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14/04/2019

Lógica Matemática

Lógica: a “ciência da demonstração” (Aristóteles).

Métodos que auxiliam a obter conclusões verdadeiras a partir


de premissas.

Preocupa-se com a forma do pensamento – Lógica Formal.

Raciocínio Lógico

Exemplo 1:
“Ontem, quando Rafaela acordou, observou que havia muitas
nuvens escuras no céu. Depois choveu.
Hoje, Rafaela também observou muitas nuvens escuras no céu.
Concluiu, então, que vai chover novamente”.

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Raciocínio Lógico: formal e dedutivo

Exemplo 2:
“Todo soteropolitano é baiano.
Todo baiano é sulamericano.
Então, todo soteropolitano é sulamericano.”

Todo A é B.
Todo B é C.
Então, todo A é C.

Exemplo 2:

Todo A é B.
Todo B é C.
Então, todo A é C. C
B
A

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Silogismo
• Possui duas sentenças (premissas) como ponto de
partida para a obtenção da conclusão.

• As premissas e a conclusão têm sujeito e


predicado vinculados por palavras lógicas.

Exemplo 3:
“Todo mamífero é animal. (premissa)
Todo cavalo é mamífero. (premissa)
Todo cavalo é animal. (conclusão)

Proposições

No desenvolvimento da Lógica, serão utilizadas apenas


sentenças declarativas que podem ser classificadas em
verdadeiras ou falsas.

Exemplo 4:
Interrogativa: “Você gosta de chocolate?”
Exclamativa: “Que bela tarde!”
Imperativa: “Estude mais.”
Declarativa: “O Brasil está na América do Sul.”

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Princípios da Lógica Matemática

• Princípio da Não-Contradição: uma proposição não pode ser


simultaneamente verdadeira e falsa.

• Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição ou é só


verdadeira ou só falsa, nunca ocorrendo um terceiro caso.

Proposições simples e compostas

Simples: possui uma única proposição.


Composta: formada por duas ou mais proposições unidas por
conectivos lógicos.

Exemplo 5:
Simples: “O Brasil fica na América do Sul”
“Todo paulista é brasileiro”
Composta: “Se x + y = 5, então 2x + 2y = 10”
“Um número primo é impar ou par”

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Conectivos lógicos

Nas proposições lógicas é muito comum expressões como “não


é verdade que”, “e”, “ou”, “se . . . então” e “se e somente se”.
Elas são chamadas de operadores lógicos ou conectivos
lógicos.

Exemplo 6:
“Marcos é palmeirense e Alessandra é gremista”
“Se Daniel estudar, então ele será aprovado”
“Não é verdade que Cármen é pernambucana”

Negação ()
O conectivo “não é verdade que” prefixa uma proposição para
formar uma nova, que é chamada de “negação” da primeira.

Exemplo 7
p: “O número x é primo”
p: “Não é verdade que o número x é primo”, ou

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Negação: tabela-verdade
• Se V(p) = 1, então V(p) = 0.
• Se V(p) = 0, então V(p) = 1.

p p
V F
F V

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Conjunção ()
Dadas duas proposições p e q, a conjunção delas é uma
proposição que só é verdadeira quando V(p) = V(q) = 1. Nos
demais casos ela é falsa.

Exemplo 8
p: “O número 3 é natural”
q: “O número 5 é primo”.
p  q: “O número 3 é natural e o número 5 é primo”

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Conjunção: tabela-verdade

p q pq
V V V
V F F
F V F
F F F

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Disjunção ou disjunção
inclusiva ()
Dadas duas proposições p e q, a disjunção entre elas é uma
proposição que somente é falsa se p e q forem ambas falsas.

Exemplo 9
r: “Tiago foi ao cinema”
s: “Fernanda foi ao teatro”
r  s: “Tiago foi ao cinema ou Fernanda foi ao teatro”

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Disjunção: tabela-verdade

p q pq
V V V
V F V
F V V
F F F

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Disjunção exclusiva ()


Dadas duas proposições p e q, a disjunção exclusiva entre
elas é uma proposição verdadeira somente quando seus
valores lógicos forem diferentes, ou seja, V(p)  V(q), e falsa
quando seus valores lógicos forem iguais, V(p) = V(q).

