Professional Documents
Culture Documents
Editores Técnicos
ITAMAR SOARES DE MELO
JO Ã O LÚCIO DE AZEVEDO
E m ^pa
Meio Ambiente
m cfcoBIoLoqJA AflBlBOTW.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Meio Ambiente
M inistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
m c R o B io L o q iA m u i m u .
2a ed ição revista e am pliada
Editores Técnicos
Comitê de Publicações:
Alfredo Jòse Barreto Luiz; Heloisa Ferreira Filizola; Sandro Freitas Nunes; Maria Amélia de
Toledo Leme; Ladislau Araújo Skorupa; Ariovaldo Luchiari Júnior; Luiz Antonio S. Melo
Normalização bibliográfica
Maria Amélia de Toledo Leme
Capa
Itamar Soares de Melo
2* edição
Ia impressão (2008): 1000 exemplares
I o d o s o s d ir e ito s r e se rv a d o s.
A re p ro d u ç ã o n ã o a u to riz a d a d e s ta p u b lic a ç ã o , n o to d o
o u e m p a rte , c o n s titu i v io la ç ã o d o s d ire ito s a u to ra is (L e i n.° 9 6 1 0 ).
É p e rm itid a a re p ro d u ç ã o p a rc ia l d o c o n te ú d o
d e s te liv ro d esd e q u e c ita d a a fonte,
C IP . B r a sil. C a ta lo g a ç ã o na p u b lic a çã o .
ISBN 9 7 8 - 8 5 - 8 5 7 7 1 - 4 4 - 7
CDD579
cultivável
Raquel Silva Peixoto, Alexandre Soares Rosado e Rodrigo Gouvêa Taketani
Biossurfactantes 151
7
Fátima Menezes Bento, Flavio A. de Oliveira Camargo e Christine Claire
Gayiarde
ligninolíticos: atualização
Nelson Durán e Elisa Esposito
campo
René P. Schneider
I. In tro d u ç ã o
enxofre - SF6, por exemplo), sofreram acentuado aumento rnai concentração devido à
ação antrópica, dificultando a eficiência com que a Terra s*e resfria. Outros gases,
como o monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (N íO x) e outros compostos
orgânicos voláteis não metânicos (NMVOC), mesmo não sencdo gases de efeito estufa
direto, possuem influência nas reações químicas que ocorreim na atmosfera.
Desde os primórdios da Revolução Industrial, a conccentração atmosférica de
C 0 2aumentou 31 % e mais da metade desse crescimento oconreeu nos últimos cinqüenta
anos. Desde 1760 até 1960, os níveis de concentraçâuo de C 0 2 atm osférico
aumentaram de 277 ppm para 317 ppm, isto é, 40 ppm em i 200 anos. Nas últimas
quatro décadas, de 1960 até 2001, as concentrações de C ( 0 2 aumentaram de 317
ppm para 371 ppm, um acréscimo de 54 ppm. Este aumemtto nas décadas recentes
corresponde ao aumento no uso de com bustível fóssil! durante esse período
(MARENGO & SOARES, 2003).
A concentração de CH 4 aumentou de 700ppt na era pré-industrial para
1745ppt; o N20 , de 270 para 314ppt e os CFCs, que não existiam na atmosfera,
atingiram 533ppt. As projeções são para que o CO., atinja 54‘0) a 970 ppm, por volta de
2100, representando um aumento de 75 a 350% em relaiç;ão ao período antes da
Revolução Industrial (IPCC, 2001).
Os gases de efeito estufa são fundamentais parra manter as condições
ambientais adequadas para a existência da vida no planeitta. Nessas condições, as
temperaturas permitem a existência de água tanto na forma lííquida quanto na gasosa,
para a manutenção do ciclo hidrológico e da vida. Sem o efe*ito estufa, a temperatura
média da superfície do planeta seria de, aproximadamente., -18°C. Estima-se que o
aum ento da temperatura é de 33°C, graças à retenção» de calor pelos gases,
proporcionando um valor médio de 15°C. Porém, com o aumiento do efeito estufa, no
último século, a temperatura média da superfície do planetai .aumentou 0,6°C + 0,2°C
e as projeções para o próximo século são de um aquecimernto no entre 1,4 a 5,8°C
(IPCC, 2001).
Como conseqüência, a cobertura de neve e gelo dimiiinuiu, aproximadamente,
10% desde 1960 e o nível médio do mar aumentou, assim ccomo o teor calórico dos
oceanos. Houve uma redução na freqüência de temperattiuras mínimas extremas,
enquanto aumentou a freqüência de temperaturas máximas e xvtremas. As precipitações
aumentaram nas médias e altas latitudes do Hemisfério Nortce e diminuíram na região
subtropical.
A destruição da camada de ozônio na estratosfera pela ação antrópica tem
resultado no aumento da radiação ultravioleta-B (UV-B; 28(0 a 320 nm) que atinge a
superfície do planeta. Essa camada é de extrema importâncria para a vida e tal dano,
conhecido como “buraco na camada de ozônio”, pode apreserntar sérias conseqüências
para o planeta. Apesar das medidas adotadas pelos diversoss países que assinaram o
Protocolo de Montreal, com a finalidade de reduzir a emiss;ãão de gases que destroem
a camada de ozônio estratosférico, algumas décadas são> necessárias para que se
atinjam os níveis encontrados antes de 1980 (PAUL, 2000)).
Há grandes incertezas sobre os cenários de mudaanças climáticas para os
próximos séculos, principalmente por que há incertezas quitanto aos cenários futuros
de emissões de gases de efeito estufa. Além disso, é questtiionável a efetividade dos
Impacto cie mudanças climáâtncas globais sobre a m icrobiota terrestre 5
3. M ic ro rg a n is rm o s d o solo
4. M icro rg a n is m o s re la cio n a d o s às p la in ta s
4 .1 Microrganismos fitopatogênicos
5. C o n sid e ra çõ e s fin a is
R eferências
ATKINSON. D Gl ob al c l i m a t e c h a n g e : its BRUCE, K. D.: JONES, T. H.; BEZEMER, T. M.;
im p li c a ti o n s for cro p p r o t e c t i o n S u r re y : THOMPSON, L. J.: RITCHIE, D. A. The effect
BCPC, 1993. 102 p. of elevated atmospheric carbon dioxide leveis
AUER, C.G.: KRÜGNER, T.L. Potencial de controle on soil bacterial communities. Global Change
de d oe nç a s de p la nt a s com fungos Biology, v.6, p .427-434. 2000.
e c to m ic o r rí z ic o s . In: B E T T I O L , W. (Ed .). BUENO, C.J.; SOUZA, N.L. de. Sonda para gases
C on tr ole biológico de d o e n ç a s d e p l a n t a s de subsolo. S u m m a Phytopathologica. v.28.
Jaguariúna: Etnbrapa/CNPDA, 1991. p . 71-85. p . 2 15-2 18, 2002.
14 M icrobiologia Ambiental
C A N H O S . V.P. Impactos na biodiversidade. In: JWA, N.S., WALLING, L.L. Influence of elevated
Muda n ça do clima: volume I: Negociações C 0 2 concentration on disease development in
in te rn a c i o n a is sobre a m uda nç a do clima: tomato. New Ph ytolo gis t, v,149, n.3, p .509-
vulnerabilidade, impactos e adaptação à mudança 518, 2001.
do clima. Brasília. DF: Núcleo de Assuntos LI, F.; KANG, S.; ZHANG, J.; COHEN. S. Effects
Estratégicos da Presidência da Republica, 2005. of atmospheric C 0 2 enrichment, water status
250p. (Cadernos NAE, 3). and applied nitrogen on water- and nitrogen-use
CARDOSO, E.J.B.N. Ecologia microbiana do solo. efficiencies of wheat. Plant and Soil. v.254,
In: CARDOSO, E.J.B.N.; TSAI, S.M.; NEVES, n.2, p .2 79 -28 9, 2003.
M . C . P. ( E d ) . Micr ob io lo gi a do solo. LONSDALE, D.; GIBBS, J.N. Effects of climate
Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do c h a n g e on fu n g a i di se a se s o f trees. in:
Solo, 1992. p. 33-39. FRANKLAND, J.C.; MAGAN, N.; GADD, G.M
C E R R I, C.C.; BERNOUX, M.; CERRI, C.E.P.: (Ed ). F u n g i and e n v i r o n m e n t a l change.
PAUSTIAN, K. Impact of climate change on Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
SOM status in cattle pasture in western Brazilian p. 1-19.
Amazon.. In: R. Lal. B. Stewart, N. Uphoff, MANNING, W.J.; T I E D E M A N N , A.V. Climate
D.O. Hansen. ( O r g .). Clim at e C han ge and change : p o te n ti a l e ff e ct s o f in cre ase d
Gl ob al Food Security. Boca Raton, 2005, atmospheric carbon dioxide ( C 0 2), ozone (03).
p.223-240. and U ltr a vio le t-B (UV-B) radiation on plant
CHAKRABORTY, S. Effects of climate change. diseases. Environmental Pollution, v.88, n.2,
In: WALLER. J.M.L.; WALLER, S. J. p .2 1 9 -2 4 5 , 1995.
(Ed.). Plant p a t h o l o g i s f s pock etbook . M A R E N G O , J.A. ; S O A R E S , W.R. Im pacto das
Wallingford: CAB International, 2001. p.203- mudanças climáticas no Brasil e possíveis futuros
207. cenários climáticos: síntese do terceiro relatório
CHAKRABORTY, S.; PANGGA, I.B Plant disease do IPCC. In: TUCCI, C.E.M.; BRAGA, B Clima
and climate change, In: Gillings, M.: Holmes, A. e Recursos Hídricos no Brasil. Porto Alegre:
Plant microbiology London: BIOS Scientific Associação Brasileira de Recursos Hídricos/FBMC-
Publishers, 2004. cap.9, p. 163-180. ANA, 2003. p.209-242.
CHAKRABORTY, S.: TIEDEMANN, A.V.; TENG, MARKS, S.; CLAY, K. Effects of C 0 2 enrichment,
P.S. Climate change: potential impact on plant n u tr i e n t a d d i t i o n , a nd funga i e n d o p h y te -
diseases. Env ir onm e nt al Pol lu tio n , v. 108, i n f e c t i o n on the g ro w th o f tw o grasses.
p . 317-326, 2000. O e c o l o g ia , v.84, p . 207-214, 1990.
COAKLEY, S. M. Biospheric change: will it matter MARKS, S.; LINCON, D.E. Antiherbivore defense
in pla nt pa th ol og y? C ana di an Jour na l o f mutualism under elevated carbon dioxide leveis:
Plant Pathology. v . 17, p. 147-153, 1995. a fungai endophyte and grass. Environmental
COLPAERT, J .V.; VAN T I C H E L E N , K K. Entomology, v.25, n.3, p.618-623, 1996.
M yc or rh iz as and e n vi ro nm e n ta l stress. In: MEIJER, G ; LEUCHTMANN, A. The effects of
FRANKLAND, J.C.: MAGAN, N.: GADD, G M. genetic and en vironmental factors on disease
(Ed ). Fungi and e n v ir on m e nt al change expression (stroma formation) and plant growth
Cambridge: Cambridge University Press. 1996. in B r a c h y p o d iu m s y lv a tic u m in fe c te d by
p. 109-128. E p ic h lo è s y lv a tic a . Oik os, v.91, n.3, p.446-
GHINI, R. M ud an ça s c lim áti ca s gl ob ais e 458, 2000.
doenças de plantas. Jaguariúna, SP: Embrapa M U D A N Ç A DO CLIMA: volume I: Negociações
Meio Ambiente, 2005, 104p. i n t e r n a c i o n a i s s o b re a m u da n ça do clima:
G R O P P E , K. ; S T E I N C i E R . T ; S A N D E R S , I.; vulnerabilidade, impactos e adaptação à mudança
S C H M I D , B.; W I E M K E N , A.; B O L L E R . T. do c li m a . B rasília, DF: Núcleo de Assun tos
Interaction between the en d o p h y ti c fungus Estratégicos da Presidência da República, 2005.
Epichloè brom icola and the grass B rom us 250p. (Ca dernos NAE, 3).
erectus: effects of endophyte infection, fungai PAUL. N.D. Stratospheric ozone depletion, UV-B
concentration and environment on grass growth r a d i a t i o n an d c r o p d i s e a s e E n v i r o n m e n t a l
and flowering. Molecular Ecology, v.8, n . l ! , P o l lu t io n , v . i 0 8 . p . 343-355, 2000.
p . 1827-1835, 1999. SCHOENEWE1SS, D.F. Predisposition. stress, and
INTERGOVERNMENTAL PAINEL ON CLIMATE plant disease A nn ua l Review of
CH AN G E . Climate C h an ge 2001: the P h y to p a t h o lo g y , v . l l , p. 193-211, 1975.
scientific basis IPCC WG I, TAR., 2001, 881 p. SI LVE IRA . A .P.D. Micorrizas. In: C A R D O S O ,
JOHNSON, D. Respo nse of terrestrial E .J . B . N . ; T S A I, S.M.; N EV ES , M . C . P.
microorganisms to ultraviolet-B radiation in (E d ) M i c r o b i o l o g i a d o solo. Cam pin as:
ecosystems. Research in Microbiology, v. 154, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1992.
p.315-320, 2003. p .2 5 7 - 2 8 2 .
Impacto de mudanças climáticas globais sobre a microbiota terrestre
I . In tro d u ç ã o
2. H id ro c a rb o n e to s policíclicos a ro m á tic o s (P A H s)
3. M e ta is pesados
mas somente nas décadas de 1960/1970 os seus reais efeitos sobre a microflora do
solo começaram a ser observados e estudados. As elevadas contaminações de metais
nos locais vizinhos às mineradoras, com concomitante acúmulo da matéria orgânica
do solo decorrente da inibição da atividade dos microrganismos e da fauna,
impulsionaram as pesquisas sobre os efeitos dos metais pesados na microbiota e nos
processos microbianos do solo. Atualmente, embora os efeitos tóxicos sejam bem
reconhecidos, tendências contrastantes são relatadas na literatura. A princípio existem
dois fatores que podem contribuir para as discrepâncias entre os resultados,
ou seja:
• fatores que modificam a toxicidade de metais como tipo de solo e fonte de
contaminação (p. ex. lodo de esgoto e sais solúveis de metais), que afetam a química
do elemento e;
• diferenças na sensibilidade dos microrganismos.
É extremamente difícil separar esses fatores quando os estudos sobre a
toxicidade dos metais é realizada em solo, em virtude das dificuldades em se determinar
a biodisponibilidade dos metais nesse sistema e também da complexidade das
comunidades microbianas. Espécies de microrganismos dentro de um mesmo gênero
ou m esm o estirpes dentro de uma mesm a espécie, podem diferir nas suas
sensibilidades aos metais (Figura I ). Ademais, a maioria dos estudos de campo envolve
mais de um metal, o que muitas vezes torna difícil a interpretação dos resultados.
Nesse caso, a toxicidade dos metais sobre os microrganismos do solo dependerá das
interações sinergísticas ou antagonísticas entre os elementos. Por exemplo, o Zn e o
Cd podem ter efeitos antagônicos ou sinérgicos dependendo de suas respectivas
concentrações e do microrganismo alvo investigado (ADRIANO, 2001). A presença
Bactérias e fungos
Fungos B actérias
Bactérias
.
FIGURA 1. Diagrama mostrando
-------------------------------- — ► a sensibilidade de d ife re n te s
G ra m negativas Gram p o sitiv a/ baixo-G C
componentes da biota do solo
G ra m positivas/ alto-G C aos metais pesados.
24 MicrobioIogia Ambiental
Efeito dos metais pesados nas células microbianas: Os metais são tóxicos porque,
em função de suas naturezas fortemente iônicas, eles se ligam a muitos constituintes
celulares e deslocam metais essenciais de seus sítios de ligação (Figura 2). Eles
podem romper proteínas e ácidos nucléicos, por meio da ligação aos grupos sulfidril,
no primeiro caso, e aos grupos hidroxil e fosfato, no segundo caso. Os metais podem
também afetar a fosforilação oxidativa e a permeabilidade da membrana, quando na
presença de mercúrio. Os microrganismos geralmente utilizam vias de transporte
específicas para levar aqueles elementos da membrana celular para o citoplasma.
Efeito dos metais pesados nos microrganismos e processos microbianos do
solo: mineralização do C orgânico nativo e do carbono adicionado - A taxa de
mineralização da matéria orgânica medida pela evolução do CO^ (respiração básica),
sob condições padronizadas, tem fornecido resultados conflitantes em solos agrícolas
contaminados com metais (MINNICH & McBRIDE, 1986). Muitas vezes observa-
se apenas um leve aumento ou decréscimo daquele parâmetro, embora o tamanho da
biomassa microbiana seja consistentemente diminuída (FLIEbBACH et al., 1994;
YEATES et a i, 1994).
Ademais, a taxa de mineralização do C na presença de metais é dependente da
natureza do substrato disponível, o que poderá explicar algumas das discrepâncias entre
os resultados obtidos em diferentes estudos (FLIEbBACH & REBER, 1992;OBBARD
& JONES, 1993). Estes também podem ser afetados por outros fatores, tais como
variações nos níveis de contaminação pelos metais, nas fontes de contaminação, no
período de tempo em que as respostas são monitoradas e nos tipos de solos.
4. A g ro tó x ic o s
1
18%
a fe ta r p ro cessos esp ecífico s nos
organismos-alvo, minimizando o efeito
— colateral das m oléculas, ou afetando
Htrbtctd*» processos gerais. Por exemplo, na Europa,
51% entre os agrotóxicos mais usados, estão
os herbicidas sulfonilureas que possuem
Ac*rlc(0M um anel triazina e um anel aromático,
4% ligados por uma ponte urea. Os alvos
d e sse s co m p o sto s são as e n zim as
F I G U R A 3. P o rc e n ta g e m da v e n d a de
envolvidas na síntese dos aminoácidos
agrotóxicos em 2002, por classe, no Brasil.
valina, leucina e isoleucina. Assim, as
Fonte: www.desenvoIvimento.gov.br
sulfonilureas têm baixa toxicidade para
todos os organismos que não sintetizam
estes aminoácidos, isto é, mamíferos e microartrópodos. No entanto, organismos não-
alvo como bactérias e fungos podem ser prejudicados pelo composto quando aplicado
em altas concentrações (BOLDT & JACOBSEN. 1998) e, segundo Rebecchi et al.
(2000), também foi observada redução de algumas espécies colembolanas em solos
agrícolas, após a aplicação de triassulfurom. Os autores não explicaram o efeito, mas
os resultados demonstraram que a complexidade das medidas dos efeitos colaterais
geralmente é problemática no ambiente.
Da mesma forma, espera-se que os fungicidas sintetizados para suprimir fungos
patogênicos, não ajam sobre os fungos não-alvo do solo. No entanto, o fenpropimorfe
apesar de não ter efeito tóxico imediato forma, durante a sua degradação, o metabólito
ácido fempropimórfico, mais biodisponível, que pode afetar negativamente os fungos
saprofíticos (BJORLÜND et al., 2000). Segundo esses autores a atividade biológica
Microbiologia Ambiental
pela suplementação orgânica. A mineralização foi mais alta nos solos tratados com
captam e a dinâmica do N foi influenciada pelo clorotalonil da mesma forma que com
o captam, mas alcançou o pico da nitrificação mais cedo nos solos suplementados
com alfafa. Os modelos do efeito dos fungicidas nos processos de ciclagem de
nutrientes não foram grandes e foram específicos para cada fungicida. O captam
apresentou efeitos mais pronunciados do que o clorotalonil e o benomil (CHEN et al
2001a).
Outros trabalhos relataram que em solos suplementados com palha, tratados
com os fungicidas epoxiconazol e triadimefom, houve aumento da inibição transiente
da biossíntese do ergosterol. Porém, a adição de folhas de alfafa fenadas resultou em
maior atividade e biomassa microbiana (HART & BROOKES, 1996). Segundo Zelles
et al. (1985), a adição de 5% de alfafa acabou com as pequeníssimas diferenças
entre solos tratados com fungicidas e solos controle. Isso foi possível porque a adição
de alfafa não somente melhorou o ambiente para os microrganismos, mas também
encorajou uma certa seleção entre eles. A suplementação orgânica do solo promoveu
alguma reversibilidade nos efeitos causados pelos agrotóxicos.
Da mesma forma, como já descrito para herbicidas e fungicidas, não há uma
conclusão definitiva sobre o efeito dos inseticidas sobre os microrganismos e,
conseqüentemente, sobre as transformações de nutrientes no solo, uma vez que os
diferentes grupos de inseticidas exibem variações em sua toxicidade (SIMON
SYLVESTER & FOURNIER, 1979; DAS & MUKHERJEE, 2000; DAS et a l.,
2005).
A aplicação do inseticida forato aumentou a mineralização de C orgânico no
solo, o conteúdo de N total, a desnitrificação e a mineralização microbiana de N
orgânico no solo (MURTHY eta l., 1991). Já para Das & Mukerjee ( 1998), a influência
estimulatória do forato e carbofurano na mineralização microbiana do N orgânico
influenciou a redução significativa do conteúdo de N total, a qual foi mais pronunciada
com forato (17,9%) seguida por carbofurano (14%). A mineralização de N, resultou
em maior aumento na quantidade de NH4+ e N 0 3 no solo, sendo o aumento mais
pronunciado para o prim eiro com forato e carbofurano após 15 e 30 dias,
respectivamente, enquanto ambos os inseticidas registraram um incessante aumento
em N 0 3 no final do experimento. Isto indica que os inseticidas, provavelmente
estimularam o crescimento e a atividade de microrganismos amonificadores e
nitrificadores que, por sua vez, liberaram grandes quantidades de N mineral no solo
(DAS & MUCKHERJEE, 1994). Em geral, o solo retém maior quantidade de NH4+
do que N 0 3, indicando que os processos de amonificação foram mais rápidos do que
o de nitrificação. Entre os dois inseticidas, o forato liberou maior quantidade de N
mineral do que o carbofurano.
A incorporação dos inseticidas também trouxe aumento significativo na
disponibilidade de P solúvel, em razão da maior estimulação das atividades dos
microrganismos solubilizadores/mineralizadores de fosfato no solo. Entre os dois
inseticidas, o forato liberou maior quantidade de P disponível, quando comparado ao
carbofurano (DAS & MUKHERJEE, 1998).
Os fatores naturais e antropogênicos podem afetar também, direta ou
indiretamente, as atividades enzimáticas no solo. As enzimas contribuem para a
Impacto de xenobióticos e metais pesados na microbiota do solo
5. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
R eferências
GEVAO. B.: SEMPLE. K.T.; JONES. K.C Bound HARRIS, PA.; SCHOMBERG H.H.; BANKS. P.A.:
pesticide resid ues in soils: a review. G I D D E N S , J. Burning, tillage and herbicide
Environmental Pollution. v. 108, p.3-14, 2000. e f f e c t s on the soil m ic ro fl o ra in a wheat-
GEVAO. B.; JONES, K.C.; SEMPLE, K.T.; CRAVEN, s o y b e a n d o u b l e - c r o p system. Soil Biology
A. B U R A U E L , P. N o n e x t r a c t a b l e pe sti cid e and B io c h e m is t r y . v.27, n.2, p . 153-156.
residues in soil Envi ro nm enta l Scie nce and 1995 .
Technology, v.I, p. 139-144, 2003. HART, M .R .; B R O O K E S , P.C. Soil microbial
G I A N F R E D A , L.; B O L L A G . J.M I n f lu e n c e of b i o m a s s a nd m in e ra li z at i o n o f soil organic
natural and an th ro po ge ni c fa ctors on e nzym e m a t t e r a f te r 19 years o f c u m u l a t i v e field
activity in soil. In.: STOTSKY, G.; BOLLAG, a p p li c a ti o n s o f pesticides. Soil Biology and
J.M. (Ed .). Soil b i o c h e m i s t r y . N e w York: B io c he m is tr y, v. 12. p. 1641-1649. 1996.
Mareei Dekker, 1996. v.9, p. 123-193. HATTORI, H. Influence of heavy metais on soil
G I A N F R E D A , L ; S A N N I N O , F.; O R T E G A , N microb ia l activities. Soil Science and Plant
NANNIPIERI, N. Activity of free and immobilized N ut r it io n, v.38, p.93-100, 1992.
urease in soil: effects of pesticides. Soil Biology HOLM, L.; SANDER. C. An evolutionary treasure:
and Biochemistry, v.26, p.777-784, 1994. unification of a broad set of amidohydrolases
GIANFREDA, L.; SANNINO. F.; VIOLANTE, A. r e l a t e d to urease. Protein. v.28, p . 72-82,
Pestide effects on activity o f free, immobilized 1997.
and soil i n v e r t a s e . Soi l B i o l o g y and HU, S.J.; VAN BRUGGEN, A.H.C.; GRÜNWALD,
B io c h e m is tr y, v.27, p. 1201-1 208 , 1995. N.J. D y n a m i c s of bacter ia l p o p u la ti o n s in
G IL LER . K.E.; M cG R A TH . S.P.: H IR S C H , P.R. relatijon to c a r b o n a v a il a b il i ty in a residue
Absence o f nitrogen fixation in cl ov er grown amended soil. Applied Soil Ecology, v. 13, p.21-
on soil subject to long term contamination with 30, 1 999.
he av y m e t a i s is d u e to s u r v i v a l o f only INGHAM, E.R. Review of the effects of 12 selected
in e f f e c ti v e R h iz o b iu m . Soil B i o l o g y and biocides on target and non-target soil organisms.
B ioc hem is try, v.21, p . 8 4 1 -8 4 8 , 1989. Crop Protection, v.4, p . 3-32, 1985.
G I L L E R , K.E.; W I T T E R . E.; M c G R A T H , S P I N G R A M , E.R.; PAR MEL EE. R ; C O L E M A N ,
Toxi city o f h e a v y me ta is to m ic r o o r g a n i s m s D . C . , C R O S S L E Y JR.. D.A. R ed uc tio n o f
and microbial processes in agricultural soils: a m i c r o b i a l and faunal gr o u p s fo ll ow in g
review. Soil Biology and Biochemistry, v.30, a p p l i c a t i o n o f s t r e p t o m y c i n and c ap ta n in
p . 138 9-1 41 4, 1998*. Geórgia no-ti llage a g ro e co s y st em s .
GRIFFITHS, B.S.; DIAZ-RAVINA, M.; RITZ, K., P e d ob io lo gy , v.35, p . 297-304, 1991.
McNICOL. J.W.; EB B LE W H IT E, N ; BAATH, KANALY, R.A.: HARAYAMA, S. Biodegradation
E. Co mmu nity DN A hybridisation and %G +C o f high-molecular-weight polycyclic aromatic
profiles o f microbial co mmunities from heavy h y d r o c a r b o n s by ba ct é ria . J o u r n a l o f
metal p o l l u t e d so il s. F E M S M i c r o b i o l o g y Bacteriology, v. 182, n.8, p.2059-2067, 2000.
Ecology. v.24, p . 103-112, 1997. KANALY, R.A.; BARTHA, R.; WATANABE, K ;
GROSSER. R.J.: FRIEDRICH, M.; WARD. D.M : HARAYAMA, S. Rapid mineralization o f benzo
INSKEEP, W.P. Effect of model sorptive phases [aj pyrene by a consortíum growing on diesel
on p h e n a n t h r e n e b i o d e g r a d a t i o n : d i f f e r e n t fuel. A p p li e d and E n v ir o n m e n t a l M i c r o
enrichment conditions influence bioavailability biology, v.66. n. 10, p.4205-42 11, 2000.
and s e l e c t i o n o f p h e n a n t h r e n e - d e g r a d i n g KANDELER, E.; KAMPICHLER, C ; HORAK. O.
isola tes. Applied and Environmental In f lu e n c e o f heavy metais on the functional
Micro bi olo gy. v.66, p . 2 6 9 5 - 2 7 0 2 , 2000. d i v e r s i t y o f soil m ic ro b ia l c o m m u n it ie s .
HA AN ST R A , L.; D O E L M A N . P. An ecologiacal B i o lo g y and Fertility o f Soils, v.23. p.299-
dose-resposta model approach to short-and long- 306. 1996.
term effects o f heavy metais on arylsulphatase KENNEDY. A.C. Bac terial d iv e r s it y in
activity in soil. Biology and Fertility o f Soils, a g r o e c o s y s t e m s . A g r i c u l t u r e , E co s y s t e m s
v. 11. p . 18-23, 1991. and Environment. v.74, n . l . p.65-76, 1999.
HANEY. R.L.; S E N S E M A N , S . A.: HONS, F.M.; KHAN, M.; SCULLION. J. M. Microbial activity
ZU B E R E R . D.A. Effect of glyphosate on soil in grassland soil amended with sewage sludge
microbial activity and biomass. Weed Science, co nt ai ni ng varying rates and combinations of
v.48, p . 89-93, 2000. Cu, N i and Zn Biology and Fertility o f Soils.
H A R M S E N , J. P o s s i b i l i t i e s an d l i m i t a t i o n s o f v.30, p.202-209. 1999.
la nd fa rm in g for c l e a n in g c o n ta m in a te d soils. KISS, S.; DRAGAN-BULARDA. M.: PASCA. D.
In: O L F E N B U T T E L . R . F H . (E d.) O n - s it e A c it iv it y and stability o f e n z y m e molecules
b i o r e m e d ia t i o n pr oc es s for x e n o b io t ic and f o l l o w i n g th e ir c on ta c t wi th clay mineral
hydrocarbons treatment. S to n e h a m : surfaces S tu di a U n i v e r s i t a t e a Babes-
B u tt e r w o r th - H e tm a n n , 1991. p .255-272. B ol ya i. Biologia, v.31, p . 3-19, 1986.
Impacto de xenobióticos e metais pesados na microbiota do solo 45
KNIGHT. B ; McGRATH, S.P.; CHAUDR1. A.M. MALISZEWSKA, W.; DEC, S ; WIERZBICKA, H.;
Biomass carbon me asuremen ts and substrate W O Z N I A K O W S K A , A. The in fl u e n c e o f
utilization patterns o f microbial populations v a r i o u s h e a v y me ta l c o m p o u n d s on the
from soils amended with cadmium, copper or d e v e l o p m e n t an d a c ti v it y o f soil micro-
zinc. A pp lied and E n v ir o n m e n t a l M i c r o o r g a n i s m s . E n v i r o n m e n t a l P ol lu ti on . v .37,
biology. v.63, p.39-43. 1997. p . 195-215, 1985.
KOZDRÓJ. J.: VAN ELSAS, J.D. Structural diversity MARGESIN, R.; SCHINNER, F. Bioremediation of
o f microorganisms in chemically perturbed soil d i e s e l - o i l - c o n t a m i n a t e d a l p i n e s oi ls at low
a s s e s s e d by m o le c u la r and c y to c h e m ic a l t e m p e r a t u r e . A p p l i e d M i c r o b i o l o g y and
a p p ro a c h e s . Jour na l o f M ic r ob io lo gi ca l B io t e c h n o lo g y . v.47. p .4 6 2 - 4 6 8 . 1997.
Methods, v.43, p . 197-212, 2001. MARGESIN, R.; WALDER, G.; SCHINNER. F. The
KUNITO, T.; NAGAOKA, K.; TADA, M.; SAEKI, impact of hydrocarbon remediation (diesel oil
K.; SENOO, K.; OYAIZU, H.; MATSUMOTO, and p o ly c y c l ic a ro m a ti c h y d r o c a r b o n ) on
S. C h ara ct er izat ion o f Cu-resistant bacterial enzyme activities and microbial properties of soil.
c o m m u n it ie s in C u- c o n ta m in at e d soils. Soil Acta Biotechnologica. v.20, p.313-333, 2000a.
S c i e n c e a n d P l a n t N u t r i t i o n . v.43, p . 709- MARGESIN, R.; ZIMMERBAUER, A ; SCHINNER,
717. 1997. F. M o n i t o r i n g o f b i o r e m e d i a t i o n by soil
LACEY, J. Actynomicetes in soils, composts and b i o l o g i c a l a c t i v i t i e s . C h e m o s p h e r e , v.40,
fodders. In.: SYKES, G.; SKINNER, EA (Ed.). p . 3 3 9- 34 6, 2000b.
Actynomicetales: characteristics and practical M A R IN , J.A. ; H E R N A N D E Z , T.; G A R C I A , C
importance. London: Academic Press, 1973. B i o r e m e d i a t i o n o f oil r e f i n e r y sl ud ge by
p . 2 31 -25 1. landfa rmi ng in semiarid conditions: influence
LÀHDESMÀKI, P.; PIISPANEN, R. Degradation on microbial a ctivity. Environmental
products and the hydrolytic enzyme activities R e sea rch , v.98, p. 185-195. 2005.
in the soil humification process. Soil Biology MÁRTENSSON, A.M. Effect of agrochemicals and
and Biochemistry. v.20, p .287-292, 1988. heavy metais on fast-growing rhizobia and their
L À H D E S M À K I , P.; PI ISP ANE N, R. Soil s y m b i o s i s wit h s m a l l - s e e d e d le gum e s. Soil
enzymology: Role of protective colloid systems B iology and B io c he m is try , v.24. p.435-445,
in the preservation o f exoenzyme activities in 1992. *
soil Soil Biology and B io c h e m is tr y . v.24, M A R T I N E Z - T O L E D O , M V.; S A L M E R Ó N , V.;
n.l 1, p . 1 173-1 177, 1992. R O D E L A S . B.; P O Z O . C.; G O N Z Á L E Z -
LA K Z IA N , A.: MURPHY, P.; T U R N E R , A.; LOPEZ, J. Effects o f fungicide captan on some
B E Y N O N . J.L.; G IL L E R , K.E. R h izo b iu m g r o u p s o f soil m i c r o f l o r a . A p p li e d Soil
legum inosarum bv. viceae populations in soils Ecology. v.7, p .245-255, 1998.
with increasing heavy metal cont am ina ti on: MATHUR. S.P.; S A N D E R S O N . R B. The partial
abundance, plasmid profiles, diversity and metal inactivation of degradative enzymes by residual
to le rance . Soil Biology and Bi oc he m is try f e r t i l i z e r c o p p e r in H i s t o s o l s . S oil S c i e n c e
v.34, p .519-529, 2002.* Society o f America Journal, v.44, p.750-755.
L A N D I. L.; R E N E L L A , G.; M O R E N O , J.L.. 1980.*
FALCHINI, L.; NANNIPIERI, P. Influence of McGRATH. S.P.; BROOKES, P.C.; GILLER, K.E.
c a d m i u m on the me tabolic q u ot ie nt , L-, D- Effects of potentially toxic metais in soil derived
glu ta m ic acid respiration ratio and e n z y m e fro m past a p p l i c a t i o n s o f s e w a g e sludge on
activity microbial biomass ratio under laboratory nitrogen fixation by T rifo liu m repens L. Soil
co nditi on s . Biology and Fer til it v o f Soil s. B io lo gy and B io c h e m is tr y, v.20, p.41 5-4 24.
v.32, p .8-16, 2000.* 1988.
LEAHY. J . G ; C O LW EL L . R R . M ic ro bial M E G H A R A J . M.; S I N G L E T O N , I ; M CC LU R E.
degradation of hydrocarbons in the environment. N.C.; N A I D U , R. I n f l u e n c e o f p e tr o le u m
M icr o b i o lo g ic a l Reviews. v.54. p . 3 05-3 15 , hydrocarbon contamination on microalgae and
1990. microbial activities in a long-term contaminated
L E T H B R ID G E . G.; BULL. A.T.: B URN S. R.G. soil. A r c h i v e s o f E n v i r o n m e n t a l C o n t a m i
Effects of pesticides on 1,3 â-glucanase and urease nation and Toxicology. v.38. p.439-445, 2000.
activities in soil in the presence and absence of M I N N I C H , M .M .; M c B R I D E , M.B. Ef fe ct of
fertilizers, lime and organic materiais. Pesticide c o p p e r a c t i v i t y on c a r b o n a n d n it r o g e n
Science, v . 12, p . 147-155, 1981. m in e r a l i z a t i o n in fi e ld -a ge d c o p p e r -e n r ic h e d
MAL1SZEWSKA-KORDYBACH, B ; SMRECZAK, soils. Plant a nd Soil, v.91, p.231-240, 1986.
B. Habitat function of a gri c u lt u ra l soils as MO H N, W,W.; STEWART, G.R. Limiting factors
affected by heavy metais and polycyclic aromatic for h y d r o c a r b o n b i o d e g r a d a t i o n at low
h y d r o c a rb o n s co ntam in ati on. E n v ir o n m e n t t e m p e ra t u re in Artic soils. Soil Biology and
International, v.28, p.719-728, 2003. B i o c h e m i s t r y , v.32. p . 1161-1 172, 2000.
46 M icrobiologia Ambiental
■ ôm & ój
/ / / .
e * M e u u ô
I . In tro d u ç ã o
queima *Jc
combustivcis
dccompoNivào fósseis
\
s,,r>. \ A b s o r v i» c rcduv*<> p e la s p la n ta s e so;
diuoluçiii
SOLO libcmvAo
u u c r o b u n .i
tu lfrtO ft minerai*
m etálicos primários
xultiio redutase
S 0 32 + 3NADPH, _________ -+ H7S + 3NADP [5]
H,S + 2 0 , * S 0 42 + 2H+ [1 0 ]
Pode-se notar que um dos produtos finais das reações de oxidação dessas formas
reduzidas de enxofre é o íon H+; isso significa que nos ambientes onde tais reações se
processam, o pH cai significativamente e o ambiente toma-se ácido. Em certas condições
de cultivo em laboratório, a espécie Thiobacillus thiooxidans, reclassificada
recentemente como Acidithiobacillus (KELLY & WOOD, 2000), oxida o Su e 0 pH do
meio de cultura no final de 10 a 15 dias atinge cerca de 0,5 (GARCIA, 1991).
A heterogeneidade do gênero Thiobacillus foi destacada na primeira edição
do Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology. No entanto, não havia informações
disponíveis na época para se assegurar uma reclassificação segura desta espécie em
um outro gênero, novo ou pré-existente. Desde então, novas técnicas como hidridização
DNA-DNA e análise da seqüência gênica por rRNA 16S foram desenvolvidas e
forneceram ferramentas para se esclarecer e dissecar a infra-estrutura taxonômica
das espécies atualmente classificadas como Thiobacillus, cujos membros estão dentro
das sub-classes a , (3 e y da classe Proteobacteria. As aplicações destas técnicas,
juntamente com ferramentas taxonômicas tradicionais, levaram a transferência de
seis espécies do gênero Thiobacillus para Paracoccus (antigamente Thiobacillus
versutus), Acidiphilium (antigamente Thiobacillus acidophilus) e o novo gênero
Thiom onas (antigos T hiobacillus interm edias, Thiobacillus perom etabolis ,
Thiobacillus thermosulfatus e Thiobacillus cuprinus).
A segunda edição do Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology traz na
seção do Thiobacillus oito novas espécies de três novos gêneros redesignados por
Kelly e Wood (2000). E ste s gêneros são A c id ith io b a c illu s (contendo
Acidithiobacillus thiooxidans , Acidithiobacillus ferrooxidans , Acidithiobacillus
caldus e A c id ith io b a c illu s a lb e r te n s is ), H a lo th io b a c illu s (contendo
H alothiobacillus neapolitanus, Halothiobacillus halophilus e Halothiobacillus
hydrothermalis) e Thermithiobacillus (contendo Thermithiobacillus tepidarius).
As espécies de Thiobacillus reconhecidas atualmente exibem uma grande
variação das condições físicas de crescimento, isto é, tolerância de pH numa faixa ao
redor de 0 até 8,5 (com pH e temperaturas ótimas de < 2-8 e 20-50°C, respectivamente),
variação do conteúdo G + C do DNA (50-68 mol %), diversidade de homologia do
DNA e uma grande variação de ubiquinonas e ácidos graxos. Todos são pequenos,
Gram-negativos, forma de bacilo (0,3-0,5 x 0,7-4,0 |im), algumas espécies são móveis
e apresentam flagelos; formas esporulantes não são conhecidas. A energia é derivada
da oxidação de um ou mais compostos reduzidos de enxofre, incluindo sulfetos, enxofre,
tiossulfato, politionatos e tiocianatos. Sulfato é o produto final da oxidação de compostos
de enxofre, porém enxofre, sulfito e politionatos podem ser acumulados, algumas
vezes transitoriamente, por muitas espécies. Algumas espécies podem obter energia
pela oxidação de compostos orgânicos de enxofre ou pela oxidação do íon ferroso,
como a espécie A. ferrooxidans. Todas as espécies podem fixar dióxido de carbono
56 Microbiologia Am biental
3.1 Histórico
Através de experimentos elegantes, Colmer & Hinkle (1947), Colmer et al. (1950) e
Temple & Colmer (1951) conseguiram isolar, purificar e caracterizar a bactéria A.
ferrooxidans, responsável pela forte acidez e elevada concentração de metais em
efluentes de minas de carvão nos EUA. Tal designação foi atribuída, e plenamente
aceita, pela característica peculiar dessa bactéria, em oxidar tanto o enxofre elementar
e outras formas reduzidas deste (sulfetos metálicos, por exemplo), como também o
íon ferroso (Fe2+). Após esses trabalhos pioneiros, inúmeros artigos foram publicados
demonstrando o isolamento dessa espécie de águas ácidas de minas contendo sulfetos
de cobre (BRYNER & JAMESON 1958; CORR1CK & SUTTON 1961; RAZZELL
& TRUSSELL, 1963). Nesses trabalhos foi evidenciada a ação oxidativa do A.
ferrooxidans sobre os sulfetos de cobre, com a conseqüente solubilização do metal,
e assim definitivamente correlacionada à decisiva participação bacteriana na lixiviação
“natural” do cobre. Além disso, essa descoberta evidenciou a participação biológica
na geração da chamada “Drenagem Ácida de Minas” ou, como é conhecida em
inglês “Acid Mine Drainage”, um reconhecido problema ambiental presente em minas
que contenham minerais sulfetados (JOHNSON & HALLBERG, 2003). A Figura 3
(COLORADO SCHOOL OF MINES, 2006) mostra uma ilustração dessa questão
ambiental e as equações 11 e 14 ilustram as principais reações que ocorrem nesse
ambiente.
3.2 O processo
chamada idade do bronze, já se produzia uma liga de cobre e estanho. Calcula-se que
os egípcios usavam aproximadamente 30 bens minerais. Atualmente são utilizados
cerca de 300 bens minerais, dos quais 50 são metais.
Com o avanço tecnológico, metais raros como urânio, tório, germânio, nióbio
e muitos outros, tornaram-se materiais importantes, devido suas utilizações em vários
segmentos da tecnologia de ponta (eletrônica, óptica, energia atômica e outros).
Devido à busca incessante e à descoberta de novas aplicações dos minerais,
o aumento da demanda mundial desses bens tornou-se inevitável. Dessa forma, tem-
se verificado um progressivo esgotamento das reservas minerais contendo altos teores
dos metais de interesse econômico, devendo-se salientar que tais recursos são,
obviamente, não renováveis. Pelo método pirometalúrgico convencional, por exemplo,
somente minérios de altos teores ou concentrados prévios são aproveitáveis, devido
ao alto custo dessa técnica em função dos gastos excessivos de energia.
Atualmente entre 80 e 85% do cobre obtido no mundo é obtido através da
pirometalurgia. No entanto, há 30 anos esta porcentagem era de praticamente 100%.
Nesses anos, foram desenvolvidas diferentes tecnologias, mas que ainda não oferecem
resultados economicamente comparáveis aos da pirometalurgia.
Dessa forma, torna-se imperioso o desenvolvimento de métodos alternativos
para o tratamento de minérios contendo baixos teores do metal de interesse. O uso
de técnicas hidrometalúrgicas vem merecendo crescente atenção dos técnicos e
empresários do setor mínero-metalúrgico. Na hidrometalurgia, soluções ácidas ou
básicas são contactadas com o minério em condições apropriadas, causando a
solubilização do metal desejado, o qual é então recuperado da solução. Ballester &
Córdoba (2005) citam vários processos hidrometalúrgicos desenvolvidos recentemente
e os agrupam em função do meio no qual se produz a oxidação do sulfeto: sulfato,
sulfato-cloreto e cloreto (em alguns casos, junto com o íon cloreto pode aparecer
também o brometo)
Dentre os processos hidrometalúrgicos, a utilização de microrganismos para
promover a solubilização de metais (lixiviação bacteriana ou biohidrometalurgia
como é atualmente denominada) apresenta-se como uma alternativa promissora, não
só para a recuperação de cobre, como também para uma série de outros metais de
interesse econômico.
Essa potencialidade decorre de uma série de fatores, dentre os quais podem
ser citados:
1. Economia de insumos utilizados em um processo hidrometalúrgico convencional
(ácidos e agentes oxidantes), pois a própria bactéria produz tais insumos à partir de
substratos presentes no referido minério.
2. Baixo requerimento de energia, se comparado a um processo pirometalúrgico. e B
mesmo a um processo hidrometalúrgico em que se utilizam agitadores (lixiviação
ácida agitada, por exemplo).
3. Baixo investimento de capital inicial e baixo custo operacional, devido à simplicidade
das instalações requeridas na biohidrometalurgia.
4. Reduzida necessidade de mão de obra especializada na operação.
Microrganismos, minerais e metais
5. Não poluição atmosférica, pois não ocorrc emissão de SO, como no processo
pirometalúrgico. Como se sabe o S 0 7 é o agente causador da conhecida “chuva
ácida” .
Além do aproveitamento de rejeitos minerais (minérios de teores reduzidos),
a biohidrometalurgia pode ser ainda uma alternativa para o aproveitamento de jazidas
de pequeno porte, ou de localização adversa, isto é, muito longe de centros com infra-
estrutura adequada. Atualmente a lixiviação bacteriana é aplicada em escala industrial
para recuperação de cobre, urânio e, mais recentemente de ouro, em vários países,
destacando-se os EUA, Canadá, África do Sul, Rússia, Espanha, Chile, México,
Bulgária, Austrália e outros.
Dentre os processos biohidrometalúrgicos alguns podem ser destacados:
BioCOP(BHPBillitoneCodelco); BacTech (Companhia Canadense BacTech Mining
Corporation); GEOCOAT (GeoBiotics) e BioHeap (Titan Resources e Pacific Ore
Technology Ltd) (BALLESTER & CÓRDOBA, 2005).
O processo operacional da biohidrometalurgia é conduzido de forma quase
rudimentar nos casos do cobre e do urânio, aproveitando-se a ação natural de bactérias
já presentes nos minérios apropriados. Isto é, aqueles em que o metal de interesse já
se apresenta em forma de sulfeto (por exemplo, a calcopirita-CuFeS?), o qual se
transformará sob a ação oxidativa bacteriana, no sulfato solúvel correspondente (no
exemplo, o C u S 0 4). Caso o metal de interesse não se apresente nessa forma
mineralógica, deve existir no minério um outro sulfeto (por exemplo, a pirita-FeS,)
para ser oxidado pela bactéria, e se transformarem agentes lixiviantes (ácido sulfúrico
e o íon férrico), capazes de promover a solubilização do metal não sulfetado. Salienta-
se novamente que, a principal espécie bacteriana envolvida diretamente na solubilização
de metais de seus minérios é a espécie oxidante do enxofre e suas formas reduzidas
(sulfetos metálicos, por exemplo) A. jerrooxidans, apesar do envolvimento de outras
espécies, como será visto posteriormente.
Resumidamente o processo consiste na deposição de grandes quantidades de
minério (milhares de toneladas) sobre uma base impermeabilizada, seguida de uma
irrigação na superfície da pilha formada, com uma solução de ácido sulfúrico (pH~2,0).
Essa solução, coletada após a percolação pelo minério, é reciclada constantemente
pela pilha, ocasionando uma intensificação da atividade bacteriana no substrato mineral
sulfetado. Dessa ação resulta uma elevação da acidez e do poder oxidante da solução,
pela produção biológica de H ,S 0 4e do íon Fe3+, com a conseqüente solubilização do
metal desejado. Após essa etapa, que constitui a essência do processo de lixiviação
bacteriana, o metal é extraído da solução por processos convencionais. Um esquema
do processo pode ser visto na Figura 4.
reciclagem da
irrigação .solução
usina de extração
do metal
1994), e sua reprodução é por divisão binária sim ples (P1VOVAROVA &
GOLOVACHEVA, 1985). DiSpirito (1982), demonstraram a presença de “pilli”. É
considerado um microrganismo mesófilo, sendo 30°C a temperatura ótima de
crescimento, entretanto foram isoladas linhagens psicrófilas com crescimento entre 2
e 37°C (BERTHELOT, 1993; LEDUC, 1993). É um acidófilo estrito e o pH ótimo de
crescimento situa-se em tomo de 2,0, ocorrendo porém, crescimento numa faixa 1,5
a 4,5; acima de pH 6,5 ou abaixo de pH 1,0, não é capaz de sobreviver (SMITH,
1988). Embora seja um aeróbio obrigatório, A.ferrooxidans pode reduzir o íon férrico
anaerobicamente durante a oxidação do enxofre para a produção de energia utilizada
no crescimento bacteriano (PRONK & JOHNSON, 1992; DAS & M1SHRA, 1996).
A Figura 5 (A e B) mostra imagens do A. ferrooxidcms obtidas por microscopia de
forças atômicas (A) e por microscopia eletrônica de varredura (B) (BEVILAQUA,
2003).
A espécie utiliza somente substratos inorgânicos para seu crescimento,
necessitando basicamente, além da fonte energética (Fe2+ ou formas reduzidas de
enxofre, incluindo os sulfetos metálicos), suprimentos de nitrogênio, fósforo e magnésio
(TUOVINEN, 1979; RAWLINGS, 1981).
Como resultado de cerca de 30 anos de pesquisa, existe unanimidade com
relação a estequiometria da reação de oxidação do íon Fe2\ a qual pode ser vista na
equação abaixo:
Mecanismo Mecanismo F I G U R A 7. E s q u e m a d o m e c a n i s m o do
via tiossulfato via polissulfeto
t i o s s u l f a t o e d o p o l i s s u l f e t o na
biolixiviação dos sulfetos metálicos. MS
- sulfeto metálico; M 2+ - íon metálico;
S^O,2 - tiossulfato, S n2 - polissulfeto; S g
- enxofre elementar; A. /., A. t. - reações
enzim áticas prom ovidas por
A c id ith io b a c illu s ferrooxidans e
A c i d i t h i o b a c i l l u s t h i o o x i d a n s \ (*) -
possíveis reações enzim áticas
prom ovidas por A c id ith io b a c illu s
fe rro o x id a n s e A c id ith io b a c illu s
th io o x id a n s .
SO„2 + H+
4. B io a cu m u la çã o e b io tra n s fo rm a ç ã o d e m e ta is
5. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
Referências
BA LA SH O V A . V.V.; VEDE NIN A, I.Y.; BRIERLEY. C.L.; KELLY, D.P.; SEAL. K.J.; B EST
M ARK OSY AN , G.E.; ZAVARZIN, G.A. The D.J. Materials and biotechnology. In: HIGGINS.
au xo tr o p h ic growth of L e p to s p ir illu m I.J.: BEST. B.J.; JONES, J. (Ed.) Biotechnology:
ferro o xid a n s. M ikrobiologiya, Moscou, v.43, Principies and applications. Oxford: Blackwell
p . 581-585, 1974. Scientific Publications, 1985. p . 163-213.
BALLESTER, A.; CÓRDOBA, E. Hidrometalurgia BRIERLEY, J A ; BRIERLEY, C.L.; GOYAK, G.M.
de ia calcopirita. In: MENACHO, J.M.; CASAS AMT-BIOCLAIMÔ: a new wastewater
DE PR AD A, J.M. H yd ro co p p er, 2005. tr e a t m e n t in m e ta l re c o v e ry te ch nolo gy . In:
Santiago: Universidad de Chile, p. 19-41. L A W R E N C E , R.W.; B R A N I O N , R .M .R ;
BENGRINE, A.; OHMURA, N.; BLAKE II, R.C. E B N E R , H.G. F u n d a m e n ta l and a p p lie d
Acidithiobacillus ferrooxidans and Leptospirillum b io h y d r o m e ta llu r g y . A m s t e r d a m : E ls e vi e r,
fe rro o x id a n s adhere to different sites on the 1986, p . 291.
surface of pyrite? In: C IM IN EL LI , V.S.T.; BRIERLEY. J.A.; LOCKWOOD, S.J. The ocurrence
GA RC IA Jr.. O. (Ed.) B io h y d ro m e ta llu r g y : o f t h e r m o p h i l i c ir o n - o x i d i z i n g b a ct é ri a in a
fundamentais, technology and su st a in a b le co pper leaching system. F E M S M icrobiology
de ve lop m ent , part B: biosorption and L etters, v.2. p . 163-165, 1977.
bioremediation. Amsterdam: E l s e v ie r, 20 01, B R O C K , T.D. ; B R O C K , K.M.; BELLY, R.T.;
p . 573-581. WEISS, R.L. Sulfolobus: a new genus of sulfur-
BERTHELOT, D.; LEDUC, L.G.; FERRON1. G.D. oxidi zi ng bactéria living at low pH and high
T e m p e ra tu re s stud ies o f i r o n - o x i d i z i n g temperature. A rchives o f M icrobiology. v.84,
autotrophs and acidophilic heterotrophs isolated p . 54-68, 1972.
fr om u ra m u m mines. C a n a d i a n J o u r n a l B R U Y N E S T E Y N , A. M in e r a l bi ot e c h n o lo g y .
M icrobiology, v.39, p.384-388, 1993. Journal o f Biotechnology. v. 11, p. 1-10, 1989.
B E V I L A Q U A , D. E stu d o da in te r a ç ã o do BRYAN, C.G.; HALLBERG, K.B.; JOHNSON, D.B.
Acidithiobacillus ferrooxidans com calcopirita Microbial populations of tailings spoil at the São
(C u F e S 2) e bornita (C u5FeS4). 2003 , I13p. Domingos former copper mine. In: HARRISON,
Tese ( D ou to r ad o) - Instituto de Q u í m i c a , S.T.L.; RAWL1NGS D E.; PETERSEN, J. (Ed ).
U n iv e r s id a d e Estadual P a u li s ta - U N E S P , P r o c e e d in g s o f the 16lh I n te r n a tio n a l
Araraquara. B io h y d r o m e ta llu r g y S y m p o siu m . Ca pe
BEVILAQUA. D LEITE. A.L.L.C.; GARCIA J r , Town. Cape Town: Copress, 2005, p.677-686.
O.; TUOViNEN. O.H. Oxidation of BRYNER, I.C.; JAMESON, A.K. Microrganisms in
chalcopyrite by A cidithiobacillus fe rro o x id a n s leaching sulFide minerais. Applied Microbiology,
and A c id ith io b a c illu s th io o x id a n s in shak e v.6, p.28 1-287, 1958.
flas ks. Process B io c h e m istry , v.38, p . 587- BUSSCHER, H. J.; WEERKAMP, A H. Specific and
592. 2002. non-specific interactions in bacterial adhesion
BLAKE II. R.C.; SASAKI. K.; OHMURA. N. Does to s o li d s u b s t r a t a . F E M S M ic r o b io lo g y
a p o r u s ti c y a n in mediate the a d h e s i o n o f R ev iew s, v.46, p. 1 6 5 - 173. 1987.
T h io b a c illu s fe r r o o x id a n s to p yri te ? C A B R E R A , G ; G O M E Z , J.M.; C A N T E R O , D.
H ydrom etallurgy. v.59. p .357-372. 2001. Influence of heavy metais on growth and ferrous
BOOGERD. F.C.; VANDENBEEMD. C ; s u l p h a t e o x i d a t i o n by A c i d o t h i o b a c i l l u s
STOELWINDER, T.; BOS, T ; KUEGNEN, J.G. ferrooxidans in pure and mixed cultures. Process
Relative contributions of biological and chemical B io c h e m is tr y . v.40, p .2 6 8 3 - 2 6 8 7 , 2005.
reactions to the overall rate of pyrite oxidation C E R D Á . J.; G O N Z Á L E Z . S.; RIOS, J.M.;
at te m p e ra t u re s between 30°C a n d 70°C. QUINTANA, T. Uranium c o n ce n tr a te s
B io te ch n o lo g y a n d B io e n g in e e r in g . v .38, b io pro duc tio n in Spain: a case study. FEM S
p. 109-1 15, 1991. M icrobiology Reviews, v .11, p.253-260, 1993.
BOON, M. The mechanism of ‘direct’ and ‘indirect’ C O L M E R . A ,R : H IN K L E . M.E. The role o f
bacte ria l o xid a ti on o f su lph ide m in e ra is . m i c r o r g a n i s m s in acid mi ne dr ai na ge: a
H ydrom etallurgy. v.62, p.67-70, 2001. preliminary report. Science, v. 106, p.253-256.
B O O N , M.; SNI JD ER. M.; H A N S F O R D , 1947.
G.S.; HE1JNEN, J.J. The oxida tion k in e ti c s C O L M E R , A.R.; TE MPLE . K.L.; HINKLE. M.E.
of zinc sulphide with Thiobacillus ferrooxidans. An i r o n - o x i d i z i n g b a c t e r i u m from the acid
H ydrom etallurgy. v.48, p . 171-186. 1998. d r a i n a g e o f s o m e b i t u m i n o u s coal m in e s .
BRIERLEY, C L . Microb iol og ical mining. J o u r n a l o f B a c t e r io lo g y , v . 59. p .3 1 7 - 3 2 8 ,
S c ien tific A m erican, v.247. p .44-5 3, 1982. 1950.
78 Microbiologia Ambiental
G A R C IA Jr., O.; BRITO, J. U tilização de ING LE DEW , W J. Fe rr ous iron ox ida tio n by
microrganismos no tratamento de minérios de Thiobacillus ferrooxidans. Biotechnology and
urânio, In: C O N G R E S S O BRAS ILE IRO DE B io e n g in e e rin g S y m p osiu m Series, v. 16,
ENERGIA, 3., 1984. Rio de Janeiro. Anais... p.23-34, 1986.
v. 5, p .2043-2048. JOH N S ON , D.B.: H A L L B E R G , K.B The
GARCIA Jr., O.; SILVA, L.L. Differences tn growth microbiology of acidic mine waters. Researchs
a n d iron ox ida tio n among T h io b a c illu s in Microbiology. v. 154, n.7. p.466-473, 2003.
ferro o xid a n s cultures in the presence of some KARAN, G.: NATARAJAN, K.A.; MODAK. J.M.
toxic metais. B io tech n olo gy L etters, v. 13, Estimaton o f mineral-adhered biomass of
p . 567-570, 1991. Thiobacillus fe rro o x id a n s by protein assay—
GEHRKE, T.; TELEGDÍ, J.; THIERRY, D.; SAND, some problems and remedies. Hvdrometallurgy,
W. Im po rt an ce o f extrace llu lar polymeric v.42, p . 169-175, 1996.
substances from Thiobacillus ferrooxidans for KARAVAIKO. G.L; GROUDEV. S.N.
biol ea chi ng. A p p l i e d a n d E n v i r o n m e n t a l Biogeotechnology of metais, its history, tasks
M ic ro bi ol og y. v.64. p.2743-2747, 1998. and trends of developmem. In: KARAVAIKO,
GONZALÉZ-TORIL, E.; LLOBET-BROSSA. E.; G.I.; GROUDEV, S.N. (Ed.). Biogeotechnology
CASAMAYOR, E.O.; AMANN. R.; AMILS, R of metais: Proceedings of International Seminar
Microbial e co lo gy o f an ex tre me acidic and Tr ain in g C ourse. Mosc ow: United
e n v ir o n m e n t, the Tinto River. A pplied and N at io ns En vi ron me nt Pr o g ra m m e (UNEP),
E nvironm ental M icrobiology, v.69, p.4853- Centre of International Projects, GKNT, 1985,
4865, 2003. p . 6-24.
GOTTSC HAL K. G. Bacterial metabolism New KELLY. D.P.: WOOD, A.P. Reclassification of some
York: Springer-Verlag, 1979, 281 p. species of Thiobacillus the newly designated
GROUDEV. S.N.; GENCHEV, F.N.; GAIDARJIEV, genera A c id ith io b a cillu s gen. nov.
S.S. O b se rv a ti o n s on the microflora in an Halothiobacillus gen. nov. and Thermithiobacillus
industrial copper dump leaching operation. In: gen. nov. International Journal Systematic
MUR R, L.E.; T O R M A . A.E.: BRIERLEY, E volution M icrobiology, v.50, p.511-515,
J.A (Ed ). M eta llu rg ica l a p p lic a tio n s of 2000 .
b a cteria l le a ch in g and related m ic r o KINZLER, K.; GEHRKE. T.; TELEGDÍ. J.; SAND,
biological phenom ena. New York: Academic W. Bioleaching - a result of interfacial processes
Press, 1978, p.253-274. caused by extracellular polymeric substances
GR OU D EV A. V I. ; GROUDEV, S.N. Mutation (EPS) In CIMINELLI, V.S.T.; GARCIA Jr., O.
selection o f Thiobacillus ferrooxidans for the (Eds.). B iohyd rom etallurgy: fundamentais,
purpose of leaching of copper sulphide mineral. technology and sustainable development, part
M ik r o b io lo g iy a , Mo scou, v .17, p . 33-47, A: bioleaching, microbiology and molecular
1 9 8 0 /7 . biology. Amsterdam: Elsevier, 2001, p. 191-197.
GR OU D E VA, V I . ; GROUDEV, S.N. Strain LEDUC, L.G.; TREVORS, J.T.; FERRONI, G.D
improv.ement of Thiobacillus ferrooxidans for Thermal characterization of different isolates
the pu rp os e o f leaching of co pp er su lphide of T h io b a c illu s fe r r o o x id a n s . FEMS
mineral. In: M E E T IN G OF M INERS AND M icrobiology L etters, v. 108, p. 189-194,
METALLURGÍSTS. TECHNICAL FACULTY, 1993.
12., I980í/, Bor. Yugosiavia. Proceedings... v. LITTLE, B.; WAGNER, P.; MANSFELD, F. An
11. p.354-364. ove rv ie w o f m ic r obio lo gic a lly influenced
GUAY. R.; SILVER, M.; TORMA, A.E. Ferrous iron corrosion. Electrochimica Acta, v.37, p.2185-
o x id a tio n and uran ium ex tra ctio n by 2194, 1992.
Thiobacillus ferrooxidans. Biotechnology and MURRAY, A.D.; KIDBY, D.K. Sub-cellular
B io e n g in e e rin g . v. 19, p .727-740, 1977. lo c a t i o n o f merc ury in yeast grown in the
HARRISON Jr., A P. Genomic and physiological pre se nc e o f merc uri c chloride. Journal of
divers ity a m on gst strains o f T h io b a c illu s General M icrobiology. v.86, p.66-85, 1975.
fe r r o o x id a n s , and genoinic comparison with MURTHY, K.S.N.; NATARAJAN, K.A. The role
T h io b a c illu s th io o x id a n s. A rch ives of o f s ur fa ce at ta ch m e n t of T h io b a cillu s
M icrobiology, v. 131. p.68-76, 1982. fe r r o o x id a n s on the b io oxid a tio n o f pyrite.
HATCH, R.T.: MENAWAT, A. Biological removal Minerais & Metallurgical Processing, p. 20-
and recovery of trace heavy metais. 24, 1992.
B iotech nology B ioengineering Sym posium OM AR , N.B.; M ER ROU N; M.L.;
Series, v.8, p . 191-203, 1978. G O N Z A L E Z M U N O Z , M.T; ARIAS J.M.
HOLT, J G. B erg ey ’s manual o f determ inative Brew ery yeast as a bios orbent for uranium.
bacteriology. 9.ed. Baltimore: The Williams Journal of Applied Bacteriology, v.81, p.283-
& Wilkins. 1994, 436p. 287, 1996.
80 M icrobiologia Am biental
T U O V IN E N , O.H.; KELLY, D.P. Studies on the VAN LO OSD REC HT, M.C.M.; LYKLEMA, J ;
growth o f T hiobacillus fe rro o x id a n s. Use of NORDE, W ; SCHRAA, G.; ZEHNDER. A.J.B.
m e m br a n e filters and ferrous iron agar to Influence o f interfaces on microbial activity.
determine viable number and comparison 14C 0 2- M icro b io log ica l R eview s. v .54, p.75-87,
fixa tion a nd iron o x id a tio n as me as ure s of 1990.
growth. A rch iv es o f M icr o b io lo g y . v.88. WILLIAMS, J.W.; SILVER, S. Bacterial resistance
p.285-298, 1973. and detoxification of heavy metais. Enzyme
TUOVINEN. O.H.; PANDA, F A ; TSUSHUJA, Microbial Technology, v.6, p.530-537, 1984
H.M. Nitrogen requirements of iron- oxidizing ZEHNDER, A.J.B.; ZINDER, S.H. The sulfur cicle.
Thiobacilli for acidic ferric sulfate regeneration. In: HUTZINGER, O. (Ed ) The handbook of
A pplied and Environm ental M icrobiology, environm ental chem istry, v . l , Part A. New
v.37. p.954-958, 1979. York: Springer-Verlag, p . 106-145. 1980.
VAN L O O SD R EC H T, M.C.M .; LYKLEMA. J.;
NORDE, W.; SCHRAA. G ; ZEHNDER, A.J.B.
Eletrophoretic mobility and hydrophobicity as
a measure to predict the ínitial steps of bacterial
adhesion. A pp lied and E nv iro n m en tal
M icrobiology. v.53, p. 1898-1901, 1987.
4
I . B io p ro sp e cçã o e e co lo g ia m ic ro b ia n a
2. B io p ro sp e cçã o de m ic ro rg a n is m o s c u ltiv á v e is
2.1 Biorremediação
estratégias poderão ser abordadas na busca pelos organismos e/ou genes de interesse
que podem tanto ser baseadas no cultivo de microrganismos quanto em técnicas
moleculares de rastreamento.
permanece sem explicação. Dessa forma, estudos que esclareçam essas relações e
desenvolvam estratégias confiáveis de monitoramento dos agentes de controle biológico
são cruciais para o entendimento dos mecanismos que interferem na colonização e
expressão de genes ligados ao antagonismo em ambientes não estéreis (GÕTZ et al
2005).
Como exemplo, podemos citar o trabalho de Brewster, Spiers e Hopcroft
(1997) que mostrou a ação antagonista da estirpe E. aerogenes B8 no controle de
Phytophthora cactorum , um fungo patogênico causador de grandes perdas na
produção de maçãs em pomares na Nova Zelândia. Outros trabalhos reportam uma
importante atividade de biocontrole exercida por estirpes de E. cloacae no controle
biológico de Pythium ultimum, causador do “damping-off’ em diversas culturas
agrícolas (NELSON et al., 1986; LOPER et a/., 1993).
O grande potencial no uso de Pseudomonas fluorescentes no controle de R.
solanacearum vem sendo reportado em diversos estudos (BERG et al., 2002; HAAS
& KEEL, 2003; GARBEVA, VAN VEEN & VAN ELSAS, 2004), mas em alguns
casos, além da redução significativa da doença em experimento de casa-de-vegetação,
há também melhora na produtividade da cultura da planta avaliada. Khalequzzaman
e colaboradores (2002) puderam observar não apenas o controle de R. solanacearum
em tomateiro por P. fluorescens, como também o aumento na produção de tomates.
Muitos estudos já demonstraram a influência da espécie de planta sobre a
comunidade microbiana associada a ela (BERTRAND et al., 2001; GARBEVA,
VAN VEEN & VAN ELSAS, 2004). Podemos citar dois estudos conduzidos sobre
rizosfera de nabo (Brassica napus), um por Germida e colaboradores (1998) e outro
por Kaiser, Puhler & Selbitschka (2001), que reforçam a hipótese de que o tipo de
planta influencia mais a diversidade de bactérias associadas a raiz do que o tipo de
solo.
