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Resumo
ISSN: 1647-2829 50
Ecologi@ 6: 50-62 (2012) Artigos Científicos
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A Teoria da Panarquia descreve de que Uma vez que os sistemas dinâmicos estão
forma um sistema pode inventar e em permanente mudança, o conceito de
experimentar, criando oportunidades, ao resiliência inclui também uma capacidade
mesmo tempo que mantem a estabilidade de aprendizagem e de adaptação que
e a capacidade de absorver processos envolvem uma complexidade
destabilizadores. Um sistema panárquico é organizacional crescente - daqui resulta
simultaneamente conservador e criativo um segundo paradoxo, uma vez que o
(Figura 2): recurso a um aumento da complexidade
para ultrapassar um problema, no curto
• cada nível do sistema associado a prazo, pode impossibilitar a sua resolução
uma determinada escala no longo prazo (Redman e Kinzig, 2003).
temporal/espacial/organizacional Estes são apenas dois dos aparentes
que opera a uma velocidade paradoxos inerentes à teoria da resiliência
própria, determinada pela uma vez que os aspetos que contribuem
proteção dos ciclos, lentos e para a resiliência de um sistema
largos, dos níveis superiores e dependem das escalas temporal, espacial
pelo estímulo dado pelos ciclos de e organizacional em causa, bem como da
inovação, rápidos e pequenos, dos fase do ciclo de adaptação em que o
níveis inferiores; sistema se encontra.
• ciclos pequenos e rápidos podem
afetar ciclos mais largos e lentos, 3. Resiliência, Adaptabilidade e
determinando a sua libertação Transformabilidade
(revolta) da mesma forma que
ciclos mais largos e lentos podem Na medida em que as componentes de um
controlar a reorganização de ciclos sistema podem sofrer alterações e
mais pequenos e rápidos interagir a diferentes escalas temporais,
(memória). diversos autores descrevem os limiares
críticos de mudança do sistema e as suas
configurações alternativas em termos de
variáveis de controle "lentas" e de
variáveis de estado "rápidas". Ao nível dos
ecossistemas, as reservas de nutrientes,
as propriedades de um solo e a
diversidade biológica são exemplos de
variáveis "lentas" - caracterizadas por
uma baixa velocidade ou uma reduzida
probabilidade de mudança. Neste caso, se
a estrutura do sistema é definida pelas
variáveis "lentas", a dinâmica desse
mesmo sistema resulta da interação entre
as variáveis de estado que, por sua vez,
respondem às condições criadas pelas
variáveis "lentas" (Folke et al. 2004 ).
Diferente dos sistemas naturais, nos
sistemas sociais as variáveis de controle
podem ser "lentas", como a cultura (no
sentido antropológico do termo), ou
caracterizarem-se por mudanças rápidas,
Figura 2. Representação das ligações críticas
entre os três níveis de um sistema panárquico como a tecnologia (Walker et al., 2006).
(Fonte: Gunderson e Holling,
2002 in Holling, 2004) As relações entre as variáveis de controle
e as variáveis de estado são não-lineares.
Quando ultrapassado o limiar crítico de
Um dos paradoxos associados ao conceito
uma variável "lenta", os efeitos registados
de resiliência, enquanto propriedade dos
ao nível das variáveis de estado são
sistemas dinâmicos adaptativos, reside no
ampliados, implicando a alteração das
facto de um sistema mais resiliente
relações de retroalimentação entre elas.
implicar maior flexibilidade e portanto um
Isto dá origem a uma conjugação
controlo mais lasso; no entanto, um
alternativa das interações entre variáveis
sistema resiliente é igualmente definido
que define uma nova configuração da
pela sua capacidade em manter a sua
dinâmica do sistema ou mesmo um novo
estrutura e o controlo.
regime (Walker and Meyers, 2004) que
pode ser reversível ou irreversível.
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