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(Parte 3)
(2o sem/2002)
Hideki Ishitani
Edith Tanaka
-1-
TÓPICOS COMPLEMENTARES
(Hideki Ishitani/2002)
1. Apoios elásticos
O apoio elástico é caracterizado por u'a mola de coeficiente de rigidez (mola) de valor k (ou kθ). A
aplicação do esforço P (ou M) provoca o aparecimento do deslocamento D (ou θ), valendo a
relação
P = k . D (translação) M = kθ . θ (rotação).
k θ
D
M
k
P θ
P
Figura 1.1
Os apoios elásticos normais (aqueles de ação paralela ao SGR) são considerados, no processo
dos deslocamentos, somando os seus coeficientes de mola aos termos da diagonal da matriz
de rigidez da estrutura [K] correspondentes à direção de ação dessas molas. De fato, o apoio
elástico só apresenta reação para o deslocamento agindo em sua direção, sendo indiferente
aos demais deslocamentos.
Por exemplo, considere-se a estrutura da Fig. 1.2, onde o ponto 3 se apoia sobre molas de
coeficientes kx e ky ; ao termo K55 será somado o valor de kx , e ao termo K66, o valor de ky.
Lembra-se que, neste caso, o n0 de incógnitas passa a ser 6.
y
D2
D8
D7
4 1 D1
D6
kx 2
3 D3 x
D5
ky
D4
Figura 1.2
-2-
As reações nestas molas são obtidas por :
Rx = -kx D5 e Ry = -ky D6
y 100 kN
3
1
4 Q = 10 kN 4
2
3m 2m
1 q = 2 kN/m
3 2 x
4m 4m
Figura 2.1
Normalmente, essas cargas são fornecidas no SLR, conforme se mostra na Fig. 2.2, para a barra 4
.
y
l
b p04
x
a
p03 1
Q p03
p02 q 4
p01 p04
p01 c
/2 x
c
2 /2 b'
p02 a'
Figura 2.2
As equações de equilíbrio devem considerar a contribuição das cargas aplicadas nas barras. Elas
são obtidas considerando-se todos os nós fixos (extremidades imóveis). Considere-se, por
exemplo, a contribuição da barra 4. As reações de apoio no SLR serão representadas pelo vetor
[ p o ] . Tem-se:
-3-
p 01 0
p − (Q ⋅ b + q ⋅ c ⋅ b' ) / l
[ p o ] = 02 =
p 03 0
p 04 − (Q ⋅ a + q ⋅ c ⋅ a ' ) / l
4 3
P02 = p04 + p04
4 1
P03 = p01 + p03
4 1
P04 = p02 + p04 .
-4-
P01
P
[ Po ] = 02 = Esforços nodais equivalentes às cargas nas barras.
...
P0 n
Da equação (2.1) obtém-se
[ D] = [K ] −1 ⋅ {[ P] − [ Po ]}.
Os esforços finais nas barras são obtidas por:
[ p] = [k ] ⋅ [d ] + [p o ] .
3
1
4
2 5
3m 4
1
3 2 x
4m 4m
Figura 3.1
Aos pontos 1 e 2 estão associados os componentes de deslocamentos D1, D2, D3 e D4 que,
constituem as incógnitas do problema, Fig. 3.2.
y
D2
D8
D7
1 D1
4
D5
3 2 D3 x
D6 D4
Figura 3.2
-5-
Os pontos 3 e 4 são apoios. Admita-se que esses pontos possam receber deslocamentos impostos
("recalques de apoio" de valores conhecidos), indicados na Fig. 3.2, pelos componentes D5, D6,
D7 e D8 .
Pode-se escrever as 8 equações de equilíbrio, resultando :
K 11 K 12 K 13 K 14 K 15 K 16 K 17 K 18 D1 P1 P01
K 21 K 22 K 23 K 24 K 25 K 26 K 27 K 28 D 2 P2 P02
K 31 K 32 K 33 K 34 K 35 K 36 K 37 K 38 D 3 P3 P03
K 41 K 42 K 43 K 44 K 45 K 46 K 47 K 48 D 4 P4 P04
. = −
K K 52 K 53 K 54 K 55 K 56 K 57 K 58 D 5 P5 P05
51
K 61 K 62 K 63 K 64 K 65 K 66 K 67 K 68 D 6 P6 P06
K K 72 K 73 K 74 K 75 K 76 K 77 K 78 D 7 P7 P07
71
K 81 K 82 K 83 K 84 K 85 K 86 K 87 K 88 D 8 P8 P08
y
P2
P8
P7
1 P1
4
P5
3 2 P3 x
P6 P4
Figura 3.3
-6-
As matrizes podem ser particionadas como se indicam a seguir:
[K DD ] [ K DR ] [ PD ] [ PoD ]
[K ] [ K ] = [ P ] − [ P ] (3.1)
RD RR R oR
onde
K 11 K 12 K 13 K 14 K 15 K 16 K 17 K 18
K K 22 K 23 K 24 K K 26 K 27 K 28
[K DD ] = 21 ; [K DR ] = 25 ;
K 31 K 32 K 33 K 34 K 35 K 36 K 37 K 38
K 41 K 42 K 43 K 44 K 45 K 46 K 47 K 48
K 51 K 52 K 53 K 54 K 55 K 56 K 57 K 58
K K 62 K 63 K 64 K K 66 K 67 K 68
[K RD ] = 61 ; [K RR ] = 65 ;
K 71 K 72 K 73 K 74 K 75 K 76 K 77 K 78
K 81 K 82 K 83 K 84 K 85 K 86 K 87 K 88
D 1 D 5 P1 P5
D D P P
[D D ] = 2 ; 6
[D R ] = ; [ PD ] = 2 ; [ PR ] = 6 ;
D 3 D 7 P3 P7
D 4 D 8 P4 P8
Po1 Po 5
P P
[ PoD ] = o 2 ; [ PoR ] = o 6 .