O primeiro estudo utilizou métodos independentes de cultivo, enquanto o
segundo avaliou abordagem dependente e independente (biblioteca do gene 16S rDNA)
de cultivo. Apesar de cada estudo ter utilizado tipos de solos diferentes, ambos
indicaram fortemente que o tipo de planta tem um grande papel na composição da
comunidade bacteriana associada a rizosfera, enquanto o tipo de solo, nos dois casos,
apresenta um papel muito menos significativo.
Smalla e colaboradores (2001) avaliaram os efeitos de três diferentes plantas
(Batata (Solanum tuberosum L.), nabo (Brassica napus L.) e morango (Fragaria
ananassa Duch.)) sobre a comunidade bacteriana da rizosfera, através de PCR-
DGGE, e também, se esse efeito era afetado durante o crescimento da mesma cultura
após dois anos consecutivos. Esse estudo também demonstrou que as mudanças na
nos perfis das populações bacterianas da rizosfera eram totalmente dependentes da
planta relacionada a rizosfera, e que esse efeito era mais expressivo no segundo ano
de cultivo das mesmas.
Lagopodi & colaboradores (2002) acompanharam a colonização de raízes
estéreis de tomateiro, pelas estirpes de biocontrole Pseudomonas fluorescens WCS
365 e P chlororaphis PCL 1391 marcadas com gfp e pelo fungo patógeno Fusarium
oxysporum f. sp. radieis lycopersici marcado com ds-red (Proteína vermelho-
fluorescente) através de microscopia confocal. Eles observaram que a colonização
92 M icrobiologia Ambiental
da rizosfera era muito mais rápida e acentuada pelas estirpes de Pseudomonas por
eles utilizadas em comparação a colonização da raiz pelo fungo. Esse resultado se
mostrou bastante promissor na aplicação dessas estirpes no biocontrole do patógeno,
já que indicou uma boa habilidade de colonização das estirpes avaliadas, entretanto
não se sabe se seria observado o mesmo resultado em solo não estéril.
Outro trabalho recente relatou o rastreamento eficiente de quatro estirpes
antagonistas a R. solanacearum identificadas como Pseudomonas putida PRD 16,
PRD 18, PRD 38 e Enterobacter cowanii PRF 116, previamente caracterizadas e
marcadas com gfp na rizosfera de tomateiro através de microscopia confocal e
plaqueamentos. O experimento desenvolvido nesse trabalho está representado na
Figura 1. As marcações com resistência à rifampicina, e com GFP tomaram as estirpes
mais fáceis de serem monitoradas através de meios seletivos, uma vez que o plasmídio
carreador do gfp também conferiu resistência à gentamicina, à canamicina e à
estreptomicina (PEIXOTO et al., 2004, PEIXOTO 2005).
Os dados obtidos através de plaqueamento seletivo, em meio com antibióticos,
mostraram a presença de um número expressivo das células marcadas com a
resistência a antibióticos para as amostras de rizosfera inoculadas com as quatro
diferentes estirpes. Todas as estirpes analisadas apresentaram contagens elevadas
de unidades formadoras de colônia no meio contendo rifampicina e gentamicina durante
todo o experimento (superior a 106 cfu/g de raiz fresca), mostrando uma boa taxa de
(Tratamentos)
Tempos de coleta
24 horas, 5, 11 e 29 dias
O o bservaçS ono
m icroscópio
P laqueam ento das réplicas em oonfoca)
m eioe K ing B com e sem
antibióticos
F I G U R A 1. E s q u e m a c o m as
e t a p a s d o e x p e r i m e n t o de
I c o l o n i z a ç ã o d a r i z o s f e r a de
tomateiro por estirpes antago
/ P C R /D G G E de am o stra» de nistas a R. so la n a c e a ru m em
i rizosfera sem inoculação e
.. in ocu ladas com P R F 116
casa-de-vegetação (Peixoto
2005).
Bioprospecção da diversidade microbiana cultivável e não cultivável
sobrevivência das células. Outro ponto relevante é o fato de que o plasmídio IncQ
utilizado para a marcação com GFP, que também carreava resistência à gentamicina,
se manteve estável ao longo das coletas. Esse é um de poucos estudos demonstrando
a estabilidade de plasmídio IncQ em rizosfera durante um período relativamente longo
de tempo. Esse dado é bastante relevante devido à importância da utilização de
plasmídios IncQ (que possuem um amplo espectro de hospedeiros) em estudos de
ecologia microbiana.
A microscopia confocal foi extremamente importante para a observação e
localização da estirpe na raiz, além de permitir especular sobre sua atividade metabólica
(Figura 2). Para todas as estirpes, foi observado que a colonização se dava
preferencialmente nas raízes primárias e pêlos de raízes, sendo muito raro encontrar
células marcadas em raízes mais jovens, o que sugere uma baixa taxa de migração
das estirpes inoculadas para regiões mais jovens da raiz. Ao longo do tempo, as
células localizavam-se preferencialmente nas bordas das raízes primárias ou próximas
a células danificadas, provavelmente devido a maior disponibilidade de exsudatos.
/
10*»
3. B io p ro s p e c ç ã o d e m ic ro rg a n is m o s não c u ltivá ve is
3 .1 Obtenção do D N A am biental
fragmentado que o obtido por extração indireta. Na maioria dos casos o DNA mais
fragmentado (de menor tamanho), é mais apropriado para construção de bibliotecas
de clones de insertos pequenos (HENNE et a i, 1999; MAJERNIK, GOTTSCHALK.
& DANIEL, 2001; GUPTA, BERG & LORENZ, 2002, KNIETSCH et a i, 2003),
embora alguns estudos tenham utilizado DNA obtido por esse tipo de metodologia
para construção bibliotecas de insertos grandes (RONDON et a i, 2000; ENTCHEVA
et a i, 2001; MACNEIL et a i, 2001). Já a extração de DNA por lise indireta é mais
apropriada para construção de bibliotecas de insertos grandes (COURTOIS et a i,
2003). O uso dessa ultima estratégia é vantajoso também no caso de amostras contendo
altas concentrações de substâncias que interferem nas reações enzimáticas necessárias
para construção da biblioteca, pois podem muitas vezes ultrapassar os problemas
causados por estes. De qualquer maneira, nenhum tipo de extração será apropriado
a todos os tipos de ambiente, ou seja, cada tipo de ambiente requer um tipo de extração
específico para suas características e diversas metodologias diferentes podem ser
encontradas na literatura, assim como diversos kits comerciais também são facilmente
adquiridos e apresentam bons resultados.
Esse método tem sido amplamente usado para seleção de clones carregando
genes marcadores filogenéticos como o gene que codifica o rRNA I 6S (rrs) (BEJA
et al., 2000; QUAISER et al., 2002; STEIN et al., 19%). Essa abordagem é bastante
o b jetiv a quando se pretende adquirir inform ações sobre o m etabolism o de
microrganismos cujo grupo não há ainda nenhum representante cultivado. Ou sobre
um organismo dominante em um dado ambiente e ainda não cultivado. Assim, o
seqüenciamento de um clone contendo um fragmento do genoma deste organismo
traria uma informação de extrema importância para se entender o papel desse
organismo no ambiente.
Esse método, conforme já mencionado, como utiliza regiões conservadas de
genes conhecidos, torna difícil à identificação de novas proteínas variantes que exerçam
uma mesma função metabólica, pois estas podem ser divergentes demais para serem
identificadas por PCR e hibridação.
Por essa razão, a grande maioria dos projetos que tem como objetivo o
isolamento de novos bioprodutos, utilizando métodos de seleção baseados em função,
onde se buscam clones capazes de expressar a função desejada. Como não é
necessária nenhuma informação prévia sobre a seqüência, essa é a melhor estratégia
com potencial de descoberta de novas classes de genes que codifiquem funções
tanto novas como também conhecidas (DANIEL, 2005).
Os métodos baseados em função dependem da capacidade de se testar um
imenso numero de clones da biblioteca para a produção da enzima ou metabólito
desejado, para isso se deve padronizar testes em larga escala, pois, a maioria dos
testes não são adequados para avaliar de modo simples e rápido, uma quantidade de
clones que pode facilmente ultrapassar o numero de 100000. Além disso, essa
abordagem depende da existência de um teste simples para indicar a presença do
metabolismo no clone, o que em alguns casos pode tomar impossível a avaliação da
biblioteca por esse tipo de metodologia. Entretanto, a utilização desse método, permite
que quando um clone ativo for encontrado, esse possa posteriormente ter seu
metabolismo caracterizado bioquimicamente, o que nem sempre é possível quando se
trabalha com métodos baseados em seqüência.
Recentemente um terceiro método de seleção tem se mostrado promissor, o
SIGEX (Substrate-Induced Gene Expression: Expressão gênica induzida por substrato).
Esse método tem como objetivo selecionar clones contendo genes ou vias de
catabolismo (UCHIYAMA et a l 2005). Essa técnica baseia-se no fato desses genes
serem normalmente induzidos pelo seu substrato e suas regiões reguladoras serem
próximas a eles. Assim, com a construção de um vetor contendo o gene repórter gfp
(green-fluorescent protein: proteína fluorescente verde) posicionado na região 3’ do
inserto (sobre o controle das regiões reguladoras do inserto), as células contendo
regiões reguladoras induzidas pelo substrato apresentaram fluorescência verde pela
expressão do gene gfp . Dessa maneira, as células fluorescentes podem ser separadas
das demais em citometria de fluxo com seleção de células (cell sorting). Essa técnica
tem grande potencial para a seleção de clones em larga escala, pois pode rapidamente
separar as células capazes de induzir a fluorescência (DANIEL, 2005).
Além dessas metodologias de seleção de clones, existem ainda alguns projetos
onde essa etapa simplesmente não é realizada, que são os seqüenciamentos aleatórios
Bioprospecção da diversidade microbiana cultivável e não cultivável 99
4. C onsiderações finais
A g ra d e c im e n to s
R eferências
RADAJEWSKl, S.; MURRELL, J.C. Stable isotope TAMAS, I.; KLASS ON. L.; C A N B A C K , B,;
probing for detection of methanotrophs after NASLUND. A.K.: E R IK S SO N , A.S ;
enrichment with 'CH4. Methods in Molecular W E R N E G R E E N , J.J.: S A N D S T R O M , J . P ;
Biology v. 179, p . 149-157, 2002. MORAN, N.A.; ANDERSSON S.G. 50 million
RIESENFELD, C S .; GOODMAN, R.M.; years o f ge nom ic stasis in en do sy m bi otic
HANDELSMAN, J. Uncultured soil bactéria are bactéria. Science, v.296. p . 2376-2379,
a reservoir of new antibiotic resistance genes. 2002.
E n v iro n m en tal M icro b io log y , v.6, p.981 - TEBBE. C.C.; VAHJEN, W. Interference of humic
989, 2004. acids and DNA extracted directly from soil in
RONDON, M.R.: AUGUST, P.R.; BETTERMANN, detection and transformation of recombinant
A.D.. BRADY, S.F.; GROSSMAN, T.H.; LILES, DNA from bactéria and a yeast. Applied and
M.R.; L O I A C O N O , K.A.; LYNCH. B.A.; Environm ental M icrobiology. v.59. p.2657-
MACNEIL, I.A.; MINOR, C.; TI ONG , C.L.; 2665. 1993.
GILMAN, M ; OSBURNE, M.S.; CLARDY, J.; TYSON, G.W., CH APMAN, J., HUGENHOLTZ,
HANDELSMAN. J.; GOODMAN, R.M. Cloning P.. ALLEN, E.E., RAM, R.J.. RICHARDSON,
the Soil Metagenome: a Strategy for Accessing P M . , SOL OV Y EV . V.V., RUB1N, E.M..
the Gen etic and Fu nc tio na l Div ers ity o f ROKHSAR. D.S.; BANFIELD. J.F. Community
U nc ult ure d M ic r o o rg a n is m s A p p lied and structure and metabolism through reconstruction
E nvironm ental M icrobiology, v.66, p.2541 - of microbial genomes from the environment.
2547. 2000. Nature. 428, p.37-43, 2004.
R O SAD O, A . S . ; DUARTE, G.F. Utilização de U CHI YA MA, T.; ABE, T.; IKE MU RA , T.;
el etroforese em gel com gradientes de WATANABE, K. S ub s tra te -in duc ed gene-
desnaturantes (DGGE) e gel com gradiente de ex pre ss io n scr ee nin g o f e nv iro nm en ta l
temperatura para estudar a diversidade microbiana. metagenome libraries for isolation of catabolic
2002. In: MELO, I.S.; (Ed.) G en ética e genes. Nature Biotechnology. v.23, p.88-93,
m elhoram ento de m icrorg an ism o s São 2005.
Paulo: Ed. da USP, 2002. p.97-129. URBACH, E.; VERGIN, K.L.; GIOVANNONI, S.J.
ROSADO, A.S.; DUARTE, G.F.; SELD1N, L ; VAN Im m u n o c h e m ic a l detec tio n and isolation of
ELSAS, J.D. Molecular Microbial Ecology: a DNA from meta bol ica lly active bactéria.
minireview. B razilian Journal of A pplied and E nvironm ental M icrobiology.
M icrobiology, v.28, p . 135-147, 1997. v.65, p . 1207-1213, 1999.
SCHIPPERS, B.; LUGTENBERG, B J.J ; VENTER, J.C.; REMINGTON, K ; HEIDELBERG,
W E IS B E E K , P.J. Plant grow th co n tr o l by J.F.; HALPERN, A.L.; RUSCH, D.; EISEN, J.A.;
fluorescent Pseudomonads. 1987. In: Chet. I. WU, D.; PAULSEN, I.; N ELSO N . K.E.;
(Ed.) Innovative approaches to plant disease NELSON, W.; FOUTS, D.E.; LEVY, S.; KNAP.
control. p. 19-39. John Wiley, New York. A.H.; LOMAS, M.W.; NEALSON, K.; WHITE.
SCHLEPER, C.; SWANSON, R.V.; MATHUR, E.J.; O.; PETERSON, J.; HOFFMAN, J.; PARSONS,
D E L O N G E.F. C ha r a c te ri z a t io n o f a D N A R ; BADEN-TILLSON, H.; PFANNKOCH. C.;
polymerase from the uncaltivated psychrophilic ROGERS, Y.H.; SMITH, H.O. Environmental
archaeon C enarchaeum sym biosum . Journal genome shotgun sequencing of the Sargasso Sea.
of Bacteriology. v . 179, p.7803-7811, 1997. Science, v.304, p.66-74. 2004.
SC H L O S S , PD.; HANDELSMAN. J. WANG, G.Y.; GRAZIAN1. E.; WATERS. B ; PAN,
Biotechnological prospects from metagenomics. W.; LI, X.; MCDERMOTT, J.; MEURER, G.;
C u rren t O p in ion in B io te ch n o lo g y . v. 14, SAXENA, G.; ANDERSEN, R.J.; DAVIES, J.
p . 303-310, 2003. Novel natural products from soil DNA libraries
SM ALL A, K.; WIELAND. G.: B U CH N ER , A ; in a streptomycete host. Organic Letters, v.2,
ZOCK, A.; PARZY. J ; KAISER, S.; ROSKOT, 24 01 -2 404 , 2000.
N.; HEUR, H ; BERG, G. Bulk and rhizosphere WATANABE, K.; HAMAMURA, N. Molecular and
soil bacterial communities studied by denaturing physiological approaches to understanding the
gra d ie n t elec tro phor esi s: p l a n t - d e p e n d e n t ecology of pollutant. Degradation, v. 14, p.l-
e n ri c h m e n t and sea sonal shifts reve lea d. 7, 2003.
A pplied and E nvironm ental M icrob io lo gy , WATANABE, K.; BAKER. P.W. Environmentally
v.67: p.4742-4751. 2001. relevant m ic ro org a ni s m s . Journal of
STEIN, J.L.; MARSH, T.L.; WU, K.Y.; SHIZUYA, B io sc ie n c e and B io e n g in e e rin g . v.89, p . l -
H.; DELONG, E.F. C h a r a c te ri z a t io n of 11 20 00
, .
uncultivated prokaryotes: isolation and analysis WELLER, D.M., Biological control of soil borne
of a 40-kilobase-pair genome fragment from a plant pathogens in the rhizosphere with bactéria.
pla nk to ni c marine archaeon. J o u r n a l o f A nnual R eview o f P h y to p a th o lo g y , v.26,
Bacteriology. v. 178, p .591-599, 1996. p.379-407. 1998.
106 M icrobiologia A m biental
WELLÊR, D.M.; THOMASHOW, L.S. Current YUN, J-- KANG, S.; PARK, S.; YOON, H.; KIM.
challeunges in introducimg benefiçiail M.J.; HEU, S.; RYU, S. Characterizatkm o f a
Microorgafliánnâ into The Rhizospheie. In: novel amylolytic enzyune encoded by a gene
QPGÀRA, F.; DOWLIMr, D.N.; BOESTEN, B. frefiG a soil-derrwed! metagenoimic libiatny.
(eds.) M o lecu la r E cology o f R h ízo sp k ere A pplied and Environtncrafal Microbiottag^..
Mícrorganísim». VCH Publishers, Weinheiim, v.70, p.7229-7235, 2004..
Alemanha, 1994.
5
(S ô tu a k ó d s á'r /V fç u / *
I. In tro d u ç ã o
2. PCR e m te m p o re a l
diferentemente daquele que usa corantes inetercalantes, como “SYBR Green I”, é
específico, pois são empregadas sondas marcadas complementares ao DNA-alvo,
reduzindo consideravelmente o risco de contaminação da amostra e conseqüentemente
evitando o aparecimento de “falsos positivos” como resultado da amplificação. Quando
se utiliza a sonda do tipo “TaqMan” , esta é marcada duplamente com uma molécula
“repórter” (R) na extremidade 5’ do DNA e outra molécula extinguidora, absorvedora
ou “quencher” (Q) no terminal 3’ do DNA. Quando estão próximas, a molécula Q
absorve a fluorescência emitida pela molécula R uma vez excitada. Durante a PCR,
a sonda irá se ligar a seqüência complementar do DNA a ser amplificado. Quando a
Taq polimerase encontra esta seqüência durante a síntese da nova fita de DNA, esta
enzima que possui atividade exonucleásica 5 ’ —> 3 ’, remove a molécula repórter que
emitirá fluorescência livremente. Esta sonda é baseada no princípio FRET que vem a
ser uma “transferência de ressonância por transmissão de energia” ou “ flúores
cence resonance energy transfer” (Didenko, 2001) e emite sinal de fluorescência
somente quando clivada. Um detector que é um dispositivo de carga acoplada ou
“charge-coupled device”, mede a fluorescência acumulada da molécula repórter
durante a PCR por meio de uma fibra óptica presente no tubo de reação. A fluorescência
é, então, correlacionada com a quantidade de produto formado em tempo real durante
a amplificação, sendo a PCR considerada então como quantitativa (Higuchi et al.,
1993; Didenko, 2001). As sondas do tipo “Molecular beacons” e “Scorpions” também
são baseadas no princípio FRET, porém não necessitam de hidrólise por atividade
nucleásica. As metodologias e princípios para a PCR em tempo real, descritas acima,
estão sumarizadas na Figura 1 e Tabela 1.
P rin c íp io M o lé c u la A n e la m e n to P o llra e r lz a ç á n R e fe re n c ia i
A g e n le C o n s id in e et a i , 2 0 0 1 ,
in ie rc a la n te (c o ra n te ) . • e * H a r a r i- S te m b e r g et a i ,
2001, Y okoyam a &
N is h ia ta n i. 2 0 0 1
. =
■
‘M o l e c u l a r
B eacon"
OU
4- G o n c ç a lv e s et a i . 2 0 0 2
F a ro l
m o le c u la r
S ch en a et a l , 2002a
E s c o r p iã o
4
— D N A rrnildí ONA «ntetizado. ^ O lig on itcle n iid en .
TABELA 1. Características da detecção das moléculas utilizadas nos métodos da PCR em tempo real.
Necessidade de
Multicapacidade Discriminação
Tipo de Química Especificidade oligonucleotídeos Custo
de detecção alélica
específicos
C o r a n te s
D o is P C R
intercalantes N ão Não Não $
"prime rs1’
dsD N A
Dois PCR
"prime rs"; uma
TaqMan Sim Sim Sim $$
sonda
específica
Faróis m o lecu lares D o is P C R
ou"M olecular "primers"; uma Sim Sim im $$
B ea co n s" s o n d a s p e cífica
U m PC R
PCR Escorpião
"primer";um Sim Sim Sim $$
o u MPCR Scorpion"
"primerM/sonda
$ $ , caro; $. relativam en te barato
Fonte: adaptado W on g & M edrano, 2 0 0 5 .
3. A p lic a ç õ e s d a PC R e m te m p o re a l p a ra e s tu d o de
m ic ro rg a n is m o s e m d ife re n te s a m b ie n te s
3.1 Solo
4. In te ra ç ã o m ic ro rg a n is m o s -p la n ta
R eferências
ARAÚJO. W.L.! MARCON, J.; MACCHERONI JR.. BASSLER. H.I ; FLOOD, S.J.A.; LIVAK. K.J :
W : EL SAS, J.D.V.; VU URD E . J.L.V.; MARMARO. J.: KNORR. R.; BATT. C.A. Use
A Z E V E D O , J.L. Diversity of en dophytic of fluorogenig probe in a PCR-base assay for
bacterial populations and their interaction with the de te c tio n o f L iste ria m o n o c yto g e n e s.
Xylella fastidiosa in citrus plants. Applied and Applied and E nvironm ental M icrobiology,
E nvironm ental M icrobiology. v.68. p.4906- v.61. p . 3724-3728, 1995.
4914. 2002. BATES. J.A.; TAYLOR, E.J.A. Scorpion ARMS
AVROVA, A.; VEN TE R . E.; BIRCH , P R J ; primers for SN P re a l- ti m e PCR detection
W H IS S O N A , S.C. Profiling and quantifying and q u a n ti fi c a ti o n of P y re n o p h o ra teres.
differential gene transcription in Phytophthora Molecular Plant Pathology. v.2, p.275-280.
infestans prior to and during the early stages of 2001.
p o t a t o infection. Fungai G e n e tic s and BATES. J.A.. TAYLOR. E J A : KENYON. D.M.:
Biology. v.40, p.4-14, 2003. TH O M A S, J.E. The app lication o f real-time
A Z E V E D O , J.L.; M A C C H E R O N I JR.. W.; PCR t o the I d e n t i f i c a t i o n , de te c ti o n and
PE RE IR A . J.O.; ARAÚJO, W.L. Endophytic quantification of Pyrenophora species in barley
mi cr o o rg a n is m s : a review of insect control seed. M olecular Plant Pathology. v.2, p.49-
an d recent a d v a n c e s on tro pical plants. 57, 2001.
Técnicas moleculares aplicadas aos estudos de ecologia microbiana: A PCR em tempo real
BEXTINE. B.. BLUA. M . HARSHMAN, D.; DIDENKO, V. V. DNA probes using fluorescence
MILLER. T. A. A SYBR green-based real-time resonance energy transfer (FRET): designs and
polymerase chain reaction protocol and novel DNA appl ic atio ns . liio T ech n iq u es. v.3 1, p. 1 106-
extraction technique to detect Xylella fastidiosa in 1121, 2001.
H om alodisca coagula te. Journal of Economic D O LKE N. L : SC H U LE R. F.; D O L K E N , G.
Entomology, v.98, p.667-672, 2005. Quantitative detection of t( 14:18)-positive cell
BÒHM. J.; HAHN. A.; SCHUBERT. R.; BAHNWEG by real-time quantitative PCR using fluorogenic
G.: ADLER. N.: NECHWATAL. J.: probes. B ioT echn iques. v.6. p. 105 8- 10 64 ,
OE H L M ANN, R.: OLiWALD, W Real-time 1998.
quantitative PCR: DNA determination in isolated EUN, A J . C . : SEOH, M.L.; W O N G , S.M.
spores o f the mycorrhizal fungus G lom us Simultaneous quantitation of two orchid viruses
m osseae and monitoring of P hyto p h th o ra by the TaqMan real-time RT-PCR. Journal of
in festans and P hytophthora citricola in their Virological M ethods, v.87, p. 151-160, 2000.
respective host plants. Journal of FILION, M.; ST-ARNAUD, M.; JABAJI-HARE, S.
Phytopathology, v. 147, p.409-416, 1999. H. Quan tif ic at ion of F usarium s o la n i f. sp.
BUSCH. M.; SEUTER. A.; HAIN, R. Functional p h a s e o li in myc orrhiz al bean pl a nts and
an al y s is o f the early steps o f c a r o t e n o i d surrounding mycorrhizosphere soil using real-
bi os y n th e si s in tobacco. P lant P h y sio lo g y , time p o ly m e ra se chain rea ction a nd d ir e c t
v. 128, p.439-453. 2002. isolations on selective media. Phytopathology.
C A V I C C H IO L I. R : OSTROWSKL M.; v.93. p.229-235, 2003a.
FEGATELLA, F.; GOODCHILD, A.; GUIXA- FILION. M.; ST-ARNAUD, M.; JABAJ1-HARE, S.
O IX ER E U, N. Life under nutrient limitation H. Direct quantification o f fungai DN A from
in oligotrophic marine environments: an eco/ soil substrate using realtime PCR. Journal o f
ph ys io lo gi c al pe rs p ec ti v e o f S p h in g o p v x is M icr o b io lo g ica l M ethods, v.53. p .6 7 -7 6 ,
alaskensis (formerly Sphingomonas alaskensis). 2003b.
M icrobial Ecology, v.45, p.203-217. 2003. FRAAIJE, B.A.; BUTTERS, J.A.; COELHO, J.M.;
C H E N E B Y , D.; HALLET. S.; M O N D O N . M.; JONES, D.R.; HOLLOMON. D.W. Following the
M AR T ÍN -L A U R E N T , F.; G E R M O N , J. C.; dynamics of strobilurin resistance in Blum eria
PHILIPPOT. L. Genetic characterization of the gram inis f. sp. tritici using quantitative allele-
nitrate reducing c o m m u n it y based on n a rG specific real-time PCR measurements with the
nu c le ot id e seque nc e analysis. M icrob ia l fluorescent dye SYBR Gre en I. P la n t
Ecology. v.46, p. 113-121, 2003. Pathology, v.51, p.45-54, 2002.
CONS1DÍNE, M.J.: DALEY, D.O.; WHELAN. J. The FREDERICK, R.D,, SNYDER, C.L.; PETERSON.
expression of alternative oxidase and uncoupling G.L.; BONDE. M.R. Polymerase chain reaction
protein during fruit ripening in mango. Plant assays for the detection and discrimination o f
Physiology, v. 126, p. 1619-1629, 2001. the so ybea n rust pa th ogen s P h a k o p so ra
CUBERO, J.: GRAHAM. J.H. Genetic relationship pachyrhizi and P. meibomiae. Phytopathology.
a m o n g wo rld wid e strains o f X a n th o m o n a s v.92, p .217-227, 2002.
causing canker in citrus species and design of GACHON, C.: M1NGAM. A.; CHARRIER, B. Real-
new primers for their identification by PCR. time PCR: what rele van ce to plant s tu d ie s ?
A pplied and E nvironm ental M icrobiology. J o u rn a l o f E xp erim en tal B otany. v.55,
v.68. p. 12 57- 1264, 2002. p. 1445-1454. 2004.
C U L L E N . D.W.; LEES, A.K.; TO TH . I.K.; GIL LER , K.E.: BEARE, M.H.; LAVE LLE . P.;
D UN CAN . J.M. Detection o f C olleto trich u m IZAC, A.M.N.; SW1FT. M.J. A g r ic u lt u r a l
c o c c o d e s from soil and pota to tube rs by inte nsi fic at io n, soil bio d iv e rs it y a nd
conventional and quantitative real-time PCR. agroecosystem function. Applied Soil Ecology,
Plant Pathology. v.5 1, p.281-292, 2002. v.6, p .3-16, 1997.
CULLEN. D.W,; LEES, A.K.; TOTH, I.K.: DUNCAN. GONCÇALVES. M.C : KLERKS, M.M.; VERBEEK.
J.M. Conventional PCR and real-time quantitative M : VEGA, J.: VAN DEN HEUVEL. J F. The
PCR detection of Helminthosporium solani in soil use of molecular beacons combined with NASBA
and potato tubers. European Journal of Plant for the sensitive detection of sugarcane yellow
Pathology, v. 107, p.387-398, 2001. le af virus. E uropean Journal o f Plant
DESJARDIN, L.E.; CHEN. Y.: PERKINS, M.D.; Pathology, v. 108, p.401-407, 2002.
TEIX EI RA , L.; CAVE, M.D.; EI SEN NA CH , GREGORY, L.G.; K AR A K A S -S E N , A.;
K.D. Comparison o f the ABI 7700 sy stem RICHARDSON. D.J.; SPIRO, S. Detection of
(Taqman) and competitive PCR for quantification genes from membrane-bound nitrate reductase
o f IS 6110 DNA in sputum during treatment of in nitrate-respiring bactéria and in community
tuberculosis. Journal Clinicai M icrobiology, DNA. F E M S M icrob io lo gy L ette rs, v. 183,
v.36, p . 1964-1968, 1998. p .275-279. 2000.
120 M icrobiologia Ambiental
LIVAK, K.J.; SC HM ITT GEN , T.D. Analysis o f NIJBURG. J.W.: LAANBROEK. H.J. The influence
relative gene expression data using real-time of G lyceria m axim a and nitrate input on the
quantitative PCR and the 2(-Delta Delta C(T)) c o m posi tio n and nitrate m e ta b o li sm o f the
method. M ethods, v.25. p.402-408, 2001. d is si m ila to ry n it r at e -r e du c in g ba c te ri a l
L U E D E R S , T : WAGNER, B.; C L A U S . P.; community. FEMS Microbiology Ecology v.22.
FRIEDRICH, M. W, Stable isotope probing of p.5 7 - 6 3 . 1997.
rRNA and DNA reveals a dynamic methylotroph NIJBURG, J.W,: COOLEN, M.J.L.: GERARDS, S :
community and trophic interactions with fungi GUNNEWIEK, P. J. A K ; LAANBROEK. H J
and pro to z oa in oxic rice fie Id soil. Effects of nitrate availability and the presence
E nvironm ental M icrobiology, v.6, p.60-72, of G lyceria m a xim a on the c o m p o s i ti o n
2004. and act iv ity o f the dis si m il a t o ry n itrate-
MACKAY. I.M.; ARDEN, K.E.; NITSCHE, A. Real- reducing bacterial community. A p p lied and
time PCR in virology. Nucleic Acids Research, E n vironm ental M icrobiology. v.63, p . 9 3 1-
v.30, p. 1292-1305, 2002. 937, 1997.
MAVRODIEVA. V.; LEVY, L.; GABRIEL. D W. OLIVEIRA. A.C.: VALLIM, M.A.; SEMIGHINI,
lmp ro ve d sam p li ng methods for re al-time C.P.; A R A Ú J O , W.L.: G O L D M A N , G.H.;
polymerase chain reaction diagnosis o f citrus MACHADO, M.A. Quantification o f X y le lla
can ke r from fiel d samples. Ph ytopathology, fastidiosa from citrus trees by real-time polymerase
v.94, p .61-68, 2004. chain reaction assay. Phytopathology. v.92,
MAYER. Z ; BAGNARA, A.; FÃRBER, P.; GEISEN, p. 1048-1054, 2002.
R. Quantification of the copy number of nor-l. O V R E A S . L. Population and c o m m u n i t y levei
a gene of the aflatoxin biosynthetic pathway by approaches for analysing microbial diversity in
real-time PCR. and its correlation to the cfu of natural environments. E cology L ette rs, v.3,
A s p e rg illu s fla v u s in foods. I n te r n a tio n a l p.236-251, 2000.
Journal o f Food M icrobiology, v.82, p . 143- PACE, N.R. A molecular view of microbial diversity
151.2003. and the biosphere. Science, v.276, p. 734-740,
MINSAVAGE, G.V.; THOMPSON. C. M. : 1997.
HOPINKS, D.L.; LEITE, R M.V.B.C.; LEITE. PAHL, A.: K U H L B R A N D T , U.; B R U N E , K.:
R. E. Development of polymerase chain reaction ROLLINGHOFF, M ; GRESSNER, A.
protocols for detection of Xylella fastidiosa in Quantitative detection of Borrelia burgdorferi
plant tissue. Phytopathology, v.84, p.456-46L by real-time PCR. J o u r n a l o f C l i n i c a i
1994. M icr obi olo gy, v.37, p . 1958-1963, 1999.
MONTEIRO. PB.: RENAUDIN. J.: JAGOUEIX- PHILIPPOT. L; P lU T Tl , S.; M AR T IN
EVEILLARD, S.; AYRES. A. J.: GARNIER, M.; LAURENT, F.; HALLET, S.: GERMON, J.C.;
BOVE, J.M. C a th a ra n th u s ro se u s , an M o le c u la r a na lys is o f the n it r a te - r e d u c in g
experimental host plant for the citrus strain of c o m m u n it y fro m un pla nte d and ma ize-
X ylella fastidiosa. Plant Disease, v.85. p.246- planted soils A pplied and E n v ir o n m e n ta l
251, 2001. M icrobiology, v.68, p.6121-6128, 2002.
MORRISON. T.M.: WEIS, J.J., W1TTWER, C T. P H IL L I P S , C.J . PAUL, E.A.. P R O S S E R . J 1.
Q u a ntif ic at io n o f low -copy tra ns cr ip ts by Qu an tit at ive an alysis o f a m m o n ia o x id is in g
continuous SYBR Green I monitoring during bactéria using c o m p e t it iv e PCR. F E M S
a mp lif ic at io n. B ioT echn iques, v.24, p .954- M icro b io log y E cology, v.32, p. 167-175,
962, 1998. 2000 .
MULLER. P.Y.: JANOVJAK, H.; MISEREZ, A.R.; PILLAI, S.D.: JOSEPHSON, K.L ; BAILEY, R.L.:
DOBBIE, Z. Processing of gene expression data GERBA. C.P.: PEPPER, I.L. Rapid method for
ge ner at e d by qu a nt it a ti ve re al-time RT- P r o c e s s in g soil samples for polymerase chain
PCR. B ioT echn iques, v.32, p. 1372-1379, reaction am p li fi c a ti o n o f s pec ifi c g e n e
2002. sequences. A pp lied and E n v ir o n m e n ta l
MULLIS, K. B.: FALLONA, F. A. Specific synthesis M icrobiology, v.57, p .2283-2286, 1991.
o f DNA in vitro via a p o ly me ra se- ca tal yz ed POOLER. M.R.: HARTUNG, J.S. Specific PCR
chain reaction. Methods in Enzymology,v. 155, detection and identification of Xylella fastidiosa
p .335-350, 1987. strains ca u s in g citrus va rie gat e d c h lo r o s is .
M U M F O R D . R . A.; WALSH. K ; B A RK E R, I ; C u r r e n t M icro b iolo g y. v.31, p . 3 7 7 - 3 8 1 ,
B O ON H A M . N. De tection o f po ta to mop 1995.
top virus and tob a cc o rattle virus usi ng a QI. M.; YANG, Y. Quantification of M agnaporthe
multiplex real-time fl uor esc ent re ve rse - grisea during infection of rice plants using real-
tran scr ip tio n po ly m e ra se ch ain re a ct io n time polymerase chain reaction and northern blot/
assay. P h ytop ath olo gy . v.90. p .4 4 8 - 4 5 3 , ph os phoim a gi ng analyses. P h y to p a th o lo g y ,
2000 . v.92, p.870-876, 2002.
122 M icrobiologia Ambiental
T O R S V I K . V.; SALTE, K.: S O E R H E I M . R.: VAN ELSAS, J. D.: FROIS-DUARTE, G.; KEIJZER-
GOKSOEYR, J Comparison o f phenotypic W O L T E R S . A.; SMIT. E. A n a ly s is o f the
diversity and DNA heterogeneity in a population d y n a m i c s o f funga i c o m m u n i t i e s in soil via
of soil bactéria Applied and E nvironm ental fungal-specific PCR o f soil DNA followed by
M icrobiology, v.56. p . 7 7 6 - 7 8 1, 1990b. denaturing gradient gel electrophoresis, Journal
T O R S V I K , V ; DAAE, F.L ; S A N D A A , R A ; o f M icrobiological M ethods, v.43, p. 133-151,
OVREAS, L. Review article: novel techniques 2000 .
for analysing microbial diversity in natural and W E L L E R . S.A.; E L P H 1N S T O N E , J.G.; SM IT H,
pe rt u rb e d e n v ir o n m e n ts . Journal of N.C.: BO ONHAM. N.: STEAD. D.E. Detection
B iotech nology, v.64, p .53-62, 1998. o f R a l s t o n i a s o l a n a c e a r u m s tr a in s with a
TRAMA, J.P.; MORDECHAI. E.; ADELSON, M. quantitative. multiplex, real-time, fluorogenic
E. D e te c tio n and Identi fi cat ion o f C o n d id a PCR (Taq-Man) ass ay . A p p lied and
species associated with Candida vaginitis by real- E n v ir o n m e n ta l M ic r o b io lo g y . v,66, p .2853-
time PCR and pyrosequencing. Molecular and 2858, 2000.
C ellular Probes. v. 19. p. 145-152, 2005. W H I T C O M B E , D.; T H E A K E R , J ; GUY. S P.;
TYAGL S.; KRÀMER, F.R. Molecular beacons: B R O W N . T., L I T T L E . S. De tec tio n of PCR
pr o b e s that fl u o r es c e upon h y b ri d i s a t i o n . p r o d u c t s u s i n g s e l f - p r o b i n g a m p l i c o n s and
N a tu r e B io te ch n o lo g y , v. 14, p .3 0 3 - 3 0 8 , f l u o r e s c e n e e . N a tu r e B io te c h n o lo g y , v. 17.
1996. p . 8 0 4 - 8 0 7 , 1999.
TYSON, G W ; C HAP MA N. J ; HU G EN HO LT Z . W I T T W E R . C.T.; H E R R M A N N . M.G.; M O S S ,
P : ALLEN, E.E ; RAM, R.J . RÍCHARDSON, A . A., RASMUSSEN. R . P.; Continuous
P.M.; et al. C o m m u n it y s tr u c tu r e a nd fl u o r e s c e n c e m o n it o r in g o f rapid cycie DN A
metabolism through reconstruction of microbial a m p l i f i c a t i o n . B i o T e c h n i q u e s , v.22. p. 130-
genomes from the environment. Nature, v.428. 138, 1997.
p . 37-43, 2004. WONG, M.L.V.; MEDR ANO . J.F. Real Time PCR
VAÍTILINGOM, M ; PIJNENBURG, H.; GENDRE, f o r m R N A q u a n t i f i c a t i o n , B io T e c h n iq u e s,
F.; BRIGNON, P. Realtime quantitative PCR v.39, p.75-85 , 2005.
detection of genetically modified M a x im iz e r YE. R . W.; WANG, T.; B E D Z Y K . L., KR OKER,
maize and RoundÜp Ready soybean in som e K.M. A p p l i c a t i o n s o f D N A m ic r o a r r a y s
representative foods. Journal o f Agricultural in microbial s y s te m s . Journal of
and Food C h e m istr y . v.47, p . 5 2 6 1 - 5 2 6 6 , M ic r o b io lo g ic a l M e th o d s . v.47 , p . 2 5 7-2 7 2,
1999. 2001.
V A N DEM AR K. G.J.: BARKER, B. M. ; Y O K O Y A M A, R., N1SH1TANI. K A
GRITSENKO, M. A. Quantifying Aphanomyces c o m p r e h e n s i v e e x p r e s s i o n a n a l y s i s o f ali
euteiches in al falia with a fluorescent polymerase m em ber s o f a gene family encod ing cell-wall
chain reaction assay. P h y to p a th o log y, v.92, e n z y m e s a llo w ed us to predic t cis-regulatory
p.265-272. 2002. re gi on s inv ol ve d in cell-wall co ns tr uct io n in
VANDEMARK, G.J.; BARKER, B.M. Quantifying specific organs o f Arabidopsis. Plant and CeII
P hytophthora m edicaginis in su sceptible and P h y sio lo g y , v.42, p. 1025 -10 33. 2001.
resistant alfalfa with a real-time fluorescent PCR ZHANG, A.W ; HARTMAN, G.L.; CURIO-PENNY.
assay. J o u r n a l of P h y to p a th o lo g y , v. 151, B.; P E D E R S E N , W.L.; B E C K E R . K B
p . 577-583, 2003. Molecular detection o f D iaporthe phaseolorum
VAN DE GRAAF. P.; LEES. A.K.; C U LL E N , D. and P hom opsis longicolla from soybean seeds.
W.; D U N CA N , J.M. D e te c ti o n a nd P h y to p a th o lo g y . v.89, p . 7 9 6 -8 0 4 , 1999.
quantification of Spongospora su b terra n ea in ZUMFT. W.G. Cell biology and molecular basis of
soil, water and plant tissue samples using real denitrification. M icro b io log y and M olecular
time PCR E uropean J o u rn al o f P lant B io log y R ev iew s, v.61. p .5 3 3 -5 3 6 . 1997.
Pathology, v. 109, p .589-597, 2003.
VAN DER HEÍJDEN. M G.A : K L Í R O N O M O S ,
JN : URSÍC, M.; M OUT OG L1S , P.:
STREITWOLF-ENGEL. R ; BOLLER, T ;
WIEMKEN, A.; SANDERS, I. R.: Mycorrhizal
fungai diversity determines plant biodiversity,
ecosystem variability and productivity. Nature,
v.396, p .69-72. 1998.
6
'/ i e J «w /r /v ó ú is i& d
Krnr r. Schncidcr
UrSfl/IEBIIJ.Dífentt» de-M icr©bioibgja; Itab. d á M íom biologia. A m biental 1 AV, Uinew Ffieste&. 1)3*744 - GEH:' O55O8>9O0 - SfeailRuilh). Sfl?
126 M icrobiologia Am biental
I . D e fin iç ã o
2. F ontes de c a rb o n o p a ra a fo rm a ç ã o d e b io film e s
de filme condicionante necessária para produzir uma célula, assumindo-se que este
filme esteja constituído inteiramente pela proteína rubisco e baseado nas seguintes
premissas: (a) a célula é uma esfera de 0,5 \im de diâmetro; (b) a célula consiste de
80% água e 20% matéria orgânica e tem densidade de aproximadamente I g/cm3;
(c) a quantidade de rubisco adsorvida é 0,45 |ig/cm \ equivalente ao máximo medido
por Samuelsson & Kirchman (1991); (d) o rendimento de biomassa do crescimento
com rubisco é de 1 g de biomassa por grama de rubisco consumida. A produção da
biomassa de uma célula demandaria o consumo de toda a rubisco adsorvida em uma
área de 2,9 (inr, o que eqüivale a cerca de 15 vezes a área de projeção da célula
sobre a superfície (a área de contato real desta célula esférica é muito menor do que
a projeção do diâmetro sobre a superfície). Rubisco é uma proteína de boa
biodegradabilidade. No caso de filmes condicionantes de águas naturais, a área da
superfície necessária para produzir a biomassa de uma célula seria muito maior.
Processos de difusão em superfície de compostos aderidos poderiam talvez suprir as
necessidades básicas do metabolismo e permitir a sobrevivência destas células em
um estado de latência metabólica (KJELLEBERG et a l 1982). Os microrganismos
evoluíram uma série de estratégias para aumentar a sua área de contato com
superfícies e com isto acessar a quantidade de nutrientes necessária para seu
crescimento (MARSHALL, 1996). Leptospira biflexa (KEFFORD et al., 1982) e
P seudom onas JD 8 (POW ER & M A R SH A LL, 1988) se deslocam sobre as
superfícies para acessar ácidos graxos adsorvidos e se soltam da superfície quando o
reservatório de nutrientes está exaurido. Vibrio sp. MH3 adere à superfície
condicionada com ácidos graxos, metaboliza estes nutrientes, inicia a replicação celular
na superfície, mas retorna à fase planctônica para completar a divisão celular (POWER
& MARSHALL, 1988). Vibrio DW 1 adere à superfície condicionada de forma
irrev ersível, sendo que som ente a célu la-filh a retorna à fase p lan ctô n ica
(KJELLEBERG et al., 1982). Neste caso o filme condicionante serve como fonte de
nutrientes somente na fase de crescimento inicial da célula-mãe.
A quantidade e a composição da matéria orgânica de filmes condicionantes
do meio ambiente, portanto, sugere que estas moléculas não são uma fonte de
carbono importante para o crescimento de biofilmes em superfícies expostas a
ambientes oligotróficos. Esta hipótese foi confirmada em estudos que demonstraram
que a atividade biodegradadora de bactérias no interior de biofilmes era maior quando
estas estruturas ficaram expostas em canais com velocidade mais elevada de
escorrimento superficial da água de um riacho (BATTIN et al., 2003). As moléculas
orgânicas do meio e não as do filme condicionante são a principal fonte de carbono
para microrganismos de biofilmes. A formação de biofilmes suspensos (flocos)
ocorre somente em meios líquidos com elevada disponibilidade de carbono, como
esgoto doméstico ou efluente de indústrias. Florações de bactérias heterotróficas
podem ocorrer ocasionalmente também em ambientes normalmente oligotróficos,
como represas ou oceanos (ALLDREDGE & SILVER, 1988). Neste caso, a fonte
de carbono é produzida in loco pela intensa atividade de organismos autotróficos,
principalmente algas e cianobactérias. Bactérias autotróficas também podem formar
biofilmes em superfícies sólidas, utilizando como fonte de carbono o bicarbonato
dissolvido na água.
130 M icrobiologia Am biental
3. F o rm a çã o e e s tru tu r a de b io film e s
FIGURA 2. Seqüência de
Cultura Pura e v e n t o s na f o r m a ç ã o
de b iofilm es m i c r o b i a
nos em superfícies sóli
das ou s e m i - s ó l i d a s :
b i o f i l m e s de c u l t u r a
p u r a de P s e u d o m o n a s
aeruginosa e de culturas
Cultura mista mistas.
B iofi Inies m ic rol?ia tios 131
F I G U R A 3. F o r m a ç ã o de
biofilmes por mecanismos
de c o a g r e g a ç ã o . A d e s ã o
!I
inicial mediada por recep
tores: adesão entre coloni
zadores iniciais e filme con-
X w w w vuafw ™*» dicionante e entre coloniza
i ^ XOOOüwIllg*»^» \ dores iniciais e c o l o n i z a
d o re s s e c u n d á r i o s (A ).
C r e s c i m e n t o clonal por
divisão das bactérias incor
A B
poradas no biofilme (B).
4. F o rm a s de d ispersão de b io film e s
FIGURA 5. Mecanismos de
• 'N dis persão de b io film es.
D e sp re n d im e n to de p e
daço de biofilme para o
A meio (A), de células indi
viduais (B), de agregados
pequenos de células (C)
e desprendimento de pe
d a ç o s de b i o f i l m e que
perm anecem a ss ociados
Z J0 à superície (D).
xvXXXXXXXXXXXXXXXSXXXXXX
5. A m a triz de b io film e s
7. B io film e s m ic ro b ia n o s n a n a tu re z a
a l., 2000). Estes processos são a base de muitas fermentações asiáticas para a
produção de alimentos baseadas na fermentação de bolores, como por exemplo a
produção de tempeh (NOUT & KIERS, 2005). Outros exemplos de alimentos
produzidos por biofilmes são o quefir, uma bebida láctea produzida pela fermentação
de leite com grânulos (biofilmes) formados por culturas mistas de bactérias lácticas e
de leveduras (WITTHUHN et al., 2005) e o vinagre, produzido por um processo de
fermentação de estado sólido (LIU et a i, 2004). Biofilmes são empregados na indústria
de mineração em processos de biohidrometalurgia, onde organismos oxidadores de
sulfetos são utilizados para a liberação de íons de metais de minérios à base de
sulfetos, principalmente cobre e ouro (OLSON et al., 2003).
Biofilmes são responsáveis pela maior parte das interferências causadas por
microrganismos em processos tecnológicos. Biofilmes microbianos deletérios
geralmente não são constituídos somente por células microbianas, mas incluem também
compostos orgânicos e inorgânicos e outros organismos (algas, fungos, cracas,
moluscos, entre outros). O termo genérico para definir camadas biológicas indesejáveis
que se formam em superfícies é biofouling, enquanto que fouling é o termo que designa
todo o tipo de camada indesejável, independente de conter ou não organismos vivos.
Um depósito químico sem microrganismos é uma camada de fouling, por exemplo. A
deterioração causada por processos biológicos é denominada de biodeterioração.
Exemplos de efeitos de biofouling em processo industriais incluem:
• Aumento da resistência à troca de calor em 50% em 3 meses (Casanueva et al.,
2003).
• O aumento do coeficiente de fricção em superfícies pela presença de biofilmes
microbianos varia entre 9% a 29% quando analisado com um sistema de rotação
(HOLM et al., 2004) ou entre 33% a 187% em placas planas (SCHULTZ & SWA1N,
2000). O aumento do coeficiente de fricção de uma camada com espessura de
I mm na parte submersa do casco de um porta-aviões reduz a velocidade máxima
do navio em 15% e pode tornar impossível o lançamento de aviões em dias de
calmaria. Um cruzador de 9.000 toneladas da marinha de guerra com casco coberto
por camada de fouling gasta 45% a mais de combustível para manter uma velocidade
de cruzeiro de 20 nós do que um navio com casco limpo. O aumento das despesas
de combustível causadas por biofouling de cascos de navio é estimado em US$ 750
milhões por ano (HOLM et al., 2004).
• Em sistemas de filtração por membranas, a formação de biofilmes microbianos
pode reduzir as taxas de filtração pela metade. A manutenção de uma taxa de
filtração de projeto de uma planta de osmose reversa pode resultar no aumento
considerável do custo operacional devido ao aumento da pressão de operação
(SCHÀFER e t a l , 2001).
Biofilmes microbianos 143
10. M a n e jo de b io film e s
•
numero de células em circulação
em um sistema de água pode ser
reduzido através da filtração por
m em branas de m icro - ou
ultrafiltração (S C H N E ID E R &
F I G U R A 9. R e la ç ã o en tr e a i n t e n s i d a d e na TSUTYIA, 2001). O custo destas
i n t e r f e r ê n c i a no p r o c e s s o e a e s p e s s u r a do unidades tem baixado muito na
biofilme. última década. A esterilização é
economicamente viável somente
em alguns circuitos de refrigeração ou de circulação de água de produto da indústria
farmacêutica ou alimentícia.
• Redução do aporte de nutrientes através do tratamento da água em biorreatores
projetados para remoção dos componentes que permitem o crescimento de biofilmes
(MEESTERS et al., 2003).
tempos longos, que inativam mais de 99% das células do biofilme. A persistência
destas células não está baseada em mutações genéticas, mas em processo fisiológicos
ainda pouco elucidados (KEREN et al., 2004).
R eferências
SCHRAMM, A.; SANTEGOEDS. C M.. NIELSEN, VISSCHER. P.T.: STOLZ, J F Microbial mats as
H.K.: PLOUG H.; WAGNER, M.: PRIBYL, M.: bioreactors: pop ul a tio ns, pr oc e ss es , and
WANNER, J.; AMANN, R.; DE BEER. D. On products, P a la eo g e o g ra p h y , P a la eo cli-
the oc cu rr en c e o f anoxic mi c ro nic h e s, m a tology, P a la eo e co lo g y , v.2 19, p. 87 -1 0 0 .
denitrification, and sulfate reduction in aerated 2005.
activated sludge. Applied and Environmental WAKSMAN, S.A.; CAREY, C L Decomposition
M icrobiology. v.65, p.4189-4196. 1999. o f organic matter in seawater by bactéria. 1.
SCHULTZ, M.P.: SWAIN, G.W. The influence o f Bacterial m u lt ip li ca tio n in sto re d water.
biofilms on skin friction drag. Biofouling. v. 15, J ou rn a l o f B a cter io lo g y . v.29, p . 531-545.
p. 129-140, 2000. 1935.
SHARMA, V.K.; CAND1TELLI, M.; FORTUNA. WARSCHEID, T.: BRAAMS. J Biodeterioration
F.; C O R N A C C H I A , G. P r oce ssi ng of urban of stone: a review. In te r n a tio n a l
and a gro- ind us tri al re si dues by aerobic Biodeterioration and B iodegradation. v.46.
composting: a review. Energy C onservation p . 343-368, 2000.
M anagem ent, v.38, p.45 3-4 78, 1997. WESTALL, F.; DE W1T. M. J.: DANN. J.. VAN
S P O ER IN G , A.L.: LEWI S, K. Biofilms and DER GAAST, S ; DE RONDE, C.E.J.; GERNEKE,
planktonic cells of P seudom onas a eru g m o sa D. Early archean fóssil bactéria and biofilms in
have similar re si sta nc e to killing by hydrothermally-influenced sediments from the
antimi cr obi al s. J o u r n a l o f B a c t e r io lo g y , Barber ton g re e n s to n e belt, South Africa.
v. 183, p .6746-6751, 2001. P reca m b rian R esearch, v. 106. p . 93-116.
STEIN, J.; TRUBY. K.; WOOD, C .D.; STEIN. J.; 2001.
GARDNER, M.; SWAIN, G.; KAVANAGH, C.: WIECZOREK, S.K.; TODD, C.D. Inhibition and
KOVACH. B.; SCHU LTZ, M.; W IE B E, D.; facilitation of settlement o f epifaunal marine
HOLM, E.; M O N T EM A R A N O , J.; WENDT, invertebrate larvae by microbial biofilm cues.
D.: SMITH, C.; MEYER, A. Silicone foul release B iofouling, v . 12, p .81-118, 1998.
coatings: effect o f the interaction o f oil and WINGENDER, J.: NEU, T. R.; FLEMMING, H.-C.
coating fun ct io nal iti es on the ma gnitu de o f M icrob ial e x tr a c e llu la r s u b sta n ce s
ma crofo uli ng atta ch m e nt st rengths. Characterization, structure and function. Berlin:
Biofouling Suppiement, v. 19, p.71-82, 2003. Springer Verlag, 1999. 258p..
STEWART. P.S. Diffusion in biofilms. Journal of WITT HUH N, R.C.; S C H O E M A N N , T.: BRITZ.
B acteriology, v. 185, p. 1485-1491, 2003. T.J. Characterization of the microbial population
STUMM, W ; MORGAN, J.J. Aquatic chemistry. at different stages of Kefir production and Kefir
3. ed. New York: John Wiley & Sons, 1996. grain mass cultivation. In tern a tion al Dairy
TANG, W.C ; WH1TE, J.C.; A L E X AN D E R, M. Journal, v. 15, p .383-389, 2005.
Utili/.ation of so rbe d compounds by ZOBELL, C.E.; ANDERSON, D.Q. Observations
microorganisms specifically isolated for that on the multiplication o f bactéria in different
purpose. A pp lied M icr o b io lo g y and volumes of stored seawater and the influence of
B iotechnology, v.49, p. 117-121, 1998. oxygen tension and of solid surfaces. Biological
TELGMANN, U.; HORN, H.. MORGENROTH, E B ulletin . W oods H ole. v.71, p . 324 -342.
Influence of growth history on sloughing and 1936.
erosion from biofilms. Water Research, v.38.
p . 367 1-3684, 2004.
TESKE, A.P. The deep terrestrial biosphere is alive
and well. Trends in Microbiology, v. 13, p.402-
404. 2005.
7
1. In tro d u ç ã o
2. D e fin iç õ e s e m o d o d e a ção
CMC
(Figura 2). Na CMC os monômeros de
surfactantes começam espontaneamente a
se associar e formar estruturas agregadas
co n hecid as com o m icelas, vesículas e
la m ela s (b icam ad as) (M A IER , 2003;
MULLIGAN, 2005). As micelas também
são definidas como agregados coloidais
termodinamicamente estáveis, formadas
espontaneamente como resultado de nume
rosas interações químicas fracas entre os
g ru p o s po lares e os g ru po s ap olares
(fo rç a s de van der W aals, p on tes de
FIGURA 2. Medidas de tensão superficial h id ro g ê n io ). A CM C para q u alq u er
e i n t e r f a c i a l e s o l u b i l i z a ç ã o d e um
su rfactan te é dependente da estrutura
contam inante em função da c o n c e n
química, assim como do pH, da força iônica
tração de surfactante e m solução (m odi
da solução e temperatura. Como resultado,
ficado de Mulligan et a l., 2001; 2005).
os su rfactan tes reduzem as forças de
repulsão entre as fases nas interfaces ou superfícies, permitindo que as duas fases se
misturem facilmente.
Os compostos anfipáticos (porção polar e apoiar) podem ser insolúveis ou
solúveis em solução aquosa. Os insolúveis formam cristais líquidos ou precipitados
insolúveis em meio aquoso e incluem os principais grupos de lipídios das membranas
biológicas, com o os fosfolipídios, os esteróides e as proteínas das membranas
biológicas. A estrutura do agregado form ado é basicamente comandada pela
polaridade do solvente na qual o surfactante é dissolvido, não permanecendo de
uma forma estável no meio de uma solução. Por exemplo, em uma solução aquosa,
o grupo polar da micela vai estar orientado para fora e a porção apoiar para dentro,
enquanto que no óleo o grupo polar estará orientado para dentro da micela e a
porção apoiar para fora (Figura 1).
A propriedade conferida a todo o surfactante é sua habilidade em reduzir a
tensão superficial de um meio líquido. Por exemplo, a água destilada apresenta uma
tensão superficial de 73 mM m 1. Um surfactante efetivo produzido por microrganismos
(biossurfactante) pode reduzir este valor para uma taxa menor que 30 mM m 1(LANG
& WAGNER, 1987; ZHANG & MILLER, 1992; WILLUMSEN & KARLSON,
1997; MAIER, 2003; MULLIGAN, 2005) (Tabela 1).
3. B io s s u rfa c ta n te s e b io e m u ls ific a n te s
S u rfa c tin a
\ DL«u— L-L*u- ■L-Glu—C“ 0
CHj ch. J luorescens
Bacillus xubtihs 27 23-160
Extraçào com solventes
A cinetobacter
Vesículas e fimbrias
calcoaceticus
Células 1'árias espécies
baciertanas
4.1 Glicolipídios
4 .2 L ip o p ro te ín a s
5. B iossíntese de b io s s u rfa c ta n te s
6. P ro d u çã o de b io ssu rfa c ta n te s
1985; RU BIN O V ITZ et a l. , 1982) tam bém pode aum entar a síntese, bem
como cátions multivalentes, embora outros autores relatem o aumento da produção
pela adição de EDTA (REIS et al., 2004), que tem a capacidade de complexar tais
cátions.
Os m éto do s mais usados para a u m e n ta r a p ro d u ção m e ta b ó lic a
consistem de seleção de estirpes, mutagênese, manipulação de fatores ambientais
e nutricionais e manipulação genética (IQBAL et a l., 1995). A partir da seleção
de m icrorganism os produtores de surfactantes e do estudo das condições
descritas, pode-se aplicar o melhoramento genético para otimizar o potencial para
a produção de biossurfactantes, ou as sua propriedades. Com o exem plo, a
modificação por engenharia genética da enzima surfactina sintetase, de B. subtilis,
produziu um biossurfactante que aumentou a atividade antimicrobiana (SYMMANK
et a l., 2002).
O futuro das aplicações destas moléculas será determinado pelo custo
dos p ro c e sso s de p ro d u ção e is o la m e n to , pois é n e c e ssá rio que sejam
economicamente viáveis. Neste aspecto, são comuns as pesquisas sobre o uso de
resíduos industriais ou agroindustriais como substratos para a produção dos
biossurfactantes, conforme é mostrado na Tabela 2. Kosaric (1992) sugeriu o uso
de “co-culturas” de bactérias ou leveduras junto com uma alga lipogênica, como a
Chlorella, o que aumentaria a produção. No futuro, será importante associar as
pesquisas atuais, numa tentativa de produzir grandes quantidades de biossurfactantes
utilizando-se microrganismos ou consórcios apropriados e resíduos industriais ou
agronômicos como substratos. O controle da produção através de quorum-sensing,
sem dúvida, será uma etapa fundamental no processo. Já foi identificada uma
su b stân cia do grupo hom oserina lactona, que influ en cia na produção de
biossurfactante por Pseudomonas fluorescens, um patógeno de brócolis (Cui et
al., 2005).
T A B E L A 2. A l g u n s e x e m p l o s d e r e s í d u o s u t i l i z a d o s c o m o s u b str a to s para a p r o d u çã o de
biossur fac tan tes.
7. M é to d o s p a ra a d e te c ç ã o d a a tiv id a d e s u rfa c ta n te e
e m u ls ific a n te
por onze espécies de Strepcoccus sp. Esta técnica consiste em adicionar 100 fiL de
uma cultura da bactéria crescida durante 12 horas (centrifugada e suspendida em
uma solução tampão fosfato na concentração de 5 x I0g células m L 1) sob uma
superfície de teflon. A forma da gota sob a superfície é acompanhada com o auxílio
de um vídeo e de um software especifico, capaz de acompanhar as modificações na
forma da gota, pela presença de um surfactante (BODOUR & MAIER, 2002).
Teste colorim étrico: outro método que pode ser utilizado é o método da
placa de ágar, específico para biossurfactantes aniônicos que consiste na detecção
de ram nolipídios extracelulares. Estes biossurfactantes formam um par iônico
insolúvel com o surfactante catiônico brometo de cetilmetilamônio e o corante básico
azul de metileno que são adicionados no meio mineral com ágar em placas de petri
(SIEGM UND & VAGNER, 1991). Este método indica a produção de ramnolipídios
pelas colônias inoculadas, através da presença de halos no meio com o azul de
metileno em torno das colônias (TULEVA et a i, 2002; BENTO et a l., 2005a).
Está técnica foi originalmente desenvolvida para selecionar ramnolipídios, mas pode
ser utilizada para selecionar qualquer biossurfactante aniônico de baixo peso molecular
(BODOUR & MAIER, 2002).
8. E xtra çã o e c a ra c te riz a ç ã o
8.1 Extração
A razão pelas quais poucos b io ssu rfa c ta n te s têm sido elu cid ad o s
estruturalmente é pelo fato do processo exigir técnicas laboriosas de extração,
purificação e análise da molécula (MAIER, 2003). Inicialmente, todos os processos
de extração do biossurfactante passam pela separação inicial das células, através da
centrifugação. Conforme apresentado na Tabela 1, algumas técnicas têm sido utilizadas
para a extração, porém com base na literatura, foi observado que uma determinada
técnica, como por exemplo, a precipitação com acetona, tanto pode ser utilizada para
a recuperação de um glicolipídio (PRUTHI & CAMEOTRA, 1997) como para um
lipopeptídeo (ILORI et al., 2005). Dependendo da natureza da biomolécula (inerente
da espécie) e das condições de crescimento (fonte de carbono, disponibilidade de
nutrientes, pH, concentração salina, aeração e temperatura) podem ser produzidos
biossurfactantes e ou bioemulsificantes com características estruturais completamente
distintas. Desta forma, em cada caso deve-se procurar conhecer pelo menos o gênero
dos microrganismos estudados e testar diferentes métodos de extração, visando ao
melhor rendimento do biossurfactante recuperado do meio de cultura (KUYUKINA
et a l. , 2001; COELHO, et a l , 2004).
B iossu rfact antes 171
9. P ro p rie d a d e s e a p lica çõ e s
1006, que foi crescida em glicose e hidrocarboneto como fonte de carbono. Esses
autores desenvolveram uma planta-piloto com uma produção de duas toneladas de
cultura com atividade biossurfactante. O produto foi utilizado como um substituto
para o surfactante químico na limpeza de um tanque de estocagem de óleo da
Companhia de Óleo do Kuwait. A limpeza foi feita sucessiva-mente removendo o
resíduo oleoso do fundo do tanque, e também permitiu a recuperação de mais de 90%
de hidrocarboneto aderido ao resíduo oleoso.
Controle biológico: alguns surfactantes têm sido utilizados no controle
biológico de patógenos de plantas em substituição a pesticidas. Stanghellini et al.
(1996) estudando o efeito de surfactantes sintéticos no controle de Pythium
aphanidermatum e Phytophora capsici infectando abóbora e pimenta verificou a
lise dos zoosporos fúngicos devido à presença de biossurfactantes, produzido por P
aeruginosa (ramnolipídio). Verificou-se que o biossurfactante produzido apresentava
ação zo osporicida contra estas espécies fúngicas mais a P lasm opara em
concentrações entre 5-30 [iL m L 1, onde atuava rompendo e lisando a membrana.
Biossurfactantes tam bém têm sido utilizados na form ulação de pesticidas
orgnofosforados, como é o caso do emulsificante produzido por Bacillus que foi hábil
em formar emulsões na presença do pesticida fenthion (PATEL & GOPINATHAN,
1986). Biossurfactantes também podem ser importantes na biodegradação de
pesticidas conforme descrito por Singh & Cameotra (2004b).
Mineração: os biossurfactantes podem ser utilizados na mineração como
dispersantes de minérios e em processos industriais que necessitem desta propriedade.
Rosenberg et al., (1988) observou que a produção de um polissacarídeo aniônico
chamado biodispersan pelo A. calcoaceticus A2 preveniu a floculação e aumentou
em 10% a dispersão da rocha calcárica em meio aquoso. Neste caso específico, o
biodispersan atuou como dispersante, surfactante e foi responsável pela fratura da
rocha em partículas menores. Mais recentemente, Rosenberger & Ron (1999)
sugeriram que o pH deve ser alcalino durante o processo de moagem e nesta situação,
o biodispersan entra nas microrupturas da rocha e diminui a energia necessária para
fraturar a rocha. A indústria Kao Chemical Co (Japão) utilizou Pseudomonas,
Corynebacterium , Nocardia, Arthrohacter, Bacillus e Alcaligenes para a produção
de biossurfactantes para a estabilização do efluente de carvão, durante o transporte
(SINGH & CAMEOTRA, 2004b).
Cosméticos: biossurfactantes têm sido utilizados em grande escala na
composição de cosméticos devido às suas propriedades humectantes e compatibilidade
com a pele (Brown, 1991). Biossurfactantes como sorolipídios são produzidos por
algumas bactérias (Tabela 1), utilizando diferentes substratos. Grande parte dos
sorolipídios misturados com propileno glicol é compatível com a pele humana e são
encontrados em formulações comerciais como hidratante (YAMANE, 1987). Algumas
outras indústrias utilizam biossurfactantes como a Sofina (sorolipídio) nas formulações
das maquiagens.
Indústria de alimentos: na indústria de alimentos, os biossurfactantes são
utilizados como emulsificantes durante o processamento de materiais crus. Neste
fí iossu rfac t antes 177
R eferê ncia s
ATLAS. R.M. Microbial degradation o f petroleum BATISTA, S.B. B a ctér ia s de A m bien tes
hydrocarbons - an e nv iro nm en ta l perspective. c o n ta m in ad o s com petróleo ou derivados
M ic r o b io lo g ic a l R e v ie w . v.45, p. 1 8 0-2 09, p ro d u to res de b io s s u r fa c ta n te s e
1981. bioemulsificantes. 32p. Universidade Federal
AY UB, M .A .Z .; B E N T O , F.M .; B I C C A , F.; de Viçosa, Viçosa, MG, 2002.
ESTEVES, J.C.; GAYLARDE, C.C.; JESUS, H.S.; BEDNARSKY, W , ADAMCZAK, M., TOMASIK.
MORAN. A. : OLIVEIRA, N. & SINERIZ, F. ** J., PLASZYK, M. Application o f oil refinery
A c o m p a r i s o n o f m e t h o d s for the t e s t in g o f waste in the biosynthesis of glycolipids by yeast.
microbial isolates for emulsifing activity In: Bioresource Technology, v.95, p. 15-18, 2004.