Exemplo 10
r: “Tiago foi ao cinema”
s: “Fernanda foi ao teatro”
r  s: “Ou Tiago foi ao cinema, ou Fernanda foi ao teatro”

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Disjunção exclusiva: tabela-verdade

p q pq
V V F
V F V
F V V
F F F

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Condicional (→)
Dadas as proposições p e q, o condicional “p → q” é falso
somente quando V(p) = 1 e V(q) = 0, e é verdadeira nos
demais casos.
(p é o antecedente e q é o consequente)

Exemplo 11
p: “Está chovendo”
q: “Cármen não vai à praia”
p → q: “Se está chovendo, então Cármen não vai à praia”

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Condicional: tabela-verdade

p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

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Bicondicional ()

Dadas duas proposições p e q , o bicondicional p  q é


uma proposição verdadeira quando V(p) = V(q) e falsa
quando V(p)  V(q).

Exemplo 12
p: “Está chovendo”
q: “Cármen não vai à praia”
p → q: “Se está chovendo, então Cármen não vai à praia”

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Bicondicional: tabela-verdade

p q pq
V V V
V F F
F V F
F F V

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Proposição composta:
ordem de precedência

É preciso considerar a seguinte ordem de precedência na


interpretação das proposições compostas:

• negação;
• conjunção e disjunção (a que aparecer primeiro);
• condicional;
• bicondicional.

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Tabela-verdade de proposição composta

Exemplo 13:
(p  q) → (p  q)  (~p)

p q p  q p  q ~p  →
V V
V F
F V
F F

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Tabela-verdade de proposição composta

Exemplo 13:
(p  q) → (p  q)  (~p)

p q p  q p  q ~p  →
V V V V F F F
V F F V F F V
F V F V V V V
F F F F V F V

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Tabela-verdade de proposição composta

Exemplo 14:
[(p → q)  (q → p)]   (p  q)

p q p→q q→p  pq  


V V
V F
F V
F F

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Tabela-verdade de proposição composta

Exemplo 14:
[(p → q)  (q → p)]   (p  q)

p q p→q q→p  pq  


V V V V V V F V
V F F V F F V V
F V V F F F V V
F F V V V V F V

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Tautologia

Quando o valor lógico de uma proposição composta for


sempre 1 (verdade), independentemente dos valores lógicos
das proposições simples componentes, temos uma
tautologia.

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Contradição

Quando o valor lógico de uma proposição composta for


sempre 0 (falsidade), temos uma contradição.

Exemplo 15:
(p  q)  (p  ~q)  (~p  q)  (~p  ~q)

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Problema 1

(ANPAD – Fevereiro de 2007) Considere a proposição “Não


é verdade que, se Maria não é elegante, então ela é
inteligente”. Uma proposição logicamente equivalente é
a) “Maria é elegante ou é inteligente”.
b) “Maria é elegante e não é inteligente’’.
c) “Maria não é elegante e é inteligente’’.
d) “Maria não é elegante e nem é inteligente’’.
e) “Maria não é elegante ou não é inteligente”.

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p: “Maria é elegante”
q: “Maria é inteligente”
~(~p →q): “Não é verdade que, se Maria não é elegante,
então ela é inteligente”

p q ~p ~p→q ~(~p→q)
V V
V F
F V
F F

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p: “Maria é elegante”
q: “Maria é inteligente”
~(~p →q): “Não é verdade que, se Maria não é elegante,
então ela é inteligente”

p q ~p ~p→q ~(~p→q)
V V F V F
V F F V F
F V V V F
F F V F V

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a) “Maria é elegante ou é inteligente”.

p q ~(~p→q) pq
V V F V
V F F V
F V F V
F F V F

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b) “Maria é elegante e não é inteligente’’.

p q ~(~p→q) p  ~q
V V F F
V F F V
F V F F
F F V F

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c) “Maria não é elegante e é inteligente’’.

p q ~(~p→q) ~pq
V V F F
V F F F
F V F V
F F V F

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d) “Maria não é elegante e nem é inteligente’’.

