sistemas. As
projeções valem apenas para as obras citadas. O sistema apontado como mais competitivo pode mostrar-se inviável em obras com outras
características e dimensões. Tratam-se de casos específicos, e nenhum deve ser tomado como padrão. Construtores que quiserem enviar estudos
comparativos para a seção Custo Comparado podem entrar em contato com a redação pelo telefone (11) 3224-8811, ramal 230 ou enviar e-mail
para construcao@pini.com.br

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