III Simpósio Latino Americano de BEH RIN G, J.L ; LUCAS, M.; M AC H AD O , C.;
Biodeterioração, LABS 3, Florianópolis. Livro BARCELLOS, I.O. Adaptação no método do peso
de R esu m o s, p . 33, 1998. da gota para determinação da tensão superficial:
BACH. H.: BERD ICH EV SK Y , Y.; G U TN IC K . D. um método simplificado para a quantificação a
An ex ocellular protein from the oil-degrading CMC de surfactantes no e nsi no de química.
Química Nova, v.27, n.3, p.492-495, 2004.
m i c r o b e A c in e to b a c te r v e n e tia n u s R A G - 1
B ENT O, F M . & G A Y L A R D E , C.C. The
e n h a n c e s the e m u l s i f y i n g a c t i v i t y o f the
production of interfacial emulsions by bacterial
polymeric bioemulsifier emulsan. A pplied and
isolates from diesel fuels. In tern a tion a l
E n v ir o n m e n t a l M ic r o b io lo g y , v.69. n.5,
B iod e g r a d a tio n & B io d e te r io r a tio n , v.38,
p . 2 6 0 8 - 2 6 1 5 , 2003.
n . l , p : 3 1-33, 1996.
BALDL F: PEPL M.; CAPONE, A.;
BENTO, F.M.: CAMARGO, F.A.O.; OKEKE, B ;
GlOVAMPAOLA, C.; MILANES1, C.; FANI, R ;
FRANKENBERGER. W.T Jr. Bioremediation of
F O C A R E L L 1 , R. E n v e l o p e g l y c o s y l a t i o n soil contaminated by diesel oil. Brazilian Journal
determined by lectins in microscopy sections of of Microbiology, v.34, n.l. p.65-68, 2003.
A cinetobacter venetianus induced by diesel fuel. BENTO, F.M.; R.J.S. JACQUES, M.C R PERALBA.,
Research in M icrobiology, v. 154, p.417 -424, C.C. GAYLARDE, P.A. SELBACH. CAMARGO.
2003. F.A.O. Screening o f biosurfactant producing-
BANAT, L M .; S A M A R A H , N.: M U R A D . M.; bacteria from landfarming site to enhance
H O R N E . R.; B A N E R J E E . S. Biosurfac- bioremediation process - Part 1 In: First
tant p r o d u c t i o n a n d use in oil tank Brazilian Sym posium on Petroleum
c l e a n - u p . W orld J o u r n a l o f M ic r o b io lo g y Biotechnology 1-BSPB. Natal, CD-room, 2005a.
and B io t e c h n o lo g y . v. 7. n . l , p . 8 0 - 8 8 , BENTO, F.M.; CAMARGO, F.A.O.; OKEKE. B :
1991. GAYLARDE, C.C.; FRANKENBERGER. W.T Jr.
BANAT, LM. C ha r ac te ri z at io n o f Biosu rf act an ts Biosurfactant production by microorganisms
and their Use in Pollution removal-State o f the isolated from soils contaminated with diesel oil.In:
Art (Review). Acta Biotechnologica. v. 15. n.3, First Brazilian Sym posium on Petroleum
p : 2 5 1-2 6 7 . 1995. Biotechnology I-BSPB, Natal.CD-room, 2005b.
B iossurfactantes 179
DESAI. J.D., BANAT, l.M. Microbial produetion HOMEL, R.K. Formation and physiological role
o f surfactants and their c om me rci al potential. of biosurfactants reduced by hydrocarbon -
M ic r o b io lo g y and M o le c u la r B io lo g y utilizing mi croorganism s. B iodeterioration.
R eview s, v.61, p .4 7- 64, 1997. v. 1, p. 107-1 16, 1990.
D É Z I E L , É.; P A Q U E T T E , G ; V I L L E M U R . R.; HUA, Z ; CHEN, Y.: DU, G.; CHEN, J. Effects of
LÉPIN E, F.; B IS S A L L O N , J-G. Biosurfactant biosurfactants produced by Candida antarctica
produetion by a soil Pseudomonas strain growing on the biodegradation of petroleum compounds.
on polycyclic aromatic hydrocarbons. Word Journal o f M icrobiology and Biote-
A p p lied and E n v ir o n m e n ta l M icr o b io lo g y , chnology. v.20, p.25-29, 2004.
v.62, p. 190 8- 19 12, 1996. HUDAK, A.J., CASS1DY, D.P. Stimulating in-soil
D U V N J A K , Z , C O O P E R , D .G ., K O S A R I C , N. rhamnolipid produetion in a bioslurry reactor
P r o d u e ti o n o f b i o s u r f a c t a n t by A rth r o b a c te r by limi ti ng nitrogen. B io te e h n o lo g y and
p a ra ffin e u s ATCC 19558. B io teeh n olo gy and B io e n g in e e rin g , v.88, p . 8 61- 868 , 2004.
B io e n g in e e r in g , v.24, p. 165 -175, 1982. ILORI, M.O.; AMOBI, C.J.; ODOCHA, A.C. Factors
FINNERTY, W.R.; SINGER, M.E. 1984. A microbial affecting bio surfactant prod ue tion by oil
b i o s u r f a c t a n t p h y s io lo g y , b io c h e m is tr y , and degrading Aeromonas spp. isolated from a tropical
ap p li c a ti o n s . D e v e lo p m e n ts in In d u str ia l environment. C h e m o s p h e r e , 2005 in press
M icrobiology, v.25, p .31-146, 1984. INOH, Y. et al., Biosurfactants of MEL-A increase
G A R T S H O R E , J.; L I M , Y.C.; C O O P E R , D.G. gene transfection mediated by acationic liposomes.
Q u a n t i t a t i v e a n a l y s i s o f b i o s u r f a c t a n t using B iochem ical and B iophysical Research
Fourier Tranform Infrared (FT-IR) C om m unications, v.289, p. 57-61, 2001.
s p e c t r o s c o p y . B i o t e e h n o l o g y L e t t e r s , v .22, IQBAL, S.; KHALID, Z.M.; MALIK, K.A.
p. 169-17 2, 2000. Enhanced biodegradation and emulsification of
GUERRA-SANTOS, L ; KÀPPELl, O.; FIECHTER, crude oil and hyperproduction of biosurfactants
A. P s e u d o m o n a s a e r u g in o s a b i o s u r f a c t a n t by a gamma ray-induced mutant of Pseudomonas
produetion in continuous culture with glucose as aeruginosa. Letters in Applied Microbiology,
c ar bo n source. A p p lied and E n v ir o n m e n ta l v .2 1, n.3, p . 176-179, 1995.
J A C O B U C C I, D.F.C.; V A S C O N C E L O S , C K .;
M icro b iolo g y, v.48, n.2, p . 3 0 1-3 05 , 1984.
MATSUURA, A.B FALCONI, F A. DURRANT,
GOU VEI A, E.R.; LIMA, D.P A.; DUARTE, M S.;
L.R. Degradation of diesel oil by biosurfactant-
L I M A , G . M . S . ; A R A Ú J O , J.M . B a c té r ia s
producing bacterial strains. Soil S e d i m e n t &
produtoras de Surfactantes. R e v ista
W a t e r , p. 1-9, 2001.
B io te c n o lo g ia C iê n c ia e D e s e n v o lv im e n to ,
JAIN, D.K., COLLINS-THOMPSON, D.L., LEE, H.
n.30, p . 39-45, 2003.
TREVORS, J.T. A drop-collapse test for screening
G U T N I C K , D . L . ; A V I G A R D , R.; BLATT, Y.;
surfactant-producing microorganisms. J o u r n a l
MINAS, W.; ALLON, R. Amphipathic microbial
Microbiology Methods, v. 13, p.271-279, 1991.
c a p s u l e s as in du s tr ia l p ro d u c t s . J o u r n a l o f
JESUS, H.S. Iso la m en to e C a r a c te r iz a ç ã o de
A p p lie d B a c t e r io lo g y , Symposium
Bactérias B iodegradadoras de H id rocarbo
Supplement, v.74, p . l 2 5 S - 1 3 5 S , 1993.
netos e Produtoras de Biossurfactantes. 120
H A B A , E.; E S P U N Y , M.J. B U S Q U E T S , M.,
p. Dissertação de Mestrado- Universidade Federal
M A N R E S A , A. S c r e e n i n g an d p r od ue tio n of
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 1998.
r h a m n o l i p i d s by P s e u d o m o n a s a e ru g in o s a KAPP EL I, O., FINNERTY, W.R., Pa rti tio n of
4 7 T 2 NC1B 4 0 0 4 4 f r o m w a s te f r y i n g oils. alkanes by extracellular vesicles derived from
J o u r n a l o f A p p lie d M ic r o b io lo g y , v .88, hexadecane-grown A cinetobacter. J ournal of
p . 3 7 9 - 3 8 7 , 2000. B acteriology, v .140, p.707-712, 1979.
HA FERBERGER, D., HOMMEL, R , CLAU S, R.. KIM, K. Suppression o f inflammatory responses
K L E B E R , H.P., A d v a n c e s in B io c h e m ic a l by surfactin, a selective inhibitor o f platelet
E n g in ee r in g and B io te eh n o lo g y , v.33, p .53- c yt o so li c p h o s p h o li p a s e A2. B io c h e m istry
93, 1986. Pharm acology, v.55, p.975-985, 1998.
HERN A N DEZ- AN GU 1ANO, M.; SUSLOW, T V.; KIM, S.H.; YOON, B.D.; CHOUNG, D.H.; OH. H.M ;
L E L O U P , L.; K A D O , C.I. B i o s u r f a c t a n t s KATSURAGI, T.; TANI, Y. Characterization of
p r o d u c e d by P se u d o m o n a s flu o r e s c e n s and a biosu rfa ctan t, mann osy lery thr itol lipid
s o f t - r o t t i n g o f h a r v e s t e d f lo r e ts o f bro c c o li produced from C andida sp. SY16. A pplied
a nd c a u l i f l o w e r . P la n t P a th o lo g y . p . 1-6, M icrobiology and B ioteeh n o lo gy , v.52,
2004. p.713-721, 1999.
HISATSUKA, K., NAKAHARA, T., YAMADA, K., KIM, H.S.; KIM, S.B.; PARK, S.H.; OH, H.M.; PARK,
Protein-like a ct iv at or for alkane ox id at io n by Y.; KIM, K.; KATSUARAGI, T.; TAM, Y.; YOON,
P seudom onas a e ru g in o sa S7B1. A gricu ltural B.D.; Expression of gfp gene and hydrocarbon
and B io lo g ic a l C h e m is tr y , v .36, p . 1361- degradation by Bacillus subtil is. Bioteehnology
1369, 1972. Letters, v.22, p. 1431-1436, 2000a.
Bi ossurfactan tes 18!
KIM, S.H.: LIM. E.J.: LEE, S.O.; LEE, J.D.; LEE, MAIER, R. Biosurfactants: Evolution and diversity
T.H. Pu r if ic at io n and c ha r ac te ri z at i on of in bactéria. Advances in Applied Microbiology,
b i o s u r f a c t a n t s from N o ca rd ia sp L-417. v.52, p. 101-121, 2003.
B io te c h n o lo g y and A pplied B io c h e m istry , MAIER, R. M. ; SOBERÓN-CHAVES, G.
v.3 l, p:249-253, 2000b. P seudom onas a e r u g in o s a rhamnolipids:
KIM, S,H.; JEON, J.W ;LEE, H.W.; PARK, Y. SEO, biosynthesis and potential applications.
W.T.. OH. H.M. KATSURAGL T.. TANI, Y ; A p p lie d M ic r o b io lo g y an d B io te c h n o lo g y .
Y O O N , B.D E xt ra c e llu la r production o f a v.54, p . 625-63 3, 2000.
g ly c o li p id bios urfac tant, ma nnosy le ryt hri tol M AK K A R . R.S.; C A M E O T R A, S.S. Biosurfactant
lipid, from Candida antarctica Biotechnology production by a thermophilic B a cillu s su b tilis
L etters, v.24, p.225-229, 2002. st ra in. J o u r n a l o f I n d u str ia l M ic r o b io lo g y
KIM, H.S., KIM, Y.B.. LEE. B S., KIM, E.K. & B io te c h n o lo g y , v. 18, p . 3 7- 42 , 1997.
Sophorolipid production by Candida hombicola MATA-SANDOVAL. J.C.; KARNS, J.; TORRENTS,
ATCC 222 14 from a corn-oil p ro c e ss in g A. H i g h - p e r f o r m a n c e liquid c h r o m a t o g r a p h y
b y - p r o d u c t . J ournal o f M icr o b io lo g y and method for lhe characterization o f rhamnolipid
B iotech n olo g y, v. 15, p.55-58, 2005. mixtures produced by Pseudom onas aeruginosa
KO CH , K.A.; K À PP E L I, O.; F I E C H T E R , A.; UG2 on c om oil. Journal o f Chromatography.
R E I S E R , J. Hy dr ocar bo n a ss im ila tio n and p . 2 1 1-2 20 , 1999.
bio s u rf a c ta n t pr od uc tio n in P se u d o m o n a s MERCA DÉ , M E.; MONL EON, L ; ANDRES, C.;
aeruginosa mutants. Journal of Bacteriology. R O D O N , L; M ART INE Z, E.; ESPUNY, M.J.;
v. 173, n. 13, p.4212-4219, 1991. M A N R E S A , A. S c r e e n i n g a nd s e le c ti o n o f
KOMA, D., HASUMI, F., YAMAMOTO, E., OHTA, s u r f a c t a n t - p r o d u c i n g b a c t é r i a f r o m w a st e
T., CHUNG, S.Y., KUBO, M. Biodegradation of lubricating oil. Journal of A p p lie d
long-chain n-paraffms from waste oil of car engines B a c te r io lo g y , v.81. p. 161-166, 1996.
by Acinetobacter sp. Journal of Bioscience and MEYLHEUC, T. et al., Adsorption o f biosurfactant
B ioengineerin g, v.91, p.94-96, 2001. on solid surfaces and consequences regarding the
KOSAR IC. N.; GRAY, N.C.C.; C A RN S , W.L. bioadhesion o f Liste ria m onocytogenes LO 28.
Biotechnology and the surfactant industry. In: J o u r n a l o f A p p lie d M ic r o b io lo g y . v.91,
Biosurfactants and Biotechnology, Surfactant p . 8 2 2 - 8 3 2 , 2001 .
Science Series. New York, M. Dekker. v.25, p. 1- M I L L E R , R M. C h a p t e r 3: S u r f a c ta n t- e n h a n c e d
19, 1987. bioavailability o f slightly soluble organic
KOSARIC, N. Biosurfactants in industry. Pure c o m p o u n d s . In: B io r e m e d ia tio n S c ie n c e an
& A p p lied C h e m istr y , v.64. n . l l , p . 1731- A p p lic a tio n s , p . 33-54 , 1995.
1737, 1992. MILLER, R.M. Biosurfactant facilated remediation
KUYUKINA, M.S., IVSHINA. I.B. PHILP, J.C.; o f c o n ta m in at e d soil. E n v iro n m en tal Health
CHR1STOFI, N.; DUNBAR, S.; RITCHKOVA, P e r sp ec tiv e , v. 103, n . l , p .59-62. 1995b.
M.l. Recovery of Rhodococcus biosurfactants MILLER, R.M., ZHANG, Y. Chapter 4 Measurement
using methyl tertiary-butyl ether extraction. o f b io s u rf a c ta n t- e n h a n c e d so lubilizatio n and
J ou rn al of M icrobiological M ethods. v.46, biodegradation of hydrocarbons. Bioremediation
p . 149-156, 2001. Protoeols, p.59-66, 1997.
LA N G , S. Biological a m phip hile s (m ic ro bia l Ml RELES, J.R. et al., Salm onella ente rica scrovar
biosurfactants). Current Opinion in Colloid ty p h im u riu m s w a r m i n g m ut a n ts with altercd
& Interface Science, v.7, p. 12-20, 2002. b i o f i l m f o r m i n g a b il it ie s : s u r f a c t i n i n h ib it s
LANG, S.; WAGNER, F. Structure and properties b iofilm formation. J o u r n a l o f B a cteriolo gy ,
o f b io s u rf a c ta n t. In: B io su rfa cta n ts and v. 183, p . 5 8 4 8 -5 8 5 4 , 2001.
Biotechnology. Surfactant Science Series, New MUL LIGAN, C.N. Environmental applications for
York. M. Dekker. v.25, p.21 -45, 1987. b i o s u r f a c t a n t s . E n v ir o n m e n t a l P o llu tio n .
LAZAZZERA, B.A.; KURTSER, I.G.; McQUADE, v. 133, p. 183-198, 2005.
R.S., Grossman, A.D. An autoregulatory circuit M U R I E L , J .M.; B R U Q U E . J .M ., O LÍ A S , J M ;
affecting peptide signaling in Bacillus subtil is. J1MÉNEZ-SÁNCHEZ, A. P r o d u c ti o n of
Journal of Bacteriology. v. 181, p.5193-5200, b i o s u r f a c t a n t s by C la d o sp o riu m resin a e.
1999. B iote-ehnoiogy L etters, v. 18, n.3. p 235-240,
LIN, S.C. Biosurfactants: recent advances. Journal 1996.
C h e m istr y T echn ological B io te ch n o lo g y . N A S C I M E N T O , A .P I so la m e n to , S e le ç ã o e
v.66, p. 10 9-120, 1996. C a r a c te r iz a ç ã o de M icr o r g a n ism o s P r o d u
LOWRY, O.H.; ROSEBROUCi, M J.; FARR, A.L.; to res d e B io ss u r fa c ta n te s. 71 p. D is se rt a ç ã o
RANDALL, R J. Protein measurements with the de Mestrado- Escola Superior de Agricultura “
Folin-Fhenol reagent Journal o f B iological Luiz de Queiroz” Piracicaba, USP, Piracicaba. SP,
C hem istry. v.193, p.265-275, 1951. 2003.
182 Microbiologia Ambiental
R O N, E.Z.; R OSEN BER G , E. Natural roles of SINGH, P., CAMEOTRA, S.S. Potential applications
biosurfactants. Enviromental M icrobiology, of microbial surfactants in biomedical sciences.
v.3, n.4, p.229-237, 2001. T ren d s in B io te c h n o lo g y . v.22, n.3, p . 142-
ROONGSAWANG, N., TH ANIYAVAR N, L, 146, 2004a.
TH ANIYAVARN, S., KA MEYA MA. T.. SINGH. P., CAMEOTRA, S.S. Enhancement of metal
HARUKI. M.. IMANAKA, T.. MORIKAWA, bioremediation by use o f microbial surfactants.
M.. KANAYA. S. Isolation and characteization B io c h e m ic a l and B io p h y sic a l R esearch
of a ha lot ole ra nt B a c illu s s u b tilis C o m m u n ic a tio n s, v.3 19, p . 291-29 7. 2004b.
BBK-1 whic h prod uc es three kinds of SO L AI MA N, D.K.Y., ASHBY, R. D., NUNEZ, A.t
lipopeptides: bacillomycin L, plipastatin, and FOGLIA, T.A. Production o f sophorolipids by
surfactin. E x t r e m o p h i l e s , v.6, p.4 9 9 -5 0 6 , C andida bom bicola grown on soy molasses as
2002. substrate Biotechnology Letter, v.26, p. 1241-
ROSENBERG. E.. RUBINOVITZ, A., GOTTLIEB. 1245, 2004.
A., ROSENHAK. S.. RON, E. Production of STANGHELLINI, M.E., KIM, D.H., RAMUSSEN,
biodispersan by Acinetobacter calcoaceticus A2. S.L., R O R A B A U G H . P.A. Co ntrol o f root rot
Applied Environmental M icrobiology, v.54, o f peppers caused by Phytophora capsici with
p , 317-322, 1988. n o n - i o n i c s u r f a c t a n t . P la n t D is e a s e , v .80,
ROSENBERG, E.. PERRY, A , GIBSON, D. T., p . 1 1 13-1 16, 1996.
GUTNICK, D. L., Emulsifier o f A rthrobacter SULLIVAN, E . R. M olecular genetics
RAG-1 - isolation and emulsifying properties. b i o s u r f a c t a n t p r o d u c t i o n . C u r r e n t O p in io w
Applied Environmental M icrobiology, v.37, in B io te c h n o lo g y , v.9, p . 2 6 3 -2 6 9 , 1998.
p .402-408. 1979. S Y L D A T K , C., M A T U L O V I C , U., L A N G S.
ROSENBERG. E.; GUTNICK, D.L. W A G N E R , F. P r o d u c t i o n o f f o u r interfacial
ROSENBERGER. E.Z. Adherence of bactéria to a c ti v e r h a m n o l i p i d s fro m n o r m a l - a l k a n e s or
hydrocarbons: a simple method for measuring gíycerol by resting cells. N atu rf o rs c h u n g , v.40,
c el l- su rf ace hyd rophobiciry. FEM S p .61-6 7. 1985.
M icrobiology Letters, v.9, p .29-33, 1980. S Y M M A N K , H., F R A N K E , P.. S A E N G E R , W.,
R O S E N B E R G , E.; RON, E.Z. High and low- BERNHARDT, F. Modification of biologically
molecular mass microbial surfactants. Applied a c t i v e p e p t i d e s : p r o d u c t i o n o f a novel
M icro b io log y and B iotech n o lo gy , v.52, lipo he xa p ep tid e after en gi ne e rin g o f B a cillu s
p. 154-162, 1999. s u b tilis surfactin synthetase. P r o te in
R O SE NB ER G , M., KJE LL BER G, Hy drophobic E n g in e e r in g . v . 15, p .9 1 3 - 9 2 1 , 2002.
inter act ions - role in bacterial adhesion. T A H Z I B I , A.; K AM AL, F.; A S S A D I , M.M.
A dvances in Microbial Ecology. v.9, p.353- Improved production o f rhamnolipids bya a
393, 1985. P s e u d o m o n a s a e r u g in o s a m u t a n t I r a n i a n
RUBINOVITZ, C., GUTNICK, D.L., ROSENBERG, B i o m e d ic a l J o u r n a l , v.8, n . l , p .25-31, 2004.
E. Emulsan production by A c in e to b a c te r TULEVA, B.J.; IVANOV, G.R.; CHR1STOVA, N.E.
ca lco a ceticu s in the presence of Biosurfactant production by a new Pseudomonas
chloramphenicol. J ournal o f B acterio log y , putida strain. Naturforsch. v.57, p.356-360, 2002.
v.152. p . 126-132, 1982. THIMON. L. Effect o f lipopeptide antibiotic, iturin
S C H E N K . T.; S C H I J P H AN, [.; S C H M I D T , A. on morphology and membrane ultrastructure
B .High-pe rforman ce liquid ch rom a to gr a ph ic o f yeas t cells. F E M S M icro b iolo g y L etters,
determ ination o f the rham nolipids v . 128, p . 101-106, 1995.
p r o d u c e d by P s e u d o m o n a s a e r u g in o s a VELRAEDS, M.M. van der Mei, H.C.; REID, G.;
J o u r n a l o f G h r o m a t o g r a p h y , v. 693 , p . 7- B U S S C H E R , H.J. P h y s i c o c h e m i c a l and
13, 1995. biochemical characterization o f biosurfactants
SIDAL. U.. OZKALE-TASKIN, E. Rhamnolipid r e l e a s e d by L a c to b a c illu s s t r a i n s . C o l l o i d s
production from olive oil mill effluent using the a n d S u r f a c e s : B i o i n t e r f a c e s , v.8, p .5 1- 61 ,
rotating disc bioreactor. Biologia, v.58, p. 1081- 1996.
1086, 2003. V I L D A N O V A - M A R T I S H I N L R.I., TUROVSKY,
S IE G M U N D . 1 .WAGNER, F. New method for A.A., ZAIKOV, G.E. Re se ar ch o f kinetic
detecting rhamnolipids excreted by Pseudomonas p a ra m et e rs o f g r o w th o f the bacterial strain
species during growth on mineral agar. Biotech- R h o d o c o c cu s lu teu s on differ ent su bstrates.
nology Technology, v.5, p .265-268, 1991. O xidation C om m u nication s, v.25. p.587-595,
SIM, L.: WARD, O.P.:LI, Z.Y. Production and 2002 .
Instituto N acion al d e T ecnologia/M C T - D ivisão de M eio A m biente. F IO C R U Z /M S - F ar-M anguinhos. Av. C om andante G uaranys,
4 4 7 Jacarepaguá - CEP: 2 2 7 7 5 -6 1 0 - Rio de Janeiro. RJ. 'LFRJ/1Q - L ab.de T e c n o lo g ia E n zim ática - CT. B lo c o A , Ilha d o Fundão
- CEP: 2 1 9 49-900 Rio de Janeiro. RJ.
186 M icrobiologia Am biental
I. In tro d u ç ã o
FIGURA 1. Correlação da
b io c a t á li s e c o m outras
áreas do c o n h e c im e n to
e os p ri n c ip a i s setores
de aplicação (Bommarius
& Riebel, 2004).
fm porkínria ambiental da biocatálise 187
biocataüsador é pro
duzido, aplicado na
bioconversão e o pro
Kc\UpCTÍvJ‘’(Ic Sclcxio «Ic duto é recuperado
prmtuio
I1kk (BEILEN & LI, 2002).
O c re s c i
mento da biocatálise
também está relacio
Aplic«vAo tk nado ao desenvolvi
Khk ( jr.ik’u*ri/.i\iti tlc
mento de novas tec
nologias e aplicação
de tecnologias vigen
Aglv+%' CrrOusii*rtc tes na descoberta e
I íi|(cnh.ii u tlc
h»otiUli\Jüotc« ap rim o ram en to de
b io c a ta l isa d o re s,
ifer ^ lêl.v <W« iW l
conforme descrição
apresentada na Ta
bela 1.
FIGl?RA 2. O ciclo da biocatálise (Beilcn & Li. 2002; Schmid et
a L 2001).
T e c n o lo g ia A v a n ç o s p r o p o r c io n a d o s
• D escoberta de enzimas
G e n ô m ic a fun cion al ‘ C o rre |a ç 5o d e g en o m a e a t,v ,d a d e en zim ática
• Genômica para o descobrim ento de drogas relacionadas à
atividade enzimática
D e te r m in a ç ã o d a e s tr u tu r a p r o té i e a • G e n ô m ic a e s tr u tu r a l
• Polimerização enzimática
B io c a tá lis e c o m b in a to r ia l
• G lic o sila ç ã o d e c o m p o s to s b io a tiv o s
• B io s e n s o r e s , b io r c a to r e s e c é lu la s b ío c o m b u stív e is
B io e le tr o c a tá lis e • M e ta b ó lito s c o m o p r o d u to s q u ím ico industriais
E n g e n h a ria m e ta b ó lic a • B io c a tá lis e industrial
E n g e n h a ria d e b i o p r o c e s s o s ■ Im o b iliza ç ã o en zim ática c m d ife re n tes m ateriais
• T é c n ic a d e p r o te ç ã o d e g ru p o s e n zim á tic o s
2. M e rc a d o d e e n z im a s
3. S u s te n ta b ilid a d e dos b io p ro c e s s o s
i
T? O
40 somente a idéia de preservação
£ do meio ambiente e o desenvol
20
0 vimento de tecnologias limpas e
1960 1970 1980 1990 2002 sim aspectos econôm icos que
Ano
serão tratados nos estudos de
FIGURA 3. Evolução na implantação de processos casos que serão apiesentados.
industriais biocatalisados na indústria química Dentre os 134 processos biocata-
(Straathof et ai, 2002). lisados citados por Straathof, a
190 Microbiologia Ambiental
(B ) Processo
Microbiano
(C ) Processo
Enzimático
H2O H20
CH2=- CH CN
C ü flf lj C h 2 = CH — COOH
N1TRILA HIDRATASC
FIGURA 6. Comparação entre os três processos para a produção de acrilamida. (A) Catálise
metálica, (B) Transformação por via microbiana. (C) Catálise enzimática (Ogawa & Shimizu,
1999).
• Ocorreu redução das emissões de COv O processo antigo produzia 1,5 kg CO,/kg
de produto enquanto o enzimático produz 0,3 kg CO,/kg de produto.
Três principais motivos têm chamado atenção dos químicos orgânicos para
utilização de enzimas como catalisadores em síntese:
• as enzimas são capazes promover reações químicas de interesse em condições
brandas de pH, temperatura e pressão;
• as enzimas são catalisadores quirais, assim sendo, são capazes de produzir moléculas
opticamente ativas;
• os biocatalisadores podem mediar transformações muito difíceis de serem obtidas
através da química orgânica tradicional.
TABELA 2. Enzimas freqüentemente utilizadas em síntese orgânica (Koeller & Wong, 2 0 0 1 ; Adam et
a l 1999).
Enzimas R e a ç õ e s catalisadas
Li pa s es , e s t e r a s e s H idrólise d e é s t e r e s
A m idases (p r o te a s e s , a cila ses) Hidrólise de amidas
Desidrogenases O x i r r e d u ç à o d e á lc o o i s e c e t o n a s
O x ig en a ses (m ono e d i-o x ig e n a se s ) O x id a ç à o
Peroxidases O xid a çà o , epoxidação, halogenaçâo
Q uinases F osforila ção (d e p e n d e n te de ATP)
Aldolases, transacetolases R eação de aldol ( C - C )
G lico sid ases, glicosiltransferases F orm ação de ligação glicosídica
Fo s fo ri la s e s , fo s f a t a s e s F o r m a ç ã o e hidrólise d e fosfato
Sulfotransferase F orm ação de éster sulfato
T r a n s a m in a s e s Síntese de aminoácidos
Hidrolases Hidrólise
l s o m e r a s e , liase, hid ra ta se I s o m e r i z a ç à o , a d i ç à o , e lim ina ção , s ubst it ui çã o
TA BE L A 3. Alguns exem plos de processos industriais que utilizam enzim as livres de células c o m o
catalisadores.
Intermediário
BASF
oxidase Ácido (R) 2-fenilpropiônico na pro du ç ã o Dingler e t a l.. (1 9 9 6 )
Alemanha
de herbicida
BASF Intermediário
Lipase ( S ) - 1-feniletilamina Balkenhohl, (1 9 9 7 )
Alemanha quiral
M o n ô m e r o na
M ITSUBISH N itrila Acrilamida (1 0 .0 0 0
síntese de Shimizu e t a l.. ( 1 9 9 7 )
Jap ão hidratase toneladas/ano)
poliacrilamidas
GLAXO
Epimerase e P r ec u rs o r de
WELLCOME Ácido N-acetil-neuramínico Mahmoudian, (1 9 9 7 )
aldolase drogas
5. B io ca tá lise a m b ie n ta l
• Peroxidases
Resíduos de papel e
Indústria de papel e celulose • Lacase
celulose
• Celulases
• Paration hidrolase ou
P esticid a s A tiv id a d e agrícola e m geral fosfotriesterase
• P erox id ases
• Ligninases
R esíd u o s só lid o s Indústrias que descartam material • Lipase
e lo d o celulósico e ligno-celulósico • Lisozima
■ Celulose
M eta is p e s a d o s A tiv id a d e industrial e d e mineração • F o sfa ta se s
6. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
R eferências
ADAM, W.. L A Z A R U S , M., S A H A - M Ò L L E R , BRUHN. H.; POHL, M.: MESCH, K.; KULA, M.R.
C R.. WEICHOLD, O., HOCH, U., HARING, M ethod for the p rodu ction o f a cy loin s, use
D., S C H R E IE R , P. B io tr a n s fo rm a ti o n s o f s u ita b le p y r u v a te d e c a r b o x y la se as well
with peroxidases. A dvances in B iochem ical as its produ ction and DNA seq u en ce o f the
E n gin eering/B iotechnology, v.63, p .73-108, c o d in g gene. G e r m a n P a t e n t A p p l i c a t i o n ,
1999. 1995, DE 195 23 269.
AITKEN. M.D. Waste water applications of enzyme: DINGLER, C.; LADNER, W.. KREI, G.; COOPER,
opp ortuni ties and obstacles. T he C hem ical B., H A U E R , B. Pr eparation o f (R)-2-(hydro-
E ngineering Journal, v.52, p.49-58, 1993. xyphenoxy) propionic acid by biotransformation.
ANDERSON. B.; HANSEN, M.; HARKNESS, A.: Pesticides Science, v.46. p . 33, 1996
HENRY, C.: VINZENZI, J.; ZMIJESWSKI, M. D U N F O R D , H.B H e m e P e r o x id a s e s . W i l e y -
Application of practical biocatalytic reduction VCH, Germany, 1999.
to an e n a ti o s e le c ti v e sy nth es is o f 5H-2, 3- DUNNWALD, T.; GREINER, L.; IDING, H.; LIESE,
b e n z o d ia z e p in e LY 300164. J o u r n a l o f A.; M Ü L LE R , M.; POHL, M. Stereoselective
A m e r i c a n C he m ica l Society. v. 117, p. 12358, s y n th e s is o f 2 -h y d r o x y k e to n e G e rm a n
1995. Patent Application, 1999, DE 199 18 935 8.
AZEVEDO, W.D.; PLOEG, J.D.V.; LEISINGER, T.; DURÁN, N.; ESPOSITO, E. Potential applications
KIENER, A ; HEINZMANN, K.; GILLIGAN, o f o x id a tiv e e n zy m e s and p he nolo xid a se -li ke
T. Process for the production o f L-alaninol compounds in wastewater and soil treatment: A
and g a m m a-glu ta m y l iso p r o p y la m id e and review. Applied C atalysis B: Environmental,
v.28, p . 83-99, 2000
a m ic r o o rg a n ism strain of genus
GAV RILES CU, A.; CHISTI, Y. Biotecnology - A
P seudom onas, World Patent application 1999,
s ust a in a ble alt ern at ive for c hem ic al industry.
W 0 9 9 0 7 1 9 9 A 19990218.
B io te eh n o lo g y A d v a n ces, in p r e s s , 2005.
B ALK ENH OH L, F.. DITRICH, K.: HAUER, B;
GODF REY , T. The industrial en z y m e s m arket:
L A D N ER . W. Op tic al ly acti ve ami ne s via
A s u m m a r y . D is p o n ív e l em: h t t p : / / w w w .
lipase-catalyzed methoxyacetylation. Journal
biocataly sts .com /fram es/b ioc atal ysts _01, 1998
für praktische C h em ie, v.339, p .3 8 1 -3 8 4 ,
K O E L L E R , K .M .: W O N G , C .H . E n z y m e s for
1997.
chemical synthesis. Nature. v.409, p.232, 2001
BEILEN, J.B.: Ll, Z. Enzyme technology: an overview.
K ARA M, J.: NIC ELL, J. Potential application of
Current Opinion in Bioteehnology. v. 13, e n z y m e s in w a st e t r e a tm e n t. J o u r n a l o f
p.338-344, 2002.
C h e m ic a l T ec h n o lo g y and B io te e h n o lo g y .
BELICZEY, J.: KRAGL, U.; WANDREY, C.; v.69, p . 141-153, 1997
COENEN, H.; HAMACHER, K : TIERLING, T. LIESE, A.; SEELBACH, K ; WANDREY, C industrial
E nzym atic sy n th esis o f 3 -flu o rn eu ra m in ic Biotransformation. Wiley-VCH, Germany, 2000.
acid (5-a ce ta m id -3 ,5 -d id e so x y -3 -flu o ro -D - MAISTER, P. (2001). Growing market for indus
g lycero -D -g alacto -n o n u lop yran o so n ic acid trial en zym es. Dispo nív el em: h tt p :/ / a tl a n ta .
derivatives) and other 3,5 -d id e so x y -3 - bizjournals.com/atlanta/stories/2001/03/19 focus7
flu oron on u lop yran oson ic acid deriv atives MARRS, B ; DELAGRAVE, S.; MURPHY, D. Novel
US Patent 1998. 09/156322. approaches for discovering industrial enzymes.
BOMMARIUS, A.S.; RIEBEL, B.R Biocatalysis: C u r r e n t O p in io n in B io te e h n o lo g y , v.2
F u n d a m en ta is and A p p lica tio n s W il e y - p . 2 4 1 - 2 4 5 , 1999.
VCH, Germany, 2004. M A H M O U D I A N . M.; N OBL E, D.; DR AK E , C.;
BON, E P S . , PE R E IR A JR.. N. T ecn o log ia M I D D L E T O N , R.; M O N T G O M E R Y , D.;
E nzim ática, 1999. PIERCEY, J.E.; RAMLAKHAN, D.. TODD, M.;
B U SIN ES S C O M M U N IC A T IO N S COMPANY, DAWSON, M. An efficíent process for production
INC , RC-1 47U E nzym es fo r In d u stria l N-aeetylneuraminic acid using /V-acetylneuraminic
A pp lications, 25 Van Zant Street, Norwalk, aldolase. J o u rn a l o f E nzym e and M icrob ial
EUA, 2004. T echn ology, v.45, p .393, 1997
198 Mic robiologia Ambiental
and innovations in industrial biocatalysis for the SHIMIZU, S.; KATAOKA, M.; KOBAYASHI, M
production of fine chemicals.Current Opinion In: New E n zym es for O rg a n ic S y n th e sis;
in B io te c h n o lo g y . v. 15, p . 2 7 2 - 2 7 9 , 2004. SCHEPER, T. Springer: New York, 1997; 45.
P E R A L T A - Z A M O R A , P.: T I B U R T I U S . E.R.L .; STRAATHOF, A.J.J.; PANKE, S.; SCHIMID. A.
M O R A E S , S.G. D e g r a d a ç ã o e n z i m á t i c a de The p ro d u c ti o n o f fine c h e m i c a l s by
coran tes têxteis. Q u ím ic a T ê x til, v.25, p . 32- bio tr an s fo rm a ti o n s . C u rren t O p in io n in
38, 2002. B iotech nology, v. 13, p . 548-556, 2002.
R O Z Z E L L , J.D. C o m m e r c i a l scale bi oc at aly si s: T A N A K A , A.; TOSA, T.; KOBAYASHI, T.
Myths and realities Bioorganic & M edicinai Indu strial a p p lic a tio n o f im m o b iliz e d
C h e m istr y , v.7, p . 2 2 5 3 - 2 2 6 1 , 1999. biocatalysts. Mareei Dekker, New York, 1993.
S C H M I D , A.; D O R D Í C K , J.S.; H A U E R , B , WANDREY, C.; LIESE, C. KJHUMBU, D. Industrial
K I E N E R . A.. W U B B O L T S , W I T H O L T , B. biocatalysis: Past, present and future. Organic
In du s tri a l B i o c a t a l y s i s to d a y a nd t om or ro w . Process Research & Development. v.4. p.286-
N a lu r e , v.409, p . 2 58-2 6 8, 2001. 290, 2000.
9
f<2Úzô de JÒe^ame/de1 d?
SK Z
• /.
w- de
E m b r a p a M e io A m b ie n te , C .P . 6 9 - C E P : 1 3 8 2 0 -0 0 0 - J a g u a r i ú n a , SP. : U S P /E S A L Q , D e p to . d e G e n é tic a , C .P . 83 -
C E P : 1 3400-970 - P ira cicab a , SP
200 Microbiologia Ambiental
1. In tro d u ç ã o
2. E stra té gia s de is o la m e n to
(DAVIS & WILLIAMS, 1970), enquanto solos ácidos e solos alcalinos podem conter
m enor núm ero de S trep to m yces e m aior núm ero de A c tin o p la n e s e
Streptosporangium .
Como a biodegradação de muitos pesticidas tem sido aumentada na presença
de raízes de plantas e exudados de raízes (HSU & BARTHA, 1979; REDDY &
SETHUNATHAN, 1983; WALTON & ANDERSON, 1992) devido à grande
biomassa e atividade microbiana, em função de substratos de carbono fornecidos
pela rizodeposição, é possível, sem dúvida, amostrar solos rizosféricos à procura de
microrganismos degradadores. Na rizosfera, análogos estruturais de vários xenobióticos
presentes em exsudados, componentes de paredes celulares e lisados, assim como
produtos secundários da decomposição desses materiais podem ser seletivos para
microrganismos que metabolizam ou cometabolizam estes compostos xenobióticos.
Nessa linha de pesquisa é que Hsu & Bartha (1979) relataram que a presença de
plantas ou irrigação de solo com exsudados de raízes aumentaram a taxa de
mineralização de paration em comparação a solo não cultivado. Em outro estudo,
Sandman & Loos (1984) encontraram taxas mais elevadas de microrganismos
degradadores de 2,4-D em solos da rizosfera de cana-de-açúcar do que em solos
não-rizosféricos. Os autores explicam que os degradadores de 2,4-D parecem ter
sido seletivamente favorecidos na rizosfera de cana-de-açúcar.
Os fatores ambientais abióticos citados, que podem atuar na atividade
microbiana afetam, portanto, a degradação de pesticidas no solo. É possível, assim,
obter microrganismos com potencial para degradar um determinado composto
xenobiótico em solos virgens. No entanto, é de se esperar que em solos contaminados
os microrganismos possam se adaptar e adquirir a capacidade de utilizar o composto
como fonte de carbono e energia para o seu metabolismo.
Jfcendo os xenobióticos substâncias orgânicas sintéticas, e, portanto, estranhas
ao ambiente, eles são difíceis de serem degradados pelos microrganismos que
evoluíram e adquiriram mecanismos genéticos para o catabolismo e reciclagem de
produtos biossintéticos. Pesse modo, a procura de microrganismos degradadores pode
ser dirigida àqueles locais com problemas detectados de contaminação ou de uso
intensivo de pesticidas. Porém, o insucesso no isolamento do microrganismo ideal
pode estar relacionado à recalcitrância da molécula em estudo, fato este que
incrementa ainda mais os problemas de poluição ambiental.
Via de regra, amostras deveriam ser coletadas nos primeiros 5 10cm do perfil
do solo, já que é nesta profundidade que tem lugar a maior atividade microbiana. Se
na área amostra da não se encontrar um grande número de microrganismos, pode-se
recorrer ao isolamento a partir de solo rizosférico ou de raízes. E nesta zona que
ocorre a maior atividade microbiana. Ademais, há preferência de certos microrganismos
pelas raízes de plantas. Bactérias, em geral, são colonizadoras de raízes e são capazes
de utilizar glucose, alanina, acetato etc.
£olos secos ao ar e homogeneizados devem ser peneirados através de uma
peneira de 2 mm de malha. Peneiramento do solo é indicado para remover restos de
material vegetal, grandes torrões de terra, pedra, diminuindo a heterogeidade da amostra.^
Amostras de solo pequenas (20 gr) são preferidas devido à economia de coleta, espaço
e armazenamento, mas, aumenta-se a variância da amostra, quando comparado com
amostras maiores. Amostras de 50 gramas, obtidas a partir de sub-amostras compostas
bem misturadas são indicadas. Uma porção do solo (1-10 g) é diluída em solução salina
(0,85%) ou tampão Tris e agitada por alguns minutos, a 100-150 rpm. Uma leve agitação
da mistura (solo + sol. tampão), realizada em um banho-maria ultrasônico, de baixa
energia, pode ser usada para liberar microrganismos de partículas de solo.
Homogeneização mecânica do solo com auxílio de um liquidificador tem sido
mais eficiente na dispersão das partículas do que a agitação em shaker (KANAZAWA
et a i, 1986). Segundo Strickland et al. (1988), este procedimento foi mais útil para um
solo altamente orgânico, devido à natureza da agregação, comparado com solos minerais.
Estes procedimentos têm tido muito sucesso e são ideais para o isolamento de bactérias.
Para facilitar a liberação de
SOLO microrganismos durante a agitação,
"a g i t a ç ã o "c o m d e t e r g e m t e a n i ô n i c o Mac-Donald (1986) usou uma resina
E RESINA D E TRO C A A N IÔ N ICA
q u e la n te de tro c a iô n ic a e um
CEN T R IFU G A Ç Ã O SOB BAIXA SO B R E N A D A N T E d e te rg e n te a n iô n ic o para q u elar
V ELO CID A D E 0)
cátions di e polivalentes que causam
AGITAÇÃO EM TAM PÀO TRIS
floculação e evitar as interações
C EN T R IFU G A Ç Ã O SOB BAIXA SO B R E N A D A N T E
adesivas entre as partículas do solo.
V ELO CID A D E fc 0)
Um procedimento proposto
U LTRASO NISAÇÃO
por Hopkins et al. (1991) incorpora
C EN T R IFU G A Ç Ã O SOB BAIXA SO B R E N A D A N T E
V ELO CID A D E (2 )
alguns passos a fim de maximizar a
dispersão de agregado do solo e
A GITA ÇÃ O EM ÀGUA
liberar microrganismos (Figura 1).
C EN TR IFU G A Ç Ã O SO B BAIXA SO B R E N A D A N T E
V ELO CID A D E (3) Depois de cada etapa do processo,
RESÍDU OS (R)
as células liberadas são coletadas no
so b re n a d a n te , seg u in d o a b aix a
SO BR EN A D A N TE
(EXTRATO) c e n tr if u g a ç ã o (5 0 0 xg po r até
PU RIFIC A Ç A O POR C EN T R IFU G A Ç A O DE
2 minutos). O material precipitado
G RA D IEN TE D E D EN SID A D E ap ó s c a d a e ta p a é re e x tra íd o
FIGURA 1. Fluxograma mostrando as etapas para n a e t a P a seguinte. O sobrenadante
m á x i m a d i s p e r s ã o de a g r e g a d o s d o s o l o e de c a d a e t a p a c o n s titu i o e x t r a to
centrifugação diferencial proposto por Hopkins e O “ pellete fin al r e p r e s e n t a o
et a i (1991). resíduo.
206 M icrobiologia Ambiental
carboximetiicelulose, cuja hidrólise é visualizada por meio de uma zona clara ao redor
das colônias, após inundar as placas com solução aquosa de 1% de brometo de amônio
hexadeciltrimetil (HANK1N & A NA GNOSTAKIS, 1977). Para isolamento de
quitinolíticos, por exemplo, Hsu & Lockwood (1975), empregaram um meio mineral
suplementado com quitina coloidal.
/Um diagnóstico rápido para identificar biodegradadores é observar a mudança
de cor do meio de cultura, ou talo de degradação ao redor das colônias, em função do
uso de indicadores ácido-base/ A viragem é causada por um processo metabólico
específico de linhagens degradadoras. Um exemplo ilustrativo pode ser apresentado
com o herbicida atrazina, onde usa-se o indicador vermelho de bromocresol em um
meio de sais minerais com 2,4-D como única fonte de carbono e extrato de levedura
como fator de crescimento (SANDMAN & LOOS, 1984). A oxidação microbiana
do 2,4-D resulta na produção de HC1, que muda a cor do meio de vermelho (pH 7.0)
para amarelo (pH 5.2). Desse modo, esse ou outros indicadores ácido-base como:
azul de bromotimol e eosina-azul de metileno, incorporados ao meio de cultura, podem
ser usados para isolam ento de m icro rg an ism o s d eg rad ad o res de p esticidas
organoclorados. Utilizando reagentes indicadores, Bordeleau & Bartha (1969) isolaram
microrganismos do solo que cometabolizam anitinas substituídas e azobenzenos. Os
autores recorreram ao uso de p-anisidina ou p-anisidina-H.O, que foram pulverizadas
sobre as colônias de-senvolvidas em meio de cultura não seletivo após incubação das
mesmas. A condensação oxidativa da p-anisidina é detectada através da descoloração
marrom-avermelhada das colônias. O uso de indicadores em meio de cultura facilita
e agiliza a seleção de um número considerável de microrganismos degradadores, ao
mesmo tempo em que simplifica as determinações através do número mais provável
de microrganismos degradadores e evita as quantificações futuras de centenas de
prováveis microrganismos via cromatografia.
Ém muitos casos, o próprio xenobiótico, usado no meio de cultura sólido, é
usado para indicar e identificar colônias degradadoras. Isolamento de Pseudomonas
sp. degradadoras do herbicida atrazina foi feito em um meio de cultivo sólido contendo
sais minerais e 0, 1% de citrato de sódio como fonte de carbono e atrazina (100
ppm) como única fonte de nitrogênio (M AN D ELBA U M ET et a l., 1995). Como o
meio contendo atrazina torna-se opaco como resultado de partículas finas, é possível
visualizar zonas claras ao redor de colônias degrad ad o ras./O u tros substratos
xenobióticos podem ser testados a despeito do objetivo de trabalho em estudo,
no sentido de facilitar a etapa lab o rio sa de seleç ão de p o te n ciais agentes
degradadores.
Um método padrão que tem sido usado para isolamento de microrganismos
degradadores ou resistentes é proceder à mistura do solo com igual quantidade de
água e agitar por aproximadamente duas horas. Deixa-se as partículas de solo
precipitarem-se por aproximadamente dois minutos. O sobrenadante é usado com
inóculo para suplementação (enriquecimento) de culturas em frascos Erlenmeyer
contendo o meio basal de crescimento que, geralmente, é um meio mineral e vitaminas,
suplementado com baixa concentração de glucose (100 mg/L !), extrato de levedura
(100 mg/L '), antibióticos para impedir o crescimento de muitas bactérias e o próprio
composto xenobiótico que poderá ser ainda acrescentado gradualmente aos frascos.
208 Microbiologia Ambiental
2.3.2 Pirocatecases
3. B io d e g ra d a çã o a ce le ra d a
abaixo de 100 ppb 000 ng/mL), as taxas de degradação podem ser mil vezes superiores
em populações que são pré-expostas ao composto. Um longo período de adaptação
poderia acomodar mudanças genéticas como um mecanismo de adaptação microbiana.
As informações genéticas podem ser transferidas entre populações através
da transdução, transformação e conjugação, assistidas por plasmídeos. A principal
forma pela qual as bactérias se adaptam aos poluentes no ambiente é através da
aquisição de plasmídeos, que codificam genes envolvidos na resistência ou catabolismo.
Bactérias degradadoras de herbicidas do grupo dos carbamotioatos apresentam
plasmídeos que contêm genes para degradação; linhagens sem plasmídeos não
degradam esses herbicidas (TAM et al., 1987; MUELLER et a i, 1988).
Plasmídeos são moléculas de fitas circulares de DNA que se replicam como
entidades independentes do cromossomo do hospedeiro. Em geral, o tamanho dos
plasmídeos varia de 1 Kb a 500 Kb (pares de base). Plasmídeos menores são mantidos
em cópias múltiplas, de até 40 por organismo. Genes codificando para o metabolismo
de pesticidas e outros compostos xenobióticos são freqüentemente, mas nem sempre,
localizados em plasmídeos.
Plasmídeos catabólicos são principalmente encontrados em Pseudo-monas
fluorescentes e uma característica comum desses plasmídeos é que eles são
freqüentemente muito grandes. As funções especializadas desses megaplasmídeos,
tais como resistência a metais pesados, são codificadas por somente pequenas porções
do conteúdo total. Por exemplo, no plasmídeo pMOL30 de 240 Kb de Alcaligenes
eutrophus, cerca de 40 Kb parecem estar envolvidos na resistência a metais pesados
e 40 Kb em funções básicas como transferência, replicação e manutenção. A função
da porção restante ainda não foi identificada.
Plasmídeos que codificam para degradação podem ser transferidos entre
bactérias da mesma espécie e de diferentes espécies. Desse modo, estudos sobre a
ocorrência e impacto das interações genéticas na comunidade microbiana são
considerados de grande importância, no sentido de predizer o destino da disseminação
no solo de novas combinações genéticas introduzi das.
Em geral, as falhas ou ineficiência advindas das aplicações de pesticidas para o
controle fitossanitário têm sido atribuídas ao desenvolvimento de resistência dos
organismos-alvo. Para muitos pesticidas, essas falhas são devidas à rápida degradação
microbiana que se manifesta após aplicações continuadas do mesmo pesticida, cujo
fenômeno é chamado de degradação acelerada, justamente porque tem-se verificado
uma taxa mais rápida de degradação em campos agrícolas previamente tratados, do
que em campos não tratados. Uma degradação acelerada por populações microbianas
adaptadas tem resultado num reduzido controle de pragas (ROETH, 1986; FELSOT,
1989), Esse fenômeno tem sido verificado para muitos pesticidas suscetíveis à degradação
acelerada (Tabela 2). Falha no controle de insetos por carbofuran foi verificada quando
o composto foi previamente aplicado, por 2 a 4 anos (FELSOT et al., 1981 )pO herbicida
butilato é mineralizado mais rapidamente em solos que têm sido repetidamente tratados
com este produto, do que em solos sem exposição prévia (SKIPPER et a i , 1986).
E possível também observar populações microbianas envolvidas na degradação
acelerada com relação a um pesticida degradarem uma outra molécula estruturalmente
similar. Esse fenômeno tem sido denominado de adaptação cruzada./Obrigawitch et
212 Microbiologia Ambiental
Pesticidas Referências
2 ,4 -D A ud us ( 1 9 4 9 )
al. (1983) observaram que vemolato e butilato foram degradados mais rapidamente
em solos com uma população microbiana adaptada ao EPTC, do que em um solo não
exposto a este herbicida. Há casos, no entanto, em que a adaptação cruzada tem sido
verificada com moléculas que não são estruturalmente similares. Por exemplo,
populações microbianas de solos adaptadas ao herbicida trialato degradaram o herbicida
EPTC em taxas aumentadas, mas também degradaram o inseticida carbofuran em
taxas superiores (COTTERILL & OWEN, 1989).
Aplicações repetidas de certos pesticidas podem também acelerar a degradação
dos seus produtos formados. O fungicida carbendazim, um produto da hidrólise do
benomil, foi degradado mais rapidamente em solos com histórico de aplicações de benomil
do que em um solo não exposto ao produto (YARDEN et a i, 1985). A meia vida do
carbendazim foi reduzida de 11 para 4 dias em solos tratados com benomil. Do mesmo
modo, carbendazim foi rapidamente degradado em solos previamente tratados com seu
metabólito 2-aminobenzimidazole (AHARONSON et a i, 1990).
4. A v a lia ç ã o d a b io d e g ra d a ç ã o
R eferências
U S P /1C B - D ep lo . d e M ic ro b io lo g ia , Av. P rof. L ineu P restes. 1374 - C E P : 0 5 5 0 8 -9 0 0 - S ã o P aulo, SP. ~L)SP/Escola d e E n g en h a ria
d e S ã o C a rlo s D epto. d e H id ráu lica e S a n e a m e n to , Av. T ra b a lh a d o r S ã o c a rle n se , 4 0 0 - C E P : 1 3 5 6 6 -5 9 0 - S ã o C a rlo s - SP.
218 Microbiologia Ambiental
I. In tro d u ç ã o
Pasteur. 1822. 1895
2. E co lo g ia m ic ro b ia n a a n a e ró b ia
dHnNftOtJnl»*
d e stac an d o as várias reações
I I N p H H lO IA M T O tM a i
mediadas por organismos aeróbios e
M e t a n o g é n ic a s
M flta n o lró fic a s
anaeróbios em um ambiente natural.
CH,
O b serv an d o -se a figura,
M INERALIZAÇÃO DO C ARBO N O verificam-se quatro zonas distintas,
^ c o n v a r s A o e m a e r o b lo s a
m arcad as a partir do sed im en to
conversão im anaeroblose (esquem a ampliado) e ao longo da
coluna d ’água. A zona mais profunda
FIGURA 1. Esquema simplificado do Ciclo do m ostra as reações dos o rg a n ism o s
Carbono. Fonte: adaptado de Vandecasteele, anaeróbios estritos produtores do gás
2005- m etano e aponta a o rigem dos
Biodegradação Anaerobia 221
como o metano e o gás sulfídrico, como observado na Figura 2, servem como fontes
energéticas para outros organismos, tanto aeróbios como anaeróbios. No caso do
metano, a oxidação aeróbia desse gás é bastante comum e conduzida próxima a
fonte de emissão por organismos procariontes metanotróficos. Por sua vez, o gás
sulfídrico integra o metabolismo fotossintético das bactérias fotótrofas anoxigênicas
do ciclo do enxofre, que resulta na formação do sulfato ou de enxofre elementar. A
desnitrificação geradora do gás nitrogênio e outros gases pode ocorrer tanto por
organismos heterótrofos facultativos capazes de realizar a respiração anaerobia do
nitrato em um meio orgânico, bem como por autótrofos obrigatórios capazes de usar
a amônia para reduzir o nitrato a nitrogênio, e sintetizar compostos orgânicos a partir
do dióxido de carbono. As reações da zona aeróbia são representadas pelo metabolismo
energético comum ao sistema respiratório aeróbio e, certamente, dependentes do
oxigênio molecular emanado pelos organismos fotossintéticos e/ou oriundo da
atmosfera. A fixação do nitrogênio por plantas e a interferência de plantas superiores
e mecanismos de foto-oxidação na geração de tipos gasosos são também apontados
na Figura 2.
Na natureza, a metanogênese biológica possui um importante papel na etapa
final do fluxo do carbono em vários habitats anaeróbios. O metano emanado nesses
ambientes sofre a oxidação microbiana ou é diretamente liberado para atmosfera.
Nos últimos anos, a crescente emissão do metano no ambiente constitui enorme
preocupação e é devida essencialmente à atividades antropogênicas, tais como as
derivadas do setor agropecuário - criação de gado e plantação de arroz e do
represamento de águas para fins de consumo e eletricidade. Em ambos os casos, a
metanogênese é de origem microbiana.
Embora as aplicações práticas da metanogênese, como o tratamento anaeróbio
de esgotos sanitários e industriais em biodigestores (biorreatores operados sob
anaerobiose), e de resíduos sólidos (lixo) nos aterros sanitários, também constituam
fontes do metano, seu impacto positivo na estabilização de poluentes e conservação
de energia é evidente e incontestável. E certo porém, que tanto o metano, como o
dióxido de carbono compõem o conjunto de gases prioritários do conhecido efeito
estufa.
A ecologia da metanogênese é facilmente compreendida, em função da bem
definida atuação das arquéias metanogênicas no ambiente. As metanogênicas realizam
reações muito simples e específicas, fundamentais para a remoção do hidrogênio e
do ácido acético do meio em que habitam. O grupo metanogênico é dependente de
outros tipos microbianos que disponibilizam seus substratos preferenciais; assim, pode-
se afirmar que a metanogênese ocorre como resultado final de distintas interações de
culturas microbianas na degradação de compostos complexos. Portanto, a relação
sintrófica, muitas vezes obrigatória, se estabelece e permite a bioconversão anaerobia
de polímeros por bactérias hidrolíticas fermentativas e/ou eucariontes como fungos
celulolíticos, cujos produtos da hidrólise e fermentação compõem os substratos para
outros organismos fermentadores (acetogênicos) eficientes na geração do hidrogênio
e do acetato, que por sua vez podem ser utilizados na produção do metano. Essas
reações seqüenciais formam uma cadeia alimentar extremamente bem coordenada,
que invariavelmente conduz a produtos gasosos como o metano, o dióxido de carbono
fí iodeg ra d ação An ac rób ia 223
O te 0 © 4© ©
metano em ambientes diversos.
(A) Sedimentos de corpos aquá
PROPIONATO, PROPIONATO,
Meliaminas e
BUTIRATO, etc. BUTIRATO, etc. metitlio osmólrtos
ticos; biodigestores; (B) S e d i
(icldo* orglnlcoij (tcldo*orçánlco«)
mentos marinhos contendo sul
(D 0 SO<2 fato; (C) Trato digestivo de ani
H j I C 02ou Hj I CO2 CHJ Metilaminas e
mais ruminantes; (D)Trato diges
FORMIATO ABUSO FORMIATO ACfllTO
metilssulfelos
tivo de cupins. (1) Anaeróbios hi-
© Cj)Uso42 © ©Uso,2 drolíticos e fermentativos; (2)
1®
CO} + HjS ■ CO3 4 HjS
Bactérias acetogênicas p ro d u
toras de H,: (3) Arquéias metano
0 gênicas consumidoras de H,; (4)
Bactérias acetogênicas consumi
POLÍMEROS c o m p l e x o s POLÍMEROS COMPLEXOS
(praW nai, p o JIu a c irtd k ii, lipidiot ate | {piotilruf, pollaaicartdèM, Hptdle*. a t r ) doras de H,; (5) Arquéias metano
gênicas acetotróficas; (6) Bacté
J©
MONO E OLIGÔMEROS
rias red u to ra s do sulfato; (7)
MONO E OLIGÔMEROS
3LIGÔR
(açucara*, amlnoJcidoa. p tp tid io tl |«çucw *t, im lnnoíclòo»,
o ic ld o *, paptidloa)
Arquéias metanogênicas metilo-
© 40 © © 4® © tróficas. Os compostos interme
PROPIONATO, PROPIONATO, diários estão apresentados nos
BUTIRATO, etc. BUTIRATO, etc
(acWoi orginlcsa) (tatdoa o tginlcoa) quadros mais claros e os com
- postos iniciais e finais nos
Hj I CO2 ou H2ÍCO2OU _ quadros mais escuros. As setas
FORMIATO FORMIATO 0 «n»
largas indicam o fluxo do carbono
mais intenso, enquanto as setas
estreitas estão associadas aos
0 m e n o r e s fluxos de carbono.
H1
Fonte: baseada em Zinder (1993).
3. M e ta b o lis m o a n a e ró b io : b io d e g ra d a ç ã o e tra n s fo rm a ç õ e s
- ênfase à m e ta n o g ê n e s e
TABELA 1. Exem plos de rotas metabólicas anaeróbias nas transform ações e produção de com p o sto s
de carbono, nitrogênio, hidrogênio, ferro, m anganês e enxofre.
TABELA 2. Exemplos de reações de oxidação endergônicas que obrigam a associação sintrófica com
transferência de hidrogênio interespécies.
AG°'
Substrato Reação Espécie bacteriana
(kJ mol
C H , C H , O H + 4 H nO O C H , C O O + H+ P elobacter venetianus
Etanol + 9 ,7
+ 2H, P. carbinolicusb
C H . O H C O O + 3 H , 0 ■=> 2 H C O , + 3 H 2 S y n tr o p h o b o tu lu s
Glicolato + 2 8 ,9
+ H+ gly c o li c u s
C lostridium
C H 3C O O + 4 H , 0 ^ 2 H C O s + 4 H ,+
A c e ta to + 1 0 4 ,6 ultunensecLinhcigem
H+
AOR
C H , C H , C O O + 3 H .O <=o C H ,C O O + Syn t r o p h o b a c t e r
Propionato +7 6 ,1
H C 0 1 + 3 H 7+ H+ wolinii
C H 1( C H 2) 2 C O O + 2 H , 0 <^> 2 C H , C O O Sytrophom onas w o l f e i
Butirato +48,1
+ H+ + 2H 2 S. sapo vo ra n sác
Ácido Graxo C H , ( C H , ) 1 4 C O O + 14 H .O o
+ 3 9 1 ,2 S. s a p o v o r a n s de
( C 16) 8 C H 3C O O + 14 H 2 + 7 H +
/i-a lc a n o s C . H . , + 16 H O *> 8 C H C O O + 1 7H ,
6 34 2 3 2
+ 4 6 8 ,6 Syntrophus sp.
(C J f + 8H+
C 6H sC O O + 7 H , 0 3 C H ,C O O + S y n tr o p h u s bu s w e l lii S.
Benzoato + 9 4 ,1
H C O , + 3 H ,+ 3 H + gentianaeg
C 7H g + 9 H , 0 * 3 C H ,C O O + HCO, +
T o lu en o 1* + 166 ?h
6H,+ 4 H + "
JV alores d e AG' em kJ por m ol d e substrato, calcu la d o d e acordo co m T hauer (1 9 7 7 ) e Spormann e W iddel (2 0 0 0 ) apud Vandecasteele
(2 0 0 5 ); hO xid ad ora tam bém d e 2 ,3 b utanodiol; ‘O xid ad ora lam b ém d e ciste ín a e form iaio; 'Oxidadora d e á cid os graxos [C 4- C |BJ;
‘E sp é cie s sin tró fica s q u e realizam a ?~oxidação d e á c id o s g ra x o s - F am ília Synrraphomonadaceae; 'R elacion am -se às bactérias
redutoras d o sulfato: KDxidadoras d e h idroqu in onas. hA s so c ia ç ã o sin tró fica c o m m etanogênicas na degradação de BTEX Fonte:
S ch in k (1 9 9 7 ); V a n d ecasteele (2 0 0 5 a ).
pci » ; n B PCt
PCE
'V .u PceA
RDase
H
r c £ • h ci T « .M C I
7K
MKH,
Cytb?
MK
2W
H.ase Cyl b?
out m
out in
FIGURA 5. Modelos propostos de
cadeias halorespiratórias em (A)
VCB *2H D QHRA • HO D ehalospirillum m u ltivoran s,
(B) D e h a l o b a c t e r restrictus, (C)
3-ca i
RDase
CprA Cprb
D e s u l f o m o n i l e t i e d j e i e (D )
Benzeate + HCI D e s u l f i t o b a c t e r i u m
2H" QH, cww* d e h a lo g e n a tis . A breviações:
2 H -. 2 H'
)M
t H^ase, hidrogenase; Fdh,
H,asB, f o r m i a t o d e s i d r o g e n a s e ; C yt,
2e
2»> citocromo; Cyt B, citocromo tipo
Cyi, b; R d a se , d e s a l o g e n a s e redu-
CO, ♦ 2 H *
* tiva; MK, menaquinona; Q, qui-
F(Jfi H,ase Cyt b?
nona; out/in, face externa/interna
da m e m b r a n a c i t o p l a s m á t i c a
MCOCM
out tc
( R e p r o d u ç ã o de Smidt, 1999;
out
Nakayama, 2005).
í
1 EFLUENTt
OV
d* d * ( * n lH lo
Almrf,i r « p *r«
M *nu d* LoOo
d* tflfMUO
Leito Expandido I
Fluidiflcado
l »Ho àmIod««
• Partículas de lodo
O Bolhas de gas
AHUEW
TE
AFLUENTE
S A »D A O E G A S
1 --------- f ----------- ..
[L l tf tU C M T t
A*lt*NTl« J 1 Jri T j
iriMsTI
F I G U R A 7. (a) reator
Srsfema de
R«frigeraçdo
I SELO
ftealor
0 *5 .Ü c m
L = lOOdti A
Sistema de
Aquecimefito
U A S B ; (b) re a t o r de
HCfULüCO
leito fl u id i f ic a d o ; (c)
reator com chicanas; (d)
■.
r e a t o r de c o n ta t o (e)
f i - c
antm of reator a naeróbio h o ri
«tCAOi UD = 4 L/D = fl / UD=12/ L/D - 16 / IA ) »
zontal de le ito fixo
Material Suporte (interno) (RAHLF). Fonte: adap
A r.iu
® Ponias de amasftagem
ta d o d e C h e r n i c h a r o
residuâria
(1997) e originais.
238 Microbiologia Ambiental
5. B io te c n o lo g ia a n a e ró b ia a p lic a d a ao m e io a m b ie n te - a
te c n o lo g ia d a d ig e s tã o a n a e ró b ia
para a estabilização de resíduos líquidos e sólidos. Sem dúvida, é uma das opções
mais interessantes e atraentes para a despoluição ambiental, com subprodutos
considerados nobres, como o gás metano e os ácidos orgânicos, esses últimos passíveis
de extração do sistema de reação.
É realmente surpreendente a gama de reações anaeróbias na degradação de
compostos poliméricos bastante conhecidos, como as proteínas, os polissacarídeos e
os lipídeos, tão comuns nos resíduos lançados p J a s atividades domésticas humanas,
como os resíduos sólidos - lixo - que, em geral, são dispostos e estabilizados nos
aterros sanitários. Embora esse sistema de disposição e tratamento de lixo não esteja
relacionado no presente item, é importante comentar a importância dos microrganismos
anaeróbios no processamento das reações de degradação que ocorrem em seu interior,
em uma seqüência não muito distante da descrita na Figura 3A. Nesse caso, contudo,
a etapa da hidrólise e fermentação constitui-se por uma fase essencial do processo,
muitas vezes similar ao que sucede no interior de animais ruminantes (Figura 3C) e
na qual a atividade de enzimas do complexo celulolítico, bem como de proteases e
lípases, é fundamental à degradação do lixo sob metanogênese.