p q ~(~p→q) ~ p  ~q
V V F F
V F F F
F V F F
F F V V

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Equivalências lógicas

Duas proposições p e q são equivalentes quando têm a


mesma tabela-verdade.

pq

Exemplo 16:
Ver se é válida a equivalência

~(~p  ~q)  p  q.
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p q ~p ~q ~p  ~q ~(~p  ~q) p  q
F F
F V
V F
V V

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p q ~p ~q ~p  ~q ~(~p  ~q) p  q
F F V V V F F
F V V F V F F
V F F V V F F
V V F F F V V

Dizemos que p  q se, e somente se, o


bicondicional p  q é verdadeiro.

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Leis de equivalência

Dupla Negação: ~(~ A)  A

Leis Comutativas: (a) A  B  B  A


(b) A  B  B  A

Leis Associativas: (a) A  (B  C)  (A  B)  C


(b) A  (B  C)  (A  B)  C

Leis Idempotentes: (a) A  A  A


(b) A  A  A
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Leis de equivalência
Leis Distributivas:
(a) A  (B  C)  (A  B)  (A  C)
(b) A  (B  C)  (A  B)  (A  C)

Leis de Morgan:
(a) ~ (A  B)  ~ A  ~ B
(b) ~ (A  B)  ~ A  ~ B

Eliminação de Condicionais:
(a) A → B  ~ (A  ~ B)
(b) A → B  ~ A  B
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Leis de equivalência
Eliminação de Bicondicionais:
(a) A  B  (A  B)  (~ A  ~ B)
(b) A  B  (~ A  B)  (~ B  A)

Tautologias e Contradições:
(a) A  V  A (c) A  F  F (e) A  ~ A  F
(b) A  V  V (d) A  F  A (f) A  ~ A  V

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Aplicação das leis de equivalência


Exemplo 17:
Demonstrar a equivalência:
(p → q)  (p → r)  p → q  r

(p → q)  (p → r)
 (~p  q)  (~p  r)
 (~p  ~p)  (q  r)
~p  (q  r)
 p → (q  r)
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Aplicação das leis de equivalência


Exemplo 18:
Demonstrar a equivalência:
(p → q)  p  q

~(p → q)
 ~(~p  q)
 ~(~p)  ~q)
 p  ~q

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Quantificadores

• Universal: “para todo”, “todo”, “qualquer que seja”.


“x, P(x)”.

• Existencial: “existe”, “existe pelo menos um”.

“x, P(x)”

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Sentenças quantificadas
Exemplo 19:
Considere o conjunto A de todos os brasileiros.

“Todo brasileiro fala inglês”


(x)(x fala inglês)

“Existe pelo menos um brasileiro que joga futebol”


(x)(x joga futebol)

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Negação de sentenças quantificadas


Considere a sentença aberta P(x) e o seu conjunto-universo
U = {a1, a2, a, ... , an}.
x, P(x)  P(a1)  P(a2)  ...  P(an)

Negação:
(x, P(x))   (P(a1)  P(a2)  ...  P(an))

Usando as Leis de Morgan:


(x, P(x))  P(a1)  P(a2)  ...  P(an)
(x, P(x))  x, P(x)
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Exemplo 20:
“Todo brasileiro fala inglês”
(x)(x fala inglês)

Negação:
[(x)(x fala inglês)]

(x) (x fala inglês)

“Existe pelo menos um brasileiro que não fala inglês”


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Negação de sentenças quantificadas

Considere a sentença aberta P(x) e o seu conjunto-universo


U = {a1, a2, a, ... , an}.
x, P(x)  P(a1)  P(a2)  ...  P(an)

Negação:
(x, P(x))   (P(a1)  P(a2)  ...  P(an))

Usando as Leis de Morgan:


(x, P(x))  P(a1)  P(a2)  ...  P(an)
(x, P(x))  x, P(x)
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Exemplo 21:
“Existe pelo menos um brasileiro que joga futebol”
(x)(x joga futebol)

Negação:
[(x)(x joga futebol]

(x) (x joga futebol)

“Nenhum brasileiro joga futebol”


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Exemplo 22:
Dada a proposição
P: “qualquer que seja x, x é um número natural”
é correto afirmar que sua negação equivale a:

a)Não existe nenhum número natural.


b)Existe pelo menos um número x natural.
c)Todos números são naturais.
d)Existe pelo menos um número x que não é natural.
e)Existe exatamente um número x que não é natural.