Po 3 Po 7
Po 4 Po8
Desta forma, tem-se um procedimento para considerar na estrutura os efeitos dos recalques de
apoio (deslocamentos impostos) e calcular as reações de apoio.
-7-
4. Automatização parcial do cálculo em planilha
A marcha de cálculo de estruturas pelo processo dos deslocamentos (cálculo matricial) contêm as
seguintes etapas sequenciais:
d) soma das rigidezes dos apoios elásticos em [K] e definição dos deslocamentos
impostos;
f) cálculo das reações de apoio [PR], equação (3.5) e das reações nos apoios elásticos;
Apresenta-se, a seguir, uma planilha onde as operações de montagem de [K] e de [Po] foram
automatizadas através de uma rotina ("macro"). O cálculo dos esforços finais nas barras, também
foram automatizadas.
e) Para facilitar a escrita das equações matriciais, sugere-se definir (colorir) na planilha
"matriz-K", as 4 áreas
[PD ] (amarelo)
[P ] ⇒ (azul ceu ) .
R
[PoD ] (amarelo)
[P ] ⇒ (azul ceu ) .
oR
-9-
[D D ] (amarelo)
[D ] ⇒ (azul ceu ) .
R
k.2. {R.elást. = -k . D}
5) Exemplo
4m 4m
100kN
4 3 1
0,02m 20kN
2 4
2m 3m
y
2kN/m
1 x
3 2
1000kN/m
D8 D2
D7 3 1
4 D1
2 4
D6
D4
D5
3 1 2 D3
-10-
TRELICA PLANA
barra DX DY E A L C S
1 4.000 0.000 2.0E+08 0.0002 4.000 1.000 0.000
deslocamento nodais cargas nas barras
d1 d2 d3 d4 q a Q
5 6 3 4 0.00 1.00 0.00
barra DX DY E A L C S
2 4.000 -3.000 2.0E+08 0.0002 5.000 0.800 -0.600
deslocamento nodais cargas nas barras
d1 d2 d3 d4 q a Q
7 8 3 4 0.00 1.00 0.00
barra DX DY E A L C S
3 8.000 0.000 2.0E+08 0.0002 8.000 1.000 0.000
deslocamento nodais cargas nas barras
d1 d2 d3 d4 q a Q
7 8 1 2 0.00 1.00 0.00
barra DX DY E A L C S
4 4.000 3.000 2.0E+08 0.0002 5.000 0.800 0.600
deslocamento nodais cargas nas barras
d1 d2 d3 d4 q a Q
3 4 1 2 2.00 2.00 -20.00
0 0 -1.8 0.027667
-100 0 2.4 -0.16016
0 0 -4.2 -0.01938
[P]= 0 [molas]= 1000 [Po]= 5.6 [D]= -0.06187
193.8464 0 0
0 0 0
-199.846 [R.elast]= 61.86521 0 0
46.13479 0 -0.02
D2 D3 D5 D6
2
2
D1 3 D4
1 3
D9 D12
D10 D7
1 4
D8 D11 x
Figura. 6.1
Em (6.1) apresenta-se a matriz de rigidez no SLR.
EA − EA
l 0 0 0 0
l
12EI 6EI − 12EI 6EI
0
l3 l2 l3 l2
4EI − 6EI 2EI
0
[k ] = l l2 l
EA (6.1)
0 0
l
12EI − 6EI
(simétrico)
l3 l2
4EI
l
A Fig. 6.2 mostra as variáveis relativas a barra de pórtico plano nos sistemas de referência: SLR e
SGR.
1 // x
Figura 6.2
C S 0 0 0 0
−S C 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
[T ] = (6.2)
0 0 0 C S 0
0 0 0 − S C 0
0 0 0 0 0 1
A marcha de cálculo estabelecida para o cálculo de treliças planas é geral. Dessa forma,
programas e planilhas desenvolvidas para treliças podem ser adaptados para a resolução de
pórticos planos, substituindo as matrizes equivalentes associadas às barras.
6.2. Exemplo
a) Dados
A = 0,08 m2
I = 0,001 m4
k θ = 20.000 kN.m/rd
b. Resultados
0 0 0 0,011227
0 144,8 0 -0,00021
20 110,9333 0 -0,00439
[P]= 10 [Po}= -50 [molas]= 0 [D]= 0,01126
0 115,2 0 -0,00023
0 -141,733 0 0,00255
0 50 20000 -0,00407
-19,4278 0 0 0
124,2438 0 0 0
75,50645 0 0 0,0005
-90,5722 -50 0 0,001
135,7562 0 0 0
0
0
0
[R.elast]= 0
0 [pbarra] [pbarra] [pbarra]
0 Ni= 124,2 Ni= -19,4 Ni= 135,8
81.46882 Vi= 124,2 Vi= -9,4
Vi= 19,4
0 Mi= 75,5 Mi= 17,8 Mi= 80,8
0 Nf= -124,2 Nf= 19,4 Nf= -135,8
0 Vf= 135,8 Vf= -90,6
Vf= -19,4
0 Mf= -80,8 Mf= 81,5
Mf= 2,2
0
-14-
-15-