Nesse item, optou-se por enfatizar o tratamento anaeróbio de águas residuárias,
sobretudo aquelas que contém compostos tóxicos ao ambiente. Essa preferência deveu-
se às particularidades das reações de biodegradação apontadas no item 3, em sua
maioria descritas para resíduos líquidos, e que podem ser ilustradas em diferentes
tipos de reatores anaeróbios.
Os sistemas de tratamento de águas residuárias destinam-se à remoção de
poluentes e contaminantes incorporados à água usada em residências e indústrias, no
carregamento de resíduos entre outros. Os constituintes das águas residuárias, com
características relacionadas à sua geração, podem acarretar danos ao ambiente quando
atingem os corpos receptores. Essas características definem a complexidade dos
sistemas de tratamento, constituídos por unidades dedicadas a operações e processos
específicos para remoção dos poluentes.
Os processos biológicos de tratamento destinam-se à transformação da matéria
orgânica biodegradável em biomassa, gases e subprodutos orgânicos e inorgânicos.
Além da oxidação da matéria orgânica (de fácil ou difícil degradação, como dos
compostos orgânicos tóxicos), a oxidação da amônia, a desnitrificação e a redução
do sulfato são processos biológicos de interesse para estabilização de águas residuárias.
O avanço na utilização dos sistemas biológicos de tratamento deveu-se a
desvinculação do tempo de detenção hidráulico (TDH), que representa o período de
tempo médio de permanência do volume de água a ser tratada no reator, do tempo de
retenção celular (TDC), que re p re se n ta o tem po m éd io de resid ê n c ia dos
microrganismos na unidade, reduzindo o volume das unidades. Os reatores com elevado
potencial de retenção de biomassa ativa suportam cargas maiores, proporcionando
maior rendimento do sistema, computado como massa removida por unidades de
volume e tempo.
Os biorreatores que retêm elevada quantidade de biomassa, considerados de
“alta taxa”, podem ser classificados com respeito:
Dados da Cetesb (1999) indicaram que 228 reatores UASB estão em operação
no Brasil, sendo 67 unidades destinadas ao tratamento de esgotos sanitários. Os
demais 161 reatores UASB estão em instalações industriais, entre elas 138 implantadas
na indústria alimentícia. Na Tabela 3 estão apresentados exemplos da utilização da
tecnologia citada.
Para avaliação do potencial do processo anaerobio de tratamento de águas
residuárias industriais, o procedimento deve ser cuidadoso, sob pena de torná-lo uma
solução pouco atrativa ou inviável. Fatores ambientais, como temperatura, a
composição da água residuária (presença de óleos de graxas, material facilmente
hidrolisável, concentração, presença de compostos tóxicos, entre outros) e as cargas
(orgânica e hidráulica) aplicadas são determinantes para a avaliação do potencial de
degradação
/
de um efluente de origem industrial.
Aguas residuárias de indústrias similares podem apresentar características
diferenciadas em função do processo de fabricação adotado, da política de consumo
de água, de planos de reuso da água, da procedência da matéria-prima entre
outros. A característica da água residuária pode requerer unidades prévias de
tratam ento para perm itir a o peração do reator anaerobio, e possibilitar todo
seu potencial em um m enor volum e de sistema. Além disso, as estratégias
operacionais no período de partida e durante sua manutenção contribuem para a
eficiência do processo. De m aneira geral, as eficiências de remoção de matéria
orgânica biodegradável utilizando a biotecnologia anaeróbia podem variar de 60 a
95% .
O uso do sistem a UASB no Brasil requer, muitas vezes, um sistema
complementar de tratamento, em função do atendimento à legislação ambiental de
caráter sanitário. Para o tratamento de esgotos de origem doméstica, por exemplo, o
emprego do UASB pode prescindir dos sistemas primários de tratamento, reduzindo
a área requerida para implantação de decantadores, mas pode necessitar de reatores
aeróbios para a remoção de nutrientes (nitrogênio e fósforo) e patógenos. Além disso,
a tecnologia UASB tem como limitação a velocidade ascensional e a incerteza da
granulação e, portanto, os reatores anaeróbios estão em constante aprimoramento
com vistas a ampliar os limites de sua aplicação.
CO** Ef.
C o n c e n tr a ç ã o * TDH
Efluente (k g D Q O / m ' rem oção Fonte
(m g/L d e D Q O ) <H)
dia) Média (%)
A b a ted o u ro d e aves 3200-4300 1 ,5 -2 ,5 1 6 -1 2 70 (1 )
C o n s e r v a s v e g eta is 120-800 1,5 8 ,0 60-80 (2)
R eciclagem de papel 2 0 0 0 -6 0 0 0 2 ,7 -7 ,0 180 70-72 (3 )
R efrigerantes 1500 1,8 20 95 (4 )
U si n a d e a ç ú c a r e á l c o o l 27000 2 2 ,0 48 72 (5 )
* D Q O : D e m a n d a Q u ím ic a d e O x ig ê n io , u tiliz a d a p a ra d e te r m in a ç ã o in d ire ta d o c o n te ú d o d e m a té ria o rg ân ic a; * * C O . C a rg a
o rg â n ic a a p lic a d a a o re a to r, q u e re p re s e n ta o p o te n c ia l d o s is te m a p a ra re m o ç ã o de m a té ria o rg â n ic a . T e m p e ra tu ra m a n tid a e n tre 2 0
e 35"C , e x c e to p a ra ( 5 ), q u e fo i d e 55°C . F o n te s: (1 ) D el N e ry et al. 2 0 0 1 ; (2 ) C am ach o . 1986: (3 ) D el N ery. 1996; (4) C o ia d o . 1994.
(5 ) S o u z a . 1991.
Biode g radação Anaeróhia 243
(KING, 1988). Porém, é fato que o tratamento de resíduos líquidos tóxicos pode se
dar na em issão da fonte poluente em pregando-se um dos vários modelos de
biorreatores, como os apresentados na Figura 7.
Os recentes estudos sobre a biodegradação de tóxicos no ambiente revelam
que o com portam ento lento dos m icrorganism os merece especial atenção nos
procedimentos de aplicação dos processos de engenharia, notadamente em relação
ao contato entre o poluente e os microrganismos aptos à degradação. As práticas
mais avançadas nesse sentido têm sido organizadas em um conjunto de sistemas que
compõem a biorremediação de áreas, tanto diretamente nos sítios contaminados (in
situ) ou em biorreatores (ex situ), com o objetivo de reduzir a concentração dos
poluentes para limites seguros e de acrodo com a legislação.
Entre os compostos orgânicos de difícil degradação e de interesse abordados
no presente item estão o p e rclo ro e tilen o (P C E ), o tric lo ro e tile n o (TCE), o
pentaclorofenol (PCP), o fenol, o grupo BTX (benzeno, tolueno e xilenos) e o
formaldeído. A causa principal dessa preferência é o aporte significativo desses
compostos no ambiente e, conseqüentemente, seu impacto na qualidade de vida.
1984; MIKESELL & BOYD, 1986; DIETR1CH & W1NTER, 1990). Um dos aspectos
fundamentais da ação microbiana centra-se nas vias que permitem a quebra do
composto halogenado com fins de síntese celular, ou mesmo seu uso em mecanismos
respiratórios; mas, é fundamental para a transformação do composto halogenado a
presença de doadores de elétrons específicos, também apontados como co-substratos.
Particularmente, a desalogenação redutiva anaeróbia de compostos altamente
clorados, como o PCP, foi observada originalmente em consórcios microbianos
crescidos sob condições metanogênicas e sulfidogênicas (HAGGBLÕM, 1992;
MONTENEGRO et al., 2001). A desalogenação é progressiva e produz intermediários
menos clorados, como os tetraclorofenóis (TeCPs), triclorofenóis (TCPs), diclorofenóis
(DCPs) e monoclorofenóis (CPs), como mostrado na Figura 8. A Figura apresenta
um esquema da reação de desalogenação redutiva anaeróbia do composto PCP como
proposto por Madsen & Aamand (1991), no qual os passos de perda do íon cloro com
substituição pelo hidrogênio ocorrem em seqüência mediadas por um ou mais tipos
microbianos. Em geral, o di-clorofenol é gerado com um dos produtos finais, sendo
sua quebra derivada de associações sintróficas entre culturas - co-culturas, em que
uma é metanogênica (Figura 9).
Há alguns anos, Madsen &
Aamand (1991) apontam que os
intermediários da degradação de
clorofenóis sob metanogênese são o
fenol, o benzoato e ácidos orgânicos.
r\ r
P articularm ente, a m aioria das
FIGURA 8. Modelo de desalogenação anaeróbia de publicações sobre a degradação do
PCP proposto por Madsen & Aamand (1991). fenol descreve o benzoato como
metabólito intermediário principal em
direção à formação do metano. A
quebra do benzoato resulta em ácidos
orgânicos, numa seqüência muito
semelhante ao que se observa na
Figura 3A.
Na Tabela 4 apresentam-se
os resu ltad o s rep o rtad o s na
literatura com relação à remoção de
PCP presente em águas residuárias
sintéticas em biorreatores anaeró
bios operados em escala de labora
tório. Os tipos de biorreatores são
listados, bem como as concentra
FIGURA 9. Esquema para a interação microbiana ções do PCP e condições operacio
anaeróbia na degradação do 2,6 DCP a partir
nais estudadas nos sistemas, com
da a ti v id a d e dos c o n s ó r cio s c r e s c i d o s sob
d estaq u e para o U ASB. São
condições de anaerobiose estrita e halofílica -
R o ta s m e t a b ó l i c a s p a r a c a d a e t a p a do também referidos os co-substratos
consórcio metanogênico. Fonte: Nakayama, principais à desalogenação redutiva,
2005. nos quais realça-se a glicose.
Biodegradação A naeróbia 247
Tsuno et a l .. Traços de
GAC 80,0 400 5 0,34 Acetato de sódio TeCP, TCP,
(1996)
DCP e CP
DufF et a i
UASB 0,33 1 2-3 0,4 Fenol DCP
(1995)
Wu et al., Metanol, Hac, Não
UASB 97 60 16,2
(1993) HPr, Hbu detectado
Hendriksen et DCP
UASB 2,20 3 2-3 0,4 Glicose
a l., (1992)
Reator com
Hendriksen et
biomassa 0,7 2 2-3 0,4 Glicose TCP
al. (1991)
imobilizada
Damianovic et Glicose, HAc,
HAIB 4,15 8 0,75 1,7 DCP
al. 2004) HFo
Saia e t al. Não
HAIB 10,40 20 0,75 0,5 Glicose, HFo
(2005) detectado
R.PCP: carga de PCP aplicada ao reator por dia; CO: carga orgânica aplicada ao reator por dia; TDH: tempo de detenção
hidráulica: GAC: reator de leito fluidízado com carvão ativado como material suporte; HAIB: reator anaeróbio horizontal de leito
fixo: HAc: ácido acético, HFo: ácido fórmico. HBu: ácido butírico, HPr: ácido propiônico; CP: monoclorofenol. DCP diclorofenol,
TCP: triclorofenol, TeCP: tetraclorofenol; Ellciência de remoção de DQC) - 1 0 0 % , exceto: > 9 5 % para Khodadoust et al. , 1997;
> 9 2 % para Montenegro ei al., 2 0 0 1 ; > 90% for Tartakovisk et al., 1999; Eficiência de remoção de PCP -9 9 % .
\
A revisão das pesquisas sobre a
— / 1**CE)
degradação anaeróbia do PCE e do TCE
rev ela que o processo anaeróbio sob
m e tan o g ên ese para o tratam ento
desses compostos, tanto em biorreatores
como nas práticas de biorrem ediação
de águas su b terrân ea s, é uma das
alternativas mais promissoras (VOGEL
& M C C A R TY , 1985; BELAY &
Cf D A N IE L , 1987; FR E E D M A N &
' = C (DCE)
GOSSET, 1989). Os trabalhos de Egli et
c. al. (1987), F athep ure et al. (1987)
e F athep ure & Boyd (1988a, b)
co n stataram que a b io tran sfo rm ação
do PCE e T C E sob m etan og ên ese
ocorre na presença de espécies
com o M ethanosarcina m a zei,
Methanobacterium thermoautotrophicum
e Methanosarcina sp. linhagem DCM. A
CO: necessidade de doadores de elétrons como
hidrogênio, formiato, acetato, glicose e
FIGURA 10. Esquema da biotransformação
metanol são relevantes para a ocorrência
do PCE a C 0 2 envolv endo a desaloge
nação redutiva, como proposto por Vogel da desalogenação redutiva dos compostos.
& McCarty (1985). Di Stefano et a l., (1992) consagraram o
papel fundamental das metanogênicas no
equilíbrio da biotransformação do PCE e
TCE em etileno em reator anaeróbio contendo metanol e hidrogênio.
Um dos efeitos importantes da biodegradação de tóxicos para o meio ambiente
é resultar na liberação de compostos que ainda mantém elevado nível de toxicidade.
Esse é o caso do cloreto de vinila, utilizado como material para manufatura de produtos
de plástico poiivinilclorado e gerado como intermediário na rota de degradação
anaeróbia do TCE. Esse composto apresenta toxicidade superior ao TCE e, portanto,
requer estímulo à sua completa estabilização. A desalogenação redutiva anaeróbia do
cloreto de vinila ocorre sob anaerobiose resultando na produção do eteno, e seu
mecanismo celular envolve enzimas ligadas à membrana de certas espécies anaeróbias.
Os resultados de Holliger et al. (1999) com Dehalobacter restrictus, comentados
no item 3, auxiliaram a revolução ocasionada sobre a bioquímica energética da
desalogenação redutiva, na qual os mecanismos respiratórios são íundamentais para
certos organismos desalogenadores (Figura 5B).
Nos últimos anos, várias foram as espécies de arquéias metanogênicas
(M eth a n o b a cteriu m th erm o a u tro to p h icu m , M eth a n o b a cteriu m sp.,
M ethanococcus deltae, M. therm olitrotophicus, M ethanosarcina sp. linhagem
DCM e M .m azei) e de b actérias anaeró bias ( D e su lfo to m a cu lu m sp.,
Desulfobacterium linhagem DCB-1, Acetobacterium woodii e Desulfitobacterium
frappiere TCE I) relacionadas à desalogenação redutiva do PCE e do TCE (Fatibello,
Biodegradação Anaeróbia 249
P C B s = b ifc n ilo s p o lic lo rad o s. F onte: b asea d a e m K u m aran & P a ru c h u ri, 1997.
TABELA 6. Resultados apresentados na literatura relativos à remoção de com postos tóxicos aromáticos
por processo anaeróbio.
C o m p o s to s C o n c e n tr a çã o TDH R e m o çã o
Autor C o -s u b s tr a to
o rg â n ic o s tó x ic o s (m g/L ) (h o ra s) (%)
B olãn o s et al., ( 2 0 0 1 ) fenol 1200 - 12 99
10 — .
dos sistemas de tratamento com enfoque na
/ hs \ remoção de compostos sulfurosos.
3 07 \/ \J O ciclo biogeoquímico do enxofre
*5 06 f I ocorre segundo reações de óxido-redução,
sendo o sulfato sua forma mais oxidada e o
1 0.3 A A sulfeto a mais reduzida. Sob anaerobiose,
| 02 / \ J \ o c o rre a co n v ersão das form as mais
0.0
\ o x id a d a s de en
n
x o fre a sulfeto, que
4 6 8 10 12 14 pH permanece na fase gasosa ou líquida em
FIGURA 11. Diagrama de equilíbrio do função das condições ambientais, sabida-
sulfeto em função do pH. mente do pH (Figura 11). Nessas condições,
as relações sintróficas entre as arquéias
metanogênicas e as bactérias redutoras do íon sulfato (BRS) podem se alterar,
permitindo que o metabolismo de um ou outro grupo microbiano se sobressaia. O
item 3 realça particularidades dessa importante interação microbiana.
Para o controle do sulfato em biorreatores, aplica-se uma relação entre os
teores de matéria orgânica (determinado pelo método analítico DQO1) e de sulfato
(D Q 0 /S 0 4 2). Nesse sentido, o valor D Q 0 /S 0 4 2 de 0,67, obtido estequiometricamente,
permite a conversão do sulfato a sulfeto concomitantemente à remoção de matéria
orgânica. Teoricamente, para essa relação, há sulfato suficiente no meio para que
toda matéria orgânica presente seja utilizada pelas BRS, podendo o reator operar
exclusivamente em condições sulfetogênicas.
Apesar de existir a possibilidade de acoplamento das reações de degradação
da matéria orgânica e redução de sulfato, deve-se utilizar a relação proposta com
reservas, enfocando o potencial de toxicidade do sulfeto gerado às arquéias
metanogênicas acetoclásticas e, inclusive, para as BRS. Além disso, a completa
redução do sulfato a baixas relações D Q 0 /S 0 4 2 é dificilmente obtida, uma vez que
os organismos metanogênicos utilizadores do acetato não são facilmente substituídos
pelas BRS. A redução do sulfato em concentrações limitantes é pouco conhecida,
uma vez que ocorre competição entre diferentes grupos de BRS que obtêm energia
através de processos fermentativos ou acetogênicos.
Nas décadas de 70 e 80, foi dada ênfase à prevenção ou minimização da redução
de sulfato durante o tratamento anaeróbio de águas residuárias contendo sulfato, em
função dos efeitos deletérios ao processo metanogênico (diminuição da produção de
metano, toxicidade) e aos produtos gerados com características indesejadas, como o
H^S. Atualmente, considera-se que o uso da tecnologia anaeróbia no tratamento de
águas residuárias contendo elevadas concentrações de sulfato é possível com aplicação
de medidas adequadas, que permitam a integração da metanogênese com a redução de
sulfato, através de rotas complexas de biodegradação (LENS et al., 2002). Resultados
obtidos fortuitamente em biorreatores em relação à redução do sulfato, associados ao
conhecimento dos grupos microbianos a partir da conjugação das técnicas clássica e de
biologia molecular, têm motivado a busca de novas estratégias operacionais e de projeto»
reforçando o interesse na utilização desta tecnologia.
D e m a n d a Q u ím ic a d e O x ig ê n io , m é to d o p a ra d e te rm in a ç ã o d o s te o re s d e m a téria o rg ân ic a em am o stras. É q u an tid ad e
d e O , n e c e s s á ria p a ra a o x id a ç ã o d a m a té ria o r g â n ic a a tra v é s d e u m a g e n te q u ím ico .
B iode gradação A naeróbia 253
Remoção
Autor Reator d q o /s o 4 2
[so4~] Substratos
TDH
de
(mg/L) (h)
sulfato(%)
Vassoughi et a i , Reator com chicanas de
6 500 Melaço 24 88
(2003) bancada
Weijma et a i.
UASB de bancada 0,67 2000 Metanol 10 10
(2003)
Oude Elferínk Efluente de indústria
UASB escala real 9,5 180 4,6 95
(1998) de papel*
Sipma et al., Mistura de ácidos
UASB de bancada 6.67 1080 3,7 60
(1999) orgânicos
Omil et a i,
UASB de bancada 2 1600 acetato 6 70
(1998)
Reator de mistura
Mizuno et a i.
completa com 8,3 1200 butirato e sacarose 8 90
(1994. 1998)
alimentação contínua
Greben et a i . Reator de mistura 0.48 1600 sacarose 97
3,6
(2000) completa de bancada 0,78 1300 etanol 77
Efluente de produção
Silva et a i, 1,31 2400 20* 96
ASBBR de bancada de peróxido (diluída)+
(2002) 0,6 2750 8* 90
etanol ( 1.3%v/v)
Damianovic et 5,0 920 Etanol, mistura de 12 97
HAIB de bancada
a i, (2005) 1,7 990 ácidos orgânicos 12 85
A SB B R : re a to r a n a e ró b io se q ü en c ial co m b io m a ssa im o b iliz a d a , ** p e río d o d e r e s id ê n c ia e m d ia s p a ra A S B B R : H A IB R : re a to r
a n a e ró b io h o rizo n tal de leito fixo; *ág u a re s id u á ria d e o rig e m in d u stria l.
254 M icrohiologia Ambiental
R eferê ncia s
COOKSON, J.T.Jr. Bioremediation Engineering- EGLI, C S.; SCHOLTZ, R ; COOK, A.; LEISINGER, T
Design and Applications. McGraw Hill. N.Y., Anaerobic dechlorination o f tetrachloromethane
1995, 524p. and 1,2-dichloroethane to degradable products by
C O ST E RT ON . J.W.; LE WANDOW SKI, Z ; pure cultures o f desu lfo ba cteriu m sp. and
CALDWELL, D E .; KORBER, D R ; LAPPIN m eihanobacterium sp. FE M S M icrobiol Lett,
SCOTT. H.M. Microbial Biofilms. A nnual v.43, p .2 5 7- 26 1, 1987.
Review of Micobiology, v.49, p.7 11-745, 1995. EL FANTROUSSI, S.; NAVEAU, H , AGATHOS,
C O ST E R T O N , J.W ; L E W A N D O W SK I, Z , DE S.N. A n a e r o b i c d e c h l o r i n a t i n g ba ct é ri a .
BEER, D.; CALDWELL, DE.; KORBER D.R.; B iotech nology Progress, v. 14 (2), p. 167-188,
J A M E S G.A. Biofilms: the c u s t o m i z e d 1998.
microniche. Journal o f Bacteriology, v. 176, F A T H E P U R E , B .Z .; B O Y D , S.A . D e p e n d e n c e
p . 2173-2 142 , 1994. o f t e t r a c h l o r o e t h y l e n e d e c h l o r i n a t i o n on
DAMIANOVIC, M.H.R.Z.; RIBEIRO, R.; ZAIAT, m e t h a n o g e n i c s u b s t r a t e c o n s u m p t i o n by
M.; FORESTI, E. Anaerobic biodegradation of M ethanosarcina sp strain DCM, A pplied and
PCP via reductive dechlorination in horizontal- E n v ir o n m e n ta l M icr o b io lo g y . v.54, p .2976-
flow anaerobic immobilized biomass (HAIB) 2980, 1988b.
re a ct ors . P r o c ee d in g s of the F irst F A T H E P U R E , B.Z.; B O Y D , S.A. R e d u c t i v e
In te r n a tio n a l M eetin g on E n v ir o n m e n ta l dechlorination o f perchloroethylene and the role
Biotechnology and Engineering, September, o f m e t h a n o g e n s . F E M S M ic r o b io lo g ic a l
Mexico City, 2004. L etters. v.49, p . 149-156, 1988a.
D A M I A N O V IC , M.H.R.Z.; SA K A M O T O . I.K.; F A T H E P U R E , B .Z.; N E N G U , J.P.; B O Y D ,
FOR ESTI, E. Biofilm adaptation to sulphate S.A. A n a e r o b i c b a c t é r i a that d e c h l o r i n a t e
reducyion in anaerobic immobilized biomass p e r c h l o r o e t h e n e . A p p lie d a n d E n v ir o n
reactors submitted to different COD/Sulphate m e n ta l M ic r o b io lo g y , v.53, p . 2 9 7 6 - 2 9 8 0 ,
ratios. Proceedings o f VIII Taller Y Simposio 1987.
L a tio n o a m e r ic a n o sob re D ig e stio n F a t i b e l l o , S . H . S . A. A v a lia ç ã o da a tiv id a d e
Anaerobia, October, Punta dei Este- Uruguay, m ic r o b ia n a a n a e r o b ia de s e d im e n t o s
2005. la c u s tr e e d e Iodos d e um b io d ig e s to r
DARMON, P, Pasteur Ed. Fayard. 1995, 431 p. a n a e r ó b ic o te r m o fílic o na d e g r a d a ç ã o de
DEL NERY, V.; DAMIANOVIC, M.H.Z.; BARROS, tr ic lo r o e tile n o (TC E). 2000, MsC Escola de
F.G. “The use of upflow anaerobic sludge blanket Engen ha ria de São Carlos da Universidade de
rea ct or s in the trea tment o f pou ltr y São Paulo.
slau ghte rh ou se w a st e w a t e r” , W ater S c ie n c e FIELD, J.A.; STAMS, A.J.M.; KATO, M.; SCHRAA,
and Technology, v.44, p.83-88, 2001. G, Enhanced biodegradation of aromatic pollutants
DEL NERY. V R ela tó rio T éc n ico de in cocultures o f anaerobic and aerobic bacterial
D esem p en h o de Sistem a de tr atam en to de consortia. A n t o n i e v a n L e e u w e n h o e k . v.67,
e flu e n te s líq u id o s da São C a rlo s S/A - p.47-77, 1995.
Industria de Papel e Embalagens, 1996. FORESTI, E., ZAIAT, M.; CABRAL, A.K.A.; DEL
D1ETRICH, G ; WINTER, J. Anaerobic degradation NERY, V. Horizontal-flow anaerobic immobilized
o f c h lo ro phe no l by an e n ri c h m e n t cu ltu re. s l u d g e ( H A I S ) r e a c t o r f o r p a p e r in d u s tr y
A pplied and M icrob iolo gy B io te ch n o lo g y , w a s t e w a t e r t r e a t m e n t . B r a z ilia n J. C h em .
v.34. p.253-258. 1990. Eng , v. 12, p .23 5-239, 1995,
DIS TE FA N O , T.D.; GOSSE T, J.M.; Z I N D E R , F R E E D M A N . D .L .; G O S S E T , J.M. B io lo gic al
S.H. H yd rog en as an el ectron d o n o r for redu tiv e d e c h lo r ia t io n o f t e t r a c h l o ro e t h y le n e
d e c h lo r in a t io n o f te tra c h l o ro e t h e n e by an an d t r i c h l o r o e t h y l e n e to e t h y l e n e u n d e r
anaerobic mixed culture. A pplied E n v ir o n m e th an oge nic conditions. A pp lied and E n v i
m ental M icr o b io lo g y , v.58, n. 11, p . 3622- ronm ental M icrob iolo gy , v.55, p .214 4-2 151 ,
3629, 1992. 1989.
DUBOS, R. Pasteur and M odem Science. ASM GHIORSE, W.C. Microbial Reduction o f Manganese
Press. 1998, 168p. a nd iron. In: B io lo g y o f A n a e r o b ic
DUFF, S.J.B.; KENNEDY, K.J.; BRADY, A.J M ic r o o r g a n is m s . p . 3 0 5 - 3 3 2 , 1988.
Treatment of dilute phe nol/PCP waste wat ers G L A Z E R . A .N .; N I K A I D O . H. E n v i r o n m e n t a l
using the Upflow Anaerobic Sludge Blanket a p p l i c a t i o n s . In: M ic r o b ia l B io te c h n o lo g y
(UASB) reactor. Water Research, v.29, n. 2, p . 5 6 1 - 6 2 0 , 1995.
p .64 5-651, 1995. GREEBEN, H A., MARAE, J.P.; MNQANQENI, S.
EDWARDS, T.; MCBRIDE. B C New method for C o m p a r i s o n b e t w e e n s u c r o s e , e t h a n o l an d
the isolation and identification of methanogenic m e t h a n o l as c a r b o n a nd e n e r g y s o u r c e s for
bactéria. Applied Microbiology. v.29, p.540- biological sulphate reduction. W ater Science
545, 1975. and T echnology, v.41. p. 2 4 7- 25 3, 2000.
256 Microbiologia Ambiental
GU IOT . S R.; PAUSS A.; C O S T E R T O N . J.W. A H O LLIGER, C.; HAHN. D.; HARMS EN . H.:
s t r u c t u r e d m o d e l o f the a n a e r o b i c g r a n u l e LUDWIG, W.; SSCHUMACHER, W.; TINDALL.
consortium. In: S ix th I n te r n a tio n a l B.: VAZQUEZ, F, WEISS. N.; ZEHNDER, A.J.B
S y m p o s iu m on A n a e r o b ic D ig e stio n . São Dehalobacter restrictus gen. nov. and sp. nov., a
Paulo, 12-16 May. 1991, p . 1-8. strictly anaerobic bacterium that reductively
G U S M Ã O . V.R. ; MA R T IN S, T H . ; C H IN A LI A , dechlorinates tetra- and trichloroethene in an
F.A. : SAKAMOTO, I.K ; VARESCHE, M B A . anaerobic respiration. Archives of Microbiology.
R e m o ç ã o de e t a n o l , b e n z e n o . to lu e n o , v. 169. p.313-321, 1998.
etilbenzeno e xileno por cultura desnitrificante H O W L A N D . J.L. The Surprising Archaea Ed.
em r e a t o r a n a e r ó b i o h o r i z o n t a l de leito Oxford University Press. 2000, 204p.
fixo. In A n a is d o IV S e m i n á r i o do P r o j e t o HULSHOFF POL, L.W.; LENS. P.N.L.: WEIJMA.
Te má tic o F A P E S P “ D e s e n o lv im e n to , análise, J.; STAMS, A.J.M. New developments in reactor
a p r i m o r a m e n t o e o t i m i z a ç ã o de r e a t o r e s and process technology for sulfate reduction.
anaeróbios p a ra tratamento de águas W ater Science and Technology, v.44, p .67-
r e s id u á r ia s ” . 2005, E s c o la de E n g e n h a r i a de 76, 2001.
São Carlos da Universidade de São Paulo, p.67- HUNGATE. R. A roll-tube method for cultivation
76. o f strict a nae rob es. In: M ethods in
GÜVEN, D.; DAPENA, A; KARTAL, B.; SCHMID, M icrobiology. Ed.New Yoir Academic Press,
M.C.; MAAS, B.; VAN DE PAS-SCHOONEN. v.38, 1969, p . 117-132.
K.; SOZEN, S.; MENDEZ, R.. DEN CAMP, H.J. 1SHII. K.; FUKUI. M. Optimization of annealing
M O.: J E T T E N . M. S. M.; S T R O U S , M ; temperature to reduce bias caused by a primer
S C H M I D T , I. P r o p i o n a t e O x i d a t i o n by and mismatch in multitemplate PCR. Applied and
Methanol Inhibition o f Anaerobic Ammonium- E nvironm ental M icrobiology. v.67. p . 3753-
O x i d i z i n g B a c té ri a . A p p lie d and E n v ir o n 3755, 2001.
m e n ta l M ic r o b io lo g y . v.71, p. 1 0 6 6 -1 07 1, JETTEN, M.S.M.; LOGEMANN, S.; MUYZER. G.;
2005. R O B E R T S O N . L.S.; DE VRIES , S., VAN
H À G G B L O M , M.M. M i c r o b i a l b r e a k d o w n o f LOOSDRECHT, M.C.M. KUENEN. J.G Novel
h a l o g e n a t e d p e s t i c i d e s a nd r e l a t e d a r o m a t i c principies in the microbial conversion of nitrogen
c o m p o u n d s . F E M S M ic r o b io lo g y R e v iew s, c om p o u n d s. A n t o i n e v a n L e e u w e n h o e k .
v. 103 (1), p.29-72, 1992. v.71, p.75-93, 1997.
HANSEN. M .C .; TOLKER-NIELSEN, T.; KHODADOUST, A P.; WAGNER. J.A.; SUIDAN,
GIVSKOV. M.; MOLLIN, S. Biased I6S rDNA M.T.; BRENNER. R.C. Anaerobic treatment of
PCR amplification caused by interference from PCP in fluidized-bed GAC bioreactors. Water
D N A f l a n k i n g the t e m p l a t e re g io n . F E M S Research, v.31, p .77 6-1786, 1997.
M icrobiology Ecology. v.26, p. 141-149, 1998. KING, G.M. Dehalogenation in marine sediments
H A R A D A , H.; U E M U R A , S . ; M O M O N O l , K. c o n ta i n in g natural s ou rc es o f h a lo p h e n o l s.
Interaction be tw ee n su lf a te - re d u ci n g bactéria A pplied and E nvironm ental M icrobiology.
a nd m e t h a n e - p r o d u c i n g b a c t é r i a in U A SB v.54. p.3079-3085. 1988,
reaclors fed with low strength wastes containing KRUMAN. P.; PARUCHI, Y.L. Kinetics of phenol
diff ere nt leveis o f sulfate. VVater R esearch, bi o tr a n s fo rm a ti o n . W ater R esearch, v.31.
v.28, p .3 5 5- 36 7. 1994. p . 11-22, 1997.
H A R M S E N , H .J .M .; A K K E R M A N S , A .D .L .; L E N S . P.; VALLERO, M ; E S P O S I T O . G.:
ST A M S , A.J.M.; DE VOS, W.M. P o p ul a tio n Z A N D V O O T , M. Pe rs pe ct iv e s o f sulfate
dynamics o f propionate-oxidizing bactéria under re d u c in g bi o re a c to r s in environmental
m e th a n o g en ic and s u lf id oge ni c c o n d it io n s in biote ch nolog y. E n v ir o n m e n ta l S c ie n c e &
anaerobic granular s lu d g e . A p p lied Bio/Technology, v.l, p .311-325, 2002.
E n viron m en ta l M ic r o b io lo g y . v.62. p .2 163- LE TT ING A, G.: VAN VELSEN, A F : HOBMA,
2168, 1996. S.W.: DE ZEEW, W.: KLAPW1JK. A Use of
HENDRIKSEN, H V ; LARSEN. S.: AHRING, B K upílow sludge blanket (USB) reactor concept
Anaerobic de gr a da tio n o f P C P and phenol in for biological wastewater treatment, especially
fixed film reactors: the influence of an additional for anaerobic treatment. B iotech nology and
su b st r at e . W ater S c ie n c e T ech n o lo gy , v.57, B io e n g in e e r in g , v.28. p . 58 5-6 02 , 1980.
p . 4 3 1 - 4 3 6 . 1991. LIU. S.; SUFLITA, J.M. Ecology and evolution of
HENDRIKSEN, H.V.: LARSEN.S.; AHRING. B K micr ob ial po p u la ti o n s for b io re m e d ia ti o n .
Influence o f supplementation carbon source on T ib te c h. v . l l , p . 344-352. 1993.
anaerobic de chlorination o f pe nt ach oro phen ol L J U N G D A H L . L.; W IE G E L , J. Wo rki ng with
in granular sl u d g e. A p p lie d and anaerobic bactéria. In; M anual o f in d u strial
E nvironm ental M icrobiology. v.58( l) . p . 365- M icrobiology and B iotechnology. Ed ASM
370. 1992. Press. p.84-96, 1986.
Biodegradaçcio Anaeróbia 257
R.F.; TIEDJE J.M. Channel structures in aerobic MONTENEGRO. M.A.P.; ARAÚJO. J.C.;
biofilms o f fixed-film reactors treating V A Z O L L E R , R.F. M ic r o b i a l c o m m u n i t y
contaminated groundwater. Applied E n v iro n evaluation o f anaerobic granular sludge from a
mental Microbiology. v.61, p.769-777. 1995. h ybrid re a ct or trea ting pe n ta c h lo ro p h e n o l by
MAYMÓ-GATTEL . X.; ANGUISH, T.; ZINDER, using fluorescence in situ hybridization. Water
S-H- Reductive dechlorination o f chlorinated Science and Technology, v.48, p.65-73, 2003.
e th e n e s and 1,2 -d ic h lo ro e th a n e by M O N T E N E G R O , M A . P.; M O R A E S , E.M .;
“Dehalococcoides ethenogenes” 195. A pplied S O A R E S , H .M .; V A Z O L L E R , R . F. H yb ri d
and E nv iro n m en ta l M icro b io log y, v.65. r e a c t o r p e r f o r m a n c e in p e n t a c h l o r o p h e n o l
p.3108-31 13. 1999. ( P C P ) r e m o v a l by a n a e r o b i c gr a n u le s.
MAYMÓ-GATTEL. X.: TANDOL V.; G OSSET, W'ater S c ie n . and T ech n olog y, v.44. p . 137-
J.M.; ZINDER, S.H- Characterization of an H2- 44, 2001.
uti üzi ng enric hme nt culture that red uct iv el y MONTGOMERY, L.; ASSAF-ANID, N ; NIES, L.;
d e c h lo r in a t e s te tr a ch lo ro et he ne to vinyl ANID, P.J., VOGEL. T.M. Anaerobic
ch lo ri d e and e th en e in the a b s e n c e of biodegradation of chlorinated organic
methanogenesis and acetogenesis. Applied and c o m p o u n d s . In B io lo g ic a l d e g r a d a tio n and
E n vir o n m e n ta l M icrobiology, v.61 (11). b io r e m e d ia t i o n o f to x ic c h e m ic a ls . 1994,
p .392 8-3 933 , 1995. p.256-276.
MC CARTY. P L ; SMITH. D.P. A n a e r o b i c M OR AES . E.M.; A D ORN O, M.A.T.; ZAIAT, M.;
W as te w ate r Treatment. E n v ir o n m e n ta l FORESTI. E. Determinação de ácidos voláteis
Science and Technology, v.20, p. 1200-1206, p o r c r o m a t o g r a f i a g a s o s a e m e f l u e n t e s de
1986. reatores anaeróbios tratando resíduos líquidos e
MIK.ESELL, M.D.; BOYD. S.A. Complete redutive s ó l i d o s . In: O f i c i n a e S e m i n á r i o L a tin o-
de ch lo r in at io n and m in er al izati on of A m e r i c a n o de D i g e s t ã o A n a e r ó b i a . A nais.
pe n ta c h lo r o p h e n o l by anaerobic 2000, UFPE, Recife, v.2, p.235-238.
micToorganisms. Applied and Environm ental M U L D E R , A.; VAN DE G R A A F F , A.A
M icrobiology, v.52, p .861-865, 1990. ROBERTSON, L.A.; KUENEN. J.G. Anaerobic
M ILL ER. T.L.; WOL1N. M.J. A s er um bo tt le ammonium oxidation discovered in a denitrying
mo d if ic a tio n o f the Hungate te c h n i q u e for f l u i d i z e d be d re act or . F E M S M icr o b io l.
c u lt iv a tin g oligate an aerobes. A p p lied E cology. v. 16, p. 177-184. 1995.
M icrobiology, v.27. p.985-987. 1974. N A K A Y A M A , C.R D e g r a d a ç ã o a n a e r ó b ia de
MIZUNO, O.; U , Y.Y.; NOIKE, T. Effects of sulfate a e n t a c lo r o f e n o l (P C P ), 2 ,3 ,4 -t r ic I o r o fe n o l
concentration and sludge retention time on the (2,3,4T C P ) e 2,6-diclorofenoI (2,6-D C P ) por
mtera tion be tw ee n me tha ne p ro d u c ti o n an d c u lt u r a s e n r iq u e c id a s a p a r tir de
sulfate reduction for butyrate. Water Science s e d im e n t o c o n t a m in a d o do s is te m a
and Technology, v.30. p.45-54. 1994, e stu a r in o S a n to s e S ã o V icen te. 2005. PhD
MIZUNO, O.; LI, V.Y.; NOIKE, T. The behavior Thesis do Instituto de Ciências Biomédicas da
of sulfate-reducing bactéria in acidogenic phase Universidade de São Paulo. 187p.
o f an aerobic digestion. Water S c ie n c e and N A R D I . I R.; VARESCHE. M B A.; ZAIAT. M.;
Technology, v.32, p . 1626-1634. 1998. FORESTI. E. Anaerobic degradation o f BTEX
MOHN, W. W.; TIEDJE. J.M. Evidence for in a p a c k e d - b e d reactor. W ater S cie n c e and
chemiosmotic coupling of reductive dechlorination T echn ology, v.45, p. 175-180, 2002.
and ATP synthesis in D esulfom onile tiedjei. OLIVEIRA, S.V.W.B ; MORAES, E M.; ADORNO.
Archives of Microbiology, v. 157, p. 1-6, 1991 M A.T ; V A R E S C H E M .B.A.; F O R E S T I . E.;
MOHN. W.W.; TIEDJEI. J.M. Microbial reductive ZAIAT. M. F o r m a l d e h y d e De grada tio n in an
de halog e na tio n . M icrobial R eview s, v.56, A n a e r o b i c P a c k e d - b e d B io r e a c to r . W ater
p.482-507, 1992. R esea rch , v.38. p. 16 85 -1 694, 2004.
M OLLER, S.: KRISTENSEN, C S . ; P O U L S E N . OLS EN. G.J.; PACE. N.R.; NUELE. M.; KAINE,
L.K.; CARSTENSEN. J.M.; MOLIN. S. Bacterial B.P.; G UPT A. R.; W OESE. C.R. Sequence of
Growth on Surfaces; Automated image analysis the 16S rRNA gene from the thermoacidophilic
for qua nti fic at ion of grow th r a te - r e l a t e d archaebacterium Sulfolobus solfataricus and its
pa rame te rs . A p p l i e d and E n v ir o n m e n ta l evolutionary implications. Journal of
M icrobiology. v.6 1. p . 7 4 1-748, 1995. M o lecu la r E volution. v.22, p . 301-307. 1985.
258 Microbiologia Ambiental
d e
U E L /C e n tro d e C iê n c ia s E x a ta s - D c p to . d e B i o q u ím ic a e B io te c n o lo g ia . R o d , C e ls o G a r c ia C id , s /n .. C .P. 6 0 0 1 -
C E P : 860? 1-990 - L ondrina. PR.
262 MierobioIogia Am biental
I. In tro d u ç ã o
TABELA 1. Estrutura química e tempo de meia-vida de alguns compostos orgânicos aromáticos presentes
no ambiente.
Tempo de
Composto orgânico Estrutura química
meia-vida (dias)*
4,4'-m etilenodianilina 4
H2NX ^ X j C -^NH2
* q ' '-1- --
Ftalato d e etila i. 1 o 23
Pentaclorofenol 10 0
D
0* ON OH
Cresóis
nr Cl CM, J,
^ CM, V
q
1
570
CM%
»C’9*ui mOiwi f-Crmc*
Cl o
Bifenilas policloradas(2, 3 ,4 ,6 -
940
tetraclorobifenila)
Cl
Cls A._ .. Cl
H exacloro b en zen o 1529
ci" V * CI
Cl
Di-benzofurano
c^o 3609
264 Microbiologia Ambiental
Estes com postos podem contam inar plantas e animais e reagirem com
moléculas biológicas, tornando-se potenciais agentes carcinogênicos e eficientes
mutagênicos. O caráter tóxico do benzeno e de alguns de seus derivados como o
tolueno, etilbenzeno e xileno, comumente denominados compostos BTEX, está
relacionado aos seus respectivos potenciais de carcinogenicidade e mutagenicidade,
que levam ao aparecimento de tumores, alterações genéticas e leucemias, por se
ligarem ao tecido adiposo e às proteínas e serem de difícil eliminação (PEREIRA
NETTO et a l., 2004; TIBURTIUS et a l 2004).
2. C o m p o s to s a ro m á tic o s n a tu ra is e d e riva d o s,
c o n ta m in a n te s d o a m b ie n te
2I 2I * |
p ro cessam en to é a rem o ção
CH CH CH
ll II l|
11
de parte da lignina para p ro
ÇH CH CH C a
mover o branqueamento e obter
a polpa com o m atéria-prim a
OMe MeO ó t . OMe (LEONOWICZ e t a l 1999).
T 4
OH OH OH
O petróleo é outra fonte
(a) (b) (c) (d)
natural de compostos arom á
FIGURA 1. Precursores da lignina: (a) álcool cumarílico; ticos, apesar de ser constituído
(b) álcool coniferílico; (c) álcool sinapílico; (d) modelo p rin cip alm en te de h id ro c a r
de e s q u e l e t o c a r b ô n i c o f o r m a d o r d a e s t r u t u r a da bonetos alifáticos e olefinas. A
lignina. ex p lo ração e u tiliz ação do
Biodegradação de compostos aromáticos 265
petróleo são de grande risco para o meio ambiente, desde o processo de extração,
transporte, refino, até o consumo, com a produção de gases que poluem a atmosfera.
O derramamento de petróleo nas águas oceânicas é extremamente agressivo às vidas
aquáticas, constitui um problema ambiental recente, que surgiu da globalização das
tecnologias desenvolvidas a partir da II Revolução Industrial (ABED & KÒSTER,
2005). Acidentes envolvendo a difusão destes compostos para o ambiente têm sido
comuns, contaminando desde águas subterrâneas no caso de vazamentos em postos
e distribuidores de gasolina, até grandes catástrofes como os acidentes em oleodutos
que prejudicaram a flora e a fauna do litoral dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo
e Paraná, nos últimos anos (CETESB).
As atividades antrópicas afetam diretamente o ecossistema e depositam
compostos aromáticos constantemente na biosfera. A deposição de percolados tóxicos
em aterros sanitários, o lançamento de efluentes industriais e a disposição de resíduos
agrícolas são as principais fontes de poluição em águas subterrâneas, rios e solos,
respectivamente (TEKERE et a l., 2005).
Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), constituem uma classe
importante de compostos contaminantes tóxicos, visto que estão presentes no petróleo
e também são formados durante a combustão incompleta de materiais orgânicos.
Dentre os HAPs encontrados no am biente, destaca-se o antraceno, o qual é
considerado um composto modelo por estar presente nas estruturas químicas do
benzopireno (Figura 2a) e também o benzoantraceno que são ambos potencialmente
carcinogênicos e recalcitrantes (KRIVOBOK et a l 1998).
Os resíduos de defensivos agrícolas depositados no solo ligam-se à matéria
o r g â n ic a e p a rtic ip a m da
fo rm a ç ã o de s u b s tâ n c ia s
húmicas. Posteriormente, são
liberados ou absorvidos por
microrganismos, mesofauna
CH, ou p o r p la n ta s, e, se não
m e ta b o liz a d o s por eles
(a) (b) (c) também constituirão um sério
O Na
p ro b le m a de p o lu iç ã o
o=s=o ambiental. Quando no solo, os
pesticidas (Figura 2b) podem
a in d a ser c o n v e rtid o s em
co m p o sto s h a lo g e n a d o s e
anilinas alquil-substituídas
tornando-se mais estáveis e
persistentes, causando mais
o=s=o d a n o s ao m e io a m b ie n te
I (d)
ON» (GOLOVLEVA et al., 1990).
FIG U R A 2. Estruturas quím icas de a lg u n s c o m p o s t o s As propriedades físi
a r o m á ti c o s tó x i c o s p e r s i s t e n t e s no a m b i e n t e : (a) cas e q u ím icas p eculiares
benzopireno (HAP); (b) Imazaquin (herbicida); (c) 2 , 3 A 6 - apresentadas pelas bifenilas
clo robifenila ; (d) verm elho c o n g o ( c o r a n t e az ó ic o ) . p o lic lo r a d a s ta is c o m o
26 6 M icrobioIogia Ambiental
estabilidade térmica, inércia e alta resistência elétrica, tomaram comum o uso destas
substâncias. Conseqüentemente, foram utilizadas extensivamente em diversos setores
industriais durante décadas, principalmente na manufatura de fluídos hidráulicos e
dielétricos. Porém, as bifenilas policloradas (Figura 2c) apresentam alta resistência à
d eg rad aç ão , p e rm a n e c e n d o nos solos e águas durante m uitos anos, sendo
bioacumuladas em plantas e animais de acordo com a cadeia alimentar. A alta
persistência destes compostos no meio ambiente fez com que a partir da década de
70, muitos países proibissem a importação e fabricação destes compostos (BORJA
et al., 2005).
As indústrias têxteis e de tintas despejam toneladas de resíduos no meio
ambiente a cada ano, causam uma poluição visual e persistente, uma vez que estes
efluentes requerem um tratam ento com plexo e grande parte destes resíduos é
depositada no ambiente de forma inadequada. Dentre os principais corantes químicos
utilizados nas indústrias têxteis destacam -se os corantes azóicos, os quais são
compostos coloridos constituídos por grupos cromóforos azo (Figura 2d). O sistema
conjugado apresentado por estas estruturas aromáticas é responsável pela coloração
intensa, alta solubilidade em água e alta resistência à degradação. Quando presentes
em altas concentrações na biosfera, como a maioria dos compostos aromáticos, são
causadores de citotoxicidade e carcinogênese nos organismos vivos, atingindo
principalmente a flora e fauna aquáticas (KUNZ et al., 2002; KHEHRA et al., 2006).
A ligação azo presente nestes corantes é sintetizada quimicamente, não existindo na
natureza enzimas capazes de agir sobre estes compostos, o que os tomam persistentes
no ambiente.
3. B io d e g ra d a ç ã o d e c o m p o s to s a ro m á tic o s
seguidos pela clivagem dos anéis aromáticos e epoxidação, ou seja, reações que
envolvem a transferência de oxigênio (GOLOVLEVA et a l 1990). A Figura 3 mostra
um esquema das possíveis reações de degradação por via microbiana que podem
ocorrer na presença de oxigênio.
Quando o oxigênio não está presente no ambiente, os microrganismos
anaeróbios utilizam diferentes aceptores de elétrons para o metabolismo destes
compostos aromáticos, os quais envolvem o uso de vias metabólicas específicas para
a degradação completa. Os principais aceptores finais de elétrons das vias catabólicas
anaeróbicas destes compostos são os sulfatos, que são predominantes em ambientes
aquáticos, e também o dióxido de carbono, encontrado nos sistemas ricos em matéria
orgânica. Muitas vezes as substâncias húmicas presentes no solo também atuam
como aceptores finais de elétrons, nas vias de degradação de compostos orgânicos
em anaerobiose (TOR & LOVLEY, 2001; THIELE & BRÜMER, 2002).
CH..OH
h 2o
(a)
COOH
CO
(b)
OH
catecol 1 2 dioxygenase ,OC (a)
O 0F e 3* CO/
OH
OH
catecol 1.2 dioxygenase o
f OH
0>Fe“ ■o,c
OH
<b> FIGURA 5. Vias meta-
bólicas de degradação
co: do ca te c o l (a) o rto -
catecol 1 2 dioxygenase OH O CO, c l i v a g e m ; (b) m eta-
0,Fe3* (c) clivagem; (c) protoca
0,C
HO tecoato.
270 Microbiologia Am biental
cr CH..OH
h id ro x ilação d estes com po sto s,
resultando em derivados com menor
potencial de oxidação e que apresen
tam estruturas mais suscetíveis à ação
de oxid ases. A lguns exem plo s
de reações de hidroxilação mediadas
pela citocromo P450 monooxigenase
no fungo Phanerochaete chrysospo
rium estão apresentadas na Figura 7.
A su b stitu ição de grupos
quím icos nas m olécu las das
substâncias aromáticas tornando-as
FIGURA 7. Reações de hidroxilação de estruturas rnai s lip o fílica s tam bém contribu i
deriv ad as do to lu en o p ro m o v id a s pela consideravelmente para a dim inuição
citocrom o P450 m onooxigenase, adaptado a de sua b io to x ic id a d e e p ara a
partir de Teramoto et al. (2004). tolerância a m aiores concentrações
Biodegradação de compostos aromáticos 273
4. C onsiderações finais
R eferências
/m S & f ó - /z o /* < ^ a ó ú á b m tc e fo ô
I . Os b a s id io m ic e to s lig n o c e lu lo lític o s na n a tu re z a
F I G U R A 2, E s q w s m a g^ral 4o p r o c e s s o de d e g r a d a ç ã o d a lig n in a p o r P h a n e ro c h a e te
chrysosporium mostrando Mina hifa e os produtos «sotacelai lares. Fonte: adaptado de Kirk
Biodegradação de organoclorados no solo p o r basidiom iceíos lignocelulolíticos 285
2. O s b a s id io m ic e to s lig n o c e lu lo lític o s e m b io te c n o lo g ia
3. B io d e g ra d a ç ã o d e p ro d u to s tó x ic o s r e c a lc itra n te s
T A B E L A 1. E s p é c ie s d e b a s id i o m ic e to s c a p a z e s d e d e g r a d a r c o r a n te s .
Fungos C o ra n tes
C x a th u s bulleri P o ly - R 4 7 8
Azure B P o ly -B
Brilliant P o ly -R
Flavodon fla v u s
C o n g o Red RBBR
C rystal
F una lia trog ii Crystal
B ro m o p h en o l Blue M eth ylen e Blue
C o n g o Red M ethyl C o p p e r 30range
ír p e x l a cteu s Pthalocynine RBBR
D isp erse R eactive Black 5
M ethyl Red R eactive O range
L a e ti p o r u s sulph ureu s C rystal Violet
Phellinus gil v u s índ igo Blue
A cid G reen 2 7 C ib a c r o n Brilliant Red
A cid Red índigo
P i p t o p o r u s b e tu lin u s
Brilliant O range II
C hlorazol N eutral red
A cid B lack 194 índigo
A cid Blue 185 N eutral Red
Acid G reen 27 O range II
P leu r o tu s o s t r e a t u s A cid Red O r iso l Blue
Brilliant G reen O r iso l Turquoise
C h lorazol R BBR
C ib a c r o n Brilliant R ed R eactiv e Blue 158
Pleu r o tu s s a j o r - c a j u índigo Blue O range G
Pvcnoporus sanguineus índigo Blue
A cid Blue 185 O r iso l Turquoise
T r a m e te s h isp id a A cid Black 194 R eactive Blue 158
O riso l Blue
Acid Black 194 E verzol Turquoise Blue G
A cid Blue 185 Indigo Carmine
A cid G reen 27 N eutral red
A cid Red O ran g e II
T r a m e te s v e r s i c o l o r Azure B O r iso l Blue
Brilliant O risol Turquoise
C h lorazol Yellow Ph en ol Red
C ib a c r o n Brilliant R ed Poly R 4 7 8
Crystal R eactive Blue 158
desses compostos podem ser utilizados por algum microorganismo como fonte de
energia ou na constituição de seu corpo. Na natureza, algumas plantas e organismos
marinhos produzem organoclorados e existem fungos que produzem compostos
hologenados a partir de compostos derivados da degradação da lignina. Portanto, a
mineralização de compostos clorados pode ocorrer naturalmente. Entretanto, para
milhares de compostos orgânicos produzidos artificialmente, por síntese química na
Biodegradação de organoclorados no solo p o r basidiomicetos lignocelulolíticos 287
4. B io rre m e d ia ç ã o
T A B E L A 2. R e la ç ã o d e f u n g o s b a s id io m ic e to s c a p a z e s d e d e g r a d a r d if e r e n te s x e n o b ió tic o s .
2) A inespecificidade deste sistema permite a sua utilização para uma ampla variedade
de poluentes orgânicos ou mesmo para misturas deles;
3) O sistema não necessita ser induzido pela exposição prévia ou pela presença do
composto poluente;
4) Esse grupo de fungos possui vantagens com petitivas quando materiais
lignocelulolíticos são utilizados como fontes de carbono;
5) A degradação dos xenobióticos pode ocorrer até que a sua concentração seja
reduzida a níveis não detectáveis, com mineralização até COr
5 .1 O Problema
Hexaclorobenzeno (HCB)
Fórmula molecular: C O
AC1f)
Peso molecular: 284,76
Cl
O HCB é um composto sintético orgânico, fabricado pela primeira vez em
1933, não ocorrendo naturalmente no meio ambiente. E muito estável, não reativo e
solúvel em água. Foi utilizado com o fungicida para o tratamento de sementes,
Biodegradação de organoclorados no solo por basidiomicetos lignocelulolíticos 291
TABELA 4. Presença de algumas enzim as em linhageiis de b asid io m iceto s lign ocelu lo lítico s.
N° N°
%
Enzimas Linhagens linhagens C o ra n te C o lo r a ç ã o
P r e se n ç a
positivas negativas
a -n a fto l fo sfa to 1%+ F ast púrpura
F o sfata se 36 142 24
R ead 1TR b a s e
T etram eil-fenilodiam ina
azul
C ito c r o m o -o x id a se 155 23 83 (h id r o g ê n io )c lo r a d o +
á c id o a s c ó r b ic o
F onte: O k in o et al. (1 9 9 5 ).
Pentaclorofenol (PCF)
Fórmula molecular: C.o HO Cl 5
Peso molecular: 266,36
Cl
TABELA 5. Atividade de Manganês peroxidase e lacase durante a descoloração do corante azul brilhante
de remazol R (R B B R ) por basidiomicetos.
Atividade Enzimática
D e sc o lo r a ç ã o ( U . L 1)
Fungos Local da C oleta
d o R BBR
MnP L acase
Lentimus crinitus C C B 3 5 6 Ubatuba, SP ++ 0 , 0 0 * ± 0 ,0 0 5 ,8 ± 0 ,8 7
L. velutinus C C B 2 6 8 3 S ã o V icente, SP + 0 ,0 0 * ± 0 ,0 0 2 3 ,8 ± 0 ,3 0
L. crinitus C C B 2 7 4 3 S ã o V icente, SP + 0 ,0 0 * ± 0 ,0 0 4 ,3 ± 1,58
M elanoporia nigra C C B 1 8 4 # M a c e ió , AL * 3 ,7 7 ± 2 ,3 9 1,6 ± 0 , 1 0
Peniophora cinerea C C B 2 0 4 S ã o V icente, SP ++ 1 7 ,5 7 ± 9,51 6 ,5 ± 0 ,8 0
Psilocybe castanella C C B 4 4 4 3 S ã o Vicente, SP 6 ,3 9 ± 10,81 2 , 0 ± 0,21
Trametes vesicolor C C B 2 0 2 +
H-
©
S ã o Paulo, SP 2 5 ,1 5 ± 1 2 ,6 6
o
o
T. villosa C C B 1 6 5 C am pinas, SP 1 ,2 0 ± 0 , 0 0 12,5 ± 3 ,4 8
T. villosa C C B 2 1 3 S ã o Paulo, SP + 4,31 ± 2 ,0 4 2 ,3 ± 0 ,6 8
T. villosa C C B 176 A ssis, SP ++ 6 ,6 4 ± 0 ,9 6 3,1 ± 0 ,1 7
Trichaptum byssogenum
S ã o Vicente, SP 1 0 ,1 3 ± 7 ,4 5 4 ,4 ± 1,28
CCB2038
Trogia buccinalis C C B 3 9 0 S ã o Paulo, SP 0 , 0 0 * ± 0 ,0 0 4,1 ± 1,35
JFungos coletados em áreas contaminadas por organoclorados; # fungos de podridão parda da madeira. Unidades Enzimáticas =
fimol de substrato oxidado por litro. +++++ = 100 % de descoloração (em relação a maior descoloração de 6,39 observada para T.
buccinales). ++++ = 75 a 99% de descoloração. +++ = 50 a 74 % de descoloração. ++ = 25 a 49% de descoloração. + = até 24 %
de descoloração. Todos os valores são médias ± desvio-padrão de 3 replicatas de culturas
R e fe rê n cia s
A D L E R , E. Li gnin chemi str y: past, pre se nt and B U M P U S , J.A.; AUST, S.D. Biodegradation of
future. Wood S c ie n c e and T echnology, v. 11, c h lo r in a te d o rg a ni c compounds by
p. 169-218, 1977. Phanerochaete chrysosporium , a wood rotting
A N D R E A , M.M ; PA P IN I, L.S .; N A K A G A W A . fung us . In: E X N E R , J.H. (Ed.). S o lv in g
L.E. O t i m i z i n g m i c r o w a v e - a s s i s t e d s o l v e n t h a z a r d o u s w aste problem s: learing from
extraction o f pesticides fro m soil. J ournal o f dio xin s. W ashington: A m e ri c an Chem ical
E n v ir o n m e n ta l S c ie n c e and H e a lth , v. 36, Society, 1987a, p .340-349, (ACS Symposium
n . l , p.87-93, 2001. Series, 338).
A U S T , S.D. D e g r a d a t i o n o f e n v i r o n m e n t a l BUMPUS, J.A.; AUST, S.D. Biodegradation of DDT
p o l l u t a n t by P h a n e r o c h a e te c h r y s o s p o r iu m . (1,1, l - T r i c h l o r o - 2 , 2 - B i s (4 - C h lo r o p h e n y l
M icr o b ia l E c o lo g y . v .20, n.2, p. 197-210, Ethane) by the white rot fungus Phanerochaete
1990. chrysosporium . Applied and Environm ental
B O N O N I - P E N T E A D O , V.L.R. B a s id io m ic e t o s M icrobiology, v.59. p .2001-2008, 1987b.
hidnóides da M icota Brasileira. 1976. 3 l4 p . CAPELARI. M. Agaricales do Parque Estadual
Tese (Doutorado) - Instituto de Biociências da da Ilha do C ardoso (ex ceto Tricholo-
USP, São Paulo. mataceae). 1989. 356p. Dissertação (Mestrado)
BONONI, V.L.R. Basidiomicetos do Parque Estadual - Instituto de Biociências da USP, São Paulo.
d a Ilha d o C a r d o s o : I. E s p é c i e s h i d n ó i d e s . C A P E L A R I , M. A tiv id a d e b io d eg r a d a d o ra e
R ickia, v.8, p . 85-90 , 1979a. cultivo de três esp écies de Basidiomicetos:
BONONI, V.L.R. Basidiomicetos do Parque Estadual Pleurotus spp e Agrocybe perfecta (Rick) Sing.
da Ilha d o C a r d o s o : II. H y m e n o c h a e t a c e a e . 1996. I54p. Tese (D ou to ra do ) - Instituto de
R ickia, v.8t p.6 3- 74, 1979b. Biociências da USP. São Paulo.
BONONI. V.L.R. Basidiomicetos do Parque Estadual CAPELARI. M.: MAZIERO, R. Fungos
da Ilha do Cardoso: III. Espécies clavarióides. macroscópicos de Rondônia, região dos rios Jarú
teleforóides e estereóides. Rickia, v.8, p. 105- e Ji-Paraná. Hoehnea, v. 15, p .28-36. 1998,
121, 1979c. CA VA LCA N TI . M.A.Q. In tro d u çã o ao
B O N O N I . V.L.R B a s i d i o m i c e t o s da R e s e r v a c o n h e c im e n to de b a s id io m ic e to s p olipo-
Biológica de Mogi-Guaçú, SP. Rickia. v. 11, p. 1- róides da Z ona da M ata de P ern a m b u co .
25, 1984. 1996. 200p. Tese ( L iv re -D o c ê n c ia )
B O N O N I . V.L.R.; T R U F E M , S.F.B : G RAN D1 . D e p a rt a m e n to de M ic o l o g ia do C en t ro de
R.A.P. Fungos macroscópicos do Parque Estadual Ciências Biológicas, Universidade Federal de
das Fontes do Ipiranga, depositados no Herbário Pernambuco, Recife.
do Instituto de Botânica. Rickia, v.9, p.37-53, D U R A N , N.; E S P O S I T O , E. B io d e gra da ç ão de
1981. lignina e tratamento de efluentes por fungos
B O N O N I , V.L.R.: C A P E L A R I , M.: M A Z I E R O , ligninolíticos. In: MELO, I.S.; AZEVEDO, J.L.
R.; T R U F E M . S.F.B. C u ltiv o de c o g u m e lo s (Ed.). M icrobiologia am biental Jaguariúna,
com estíveis. São Paulo: ícone. 1995, 205p. SP: Embrapa Meio Ambiente, 1997, p.269-292.
B O O M I N A T H A N . K : R ED D Y , C . A . Fu ng a i (Documentos, 11).
d e g r a d a t i o n o f lign in: biotechnological FIDALGO, O Revisão do gênero Heteroporus
app lic ations. In: A R O R A , D.K.; E L A N D E R , Laz. em end D onk 1963. 116p Tese
R P.: M U K E R J L K D H an d b o ok o f applied (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura
m ycology. New York: Mareei Dekker, 1992. “Luiz de Queiroz” , Universidade de São Paulo.
v.4. Piracicaba.
Biodegradação de organoclorados no solo por basidiom icetos lignocelulolíticos 299
'ÍIN lC A M F ílQ - L ab o rató rio de Q u ím ica SiãííiigíLca!, C.F. é i 54 = C E Fr l308ã= 9?Ô - C a m p in a s, SP. lU n ií-arsíd ad e de M ogl das
C ru z e s/N ú c le o de C iên cias A m bientais. - Lato. de Q u ím ic a B io lé g ic a e B io te c n o lo g ia - Mccgl das C ru zes, SI*’.
304 M icrobiologia Ambiental
I . B io d e g ra d a ç ã o d e lig n in a n a m a d e ira
Estudos de microscopia eletrônica nos últimos anos têm revelado que esses
fungos colonizam a madeira, invadindo o lúmen de traqueídeos e fibras, segregando
enzimas que degradam lignina e polissacarídeos (BARRASA et a l , 1992; DANIEL,
1994; MANKOWSK1 & MORRELL, 2000; SOLAR et a l , 2003; BRANDSTROM
et a l , 2003; SINGH et a l 2006),
depois foi demonstrado que as reações eram catalisadas por oxidoredutases do tipo
de lacases e p erox idases. A h a b ilid a d e em o x id a r c o m p o s to s fe n ó lic o s ,
especificamente, tem sido utilizada como critério de identificação para fungos de
degradação branca verdadeiros. Em seguida ao isolamento e caracterização de
lacases, duas peroxidases, chamadas lignina peroxidase e Mn-peroxidase, foram
evidenciadas na participação da quebra da lignina e outras enzimas. Essas enzimas,
além das relacionadas à quebra da lignina, como a produção de peróxido de hidrogênio,
são indispensáveis para ligninólises e logo serão também relatadas (DURÁN &
ESPOSITO, 1997, 2000; DURÁN, 2003; COHEN et a l , 2002; TORTELLA et a l ,
2005).
preferido pela enzima, produzido pelo fungo de degradação branca após ligninólise, e
aparentemente protege a enzima contra a inativação do excesso de peróxido de
hidrogênio. Na presença de peróxido de hidrogênio, a LiP oxida o álcool veratrílico a
veratraldeído, que é comum nos ensaios da atividade da LiP. In vitro, LiP degrada
ligninas metiladas de "spruce e birch", como de palha de milho e ligninas sintéticas
(DURÁN & ESPOSITO, 1997, 2000).
2.4 Lacases
4 . M e c a n is m o d e b io d e g ra d a ç ã o d e lig n in a s
do efluente El com o fungo ligninolítico KS-62, foram produzidas altas taxas de MnP
e muito pouco ou nada de LiP. Esse fato, associado à eficiência do processo (80% de
descoloração em 10 dias, 34% de redução da DQO e 40% de redução de AOX),
levou os autores à conclusão de que MnP tem um papel relevante sobre LiP.
Experimentos com as enzimas purificadas demonstraram que MnP é capaz de catalisar
parcialmente a descoloração do efluente E l, mas o mesmo não foi observado com
LiP. Contudo, também foi demonstrado que a LiP produzida por Chrysonilia sitophila
TFB2744I (Ascomycete) foi capaz de remover a cor de efluentes El (DEZOTT1 et
a l., 1995), e a LiP purificada a partir de cultura de C. sitophila TFB-27441 (LiP-I e
L iP -IlI) foi estudada nas formas livres e imobilizadas para descoloração de efluentes.
Os resultados demonstraram que, após 72 horas, a enzima imobilizada em sefarose
removia 45,7% da cor do efluente. Ao que tudo indica, as condições para a aplicação
dessa enzima são muito importantes, bem como o tipo de microrganismo produtor de
LiP. Soares & Durán (1998; 2001) questionaram a im portância de M nP na
descoloração do efluente kraft El em um estudo realizado com Trametes villosa. O
fungo secreta quantidade significativa de lacase, p-glicosidase e insignificantes
quantidades de peroxidases (LiP, MnPe álcool veratrílico oxidase) e, 48 horas, descolora
70-80% do efluente e consome cerca de 75% de fenóis totais. As lacases oxidam
compostos fenólicos até radicais ariloxila, os quais polimerizam espontaneamente,
formando complexos insolúveis que facilmente podem ser removidos por precipitação,
filtração ou centrifugação. A remoção da cor de efluentes E 1 por enzimas ligninolíticas,
entre estas lacases foi estudada por vários autores (DURÁN & ESPOSITO, 1997).