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Problema 2

Apresente, na linguagem natural, a negação das sentenças:

p: “alguns alunos foram reprovados”

q: “todos alunos estudaram muito”

e da sentença p  q.

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Argumentos válidos
Um argumento válido é uma sequência de proposições
𝑝1 , 𝑝2 , … , 𝑝𝑛 , 𝑝𝑛+1 , 𝑛 ∈ ℕ, na qual sempre que as premissas
𝑝1 , 𝑝2 , … , 𝑝𝑛 são verdadeiras, a conclusão 𝑝𝑛+1 também é
verdadeira. Isto é, a conjunção das premissas implica a
conclusão.
Notação:
𝑝1 ∧ 𝑝2 ∧ … ∧ 𝑝𝑛 ⇒ 𝑝𝑛+1
ou
𝑝1 , 𝑝2 , … , 𝑝𝑛 ⇒ 𝑝𝑛+1

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Regras de inferência

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Exemplo 23:

Testar a validade do argumento:


p → r , p  q , q  r  s

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1) p → r
2) p  q
3) q

4) p (SD: 2,3)
5) r (MP: 1,4)
6) r  s (A: 5)

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Argumentos

Exemplo 24:

Testar a validade do argumento:


p  r , q → p , s  r , s → t , t  q

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1) p  r
2) q → p
3) s  r
4) s → t

5) r (S: 3)
6) p (SD: 1,5)
7) q (MT: 2,6)
8) s (S: 3)
9) t (MP: 4,8)
10) t  q (U: 7,9)
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Prova direta

Exemplo 25:

Provar a validade do argumento:


qs,t→q,t→r,rs

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1) q  s
2) t →  q
3)  t → r

4) q (simplificação em 1)
5)  t (modus tollens em 2 e 4)
6) r (modus ponens em 3 e 5)
7) r   s (adição em 6)

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Prova direta

Exemplo 26:
Dadas as premissas
1) se x  0 então x = y;
2) se x = y então x = z;
3) x  z,
vamos provar que x = 0.

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p: x = 0
q: x = y
r: x = z

1) se x  0 então x = y; 1) p → q
2) se x = y então x = z; 2) q → r
3) x  z, 3) r
vamos provar p.

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1) p → q
2) q → r
3) r

4) q (modus tollens em 2 e 3)
5) (p) (modus tollens em 1 e 4)
6) p (dupla negação em 5)

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Demonstração por contradição

Considerando que P é uma conjunção verdadeira de n


proposições 𝑝1 , 𝑝2 , … , 𝑝𝑛 , isto é

𝑃 ⇔ 𝑝1 ∧ 𝑝2 ∧ ⋯ ∧ 𝑝𝑛

queremos provar que 𝑃 ⇒ 𝑄.

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Demonstração por contradição


Se “𝑃 ⇒ 𝑄”, então o condicional “𝑃 → 𝑄” é verdadeiro.
Além disso, através da lei de equivalência referente à eliminação
do condicional, podemos afirmar que
𝑷 → 𝑸 ⇔ ~ 𝑷 ∧ ~𝑸
Considerar a proposição P verdadeira e assumir
(provisoriamente) como falsa a conclusão Q.
Tentar provar, a partir daí, que P é falsa (contradição).
Assim, provaremos que 𝑷 ∧ ~ 𝑸 é falsa.

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Exemplo 27:
Dadas as premissas “p  q” , “r →  q” , “p” vamos provar “r”.
1) p  q
2) r →  q
3) p
4) r (premissa provisória)
5) q (silogismo disjuntivo em 1 e 3)
6) q (modus ponens em 2 e 4)
7) q  q (união de 5 e 6)
8) r (demonstração por contradição)
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