A lacase produzida por Phlebia radiata e Merulius tremellosus aumenta a cor do
efluente nos primeiros dias de cultivo, possivelmente devido à oxidação de estruturas
fenólicas a quinonas, que polimerizam originando complexos insolúveis, conforme
mencionado.
Acredita-se que os fungos considerados de decomposição branca, que utilizam
MnP para mediar a degradação de lignina na natureza, também produzam agentes
quelantes, tais como oxalato, para estabilizar Mn u .
Tanto LiP quanto MnP são dependentes de peróxido de hidrogênio. O peróxido
de hidrogênio extracelular, produzido a partir do oxigênio molecular, é suplementado
por enzimas oxidati vas, que utilizam glicose, glioxal, metilglioxal e outros produtos da
degradação da celulose e lignina como substrato. A LiP, após sofrer oxidação por
peróxido de hidrogênio, oxida núcleos aromáticos na lignina (fenólicos e não fenólicos)
por extração de um elétron, gerando radicais cátions. Estes reagem com nucleófilos
e com oxigênio molecular. O resultado é uma "combustão enzimática", na qual as
ligações C-C e C-O são clivadas causando a despolimerização do polímero e a abertura
dos anéis aromáticos. O álcool veratrílico é um excelente substrato para LiP e,
aparentemente, atua como um "mediador” ou liberador de elétron entre LiP e seu
substrato. Acredita-se que o álcool veratrílico proteja a enzima da inativação do
excesso de H,0^ (DURÁN, 2003; 2004). A oxidação do álcool veratrílico para aldeído
veratrílico pela LiP, na presença de H^O, é a reação mais utilizada como método de
determinação da atividade catalítica desta enzima (DURÁN & ESPOSITO, 1997).
A MnP tipicamente oxida Mn2+ a M n3+: Mn3+ é empregado para oxidar
compostos químicos. Aparentemente Mn3+ pode oxidar hidroquinonas a radicais
Biodegradação de lignina e tratamento de efluentes por fungos ligninolítieos: atualização 315
semiquinonas, as quais podem atuar como agentes redutores. A MnP possui um forte
potencial de oxiredução (E° = 1,54 V em água) e pequeno tamanho, comparado a
proteínas, o que favorece a penetração de Mn3+ em substratos lignocelulósicos e
oxidação da lignina.
Além das enzimas ligninolíticas mencionadas, outras enzimas oxidativas,
também podem ser importantes no tratamento biológico de efluentes, como as lacases,
polifenóis oxidases que contêm cobre no seu sítio ativo e catalisam a redução de
para água, com simultânea oxidação de substratos fenólicos (DURÁN et a i , 2002).
Pode-se concluir que fungos ligninolítieos apresentam excelente potencial na
reciclagem de contaminantes, no caso, efluentes da indústria papeleira. Aparentemente,
algumas enzimas, como MnP e lacase, são mais importantes no processo de
descontaminação do que outras, como LiP (MARTINEZ et a i , 2005; TORTELLA
et a i , 2005).
A g ra d e c im e n to s
R eferências
BRANDSTROM, J.; BARDAGE, S.L ; DANIEL, G.; DURÁN. N. Enzimas lignonoliticas, In: ESPOSITO.
N1LSSON, T. The structural organization of the E.; AZEVEDO, J.L. (Ed.) B iolo gia ,
S-l cell wall layer of Norway spruce tracheids. B io q u ím ic a e B io te cn o lo g ia de Fungos
IAWÀ J o u r n a l , v.24, p . 27-40 , 2003. Univ. Mogi das Cruzes Editora, Mogi das Cruzes,
CALL, H.R; MUCK E, I. In: IN T E R N A TIO N A L SP., Cap.7, p.245-262, 2004.
CONFERKNCE ON B IO T E C H N O L O G Y IN D U R Á N , N. Siderophores on wood degradation:
THE PULP AND PAPER INDUSTRY, Vienna, Reduction o f molecu lar oxygen to hydroxyl
Áustria, 1995. Abstracts. 0 - F 3 - 2 3 4 , p . 38. ra d ic a l and ferric iron to fer rou s trono In:
C A N T A R E L L A , G.; G A L L I , C.; G E N T I L I , P. BRAZILIAN SYMPOSIUM ON CHE MISTRY
Oxidation of non-phenolic substrates with the OF LIGNIN AND OTHER W OOD
laccase/N-hydroxyacetanilide system: Structure COMPONENTS, 4, Recife, 1996. Proceedings.
of the key intermediate from the mediator and v.5, p . 164-169, 1996.
m e c h a n is ti c i n s ig h t. N ew Journal of D U R Á N , N.; ES P O S I T O , E. B io deg rad aç ão de
C hem istry, v.28, p . 3 6 6 - 3 7 2 , 2004. Lignina e Tratamento de Efluentes por Fungos
CO HE N, R.; PERSKY, L.; HADAR, Y Ligninolíticos” , In: MELO, I.S.; AZEVEDO, J.L.
Biotechnological applications and potential of (E d.) M icr o b io lo g ia A m b ien ta l, C N P M A /
w o o d - d e g r a d i n g m u s h r o o m s o f the ge n u s EMBRAPA Editora, p . 269-292, 1997.
P leurotu s. A p p lie d M ic r o b io lo g y and DURAN, N.; ESPOSITO, E. Potential applications
B iotech nology, v.58, p .5 8 2 -5 9 4 , 2002. o f oxidative enzymes and phenoloxidase-like
CONESA, A.; PUNT, P.J.; VAN DEN HO NDEL, compounds in wastewater and soil treatment: a
C.A.M.JJ. Fungai peroxidases: molecular aspects review. Applied Catalysis B-Environmental,
and applications. J o u r n a l o f B iotech n o lo gy . v.28, p .83-99, 2000.
v.93, p . 143-158, 2002. DURÁN, N.; MACHUCA, A. Kraft pulp bleaching
CONT RER AS, D.; FR EE R , J.; R O D R I G U E Z , J. by an extracellular low molecular metabolite from
Veratryl a lc o h o l d e g r a d a t i o n by a c a te c h o l- the ascomycete Thermoascus aurantiacus. Holz
driven Fenton reaction as lignin oxidation by ais Roh- und Werkstoff, v.53, p .3-46, 1995.
bro w n- ro t fu n g i model. I n te r n a tio n a l D U R Á N , N.; R O D R I G U E Z , J.; FE RRA Z, A.;
B io d e te r io r a tio n & B io d e g r a d a t io n , v.57, C A M P O S , V. C h ry so n ilia s ito p h ila : A
p.63-68, 2006. h y p e r li g n in o ly t ic strain. B iotech n o log y
DACUNZO, F ; BAIOCCO, P.; GALLI, C. A study Letters, v.9, p.357-360, 1987a.
o f the o x i d a t i o n o f e t h e r s w i t h the e n z y m e D U R Á N , N.; R O D R I G U E Z , J.; F E R R E R , I
laccase u n d e r m e d i a t i o n by tw o N - O H - t y p e Ligninases from C hrysonilia sito p h ila (TFB-
compounds. N ew Journal o f C hem istry, v.27, 27441 strain). A p p lied B io c h e m istry and
p. 329 -332, 2003. B iotech nology, v . 16, p .157-163, 1987b
D ACUNZO, F. ; GALLI, C ; GENTILI, P.; SERGI, DU R A N , N . ROSA, M.A.; D A N N I B A L E , A ;
F. Mechanistic and steric issues in the oxidation GIANFREDA, L Applications of laccases and
o f phenolic a nd n o n - p h e n o li c c o m p o u n d s by tyrosinases (phenoloxidases) immobilized on
laccase or laccase-mediator systems. The case different supports: a review. Enzym e and
o f b if u n c ti o n a l s u b s t r a t e s . N ew J o u r n a l of Microbial Technology, v.31, p.907-931, 2002.
C hem istry, v.30, p . 5 8 3 - 5 9 1 , 2006. E L I S S E T C H E , J.P.; F E R R A Z , A,; F R EE R , J ;
DANIEL, G. Use o f electron-microscopy for aiding R O D R IG U E Z , J. Influence o f forest soil on
our understanding of wood biodegradation. F E M S biodegradation of Dnmys winteri by Ganoderma
M icr o b io lo g y R e v i e w s , v . 13, p. 19 9-2 33, a u stra le. Internation al B io d eterio ratio n &
1994. B iodegradation , v.57, p. 174-178, 2006.
DEZOTTI, M.; I N N O C E N T I N I - M E I , L.H., E R IK S S O N , K.E.L.; B LA N C H E TT E, R.A.;
DURÁN. N. Silica-immobilized enzyme catalyzed AN D ER , P M icrobial and enzyniatic
removal o f chlorolignins from Eucalyptus Kraft degradation of wood and wood components.
effluent. J o u r n a l o f B io te c h n o lo g y . v.43, Berlin: Springer, 1990.
p . 161-167, 1995. E S P O S I T O , E.; C A N H O S , V.P.; DU R Á N , N.
DIEZ, M.C ; CASTILLO, G.; AGUILAR, L ; VIDAL, Screening of lignin-degrading fungi for removal
G.; MORA, M.L. Operational factors and nutnent o f c ola r from kraf t mill w a st e w a t e r with
effects on activated sludge treatment o f Pinus additional extra carbon-source. Biotechnology
radiata kra ft mill w a s te w a t e r. B io r eso u r ce Letters, v . 13, p . 571-576, 1991.
Technology, v.83, p.131-13 8, 2002. FE R N A N D E S , L.; L O G U E R C IO -L E IT E , C.;
DURÁN, N. Application o f oxidative en zy m e s in ESPOSITO, E.; REIS, M.M. In vitro wood decay
wastewater treatment. In: A. Sakurai. (Org.). of Eucalyptus grandis by the basidiomycete fungus
W a stew a ter T r e a tm e n t u s in g E n z y m e s , P h ellin u s fla v o m a r g in a tu s . International
Kerala-India: R e s e a r c h S i g n p o s t , 2 0 0 3 , v.2, B io d eterioration & B io d e g r a d a tio n , v.55,
p . 41-51. p . 187-193, 2005.
Biodegradação de lignina e tratamento de efluentes por fu n g o s ligninolíticos: atualização 317
LOZOVAYA. V.V.; LYGIN, A.V.; ZERNOVA, O . V ; OSES, R.: VALENZUELA. S.; FREER, J.; BAEZA, J.:
LI. S.: W ID H OLM . J M : H A RT M A N , G.L. RODRIGUEZ, J. Evaluation of fungai endophytes
Lignin degradation by Fusarium solani f. sp. for lignocellulolytic enzyme production and wood
glycines. Plant Disease. v.90, p.77-82, 2006. biodegradation. International Biodeterioration
MA C H U C A . A ; AOYAMA, H.; DURAN, N. & Biodegradation. v.57, p. 129-135, 2006.
Isolation and partial e ha r a c te ri z a ti o n of an O V I E D O . C.; C O N T R E R A S , D.; FR EE R . J.:
extracellular low-molecular mass component R O D R I G U E Z . J. D e gr ad a ti on of Fe(II)-
with high ph e n o lo x id a se activity from e t h y l e n e d i a m i n e tetraacetic acid (ED TA)
T herm oascus aurantiacus. B iochem ical and complex by a catechol-driven Fenton reaction.
B iophysical R esearch C o m m u n ic a tio n s, F r e se n iu s E n v ir o n m e n ta l B u lle tin . v. 12,
v.256, p.20-26, 1999. p . 1323-1327, 2003b.
M A C H U C A , A.; D U R A N , N. O p ti m iz a tio n of O V I E D O . C.; C O N T R E R A S . D ; F R E E R , J.;
some param ete rs infl uen c in g T herm o a scu s R O D R I G U E Z , J. A scr ee nin g m e th od for
a u ra n tia cu s growth: Effects o f lignin- d e te c ti n g iron re d u c in g w o o d -r o t fungi.
related c om po un ds . J o u rn a l of Indu strial B io te c h n o lo g y L etters, v.25, p . 8 9 1- 89 3,
M icrobiology. v. 16, p.224-229, 1996. 20 0 3 a .
MACHUCA, A.; D U R Á N , N. Phe no lo xi da se PANDEY, K.K.; PITMAN, A.J. FTIR studies of
production and wood d e gra da ti on by the changes in wood chemistry following decay
thermophilic fungus Thermoascus aurantiacus. by b r o w n -r o t and w hi te -ro t fungi. I n te r n a
A pplied B io ch em istry and B iotech n o log y , tional B iodeterioration & B iod eg ra d atio n .
v.43, p.37-44, 1993. v.52, p . 151-160. 2003.
MANKOWSKI. M.; MORRELL, J.J. Patterns of P E R E IR A , D.E.D .; DEMUNER. B .J;
fungai attack in w o od -p la s ti c c om po si tes B E R T O L U C C I, F.L.G.; DA SILVA, C. The
following exposure in a soil block test. Wood i nf lu en c e o f the va ria bili ty o f lignin
and Fiber Science, v.32, p . 340-345, 2000. c h a r a c te r is ti c s o f e u c a ly p t s p ec ie s in
MARTINEZ. A.T., SPERANZA, M.; RUIZ-DUENAS, delignification rale of wood pulping process In:
F.J.; FERREIRA, P.; CAMARERO, S.; GUILLEN, B R A Z IL IA N S Y M P O S IU M ON THE
F.; MARTINEZ, M.J., GUTIERREZ, A.; DEL RIO C H E M IST R Y OF L IGNINS AND O T H E R
J.C. Biodegradation of lignoeellulosics: microbial W O O D C O M P O N E N T S , 4 , Recife, 1996
chemical, and enzymatic aspects of the fungai Proceedings. v.5, p.39-44, 1995.
attack of lignin. International Microbiology, v.8, PIONTEK, K. New insights into lignin peroxidase.
p. 195-204, 2005. Indian Journal of Chemistry Section A-
MELO, P.S.; FABRIN-NETO, J.B.; DE MORAES, Inorganic Bio-Inorganic Physical Theoretical
S.G.: ASSALIN, M.R.; DURAN, N.; HAUN, M & Analytical Chemistry, v.41, p.46-53, 2002.
Comparative toxicity of effluents processed by POKHREL, D.; VIRARAGHAVAN, T. Treatment
different treatments in V79 fibroblasts and the o f pulp and paper mill wastewater - a review.
Algae S elen a stru m c a p ric o rn u tu m . S c ie n c e o f th e Total E n v ir o n m e n t, v.333,
C hem osphere, v.62, p. 1207-1213, 2006. p .37-58, 2004.
MER STEN, T; JONG, Y.; DE FIELD J.A.A. PO U L U S . T.L.; PATTERSON. W.R.;
Manganese regulation o f veratryl alcohol in SU N D AR AMOORTHY, M The c rys tal
white-rot fungi and its indirect effect on lignin s tru c tu re o f a sc or ba te and m a n g a n e s e
peroxidase. A pp lied and E n v iro n m en tal peroxidase: The role o f non-haem material on
M icrobiology, v.61, p . 1881-1887, 1995. the c ata ly tic m e ch a n is m s . B io c h e m ic a l
M1CHEL Jr.. F.C.; DASS S.B.; GRULKE, E.A.; Society Transactions, v.23, p.228-232, 1995.
REDDY, C.A. Role o f manganese peroxidase RABINOVICH, M .L.; B O LO B OV A , A.V.;
and lignin p e ro xid a se s o f P h a n ero ch a ete V A S IL C H E N K O , L.G. Fungai decomposition
chysosporium in the de colorization o f Kraft of natural aromatic structures and xenobiotics:
plant effluent. A p pl ie d a n d E n v i r o n m e n t a l A review: A p p lied B io c h e m istr y and
Micr obiolog y, v.57, p .2368-2375, 1991. M icrobiology. v.40, p. 1-17, 2004.
MINUSSI, R.C.; PASTORE, G.M.;, DURAN, N. R AGUNATH AN, R.; SWAMIN ATHAN, K
Potential applications o f laccase in the food Biological treatment of a pulp and paper industry
industry. Trends in Food S c ie n c e & effluent by P leu ro tu s s pp. World J o u rn al of
Technology, v. 13, p.205-216, 2002. Microbiology & Biotechnology. v.20, p .389-
ODENDAHAL, S. Environmental protection and 393, 2004.
consumer demands: a review of trends and impacts. RODRIGUEZ. J.; CONTRERAS, D.; OVIEDO. C ;
Pulp and Paper Canada, v.95, p.30-34, 1994. FRE ER , J.; B A EZ A . J. D e gr ad a ti on of
ONYSKO, K.A. Biological bleaching of chemical rec al c itr a nt c o m p o u n d s by c a te c h o l - d r i v e n
pulps: a review. Biotechnology Advance, v. 11, Fenton reaction. W ater S c ie n c e and
p . 179-198. 1993. Technology, v.49, p .81-84, 2004.
Biodegradação de lignina e tratamento de efluentes por fungos ligninolítieos: atualização 3 !9
RODRIGUEZ, J.; FERRAZ, A.; DE MELLO, M.P. SU V IL A M P I, J.E.: R1NTALA, J.A. Pilot-scale
Role of metais in wood biodegradation. Wood comparison o f the ropilic aerobic suspended
D e te r io r a tio n and P r eserv atio n ACS car rie r biofilm process and activated sludge
Sym posium Series, v.845, p. 154-174, 2003. p ro c e ss in pulp anal pa per mi 11 effluent
SELVAM, K ; SWAMINATHAN, K ; SONG, M.H.; treatment. W ater Scien ce and T echnology.
CHAE, K.S. Biological treatment of a pulp and v.50, p.95-102, 2004.
paper mdustry effluent by Fomes livid u s and T O R TE LL A, G.R.; D1EZ. M.C.; DURAN, N.
T ram etes versico lo r. W orld J o u r n a l o f Fungai diversity and use in decomposition of
M icrobiology & Bioteehnology. v. 18, p.523- environmental pollutants. Criticai Reviews in
526,2002, M icrobiology. v.31, p. 197-212, 2005.
SEPULVEDA, M.S.; QUINN, B.P ; DENSLOW, TOTH, I K : BELL, K.S.; HOLEVA. M.C.; B1RCH,
N.D.; HOLM. S.E.; GROSS. T.S. Effects of pulp P.RJ. Soft rot erwiniae: from genes to
and paper mi 11 effluents on reproduetive success gen omes. M o l e c u l a r P l a n t P a t h o l o g y , v.4,
of la rg em ou th bass. E n v ir o n m e n ta l p. 17-30, 2003.
Toxicology and Chemistry, v.22, p.205-213, TUOMELA, M.; VIKMAN, M.: HATAKKA, A.;
2003. ITAVAARA, M. Biodegradation of lignin in a
S IN G H . A.P.; SCHMITT, U.; M O L L E R , R.; compost environment: a review. Bioresource
DAWSON, B.S.W.; KOCH, G. Ray tracheids in Technology, v.72, p. 169-183, 2000.
Pinus radiata are more highly resistant to soft TUOR, O.; WINTERHA LT ER, K ; FIECHTER,
rot as compared to axial tracheids: relationship A. Enzymes of white-rot fungi involved in lignin
to lignin c once ntr at ion . Wood S c ie n c e and de gradation and ecological determinants for
Technology, v.40, p. 16-25, 2006. wood decay. Journal o f Bioteehnology. v.41,
SOARES, C.H.L.; DURAN, N. Biodegradation of p . 1-17, 1995.
c hlo ro li gn in and lignin -l ike c o m p o u n d s WESENBERG, D.; KYRIAKIDES, I.; AGATHOS,
co ntained in E - l - p u l p bleaching effluent by S.N. White-rot fungi and their enzymes for the
fungai treatment. Applied Biochemistry and treatment of industrial dye effluents. Bioteehnology
B ioteehnology, v.95, p.35-149, 2001. Advances, v.22, p . 161-187, 2003.
SOARES, C.H.L.; DURAN, N. Degradation of low WHITELEY, C.G.; LEE, D.J. Enzyme technology
and high molecular mass fractions of Kraft E-l and biolog ical re me dia ti on . E nzym e and
effluent by Tram etes villosa. E nvironm ental Microbial Technology, v.38, p.291-316, 2006.
Technology, v. 19, p.883-891, 1998. WU. J,; XIAO, Y.Z.; YU, H.Q. Degradation of
SOLAR, R.; KURJATKO, S.; LIPTAKOVA, E.; lignin in pulp mill wastewaters by white-rot fungi
MAMONOVA, M. Alterations of beech wood on biofilm B io resou rce T echnology, v.96,
(Fagus sylvatica L.) physical properties in the p. 1357-1363, 2005.
course of degradation by selected white-rot fungi.
Wood Research, v.48, p. 1-14, 2003.
14
'U S P /C E N A , C P % - C E P : 13400-970 - P iracicab a, SP. ’U N E S P/F A T E C /C E E T E PS . Av. N. S, F átim a, 567 - CEP: 13478-540 ■
A m e ric a n a , SP.
322 Microbiologia A mb ietita /
I. In tro d u ç ã o
C la sse s
A c ríd in a B á s ic o s , p ig m en to s o r g â n ic o s
A m in o ceto n a A tina, mordentes
Á c id o s , m o r d e n tes, à tina, d is p e r so s , a z ó ic o s , b á s ic o s , diretos,
A n tr a q u in o n a
rea tiv o s, p ig m en to s o r g â n ic o s
A o en xofre Enxofre, a cuba
A z in a Á c id o s , b á s ic o s , s o lv e n te s , pigm entos orgânicos
A zo Ácidos, diretos, dispersos, básicos, mordentes, reativos
A z ó ie o B á s ic o s , naftóis
B a s e s de o x i d a ç ã o C orantes especiais para tingimento de pelo, pelegos, cabelos
D ife n ilm e ta n o Á c id o s , b á s ic o s , m ord en tes
E s t ilb e n o Diretos, reativos, branqueadores ópticos
P ig m en to s o r g â n ic o s, á c id o s , diretos, a z ó ic o s , a cuba, reativos,
F t a lo c i a n in a
s o lv e n te s
I n d a m in a e I n d o f e n o l Básicos, solventes
I n d ig ó id e À tina, p ig m en to s o r g â n ic o s
M e t i n a e P o l im e t in a Básicos, dispersos
N it r o Á c id o s , d is p e r s o s , m ordentes
N itr o so Ácidos, dispersos, mordentes
O x azina B á s ic o s , m o r d e n tes, pigm en tos orgânicos
Q u in o lin a Ácidos, básicos
T ia z in a B á s ic o s , m o r d e n tes
T ia z o l Branqueadores ópticos, básicos, diretos
T r ia r ilm e t a n o Á c id o s , b á s ic o s , m ord en tes
X an ten o Ácidos, básicos, mordentes, branqueadores ópticos, solventes
Biodegradação de corantes têxteis 325
(340-380 nm), e reemitem a maior parte da energia absorvida como luz fluorescente
violeta-azulada, na região visível (400-500 nm). Os primeiros branqueadores óticos
eram fabricados a base de cum arina, mas atualm ente os principais tipos de
branqueadores óticos usados industrialmente são derivados estilbênicos, obtidos pela
condensação de cloreto cianúrico com ácido diamino-estilbeno-dissulfônico, seguido
de condensação sucessiva com outras aminas. Outros tipos são derivados de distirilo-
bifenila, de benzoxazol-tiofenina etc.
Os branqueadores óticos representam atualmente, mais de 2,5 mil marcas,
representando mais de 200 produtos, pertencentes a mais de 15 grupos com unidades
químicas. O consumo mundial é estimado em mais de 200 mil toneladas, distribuídas
entre as seguintes principais aplicações: Detergentes para lavagem doméstica 40%,
Papel 30%, Têxtil 25%, Fibras e plásticos 5%.
Os processos têxteis são grandes consum idores de água e de corantes
sintéticos, gerando efluentes volumosos e complexos com elevada carga orgânica
e elevado teor de sais inorgânicos. Esta condição descrita, resulta em enorme
dificuldade para o gerenciamento ambiental dos efluentes, quer sejam gerados pelas
emissões ou descargas dos processos de rotina, pelo descarte de resíduos do
processo, embalagens usadas e mesmo por emissões acidentais (BALAN, 2002;
YUZHU & VIRARAGHAVAN, 2001). Dentro de vários setores industriais, os
usuários e produtores de corantes estão se confrontando dia-a-dia com questões
sobre saúde, segurança e proteção ao meio ambiente com o uso e manuseio desse
grupo de produtos químicos. Nos efluentes líquidos a presença do corante é de fácil
percepção visual, atraindo atenção à necessária proteção ambiental e alternativas
de degradação e minimização de toxicidade (ROSOLEN et a l., 2004).
Embora atualmente os corantes representem menos de 1% do total de venda
de químicos orgânicos no mundo, esta medida não fornece o grau de importância
dos corantes na vida cotidiana. Aproximadamente 10.000 corantes sintéticos são
usados como insumos industriais especialmente na industria têxtil e tinturarias
(ZAMORA et a l., 2002). A preocupação com a estética e qualidade do ambiente
atingido por efluentes coloridos leva à busca das mais variadas alternativas de
descoloração, quer sejam biológicas, físicas, quím icas ou fotoeletroquím icas
(ZAMORA & LIMA, 2005).
Novas classes de corantes têm surgido, visando atender as necessidades e
exigências atuais do mercado em relação ao tingimento de novos tipos de fibras
químicas. Isto agrava um problema já existente que é o do efluente industrial da
manufatura dos corantes ou de indústrias que deles se utilizam , já que são
considerados potencialmente tóxicos aos organismos vivos (M ACEDO & SILVA,
2002).
Os resíduos da indústria têxtil se caracterizam por sua baixa degradabilidade
sendo considerados um dos mais difíceis de serem tratados. A origem sintética e
estrutura molecular complexa dos corantes dificultam a degradação, pois os
organismos presentes na natureza não possuem enzim as específicas para sua
degradação. Assim, estes resíduos não têm um método adequado de tratamento,
sendo que, efluentes tratados não eficientemente têm sido descartados no ambiente
contendo ainda alta carga poluidora levando a degradação dos ambientes aquáticos.
326 M icrobiologia Ambiental
2. M é to d o s d e tr a ta m e n to d e e flu e n te s tê x te is
causa desta baixa degradação pode ser a falha em se isolar bactérias com capacidade
para degradação destes compostos (PAGGA & BROWN, 1986), uma vez que a
d eg rad aç ão de alg u n s c o ra n te s por lin h ag en s isoladas de P seudom onas e
Sphingomonas tem sido documentada. Coughlin etal. (1999) encontraram uma espécie
de Sphingomonas capaz de degradar vários corantes do grupo azo, dentre eles Orange
II, Acid Orange 8 e Acid Orange 10 até 99% em 96h. A degradação foi correlacionada
com a presença da estrutura l-amino-2-naftol na molécula. Chen (2002) encontrou
degradação do corante azo Reactive Black B por Pseudomonas luteola, através da
quebra das ligações azo e formação de aminas (Figura 1). Keck et al. (2002) isolaram
uma espécie de Sphingomonas capaz de utilizar mediadores oxi-redutores gerados
durante metabolismo aeróbio de 2-naftalenosulfonate para aumentar em 20 vezes a
habilidade para degradai* o corante sulfonado Amaranth (Figura 2). Banat et al. (1997)
isolaram um consórcio de microrganismos termofílicos composto principalmente pela
bactéria Corynebacterium que foi hábil para degradar corantes dos grupos azo, diazo,
reativos e dispersos com porcentagens de descoloração variando de 70 a 99%.
C hang et al. (2001)
estudaram a degradação do corante
R eactive Red 22 por células
de P seu d o m o n a s lu teo la livres
ou im o b ilizad as e en co ntraram
degradação com pleta. Em bora a
•• ■,
degradação por células livres tenha
sido mais rápida, células imobilizadas
m ostraram m aior estab ilid ade a
mudanças no pH e oxigênio, comum
em sistemas de tratamento. Chang
IttMI
XX
FIG U R A 1. D escoloração do corante Reactive
et al. (2004) inseriram a enzi-ma
azoredutase retirada de P seudo
monas luteola em Escherichia coli
e encontraram 95% de descoloração
do corante Reactive Red 22.
B lack B por P seu d o m o n a s lu teo la (C H E N ,
2002). B uitrón et al. (2004)
estudaram a degradação do corante
azo Acid Red 151 em reator
aeróbio p reen ch id o com rocha
vulcânica e en co ntraram d esco
loração de 99% e mineralização de
73%. Degradação anaeróbia também
pode ter ocorrido no interior do
material poroso. Corantes por serem
moléculas complexas são freqüen
temente degradados por consórcios
F IG U R A 2. M e c a n ism o p ro p o sto para a degra- m ic ro rg a n ism o s e não por
dação do corante A m aranth por S. xen o p h a g a c u ltu ra s p u r a s ( N i g a m e t a l ., 1996).
(KECK e ta l., 2002). D e sta fo rm a , u m m ic ro rg a n is m o
Biodegradação de corantes têxteis 329
fenólicos, diésteres e bifenilas e, assim, seu sistema enzimático tem sido estudado na
degradação de outras moléculas recalcitrantes (BALAN & MONTEIRO, 2001). Os
principais fungos envolvidos são Phanerochaete chrysosporium, Pleuroutus sp.,
Coriolus versicolor, Trametes versicolor entre outros.
As enzimas responsáveis pela degradação destas moléculas são peroxidases
como manganês peroxidase (MnP), lignina peroxidase (Lip), lacases e feno! oxidases.
Estas enzimas ligninolíticas são intra ou extracelulares e apresentam baixa
especificidade para o substrato sendo bastante interessantes para o tratamento de
resíduos de características variadas como os resíduos têxteis.
Esses fungos dividem-se em cinco grupos baseados na sua capacidade de
produzir uma ou mais enzimas ligninolíticas. O gênero Pleurotus produz lacases e
MnP mas não LiP (R O D R ÍG U E Z et a l ., 1999), en q u an to P hanerochaete
chrysosporium é caracterizado por produzir principalmente LiP e insignificante
quantidade de lacases.
A contribuição relativa de cada enzim a (LiP, MnP ou lacase) para a
descoloração de corantes pode ser diferente para cada fungo, indicando alguma
seletividade na degradação. Foi encontrada correlação da descoloração com a
enzima MnP (DOMINGUEZ et a l., 2001; MOLDES et al., 2003; HARAZONA
& NAKAMURA, 2005; BOER et al., 2004; NOVOTNY et a l 2004; ROSOLEN
et a l ., 2004; K A M ID A et a l., 20 05 ) e com lacase (C H 1V U K U L A &
RENGANATHAN, 1995; RODRÍGUEZ et a l.y 1999; MARTINS et a l., 2003).
Segundo Shrivastava et a l (2005), corantes halogenados não são degradados por
MnP.
Rodrigues et al. (1999), Ranzani (2002), Rosolen et al. (2004), Kamida et
al. (2005), observaram descoloração/degradação completa de diversos corantes,
efluentes e resíduo sólido por fungos do gênero Pleurotus. Porém, utilizando
somente o extrato enzimático fúngico não foram observados a mesma degradação,
indicando que há outros fatores envolvidos. A ação das enzimas ligninolíticas
na degradação tem sido com provada, porém o processo de d eg rad ação é
complexo e envolve outros fatores como radicais mediadores, H 70 2 produzidos
pelo fungo.
Alguns compostos têm capacidade de induzir o sistema ligninolítico, dentre
eles o álcool veratril, o qual é um metabólito produzido por diversos fungos e atua
como restaurador da enzima LiP após sua ação oxidati va sobre o substrato, protegendo-
a da inativação por excesso de H,Ov Segundo Heinfling et al. (1998), a atividade da
LiP na ausência do álcool veratril foi de 1 a 12% menor que na presença deste
indutor. A adição do surfactante Tween 80, também elevou a degradação de uma
mistura de corantes azo e antraquinona por Phanerochaete sórdida (HARAZONA
& NAKAMURA, 2005).
Segundo alguns autores, a atividade ligninolítica pode ser estimulada em
condições limitadas de nutrientes, principalmente nitrogênio (CRIPPS et al., 1990;
GLENN & GOLD, 1983; SPADARO et al., 1992), ou adição de suplementos como
glicose e asparagina.
Knapp et al. (1995) estudaram a degradação de 14 diferentes corantes por
sete linhagens de fungos basidiomicetos, dentre elas Phanerochaete chrysosporium,
Biodegradação de corantes têxteis 331
P ip to p o ru s b e tu lin u s, P leurotus
ostreatus, Coriolus versicolor. A
/
O mecanismo de degradação
de corantes phthalocyanine-Cu por
Phanerochaete chrysosporium foi
proposto por Conneely et al. (2003).
Prim eiram ente o átomo de Cu é
removido e, em seguida, a estrutura
phthalocyanine é quebrada (Figura 5). 3-carboxymuconic acid
O mesmo mecanismo foi encontrado
por Heinfling-Weidtmann et al. (2001)
na degradação de Reactive Blue 15 e
TCC
Reactive Blue 38 por Bjerkandera Tricarboxylic cycle
adusta (Figura 6 ).
FIGURA 4. Mineralização de compostos azo por
Trametes versicolor (MARTINS et a l., 2003).
2.4 Cianobactérias e algas
Segundo Bumpus (1995) a maior parte dos corantes não apresentam toxicidade
elevada, sendo considerados mais tóxicos os básicos e diazo diretos. De 4.461 corantes
testados somente 44 (1%) apresentaram LD .n menor que 250 mg kg ', 314 (7%)
tiveram LD5() entre 250 e 2.000 mg kg 1 e 434 (aproximadamente 9,7%) tiveram
LD 50 entre 2.000 e 5.000 mg kg
E ntretanto, os corantes à base de benzidina e aminas podem liberar
estas substâncias com o metabólitos, as quais são cancerígenas. Gottlieb et al.
(2003), mostraram que a quebra da ligação azo em meio anaeróbio do corante
Acid Orange 7 gerou compostos causadores de genotoxidade, a qual foi relacionada
com a p ro d u ç ã o do m e ta b ó lito 1-am ino-2-naftol. Estes corantes tam bém
podem ser reduzidos por microrganismos anaeróbios presentes no trato digestivo
e assim serem potenciais causadores de câncer e outras desordens. Méndez-Paz
et al. (2005), encontraram que o metabólito l-am ino-2 naftol, metabólito do
Acido Orange 7, induziu a formação de tumores no sangue. Também o corante
A m aranth foi c a rc in o g ê n ic o para ratos. O utros efeitos adversos causados
pelos corantes incluem as alergias rinopáticas, asmáticas e cutâneas. O corante
comporta-se como hapteno, reage com a albumina do sangue e então, por ação
como um antígeno gera IgEs, desencadeando os fenômenos alérgicos (SALEM,
1995).
334 M icrobiologia Ambiental
Corantes contendo grupos amino, aqui lamino ou aceti lamino são propensos a
sofrer oxidação através da hidroxilação das moléculas com a formação de grupos
nitrenium (NH+), o qual pode apresentar potencialidade mutagênica ou carcinogênica
devido a interações com grupos nucleofílicos do DNA (GUARATINI & ZANON1,
2000). Outros corantes portadores de grupos reativos e cromóforos diazo sulfonados
são configurados para reagirem fortemente com substâncias portadoras de grupos
amina e hidroxila, presentes em todos os organismos vivos na forma de proteínas/
enzimas, dentre outras. Corantes complexados com metais, principalmente o cromo,
podem liberam este metal que é carcinogênico.
Oros et al. (2003) encontraram inibição do crescimento de bactérias por vários
corantes, sendo que os mais hidrofóbicos foram os mais tóxicos, os quais se ligam a
grupos hidrofóbicos nas células inibindo atividade enzimática e outras funções. Isto
indica que os corantes podem ser tóxicos também para os microrganismos presentes
nas Estações de Tratamento. P. chrysosporium mostrou ser sensível ao corante
Malachite Green em concentrações acima de 64 |iM. Em meio líquido o efeito tóxico
foi maior, com efeito a 4 |iM (PAPINUTTI & FORCHIASSIN, 2004). Dellamatrice
et al. (2005) encontraram sinais de toxicidade pelo efluente da Estação de Tratamento
de Americana, SP, contendo corantes dos grupos das antraquinonas e indigóides, para o
fungo Pleurotus ostreatus através de análise em microscopia eletrônica, ocorrendo
sinais de degeneração nas hifas e desagregação completa das células.
O efluente de uma indústria têxtil contendo corantes azo apresentou potencial
altamente mutagênico pelo Teste de Ames, mostrando que estes corantes não foram
degradados pelo sistema de tratamento por Lodo Ativado realizado pela Indústria.
Análises realizadas no Ribeirão dos Cristais, onde estes efluentes são despejados,
também apresentaram potencial m utagênico 5-17 vezes maior que o controle
(UMBUZEIRO et a l 2004). Segundo os autores, estes corantes ou seu metabólitos
podem se ligar ao cloro utilizado nas estações de tratamento de água formando
compostos nitroaromáticos halogenados, altamente mutagênicos.
Corantes dos grupos azo, trifenilmetano, antraquinona, heterocíclicos, oxazina
e metina/polimetina foram degradados e perderam a potencial genotoxicidade após
tratamento com reações Foto-Fenton e enzimas ligninases (CHOUDHARY et al.,
2004).
O lodo têxtil antes e após tratamento por compostagem foi estudado por
Araújo & Monteiro (2005) quanto a fitotoxicidade para soja e trigo. Os resultados
indicaram que a compostagem é capaz de biodegradar e remover a toxicidade destes
resíduos, com efeito tóxico sendo bastante reduzido após o tratamento.
R e fe rê n cia s
ABIQUIM. Disponível em: <www.abiquim.org.br>. BALAN, D.S.L. A industria têxtil e o meio ambiente.
Acesso em: 25 jul. 2005. Tecnologia limpa e controle ambiental. Química
A R A Ú J O , A.S.F.; M O N T E I R O , R.T.R Plant Têxtil, v.66, p.26-31, 2002.
b io ass ay s to a ss e ss toxic ity o f te xtile sludge BALAN, D.S.L.; MONTEIRO. R.T.R. Decolorization
compost. S c i e n t i a A g rí c o la , v.62, p .286-290, of textile indigo dye by ligninolytic fungi. Journal
200 5. of Biotechnology. v.89. p. 141-145, 2001.
Biodegradação de corantes tê.xteis 335
BANAT, I.M.: N IG A M . P.; M c M U L L A N , G.; CRIPPS. C.; BUMPUS, J.A.; AUST, S.D. Biodegradation
MARCHANT. R. The isolation of thermophtlic of azo and heterocyclic dyes by Phanerochaete
ba ct e ria l c ul tu re s c ap a b le o f textile dyes chrysosporium . Applied and Environmental
decolorization. E nvironm ent Internation al, Microbiology, v.56, p.l 114-1118, 1990.
v.23, p.547-551. 1997. D E L L A M ATRICE, P. M.; M O N T E I R O , R.T.R.;
B H UN IA . A.; DURANI, S.: W A N I K A R . P.P. KAMIDA, H.M.: NOGUEIRA, N.L.: ROSSI, M.
Horseradish peroxidase cataiyzed degradation of L.; BLAISE, C. De colourization o f municipal
in du s tri a lly i m p o r ta m dyes B io te ch n o lo g y effluent and sludge by Pleurotus sajor-caju and
and B ioengineerin g, v.72, p.562 -567, 2001. Pleurotus ostreatus. World Journal of Microbiology
BOER, C.G; OBICI, L.; SOUZA, E.G.M.; PERALTA, & Biotechnology, v.21, p. 1363-69, 2005.
R.M. Decolorization of synthetic dyes by solid D E L L A M A T R IC E , P.M.: M O N T E I R O . R.T.R.
state cultures o f L entinula (L en tin u s) edodes Decolorization and Toxicity o f Municipal waste
producing manganese peroxidase as the main by Horseradish (Cochlearia armoracia), Quimica
ligninolytic enzyme. Bioresource Technology, N ova, v.29, p.4 1 9-4 21, 2006.
v.94, p . 107-112, 2004. DELLAMATRICE, P.M.; MONTEIRO, R.T.R. Toxicidade
B U IT R Ó N , G.; Q UEZ A D A , M.: MO R EN O , G. e degradação de efluentes contendo corantes, por
Aerobic degradation o f the azo dye Acid Red microrganismos. In: CO NGRESSO DE MEIO
151 in a sequencing batch biofilter. Bioresource AMBIENTE, 2004, Paulínia. Anais, p.72-73.
Technology, v.92, p. 143-149, 2004. D O M I N G U E Z , A.; R IV E L A , I.; C O U T O , S .R.;
BUMPUS, J.A. Microbial degradation of azo dyes. SANROMAN, M.A. Design of a new rotating drum
In: SINGH , V.P. Biotransform ations bioreactor for ligninolytic enzyme production by
microbial degradation of Health risk compounds. Phanerochaete chrysosporium grown on an inert
Amsterdam: EIsevier Science. 1995. p. 157-177. support. P r o c ess B io c h e m istry , v.37, p . 549-
CHANG, J.; CHOU, C.; CHEN, S. Decolorization of 554, 2001.
azo dyes with immobilized Pseudomonas luteola. FERREIRA-LEITÃO, VS.: SILVA, J.G: BON, E PS.
Process Biochemistry, v.36, p.757-763, 2001. M eth yl ene Blue and Azure B oxidation by
CHANG. J.S.: CHEN, B Y.; LIN, Y.S. Stimulation horseradish peroxidase: a comparative evaluation
o f bacterial decolorization o f an azo dye by o f class II and class III peroxidases. A pplied
extracellular metabolites from Escherichia coli C atalysis B: Environm ental. v.42, p.213-221,
strain N 0 3 . B io resou rce T echnology, v.91, 2003.
p.243-248, 2004. FU, Y.; VIRARAGHAVAN, T. Fungai decolorization
C H E N , B.Y. U n de rs t an di ng d e c o lo r iz a ti o n o f d y e w a s t e w a t e r : a re vi e w . B io r e s o u r c e
c h a r a c te ri s ti c s o f re act ive azo dyes by T ech n o log y, v.79, p .2 5 1-2 62 , 2001.
P seudom onas luteola: toxicity and kinetics. G L E N N , J. K . : G O L D , M H. D e c o l o r i z a t i o n o f
Process Biochemistry, v.38, p.437-446, 2002. several polymeric dyes by the lignin-degrading
CHIVUKULA. M.: RENGANATHAN, V. Phenolic b a si d io m yc e te P h a n ero ch a ete ch ryso sp o riu m .
azo dye oxidation by laccase from P yricularia A p p lied and E n v ir o n m e n ta l M icr o b io lo g y ,
o ryzae. A p p lied and E n v ir o n m e n ta l v.45, p . 1741-1 747 , 1983.
Microbiology. v.61. n.12, p.4374-4377, 1995. G O M E S , J.R. E s t r u t u r a e p r o p r ie d a d e s d os
CHOUDHARY, E.; CAPALASH, N.; SHARMA. P.S. corantes. Braga: Universidade do Minho, 2001.
Genotoxicity of degradation products of textile G O T T L I E B , A.; SHAW, C.; S M I T H . A.;
d ye s e v al u a te d with re c-a ss ay a fte r WHEATLEY, A.: FO RSY THE , S. The toxicity
photoOfenton and lignine treatment. Journal o f textile reactive azo dyes after hydrolysis and
o f E n v iron m en tal Pathology, T oxicology d e c o l o u r i s a t i o n . J o u r n a l o f B io te c h n o lo g y .
and Oncology, v.23, p.40-48, 2004. v. 101, p.4 9 -5 6 , 2003.
CONNELY, A.; SMYTH, N.F.: MCMULLAN. G. GUARATINI, C.C.I.; ZANONI, M.V.B Corantes
Study of the white-rot fungai degradation o f têxteis. Q u ím ic a N ova. v.23, p.71-78, 2000.
selected phth al oc yan ine dyes by a c ap il la ry HARAZONA, K.; NAKAMURA, K. Decolorization
e le c tr o p h o r e s is and liquid c h ro m a to g ra p h y . o f mixtures o f different reactive textile dyes by
Analytica Chimi ca Acta., Am st er dam v.451, the w h i t e - r o t b a s i d i o m y c e t e P h a n e ro c h a e te
p .259-270, 2003. sórdida and inhibitory effect o f polyvinyl alcohol.
COUGHLIN. M.F.; KINKLE, B.K : BISHOP, P.L C h e m o s p h e r e . v.59. p .6 3- 68, 2005.
Degradation of acid orange 7 in an aero bic HAUG, W.; S C H M ID T, A : N O R T E M A N N . B ;
biofilm. C hem osphere, v.46, p. 11-19, 2002. HEMPEL, D.C.; STOLZ, A., KNACKMUSS, H
COUGHLIN, M.F.; KINKLE. B.K ; BISHOP. P.L. J. Mineralization of the sulfonated azo dye mordant
Deg rad ation of azo dyes containing yellow 3 by a 6-aminonaphthalene-2~suIfonate-
am inona phtol by Sphin g o m o n a s sp. strain 1 d e gr a din g bacterial co nso rt iu m . A p p lied and
CX. Journal of Industrial Microbiology and E n viron m en ta l M icrob iolo gy . v. 57, p . 3144-
Biotechnology, v.23, p.341-346, 1999. 3149, 1991.
336 M icrobiologia Am biental
SUPAKA. N.; JU N T O N G J IN , K.: WANG. C.: YEDILER, A.; LIENERT, D.: WANG,
DAMRONGLERD. S.; DELIA, M.L.; Z.: KETTRUP, A. Ozonation of na azo dye C.I.
STREHAIANO, P. Microbial decolorization of Remazol Black 5 and toxicological assessment
reactive azo dyes in a sequential anaerobic- o f its oxidation products. Chemosphere, v.52,
aerobic system. C h em ical E n gin eerin g p. 1225-1232, 2003.
Journal, v.99, p . 169-176, 2004. WANG Y. Solar photocatalytic degradation o f light
TONEGAWA. M : DEC, J.: BOLLAG, J.M. Use of commercial dyes in T i 0 2 suspension. W a t e r
additives to enhance the removal o f phenols R es e ar ch , v.34. p.990-994, 2000.
from w a te r trea ted with h o rs e ra d i sh and YESILADA. O. Decolorization of crystal violet by
hydrogen peroxide. Journal of Environmental fungi and commercial horseradish peroxidase.
Qual i t y, v.32, p . 1222-1227, 2003. Turkish Journal o f Biology. v.20, p. 129-138,
UMBUZEIRO, G.A.; ROUBICEK, D.A.; RECH, 1996.
C .M .; SATO. M.I.Z.; C L A X T O N , L.D. YUZHU, F.; VIRARAGHAVAN. T. Fungai
Investi gat ing the sou rce s o f the mu tagenic decolorization of dye wastewaters: a review
activity found in a river using the Salmonella Bioresource Technology, v.79, p.25 1-262. 2001.
assay and differ ent w a ter extra cti on ZAMORA, P.P.; LIMA, L. Remediação de resíduos
procedures Ch em os ph e re . v.54, p. 1589-1597, têxteis aquosos por processos Fotoeletroquímicos.
2004. Química Têxtil, v.73. p.58-62, mar. 2005.
VAN DER ZEE, F.P.; LETTINGA, G.; FIELD, J.A. ZAMORA. P.P.: TIBURTIUS, E.R.L.; MORAES.
Azo dye decolourisation by anaerobic granular S.G.; DURAN, N. Degradação e n zim átic a de
sludge. C hem osphere. v.44, p . l 169-1176, corantes têxteis. Quím ica Têxtil, v.68, p . 32-
2001. 38, set. 2002.
15
1. In tro d u ç ã o
2. C o n ta m in a ç ã o em tin ta s
alguma matéria-prima e/ou água contaminadas, bem como uma deficiência de higiene
na indústria fabricante do produto. A incorporação de biocida na primeira carga de
água utilizada asseguraria sua presença desde as primeiras fases do processo,
reduzindo a contaminação inicial. Assim, um controle adequado na fase de produção
da tinta deveria ser utilizado no sistema para garantir uma preservação eficiente nas
etapas posteriores, com menor utilização de biocidas no produto final, com uma melhor
relação custo-benefício. Convém salientar que os produtos disponíveis para evitar
este tipo de contaminação nesta etapa incluem derivados de benzoisotiazolinonas e
misturas de compostos heterocíclicos, entre outros.
No estado líquido, a tinta é suscetível à bactérias Gram-negativas e Gram-
positivas, muitas delas do gênero Pseudomonas e os seus principais efeitos são: o
desenvolvimento de gases, a produção de odores na lata fechada, a desintegração da
emulsão, variações do pH, alteração da cor e perda da viscosidade da tinta, sendo
este último uma importante propriedade durante o processo de aplicação. Todos estes
problemas impossibilitam a venda do produto.
Em filmes de tinta, o crescimento microbiano pode ocorrer tanto na face
interna quanto na externa das edificações. Muitos autores têm demonstrado que os
maiores problemas de deterioração ocorrem, principalmente, em regiões tropicais.
Diversos fatores estão envolvidos na deterioração de tintas, podendo ser
provenientes do substrato, onde a tinta será aplicada ou de fatores naturais, tais como
a ação da temperatura, umidade, radiação solar e microrganismos. Na biodeterioração,
o fator mais importante é a umidade, seguida pela temperatura, oxigênio e luz. Além
disso, carboidratos, que são provenientes de resíduos depositados sobre a superfície
pintada ou do próprio revestimento, servem como origem de carbono, bem como
nitrogênio e outros m inerais, que são necessários para o crescim ento dos
microrganismos. No entanto, tem-se pouco conhecimento sobre o processo de
deterioração de superfícies pintadas relacionadas com a deterioração causada por
microrganismos.
A deterioração dos materiais pode ser acelerada por uma camada superficial
aderida, chamada biofilme. Esta camada contém células microbianas aderidas,
metabolicamente ativas ou não, bem como ácidos e vários polímeros. Todos esses
componentes são adsorvidos em uma matriz
com plex a de P olím ero s E x tra-C elu lares,
Microrganismos sisseis
denominada de PEC, que aumenta a adesão desta
■* v * ■» estrutura na superfície do material. A Figura 1 e 2
Í Adesão ao substrato
m Microrganismos ativos representa um biofilme genérico em superfície
00 ü 0 c ráo-ativos + PF.C
pintada.
BIOFII.MI-
A PEC tem uma estrutura porosa, na qual
Superfície ointada
os espaços vazios contêm água. Neste sistema,
FIGURA 1. Biofilme Esquemático. substâncias solúveis podem mover-se livremente,
342 Microbiologia AmbientaI
fungos e pequenos animais, que requerem carbono orgânico para seu crescimento,
entram nas fissuras. A pressão interna aumenta na camada superficial da estrutura,
o que induz a formação de biofilmes.
As cianobactérias e algas mais comumente isoladas a partir da deterioração
de tintas são Chlorella, Chlorococcum, Tetracystis, Trentepholia, Rhodophiceae,
Xanthophyceae, Calothrix, Choococcus, Nostoc, Plectonema e Synechocysttis.
Fungos são considerados os microrganismos mais deletérios devido aos seus
efeitos físicos, químicos e mecânicos no material. Eles produzem estruturas
reprodutivas chamadas esporos, que podem ser pigmentados afetando esteticamente
a superfície, principalmente devido à sua coloração preta ou cinza. Os efeitos químicos
na superfície são causados pelas enzimas e ácidos produzidos durante o metabolismo
das células.
Os fungos também provocam o cham ado efeito mecânico devido ao
crescimento de suas estruturas filamentosas, as hifas, as quais podem penetrar no
material, aumentando a porosidade e permeabilidade.
Há três etapas de ataque na deterioração do filme de tinta. Inicialmente, há a
ruptura mecânica, não sendo esta diretamente relacionada à utilização de componentes
da formulação. Em uma segunda etapa, a degradação do material poderá ocorrer
devido aos efeitos corrosivos ou cáusticos, produzidos por metabólitos orgânicos,
geralmente ácidos orgânicos complexos. Em uma terceira etapa, a deterioração seria
causada pela atividade enzimática dos microrganismos.
Alguns fungos geralmente envolvidos na deterioração de tintas base água são
A ltern a ria , A spergillus, Aurebasidium , B otrytis, C ladosporium , C urvularia,
Exophiala, Mucor, Penicillium, Phoma e Fusarium. Estes microrganismos podem
excretar ácidos oxálico, cítrico e glucônico, entre outros orgânicos e inorgânicos,
podendo solubilizar os componentes do substrato (Figura 3).
A taxa de crescimento destes microrganismos em pintura poderá ser afetada
pelo su b strato. A n á lise s
realizadas por m eio de
m icro scop ia e le trô n ic a de
v arredura indicam que a
desfiguração fúngica seria um
fenôm eno su p e rfic ia l,
en tretan to , na p rá tic a a
resistência ao ataque fúngico
é dependente, tanto do tipo de
tinta em pregada quanto da
base do substrato utilizado.
G eralm en te, este seg u n d o
parâmetro não é considerado
d u ran te a análise do
Aureobasidium crescimento fúngico.
FIGURA 3. Fungos com um ente isolados de superfícies A exposição externa,
p in ta d a s , ( h ttp ://w w w .d e h s .u m n .e d u /ia q /f u n g u s / em tempo real e em condições
pictures.htm!) favoráveis de crescimento é o
344 Microbiologia Ambiental
---- o.rv
C f lr t w o d u lm
O -------- 1 .0 %
I* C irlM ndâM n
! “
ui o
1 ,l\ Oii«»on
0 0,43 1 2 «
6. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
R eferências
I. In tro d u ç ã o
2. B io d e g ra d a çã o ou B io tra n s fo rm a ç ã o
Este método isola espécies que crescem sobre o polímero, ou seja, utiliza a
incubação do filme polimérico em solo, durante um certo tempo e depois separa os
microrganismos que se desenvolveram na presença do filme. Estes são então incubados
em meio de cultura apropriada e com o filme, durante um tempo, para que ocorra a
interação. Após isto o filme é retirado e são analisadas suas propriedades mecânicas
e físico-químicas (KUMAR et al., 1992).
CH 2— (
Cl
F IG U R A 2. M E V de film es de PV C. A) F I G U R A 3. F T IR de fi lm e s de P V C .
original. B) biotratado com P. A ) o rig in a l. B) b i o t r a t a d o c o m P.
C hrysosporium (28°C, 60 dias) (5000X). chrysosporium (28°C, 60 dias).
Biodegradação de polímeros sintéticos 361
FIGURA 4. MEV de filmes de PVC. A) filme FIG U R A 5. FTIR de filmes de PVC. A) filme
original. B) filme biotratado com chorume original. B) filme biotratado com chorume
(32°C, 20 dias). (32°C, 20 dias).
362 M icrobiologia Ambiental
11.1» 1é?
W 400 *>00 MUI *00 «00 2<m U.HI 4(4) ‘ l.m Mm '(NI KtNI
X (nm ) X (nm )
FIGURA 6. UV-Vis de filmes de PVC. A) filme fototratado (UV lOh) e biotratado (32°C, 4
meses). B) filme termotratado (130°C, l,30h) e biotratado (32°C, 4 meses).
1-]
•
12,.5jim c
A ,
FIGURA 7. MEV de filmes de PVC: A) original (500 X). B) fototratado (UV lOh) (800 X). C)
biotratado (32°C, 4 meses) (400 X). D) termotratado (130°C. l,30h) (1000 X). E) termo/
biotratado (500 X). F) foto/biotratado (500 X).
Biodegradação de polímeros sintéticos 363
2.2.5 Poli(acrílicos)
2 .2 .7 Poli(éster-imida) (PEI)
f x/
o—< VÇ^o
lie/
3. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
R eferências
C H A N D R A , R.: R U S T G L R. B i o d e g r a d a b l e K A LI A , V. C ; R A I Z A D A , N.; SO N A K Y A . V.
p o ly m e rs . P r o g r e s s in P o l y m c r S c ie n c e, B io pí ast ic s. Journal of S c ie n ti fi c &
v.23, p . 1273-1 33 5, 1998. In dustrial Research, v.59, n.6, p .4 3 3 -4 4 5 ,
C H I E L L I N I . E.; C O R T I , A.; D ’A N T O N E . S.; 2000.
S O L A R O , R. B i o d e g r a d a t i o n o f pol y( vin yl K APL AN , D.L: HARNSTE1N, R.: SUTTE R. J.
alcohol) based materiais. Progress in Polymer B io de g ra d a ti o n of poly st yre ne, p o ly (m et hy l
S ci en ce, v.28. p . 9 6 3 - 1 0 1 4 . 2003. m e th a cr yla te ). and Phenol Fo rm a l d e h y d e .
COLE, M. A.; LEONAS K. K. Degradability of yard Applied Environmental Microbiology. v.38.
waste collection bags. Biocycle. 1991, p.56-63. n.3, p .551 -553, 1979.
D A N I E L S . C. A. P o l y m e r s : S t r u c t u r e and KARLSSON, S.: ALBERTSSON, A.C. Techniques
pr ope rtie s. T e c h n o m ic P u b l i s h i n g CO , Inc., and mechanisms of polymer degradation. In:
Lancaster, v .l, 1989, p.21-27. Scott, G & G ilead, D (ed). D e g r a d a b le
FLEMMING. H.C. Relevance of biofilms for the Polymers-Principles & A p p li c a t io n s .
b i o d e t e r i o r a t i o n o f s u r f a c e s o f p o ly m e r ic Chapman & Hall, London. 1995, p.29-36.
m a t e r i a i s . P o l y m e r D e g r a d a t i o n Stabili ty . KARLSSON, S.; LJUNGQIUST. O.; ALBERTSSON,
v.59, p . 30 9-3 15. 1998. A. B io d e g ra d a ti o n of p o ly e th y le n e and
G A LG A LI , P.; VARMA. A.J.; PUN TA M B EK A R , the influence of surfactants. Polymer De gr a
U.S.; GO KHALE, D.V. Towards biodegradable dation and Stability, v . 2 l , p .2 3 7-2 5 0,
polyolefins: strategy of anchoring 1998.
m in ut e q u a n t i t i e s o f m o n o s a c c h a r i d e s and K IA T K A M JO R N W O N G , S ; S O N S U K . M ;
disaccharides ont o functionalized polystyrene, SAOWALUCK, W ; PRAS ASSAR AKICH, P ;
and th e i r e f f e c t on f a c il it y p o ly m e r VEJJANUKROH, P. C Degradation of styrene-
biodegradation. Chemical Communication. g-c ass ava starch filled polys tyr en e plastics.
p . 2 8 8 4 - 2 8 8 5 , 2002. P o l y m e r D e gr ad at io n and Stability, v.66,
G U . J. D. M i c r o b i o l o g i c a l d e t e r i o r a t i o n and p. 323 -335, 1999.
degradation of synthetic polymeric materiais: KIM, M-N.; LEE, AE-RI; YOON, J-S.; CHIN, I-J.
re c en t r e s e a r c h a d v a n c e s . I n t e r n a t i o n a l B io deg rad at io n of p o l y ( 3 - h y d r o x y b u t y r a t e ),
B io de te ri or at io n and B i o d e g r a d a ti o n . v.52. Sky-Green and Mater-Bi by fungi isolated from
p .69-91. 2003. soils. E u r o p e a n P ol y m er J ou r n al, v.36,
GUERZONI, M.E.; LANCIOTTI, R.; SINGAGLIA, p . 1677-1685, 2000.
I. A n a l y s i s o f the i n t e r a c t i o n be tw e e n K IR B AS , Z.; K ES KI N , N.; G U N E R . A.
au tochtonous bactéria and pa cka gin g material Biodegradation o f polyvinylchloride (PVC) by
in PVC bottled minerai water. Microbiological white rot fungi. Bulletin o f E nvironm ental
Research, v . 149. n.2, p . 115-122, 1994. C o nt am in at io n and Toxicology, v.63, 335-
G U O H U A , Z.; YA, L. ; C U I L A N , F.: MIN, Z. 342, 1999.
CAIQ IONG Z, ZONGDAO, C. Water resistance. KLEMCHUCK. P P. Degradable plastics. Polymer
mechanical properties and biodegradability of Degradation and Stability, v.27, p. 183-202,
methylated-cornstarch/poly(vinyl acohol) blend 1990.
film. P o l y m e r D e g r a d a t i o n a n d Stabili ty . KORNER, I: REDEMANN, K; ST EGM ANN, R
2005, In Press. B e ha vi o ur o f bi o d e g ra d a b le p la st ic s in
H A D AD , D.; GE RES H, S.; S1VAN. A. c o m p o s t in g facilities. Waste M a n a g e m e n t.
B i o d e g r a d a t i o n o f p o l y e t h y l e n e by the v.25. p.409-415, 2005.
thermophilic bacterium B r e v ib a c illu s KRUPP, L.R.; JEWELL, W.J, Biodegradability of
b o r s te le n s is . Journal of A p p li e d m o dif ied plastic films in pl a st ic iz e d PVC.
M ic ro bi olo gy. v.98, p. 1093-1100, 2005. Journal of Applied Bacteriology. v.31, p.305-
HUANG, S.J. P o ly m e r waste manag em en t- 310, 1992.
bi od e gr a da ti on , inc ine rat ion and recycling KUMAR, S.G.; KALPAGAM, V.; NANDI, U.S.
Jour nal o f Ma teria l Sc ie n c e - Pure and Biodegradable polymers: prospects, problems
Applied Chemistry, v.32, n.4, p.593-597, 1995. and progress. Journal o f Material Science-
HUANG, S.J.; E D E L M A N , P.G. An ov e rv ie w of Review M acr om o le c ul ar . C he m ic al
biodegradable polymers and biodegradation o f Physics, v.22 (2), p. 193-198, 1992.
polymer. In: Scott and Gilead (ed.) Degradable KUSTER, E. Biological degradation of synthetic
Pol ymers: P r in cip ies and Applications, p ol ym er s. Jo ur na l A p p lie d Polymer
Chapman & Hall, London, cap.2. 1995, p. 18-28. Science: Applied Po ly mer S y m p o s iu m .
J O N E S . P.H.; PR AS AD, D.; H E S K I N S , M.; v.35, p . 395-404, 1979.
MORGAN, M.H.; G U 1L L ET , J.E. LEE J.A; KIM, M.N. Isolation of new and potent
Bio de grada bil it y o f P ho to de gr a de d Polymers. poly(vinyl alcohol)-degrading strains and their
E n v ir o n m e n t a l S c ie n c e & T ech no log y, v.8, activity. Polymer D e g r a d a ti o n and
p.9 1 9 - 9 2 3 , 1974 Stability, v.81, p.303-308, 2003.
Biodegradação de polímeros sintéticos 37 3
alcohol )-degrading enzyme. Part VI. Degradation VARMA. A.J. A comparative study of the thermal
mechanism o f poly (vinyl alcohol) by successive beh avior o f PVC, a series o f sy nthetized
reactions o f secondary alcohol oxida se and â- chlorinated polyethylenes and HDPE. Polymer
diketone hy dro la s e fr o m P se u d o m o n a s sp. Degradation and Stabililty, v.63, p. 1-3, 1999
Agricultural and Biological Chemistry. v.50, VERONELLI. M.. MAURO. M.: BRESADOLA, S
p.989-96, 1986. Influence of thermal de hydrochlorination on
SAKAZAWA, C.; SHIMAO. M.; TANIGUCHI, Y ; the ph ot oxi da tio n kine tics o f PVC samples.
KATO, N. Symbiotic utilization o f poly(vinyl P ol ym er De gr ad at io n and Stability, v.66.
alcohol) by mixed cultures. Applied Environmental p . 3 4 9 -3 5 7 , 1999.
Microbiology. v.4 1, p. 2 6 1-267, 1981. VESS. R.W.; AND ERS ON . R.L.; C A RR , J.H.:
SCOTT, G. Green Polymers. Polymer Degradation BOND, W. W.: FAVERO. M .SJ The
and Stability, v.68, 2000, p. 1-7. colonization of solid PVC samples surfaces and
SENOUNE, A.; VERGNAUD, J. M. Plasticized PVC the acquisition of Resistance of germicides by
with low matter transfers in n-hexane by fixing w a te r m ic ro or ga ni s m s . Jour nal o f A pp lied
a thin film o f e th yl e ne glycol on its surface. Bacteriology, v.74. n.2, p.215-221, 1993.
European Polymer Journal, v.29. n.5. p.679- VILPOUX, O; AVEROUS, L. Plásticos a base de
683, 1993. a mid o In; Série de Tuberosas A m ilá c e as
SHIM AO M.. S A I M O T O , H .. KA TO. N.; Latino Americanas, v 3: Tecnologia, usos e
SAKAZAWA, C. Properties and role of bacterial potencialidades de tuberosas amiláceas latino
s ym bi on ts o f p o l y ( v i n y l a l c o h o l ) - u t i l i z i n g Americanas, Ed. M.P CEREDA. O. FRANÇOIS
mixed c u lt u r e s . A p p l i e d E n v i r o n m e n t a l Vipoux - Fundação Cargill, SP. cap.18, 2003,
Microbiology, v.46. p.6 0 5 -6 1 0 , 1983. p . 499-529.
SHIVRA M, Dy. I n t e r n a t i o n a l S y m p o s i u m on V O L K E - SE P Ú L V E D A , T.: SAUCEDO-
B i o d e g r a d a t i o n P o l y m e r s , 2001. CASTANEDA, G.; GUTIÉRREZ- ROJAS. M.;
SONCINI, G. Jr. Interação de biofilmes fúngicos MANZUR, A.: FAVELA-TORRES, E. Thermally
com s u p e r f í c i e s p o l i m é r i c a s d e p o li é s te r - treated low density polyethylene biodegradation
imida (P EI ) a p li ca d as s o b r e fios de cobre by Penicillium pinophilum and Aspergillus niger.
2004, D is se rt a ç ão de M es tra do , UNESP. Rio Journal o f Applied Po ly mer Science, v.83,
Claro. SP, p. 1-142. p . 305-314, 2002.
Biodegradação de polímeros sintéticos 375
a /e
I. In tro d u ç ã o
b e n z im id a z ó is 23
ditiocarbamatos 11
e s tr o b ir u li n a s 9
ftalonitrilas 5
cobre 5
organoestânico 4
ftalimidas 3
fenilamid as 2
outros 10
Fonte; Ande f. 2003.
B iodegradação d e fungicidas 379
L DM
S1l 1para ratos (mg kg
ü 1 p e s o corporal)
C la s se Oral Dérmica
Sólidosa Líquidos3 Sólidos3 L íqu ido s3
I Extremamente Tóxico 5 ou < 2 0 ou < 10 ou < 4 0 ou <
11 Altamente Tóxico 5 - 50 20 - 200 10 - 100 40 - 4 0 0
III Med ianamente Tóxico 50 - 500 200 - 2.000 1100 - 1.000 400 - 4.0 00
IV P o u c o Tóxico > 500 > 2.000 > 1.000 > 4.000
*: o s te rm o s “ s ó lid o s " e “ líq u id o s" in d ic am o e s ta d o físic o d o in g re d ie n te a tiv o c la ssific a d o .
L D S(): IP C S . 2 0 0 2
380 Microbiologia Am biental
3. B io tra n s fo rm a ç ã o de fu n g icid a s
T A B E L A 3. Gru po s químico s e ingredientes ativos dos d e m et ila do r es da biossíntese de esteróis (DM I).
Pirimidina F e n a ri m o l
Triazóis (incluindo c o n a z ó i s ) Bitertanol, b r o m u c o n a z o l , c i p r o c o n a z o l , d i fe c on az ol ,
e p o x i c o n a z o l , flu quinconazol, flutriafol, h e x a c o n a z o l ,
m e t c o n a z o l , miclobutanil, p a c l o b u t r a z o l , p r o p i c o n a z o l ,
t e b u c o n a z o l , t e t r a c o n a z o l , tr i am e d if o m , triamedinol,
triticonazol.
Morfolina Fempropimorfe
D isp o n ív e l: A N V IS A . 2004.
3.2 Benzimidazóis
(H c II, ( II
II^C — C— C H 2— CH_ ril _ n
nu i II
F L V 1 P R O P M O R F E
«II ( II ( M,
llulU ( < A II t - N H O H
i W' ( II
CH , CH <II
(A) (D)
c *H J
( II
IICHK ( —< % o
C-Hj C II
(B)
CH
// N H O H
(II
(E)
( II
ll\ a
<II
(C )
(A )4-{3-{4-(2-hidroxi- 1 ,1 -dimeti1)etilfeni1)-2-inetilpropil}-ci,í-216-dimeti]inorfolina
(B) 2-metil-2-{4'[2-metiI-3(cis-2,6-dimetilmorfü]ina-4-il)propil]fenil}propanõico
(C ) í7.v~2,6Jimetilmorfolina
FIG URA 2. Rota metabólica
|3-(4-terc-butilfenil)-2metilpropil](2-hidroxipropil)amina do fempropimorfe no sis
( E ) [3 -{ 4 -/i,r - b u I ilf c n il) - 2 - m e I ilp r o p iI ] ( 2 - h id r ü x ic ii] )a m in a te m a solo/água.
( 1977), citado por Rajagopal et al. (1984), confirma que o carbendazim adicionado ao
solo diminuiu do nível original de 6 jig g 1para 3 |ng g 1, nos três primeiros meses, após
a aplicação, sem nenhum decréscimo posterior durante os próximos seis meses.
Em solos, o tiofanato-metílico transformou-se em carbendazim (FLEECKER
et al., 1974), sendo esta transformação quatro vezes mais rápida em pH 7,4 do que
em pH 5,6. Neste trabalho também foi novamente observada uma estabilidade relativa
do carbendazim. O solo incubado 51 dias com carbendazim marcado liberava entre 1
a 16% do 14C como 14COr Foram recuperados, após 43 dias, 53 a 78% do l4C como
2- 14C-carbendazim (FLEECKER et al., 1974). Siegel (1975) encontrou que, em solos
argilosos suplementados com 1% de glicose e 0,5% de extrato de levedura, 21 e 34%
do anel l4C em benomil haviam sido liberados como 14C 0 2, após incubação de 180 e
340 dias, respectivamente, contra 16 e 27% em solos não enriquecidos. A baixa
liberação de 14C 0 2indicou que o anel benzimidazóico foi totalmente estável e resistente
à completa biodegradação.
Já Helweg (1977) recuperou, após 270 dias, 33 e 90% de 14C como 14C 0 2em
solos estéreis e não enriquecido com 14C-carbendazim. Após 250 dias, 5 a 13% do
l4C adicionado foram recuperados como carbendazim e 4 e 8% como 2-AB. A
degradação foi mais rápida em solos retratados. Belanger (1989), analisando resíduos
de agrotóxicos em óleo de monarda, recuperou somente 0,07 ^g mL 1de benomil,
como carbendazim, enquanto no ano anterior foi recuperado 0,19 |ig mL '. Esse fato
ocorreu devido a uma aplicação inicial de 1,12 kg de ingrediente ativo, seguida de
uma segunda aplicação 14 dias antes da colheita.
Foi curta a persistência de carbendazim aplicado em dois solos, via irrigação
por gotejamento (SOLEL et al., 1979). De 60 a 80% do fungicida foram perdidos
entre 1 e 4 semanas e a degradação foi quase completa dentro de 10 semanas, após
a aplicação. Em laboratório, o carbendazim resistiu até 9 meses, nos dois solos,
mostrando uma meia-vida de 4 a 6 meses. O catabolismo mais rápido de carbendazim
no campo foi atribuído às altas temperaturas de verão (>30°C) e à alcalinidade do
solo.
O carbendazim aplicado nas concentrações de 5, 10, 20 e 40 (ig g 1 não foi
detectado no solo após 3, 5, 8, e 11 meses respectivamente (SINHÁ et a i, 1980). Já
Musumeci et al. (1980a) observaram a persistência de carbendazim em dois solos
latossolos (62 a 86%), mesmo após 300 dias de incubação. O produto de degradação
2-AB foi detectado em maiores quantidades (23%) em um dos solos enriquecido
com glicose e extrato de levedura. A degradação de carbendazim foi mais rápida em
solos ricos em matéria orgânica (MUSUMECI et al., 1980b). Após 150 dias de
incubação, 2-AB foi o principal produto de degradação detectado.
O destino de produtos de degradação tem sido estudado em condições de
laboratório, sob influência de tratamentos prévios dos respectivos fungicidas. Tem-se
verificado que a adaptação microbiana aos produtos de degradação é relativamente
significante (YARDEN et al., 1990), principalmente quando o efeito agrotóxico é
causado pelos produtos de degradação. Estes podem acelerar a degradação de
agrotóxicos aplicados repetidamente, como podem também, por outro lado, prolongar
a persistência dos mesmos no ambiente. O 2-AB foi instável no solo, decompondo-se
rapidamente após um intervalo de três semanas, mas pequenas quantidades
390 M icrobiologia Am bien ta l
H S 11 s
1977). ETU é carcin o g ên ica ,
II,C N — C — S~ + i i , c — n — Ü:— s~ ♦♦ ♦♦
1 2N‘ 1 x > g o ite ro g ê n ic a , te ra to g ê n ic a e
Mn Zn
_
H2c — N — C — S -
| || — -
H ,C — N — C — S “
2 1 II J mutagênica havendo evidências
H S H S
su ficien tes em ex p erim en to s
N a b a rn M a n c o ix b c
c
NH
N
N. NH
O
\_/
HN
O
N H
■as L
o
DOERGE, 1991). De acordo com
K aufm an & F letch er (1973),
NH
S — S d egradadas e p rin c ip a lm e n te
H 2N NH2 HjN . COOII convertidas para EU dentro de 2, 2
\_/ VJ e 8 dias, respectivamente, em solos
S u l fe to d c e tile n o b is - E tilc n o d ia m in a (E D A ) I ill< MU
is o h o c ia n a io (E B IS )
silto-argilosos. V ários autores
v erificaram que a ETU e EU
F IG U R A 5. D egradação da etilenotiouréia em podem ser mineralizadas para CO,
água, solo e biota (XU, 2003a). em solos não estéreis (MILLES &
Biodegradação de fungicidas 395
ís o iio c ia n a io ( E B IS )
trabalhos foi de 23°C ± 0,6°C.
Em am bos os solos estudados
FIG URA 6. Rola degradativa do manebe. h o u v e a fo rm açã o de EU via
396 Microbiologia A m bienta /
3.4 Ftalonitrilas
C O M h
que a principal rota metabólica envolva oxidação/
hidratação dos grupos ciano, originando a amida
correspondente, e subseqüentemente o ácido
Cl orgânico, nos solos ácidos utilizados. Outra rota
seria a dehalogenação redutiva ou a hidroxilação
F I G U R A 1 1. E s tr u tu r a q u í m i c a do levando a formação do TPN-OH. A dissipação
m etabólito ácido 3 -carb am o il- do TPN foi rápida nos solos testados
2,4.5-triclorobenzóico. principalmente devido à degradação microbiana
e a ligação aos solos.
O metalaxil [metil D,L,N-(dimetilfenil)-
N-(2-metoxiacetil)alaninato] (Figura 12) fungicida
sistêmico do grupo dos alaninatos (acilaninas), é
« fJ
uma mistura racêmica de enantiômeros R- e S-,
CUjOC IM O ( IICO.OC IH com classe toxicológica variando de II a IV,
depend en d o de sua formulação. E ex tensi
vamente utilizado na agricultura brasileira, em
fruticultura, plantas ornamentais e hortaliças
(G ELM IN I, 1991; SPESSOTO et a l., 2000;
M e talax il PAPINI &ANDRÉA, 2001; SPESSOTO, 2002).
F I G U R A 12. E s t r u t u r a q u í m i c a do Em função do amplo espectro de atividade ele é
metalaxil. registrado para uso em muitos países, em regiões
te m p e ra d a s , su b tro p icais e tro p icais
(MONKIEDJE et al., 2002). Juntamente com o
furalaxil, foi p rim eiram en te descrito em 1977 (URECH et a l., 1977) e sua
fungitoxicidade está associada à função éster da molécula. O metalaxil inibe a síntese
do RNA ribossomal, interferindo desta forma na síntese de proteínas (TOMLIN,
2000).
A degradação do metalaxil tem sido relatada como sendo, principalmente,
microbiológica e dependente de fatores como tipo de solo, condições climáticas e
histórico de aplicação (BA1LEY & COFFEY, 1985; 1986). A capacidade de
degradar o fungicida tem sido atribuída a muitos microrganismos, tanto em cultura
pura como mista (MUSUMEC1 et a l 1986; ZHENG et al., 1989; ANANTEVA et
a l 1997; SOUDAM INI et a l.y 1997 e 1999). Entretanto, o papel das populações
naturais na degradação desta molécula ainda é pouco conhecido. Droby & Coffey
(1991) demonstraram que fungos, bactérias e actinomicetos presentes no solo foram
capazes de transformar a molécula do fungicida. Em solo arenoso, a população
n a tu ra l a p r e s e n to u na ta x a de d e g ra d a ç ã o do m e tala x il d ife re n c ia d a ,
quando considerada superfície e sub-superfície do solo (Dl et al., 1998). Spessoto
et al. (2000); Spessoto (2002) confirm aram a biodegradação da molécula do
metalaxil e observaram que as bactérias foram predominantes durante todo o
experimento, enquanto que os actinomicetos e fungos foram suprimidos na presença
do fungicida.
A meia-vida do metalaxil tem sido descrita como variável, podendo ser alguns
dias até meses. Por exemplo, estudos realizados com microrganismos isolados de
solos com histórico de aplicação do metalaxil apresentaram meia-vida de 14 dias
Biodegradação de fungicidas 403
Cl O
cr O CONHCH(CH*>,
VINCLOZOLINA IPRODIONA
t
o o o
o CH % Ml - C - N
Ml C C) ( -COOII ci c ik c ii ^
/ O
cV CH —CH-» Isômero 1
Cl
Ml
Cl
3,5 Dicloroanilina
3,5-Dicloroani!ina
F I G U R A 14. R o t a d a b i o d e g r a d a ç ã o de
F I G U R A 13. R o t a d e d e g r a d a ç ã o da
iprodio na (E uropean C o m m iss io n , 2004;
vinclozolina (V IG O U R O U X , 2003).
VANNI e t a l 2000b).
406 Microbiologia Ambiental
3.6 Estrobilurinas
C
I 3
( II
<K n
o o
T II tf UjC
(\ C O jC H j
Azoxistrobina Trifloxistrobina
■ o v a ? och3
l‘ink.kxm>hiiu
II 2<II , II ,C ÍK . N- \ f O 2C II , II 3C 0 / N \ C 0 2( H 3
(E)-mctil fl -mctoxiacrilato (E)-metil D -metóxi-iminoacetato metil-N-metoxicarbam ato
C o m p o s to S o lo D T S0 (d ia s) Água D T 50 (dias)
A zoxistrob ina 7 - 56a ±7d
C r eso x im -m etílic o < la lb
Trifloxiestrobina3 4- 1 0 0 ,3 - 1
Piraclostrobinai; 2-37
Fonte: a: T om lin, 2 0 0 0 : h: U S E PA . 1998: c: A m m erm ann et al., 2 0 0 0 ; d : S y n g en ta G L P d ata.
Biodegradação de fungicidas 409
4. C o n sid e ra çõ e s fin a is
R eferências
MUSUMECI, M.R ; PIMENTEL. C PV.; RUEGG, PRIMI. P.; SURGAN, M.H.: URBAN. T. Leaching
E. F. Degradation in vitro of metalaxyl by pure potential of turf care pesticides; a case study of
cultures of plant pathogenic fungi. Long Isla nd go lf curses. G r o u n d w a te r
F itopatologia B ra sileira , Brasília, v . 11, n.4, M o n ito r in g and R e m ed ia tio n , New York,
p.9 57-9 6 1, 1986. v. 14, p . 129-138, 1994.
M U S U M E C I . M. R. ; R U EG G , E.F. M ic r o b ia l PUR SE R D. C a r b e n d a z i m : b e h a v i o r in wa ter .
d e g r a d a t i o n o f m e t a l a x y l in the soil. Harrog ate: Hazelton La bora to rie s, 1987.
F ito p a to lo g ia B r a s ile ir a . Brasí li a, v.9. n.3, (U n p u b li s h e d Report No. 5220-2 6 9 /1 2 ,
p . 583-59 1, 1984. prepared for E. I. Du Pont de Nemours and Co.,
NARESH M.; SA H A R A N , G.S.; KATHPAL, T.S. Inc.).
A b s o r p ti o n a n d d e g r a d a t i o n o f m e t a l a x y l in R& H COMPANY. A erobic and a n a e r o b ic soil
mustard plant (Brassica juncea). Ecotoxicology m e ta b o lism o f m a n eo z e b . Sa c ra m en to :
and E nvironm ental Safety, N e w York, v.37, D e p ar tm en t o f Pe sticide Regulation, 1987a.
p.I 19-124, 1997. (DPR, v. 176-041 # 53694 & 53695).
NASH, R.G.; BEALL JR., M.L. Fate of manebe and R& H COMPANY. Soil p h o to ly sis stu d y of
zineb fungicides in microagroecosystem chambers. m a n eozeb . Sa cra me nto : D e p a rt m e n t of
Journal o f Agriculture and Food Chemistry, Pesticide Regulation, 1987b. (DPR, v. 176-039
Washington, v.28, p.332-330, 1980. # 53692).
N E I L S O N , A .H . O r g a n ic c h e m ic a is : an RAGHU, K.; MURTHY, N.B.K.; KUMARASAMY,
e n v ir o n m e n t a l p e r s p e c tiv e . B o c a Raton: R.: RAO, R.S.; SANE, P.V. Fate and persistence
Lewis Publishers, 2000. 870 p. of thiram in plants and soil. In: Proceedings
NETZER, D.; DISHON, I. Persistence of benomyl and o f the Join t FAO/IAEA Division o f Atomic
thiophanate compounds in soil and various plants E nergy in Food and A g r ic u ltu r e . Vienna:
following soil application. Phytoparasitica, Bet Inte rna tio na l Atom ic E ne rgy Agency, 1975.
Dagan, v.l, p.33, 1973. p . 137-148.
NEWSOME, W.H.; COLL1NS, F. Determination of RAJAGOPAL, B S ; B R A H M APRAKASH, G.P ;
iprodione, vinclozolin and procyrmdone as the REDDY, B.R ; SINGH, U.D., SETHUNATHAN,
heptafluorobutyramides o f 3,5-dichloroanaline. N. Effect and persistence of selected carbamate
I n te r n a tio n a l J o u r n a l o f E n v ir o n m e n ta l pesticides in soil Residue Reviews, New York,
Analytical Chemistry, New York, v.38, p.489- v.93, p.6-19, 1984.
494, 1990. RAYNAL, G.; FERRARI, F, Remenence et action
OSTBY, J.; KELCE, W.R.; LAMBRIGHT, C.; WOLF, sur la microflore fongique du benomyl utilisé en
C.J.; MANN, P.; GRAY, L.E.J. The fungicide in c or pora tio n a un sol. P h y tia tr ie
procymidone alters sexual differentiation in the male P h ytopharm acie, Paris, v.22, p.259, 1973.
rat by acting as an androgen-receptor antagonist in R E D U K E R , S.; U C HR IN , C.G.; WINN ETT , G.
vivo and in vitro. Toxicology and Industrial Characteristics of the sorption of chlorothalonil
Health, Little Rock, v. 15, p.80-93, 1999. and azinphosmethyl to a soil from a comercial
PAPINI. S.; ANDRÉA, M. M. Enhanced degradation cr a n b e r r y bog. B u lletin o f E n v ir o n m e n ta l
of metalaxyl in agricultural soils o f São Paulo C ontam ination and Toxicology. New York,
State, Brazil. P e s q u is a A g r o p e c u á r ia v .4 1, p.633, 1988.
Brasileira, Brasília, v.36. n . l , p. 1-5, 2001. REGITANO, JB ; TORNISIELO, V.L ,
PATIL, S.G.; NICHOLLS, P.H.; C H A M B ER LA IN , LAVOR ENT I, A; PACOVSKY, R.S.
K.; B R I G G S , G.G.; B R O M I L O W , R.H. Transformation pathways of l4C-chlorothalonil
Degradation rates in soil o f 1-benzyltriazoels in tropical soils. Archives o f Environm ental
and two triazole fungicides. Pesticide Science, C ontam ination and T oxicology, New York,
London, v.22, p . 333-342, 1988. v.40, p.295-302, 2001.
PICININI, E.C. Fungicidas benzimidazóis. RAPP: ROUCHAUD, J.P.; DECALLONE, J R.: MEYER,
R e v isã o A n u a l d e P a t o lo g ia d e P la n ta s , J.A. Meta bol ic fate of me thyl-2-
Passo Fundo, v.2, p .357-409, 1994. b e n z im id a z o le c a r b a m a te in melon plants.
PIMENTEL, D. A m o u n t s o f pe st i ci d e s reach ing Phytopathology, St. Paul, v.63, n . l 2, p. 1 5 13-
target pests: environmental impacts and ethics. 1571, 1974.
Journal o f A gricu ltural and E nvironm ental ROUCHAUD, J.P.; DECALLONE, J R ; MEYER,
Ethics, Dordrec ht, v.8, p. 17-29, 1995. J.A. Metabolism of 2-aminonobenzimidazole in
PLIMMER, J.R. Chemistry of pesticides. In: KRIEGER, melon plants Pesticide Science, London, v.8,
R.; DOULL, J.; ECOBICHON, D.; GAMMON, D.; n.l, p .31-34, 1977a.
HO DG SO N , E.; REI TE R, L ; ROSS. J (Ed.). R O U C H A U D , J.P.; LHO ES T, G.J.; M E R C I E R ,
H andbook o f pesticide tox ico log y - v .l, M.J.; MEYER, J.A. Metabolism of benomyl in
Pesticide risk c h a ra cterizatio n New York: carrot, strawberry and apple. Pesticide Science,
Academic Press, 2002. p.95-107. London, v.8, p.23-30, 1977b.
Biodegradação de fungicidas 415
ROUCHAUD. J.; ROUCOURT. P.; VANACHTER, SLATER, J.H.; LOVATT, D Biodegradation and
A.: BENOIT, F.; C E U S T E R M A N S . N the significance o f microbial communities. In:
Hydrolitic biodegradation of chlorothalonil in G I B S O N . D.T. (Ed ). M icrobial degradation
the soil and in cabbage crops. Toxicological o f o r g a n ic c o m p o u n d s . N e w York: Mar eei
a nd E n v ir o n m e n ta l C h em istry, London. D ek ker , 1984. p.439-48 5.
v. 17. p.59-68, 1987. S M I T H , P.M.; W O R T H I N G , C .R . M ic r ob ial
ROYAL SO C IE T Y OF CHEMISTRY. The degradation of soil applied fungicides. Report.
A grochem icals handbook - C yproconazole, G la s s h o u s e C r o p s R e se a r c h In stitu te.
A 1032/Aug.91. Camhridge: The Royal Society L i t t e h a m p t o n , v . 1974, p . 106, 1975.
o f Chemistry. 1991. SOLEL, Z ; SANDLER, D ; DINOOR A. Mobility
SANBOM, J R ; FRANCIS, B.M.; METCALF. R.L. a nd persistence of carbendazim and
T he d e g r a d a tio n o f sele c te d p e stic id e s in thiabendazole applied to soil via drip irrigation.
soil. Washington: EPA, 1977. p.573-582. (EPA Phytopathology. St. Paul. v.69. n.12, p . 1273-
600/9-7 7-0 22). 1277, 1979.
SATO, K.; T A N A K A . K. De gra da tio n and SOLEL, Z.; SCHOOLEY, J.M.; EDGINGT ON, V.
m e ta bo lis m o f a fung icide , 2,4 ,5 ,6 -t e tr a - U p t a k e e t r a n s l o c a t i o n o f b e n o m y l a nd
chlorois oph tha nit ril e (TPN) in soil, B iology carbendazim ( m e th y l benzimidazol-2-yl
and Fertility o f Soils, New York, v.3, p.205- carbamate) in the symplast. Pesticide Science,
209. 1987. ' London, v.4, p .713, 1973.
S C H 1AVON. M.; PERR IN-G A R N IE R , C.; S O U D A M I N I - M O H A P A T R A , P.; AWASTHI, M.
PORTAL. J.M. La poilution de l ’eau par les D. D e g r a d a t i o n o f m e t a l a x y l by e n r i c h m e n t
pro du it s phy to sa nit aire s: état et ori gi ne. cultures from sandy loam soil developed under
Agronomie, Paris, v. 15, p. 157-170, 1995. different moisture re g i m e s . P e s tic id e
SCHNOOR, J.L. Chemical fate and transport in the R esearch J ournal. Bangalore, v.9, n . l , p. 36-
environment. In.: SCHNOOR, J.L. (Ed.). Fate 40, 1997.
o f p estic id e s and c h e m ic a ls in the S O U D A M I N I - M O H A P A T R A , P.; AW ASTHI,
environment. New York: John Wiley & Sons, M.D.; MOHAPATRA, S. Enhanced degradation
1992. p . 1-24. o f m e t a l a x y l by e n r i c h m e n t c u l t u r e s fro m
SE T H U N A T H A N , N. Microbial de gra dation o f different soils. Journal o f the Indian Society
i ns ect ic id es in flooded soil and a na e ro b ic o f Soil Science, Madras. v.47, n.2, p.217-221,
cultures. R esi due Reviews, New York. v.47, 1999.
p . 143-165, 1973. S O U D A M I N I - M O H A P A T R A ; AWASTHI, M.D.;
SEVERN. D.J.; BALLARD, G. Risk/benefit and M OH APA TR A. S. E n h a n c em e n t o f metalaxyl
regulations. In: CHENG, H. H. (Ed ). Pesticides d e g ra dat io n by syn erg istic interaction a mo ng
in the soil environment: processes, im pacts b a c t e r i a l a nd fu n g a i is o la te s . P e stic id e
and modeling. Madison: Soil Science Society R esearch Journal. Bangalore, v.9, n . l . p .62-
o f America, 1990. p.467-491. (SSSA. B ook 66, 1997.
Series, 2). SPENCER. D.M.: SMITH. P M.; WORTHING, C.R
S1EGEL, M.R. Benomyl-soil microbial interactions. Breabkdown of benomyl by soil microrganisms.
Phytopathology, St. Paul, v.65, p.219, 1975. R e p o r t. G la s s h o u s e C rops R esea rch
SILVA, C . M.M.S. B iodegradação do fungicida Institute, Littlehampton, v. 1971. p. 111, 1972.
carbendazim. 1996. 86 p.Tese (Doutorado) - S P E S S O T O , A .M . D is s ip a ç ã o d o fu n g ic id a
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. m e ta la x il em s o lo s b r a s ile ir o s e
SILVA. C .M .M .S .; FAY. E . F.: MELO. I.S. c a r a c t e r i z a ç ã o g e n é tic a p o r R A P D de
D e g ra d a ç ã o do fun gi ci da c a r b e n d a z i m po r is o la d o s e n v o lv id o s no p r o c e sso . 2002. 93
Phanerochaete chrysosporium. F ito p a to - p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de
logia B ra sileira , Brasília, v.21. p .4 9 6 -4 9 8 , São Carlos, São Carlos.
1996. SPESSOTO. A.M.; MELO, I.S.; FERRACíNI. V.L
SI NH A . A.P.; AGN1HOTR1. V.P.; S íN G H , K. D i s s i p a ç ã o d o f u n g i c i d a m e ta la x il em so los
Persistence of carbendazim in soil and its effect brasileiros. R e v ista B r a s ile ir a de
on rhizosphere in fungi of sugar beet seedlings. F ito p a to lo g ia. Brasília, v.25, n.4, p .596-601,
I n d i a n P h y t o p a t h o l o g y . Bombay. v.3. p.21, 2000 .
1980. S T E E L , C .C .; B A L O C H , R .L ; M E R C E R , E.J.;
SITTIG, M.M Handbook of toxic and hazardous BALDWIN, B. C. The intracellular location and
c h e m ic a ls and c a rc in o g e n s. 2. ed. Park physiological effects of abnormal sterols in fungi
Ridge: Noyes Data Corporation, 1985. g r o w n in the p r e s e n c e o f m o r p h o l i n e a nd
SLATER, J.H.; BULL, A . T : H A R D M A N . D.J. f u n c t i o n a l l y r e l a t e d f u n g i c i d e s . P e s tic id e
Microbial dehalogenation. B io d e g r a d a tio n , B io c h e m is tr y a n d P h y sio lo g y , New York,
Amsterdan, v.6, p. 181-189. 1995. v.33, p . 101-111, 1989.
416 Microbiologia A mbiental
STENERSON. J.H.B. DDT metabolism in resistam T1L LMAN. R W ; SIEGEL. M.R.. LONG.
and susceptible stable flies and bactéria. Nature. J.W. M ech an ism of action and fate o f the
London. v.207, p .6 60 -6 61, 1965. fungicide chlorothalonil (2,4,5,6-tetrachloroiso-
STOCKMA1ER, M K R E U Z I G . R : BAHADIR. M phthalonitrile) in biological systems. Pesticide
Investigations on the behavior o f fenpropimorph Biochemistry and Physiology, New York, v.3.
and its metabolite fenpropimorphic aeid in soils. p. 160-167. 1*973.
P esticide S c ie n c e , Lon don , v.46 . p . 361-367, TOMLIN, C . D.S. The pesticide manual: a world
1996. c o m p e n d iu m . 12. ed. Farnham: T h e British
SUN. T.; H A SH IM O TO , T.; WADA, H.; TAKAI. Crop Protection Council, 2000. 1250 p.
Y. E f fe ct s o f o r g a n i c a m e n d m e n t s on soil TU, C.M. Eff ect o f fu ng ic id e s, c ap ta fo l and
microbial e c o s y s t e m m o d i f i e d by l o n g -t e rm c h l o r o t h a l o n i l , on microb ial and e n z y m a t i c
a pp lic atio n o f p e st i ci d e s . J a p a n e s e J o u r n a l ac ti v it ie s in mineral soil. J o u r n a l o f
o f Soil Scien ce and Plant N u tritio n , Tokyo, E n \ir o n m e n t a l S c ie n c e and H ealth . Part
v.56, p .31-36, 1985. (in Japanese). B, New York. v.28, n.l, p.67-80, 1993
SUYAMA. K.: YAMAMOTO, H.; TATSUYAMA, URESH. P.A.: SC H W IN N . F.; STAUB, T. CGA
K.: K O M A D A . H. E f f e c t o f l o n g -t e rm 48988. a novel fungicide for the control o f late
application o f a fu ngic id e , ch lo ro th a lo n il . on b h g h t do w ny milde w and related soil borne
cellulose decomposition and microflora in soil diseases. In.: BRITISH CROP PROTECTION
under upland conditions. Journal o f Pesticide CONFERENCE OF PESTS AND DISEASES. 9..
S c ie n c e, T o k yo , v. 18, p . 2 2 5 -2 3 0 , 1993. 1977, Brighto n. P r o c ee d in g s Brighton:
SZALKOWISKI. M.B.: STALLARD. D.E. Effect of BCPC, 1977. p.623-631.
pH on the hidrolysis o f chlorothalonil. Journal VALENTA, J.R.; DICUOLLO, C.J.: FARE, L.R.;
o f A g r ic u ltu r e and F o od C h e m istr y , M I L L E R , J.A.; PAGANO , J.F. M icrobial
Washington, v.25, p.208-210. 1977. transformation o f methyl 5(6)~butyl-2-benzi-
TAKAG1. K.; WADA, H. A lon g-term c h an ge in m id a z o le c a rb a m at e . A p p lied M icro b io log y,
bio de gra dat io n o f a f u n g ic id e ch lorothalonil: New York, v.28, p.995, 1974.
( T P N ) in u p la n d soi ls. T r a n s a c tio n s o f the van der WERF. H.M.G. Assessing the impact of
14th I n te r n a t io n a l C o n g r e s s o f Soil pesticides on the en vironment. A g ricu ltu re,
S cience, v.3, p. 19 6-201, 1990. E cosy stem s and E nvironm ent. Amsterdam.
TAKAGl, K.; WADA. H.A.; YAMAZAKI, S. Effect v.60, p.8 1-96, 1996.
of a long-term application o f a fungicide VANNI, A.: GAMBERIN1, R.; C A L A B R I A , A.:
chlorothalonil: (TPN) in upland ecosystem. Soil NAPPI, P. Determination and identification of
S c ie n c e a n d P la n t N u tr i tio n , T o ky o, v.37, me tabolites o f the fungic ide s Iprodione and
p.58 3-5 90, 1991. p r o c y m id o n e in compost. C hem osphere,
TAYLOR, A.W.; SPENCER, W.F. Volatilization and Amsterdam, v.41, p. 145 1-1439, 2000b.
vapor transport process. In: CHENG. H. H. (Ed.). VANNI, A.; G AMB ERI NI , R ; C A LA B RI A, A.;
Pesticides in the soil en viron m en t. Madison: PELLEGRINO, V. Determination of presence
Soil Science Society o f America. 1990. p.2 í 3- o f fungicides by their common metabolito, 3,5-
269. (Book Series n1’ 2). DCA, in compost. Chemosphere, Amsterdam.
T H I R Ü P , L.: E K E L U N D . F.; J O H N S E N , K ; v.41, p.453-458. 2000a.
JA C O B SE N , C.S. Population dy na mi cs o f the V I G O U R O U X , M. Ip ro d io n e pathw ay map
fast-growing su b-p opu la tio ns of P seudom onas Disponível cm: <h tt p :/ /u m bb d. ah c .u m m .e du /
and total bactéria, and their proto/.oan grazers. ipd_map.html> Acesso em 10 mar. 2004.
r e ve ale d by f e n p r o p i m o r p h t r e a t m e n t . Soil V IN C E L L I. P. Q 1 (Stro bilur in) f un gi c id e s:
B io lo gy a n d B io c h e m is tr y , O x f o r d , v .32, Benef it s and risks. The Plant Health
p . 1615-1623, 2000. Instructor. DOI: 10.1094/PH1-1-2002-0809-
THIRUP, L.; JOHNSEN, K.; TORSVIK. V.; SPLIID, 02, 2002. D is ponív el : < w w w .a p s n e t. o rg /
N.H.: JACOBSEN, C.S. Effects of fenpropimorph education/> Acesso em: 06 mar. 2004.
on bactéria and fungi during decomposition of V IN C EN T, P.G.; SI SLE R, H,D. M ec h a n is m of
barley roots. Soil Biology and B iochem istry, antifungal action o f 2 ,4 ,5 .6-te tra ch lor ois o-
Oxford, v.33, p. 1517-1524, 2001. ph t h a l o n i t r ü e . P h y sio lo g ia P la n ta r u m ,
T H O M , E.: O T T O W , J.C.G.; B E N E K I S E R , G. Dordrecht, v.2 1. p.249-1246, 1968.
Degradation o f the fungicide difeconazole in a V IN G G A ARD, A.M.; J O E R G E N S E N , E.C.;
silt loam soil as affected by pretreatment and LA RSEN . J.C. Rapid and sensitive re pór te r
organic amendment. Environmental Pollution, gene assays for detect ion of a n ti a n d ro g e m c
Barking, v.96. p.409-414, 1997. and e s tr o g e m c eff ect s o f e n v ir o n m e n ta l
THORNE. G .D .: LUDW IG, R.A The chemicals. T oxicology and A pplied
d it h io c a r b a m a te s and r ela ted c o m p o u n d s . P h a rm a colog y, O rla ndo, v. 155, p. 150-160,
Amsterdan: Elsevier, 1962. 1999,
Biodegradação de fungicidas 41 7
von der MÜHLL, P.A.; PRYDE, A.: GÁTZI. M.: W O O D C O C K , D. N onbío log ic al co nv er sio ns of
E T ER LL 1. M. Soil field d is s ip a tio n , fungicides. In: SIEGEL, M.R.; SISLER, H.D.
m e ta b o lism and le a ch in g stu d y w ith (E d .). A n tifu n g a l c o m p o u n d s . New York:
r a d io a c tiv e fe n p ro p im o r p h . U n p u b li s h e d Mareei Dekker. 1977. v.2, p.209-249S.
Maag. Ltd. Report 204-12-173; Internai report XU, S. E n v ir o n m e n t a l fa te of
041/1176. Ciba fenpropimorph submission to e t h y le n e t h io u r e a . D i s p o n í v e l em: h tt p: //
1994 JMPR Volume 4. tab. 24. 1980. www.cdpr.ca.gov/empm/pubs/fatememo/etu.pdf
VONK. J.W. C h em ical d e c o m p o sitio n o f Acesso em: 17 set. 2003a.
b is d ith io c a r b a m a te fu n g ic id e s and th e ir XU, S. E n v ir o n m e ta l fa te o f m a n co z e b .
m etabolism by plants and m icroorganism s. Disponível em: < http://www.cdpr.ca.gov/empm/
1975. Thesis (PhD.) - University of Utrecht. pu bs /fa te m em o/ m an c oz e b.p df > Acesso em: 17
VONK. J.W : KAARS SIJPESTEIJN. Metabolism. set. 2003b.
In: MARSH. R H. (Ed ). Systemic fungicides. Y A R D E N , O.; A H A R O N S O N , N.; KATAN. J.
London: Longman, 1977. p . 160-175. A c ce le ra t ed micro bia l de gra dation o f methyl
WAC K E TT . L.P.: EL LIS. L.B.M. P r ed ic tin g b e n z i m i d a z o l - 2 - y l c a r b a m a t e in soil a n d its
b io d e g r a d a ti o n . E n viron m en ta l M ic r o c o n t r o l . So il B io lo g y a n d B io c h e m istr y ,
biology. London, v. 1. p. 119-124. 1999. Oxfo rd, v. 19, p .735-739, 1987.
WALKER, A. Adsorption and degradation: from YARDEN, O.: KATAN, J.; AHARONSON, N.; BEN-
the la b o ra to ry to the real world. In: YEPHET. Y. Delayed and enhanced degradation
SYM POS IU M ON PESTICIDE CHEMISTRY, of benomyl and carbendazim in desinfested and
12., 2002. Cremona. Proceedings... Piacenza: fungicide treated soil. Phytopathology. St. Paul,
Universitá Cattolica de Sacro Cuore, 2002. v.75, p . 763-767, 1985.
W A LK ER . A.: W ELC H, S.J. Enhanced Y A R D E N , O . ; S A L O M O N , R.; KATAN, J.;
biodegradation of dicarboximide fungicides in A H A R O N S O N , N. I nvolv e m e nt of fungi and
soil. IN: RACKE. K.D.; COATS. J.R. (Ed.). b a c t é r i a in e n h a n c e d a nd n o n e n h a n c e d
E n h a n ce d b io d eg ra d a tio n o f p e s tic id e s in b i o d e g r a d a t i o n o f c a r b e n d a z i m an d o th e r
th e e n v ir o n m e n t. Washington: A m e ri c a n b e n z im id a z o le c o m p o u n d s in soil. C an a d ian
Chemical Society, 1990. p.53-67. Journal o f M icrobiology, Ottawa, v.36, p. 15-
WANG, H.; PENG G.; QI, M. Study on degradation 23. 1990.
and re s id u e s o f 14C- m e ta la xyl in soil, A cta Y A S U D A , Y ; H A S H I M O T O , S.: S O E D A . Y.;
A g r ic u ltu r a e U n iv e r sita tis P e k in e n sis. N O G U C H L T. M e t a b o l i s m o f th io p h a n a te -
Beijing, v.2 1, n.4, p.395-401, 1995. m e t h y l by p a t h o g e n i c fu n g i an d a n t i f u n g a l
WECHSLER, K ; ROMBOURG. M ; BINDLER. F.; a c t i v i t y o f its m e t a b o l i t e s . A n n a ls o f th e
EXINGER, A.: BREUZIN, C. Pollution potential P h yto p ath o log ica l S o ciety o f Japan, Tokyo.
on s o m e trizole pesticides. I n te r n a tio n a l v.39, p.49, 1973.
J o u r n a l o f E n viron m en ta l A n a lytical Z H E N G , Z.; S H U - Y E N , L.; F R E Y E R , A.J.;
Chemistry, New York. v.65, p.277-288, 1996. B O L L A G , J.M. T r a n s f o r m a t i o n of metalaxyl
WE EK S . R.E.: HEDRICK. H.G. Influence o f a by the fu n g u s S y n c e p h a la s tru m ra cem o su m .
systemic fungicide on oxygen uplake by soil A p p lied and E n v ir o n m e n ta l M icr o b io lo g y .
microorganisms. Soil Science, New Brunswick, Washington, v.55. n . l , p.66-71, 1989.
v. 119. p.280, 1971. ZIEG LE R. H.: B E N E T -B U C H H O L Z . J.; ETZEL,
W O O D C O C K . D. M icrobial d e g ra d a ti o n o f W.; G A Y E R , H. T r i f l o x y s t r o b i n - a new
fungicides, fumigants and nematocides. In: HILL. s t r o b i l u r i n f u n g i c i d e with an o u t s t a n d i n g
I.R.: WRI GHT . S.J.L. (Ed.) P e stic id e biological a ct i v it y . P fla n z e n s c h u tz -
m ic r o b io lo g y . New York: A c ad e m ic P re ss, N a ch rich ten , Stuttgart, v.56, n.2. p .21 3-230.
1978. p.731-780. 20 03.
18
Lihíji Durnint
UMêÀMfVISitewIdâide de feflgeiítoâfiã de AJifingfittM - D epto. d ê C iência de A lim entos,. C. P. âúlãM - C E P; Í3® 81-970 - C ara pinas, SR
420 Microbiologia Am biental
1. In tro d u ç ã o
/
2. O le o e ssen cial d e fru ta s c ítric a s
2.1 Terpenos
2.2 M onoterpenos
degradação. O acúm ulo desta proteína no rim provoca danos a este órgão e câncer
(D IETRICH & SW EN BERG , 1991; H ARD & W HYSNER, 1994). Esta ação não é
observada em hum anos, pois estes não sintetizam a proteína alfa-2T-globulina. Em
seres humanos o cZ-limoneno é convertido em 2 metabólitos (rf-limoneno 8,9-glicol e
í/-limoneno 1,2-glicol), os quais são eliminados pelo rim.
/P ara hum anos, o rf-limoneno pode ser irritante para pele, olhos e membranas
das m ucosas do nariz e da garganta, podendo causar náuseas, vômitos, queim ação
abdom inal, diarréia e dor de cabeça quando ingerido, além de irritar todos os tecidos,
podendo tam bém levar ao colapso circulatório (FALK, 1991, KARLBERG &
D O O M S G O O S S E N S , 1997; M A C H A D O , 1997; C H A N G , K ARLBERG &
M A ILBA CH , 1997). A inalação pode causar tontura, taquicardia, dificuldades
respiratórias, inconsciência e convulsão, sendo que o cMimoneno constitui-se em um
veneno quando injetado por via intravenosa, sendo m oderadam ente tóxico por via
intraperitoneal e menos tóxico quando ingerido (KARLBERG & DOOMSGOOSSENS,
1997; CH AN G , K ARLBERG & M A ILBA CH , 1 9 9 7 )/
O úM im oneno é considerado geralm ente seguro pelo Food and D r
A dm inistration (FD A )-U SA , m as trabalhadores de uma estação de tratamento de
efluente m unicipal em Boston - M A, nos Estados Unidos, apresentaram sintomas,
com o, irritação do sistem a respiratório e dor de cabeça, causados por exposição a um
com posto, o qual foi identificado com o sendo J-lim oneno. Por isso, foi sugerido que
fossem determ inadas concentrações limites de descarte deste composto para proteger
a integridade dos trabalhadores das linhas de tratam ento de efluentes, assim com o a
sanidade da fauna e da flora presentes na costa marítima e nos rios ao redor de
Boston (CO N N O R e t a l , 1993).
3. D e g ra d a ç ã o d os m o n o te rp e n o s p o r m ic ro rg a n is m o s
produtos pela bactéria não foi observada neste trabalho. P. aeruginosa também foi
capaz de converter 95% do c/-limoneno presente no meio em a-terpineol e carvona
em trabalho realizado por A costa et al. (1996).
O utros trabalhos realizados por vários pesquisadores dem onstraram a
habilidade de certas bactérias, com o Pseudom onas, em degradar totalmente o d-
lim oneno/Segundo M isra e Pavlostathis (1997), microrganismos presentes no solo
são capazes de degradar prontam ente monoterpenos, como a-pineno, limoneno e g-
terpineno. {
A degradação de a-pineno por Pseudomonas forma inicialmente d-limoneno,
carveol, álcool perílico e aldeído perílico, seguida de uma clivagem do anel e formação
de m etabólitos ácidos que podem ser degradados por P-oxidação (COLOCOUSI,
SAQIB & LEA K , 1996; S A V IT H IR Z ^ a /., 1998).
Em trab alh o s com o u tro s m icrorganism os, a bactéria G ram -positiva,
Rhodococcus erythropolis, foi capaz de crescer utilizando o d-limoneno como única
fonte de carbono e energia. Este m icrorganism o produziu a enzim a lim oneno-1,2-
epóxido hidrolase capaz de transform ar o d-limoneno, pois converte o limoneno 1,2-
epóxido em lim oneno-1,2-diol (W ER F, O VERK A M P & BONT, 1998; W ERF,
K EIJZER & SCH A FT, 2000).
D uetz et al. (2001), utilizando um a linhagem degradadora de tolueno,
Rhodococcus opacus, dem onstraram que esta bactéria foi capaz de converter o d-
lim oneno em trans-carveol, em culturas onde o tolueno foi utilizado com o fonte de
carbono.
5. E nzim as responsáveis p e la b io d e g ra d a ç ã o
5 .1 Enzimas extracelulares
São enzimas produzidas pelos microrganismos e que atuam no interior das células
(TORTORA, FUNKE & CASE, 2000). Uma vez que os terpenos são compostos
lipofílicos, eles podem difundir-se livremente através da membrana celular, podendo ser
degradados por enzimas intracelulares (WERF, KEIJZER & SCHAFT, 2000).
Muitos são os estudos sobre linhagens microbianas capazes de utilizar o d-
limoneno como fonte de carbono e energia. Entretanto, estes trabalhos, em geral, são
incompletos, não esclarecendo quais as rotas de degradação, suas enzimas e compostos
intermediários (DUETZ et a l., 2001). Todavia, ^abe-se que na degradação dos
monoterpenos, as principais enzimas intracelulares envolvidas são as oxigenaseaty
fEstudando-se o efeito de 2 terpenos (limoneno e carvona) na degradação de
um a mistura comercial de PCBs por Pseudomonas stutzeri isolada do solo contendo
estes compostos, conclui-se que ambos os monoterpenos têm a capacidade de induzir
dioxigenases que exercem efeito na biodegradação de PCBs, quando glicerol e xilose
são usadas como fontes de carbono (TANDLICH, BREZNÁ & DERCOVÁ, 2001).{
As catecóis dioxigenase catalisam a clivagem oxidativa de substratos catecóis,
utilizando ferro mononuclear como cofator para catalisar a clivagem intradiol ou extradiol
(BU GG , 2001). A dioxigenase responsável pela catálise extradiol, é a catecol 2,3
dioxigenase (DAGLEY, 1975), enquanto que a catálise intradiol é realizada pela catecol
1.2 dioxigenase. Esta enzima é capaz de degradar compostos altamente resistentes
no m eio ambiente, como os catecóis clorados. Em estudo utilizando a bactéria
Biodegradação de monoterpenos 42 9
Rhodococcus sp., Kim et al. (2002) observaram que o d-limoneno foi capaz de induzir
a produção da enzim a catecol 1,2 dioxigenase. Outro estudo demonstrou que esta
enzim a tam bém pode ser produzida por Pseudomonas sp. (LIPTHAY et al., 1999).
6. D e g ra d a çã o de d -lim o n e n o p o r m ic ro rg a n is m o s - E stu d o
d e caso
1 é
1 ^ \ i L u
. .
■ #
& .B
r è ■ ■
■ w ' w
f l
B
B
m u h m
E S
d-lim oneno na parte superior. As Figuras 3-B e 3-C m ostram que o crescim ento
microbiano conferiu turbidez ao meio de cultura e que o d-limoneno foi utilizado havendo
sua emulsificação.
Posteriormente, tanto fungos com o bactérias foram crescidos em placas de
Petri contendo meio de sais minerais e o d-lim oneno com o fonte de carbono. Alguns
microrganismos apresentaram um halo transparente em volta da colônia, possivelmente
formado pela degradação do d-limoneno. Na Figura 4, pode-se observar o crescimento
de uma bactéria (4-A) e de um fungo filamentoso (4-B) e seus halos de degradação.
Com base nos melhores resultados obtidos foram escolhidos na 2a etapa, 5
microrganismos, sendo4 bactériasGram-negativas (0,1 D; LP-1 1; L P -1 3; S D -1 3 )e
1 fungo (898).
O melhor crescim ento apresentado pelas bactérias do que pelos fungos
meio contendo d-limoneno pode ter ocorrido devido à constituição da parede celular
destes microrganismos. fcnquanto a parede das bactérias G ram -negativas é constituída
de lipopolissacarídeos, o que facilitaria a entrada do monoterpeno, pela dissolução dos
lipídeos presentes, os fungos apresentam quitina em sua parede celular e o d-limoneno
não penetra com a mesm a facilidade,
90
o 80
1
1
70
g 60
2? 50
I
■o 40
0)
•o
30 FIGURA 5. Degradação d o d-limoneno (%)
20
* pelas linhagens selecionadas crescidas em
10
0 meio de cultura contendo sais minerais e
0.1 D LP-1 1 LP-1 3 SD*1 3 898
o d - l i m o n e n o c o m o ú n i c a f o n t e de
Microrganismos
c arbono, e m d i f e r e n t e s c o n c e n t r a ç õ e s .
1% 3% □ 5% □ 7% Condição estacionária.
B iodeg radação de tn ono te rpen os 431
O estudo da toxicidade do d-lim oneno sobre o fungo 898 foi realizado através
da determ inação da m assa seca, um a vez que, quanto mais tóxico for o com posto
para o m icrorganism o, m enor será seu crescim ento e, conseqüentemente, sua massa
seca. Segundo alguns autores, o d-lim oneno aumenta a fluidez da membrana fúngica,
o qual leva à alta inespecificidade da m em brana, aumentando sua permeabilidade,
perda da sua integridade e, assim , decréscim o da massa seca (CHATTERJEE &
BHATTACHARYYA, 2001 ; O NK EN & BERGER, 1999).
A Figura 11 m ostra os resultados de massa seca obtidos quando o fungo 898
foi cultivado em meio de sais minerais contendo o d-limoneno nas concentrações 1,3,
5 e 7% , nas condições estacionária e com agitação. A maior (4 mg) e a menor (5 mg)
quantidade de m assa seca, ou seja, o m aior e o menor crescimento, foram observados
quando o m icrorganism o foi cultivado em m eio contendo 1% do monoterpeno, nas
condições estacionárias e sob agitação, respectivamente. Nas demais concentrações
de d-lim oneno, o valor de m assa seca variou entre 15 e 25 mg, mostrando que o
com posto pode ser tóxico ao m icrorganism o. Tan e Day (1998) observaram que a
conversão do d-lim oneno para a-terpineol por Penicillium digitatum aumenta com o
aum ento da concentração do m onoterpeno, até atingir a concentração de 4% . A
partir daí, não foram observadas m udanças na produção de a-terpineol, mostrando
que o com posto tom ou-se tóxico ao microrganismo. Estes dados assemelham-se aos
encontrados neste trabalho.
Biodegradação de monoterpenos 437
(1998), trabalhando com vários fungos filamentosos, observaram que após 24, horas
houve um decréscimo das células viáveis, assim com o um decréscimo da formação
dos produtos, quando os microrganismos foram crescidos em meio contendo d-limoneno.
(TORTORA, FUNKE & CASE, 2000). Estas bactérias são capazes de sintetizar um
grande número de enzimas diferentes e provavelmente contribuem significativamente
para a decomposição de substâncias químicas, tais como, pesticidas, PCBs e petróleo
(TANDLICH, BREZNÁ & DERCOVÁ, 2001; TORTORA, FUNKE & CASE,
2000). Vários são os trabalhos que dem onstram que este microrganismo pode atuar
na transformação do d-lim oneno em outros compostos, com o ácido perílico e á-
terpineol, sendo várias as espécies de Pseudomonas capazes de utilizar o d-limoneno
como fonte de carbono: P. putida , P. aeruginosa , P. gladioli (CHATTERJEE &
BHATTACHARYYA, 2001; MARS, G O RISSEN & Van DEN BELD, 2001;
SPEELM A N S,B IJLSM A & EGGINK, 1998; SAVITHIRZ et a i , 1998; ACOSTA
et a l., 1996). Além disso, outros trabalhos dem onstraram a habilidade de certas
Pseudomonas em degradar totalmente o d-limoneno (MISRA & PAVLOSTATHIS,
1997; LEBLOND, APPLEGATE & MENN, 2000).
Não foi encontrado nenhum trabalho que dem onstre a capacidade de
Enterobacter sp. de degradar monoterpenos, em especial, o d-limoneno. Entretanto,
o trabalho de Heerden et a i (2002) mostrou que este m icrorganismo pode estar
presente no efluente da indústria cítrica. Além disso, Enterobacter sp. pertence a
família Enterobacteriaceae e apesar de não comprovada sua capacidade de degradar
o d-limoneno, sabe-se que outros membros desta família já foram capazes de
metabolizar monoterpenos (DHERE & DH AVLIKAR, 1970). Wright et al. ( 1986),
trabalhando com Serratia marcescens, uma enterobactéria, mostraram que este
microrganismo foi capaz de oxidar a-pineno para a-terpineol.
O fungo foi identificado como sendo do gênero Fusarium sp. e pertence à
coleção de microrganismos do Laboratório da Universidade Estadual de Cam pinas
(Unicamp). Sabe-se que este microrganismo é um fungo ligninolítico, mas sua
capacidade de degradar monoterpenos ainda não havia sido testada. Entretanto, este
microrganismo mostrou-se capaz de degradar vários com postos tóxicos ao meio
ambiente como ácido tânico, ácido lignossulfônico, fenol, HAPs (antraceno, naftaleno,
pireno, benzo[a|pireno) (CLEMENTE, 1997; FALCON1, 1998; CLEMENTE, 2002).
Existem trabalhos que demonstram que fungos pertencentes a este gênero são capazes
de atuar sobre os monoterpenos. Em trabalho com d-limoneno, Fusarium verticilloides
utilizou o monoterpeno produzindo ácido perílico (OLIVEIRA & STRAPASSON,
2000).
industrial poderiam estar com petindo com aqueles adicionados, por fontes de carbono
mais simples, presentes no efluente industrial. É possível que a competição por nutrientes
impediu o crescim ento normal dos m icrorganism os e, assim, a degradação do d-
limoneno. Já no efluente estéril, isto não aconteceu porque a esterilização provocou a
m orte da m icrobiota endógena e os m icrorganism os, aqui estudados, utilizaram as
fontes de carbono disponíveis no efluente, crescendo melhor e, assim, aumentando a
degradação do monoterpeno em meio esterilizado. Já, o crescimento do microrganismo
em um determ inado efluente (C, AP, SD, LP) e não em outro, ocorreu devido à
diferença de nutrientes presentes nestes.
R e fe rê n cia s
ACOSTA, M.; MAZAS, N.; MEJIAS, E.; PINO, J BORJA, R.; MARTIN, A.; MAESTRO. R., LUQUE,
O bt en ció n de a ro m a ti z an te s mediante M.; D U R Á N , M.M. E n h a n c e m e n t of
biotransformación dei limoneno por Pseudomonas the a n a e r o b ic dig e st io n of wine d istillery
aeruginosa. A l i m e n t a r i a , p.73-75, mai. 1996. wastewater by removal of phenolic inhibitors.
ADAMS, A.; D EM Y TT EN A ERE , J.C.R.; KIMPE, B ioresource T echnology, Essex, v.45, p.99-
R . D. B i o t r a n s f o r m a t i o n o (R)-(+)* an d (S)- 104, 1993.
limonene to á-terpineol by Penicillium digitatum BRADDOCK, R.J.; CADWALLADER, K.R. Citrus
- investigation o f the culture conditions. Food by-products manufacture for food use. Food
C hem istry, v.80, p .5 25- 534, 2003. tech n o lo g y , p . 105-110, 1992.
ALVAREZ, F.R.; SHAUL, G M .; KRISHNAN, E.R.; BRADDOCK, R.J.; TEMELLI, F.; CADWALLADER.
PERRIN, D.L.; RAHMNAN, M. Fate òf terpene K.R. Citrus essential oils - a dossier for material
c o m p o u n d s in a c t i v a t e d s lu d g e w a s t e w a t e r safety data sheets. Food Technology, p. 114-116,
tr e a t m e n t s y s t e m s . J o u r n a l A ir & W aste 1986.
M a n a g e m e n t, v.49, p . 7 3 4 - 7 3 9 , 1999. BUGG, T.D.H. Oxyg en ases : m e c h a n is m s and
A M A R A L , J.A.; E K IN S , A.; R I C H A R D S , S.R.; structural motifs for 0 2 aclivation. Current
KNOWLES, R. Effect o f selected monoterpenes O p in io n in C h e m ic a l B iolo gy , v.5, p . 550-
on m e t h a n e o x i d a t i o n , d e n i t r i f i c a t i o n , a nd 555, 2001.
aerobic metabolism by bactéria in pure culture. C A D W A L L A D E R , K.R.; B R A D D O C K , R.J.;
A p p lied and E n v ir o n m e n ta l M ic r o b io lo g y , PARISH, M.E. Iso latio n o f a-terp ine ol
v.64, n.2, p . 52 0-5 25, 1998. d e h y d r a ta s e from P s e u d o m o n a s gladioli.
ANDERSON, R.C.; ANDERSON, J.H. Respiratory to- J o u rn al o f Food S cien ce, v.57, n . l , p . 241-
xicity of mattress emissions in mice. Archives o f 244, 1992
Environmental Health, v.55, n.l, p.38-43, 2000. C H A N G , H.C.; O R IE L , P. B io p ro d u c ti o n of
ARORA, D.A. Biodelignification of wheat straw by perillyl alcohol and related monoterpenes by
different fungai associations. Biodegradation, isolates o f B a c illu s s te a r o th e r m o p h illu s .
Dordrecht. v.6, p . 57-60, 1995. J o u rn a l o f Food _Science, v.59, n.3, p.660-
B A B I T S K A Y A , V.G. E n z y m a t i c d e g r a d a t i o n o f 662, 1994.
lignin in plant s u b s t r a t e s by m ic e li al fungi. CHANG, Y.C.; KARLBERG, A.T.; MAI LBACH,
A p p lie d B io c h e m is tr y and M ic r o b io lo g y . H.I. Allergic contact dermatitis from oxidized
New York, v.30, p.670-676, 1994. d-limonene. C ontact D erm atitis, v.37, n.6,
BALAN. D.S.L. Descoloração de corantes e efluentes p . 308-309, 1997.
têxteis. Trabalho apresentado ao II W orkshop CHASTAIN; D E., DOYLE, E.C.; EUGENE W S.;
de B iodegradação. 2001, Campinas. C H R I S T I N E , C.S. U sin g lim onen-10-01 to
B ARNHART, E.T.; SAR LIN, L.L.; C A L D W E L L , kill b a c té r ia , y e a st, and fungi. Int. A01N
D.J.; BYRD, J.A.; C O R R IE R , D.E.; HARGIS, 031/00. US. n.5543435. 7Apr., 1994. 6Aug.,
B M. Evaluation o f potential disinfectants for 1996.
preslaughter broiler crop decontam ination. CHATTERJEE, T ; BHATTACHARYYA, D.K.;
P ou ltry S c ie n c e, v.78, n . l , p . 32-37, 1999. Biotransformation of limonene by Pseudomonas
B A RR . D . P.; AUST, S.D. M e c h a n is m s white-rot p u tid a . Applied M icrobiology and B iote
fung i use the d e g r a d e p o l l u t a n t s . E n v ir o n chnology, v.55, p.541-546, 2001.
m ental Scien ce & T echnology, Easton, v.28, C L E M E N T E , A .R. Seleção de m icrorgan ism os
n.2, p . 78-87, 1994. ligninolíticos. estudo do sistem a enzim ático
B O O N , P.J.M.; B O O N , D.V.D.; M U L D E R , G.J. produzido e sua relação na deg rad a çã o de
C y t o t o x i c i t y a n d B i o t r a n s f o r m a t i o n o f the com p o stos x en ob ió tico s. 1997. 137
an tic an cer drug perilly alcohol in PC 12 cells p .Dissertação (Mestre em Biote cno log ia ) -
an d in the rat. T o x ic o lo g y and A p p lie d Faculdade de Engenharia Química de Lorena
P h a rm aco log y , v. 167, p .55 -62 , 2000. (FAENQUIL), Lorena.
Biodegradação de m onoterpenos 445
C L E M E N T E . A.R. D egrad ação de H id ro- FISCHBACH, R.J.; ZIMMER, R.S.; PICHNER, A.;
ca rb o n eto s A ro m á ticos P olicíclico s por S C H N I T Z L E R , J. M o n o t e r p e n e s y n t h a s e
F u ngos L ig n in o líticos e sua A p licação na activities in leaves o f P icea a b ie s (L.) Karst.
B iorrem ed iaçâo de Solos C on ta m in a d o s. a nd Q u e r c u s ilex L. P h y to c h e m is tr y . n.54,
2002. 159p. Tese (Doutor em Ciência de p .2 5 7 - 2 6 5 , 2000.
Alimentos ) - Faculdade de Engen ha ria de F I S C H E R , K ; A K T H A R , M.; M E S S N E R , K.;
Alimentos, Universidade Estadual de Campinas. B L A N C H E T T E , R.A. Pitch reduction with the
COLLI NS, P.J.; DOBSON, A.D.W. Extracellular white-rot fungus C erioporiopsis subvermispora.
lignin and manganese peroxidase production by 6th I n te r n a tio n a l C on feren ce on
the white-rot fungus C oriolus versicolor 290. B io te c h n o lo g y in th e P u lp a n d P a p e r
Biotechnology Letters, Kew, v. 17, n.9, p.989- índustry. Vienna, Áustria, 1995, 11-15 June.
992, 1995. G O L O V L E V A , L A.; L E O N T E V S K I I , A A.
C O L O C O U S L A.: SAQIB. K.M.; LEAK, D.J. Ligninolytic activity o f w oo d- de ca yin g fungi.
Mutants of Pseudom onas flu o re sc en s NCIMB M icr o b io lo g y , v.67, n.5, p.47 7-4 82 , 1998.
11617 defective in the catabolism of a-pinene. HARD, G.C.; WHYSNER, J. Risk assessment of d-
A pplied M icrobiology B iotechnology, v.45, limonene: an example o f male rat-specific renal
p .82 2-830, 1996. tumo ri gen s. C riticai R ev iew s in T oxicology,
C O N N O R . M.S.; DELANEY, M.; ETTELE, N.; v.24, n.3, p . 23 1-254, 1994.
McMANUS, K.; VENTRY, L.S. Treatment plant HATA KK A, A. L i g n in -m o d if y i n g e n zy m e s from
identifies mystery gas. Water E nvironm ent selected white-rot fungi: production and role in
& Technology, v.5, n . l l , p . 13-14, 1993. li g n i n d e g r a d a t i o n . F E M S M ic r o b io lo g y
DA GLEY, S. B io ch emic al a p p ro a ch to s o m e R ev iew s, A m s te r d a m , v . 13, p. 125-135, 1994.
problems o f environmental-pollution. E ssays H E E R D E N , I.V.; C R O N J É , C .; SWART, S .H .;
B iochem istry, v . l l , p.81-138, 1975. KOTZÉ, J.M. Microbial, chemical and physical
DELO RME, V.A.; CRI SOFULLI, T.; WARNER, aspects of citrus waste composting.
M.J. B io d e g r a d a b le fe r tiliz e r and p est B io r eso u r ce T ech n olog y, v.81, n . l , p .71-76,
control com p osition c o m p r isin g lim onene. 2002 .
Int. A01N 027/00. U.S. n. 5728648. 19Sep., IKAN, R. Isoprenoids III -Terpenoids. In: Natural
1996. 17 Mar., 1998. Products. 2* ed. New York: Academic Press,
DEMYTTENAERE, J.C.R.; BELLEGHEM, K.V.; 1990. cap. 3, p . 168-225.
KIMPE, N.D. Biotransformation o (R)-(+)- and KARLBERG, A.T.; DOOMSGOOSSENS, A. Contact
(S)-limonene by fungi and the use o solid phase allergy to oxidized d-limonene among dermatitis
microextraction for screening. Phytochemistry, p a t i e n t s . C o n ta c t D e r m a t it is , v.36, n.4,
v.57, p. 199-208, 2001. p . 2 0 1 - 2 0 6 , 1997.
D H E R E , S.G.; DHAVLIKAR, R.S. M icr obi al KARLBERG, A . T ; MAGNUSSON, K , NILSSON,
t ra n s fo rm a ti o n of te rp e no id s. S cie n c e and U. Influence of an antioxidant on the formation
C ulture, v.36, n.5, p.292, 1970. o f allergenic compounds during autoxidation of
DIETRICH, D.R.; SWENBERG, J.A. The presence d- li m o n e n e . A n n a ls of O c c u p a tio n a l
of alpha-2F-globulin is necessary for d-limonene H ygien e, v.38, n.2, p. 199-207, 1994.
promotion of male rat kidney tumors. C âncer KIM, D.; PARK, M.J.; KOH, S.C.; SO, J.S.; KIM. E.
Research, v.51, p.3512-3 521, 1991. T h r e e s e p a r a t e p a t h w a y s f o r the initial
DUET Z, W.A.; FJA LL MA N , A.H.M.; REN, S.; oxidation o f limonene, biphenyl, and phenol by
JOURDAT, C.; WITHOLT, B. Biotransformation R h o d o c o c c u s sp. s t r a i n T0 4. J o u r n a l o f
of d-limonene to (+) trans-carveol by toluene- M icro b io log y , v.40, n . l , p . 86-89, 2002.
grown R hodococcus opacus PW D4 c el l s. KIMBALL, D.A. Citrus oils, aromas, and essences.
A pplied and Environm ental M icrobiology, In: C itr u s P r o c e s s in g Q u a lity C o n tro l and
v.67, n.6, p.2829-2832, 2001. Technology. New York: C H A P M A N & HALL,
FALCONI, F.A. B ioconversão de co m p o sto s 1991. cap* 6, p .73-101.
fen ó lico s por fu ngos lign in o lítico s. KOH, S.; PARK, Y.; KOO. Y.; SO, J. Plants terpenes
Campinas, 1998. 108p. Dissertação (Mestre em and lignin as natural cosubstrats in biodegradation
Ciência de Alimentos) - Faculdade de Engenharia o f p o l y c l o r i n a t e d b ip h e n y l s (P C B s ) and
de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas. po l y c y c l i c a ro m a ti c h y d r o c a r b o n s (P HA s) .
FA L C O N I, F.A. S e le çã o de m ic r o r g a n ism o s Disponível em: http://www.postech.ac.at/webzine/
c a p a z e s de d e g r a d a r m o n o te rp en o s p a r a content/review Acesso em: 10 abr. 2003.
a p lica ç ã o no tr a ta m e n to de e flu e n te de KWON, S.; ANDERSON, A.J. Genes for multicopper
in d ú stria c ítr ic a . C am p in as , 2003. 118p. proteins and laccase activity: Commo n features
Dissertação (Doutor em Ciência de Alimentos) in plant-associated F u sa riu m is o la te s .
- F a c uld ad e de E n g e n h a ri a de A lim e nto s, C a n a d ia n J o u r n a l o f B o ta n y , v.80, n.5,
Universidade Estadual de Campinas. p . 5 6 3 - 5 7 0 , 2 00 2.
446 M icrobiologia Am biental
LEBLOND, J.D.; APPLEGATE. B.M.; SCHULTZ, MURAKAMI, S.: NAKANISHI, Y.: KODAMA. N.;
T.W.; SAYLER, G.S. Structure-toxicity TA K ENA KA , S.; S H I N K E . R.; A O K I, K.
assessment of metabolites of the aerobic bacterial Purification, characterization, and gene analysis
transformation of substituted naphthalenes. o f catechol 2,3- dio xyge na se from the aniline-
E n v ir o n m e n ta l T o x ic o lo g y and C h e m istr y , assimilating bactenum Pseudomonas species AW-
v 19, n.5, p . 1235-1246. 2000. 2. B ioscien ce B io te c h n o lo g y B io c h e m istry .
LIPTHAY. J .R ., B ARK AY . T.; V E K O V A . J.: v.62, n.4, p .747-752, 1998.
SO RENSEN, S.J. Utilization of phenoxyacetic OLIVEIRA, B .H .; STR A PA SSO N , R A
a c id . by s tr a in s usi ng e i t h e r the o r th o or B io tra ns fo rm a tio n of the mon ote rpe ne.
m eta c l e a v a g e o f c a t e c h o l d u r i n g ph en ol limonene. by Fusarium verticilloides. Brazilian
degradation, after conjugal transfer o t f d A , A rch ives o f B io lo g y and T echn ology, v.43,
the gene encoding a 2,4-dichIorophenoxyacetic n .l, p . 11-14, 2000.
a c i d / 2 - o x o g l u t a r a t e d i o x y g e n a s e . A p p lied O N K E N , J. B E R G E R , R.G. E f f e c ts o f R -( + )-
M icrob io lo gy and B io te c h n o lo g y , v.52, n.2, limonene on submerged cultures o f the terpene
p . 2 0 7 - 2 14, 1999. transforming basidiomycete P leurotus sapidus.
MACHADO. M.A B io t e c n o lo g ia na Journal of B iotechnology, v.69, n.2-3, p. 163-
c it r ic u lt u r a 1997. D i s p o n í v e l na In te rn et : 168, 1999.
h t t p : / / w w w . b i o t e c n o l o g i a . c o m . b r / 1h p. ht ml PAVLOSTATHIS, S.G; MISRA, G Biotransformation
Data de acesso: 18 fev. 999. o f s el ec ted m o n o t e r p e n e s u n d e r nitrate-
MAN ZA NAR ES , P.; FAJARDO, S.; MARTIN, C reduci ng c o n d it io n s . A p p lie d M icr o b io lo g y
Production o f ligninolytic activities when and B io tech n olo gy . v.53, p .6 3- 68 , 1999.
tr e a ti n g p a p e r p u l p e f f l u e n t s by T ra m etes POTTER, N.N; HOTCHKISS. J.H. Vegetables and
v e r s ic o lo r . J o u r n a l o f B io te c h n o lo g y . Fruits. In: Food S c ie n c e. 5* ed. N e w York:
Washington, v.43, p. 125-132, 1995. C H AM PM A N & H ALL , 1995. p.432-435.
M A R Q U E S , D.S. D e s t e r p e n a ç ã o d e ó le o PRATES, H.T.; S A N T O S , J.P., WALQUIL, J.M.;
e s s e n c ia l d e la r a n ja p o r c r o m a t o g r a f ia FABRIS, J.D.; OLIVEIRA, A.B.; FOSTER, J.E.
p r e p a r a tiv a de f lu íd o s u p e r c r ític o . Insecticidal activity o f m o n o te rp e n es against
Cam pin as, 1997. 331 p. Disse rtaç ão (Mestre R h yzo p erth a d o m in ic a (F.) a n d T rib o liiu m
em Engen ha ria de A lim en tos ) - Fa culdade de ca sta n u m ( H e r b s t ) . J o u r n a l o f Stored
Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual Produ cts R e s e a r c h , v.34, n.4, p . 2 4 3- 24 9,
de Campinas. 1998.
MARS. A.E.; GORISSEN, J.P.L., VAN DEN BELD, REGALADO, V.; PERESTELO, F.; RODRIGUEZ,
I. B i o c o n v e r s i o n o f l i m o n e n e to in c r e a s e d A.; CARNICERO, A.; SOSA F.J.; FUENTE, G.;
concentrations o f perillic acid by Pseudom onas FALCÓN, M.A. Activated oxyge n species and
p u tid a GS1 in a f e d - b a t c h reactor. A p p lied two e xtr a c e ll u la r e n z y m e s : lacase, and aryl-
M ic r o b io lo g ic a l and B io t e c h n o lo g y . v.56, alcohol oxidase, novel for the lignin-degrading
p . 101-107, 2001. fungus F u sa riu m p r o life r a tu m . A pplied
MATTHEWS, R .F.; B R A D D O C K . R.J. Recovery M icrobiology and T ech n olo gy , v.51, p .388-
and applications o f essential oils from oranges. 390, 1999.
Food T echn ology, p . 57-61. 1987. RODRIGUEZ, E.; P I C K A R D , M.A.; VAZQUEZ
MAZAS, N.; RUIZ. A. A islam iento y DUHALT, R. I n d u s t r i a l d y e d e c o l o r i z a t i o n
caracterización de cepas biotransformadoras de by laccases from ligninolytic fungi.
terpenos, productoras de aromas. Alimentaria, C urrent M ic r o b i o lo g y , v. 38, n . l , p . 27-32 ,
v.260, p . 41-43, 1995. 1999.
MISRA. G.; PAVLOSTATHIS, S.G. Biodegradation SA N TO S , J P.; PRATES. H.T.; W AQU IL . J.M.;
kin e tic s o f m o n o t e r p e n e s in liquid a nd soil- O LI VE IR A , A.B. A v a lia ç ã o de su b stân cia s
s lur ry s yst e m s . A p p lie d M ic r o b io lo g y and de origem vegetal no c o n tro le de pragas de
B io te c h n o lo g y , v.47 , p . 5 7 2 -5 7 7 , 1997. grãos arm a zen a d os. D is p o n ív e l na Internet:
MISRA, G.; PAVLOSTATHIS, S.G.; PERDUE, E.M. http :// ww w .c np m s. em br ap a .b r/p e sq 1998.html.
A e ro b ic biodegradation of selected Data de acesso: 19 fev. 1999.
m o n o t e r p e n e s . A p p lie d M ic r o b io lo g y and SAVITHIRZ, N.; G A G E , D.; FU, W ; ORIEL, P.
B io te c h n o lo g y , v.45 , p . 8 3 1 - 8 3 8 , 1996. D eg radation o f p i n e n e by B a c illu s p a llid u s
M U M T A Z , M M.; DE R O S A , C.T.: G R O T E N . BR425. B iodegradation, v.9, n.5, p.337-341.
J.; F E R O N , V.J.; H A N S E N , H., D U R K I N , 1998.
P.R. E s t i m a t i o n o f t o x i c i t y o f c h e m i c a l SA X E N A . R .K .; S H A R M I L A , P.; SI NG H .
mixtures through m odeling of chemical V.P. M ic r o b ia l d e g r a d a t i o n o f tannins.
in te r a c t io n s . E n v ir o n m e n t a l H e a lth P e r s Biotransformations: M ic ro bia l degradation of
p e c tiv e s, v .1 0 6 , s u p p l. 6, p. 1 3 5 3 -1 3 6 0 , health risk compounds. Progress in Industrial
1998. M icrobiology, v.32, p . 2 5 9- 27 0. 1995.
Biodegradação de monoterpenos 447
1. In tro d u ç ã o
2. D e g ra d a ç ã o d e p u rin a s p o r b a c té ria s
oxidase/desidrogenase, havendo, O
no entanto, variação na eficiência
R1
de d eg rad ação . D ependendo do
m icrorganism o, NAD ou NADH
podem ser os cofatores da reação.
Até o levantamento biblio
gráfico feito por Vogels & van der
D rift (1976), apenas um trabalho
m ostrava a degradação de cafeína
(F ig u ra 1) por um a b a ctéria
(WOOLFOLK, 1975). R3
Woolfolk (1975) isolou uma Co mpo st o RI R3 R7
linhagem de Pseudomonas putida, Cafeína ( 1 ,3,7-trimetilxantina) ch, CH, CH,
que cresceu em até 0,5% de cafeína Teobromina (3,7-dimetilxantina) H ch3 CH ,
com o a única fonte de carbono e Teofilina ( 1 ,3-dimetilxantina ch. CH, H
nitrogênio. O isolamento foi feito Paraxantina ( 1 ,7-dimetilxantina) H CH, CH,
in cu b an d o -se, por um a sem ana, 1-Metilxantina CH, H H
am ostras de solo em meio salino 3-Metilxantina H CH, H
líquido, contendo 0,05% de cafeína e 1- Metilxantina H H CH ,
0,0005% de Fe(NH 4)2.(S 0 4).6Hn0 . Xantina H H H
Quatro dias após sua transferência
FIG URA I. Estruturas de metilxantinas degradadas
para m eio sólido com a m esm a
por microrganismos.
com posição, foi observado cresci
mento de colônias, parecendo todas serem do mesmo tipo. Várias transferências
foram feitas antes de se cultivar em meio sólido contendo apenas cafeína (0, 1%)
como única fonte de carbono e nitrogênio. O isolado também crescia em qualquer di
ou monometilxantinas, derivadas de cafeína. Usando células intactas ou extratos
protéicos livres de células, o autor concluiu que a cafeína teria os radicais metil (CH^)
removidos hidroliticamente, com a formação final de xantina e metanol. Xantina seria,
então, degradada a ácido úrico por xantina desidrogenase, entrando na via normal do
m etabolism o de purinas. O m etanol e seus derivados seriam degradados por
hidrogenases específicas.
Blecher & Lingens (1977) obtiveram vários isolados bacterianos a partir de
solo, sendo todos identificados como P. putida. O melhor crescimento obtido foi com
0,35% de cafeína no meio, e em 0,55% o crescimento era totalmente inibido. Para o
isolamento, 300 g de solo foram misturados com 0,5 g de cafeína e mantidos a 30°C
por seis meses. Regularmente umedecia-se a mistura com água deionizada. Desse
material foram tomadas amostras de 5g, às quais adicionou-se meio mineral líquido,
contendo 0,1 % de cafeína e 0,1 % de (NH 4)nS 0 4, e incubadas a 30°C por quatro dias.
Após várias transferências para o mesmo meio de cultura, alíquotas foram semeadas
em meio sólido rico em nutrientes e colônias que cresceram nesse meio foram
transferidas para placas contendo meio sólido em que cafeína era a única fonte de
carbono e nitrogênio. As colônias obtidas eram de só um tipo e foram todas identificadas
como P. putida, demonstrando a seleção ocorrida ao longo do tempo de incubação.
Quando amostras de solo foram incubadas com cafeína por apenas uma semana, ao
452 M icrobiologia Ambiental
C o n tr o le s
1806 150 280 0 9 0
PC11B 200 282 0 8 2
P seudom onas p u tid a
isolado L 25 28 0 8 4
isolado d o b 5 0 0 0 9 2
isola d o Pp 0 0 0 8 2
aT H F = te o filin a T H B = te o b ro m in a ; X A N = x a n tin a ; H P X = h ip o x a n tin a ; URI = ác id o ú rico.
Degradação de cafeína por bactérias 45 3
do que a de qualquer relato anterior na literatura, tenha sido o fato de ter sido usado
solo coletado sob plantas de café. O suporte para isso vem da maneira com o foi feito
o isolamento, ou seja, não foi feito enriquecimento e/ou cultivo prolongado com o
alcalóide. Amostras de lOg de solo foram colocadas em meio mineral líquido contendo
apenas cafeína (0,03%) como fonte de carbono e nitrogênio e incubadas por 72 horas.
Após diluições em série (10 1a 108), 0,1 mL foi semeado em placas com meio sólido
Nutriente-Agar, e incubadas a 30°C. Colônias crescendo nessas placas foram, então,
transferidas para placas com meio mineral sólido contendo apenas cafeína (0,03%)
como fonte de carbono e nitrogênio, e incubadas a 30°C por 48 horas. Anteriormente,
Mazzafera et al. (1994) obtiveram ainda, de maneira mais simples, um isolado de
Serratia marcescens, colocando amostras de solo sob cultivo de café em água, com
posterior semeadura em meio sólido contendo cafeína.
Para ambos os dois casos citados (M AZZAFERA et al., 1994; YAMAOKA-
YANO & MAZZAFERA, 1998), onde o isolamento foi feito a partir de solo cultivado
com café, as bactérias isoladas provavelmente já se apresentavam adaptadas para
degradar a cafeína proveniente de cafeeiros. De outro modo, o que ocorre naturalmente
nesses solos foi o que Blecher & Lingens (1977) provocaram, ao incubarem por seis
meses o solo ao qual foi adicionada cafeína.
Woolfolk (1976) observou que, quando células de P. putida crescidas em
meio contendo xantina, ao invés de cafeína, eram usadas como inóculo em meio
contendo cafeína, havia atraso no crescimento. O mesmo foi posteriormente observado
por Blecher & Lingens (1977), quando o inóculo foi crescido em xantina e ácido
úrico. Porém, o crescimento era normal quando o inóculo foi preparado com 7-
metilxantina e teobromina. De maneira semelhante, quando o isolado L de P putida
obtido por Yamaoka-Yano & Mazzafera (1998) foi crescido em meio rico em nutrientes
(Luria-Broth - LB) e usado como inóculo em meio contendo apenas cafeína (M9),
também houve um atraso no crescim ento e na degradação de cafeína, quando
comparado com inóculo produzido em meio com cafeína (Figuras 3 A e 3B). Portanto,
a degradação de cafeína nessas bactérias parece ser induzida pelo próprio alcalóide.
Babu et a i (2005) adotaram o mesmo procedimento que Mazzafera et al.
(1994) e Yamaoka & Mazzafera (1998) para isolar bactérias com a capacidade de
140
120
B
100
4-ü'
ao
AO
40 • M9M9
20
20 40 60 90
T em po d e in c u b aç ão (h o ras)
FIGURA 3. Degradação de cafeína (A) e crescimento (B) do isolado L de Pseudom onas putida
a partir de inóculo produzido e m meio M 9 (com cafeína) e LB (sem cafeína), e cultivada em
meio M9.
454 M icrobiologia Ambiental
3. A s p e c to s e n z im á tic o s na d e g ra d a çã o de cafeína
ajudaram a confirmar os trabalhos de Blecher & Lingens (1977), onde havia sido
sugerido que a cafeína é demetilada através de duas vias paralelas, com formação de
teobromina e de paraxantina. O trabalho de Mazzafera et a i (1994) também evidencia
estas duas vias de degradação em S. marcescens. Posterior a estes compostos havia
form ação de 7-m etilxantina e xantina. No caso de S. m arcescens, através de
eletroforese em gel de poliacrilamida não desnaturante, observou-se atividade de
xantina oxidase contra cafeína, dimetilxantinas e monometilxantinas.
Yamaoka-Yano & Mazzafera (1999) estudaram a via de degradação de cafeína
no isolado L de P putida que crescia em meio mínimo contendo 5% de cafeína
(YAMAOKA-YANO & MAZAFERA, 1998) e seus resultados sugerem uma via de
degradação (Figura 4) semelhante àquela proposta por Blecher & Lingens (1987).
Yamaoka-Yano & Mazzafera (1999) também purificaram uma xantina oxidase
responsável pela conversão de metilxantinas a seus respectivos ácidos metilúricos
(Figura 4). Os autores sugerem que a enzima não seja tão específica para a conversão
de xantina a ácido úrico, também possuindo a capacidade de reconhecer teobromina,
paraxantina e 7-metilxantina como substratos.
Uma vez que a linhagem L de P. putida isolada por Yamaoka-Yano &
M azzafera (1999) a p re se n ta v a um a rara cap acid ad e de crescer em altas
concentrações de cafeína, foram feitas tentativas de se purificar uma cafeína
demetilase (Figura 4), porém sem sucesso, uma vez que a atividade da enzima era
muito instável (Yamaoka-Yano & Mazzafera, dados não publicados). Porém, estudos
conduzidos com extratos parcialmente puros puderam mostrar que havia dependência
Ácido 3,7-Dimetilúrico
XO
Ácido 7-metilúrico
Teobromina
(3,7-Dimetilxantina)
Cafeín; 7-Metilxantina
Paraxantina
(1,7-Dimetilxantina)
Ácido Úrico
i
Ácido Alantóico
i
Ácido Glioxílico + Uréia <-------- Ácido Ureidoglicólico <- - Ureidoglicina
Acido Ureidoglicólico
adulto em várias partes e colocaram-nas sobre uma tela suspensa a uma certa distância
de um recipiente. Sempre após uma chuva a quantidade de cafeína era estimada na
água coletada no recipiente. Desta maneira, chegou-se ao valor de incorporação
anual de 1-2 g/m 2 de solo.
Uma vez no solo, a cafeína é fortemente adsorvida por argilas, posicionando-
se entre as cam adas de sílica (LAILACH et a i, 1968). A estrutura planar da cafeína
permite a formação de camadas únicas, com as moléculas inclinadas, ou ainda de
camadas duplas, havendo a formação de forças de van der Walls - London com
ambas as cam adas de sílica. Isto faz com que a retenção da cafeína pela matrix do
solo seja bastante forte, sendo baixa sua recuperação, mesmo sob condições extremas
de extração, tal com o o uso de ácido sulfúrico ou fluorídrico concentrados (WALLER
et al., 1986). O emprego de bases fortes (NaOH), como recomendado por Griffith et
a i (1976), também não melhorou a recuperação de cafeína (Mazzafera, dados não
publicados).
Desta forma, a cafeína adsorvida pela matrix do solo seria indisponível para
os microrganismos do solo, como também para ter qualquer efeito sobre plantas.
Portanto, o efeito alelopático atribuído à cafeína em vários trabalhos (ver referências
em RICE, 1984; RIZVI & RIZVI, 1992), como também a autotoxicidade do cafeeiro,
causada pela liberação de sua própria cafeína, como alegado por Waller et a i (1986),
seria possível somente devido à cafeína livre, não adsorvida. Considerando, porém,
que esta cafeína disponível poderia ser degradada por microorganismos, como tem
sido indicado acontecer (M AZZAFERA et al., 1994; YAM AOKA-YANO &
MAZZAFERA, 1995), o efeito alelopático de cafeína em condições de campo e a
própria autotoxicidade sobre o cafeeiro devem ser questionados.
Até o presente, os trabalhos sobre o efeito alelopático de cafeína sempre foram
feitos em condições artificiais de laboratório e sempre se desconsiderou que em condições
de campo há a possibilidade da degradação de cafeína por microrganismos do solo. Há
a evidência para a degradação de cafeína em diferentes solos, com diferentes
composições em argila (textura), foram dadas por Yamaoka-Yano & Mazzafera (1995),
que adicionaram cafeína a amostras de solo que foram esterilizadas ou não. Após um
certo período de incubação, muito menos cafeína foi recuperada no solo não esterilizado.
A Tabela 2 m ostra os resultados de dois experim entos independentes, sobre a
incorporação de cafeína em solo esterilizado e não esterilizado.
TA BE L A 2. R ecuperação de cafeín a adicionada em amostras de solos estéreis e não estéreis, após uma
sem ana de incubação a temperatura ambiente.
% Cafeína Recuperada a
Tipo d e S o lo Tratamento
Experimento 1 Experimento 2
Londrina - PR estéril 69 79
(textura argilosa) não estéril 42 53
Marília - SP estéril 62 80
(textura a ren o sa ) não estéril 27 41
Campinas - S P estéril 51 87
(textura intermediária) não estéril 15 60
'% d a c a fe ín a a d ic io n a d a .
458 M icrobiologia Ambiental
6. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
R eferê ncia s
ASANO, Y.; KOMEDA, T.; YAMADA, H. Microbial BRESSANI, R. Potential uses of coffee berry by-
p r o d u c t i o n o f t h e o b r o m i n e fr o m c a f f e i n e . produets. In: BRAHAN, J.E.; BRESSANI, R. ed.
B io sc ie n c e B io te e h n o lo g y B io c h e m is t r y , C o ffee pulp: c o m p o s i ti o n , te ch nolo gy, and
Tokyo, v.57, p . 1286 -12 89, 1993. utilization. Institute o f Nutrition o f Central
B A B U , V.R S.; PATRA, S.; T H A K U R , M .S.; America and Panamá, 1987b. p. 17-25
K A R A N T H , N.G.; VARADARAJ, M.C CABEZAS, M.T.; FLORES, A.; EGANA, J I. Use
D e g r a d a t i o n o f c a f f e i n e by P s e u d o m o n a s o f c o ff e e pu lp in r u m i n a n t fe ed ing . In:
alcaligenes CFR 1708. Enzyme and Microbial BRAHAN, J.E.; BRESSANI, R. ed Coffee pulp:
T echnology v.37, p . 6 1 7 -6 2 4 , 2005. c o m p o s i t i o n , te ch nol ogy , and utilization.
BERGMANN, F.; UNGAR-WARON, H.; P an am á: Instit ute o f N utrit ion o f Central
K W I E T N Y - G O V R I N , H. A c t i o n of 8- America and Panama, 1987. p.25-38.
azaguanine and 8-azaxanthine on Pseudom onas CLI FF O RD , M.N.; RAMIREZ-MARTINEZ, J.R
aeruginosa. B iochem ical J ournal. Liverpool, Phenols and caffeine in wet-processed coffee
v.91, p.2 70-2 76, 1964. beans and coffee pulp. Food C h em is tr y , New
BERKELEY, R.C.W. Microbiology o f soil. p.479- York, v.40, p.35-42, 1991.
514. In: H A W K E R. L.E.: L IN TO N , A.H.. ed. C O S T E . R. Les c a fé ie r s et les c a fé s d a n s le
M ic r o - o r g a n is m s function form a nd monde. Paris, Editions Larose, 1959. t. 2, v.l.
environment. London: Ed w ard A rnold, 1971. DIKSTEIN, S.; BERGMANN, F.; HENIS, Y. Studies
BLE CHE R, R.; L1NGENS, F. T h e metabolism of on uric acid and related compounds. IV. The
c a f f e i n e by a P s e u d o m o n a s p u tid a st ra in. sp ec if ic it y o f ba ct e ria l xanth ine oxidases.
H o p p e - S e y le r ’s Z. P h y s io l. C h e m . Bd., Journal o f Biological Chemistry, Baltimore,
Strassburg, v.358, p.807-817, 1977. v.224. p .67-77, 1957.
BRA H AM , J.E. Coffee pulp in othe r species. In: ELÍAS, L.G. Chemical composition of coffee-berry
BRAHAN, J.E.; BRESSANI, R. ed. Coffee pulp: by-produets. In: BRAHAM, J.E.; BRESSANI,
c o m p o s i t i o n , t e c h n o l o g y , a n d u ti li z a ti o n . R. ed. Coffee pulp composition, technology,
Institute o f Nutrition o f Central Am erica and and utilization. Panama: Institute of Nutrition
Pana ma. 1987. p . 51-54. of Central America and Panama. 1987. p . 11-16.
BRESSANI, R. Antiphysiological factors in coffee GLUCK, M.; LINGENS, F. Studies on the microbial
pulp. In: B R A H A N , J.E.; B R E S S AN I . R ed. production o f theobromine and heteroxanthine
C o ffe e pulp: c o m p o s i t i o n , t e c h n o l o g y , an d from caffeine. A p p lied M ic r o b io lp g y and
uti li z a ti o n . In s ti tu te o f N u t r i t i o n o f C e n t ra l B ioteehnology. Heidelberg. v.25, p . 334-340,
America and Panamá, 1987a. p .83-88. 1987.
Degradação de cafeína por bactérias 461
I. In tro d u ç ã o
2. D e g ra d a çã o q u ím ic a
3. Reações h id ro lític a s
m
alem de ser o principal local
M
C lo ro -S 4 f la tin «
de atividade microbiana. O
C lo r o - S - tr u iin a (« o r v id a )
carbono orgânico é importante
adsorvente para os pesticidas
no solo e há indicativos de que
0M tem e fe ito nos p ro c e sso s
!•(*» N -HO-C-4HIO bióticos e abióticos (WOLFE
JvJl et al., 1989). *
No so lo as reações
catalisadas pela sorção en
volvem, principalmente, dois
FIGURA 2. Modelo proposto para a hidrólise catalisada
pela sorção em cloro-s-triazinas no solo (A R M ST R O N G g ru p o s de p e s tic id a s : os
& KONRAD, 1974). herbicidas cloro-s-triazinas e
os inseticidas organofosfora-
dos. A hidrólise química das s-
triazinas tem papel importante na degradação desses pesticidas no solo (Figura 2).
Armstrong et al. (1967) observaram a formação de hidroxiatrazina como produto de
degradação da atrazina em percolados de colunas de solo. Essa hidrólise ocorreu em
solo esterilizado a pH 3,9. A velocidade da hidrólise, ao mesmo pH, foi dez vezes
maior na presença de solo do que em sua ausência, o que indicou que a hidrólise da
atrazina foi catalisada pelo contato com o solo. Em pesquisas paralelas, Harris (1967)
observou que a conversão parcial de atrazina, simazina e propazina a seus hidroxideri va
dos ocorreu durante a incubação do solo a 30°C por 8 semanas. Os hidroxiderivados
não foram afetados pela adição de 200 ppm de azida de sódio, que é um inibidor
microbiano.
4. D e g ra d a ç ã o fo to q u ím ic a
A + B -+ A* + B -+ A + B’ (2)
6. D e a lo g e n a çã o
7. O x id a ç ã o
9. C o n s id e ra ç õ e s fin a is
R eferências
C A STR O . C .E. The rapid oxidation o f iron (II) M O IL A N E N . K.W ; CROSBY, D.G.;
porphyrines by alkyl halides. A possible mode S O D E R Q U IS T , C -J : W O NG , A.S. D ynam ic
of intoxication of organisms by alkyl halides. aspects o f pesticide p h o to -d e c o m p o sitio n . In:
Journal o f the American Chemical Society, HAQUE.R.; FREED. V.H., ed. Environmental
v.86, p .2 3 1 0 -2 3 1 1 , 1964. d y n a m ic s o f p e s tic id e s. New York: Plenum
COWART. R P.; BONNER. F.L; EPPS J.R.. E.A Press, 1975. p.45-60.
Rate o f hydrolisis o f seven o rg an op ho sp hate PIERZYNSKI. G.M.; SIMS, J.T; VANCE, G.F Soils
p e sticid e s. B ulletin o f E n v ir o n m e n ta l and e n v ir o n m e n t a l q u a lity . B oca Raton:
C ontam ination and Toxicology. v.6, p . 2 3 1- Lewis Pub lishers: C RC Press, 1994. 3l3p.
234, 1971. R O S E N , J.D . T h e p h o to c h e m is tr y o f sev e ra l
CRO SBY . D.G. N on -b io lo g ical d e g ra d a tio n o f pesticides. In: MATSUMURA, F.; BOUSH, G.M.;
herbicides in the soil. In: AUDUS, L. J. ed. MISATO, T. (Ed ). Environm ental toxicology
H erb icid es: p h isiology, b io c h e m istr y , o f pesticides. New York: Academic Press, 1972.
ecology. London: Academic Press, 1976. v.2, p . 4 3 5 -4 4 7 .
p .65-97. R U Z O , LO P h o to c h e m ic a l re a c tio n s o f the
CROSBY, D.G.; LEITIS, E.J.J. Journal o f s y n th e tic p y re th ro id s . In. H U T S O N , D .H .;
A g r icu ltu r a l and Food C h e m istr y , v. 17, R O B E R T S, TR. (Ed.). P ro g ress in pesticide
p. 1036-1040. 1969. biochemistry. New York: John Wiley & Sons,
GORING, C A I.; LASKOWSKI, D.A; HAMAKEN, 1972. v.2, p. I -33.
J.W.; M EIK LE, R.W. Principies o f pesticid e S O M A S U N D A R A M , L; C O A T S, J.R. Pesticid e
degradation in soil. In: HAQUE, H.; RIZWANUL; tra n s fo rm a tio n p ro d u c ts in the en v iro n m e n t.
FREED. V.H.. ed. Environm ental d yn am ics In: SOM ASUNDARAM , L; COATS, J.R. (Ed ).
o f pesticides. New York: Plenum Press, 1975. T r a n s f o r m a tio n p r o d u c ts: fate and
p . 135-172. s ig n if i c a n c e in th e e n -v ir o n m e n t.
GRUM W ELL, J.R.; ERICKSON, R H Photolysis W ashington, DC: Am erican C hem ical Society,
o f p a ra th io n , o, o -d ie th y ,o -(4 -n itro p h e n y l) 1991. p .2-9.
th io p h o sp h a te new s p ro d u c ts. J ou rn a l o f WOLFE, N.L; METWALLY, M.S.; MOFTAH, A.E.
A g r icu ltu r a l and Food C h e m istr y , v.21, Hydrolitic transformations of organic chemicals
p.929, 1973. in th e e n v ir o n m e n t. In: SA W H M Y , B.L;
HARRIS, C.I. Fate of two S-triazine herbicides in B R O W N , K., ed. R e a c tio n s and m o vem en t
soil J ou rn a l o f A g r icu ltu r e and F o o d o f o r g a n ic ch e m ic a ls in so ils. Madison: Soil
C hem istry, v .15, p . 157-162, 1967. Science Society o f America: American Society
KHAN, S.U. Pesticides in the soil environment. o f A gronom y, 1989. p .229-242.
A m sterdan: E lsev ier S cien tific P ub lish in g W OLFE, N.L; M INGELGRIN, U.; MILLER. G.C
Company, 1980. 240p. Abiotic transformations in water, sediments and
MANAHAN, S.E E nvironm ental chem istry. 6 soils. In: C H E N G , H.H., ed Pesticides in the
ed. Boca Raton: Lewis Publishers, 1994. 81 lp. soil e n v ir o n m e n t a l P r o c e s s e s : im p a ct and
MATSUMURA, F. Degradation of pesticides in the m o d elin g . M ad iso n , Soil S c ie n ce Society o f
environment by microorganisms and sunlight. A m erica, 1990. p. 103-168.
In: MATSUMURA, F.; KRISHNA MURTI C R.,
ed. Biodegradation o f pesticides. New York:
Plenum Press, 1982. p.67-87.
M1LLER, G.C.; HERBERT, V.R.; M1LLER, W.W.
Effect o f sunlight on organic contam inants at
the atmo-sphere-soil interface. In: SAWHNEY,
B.L. B R O W N , K., ed. K eactions and
m o vem en t o f o r g a n ic c h e m ic a ls in soils.
Madison: Soil Science Society of America, 1989.
p .99-110.
21
1. In tro d u ç ã o
2. B io d e te rio ra ç ã o e d e se m p e n h o d o a m b ie n te c o n s tru íd o
'Urban pests. :lntegrated Pest M anagem ent. ’N a Engenharia o term o “degradação (ISO 15686)” é m ais freqüentem ente utilizado
para d escrever esta perda d e capacidade d o m aterial d e cum prir a sua função. N e sle trabalho, d estin a d o prioritariam ente a
tn icrob iologistas, será utilizad o o term o d eterioração, em p regado freqüentem ente co m o sin ô n im o de degrad ação na área de
engenharia.
Biodeterioração no ambiente construído 479
da sua interação com os agentes de deterioração a que está sujeito, e da função que
ele desempenha numa aplicação específica. Os agentes de deterioração incluem
parâmetros ambientais como radiação, temperatura, água, o uso da construção, outros
materiais presentes no edifício, e os seres vivos.
Para a engenharia moderna uma construção apresenta bom desempenho
quando cumpre a função a ela destinada. E a função fundamental de qualquer
construção é o atendimento das necessidades dos usuários, diretos ou indiretos. Estas
necessidades variam de acordo com as funções de cada construção. Para o caso de
edifícios as necessidades dos usuários usualmente adotadas estão apresentadas na
Tabela 1.
A biodeterioração é um dos resultados da interação ambiente construído-
natureza. É uma das interfaces entre a engenharia e a biologia. Associado a
biodeterioração, está surgindo a área de biorremediação, que procura explorar as
possibilidades de utilização benéfica de microrganismos no reparo de construções
deterioradas.
T rad icio n alm en te, as p esquisas de b io d e terio raçã o investigam as
transformações físicas e químicas (deterioração) provocadas por seres vivos,
particularmente os microrganismos, nos materiais pétreos e metálicos. A biocorrosão
de metais, o ataque ácido promovido por microrganismos em rochas calcárias e
concretos são alguns dos exem plos de processos estudados. No entanto, a
biodeterioração pode reduzir o desempenho do ambiente construído sem alterar
fisicamente os materiais.
A sim ples co lo n ização de su p erfícies por m icro rg an ism o s causa,
freqüentemente, grandes prejuízos à capacidade de desempenho dos edifícios, porque
a presença de microrganismos e seus biofilmes alteram propriedades como cor,
refletância, e capacidade de transporte de massa das superfícies (Figuras 1 e 2).
A Figura 1 apresenta o efeito da biodeterioração de dom os zenitais
confeccionados com poliéster e fibras de vidro. A presença de biofilme reduz a
transparência do componente prejudicando a iluminação natural. A colonização da
superfície é facilitada pela degradação da camada superficial (“gel coat”) do compósito
pela ação combinada de radiação ultravioleta e temperatura, gerando uma superfície
rugosa (FLAUZINO, 1988).
Segurança A d a p ta ç ã o ao uso
Estrutural C onforto
A o fogo A c ú stic o
N o uso Tátil
Estanque idade A ntropodinâm ico
A o ar Higrotérm ico
Água Econom ia
Pureza do ar Durabilidade
Higiene P r e se r v a çã o ambiental
480 Microhiologia Ambientai
FIGURA 2. A foto da esquerda ilustra uma fachada cujo aspecto é freqüente em edifícios
brasileiros; a superfície sobre a alvenaria é mais suscetível à colonização do que a superfície
sobre o concreto. A foto da direita mostra o escurecim ento de telhado de fibrocimento.
A alteração da cor das superfícies pelos biofilmes tem tam bém impactos
importantes no desem penho das construções. Inicialmente eles afetam a estética
dos edifícios e são, no Brasil, responsáveis pela repintura dos edifícios muito antes
da degradação da película de pintura. O escurecimento das fachadas e dos telhados
afetam, também, a eficiência energética de edifícios ou o conforto de seus usuários:
superfícies escuras absorvem mais radiação, aum entando as cargas térmicas e, na
ausência de equipamento de refrigeração mecânica, aumentam a temperatura interna.
C om o os edifícios brasileiros são responsáveis por aproxim adam ente 50% do
consumo da energia elétrica, a colonização de telhados e fachadas aum enta ainda
mais o consumo de energia.
Além dos impactos econômicos - repintura e maior custo para climatização
dos am bientes internos - estes processos de bio d eterio ração que alteram
fundamentalmente apenas a superfície do material apresentam importante impacto
ambiental, pois os biocidas, produtos tóxicos que a indústria de tintas acrescenta à
formulação para controle da biodeterioração de superfícies pintadas, são lixiviados
para o meio ambiente (TO G ERÒ , 2004).
Biodeterioração no ambiente construído 481
3. O e s tu d o de d u ra b ilid a d e e a b io d e te rio ra ç ã o
4. M é to d o s d e p e sq u isa
4 .1 Estratégia de pesquisa
-
m
4.2 D e te c ç ã o e id e n tific a ç ã o de
FIGURA 7 - Corpo-de-prova pintado
com uma tinta acrílica 50% da área
m ic ro rg a n is m o s
sem biocida e 50% com biocida
a p ó s 18 m e se s de e x p o siç ã o . Uma vez colhidas as amostras, é necessário
A parentem ente não há diferença identificar e quantificar micror-ganismos. Cada
na colonização das duas áreas. projeto tem exigências específicas quanto a este
tema, existindo de forma geral algumas opções
brevemente descritas a seguir.
6. B io d e te rio ra ç ã o de fachadas p in ta d a s
ir
t
u
í
Í te
FIGURA 12. Crescimento de hifas com ruptura mecânica da pintura (a) e crescimento de
fungos com produção de esporos na interface entre a pintura e o revestimento de argamassa
(b) (SHIRAKAWA et a i, 2004).
7. B io d e te rio ra ç ã o e m a m b ie n te in te rn o e s ín d ro m e dos
edifícios d o e n te s
8. B io d e te rio ra ç ã o d o c o n c re to
(G/«í 9 ' .
* \
«
r < .
ISkU
X
K7.5I#
v /••
' .
—
|»*» 090991
R eferências
J A A K K O L A . J.J.K .: M IET TIN E N , P Type of SAAD, D.S.; KINSEY, G.C.: KIMB, S.; GAYLARDE.
ventilation system in office buildings and Sick C.C. E x trac tio n o f genom ic DNA from &
B u ild in g Syndrom e. A m erican Journal of filamentous fungi in bioíilm s on w ater-based
E pidem iology, v .141, p.755-65, 1995. p ain t co ating s. In te r n a tio n a l B io d e te
KARAVA1KO, G.I.: Z H E R E B Y A T E V A , T.V. rioration & B iodegradation v.54, p .99-103,
B a c te ria l c o rro sio n o f c o n crete . Dokl. 2004.
A kad . N auk. S S S R . v.306, n.2, p .47 7-481, SAAD, D.S. Ergosterol as a quantitative indicator
1989. or biodeterioration materiais. In: Fifth LABS,
LA CEY , J. Indoor a ero b io lo g y and health. In: 2004, C am p ec h e. F ifty Latin A m erican
SINGH, J. (Ed ) B uilding Micology, London, B io d e te rio ra tio n and b io d e g ra d a tio n
Chapm an & H a ll 1994. p .77-129. Symposium, 2004. v.01. p. 09-11
MARIAT, F.; ADAN-CAM POS, C. La technique SANTOS, L.C. Estudo quantitativo automatizado
du c arré de tapis m étho de sim ple de no m o n ito ra m e n to de m ic ro o rg a n ism o s
prevanment dans mycoses superficiele. Annales ambientais em drenos da barragem de concreto
de L ’ Institut Pasteur, v. 113, p.666-8, de Itaipu. 2002. D isse r ta çã o de M estra d o
1967. a p resentada ao C en tro Federal de E d u c a çã o
M cC O R M A K , K.; MORTON, L.H.G., BENSON, Tecnológica do Paraná,
J ., O S B O R N E , B.N.; M cC A B E , R W. A SATO, N.M.N.: UEM OTO, K.L.; SHIRAKAWA,
p re lim in a ry asse ssm e n t of con crete M.A.; SAHADE, R.F. Condensação de vapor de
deterioration by microorganism. In: Labs 2 - água e desenvolvimento de microrganismos em
B io d e g r a d a tio n and b io d e te r io r a tio n in fa c h ad a s de e d ifíc io s - E stu d o de Caso. In
Latin America. Gaylarde, C.C.; de Sá, E.L.S.; E n con tro N a c io n a l de T ecn olo gia do
G aylarde, PM . Porto Alegre : MIRCEN, Mar Ambiente Construído, IX Foz do Iguaçu. Pr,
1996 p .68-70. Brasil, 2002. Anais. [CD ROM].
M IL D E , K.; SA N D , W.; W O LFF, W.; BOCK, SC H EFFER , T.A. C lim ate Index for Estim ating
E. ThiobaciU i o f the corroded concrete walls Potential for Decay in Wood Structures Above
o f th e H am burg sew er sy stem . Journal Ground Forest Products Journal, v.21, n.10,
General of M icrobiology, v .129, p . 1327-33, p. 25-71, 1971
1983. SHIRAKAWA, M.A.; TAPPER, R. BEECH, I.B.;
M O R IY A M A .Y ., N AWATA,N., T S U D A ,T .; C IN C O T T O , M .A .; G A M B A L E . W. The
NITTA. M. Occurrence of Moulds in Japanese d e v elo p m en t o f a m etho d to e v a lu a te bio-
B athroom s. Internation al B io d eterioratio n receptivity of in door mortar plastering to fungai
and B iodegradation, v.30, p.47-55, 1992. growth. International B iodeterioration and
N O L H IE R , M. C o n stru ire em la plâtre. B iodegradation , v.51, p .83-92, 2003(a).
L’H arm attan, Paris, 1986. SH IR A K A W A , M .A .; GAMBALE, W:
PA R K ER , C.D. The c o rrosion o f concrete. The GAYLARDE, C.; GAYLARDE, P: SATO, N.;
isolation of a specie of bacterium associated JOHN, V. Acompanhamento da colonização de
w ith the c o rro sio n o f c o n crete ex po sed fungos em pinturas de fachadas durante 22 meses
to atm o sp h ere con tainin g hidrogen sulphide. em São Paulo In: C o n g resso Internacional
J o u r n a l B iology E x p e rim en ta i M edicai de Tintas, 8, São Paulo. 2003. Anais. São Paulo,
Science, v.23. p .81-90, 1945. Abrafati, p.403-412, 2003(b).
R EIJU LA , K. Buildings with moisture problem. SHIRAKAWA, M.A.; JOHN, V.M.; GAYLARDE,
Scand. Journal of Work and Environmental C.C.; GAYLARDE. PM.; GAMBALE, W. Mould
H ealth, v.22, p . 1-3, 1996. and phototroph growth on mansory facades after
RIBAS SILVA. M. Étude de la microstructure du pain ting . M a terials and Stru ctu re, v.37.
b é to n sous 1’in flu en c e de v a ria tio n s (271), 2004.
hygrométriques importantes. Paris, 1990. Thése SH IRA K A W A, M .A .; GAYLARDE, C .C.;
d o c to ra t de L’É C O L E N A T IO N A LE DES GAYLARDE, P.M.; JOHN, V., GAMBALE, V.
PONTS ET CHAUSSÉSS. Paris. Fungi C olonization and succession on newly
RIBAS SILVA. M.; SILVA, E.F.; SHJRAKAWA. M. painted building. FEMS Microbiology Ecology,
Biodeterioration o f reinforced the concrete of v.39, n.2. 165-173, 2002.
the National Theatre of Brasília - A preliminary SHIRAKAWA. M.A.; JOHN, V.M.; CIN COTTO .
study. C em en to H orm igon . 867, p. 14-24, M.A.; GAMBALE W. Concrete biodeterioration
2004. associated to diesel fuel oil contamination and
ROBERTS, D.J.: NICA, D ; ZÜO, G.; DAVIS, J.L. selecting test a ttem pt for repairing material,
Q uantifying microbially induced deterioration In: In te r n a tio n a l R ilem W orkshop
o f c o n crete s: initial s tu d ie s. In tern atio n al M icrobial Im pact on B u ild in g M aterials,
B io d e te r io r a tio n & B io d e g r a d a tio n , v.49, 1. São Paulo, Julho 2000. Proceedings..., Rilem,
p .2 2 7 -2 34 , 2002. Cachan, 2000 (CD ROM],
Biodeterioração no ambiente construído 499
SHIRAKAWA. M A.: SELMO, S M.: CINCOTTO. SUNESSON, A. L.; NILSSON, C.A : ANDERSSON,
M A; G A Y LA R D E. C.C.; B RA ZO LIN , S.: B.: B LO M Q U IST, G. V olatile m e ta b o lite s
G A M B A L E , W. Susceptibility o f pho sph o- produced by two fungai species cultivated on
gypsym to fungai growth and the effect of various building materiais. Annals o f O ccupational
hiocides. International Biodeterioration and Hygiene. v.40. n.4, p .397-410. 1996.
Biodegradation, v.49 n.4. p.293-298, 2002. TOGERÒ, Â. L eaching of H azardous
SHIRAKAWA, M.A.; SATO, M.I.; SANCHES. PS.: S u b sta n c e s from C on crete C o n s titu e n ts
C IN C O T T O . M.A.: R Z Y SK L B.M. and Painted Wood Paneis. 2005 115p . Tese
Deterioração do concreto associada a ocorrência de d o u to ra d o (n° 2209) C h alm ers T e k n is k a
de T h io b a c illu s . In: LATORRE, W .C. & Hogskola, Gotenburgo.
GAYLARD, C.C. (Coords ). Biodeterioração:
Anais d o Io S im pó sio Latino A m e ric an o de
realizado em Campos do Jordão, 30 de Agosto,
02 de setembro, 1992. p.200-10.
SH IRA K A W A, M.A ; C IN C O T T O , M .A .;
MOHOVICK, J.: GAMBALE. W. Airborne fungi
iso la ted from m ortar fin ish e s u n d e rg o in g
b io d e te rio ra tio n - São Paulo. In: Latin
A m erica n B io d eg ra d atio n & B io d e t e
r io r a tio n S y m p o siu m , 3. P ro c e e d in g s...
Florianópolis, Universidade Federal de Santa
Catarina [CD ROM].
22
l'FMG/lnstituto de Ciências Biológicas - Depto. de Microhiologia, C.P 1621 - CEP: 31270-010 - Belo Horizonte, MG.
502 M icrobiologia Ambiental
1. In tro d u ç ã o
3. D e te rio ra ç ã o de m o n u m e n to s c o n s tru íd o s de p e d ra
5.1 Líquens
de ácidos. Esses organismos também produzem ácidos orgânicos, que podem quelar
metais e formar complexos solúveis na água. A água da chuva pode, dessa maneira,
causar erosão na pedra.
O crescimento maciço de líquens, como ocorre em países de clima tropical,
pode tomar escura a superfície de esculturas e monumentos de pedra e os nichos
formados podem levar ao ac, acúmulo de detritos carreados pelo vento, nutrientes e
água, favorecendo o estabelecimento de musgos e plantas nesses locais. A colonização
da pedra pelos líquens pode ser facilitada pela presença de fezes de pássaros, que
podem fornecer nutrientes extras.
5.2 Fotolitotróficos
São as algas e cianobactérias, que usam a luz do sol como fonte de energia
para o crescim ento e liberam oxigênio durante o processo fotossintético. O
requerimento de carbono é suprido pelo C 0 2 da atmosfera.
As algas podem ser constituídas de uma única célula ou apresentar estrutura
filamentosa. Elas podem, muitas vezes, ser encontradas na superfície de pedras, onde
existem luz e umidade e causar dano mecânico pela colonização e dilatação de rachaduras
na rocha. Também produzem ácidos, que podem dissolver o carbonato de cálcio. Além
do mais, esses organismos podem secretar outros produtos, tais como aminoácidos,
açúcares, antibióticos e outras substâncias estimuladoras do crescimento, que criam
condições de nutrição propícias ao crescimento de algumas bactérias quimiorganotróficas
específicas na superfície das pedras. Biodeterioração aestética ou produção de manchas
é provavelmente o mais importante tipo de dano causado pelas algas.
5.5 Fungos
TABELA 1. Lista de substâncias químicas utilizadas na formulação de biocidas (A llsopp & Seal,
1986).
1. C o m p o s to s metálicos
N aftenato e quinolinato de zinco e cob re
Dimetilditiocarbamato d e c o b r e e zinco
Ó xido de tributiltina, fluoreto, cloreto e naftenato
A cetato fenilmercúrico
1 0 ,1 0-Oxibisfenoxarsina
O rganobóricos
2. F en ólico s
Fenol e h o m ó lo g o s c o m o ortofenil, cresci e timol
Triclorofenol, pentaclorofenol, p aracloro-m etacresol, dicloro-dihidroxifenil metano
Á cido paraidroxibenzóico, laurato de pentaclorofenilParanitro fenol, salicilanilida
3. C o m p o s to s quaternários d e amônia
C loreto de diacildimetilamônio
C loreto de alquildimetilbenzilamônio
4. C o m p o s to s de nitrogênio
1 ,3,5-hexaidroxitriazina e derivados
Salicilato d e dodecilam ina
Oxazolidinaslm idazolinas
5. C o m p o s to s sulfiirados
Sulfeto d e bis (2 -h id r o x i-5 -clo r o fe n il)
Hexaclorodimetilsulfona
6. C o m p o s to s d e nitrogênio e enxofre
Dissulfeto de tetrametiltiourano
Tioftalimida d e N -triclorom etil e d erivados fluorados
Sulfato de hidroxiquinoleina
Isotiazolina
7. C o m p o s to s inorgânicos
S a is d e elem en tos m etálicos de c o bre, zinco, c o b r e /crom o, p o tá ssio e mercúrio.
ou até mesmo a cobertura da superfície da pedra com lâminas, tem que ser
realizada com muito cuidado. Os biocidas podem ser usados, a fim de aumentar a
durabilidade do agente protetor. Diferentes produtos têm sido sugeridos, como os
compostos quaternários de amônio, substâncias heterocíclicas e metalorganos.
Mas, infelizmente, a eficiência dessas substâncias não tem sido comprovada
em experimentos de laboratório. Devido à propriedade de adapta cão metabólica
e fisiológica dos microrganismos, assim como sua capacidade de integração
em eco ssistem as com plexos e sua h ab ilid ad e em se cob rir com cam adas
protetoras de biofilmes, os efeitos dos biocidas têm sido considerados de pouca
eficácia.
Na escolha de um microbiocida deve ser levada em conta sua eficácia contra
uma ampla gama de microrganismos específicos do material a ser protegido. Efeitos
colaterais, como mudança da cor do objeto a ser protegido, corrosão ou cristalização
interna, devem ser evitados. Além do mais, o biocida tem que ser ecologicamente
sólido. O uso de metais pesados, como cobre, por exemplo, pode ser combinado com
um composto orgânico, levando a um efeito sinergístico, com a vantagem de se usarem
menores quantidades dos mesmos. Na prática, para se restaurar e conservar um
monumento é necessário realizar o completo e cuidadoso diagnóstico da degradação
do objeto cultural, levando em conta as influências biogênicas, os fatores climáticos e
as condições de poluição atmosférica.
suspensão da pedra, depois de agitada em agitador durante 1 hora, é semeada nos meios
adequados de cultura para contagem e isolamento dos microrganismos. Os meios usados
com maior freqüência são os seguintes: de ágar Sabouraud e Czapek-Dox para fungos, de
BR (BUNT & ROVIRA, 1955) para bactérias quimiorganotróficas e de GNCd (KÜSTER
& WILLIAMS, 1964) para actinomicetos. As bactérias nitrificantes são quantificadas
pelo método do NMP (número mais provável) por g de pedra. As bactérias amônia-
oxidantes são isoladas em meio de BNM (KRÜMEL, 1978) enquanto as nitrito-oxidantes
em meio de BNB (BOCK & ENGEL, 1966). As algas e cianobactérias são quantificadas
também pelo método do NMP e isoladas no meio BG 11 (RIPKA et a i, 1979).
Bactéria
TTC Nitroso Algas
pH Proteina quimorga N itrobacter Fungos Actinomicetos
Amostra mg/kg/ monas N M P /g
O f 0 ) mg/mL notrófica NM P/g U FC /g UFC/g
pedra NM P/g X I 06
U FC /g
Co92/3 9,2 0,1 4,8 17000 7500 11500 170 0 ,137 3100
C o/92/9 9,2 1,6 176 72000 465000' 1500 170 0,575 4100
9 .1 Objetos do Estudo
R eferências
KOESTLER. R.J., CHAROLA, A.E., WYPYSKI. KRUM BEIN, W.E.; DYER. B.D. The planet is
M.: LEE, J.J. M icro b io lo g ic a lly in du ced alive. Weathering and biology, a multi-facetted
deterioration of dolomitic and calcitic stone as problem. In: D r e v e r J J . ; Reídel, D., ed .The
view ed by scan ning e lec tro m icroscopy. In: chemistry of weathering. Dordrecht: J.J Drever
IN T ER N A T IO N A L CONGRESS ON & D. Reídel, 1985. p. 143-160.
DETERIORATION AND CONSERVATION OF K R U M B E IN , W.E.; JEN S, K. B io gem c rock
ST O N E , 5, L a u san n e , 1985. P ro ceed in gs. v a rn ic h e s o f the N egev d e se rt (Isra e l) an
Lausanne, 1985, p.617-626. e co lo g ica l study o f iron and m ang anese
KOESTLER, R.J.. SANTORO, E.D.. DRUZIC, J., tra n s fo rm a tio n by c y a n o b a c te ria and fungi.
PREUSSER, F. KOEPP, L.; DERRICK, M. Status O ecologia, v.50, p .25-38, 1981
report: ongoing studies of the susceptibility to stone KRUMBEIN, W.E.; LANGE, C. Decay of plaster,
consolidants to m icrobiologically induced painting and wall material o f the interior of
deterioration. In; HOUGHTON, D.R; SMITH, RN; buildings via microbial activity. In: Krumbein,
EGGINS, H.O., ed.. Biodeterioration. London: W.E. ed. E n v ir o n m e n ta l b io g e o c h e m istr y
EIsevier Applied Science, 1988. p. 441-448. and g e o m ic r o b io lo g y : th e terrestrial
KRASILNIKOV, N.A. Role of microorganisms in environm ent. Michigan: Ann. A rbor Science
the w eathering o f rocks. M icrobiology, v. 18, PubL, 1978. p.687-697.
p .318-323, 1949 KRUMBEIN, W.E.; SCHONBORN-KRUM BEIN,
KRUMBEIN, W.E. Biotransfer in monuments - a C.E. Biogene Bauschaden-Anamnese, Diagnose
sociobiological study. Durability o f Building und T herap ie in B autenschu tz und
M aterials, v.5, p .359-382, 1988b. D enkm alpflege. Bautenschut/Bausanierung.
KRUMBEIN, W.E. Damage caused by cianobacteria v. 10, p . 14-23, 1987.
and fungi in p la sters and castin g c o v erin g K R Ü M M EL, A. D is se rta ç ã o de D outorado,
medieval frescos North German rural churches. Universidade de Hamburgo, 1978.
GP News Letter, v.4, p.27-29, 1983. K U R O C Z IN , BODE, K., P E T E R S E N , K.,
K R U M B E IN , W.E. D e n k m alp fleg e und K R U M B E IN , W.E. Som e ph ysio lo g ical
Konservierung in Einblicke. Forschung an der characteristics o f fungi isolated from sandstones.
U niversitãt Oldenburg, v.5, p .4-9, 1987. In: IN T E R N A T IO N A L C O N G R E S S ON
KR U M B EIN , W.E. M icrob ial in teractio n s w ith DETERIORATION ANO CONSERVATION OF
m ineral m a te ria is. In: H O U G H T O N , D .R., ST O N E , 6, Torun, 1988. S u p p lem en tary
SM IT H , RN. ; E g g in s, H .O .W. ed. Acts. Torun; Ed. N icolaus C opernicus Univ.
B io d eterio ra tio n . 7.ed. London: E Ise rv ie r 1988. p .21-25.
Applied Science, 1988a. p.78-100. KÜSTER, E.; WILLIAMS, S.T. Selection of media
KRUMBEIN, W.E. Role des mieroorganismes dans for isolation of streptomycetes. Nature, v.202,
Ia genese, diagense et Ia deterioration des raches p.92 8-929, 1964.
en place. Revue de E cologie et B iologie de KUTU ZO V A , R .S. P o ssib le w ays o f mineral
Sole, v.3, p.283-319, 1972. w e ath e rin g in a lk alin e soils. S o v ie t Soil
KRUM BEIN, W.E. Zur Frage der biologischen Science, 5, p. 11 1-116, 1973.
Verwitterung: Einflu der M ikroflora a u f die LEWIS, F.J.: MAY, E., BRAVERY. A.F. Metabolie
Bausteinverwitterung und ihre Abhagigkeit von activities o f bactéria isolated from building stone
edaphischen Faktoren. Zeitschrift für and their re la tio n s h ip to stone decay. In:
Allgemeine Mikrobiologie, 8, p. 107-117, 1968. H O U G HTO N , D R., SMITH. R.N. EGGINS,
KRUMBEIN, W.E. Zur Frage der Gesteinverwitterung W.O.W., ed. B io d e te rio ra tio n . ed. London:
(Über geochemiche und mikrobiologische Bereiche EIsevier Applied Science. 1988. p.107-112.
der exogenen Dynamik). Oldemburgo: LEZNICKA, S.. KUROCZKIN, KRUMBEIN, W.E..
Universidade de Oldemburgo, 1966. STRZELC2YK, A.B.:PETERSEN, K. Studies on
K R U M B E IN , W.E., PETERSEN, K ; the growth of selected fungai strains on limestones
SCHELLNHUBER, H.J. On the geomicrobiology impregnated with siliconeresins (Steinfestiger
of yellow, orange, red brown and black films and H and Elastosil E-41). International
crusters developing on several different types B iodeterioration, v.28, p.91-111. 1991.
o f stone and o b je cts o f art. In: IN T E R N A LINDLEY, N.D . PEDLEY. J.F., KAY, S P.:
TIO N A L S Y M PO SIU M TH E O X ALATE HEYDEMAN, M.T. The metabolism of yeasts
FILM S :origin and s ig n ific a n c e in the and filamentous fungi which degrade hydrocarbon
c o n se rv a tio n o f w orks o f art, M ilão. 1989. fuels. International B iodeterioration, v.22,
Proceedings, M ilão, 1989. p .337-347. p.281-287, 1986.
KRUMBEIN, W.E., URZI, C.E.; GEHRMANN, C. LOWRY, O.H . R O SE N B R O U G H , N .J., FARR,
On the biocorrosio n and b io d e te rio ra tio n o f A.L.;RANDALL. R.J. Protein mesurements with
antique and medieval glass. Geomicrobiology Folin phenol reagent. Journal o f Biological
Journal, v.9, p . 139-160, 1991. C hem istry, v .193, p .265-275. 1951.
fíiodeterioração de monumentos históricos 519
MARCHESINI, L; BONORA, R The use oil Silicon ROSSI-MANARESI, R; TUCCI. A. Pore strueture
r e s i n in t h e c o n s e r v a t i o n a n d p r o t e c t i o n o f and the disruptive or cementing effect o f sair
stone. In: LAZZARINI. L.: PIEPER, R,. Ed The c ry s ta lliz a tio n in v ariou s types o f stone.
d e te r io ra tio n and c o n serv a tio n o f sto n e. Studies in Conservation, v.36, p.53-58, 1991.
S tu d ie s and d o c u m en ts on the cu ltu ral SAIZ-GIMENEZ. C. Biodeterioration of stone in
h erita ge.Veneza: U n e s c o , 1987. p,317-328. histo rie b u ild in g s and m onum ents. In:
MASON-WILLIAMS. M.A The growth o f fungi in LLEWELLYN, G.C.: DASHEK, W.V.; OREAR.
caves in Great Britain. Studies in Speleology, C E., ed. Fourth M eetin g o f th e Pan
v. 1, p,96-99, 1965. A m erican B io d e te rio ra tio n Society.
MAY. E., LEWIS, F.J,, PEREIRA, S., TAYLER, S., New York: Plenum Press, 1991. 686p. p .587-
SEAWARD. M.R.D.; ALLSOPP, D. Microbial 604.
deterioration of building stone - a review. Bi ode - SAVORY, J.G. Breakdown of timber by Ascomycetes
t e r i o ra ti o n A b s t r a c t s , v.7, n.2, p. 109-123, 1993. and Fungi Im p erfecti. A n n a ís o f A pplied
MILLER. J.D.A; KING, R.A. Biodeterioration of Biology, v.41, p.336-347, 1954.
metais. In: GILBERT, R.J.: LOVELOCK, D,W. SAVULESCU, A.; IONITA, J. Contributions to the
M icrobial a sp e cts o f the d e te r io ra tio n o f study of the biodeterioration of the works of art
m a teria is. London: A cadem ic Press, 1975. and historie m onum ents. I. Species o f fungi
p .84-103. isolated from frescoes. Review Roumanne of
PALMER, R.J. Microbial communities involved in Biology and Botany, v. 16, p.201-206, 1971.
the w eathering o f three historie buildings in SC H A R T Z , A. Soil m ic ro o rg a n ism s and soil
northern Germany. In: SCIENCE, technology chelation. The pedogenic action o f lichens and
and european cultural heritage. Proceedings lichen acids. A g ricu ltu ra l and Food
o f the European Symposium, Bolonha, 1989, C hem istry, v.II, p . 112-118, 1963.
p .4 78-480. SC H A R TZ, A., SC H A R TZ, V; M AR TIN , J.J.
PARBERY, D.G. Iso la tio n te ch n iq u es and Chelation as a biochemical weathering factor.
identification of fungai biodeteriogens from soil. G e o lo g ic a l S o c ie ty o f A m erica B ulletin ,
In: W alters; A .H., ed. B io d eterio ra tio n v.68, p . 1792-1793.
in v e stig a tio n tec h n iq u e s. London: A pplied SILVERMAN, M.P.; MUNOZ, E.F. Fungai attack
Science, 1977. p. 123-148. on rock: s o lu b iliz a tio n and altered infrared
PETERSEN, K, KUROCZKIN, J„ STRZELCZYK, spectra. Science, v. 169, p.985-987, 1970.
A.B.: KRUMBEIN, W.E. Distribution and effects SILVERMAN, M.P. Biological and organic chemical
of fungi on and sandstones. In: Houghton, D.R., decomposition o f silicates. In: TRUDINGER,
SM IT H , R N.: E G G IN S , H.O.W , EDS. P. A.; SW AINE, D .J., ed Studies in
B io d e te rio ra tio n . 7. ed. London: E lse v ie r environmental Science. New York: Elservier,
Applied Science, 1988. p . 123-128. 1979. p .444-465.
POCHON, J.; JATON, C. The role o f microbial SILV ER M A N , M.P.; E H R LIC H , H.L M icrobial
ag en c ie s in the d e te rio ra tio n o f stone. form atio n and d e g ra d atio n o f m inerais.
Chem istry and Industry, v.9, p. 1 58 7-1589, A d v an ces in A pplied M icrob iolo gy , v.6,
1967. p . 152-206, 1964.
RESENDE, M.A, REZENDE, G.C.. VIANA, E.M., ST E V E N S O N , F.J. O rganic a cid s in soil. In:
BECKER, T.W.; W ARSCHEID. T Acid M c L a r e n , A.D.í PETERSON. G.H., ed. Soil
produetion o f fungi isolated from stones of B iochem istry 1. New York: M areei Dekker.
historical monuments o f State of Minas Gerais 1967. p . 1 19-146.
Brazil. In: LABS 2 -Second Latin American STOTZKY, G. T eehniques to study interaetions
Biodegradation and Biodeterioration Symposium, between microorganism s and day minerais in
Abstracts Book. Gramado. 1995. p.28. v ivo and in vitro. B ulletin s from rue
RESENDE, M.A: LEITE. C.A.: WARSCHEID, T: Ecological Research Committee, v. 17, p. 17-
B EC K ER . T.W.; K R U M B E IN , W.E. In: 28, 1973,
LATORRE, W.C.: G A Y LA R D E, C., ed. STRZELCZYC. A.B. Microbial Biodeterioration:
Microbiological investigations on quartzite and S tone. In: R O SE, A.H. , ed. E con om ic
soapstone o f historical m onum ents in M inas microbiology. London: Academie Press, 1981.
G erais, Brazil. A nais do First IABS: Latin p .61-80.
A m erican B io d e te rio ra tio n S y m p o siu m , STRZELCZYK, A.B. In flu en c e of antifungal
Campos do Jordão, 1992. p. 17-22. vapors on spore germination of fungi isolated
RIPPKA, R; DERULLES, J , WATRERBURY, J.B , from deterioted old books. Canadian Journal
H ER D M A N , M.: STAN1ER. R.Y. G eneric of M icrobiology, v.14, p.901-906, 1968.
assignment, strains histories and properties of UPSHER, E.J. Microbial attack on materiais. In:
pure c u ltu re s o f e y a n o b a c te ria Journal o f Proceedings o f Royal Australian Chemical
G eneral M icrobiology, v. 111. p. 1-61,1979, Institute, v.43, p . 173-176, 1976.
520 Microbiologia Am biental
René P. Schneid er
I . In tro d u ç ã o
2. M o n ito ra m e n to q u ím ic o de p o lu e n te s
poluentes de amostras ambientais concluiu que entre 70% a 90% desta variabilidade
deve-se à heterogeneidade natural da distribuição dos poluentes nas amostras, e
somente de 10% a 30% a efeitos de análise (am ostragem , armazenamento,
processamento e análise dos poluentes) (HOMSHER, 1999). Este painel concluiu
que a melhoria da qualidade da definição da distribuição de poluentes, em uma área
contaminada, depende muito mais de metodologias que permitam uma melhor
descrição da variabilidade natural da distribuição dos poluentes do que do
aperfeiçoamento das análises laboratoriais.
4. O Processo d in â m ic o de c a ra c te riz a ç ã o de u m a á re a
c o n ta m in a d a
I
Métodos-padrão de análise Custo baixo
> Custo elevado Muitas análises
> Poucas análises Resultados disponíveis em
> Resultados disponíveis tempo real
após 14 a 30 dias da coleta
de amostras => Delim itação da pluma
Pequena quantidade de Interpolaçào d os dados
amostras análise obtidos com m étodos de
análise laboratorial
=> Representai!\ idade?
_ J ________
I
> Qualidade analítica
> Qualidade analítica inadequada para a tomada
adequada para a tomada de d e d ecisões em alguns
decisões. m étodos.
> Número de amostras muito > Número d e amostras
limitado para tomada de adequada para a tomada de
d ecisões d ecisões.
Re p r e s e n t a u v i d a d e ?
i
D efinição da rcpresentatividade
<--------------------------------
com apoio d os dados d e screening
FIG URA 4. Caracterização da distribuição de contam i-
nanates em áreas contaminadas: comparação do método
_ J _____ convencional com método baseado em tecnologias de
Tomada de d ecisões
c a m p o de análise q u í m i c a ( m o d i f i c a d o a p a r t i r de
RO BB AT, 1997).
S»m
FIGURA 5. Fluxograma de pro
cesso dinâmico de caracteriza
çã o de uma área com so lo s
contaminados (ROBBAT. 1997).
5 34 Microbiologia Ambiental
• •
• •
■ •
dados semi-quantitativos ou ■ campo • dados quantitatvos.
■ •
• dados quantitativos ■
quantitativos. ■ •
■ ■
■ ■
■ ■
• ■
20 amostras.
não
Comprovação da ausência de
contaminação nas bordas dai Confirmação dos dados da
plumas: análise quantitativa de
campo por análise
A nálise quantitativa de campo laboratorial:
de 4 pontos em 2
profundidades ao longo do 4 amostras.
perím etro da pluma.
Delineamento da zona de
contaminação:
8 amostras
Focar as análises som ente nos
compostos detectados na
etapa I.
FIGURA 6. Hierarquia
A plicar m étodos
geoestatisticos para dos métodos de aná
determinar locais dc Definição da distribuição dos
amostragem e adaptar
lise e m p r e g a d o s no
contaminantes no interior da Confirmação dos dados da
estratégia de amostragem aos pluma análise quantitativa de processo dinâmico de
resultados obtidos. campo por análise
Análise quantitativa de campo laboratorial
caracterização de áreas
Determinar distribuição d e 4 pontos em 4
vertical e horizontal dos
contaminadas (m odi
profundidades no in ten o r da 4 amostras.
contam inantes nos focos pluma. ficado de ROBBAT,
identificados.
1997).
M onitoramento químico de áreas contaminadas: tecnologias de campo 535
5. Tecnologias de análise d e p o lu e n te s e m c a m p o
5.1 Imunoensaios
am ostra
reagente
VV VVv
I
J FIGURA 7. Teste ELISA. Anticorpos específicos
para o poluente são misturados com uma alíquota
de amostra e uma quantidade pré-determinada
de reagente que contém a molécula do poluente
B acoplada a uma enzim a, a) As moléculas do
p o lu e n te na am ostra e o p o lu e n t e a c oplado
competem pelos sítios de ligação dos anticorpos
(b). Após a reação, o líquido é substituído por
* uma so luçao-tam pão que contém o substrato
substrato produto para a enzima (c). A reação enzimática produz
detectável por
colorimetria ou um p r o d u t o d e t e c t á v e l p o r c o l o r i m e t r i a ou
fluorescência f l u o r e s c ê n c i a . A c o l o r a ç ã o da a m o s tra é
proporcional à quantidade de poluente.
M onitoramento químico de áreas contam inadas: tecnologias de campo 537
TABELA 2. Limites de detecção de kits de imunoensaio para diferentes compostos nas matrizes água
e solo.
Limite de detecção
C omposto
Água Solo
TPH 0,1 a 0,5 ppm 2 a 150 ppm
BTEX 10 a 500 ppb 1 a 5 ppm
PAHs l a 500 ppb 0,2 a 25 ppm
Pesticidas 50 ppt a 10 ppb 1 a 100 ppb
PCBs < 1 ppb 0,1 a 1 ppm
PCP 0,1 a 5 ppb 0,1 a 0,5 ppm
Explosivos 0,5 a 5 ppb 0,2 a 1 ppm
53 8 M icrobiologia A mbiental
Kits com colinesterase são testes de screening muito difundidos para análise
de pesticidas do grupo dos organofosforados e carbamatos em amostras de água
(J1N et a l., 2004). O sistema de detecção destes kits é semelhante ao de imunoensaios,
só que ao invés de quantificar a produção de produto cromogênico na reação
enzimática, mede-se a redução da produção deste produto pela presença de analitos
de interesse, pesticidas do grupo dos organofosforados ou carbamatos. Os testes são
semi quantitativos e não permitem diferenciar os pesticidas entre si. A resposta também
varia para pesticidas diferentes. O custo dos kits é semelhante ao de imunoensaios.
inerte pelo interior de um tubo capilar revestido com uma resina denominada de fase
estacionária ou, alternativamente, uma coluna empacotada com resina. A separação
dos componentes da amostra se dá através da interação destes componentes com a
fase sólida ou com a resina de enchimento da coluna empacotada. Cinéticas diferentes
de adsorção e dessorção resultam na separação dos componentes, que são detectados
na saída do capilar ou da coluna empacotada através de detetores mais ou menos
específicos:
Fotoionização (PID - photoionization detector): consiste de uma célula de fluxo
compacta irradiada por uma lâmpada de UV que emite luz com energia entre 9,5 a
11,7 eV (10,2eV eqüivalem a radiação UV de 121 nm). A radiação UV ioniza a
molécula e o fluxo de moléculas ionizadas é detectado em um eletrodo. Este detetor
ioniza seletivamente compostos aromáticos e outros compostos orgânicos voláteis. A
molécula não é destruída neste detector.
Ionização por chama (FID - flame ionization detector): o fluxo de gás de arraste
é misturado com uma mistura de gás carburante que contém oxigênio e hidrogênio. A
molécula orgânica do analito é ionizada na etapa inicial da queima (oxidação) e os
íons são detectados em um detector. Este detector é um detector genérico para
compostos orgânicos e as moléculas são destruídas no processo.
Captura de elétrons (ECD - electron capture detector): este detector contém
uma fonte de elétrons (radiação b) radioativa com posta de níquel 63, que fica
herméticamente encapsulado dentro de um cilindro de aço. Os elétrons emitidos formam
uma nuvem de elétrons no interior do detector. Estes elétrons são absorvidos com
eficiência por átomos eletronegativos (bromo, cloro, flúor, nitrogênio, e outros.). Um
detector de elétrons pulsado mede a redução da concentração dos elétrons no interior
da câmara de fluxo. Este detector é seletivo e muito sensível para a análise de
compostos orgânicos com átomos eletronegativos, principalmente cloro, bromo, e
nitrogênio.
Detector de condutividade eletrolítica (E L C D - electro litic con d u ctivity
detector): é específico para moléculas com halogênios, que são oxidadas pela mistura
do gás de arraste em contato com um gás de combustão, que contém oxigênio e
hidrogênio, em contato com um catalisador de níquel aquecido a 1000°C. Os haletos
da molécula orgânica são convertidos em HC1, que ioniza com facilidade e é detectado
no detector de condutividade eletrolítica. A molécula é destruída no processo.
Condutividade térmica (TCD - thermal conductivity detector): filamentos de
fios são aquecidos eletricamente até o ponto onde se tornam incandescentes. A
temperatura dos fios dependerá da condutividade térmica do gás em contato com os
fios. A modificação da condutividade térmica que ocorre quando moléculas do analito
são carreadas pelo detector causa um aumento da resistividade dos filamentos. Este
detector não é muito sensível e é usado principalmente para análise de oxigênio,
nitrogênio e outros gases, mas não detecta hidrocarbonetos.
Nitrogênio-fósforo (NPD - n itrogen-phosphorous detector): trata-se de um
detetor de FID modificado, com fluxo de hidrogênio reduzido e com uma esfera de
542 Microbiologia Ambiental
F lu o rescên cia de
raios X (X R F - X-ray
El ét r on ej et ado após
col i são c o m f ót on de tluorescence) é uma técnica
r ai o- X de análise elem entar em
l.ktron Já camada L §
pregada para a detecção
e quantificação de am os
tras de metais, principal
mente (MELQUÍADES &
APOLONI, 2004). O ins
trumento gera raios X (fótons
acelerad o s o riu n d o s do
decaimento de substância
rad io ativ a) com en erg ia
maior do que a energia de
ligação dos elétrons da ca
mada interna dos elementos
a serem analisados. Os raios
X colidem com elétrons das
cam ad as internas dos
átom os e, com o c o n s e
q ü ên cia da ad so rção de
, energia, estes elétrons são
FIG U R A 12. R ep resen tação esq u em ática da em issão de . ^
u a a v n c / 'v a ♦ ejetados do atomo. O espaço
raios-X no metodo de XRF de analise de metais. J . y . r 3
vazio e im ediatam ente
ocupado por um elétron da
camada de valência. Como o nível energético deste elétron é superior ao do elétron
da camada interna que ele vai substituir, ocorre a emissão de fótons de raios X, que
são analisados no detector (Figura 12).
O equipamento pode analisar simultaneamente a concentração de vários
. metais diferentes, pois cada metal emitirá raios X com nível de energia (comprimento
de onda) diferente. X RF pode ser utilizado diretamente para analisar metais
em amostras de sólidos (solos, pó). No caso da análise de amostras de água,
é nessário co n c e n tra r os co ló id es com metais na superfície de liltros para
posterior análise por XRD. Em virtude da variabilidade do nível de energia dos
raios X emitidos de diferentes elementos, unidades portáteis são equipadas com
diferentes fontes de raios X, cada uma adequada para a detecção de um grupo
limitado de elementos:
Fe-55: enxofre, potássio, cromo, titânio e cálcio;
C d-109: vanádio, cromo, manganês, ferro, cobalto, níquel, cobre, zinco, arsênico, selênio,
estrôncio, zircônio, molibdênio, mercúrio, chumbo, rubídioe urânio;
Am-241: cádmio, estanho, antimônio, bário e prata.
M onitoramento químico de áreas contam inadas: tecnologias de campo 545
6. Im p le m e n ta ç ã o e m c a m p o
E n saio s en z im á tic o s x x x x ba i xo
S en so re s d e fibra o c a x x x x x mé di o
C ro m a to g rafia g a s o s a x x x x x x x e l e va do
R eferências
BARBER. T.E.; FISHER, W.G; WACHTER. E.A. MELQUIADES, F.L.; APPOLON1 C.R. Application
On-line monitoring o f aromatic hydrocarbons o f XRF and field portable XRF for
using a near-ultraviolet fiber-optic absorption environmental analysis. Jour nal of
sensor. Environmental Science an d R a d io a n a ly t ic a l and Nuc le ar C hem is try
Technology, v.29, p. 1 57 6- 1580, 1995. v.262, p.53*3-541, 2004.
BARNARD. S.M; WALT, D.R. Fiber-optic organic MOORE, E.L.; DE PAULA. R.P. Optical fibers
vapor sensor. E n v i r o n m e n t a l S c i e n c e and and in t eg r a te d o p t ic s . Em S e n s or s - A
Technology, v.25, p. 1301-1304. 1991. Comprehensive Survey, v. 1 (W. GÕPEL. J.
BROWNE, C.A.; TARRANT. D.H., OLTENAU, HESSE E J. N. ZEMEL. eds ), pp. 217-245, VCH.
M.S . MULLENS, J.W ; CHRONISTER, E.L Weinheim. Alemanha, (1989).
Intrinsic sol-gel clad fiber-optic sensors with ROBBAT. A. A gu id e l in e for dyn amic
time-resolved detection. Analytical w or kpl an s and field analytics: the keys to
C he mi st ry . v.68, p.2 2 8 9 - 2 2 9 5 . 1996. c o s t - e f f e c t iv e site c h a r a c t e r iz a ti o n and
CRUMBLING, D.M.; GRIFFITH. J; POWELL. D. c lea nu p. Report. 28pp. http://clu_in.org/
P. Improving decision quality: making the case download/char/dynwkpln.pdf. (1997).
for adopting next generation site caracterization ROY, S.; FOUILLAC. A.M. Unceratinties related
practices. Remediation, v. 13, p.91-111, 2003. to sampling and their impact on the chemical
GRATE, J W ; A B R A H A M , M.H. Solubility analysis o f groundwater. Trends in Analytical
interactions and the design o f ch em ic al ly Chemistry. v.23, p. 185-193, 2004.
selective sorbent coatings for chemical sensors SCHADE, W.; BUBLITZ. J. On-site laser probe for
and arrays. S e n s o r s a n d A c t u a t o r s B. v .3. the detection o f petroleum products in water
p .85-1 1 1. 1991. and soil. E n v ir o n m e n t a l Sc ie nc e and
GRATE, J.W.; PATRASH. S.J.; ABRAHAM. M.H.; Technology, v .30. p. 1451-1458. 1996.
DU, C.M. Selective vapor sorption by polymers SEITZ. W R. Chemical sensors based on immobilised
and cavitants on acoustic w ave sensors: is indicators and fiber optics. C R C Criticai
this molecular recognition') A n a l y t i c a l R ev iew s in Analy ti cal C h e m is tr y . v. 19,
C he mi st ry . v.68, p.9 1 3 - 9 1 7 , 1996. p. 135-173, 1988.
HOMSHER, M.T.; HAEBERER. F.; MARSDEN, P.J.; SPOKES. G.N.; BRADLEY, J. Performance testing
MITCHUM. R.K.; NEPTUNE. D.; WARREN, J. of selected test kits for analysis of water samples.
Perfiormance-based criteria for field analysis. a ASTM Special Technical Pu hlication.
panei discussion. Environmental Lab Oct/Nov. v.l 102, p . 184-200, 1991.
1999. VAN EMON. J M ; GERLACH, C.L. A Status report
JENKINS, T.F.; GRANT. C.L.; BR AR, GS.; THORNE, in field-portable immunoassay. Environmental
P.G.; RANNEY, T.A.; SCHUMACHER, PW. Scie nce and T ech no log y, v.29. p.312-317.
Assessment of sampling error associated with 1995.
collection and ana lys is of soil s a m p le s at WH1TE. J.; KAUER. J.S.: DICKINSON. T A.;
e x p lo s iv e s -c o n t a m in a t e d sites. 1996. 38p. WALT. D.R. Rapid analyte recognition in a
Relatório. US Army Corps o f Engineers Cold device based on optical sensors and the olfactory
Regions Research & Engineering Laboratory system Analytical Chemistry, v.68, p.2191-
Special Report 96-15. 2202, 1996.
JIN. S Y ; XU, Z.C.; CHEN, J.P.; LIANG, X.M.;
WU. Y.N., QI AN. X.H. Determination o f
organophosphate and carbamate pesticides based
on e nz ym e inhibition using a p H- sen si tiv e
fluorescence probe, Ana lytica Chim ica Acta,
v.523, p. 117-123, 2004.
24
S c ih ii
PS
Fulu
I. In tro d u ç ã o
2. P e tró le o e d e riva d o s
HIDOOCAABOMETOS
variou dentro das seguintes faixas: 40
ALIMT1COS
a 80% de hidrocarbonetos alifáticos;
_ J ___ 15 a 40% de h id ro ca rb o n e to s
C IC L O A L C A N O A
ISO A LC A N OS
aromáticos; 0 a 20% de resinas e
asfalten o s (T IS S O T & W ELTE,
1978).
Estudos com 60 petróleos
n-ALCAHOS diferentes, avaliaram a variação da
composição dos 16 hidrocarbonetos
ntflcne Melclèco
p o licíclico s arom áticos (HPA)
prioritários da EPA. As concentra
n â a - H IO f iO C A f iB O N É T O l
3. B io d e g ra d a ç ã o d e p e tr ó le o e d e riva d o s
N ° de ca rb ono s
Composto Massa P o n t o de P o n t o de Solubilidade
(anéis de
n-alcanos molar Fusão (°C ) Ebul ição ( ° C ) (mg/L)
benze no)
N-Alcanos
etano 2 3 0 ,1 -172,0 -88,6 63,7
n-hexano 6 86,2 -94,3 68,7 12,3
n- d e ca n o 10 128,3 -31,0 174,0 0,05
n - he xa de ca n o 16 226,4 19,0 287,0 5 ,2 x 1 0 - 5
n- e ic o s a n o 20 2 82,6 36,7 343,0 3,1 x 1 0 - 7
n- h e x a c o sa n o 26 366,7 56,4 412,2 1,3 x 1 0 - 1 0
lso-Alcanos
2-metilpentano 6 86,2 154,0 60,3 13,8
2 , 2 , 4 - trimetilpentano 8 114,2 107,2 127,0 2,4
4-metiloctano 9 128,3 - 142,0 0,12
Alcen os
1- h e x e n o 6 84,2 - 139,8 63,5 50,0
t ra ns -2- hep ten o 7 98,2 -109,5 98,0 15,0
1 -o c te n o 8 112,2 -121,0 121,0 2,7
Monoaro mátic os
benzeno (D 78 ,1 1 5 ,5 80 ,1 1791,0
tolueno (D 92,13 -95,0 110,6 534,8
o-xileno (D 106,16 -25,0 144,4 175,0
etilbenzeno (D 106,16 -94,9 136,2 152,0
Poliaromáticos
na ft ale no (2 ) 128,16 80,0 218,0 31,7
antraceno (3) 178,22 217,0 354,0 0 ,0 4 5 1
fenantreno (4 ) 178,22 101,0 340,0 M
pire no (5) 202,4 150 > 360 0,132
554 M icrohiologia Ambiental
3.6 pH
4. E stra té gia s de tr a ta m e n to d e so lo c o n ta m in a d o
Porcentagem de carbono de
Fração
ó l e o d i e s e l na fração
Hidrocarbonetos de petróleo totais extraíveis 8
Volatilizado 4
C onvertido e m C 0 2 59
N ã o quantificado (sorvido na matriz do s o l o ) 24
Biomassa microbiana 4
558 M icrobiologia Am biental
5. B io rre m e d ia ç ã o
Tecnologia N ú m e r o d e sítios %
Solidificação/Estabilização 137 18 ,5
Incineração (off-site) 94 12,7
D e s s o r ç ã o Térmica 61 8,3
Biorremediação 49 6,6
Incineração (o n -s it e ) 42 5,7
Tratamento Químico 10 1,4
Neutralização 7 0,9
Lavagem d e So lo 6 0,8
A e r a ç ã o M ec âni c a do Solo 5 0,7
Extração d o Vapor do So lo 5 0,7
Extração por Solvente 4 0,5
Q u e im a /D e to n a ç ã o a C é u Aberto 2 0,3
Vitrificação 2 0,3
S e p a r a ç ã o Física 1 0,1
EX SITU TOTAL 425 57,5
Extração d o Vapor d o S o lo 196 26,5
Solidificação/Estabilização In Situ 46 6,2
Biorremediação In Situ 35 4 ,7
Inundação de S o lo In Situ 16 2 ,2
R ecu peração Térmica Melhorada 6 0,8
Tratamento Químico 5 0,7
Fitorremediação 5 0,7
Extração d e Duas Fa se s 3 0,4
S e p a r a ç ã o Elétrica 1 0,1
Vitrificação 1 0,1
IN SITU TO TAL 314 42,5
TOTAL 739 100,0
5.1 Landfarming
O Landfarming é um sistema
de tratamento ex situ que consiste de
uma célula, geralmente impermeabi
lizada, para evitar a percolação dos
lixiviados, no qual o solo contaminando
é disposto e homogeneizado periodi
camente por meio de aragem (Figura
4)-
No landfarming, assim como
em outros processos biológicos, os
c o n stitu in te s o rg ân ico s do solo
contaminado são degradados, transfor
mados ou imobilizados pelos micror
ganismos nativos. Diversos fatores
podem ser controlados para melhorar
a taxa de degradação do contaminante, dentre os quais a umidade (geralmente por
irrigação), a aeração (por aragem do solo, com uma freqüência pré-determinada), os
nutrientes e o pH. A eficiência de biodegradação é função também do tipo e
concentração do contaminante, propriedades do solo, temperatura, volatilização, e
vários outros (U.S. Army Environmental Center, 2002).
Este processo tem sido usado com sucesso há mais de 25 anos pela indústria
de petróleo no tratamento de solos contaminados por hidrocarbonetos de petróleo
(R IS E R -R O B E R T S , 1998). A biorrem ediação não degrada con tam inantes
inorgânicos, no entanto, pode ser utilizada para alterar o estado de valência dos
compostos inorgânicos e provocar a sorção, a imobilização em partículas do solo, a
precipitação, o acúmulo e a concentração dos compostos inorgânicos em micro e
macrorganismos.
Os fatores que podem limitar a aplicabilidade ou eficiência do processo de
landfarming incluem: necessidade de grandes espaços; dificuldade de controle da
umidade do solo em função das chuvas nos sistemas sem cobertura, interferindo no
tempo de tratamento; volatilização dos contaminantes para a atmosfera e geração de
poeira, principalmente durante a aragem e outras operações de manejo.
Os custos de instalação, operação e m anutenção de um sistem a de
landfarming para remediar solos contaminados por hidrocarbonetos de petróleo são
relativamente baixos comparados com outras tecnologias de tratamento (US$ 30 a
60/ton). O tempo de tratamento pode ser de 6 meses a 2 anos, dependendo do
contaminante (U.S. Army Environmental Center, 2002).
Biorremediação de solos contaminados por petróleo e derivados 561
5.3 Biopilha
5.4 Compostagem
5.5 Biorreator
A principal vantagem deste processo é permitir que o solo seja tratado in situ
sem que seja escavado e transportado, evitando maiores alterações no local de
contaminação. Contudo, é uma tecnologia que requer um longo de tempo de tratamento,
podem levar até alguns anos.
As técnicas de biorremediação têm tido sucesso no tratamento de solos
contaminados com hidrocarbonetos de petróleo, inclusive com os hidrocarbonetos
monoaromáticos (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos - BTEX), especialmente
em locais com baixo nível de contaminação.
Os fatores que podem limitar a aplicabilidade ou eficiência do processo
são: aumento da mobilidade do contaminante, tornando necessário o tratamento
da água subterrânea subjacente; colonização preferencial de m icrorganism os,
causando obstrução dos poços de injeção de água e nutrientes; e existência
de fluxos preferenciais no solo, diminuindo o contato entre os fluidos injetados
e os c o n ta m in a n te s . E sta te c n o lo g ia não d e v e s e r u tiliz a d a em so lo s
h e tero g ên eo s, arg ilo so s ou m uito e s tr a tif ic a d o , d e v id o às lim ita ç õ e s na
transferência do 0 2 (ou outro aceptor de elétrons). As condições climáticas, como
por ex em p lo , te m p eratu ra e ch u v as, a fe ta m a d e g ra d a ç ã o b io ló g ic a dos
contaminantes.
As diversas variantes da biorremediação melhorada de solo vêm sendo usadas
há mais de dez anos nos EUA, Canadá, Holanda e Alemanha, entre outros. Nestes
países existem mais de 150 empresas de engenharia e consultoria que projetam e
aplicam esta técnica em escala industrial (U.S. Army Environmental Center, 2002).
No Brasil poucos registros do emprego desta técnica em campo são encontrados.
Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneam ento Ambiental de São Paulo
(CETESB), existem atualmente 10 sítios aplicando técnicas de biorremediação, porém
sem especificar o tipo de sistema empregado (CETESB, 2005).
Os custos de tratamento variam de US$ 30 a 100/m3 de solo. As principais
variáveis que afetam o custo são o tipo do contam inante, a profundidade da
contaminação, além do possível uso da bioaumentação (U.S. Army Environmental
Center, 2002).
R eferências
ALEXANDER. M. How Toxic are Toxic Chemicals CHA1NEAU. C.H.: YEPREMIAN, C.; VIDALIE.
in Soil ? Environmental S c i e n c e and J.F.; D U CR EA U X. J.: BALLER1NI. D
Technology, v. 29. p. 2 7 1 3 -2 717, 1995. Bioremediation o f a Crude Oil-Poiluted Soil:
AM ERICAN PETROLEUM INST1TUTE. Biodegradation. Leaching and Toxicity
Petroleum Industry Environmental Assessments. Water, Air and Soil Pollution.
P e r f o r m a n c e - S i x t h A n n u a l R e p o r t No: v. 144, p . 4 19-440, 2003.
NI 0 05 0. 1998. CHIANG. C.Y.; SALANITRO. J.P.: CHAL E.Y.;
ATLAS, R.M. Biodegradation o f Hydrocarbons in COLTHART, J.D.; KLEIN. C.L. Aerobic
the Environment. B as ic L i f e S c i e n c e , v.45. Biodegra-dation o f Benzene. Toluene, and
p.2 1 1 - 2 2 , 1988. Xylene in a Sandy Aquifer: Data Analysis and
BARKER. J .F : PATRICK, G.C.; MAJOR. D. Natural Computer Modeling. Ground Water. v.27, n.6.
Attenuation o f Aromatic Hydrocarbons in a p.82 3-8 34, 1989.
Sha llo w Sand Aquifer. G r o u n d Water CONNELL D.W.: MILLER. G J Chemistry and
M on ito ri ng Re vie w. v.7. n . l , p.64-71, 1987 Ecotoxicology of Pollution. Wiley, New York.
BARTHA. R., ATLAS, R.M. “Transport and 1984.
Transformation o f Petroleum in B io lo g ic a l CORSAN. http://www.corsan.com.br/sitel/sitel_
Processes”. In: D.F. BOESCH. N.N. RABALAIS. sicecors, 2005.
(Ed.) In: Long-Term E nv ir o n m e n t a l Effects DAV1S, K.L.: REED, G.D.: WALTER. L.A
o f O f f s h o r e Oil and G a s D e v e l o p m e n t . Comparative Cost for Petroleum Remediation
1987, p .2 8 7 - 3 4 1 , London, E lse vie r Applied Technologies. In: Applied Bioremediation of
Science. Petroleum Hydrocarbon. Edited by Hinchee
B É R A U D , J.F. In troduction. In: H a n d b o o k o f et al. (eds.), Battelle Press. 1995, Columbus,
Diagnostic Proced ures for Petroleum - Ohio.
C o n t a m i n a t e d S it es , p 1, L ec om te , P., DEUEL, L.E.JR.: HOLL1DAY, G.H. Soil
Mariotti. C. (eds.). John Wiley & Sons, 1997, Remediation for the Petroleum Extraction
Chichester. Inglaterra. Industry PennWell, 1997. Tulsa, EUA.
BENETTI, L B A v a l i a ç ã o d o P o t e n c i a l de DIBBLE, J.T.: BARTHA. R. Effect of
A t e n u a ç ã o N a t u r a l de H i d r o c a r b o n e t o s Environmental Parameters on the
M o n o a r o m á t i c o s de P e t r ó l e o em P r e s e n ç a Biodegradation o f Oil Sludge, Appl. Environ.
de Etano l. 1999. Disse r ta çã o de mestrado, Microbiol,. v.37. p.729-739. 1979.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia DOD ENVIRONMENTAL TECHNOLOGY
Ambiental, Departamento de Engenharia TRANSFER COMMITTEE R e m ed ia ti o n
Sanitária e Ambientai/UFSC. T ech no log ie s S c r e e n in g Matri x and
BLUEPOINT. ht tp :/ /w ww .b lu ep o in ta mb ien ta I. R eference Guide. 4 ed.. 2002, SFIM-AEC-
com.br/empresa.html, 2005. ET-CR-97053.
BOLLAG, J.M. De co n ta m in at in g Soil with D R AGU N, J. Microbial Degradation of
Enzymes. Environm ental Science and Petroleum Products in Soil. In: Calabrese,
Technology, v.26, p. 1 8 7 6 - 1881, 1992. E.J.. Kostecki, P.T. (eds), So il s Conta -
BOSSERT, L: BARTHA. R. The Fate of Petroleum minated by Pe tr ol e um Pr odu ct s:
in Soil E c o s y s te m s ” . In: Atlas. R. M. (ed.), Environmental and Public Health Effects.
Petroleum M icrobiology p 434-476, New 1988, p.28 9-3 00, New York. John Wiley &
York, Macmillan Publ. Co.. 1984 Sons. Inc.
C A S A R IN I . D.C.P. P r o p o s t a d e V a lo r es de EASTCOTT, L.: SHIU, W.Y.; MACKAY,
Referencia de Q ualidade e Intervenção D. Environmentally Relevant Physical-
para Solos e Á gu a S u b te r r â n e a s no Estad o Chemical Properties of Hydrocarbons: A Review
de São Paulo. In: II Seminário Internacional of Data and Development o f Simple
Sobre Qualidade de Solos Águas Subterrâneas: Correlations. Oil Chem. Pollut. v.4. p . 19 1-
Proposta de Valores Orientadores para o Estado 216, 1988.
de São Paulo, 2000, São Paulo. ETK1N. D.S. Historical Overview o f Oil Spills
CETESB R e l a t ó r i o d e E s t a b e l e c i m e n t o de From ali Sources (1960-1998). In:
V al or es O r i e n t a d o r e s p a r a S o l o s e Á g ua s International Oil Spill Conference. 1999.
S u b t e r r â n e a s no E s t a d o de S ã o P a u lo FUSEY, P.: OUDOT, J. Relative Influence
Companhia de T ec n o l o g ia de San eamento of Physical Removal and Biodegradation in
Ambiental - CETESB, 2001, São Paulo. the Depuration o f Petroleum Contaminated
CETESB. h t tp :/ /w w w .c e te s b .s p . g o v . b r /S o lo / Seashore Sediments. M ar in e Pol lutant
areas_contaminadas/relacao_areas.asp, 2005. Bulletin. v . 15. p . 136-141, 1984.
Biorremediaçâo de solos contaminados por petróleo e derivados 569
HOLMAN. H.Y.: TSANG. Y.W. Effects of Soil MAGAW. R.I.: MCMILLEN. S.J.; GALA, W.R.:
Moisture on Biodegradation o f Petroleum TREFRY. J.H.; TROCINE, R.P A Risk
H yd r oc ar b ons . In: In Situ Aeration: Evaluation o f Metals in Crude Oils. In: S P E /
Air Sparging. Bioventing, and Related EPA Exploration and Production
Remediation Processes (Pat. In Situ On-Site E n v i r o n m e n t a l C o n f e r e n c e . 1999, Austin,
Bioremediation. Int. Symp.. San Diego. USA, USA, February 28- March 3.
April 24-27 I 19951, p.323-332. Hinchee, R.E.. M A C D O N A L D , J.A. Natural Attenuation for
Miller, R.N., Johnson, P.C. (eds), Battelle Press, Groundwater Cleanup. Environ. Sei. Technol.,
1995, Columbus, Ohio. v.34. n. 15, p.3 4 6 - 3 5 3 A, 2000.
HOWARD, PH- Handbook of Environmental Fate NAMKOONG, W.; HWANG. E.Y.; PARK. J.S.;
and Exposure Data for Organic Chemicals - CHOI, J.Y. Biorem edi ation o f D iesel-
Vol. I and II. Chelsea, Lewis Publishers, Inc., 1990. Contaminated Soil with Composting.
HUESEMANN. M.H. Guidelines for Land-Treating E n v i r o n m e n t a l P o l l u t i o n . v. I I 9, p .2 3 - 3 1 ,
Petroleum Hydrocarbon-Contaminated Soils. 2002 .
Q uelantes sintéticos
F I G U R A 1. Q u e l a n t e s s i n t é t i c o s u s a d o s p a ra a u m e n t a r a s o l u b i l i d a d e m a x i m i z a r a
biodisponibilidade dos metais no solo.
Fitorremediação de metais 575
4. R esistência e to le râ n c ia aos m e ta is
R e sp os ta s ao e s t r e s s e metálico
Aclimatiaçào Ad ap ta çã o
Resistência Tolerância
D e pe nd e de características não herdadas, que D e p e n d e d e c a r a c te r ís tic a s que evoluíram
p o d e m empregar mec anismos semelhantes ou a t r a v é s da s e l e ç ã o natural d e i n d i v í d u o s e m
d i f e r e n t e s d a q u e l e s q u e c o n t r i b u e m pa ra a resposta à e x p o s iç ã o a co n c en tr a çõ e s de
hom eos tas e. Um indivíduo ou p op ul aç ão po d e metal no ambiente, ex ce s si vam en te altas. O s
resistir e continuar a funcionar perfeitamente genesresponsáveisporestascaracterísticas
b e m , q u a n d o e x p o s t o a o e s t r e s s e , s e m que p o d e m ser p a s s a d o s para as g e r a ç õ e s
haja a l t e r a ç ã o no s e u c o n t e ú d o g e n é t i c o su b s e q ü e n te s . Tolerância é a c a p a c id a d e do
(plasticidade fenotípica). Estas características in d i v í d u o d e m an te r a h o m e o s t a s e q u a n d o
p o d e m ser p e r d id a s , q u a n d o a c a u sa do submetido a determinadas condições
estresse for removida. ambientais e d e p e n d e do seu potencial
g e n é t ic o !_____________ ______________ ______
FIGURA 2. Definição dos termos empregados para explicar como os organismos sobrevivem
ao estresse metálico.
A TM OSFERA 5. Bases b io q u ím ica s
P r e c ip it a ç ã o d c f o r m a s m e t á l i c a s v o lá t e is
e fisiológicas da
h ip e ra c u m u la ç ã o
►O I MAS
Um dos aspectos da
T ra n s p ir a ç ã o V o la tiliz a ç ã o
fisio lo gia vegetal mais
( O T ra n s lo c a ç ã o a tra v é s d o to n o p la s to
p ro te ín a s ira n s p o n a d o ra s e s p e c ific a s ) explorados pela fitorrem e
A d so rç â o à p a re d e c e U •> t
diação é a capacidade das
A c u m u la ç ã o n o s v a c ú o io s
(c o m p le x a ç ã o c o m á c id o s o rg â n ic o s ) p lantas de ab so rv er os
C A I LK contaminantes da rizosfera e
T ra n s lo c a ç â o a tra v é s d o x ile m a d a s fo rm a s translocá-los para as folhas,
c o n ju g a d a s d e m e ta l c o m á c id o s o r g â n ic o s
o u p ro le in a s cuja biomassa pode ser então
colhida e posteriorm en te
processada (incinerada ou
R A ÍZ E S A c u m u la ç ã o n o s v a c ú o io s
( c o m p le x a ç ã o c o m á c id o s o r g â n ic o s )
usada para compostagem, por
A d s o r ç â o á p a r e d e c e lu la r exemplo). A identificação de
T r a n s lo c a ç â o a tr a v é s d o to n o p la s to
( p ro te ín a s tra n s p o r ta d o ra s e s p e c ific a s )
mais de 200 espécies
A b so rç ã o d o m e ta l terrestres capazes de tolerar
L ib e r a ç ã o d e e x u d a to s ric o s e m c o m p o s to s
o r f lâ n ic o t c o m p ro p r ie d a d e » q u e la n te s
e acu m u lar altas c o n c e n
R IZ O S F E R A trações de metais pesados nas
K s ta b iliz a ç ã o d o s m e ta is n o s o lo folhas indica que a fitorreme
( f o r m a ç ã o d e c o m p o s t o s in s o lú v e is ,
F lu x o d e io n s m e tá lic o s o c a s io n a d o p e lo g r a d ie n te
a d s o r ç ã o à s p a r tíc u la s d o s o lo ) d iação d ep en d e m uito do
h id rá u lic o p ro d u z id o p e la tra n s p i
d ifu s ã o im p u ls io n a d a p e lo g ra d ie n te d c
ra ç ã o o u p e la
potencial genético da planta.
c o n c e n tra ç ã o e n tre a s o lu ç ã o q u e e m b e b e o s o lo c
a s o l u ç ã o q u e e n v o l v e a s ra iz e s ,
A tiv id a d e m ic ro b ia n a
(a d s o rç ã o , c o m p le x a ç ã o ,
Além de acumular altos níveis
t r a n s f o r m a ç ã o , v o Ia l i 11z a ç ã o )
de m etais essen ciais, as
FIGURA 3. Processos envolvidos na fitorremediação de espécies hiperacumuladoras
metais. Os símbolos C, M, N e V referem-se às organelas podem absorver e acumular
cloroplasto, mitocôndria, núcleo e vacúolo respec elementos não essenciais em
tivamente. níveis 100 vezes maior que
f itorremediação de metais 577
aqueles normalmente encontrados nas plantas comuns, isto é, mais que 100 mg/kg de
Mn ou Cd, mais que 1000 mg/kg de Co, Cu, Cr ou Pb e mais que 10000 mg/kg de Ni
ou Zn (LASAT, 2000). As espécies hiperacumuladoras estão distribuídas em várias
famílias, entre as quais destacam-se aquelas citadas na Tabela I.
Os mecanismos sugeridos até o momento para explicar a hiperacumulação
de m etais estão re la cio n ad o s com os sistem as de tran sp o rte, com a
compartimentalização intracelular e com a captura dos metais na parede celular. A
capacidade de hiperacumular metais pode ser determinada em algumas espécies
pela velocidade de translocação do metal das raízes para as folhas. A existência
de tal mecanismo pode ser ilustrada pelo trabalho de Lasat e colaboradores (2000),
os quais compararam Thlaspi caerulescens e T. arvense. A primeira acumula
altas concentrações de Zn nas folhas (até 3% do peso seco), enquanto que a segunda
é uma espécie normal ou não hiperacumuladora. Os autores demonstraram que o
fluxo de Zn através da membrana plasmática das células das raízes é maior em T
caerulescens do que em T. arvense, assim como o fluxo através das células das
folhas e pelo xilema. As análises mostraram que o aumento da velocidade de
transporte de Zn em T. caerulescens é resultado do nível elevado da proteína
transportadora de Zn (ZN TI) nas raízes e folhas. Em T. arvense, o nível de ZNT.l
é muito menor e induzido pela deficiência de Zn. O sequenciamento de ZNTI mostrou
que esta proteína pertence a mesma família de transportadores IRT1 e ZIP
e n c o n tra d a em A r a b id o p s is th a lia n a , resp o n sáv el p ela p assagem dos
micronutrientes Fe e Zn, respectivamente.
No caso de T. goesingense, sua extraordinária capacidade para tolerar e
armazenar altas concentrações de Ni está relacionada com o transporte eficiente do
metal para dentro do vacúolo e a sua compartimentalização do mesmo nesta organela
na forma de complexos com ácidos orgânicos (KRAMER et a l 2000). Em
T. goesingense o transporte de Ni através do tonoplasto é facilitado pela ligação
com um quelante citoplasmático, a histidina, e o armazenamento no vacúolo resulta
da complexação com malato e citrato, promovida pelo pH ácido daquela organela.
Ao contrário, T. arvense possui uma capacidade limitada de acumular Ni no vacúolo,
de maneira que fique acumulado no citoplasma das células das raízes. O pH neutro
TABEL A 1. Exemplos de espécies naturais hiperacumuladoras de metal.
Elementos E sp éc ie s Famílias
Cu/Co Haumaniastrum robertii Lamiaceae
H. katangense Lamiaceae
Mn M acadam ia neurophylla P r ote ac eae
M aytenus bureaviana Cel ast rac eae
Ni Alyssum berlolonii Brassi cac ea e
Phyllom elia coronata Rub iaceae
Se A stragalus racem osus Fabaceae
Lecythis o liaria Lecyth idaceae
Zn/Cd/Pb Thlaspi caerulescens Brassi cac ea e
T. rotundifolium Brassi cac ea e
578 Microbiologia Am biental
M aior acúmulo d e C u
Arabidopsis lha liana m etalotioneína Pisum sativum Evans ei al., 1992
nas raízes
C a p a c id a d e de
ion mercúrio redutase Escherichia coli Bizily et al., 2 0 0 0
volatilizar Mg"
arsenato redutase e y-
E. coli M aio r acúm ulo d e As D hankner et al., 2002
glutamilcisteína sin teta se
ATP sulhirilase A. thaliana M aior acúm ulo de Se Pilon-Sm its et al., 1999
adenosina fosfosulfato
Ipomoea aqualica A. thaliana M aior tolerância ao C d S ak u lk o o et al., 2005
red u tase
M aior tolerância e
Lycopersicum ácid o 1-am inociclopropano -
Enterobacter cloacae acúmulo de C d , C o , G richko et al., 2000
esculentum 1-carboxilico de a mina se
C u , Mg, N i, Pb e Zn
M aior acúmulo de Pb
Nicotiana glauca fitoquelatina sintetase Triticum aestivum G isb ert et al., 2003
nas raízes e folhas
Nicotiana tabacum arse n ato redutase £ . coli M aior acúmulo de C d D hankner et al., 2003
Có rre go e aç ude C a e t é s
C d , Mn e Pb Ramalho et « / . , 2 0 0 0
(Paty Alferes. RJ)
Sistema Tieté-Pinheiros-represas
Billings, Pirapora, K a s g ã o e Barra Silva et a l ., 2 0 0 2
Bonita ( S ã o Paulo, S P )
Represa da Pampulha, (B e lo
Cu, Mn, F e , Zn Reitzler et al., 200 1
Horizonte, M G )
TA BELA 4. Espécies vegetais brasileiras investigadas para fins de fitoextração de metais do solo.
Por outro lado, as plantas possuem tolerância limitada aos metais tóxicos e
por isso somente espécies ou variedades selecionadas podem ser empregadas. O
tempo necessário para que se observe os efeitos positivos deste processo pode ser
longo comparado aos métodos convencionais e esse aspecto pode se constituir numa
desvantagem. Portanto, a seleção de espécies naturais ou a produção de variedades
melhoradas que apresentem elevada tolerância aos metais e características vantajosas
no que diz respeito a fitorremediação é fundamental para o bom desempenho desta
tecnologia. Tamanho grande, biomassa aérea volumosa e capacidade de translocar
os metais das raízes para as folhas são predicados particularmente desejáveis,
principalmente para a fitoextração. Dentro deste contexto, plantas que possuem essas
qualidades e que possam ser reaproveitadas são ideais, como por exemplo, na produção
de polpa de papel, na fabricação de móveis e utensílios, na fabricação de andaimes,
cercas e outras estruturas usadas na construção civil.
Como qualquer outro processo, a fitorrem ediação deve obedecer os
regulamentos ditados pela legislação, pois as conseqüências de qualquer tecnologia
nem sempre são absolutamente claras e os possíveis riscos a saúde do homem e dos
animais devem ser levados em consideração. Questões sobre o que acontecerá com
a biomassa vegetal depois que as plantas são colhidas, o que acontecerá com os
pássaros e outros animais que venham a se alimentar das plantas contaminadas, a
possibilidade de contaminação do pólen, entre outros, devem ser elucidadas e discutidas
previamente. A legislação é especialm ente rigorosa com relação às plantas
transgênicas e, por isso, sua produção e cultivo está restrito a determinados locais.
Em algumas situações, o emprego da fitorremediação não deve ser considerado
isoladamente, mas sim como parte de uma estratégia integrada envolvendo outras
metodologias ambientais. A eficiência da fitorremediação depende de um esforço
multidisciplinar compreendendo químicos, biólogos, agrônomos e engenheiros para
propor soluções que: (i) melhorem a biodisponibilidade dos metais no solo evitando ao
mesmo tempo a sua disseminação, (ii) otimizem a habilidade das plantas de absorver,
translocar e armazenar metais, (iii) promovam o crescimento das plantas adequadas
de acordo com suas necessidades, (iv) indiquem o destino da matéria vegetal após ter
cumprido seu papel restaurador.
Referências
ACCIOLY. A.M.A.; FURTINI N ETO . A.E.; ANDRADE, R.C.B.: PATCHINEELAM. S.R.
MUNIZ, J.A.; FAQUIN, V.; GUEDES. G.A.A. Especiação de metais-traço em sedimentos de
Pó de forno elétrico de siderurgia como fonte de florestas de manguezais com Avicennia e Rhizophora.
micronutrientes e de contaminantes para plantas Química Nova. v.23, p.733-736, 2000.
de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira. AVELAR. W.E.P.; M ANTELATTO, F.L.M.;
v.35, p. 1 48 3-1493, 2000. TOMAZELLI, A.C.; SILVA, D.M.L. The marine
ALAM, S.; KAMEI, S.; KAWAI, S. Phytosiderophore musse! Perna pem a (Mollusca, Bi vai via. Mytilidae)
release from manganese-induced iron deficiency as an indicator of contamination by heavy metais
in barley. Journal o f Plant N utrition, v.23, in the Ubatuba Bay, São Paulo, Brazil. Water,
p. 1193-1207, 2000. Air, and Soil Pollution. v. 118, p.65-72. 2000
ALMEIDA. M.S.S.; BORMA. L.S.; BARBOSA. B A N U E L O S . G.S.; AJWA, H.A.; TERRY. N.:
M.C. Land disposal of river and lagoon dredged ZAYED, A, Phytoremediation of selenium laden
sediments. E ngineering Geology. v.60, p.21 - soils: A new technology. Journal o f Soil and
20 , 2001 . Water Conservation. v.52, p.426-430, 1997.
Fitorremediação de metais 585
BATISTA NETO, SMITH, B.J.: FAN, T.W.M.: LANE. A.N.; PEDLE R. J.:
McALLISTER. J.J. Heavy metal concentrations CR O W LE Y , D A .: HIGASHI. R.M .
in su rface s ed im en ts in a n e a r shore Comprehensive analysis of organic ligands in
environmcnt, Jurujuba Sound, Southeast Brazil. whole root exudates using nuclear magnetic
E n viron m en ta l Pollution. v . 109. p. 1-9. re s on anc e and gas c h ro m a to g ra p h y -m a ss
2000 . spectroscopy. A n a lytical B io ch em istry ,
B1ZIL1, S P.: RUGH, C.L.; M E A G H E R . R . B . v.251, p .57-68, 1997."
Ph yt o d e to x if ic a ti o n of ha za rd ous FERREIRA, A.G.: MACHADO, A.L.S.; ZALMON,
o r g a n o m e rc u ri a ls by ge net ic a lly en g in ee re d I.R. Temporal and spatial variation on heavy
plants. N ature B io teeh n olo gy , v . 18. p .21 3- metal c o n c e n tr a ti o n s o f the vivalve P erna
217, 2000. p e rn a ( L I N N A E U S . 1758) on the Northern
BLAKE. R.C.; CHOATE, D.M.; BRA DH AN , S.; coast of Rio de Janeiro State, Brazil. Brazilian
REVIS, N.; BARTON, L.L.. Z O C C O , T.G. A rehives o f Biology and T echnology, v.47,
Chemical transformation of' toxic metais by a p.319-327, 2004.
P seudom onas strain from a toxic waste site. GALLI, U.; SCHEUPP, H : BRUNOLD, C. Heavy
E nvironm ental Toxicology and C hem istry, metal binding by m yc orr hiz al fungi.
v. 12, p . 1365-1376. 1993. P h y s i o l o g i a P l a n t a r u m . v.92, p .36 4-368,
B R O O K S . R R. Plants that h y p er a c cu m u la te 1994.
heavy metais. New York: CAB International, GISBERT, C.; ROS, R.: DE HARO, A.: WALKER,
1998. 3 18p. D.J.; BER NA L, M.P.: S E R R A N O , R.;
C R O W L E Y . D E.; WANG, Y.C.; R E ID , C.P.P.: NAVARRO-AVINO. J. A plant gen eti cal ly
S Z A N S I S Z L A . P.J. M e c h a n i s m o f iron m od if ied that a c c um ul a te s Pb is espec iall y
acq uis iti on from siderophores by promising for phytoremediation. Biochemical
mi cr oor ga nis ms and plants. P la n t and Soil, and B io p h ysical R esearch Com m u
v. 130, p . 179-198, 1991. nications. v.303, p. 440-445, 2003.
C U N N I N G H AM. S.D.; A N D E R S O N , T.A.; GRATÃO, P.L.; PRASAD. M.N.V.; CARDOSO,
SCHWAB. A .P. P h y to r e m e d ia ti o n o f soils P.F.; LEA, P.J; AZE V ED O , R . A.
contaminated with organic pollutants. Advances Phyto re me dia tio n: green te chnology for the
in Agronomy, v.56, p.55-114, 1996. clean up of toxic metais in the environment.
DE SOUZA, M.P.: LYTLE, M.; MULHOLLAND, Brazilian Journal o f Plant Physiology, v. 17,
M.M.: OTTE. M.L.; NORMAN, T. Selenium p.53-64, 2005.
a ss im il a ti o n and v o l a ti li z a ti o n from GRICHKO, V.P.; FILBY. B.; GLICK, B.R. Increased
dimethylselenoniopropionate by Indian mustard. ability o f tr an sg eni c plants e xpre ssi ng
P lant P h ysiolog y, v. 122, p. 128 M 288. the bacterial e n zy m e ACC d e am in ase to
2 00 0 . a c c um ula te Cd. Co, Cu. Ni. Pb, and Zn.
DHANKNER, O.P; LI. Y: ROSEN, B.D.; SHI. I J o u rn a l o f B io te eh n o lo g y . v.81, p.45-53,
SALT, D ; SENECOFF. J.F.; SA S H T I, N.A.; 2000 .
MEA GH ER. R.B. Engineering tole rance and HART, J.J ; W E L C H . R.M.: NORVELL, W.M.;
h ype rac cu mu la tio n o f arsenic by com bin ing SULLIVAN, L.A; K O CH IA N. L.V
arsenate reductase and gamma-glutamyl cysteine Characterization o f cadmium binding, uptake
synthetase expression. Nature Bioteehnology. and translocation in intact seedlings of bread
v.20. p.l 140-1 145. 2002. and durum wheat cultivars. Plant Physiology.
DHANKNER, O.P.; SHASTI, N.A.: ROSEN, B.D.; v.116. p . 1413-1420, 1998.
FUHRMANN, M.: MEAGHER, R.B. Increased HENRY. J.R. An ov e rv ie w of the
cadmium tole ra nce and a c c u m u la ti o n p h yto rem ed ia tio n o f lead and m ercury.
by plants e x p re ss in g ba ct e ria l arsena te Washin gto n, D.C: U. S. Envir onme nta l
reductase. New Phytologist, v. 159. p.4 3 1-442, Protection Agency, National Netw ork o f
2003. En v i ro n m e n ta l M an a ge m en t Studies, 2000.
EDENSPACE. Edenspace Systems Corporation. Disponível em: < htt p:/ /c lu- in. org /do wnlo ad /
Disponível em: < http://www.edenspace.com>. studentpapers/henry.pdf.x
Acesso em: ago. 2005. JAFFRÉ, T.: BROOKS. R.R.; LEE. J.; REEVES,
EVANS, K.M.: GA TE HOU SE . J.A.; LINDSAY, R.D. Sebertia a cum inata, a hyperaccumulator
W.P.; SHI. J.; TOMMEY. A.M.; ROBINSON. of nickel from New Caledonia. Science, v. 193.
N.J. Expression of the pea metallothionein-like p.579-580, 1976.
gene PsMTA in Escherichia coli and Arabidopsis JESUS. H.C.; COSTA, E.A.; MENDONÇA, A.S.F.;
th a lia n a and an alysis o f tr a c e metal ion Z A N D O M A D E , E. D is tr ib ui ç ã o de metais
accumulation: implications for PsMTA function. pesados em sedimentos do sistema estuarino da
Plant Molecular Biology. v.20, p. 1019-1028, ilha de Vitória - ES. Química Nova, v.27, p.378-
1992. 386, 2004.
586 M icrobiologia Am biental
I. In tro d u ç ã o
2. O a m b ie n te ríz o s fe ra
C M u i m (to t <!«• o r t e .
• irw«<lfto» pni '*«*» 5
3D
1
3C
20 mm
4
F IG U R A 1. D ia g ra m a d a um
m o d e l o de r a i z m o s t r a n d o a
142 .
o r i g e m de v á r i o s c o m p o s t o s
o r g â n ic o s p resentes na r iz o s -
3b fera. I. ex su dados radiculares;
C M o Im <u < o <r «
2. secreções; 3. mucilagens de
3a origem vegetal; 4. mucigel; 5.
lisados. (ROVIRA et a!.. 1979).
592 M icrohiologia Ambiental
3. Exsudados
4. R iz o b a c té ria s p ro m o to ra s de c re s c im e n to de p la n ta s -
RPCPs
5. M e ca n ism o s de p ro m o ç ã o de c re s c im e n to de p la n ta s
p o r riz o b a c té ria s
Plantas usadas para fitorremediação (ver capítulo 25) deveriam ser capazes
de acumular altas quantidades do contaminante e também de produzir um grande
volum e de b io m a ssa . C o n tu d o , m u ito freqüentem ente, plantas podem ser
comprometidas por se desenvolverem em solos contaminados devido à toxidade
inerente do poluente. Assim, a inoculação de RPCP pode auxiliar o crescimento
dessas plantas. A sobrevivência e estabelecimento de RPCP são essenciais para
uso em fitorremediação. No entanto, tem sido comprovado que altos níveis de
contaminantes podem ter efeitos inibitórios ao crescimento de RPCP. Por exemplo,
o crescim ento de E nterobacter cloacae CAL2 foi inibido em 50% em solos
contaminados com 20 mM de arsenato (NIE et al., 2002). Está também provado
que algumas bactérias são sensíveis a um contaminante, mas não a outro. E o caso
de F lavobacterium sp. que é muito sensível a cadmium, mas não a chumbo
(BEL1MOV et a l 1998). Na p rática, é essencial que bactérias usadas em
biorrem ediação sejam resistentes aos níveis dos contaminantes endógenos do
ambiente a ser descontaminado.
Importância da rizosfera na b iode gradação de xenobióticos 599
deveria dar uma vantagem competiva sobre as bactérias do solo sem esta habilidade.
Assim, a ação seletiva dessas plantas poderia ser causada pelos exsudados específicos
que elas produzem. As espécies vegetais ou tipo botânico (monocotitedôneas,
dicotiledôneas, halófitas, leguminosas etc) determinaram os parâmetros que são
significantes em termos de degradação na rizosfera (SHANN & BOYLE, 1994). E,
pois, sugerido que exsudados radiculares podem influenciar a biodegradação, alterando
diretamente a comunidade microbiana.
8. R iz o rre m e d ia ç ã o
• H e te ro g e n e id a d e do r e s íd u o :
resíduos orgânico s e in org ân ico s são
heterogeneamente dispersos no solo. Os contaminantes podem estar presentes na
forma de sólidos, líquidos ou gases, livres na solução do solo ou fisicamente sorvidos
ou quimicamente ligados à partícula.
• E fe ito s de c o n c e n tr a ç ã o : os co n tam in an tes podem estar p resen tes em
concentrações extremamente baixas (ppm ou ppb), ou em concentrações muito altas.
Baixas concentrações podem não ser adequadas para suportar o crescim ento
microbiano. Altas concentrações, por outro lado, podem ser inibitórias ou tóxicas à
vida microbiana.
• Persistência ou toxicidade: muitos contaminantes são relativamente resistentes à
biodegradação ou podem requerer esforços metabólicos combinados de várias espécies
microbianas, com ou sem a presença adicional de fontes de carbono.
• Condições adequadas para o crescimento microbiano: a atividade microbiana
adequada terá lugar somente sob condições ambientais favoráveis. Criar e manter
essas condições ótimas é uma tarefa difícil e desafiadora. Condições específicas da
área contaminada podem limitar severamente a capacidade para se criar condições
aceitáveis para o crescimento microbiano, particularmente para aplicações in situ.
Entre os muitos métodos de biorremediação disponíveis, alguns podem ser
empregados para tratamento de grandes extensões de solos agrícolas contaminados.
O nível de contaminação, para que haja intervenção, pode ser simplesmente aqueles
onde os níveis de resíduos presentes afetam o desenvolvimento de outras culturas
agrícolas susceptíveis, ou que estejam além dos níveis aceitáveis. Dentro dessa
abordagem, a fitorremediação e a utilização de rizobactérias aparecem como
alternativas mais práticas.
Um grande número de pesquisas tem evidenciado um aumento na degradação
de pesticidas na rizosfera de uma variedade de espécies vegetais (Tabela I). Mais
recentemente, essas pesquisas têm se voltado para compostos químicos industriais,
como HAPs, petróleo, surfactantes, PCP etc.
O sistema “rizosfera” é uma tecnologia apropriada para contaminantes
d isp erso s p róxim os à s u p e rfíc ie do solo. O sistem a ra d ic u la r serv in d o ,
portanto, como um meio para efetiva colonização do solo, assim como uma fonte
prontamente disponível de nutrientes. A rizosfera é particularmente atrativa quando
a capacidade metabólica de interesse é restrita a certas bactérias, como no caso da
degradação cometabólica de tricloroetileno (TCE) (WALTON & ANDERSON,
1990). TCE está presente em 27,9% dos sítios com resíduos tóxicos nos USA,
sendo co n sid erad o um d os 10 poluentes mais com uns d etectado s n essas
áreas (w w w .hsia.org/trichloro.htm ). Esse mesmo poluente foi removido do
solo por meio de uso de uma rizobacteria, Pseudomonas fluorescens associada
às raízes de trigo. Essa bactéria expressa, portanto, os genes tom A+ (tolueno
o-monoxigegenase) de Burkholderia cepacia PR12, (TOM —, v ) envolvidos na
degradação de TCE (YEE et a l., 1998). Em bora rizobactérias indígenas e
plantas sejam empregadas para tratar solos contaminados, bactérias capazes de
colonizar plantas específicas podem ser transform adas geneticam ente para
602 M icrobiologia Ambiental
Atrazina
M etolachlor Kochia A nd erson et a i , ( 1 9 9 4 )
Tritlesalina
Atrazina Milho Piretti et a l., ( 2 0 0 2 )
M e c o p r o p , 2 ,4 D Trigo Lappin et a i , ( 1 9 8 5 )
C a n a -d e-a çu ca r,
M e c o p r o p , 2 ,4 D Sandmann & L o o s ( 1 9 8 4 )
trevo
Diazinon, paraton Feijão Hsu & Bartha ( 1 9 7 9 )
Referências
AJITH KU MAR , P.V.; G A N G A D H A R A , K.P.; BEYELER M.; MICHAUX, P.; KEEL. C.; HAAS,
MANILAL, P.; KUNHI, A.A.M. Soil inoculation D. Effect of enhanced production of indol-3-
with Pseudomonas aeruginosa 3mT eliminates acetic acid by the biolog ic al co ntr ol agent
the inhib itory e ffe ct o f 3 -c h lo ro and 4- P seu d o m o n a s flu o r e s c e n s C H A O on plant
chlorobenzoate on tomato seed germination. growth. In: Ogoshi A, Kobayashi K, Homma Y,
Soil Biology and Biochem istry, v.30, n.8/9, Kodama F, Kondo N, Akino S (eds) Proceedings
p. 1053-1059, 1998. of the Fourth International Workshop on Plant
ANDERSON T.A.; GUTHRIE E.A.; WALTON B.T. G r o w t h - P r o m o t i n g Rh iz ob ac te ria , Sap poro,
Bioremediation in the rhizosphere: plant roots Japan, O c to b e r 18-22, 1997, S a p p o ro
and associated microbes clean con tamin ated University, pp 310-312
soil. E nviro n m en ta l S c ie n c e and T ech n o BRAZIL, G.M.; KENEFICK, L.; CALLANAN, M.;
logy, v.27, p.2630-2636, 1993. HARO, A.; V. de LORENZO; DOWLING, D.N.;
ANDERSON, A.J.; P. HABIBZADEGAH-Tari; C.S. 0 ’GARA, F. Construction of a rhizhosphere
TEPPER. Molecular studies on the role of root p s e u d o m o n a d with potential to de gr a de
surface agglutinin in adherence and colonization polychlorinated biphenyls and detection of bph
by P seudom onas p u tid a . A p p lied and gene expression in the rhizosphere. Applied
E nvironm ental M icro b iolo g y, v.54, p . 375- and E n v ir o n m e n ta l M icrob iolo gy , v.61,
380, 1988. p . 1946-1952, 1995.
ANDERSON, T.A.; KRUGER, E.L.; COATS, J.R. BR O W N M.E. Seed and root bacterization.
Enhanced de gradation of a mixture o f three A nnual R eview of P h y to p a th o lo g y , v . 12,
herbicides in the rhizosphere o f a herbicide- p . 181-197, 1974.
tolerant plant. C h em o sp h ere, v.28, p. 1551- BROWN, M.E. Plant growth substances produced
1557, 1994. by m ic ro o rg a n is m s o f soil and rhizosphere.
AR SHAD, M.Y.; F R A N K E N B E R G E R , W.T.Jr. J ournal o f A p p lied B a c te r io lo g y , O x fo rd .
Microbial production o f plant hormones. Plant v.35, p.443-445, 1972
and Soil, v.133, p . 1-8. 1991. BROWN, M.E.; JACKSON, R.M.; BURLINGHAM,
BAKER, A.J.M.: BROOKS, R.R. Terrestrial higher S.K. Studies on Azotobacter species in soil. II.
plants which hyperacc umu la te metallic Effects of artificial inoculation on crops yields.
elements— a review of their distribution. ecology Plant and Soil Dordrecht, v. 17, n.3. p .320-
and phytochemistry. Biorecovery, v .l , p.81- 332. 1962.
126, 1989. BROWN, M.E.; JACKSON, R.M.; BURLINGHAM,
BARBER. D.A.; MARTIN, J.K. The release of S.K. Studies on Azotobacter species in soil. III.
organic substances by cereal roots into soil. New Populations of Azotobacter in the
Phytologist, v.76, p.69-80, 1976. rhizosphere and effects of artificial inoculation.
BELIMOV A.A.; KUNAKOVA A.M.; VASILYEVA Plant and Soil, v.20, n.2, p. 194-214, 1964.
N.D.; KOVATCHEVA T.S.; DRITCHKO V.F.; BURD G.I.; DIXON D.G.; GLICK B.R A plant-
KUZOVATOV S.N.; TRU SHKINA IR.; gr ow th p ro m o t in g ba ct e riu m that decr eases
ALEKSEYEV Y.V. Accumulation of radionuclides nickel tox ic ity in seedling s. A pp lied and
by associative bactéria and the uptake of n4Cs by E nvironm ental M icrobiology. v.64, p .3663-
the inoculated barley plants. Developments in 3668, 1998.
Plant and Soil Sciences, v.79, p.275-280, 1998. CHRISTENSEM. C M. Storage of cereal grains
BELIMOV, A.A.; DIETZ, K.J Effect of associative and th eir products. Saint Paul. Minnesota,
bactéria on e ie m en t c o m po si tio n o f barley A.A.C.C., 1974. 568 p.
seedlings grown in solution culture at toxic C H R I ST E N SE N , B.E. The role of extracellular
cadmium c on cen tra tio ns . M icro b io log y po ly s ac c h ar id e in biofilms. J o u rn al of
Research, v. 155, p. 113-121, 2000. B iotechnology, v. 10, p. 181-202, 1989
Importância da rizosfera na biodegradação de xenobióticos 605
CROWLEY, DE.; M.V. BRENNEROVA; C IRWIN; JACOBSON. C.B.; PASTERNAK, J.J.; GLICK, B.R
V. BRENNER; D.D. FOCHT. Rhizosphere effects Partial purification and characterization of 1-
on biodegradation of 2,5-dichloroben/.oate hy a am in o cy clo p ro p an e-1 -rh izo b acteriu m
b io lum ine sce nt strain o f root-colonizing P s e u d o m o n a s puti da GR 12-2. C anadian
Pseudomonas fluorescens. FE\1S Microbiology Journal o f Microbiology. v.40, p. 1019-1025,
Ecology, v.20, p.79-89, 1996. 1994,
CURl, E.A.; TRUELOVE B,. The rhizosphere. In: JIMENEZ. J.I.; MINAMBRES. B.; GARCIA. J.L.:
A d v a n c e s se r ie s in a g ricu ltu ra l scie n c e s DIAZ, E. Genomic analysis of the aromatic
No. 15. Spr inger-Verlag, 1986. Berlin, catabo-lic pathways from Pseudomonas putida
Heidelberg, New York, Tokyo. KT2440. E nvironm ental M icrobiology, v.4,
de SOUZA M.P; CHU D.; ZHAO M.; ZAYED A.M ; p .8 2 4 - 8 4 1 , 2002.
RUZIN S.E. et al. Rhizosphere bactéria enhance KATZNELSON. H ; COLEM, S.E. Production of
selenium accumulation and volatilization by gib b e re ll in -l i k e su bst a nc es by bactéria and
Indian mus tard . P lant P h ysiology. v . 119, a c ti nom yce te s. C a n ad ia n J o u rn a l of
p . 565-73, 1999. M icrobiology, v. 11, p.733-741, 1965,
de W E G E R , L.A.; van der VLUGT. C.I.M.; KLOEPPER J.W*; LIFSHITZ R.: ZABLOTOWICZ
W IJ F JE S . A.H.M.; BAKKER, P.A.H.M ; R.M. Free-living bacterial inocula for enhancing
SCHIPPERS. B ; LUGTENBERG, B.J.J. Flagella crop productivity Trends in B io tech n olog y.
o f a p la n t- g ro w th - s ti m u la t in g P seudom onas v.7, p .39-43, 1989.
fluorescens strain are required for colonization KL O E PPE R, J.W; LEONG, J.; TE INT Z E, M ;
o f po ta to roots. J o u rn a l o f B acterio log y. SCR OTH , M.N. Enhanced plant growth by
v. 169, p .2769-2773, 1987. siderophores produced by plant growth-promoting
GLICK, B.R. The enhancement of plant growth by rhizobacteria. Nature. v.286, p.885-886, 1980a.
K L O E P P E R , J.W; L E O N G , J.; T E IN T Z E , M.;
fre e -l iv in g bactéria. C anad ian Journal o f
SCROTH, M.N. Pseudomonas siderophores: a
M icrobiology. v.41, p. 109-117. 1995.
m e c h a n is m ex pl ai nin g d is eas e supressive
GLICK, B.R. The enhancement of plant growth by
soils. Currení Microbiology, v.4, p.317-320,
fre e -l iv in g bactéria. C a n ad ia n J ou rn a l o f
1980b.
M icrobiology, v.41, p. 109-117, 1995.
KLOEPPER, J.W. Effect of seed piece inoculation
GLICK . B.R : J AC O B SO N , C.B.; SCHWARZE,
with plant growth promoting rhizobacteria on
M.M.K.; PASTERN AK, J.J 1-Aminocy-
population o f E rw in ia ca ro to vo ra on potato
clopropane-l-carboxylic acid deaminase mutants
root and daughter tubers. Phytopathology. v.73,
o f the plant growth promoting rhizobacterium
p .217-219, 1983.
Pseudom onas putida GR 12-2 do not stimulate
KRUGER E.L.; RICE P J ; ANHALT J.C.;
canola root elongation. Canadian Journal of
A N D E R S O N T.A.; COATS J.R. (1997)
Microbiology. v.40, p.911-915. 1994. “C o m p a r a t iv e fates of at raz ine and
HALE. M.G.; L D MOORE; G.J. GRIFFIN, Root
deethylatrazine in sterile and nonsterile soils” .
exudates and exudation. p. 163-203. In Y. R. J o u r n a l o f E n v iro n m en tal Q uality. v.26,
DOMMERGUES; S.V KRUPA (ed), p.95- 10 1, 1997.
In te r a c tio n s betw een n o n -p ath og en ic soil L E IS IN GE R . T.; M A R G R A F F . R. Secondary
m ic r o o r g a n ism s and plan ts Amsterdam metabolites o f the fluorescent pseudomonads.
Elsevier, 1978. M icr o b io lo g ica l Reviews. v.43, p .422-442,
HALVERSON, L.J ; STACEY, G. Effect of lectin 1979.
on no dul at ion o f wild type B ra dyrhizo b iu m LEM ANCEAU P. ALABOUVETTE C.,
japonicum and a nodulation defective mutant. Suppression of Fusarium wilts by fluorescent
A pplied and E nvironm ental M icrobiology. pseudomonads: mechanisms and applications,
v.5 1, p.753-760, 1986. B iocontrol S c ie n c e and T echnology, v.3,
HILTNER. L. Uber neue Erfahrungen und Probleme p.219-234. 1993.
auf dem Gebiete der Bodenbakteriologie. Arbeiten LEMANCEAU, P; CORBERAND. T.; GARDAN,
der Deutschen L andw irtschaftgesellschaft, L.; LATOUR, X.; LAGUERRE, G.;
v.98. p. 59- 78, 1904. BOEUFGRAS, J.; ALABOUVETE, C. Effect of
HOFL1CH G.; METZ R. Interactions o f plant- two plant species, tlax (Linum usitatissinum L.)
m i c r o o rg a n is m -a s s o c ia t io n s in he avy metal and to ma to (L icopersicum escuientum M il l) ,
c o n ta i n in g soils from sew a ge farms. on the dive rs ity o f soilborn po pul ation s of
B o d e n k u l t u r . v.48. p .239-247, 1997. fl uor esc ent ps eu d o m o n a d s . A pp lied and
HOWIE W.J.; COOK R.J.; WELLER D.M. Effects Environmental M icrobiology, v.61, p .11004-
o f soil matric potential and cell motility on 1012, 1995.
w heat root c ol on iz at io n by fl uor esc ent LEWIS D.G.; QUIRK J.P. Phosphate diffusion in
pseudomonads s up pre ssi ve to take-all. soil and uptake by plants. Plant and Soil. v.26,
P h ytop ath olo gy . v.77. p.286-292, 1987. p .44 5-453, 1967.
606 M icrobiologia Am biental
^1*r
r ^ '
1 • J// 1 m
*.4*^? ! L
'U SP/1C B - D ep to. de M icrob iologia. Av. Prof. L ineu P restes - CEP: 0 5 5 0 8 - 9 0 0 S ão P aulo, S P :U SP/1C B - D ep to de
M icrob iologia, B ió lo g a , aluna de D outorado.
612 M icrobiologia Ambiental
T A B E L A 1. C lassificação pelo tamanho das células dos grupos de microrganismos e vírus no ecossistema
marinho.
F en to p lâ n cto n Vírus 0 ,0 1 -0 ,2
P ro cariotos/B a ctérias
F o to a u to tr ó fic o 0 ,5 -1 ,0
C ia n o b a ctér ia 1 ,0 - 2 ,0
C ia n o b a c té r ia filamentosa 7-10
A rch aea
Eucariotos
P ic o a lg a s , p ic o h e te r o tr ó fic o s flagelados 1 ,0 - 2 ,0
N a n o a lg a s , n a n o h e te ro tró fico s protistas
N a n o p lâ n c to n 2-20
(principalm ente flagelad os)F ungos
M ic r o a lg a sM ic r o h e te r o tr ó fic o protistas (ciliad os e
M icro p lâ n cto n 20-200
d inofla g e la d o s hetero trófico s)F u n g os
A daptado de Sherr & Sherr. 2 0 0 0 .
3. B io d iv e rs id a d e d e m ic ro rg a n is m o s
X
Plantas
Animal de 4 x 105 até 3 x 106 de
Ecossistemas
bactérias (COLWELL, 1997).
E n tretan to , nos oceanos,
hoje o núm ero total de
F IG U R A 2. D istrib u iç ã o de e s p é c ie s na biosfera células procariotas é estimado
(Cases & Lorenzo, 2002). em ap ro xim adam ente 1029
M icrobiologia aquática marinha 615
(PEDROS-ALIO, 2006) e das mesmas, aproxim adam ente 6000 espécies estão
formalmente descritas, baseado em cultura tradicional (http://www.bacterio.cict.fr/
number.html).
As proteobactérias consistem em mais de 200 gêneros conhecidos e a maioria
são gram-negativas (80-95%), móveis e pigmentadas; entretanto, pesquisas realizadas
na Rússia indicam que a proporção das mesmas é pequena. Podem ser incluídos os
seg u in tes g êneros de bactérias A e r o m o n a s , A c h r o m o b a c t e r ; A l c a l i g e n e s ,
A r t h r o b a c t e r , C a u lo b a c te r , C h ro m o b a c te riu m , C o r y n e b a c t e r iu m , C y t o p h a g a ,
F l a v o b a c t e r i u m , H y p h o m ic r o b iu m , L e u c o t h r ix , P la n o c o c c u s , M i c r o c o c c u s ,
P s e u d o m o n a s , S a rc in a , S p irillu m e Vibrios. A bactéria predatória B d e llo v ib r io
também tem sido relatada (CAMPBELL, 1983; BALOWS a/., 1992; HOLT
tf/., 1994; STACKEBRANDT ef a/., 1998; W E IN E R , 1999; URAKAW A &
RIVERA, 2006).
A sistemática do bacterioplâncton cultivável, baseado no seqüenciamento do
gene 16S rRNA (SSU “small subunit” 16 rRNA), divide as proteobactérias em cinco
grupos: alpha (a), beta ((3), gamma (y), delta (ô) e epsilon (£) (MADIGAN, eí «/.,
2004; GIOVANNONI & RAPPE, 2000). As bactérias mais comumente encontradas
no ecossistema marinho pertencem às proteobactérias do grupo gam m a e estão
divididas em dois grandes sub-grupos: Gênero A lte ro m o n a s , e a Familia V ib rio n aceae
que incluem os gêneros Vibrio e P ho tob acteriu m . O grupo gamma é considerado o
grupo mais importante no ambiente marinho que, algumas vezes, domina às bactérias
heterotróficas e interage com organismos marinhos em uma relação que varia de
simbiótico a patogênico (URAKAWA & RIVERA, 2006).
O Brasil possui uma costa extensa de aproximadamente 8.500 km. As primeiras
pesquisas oceanográficas ocorreram entre 1925-1927, realizadas pelo navio
oceanográfíco alemão Meteor, que executava o reconhecimento do Atlântico Sul.
Apenas em 1946 foi criada a primeira instituição de pesquisa que, posteriormente, em
1951, foi incorporada à Universidade de São Paulo com o nome de Instituto
Oceanográfíco (SEVERO DE SOUZA, 1999).
No Brasil, trabalhos pioneiros para determinar a biomassa bacteriana em
ecossistemas marinhos foram realizados entre 1985 e 2004 em diversos estados (Ceará,
Pará, Paraná, Recife, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). Utilizando
diversos métodos como a contagem em placas, coloração das células com DAPI (4-
6-diamidino-2-phenylindole) ou alaranjado de acridina (AO), determinação do peso
seco e citometria de fluxo, os pesquisadores mostraram contagens da ordem de 106
céls/mL, ou 284,44 mg C/m3 ou 6,2 g/m2, como valores máximos da biomassa. Os
resultados variaram muito de local para local e a contagem em placa foi menos sensível
quando comparada com a contagem utilizando a microscopia de epifluorescência, em
duas até três escalas logarítmicas (MESQUITA & FERNANDES, 1991; MESQUITA,
1993; ODEBRECHT & ABREU, 1997; SUSINI-RIBEIRO, 1999; CARVALHO,
2000; CÉSAR & ABREU, 2001; ABREU et a l . , 2003; ROCHA, 2003; ANDRADE,
2004; MARKMAN et a l. , 2004; RIVERA, 2004; ALMEIDA, 2005).
As publicações pioneiras sobre o estudo das leveduras em ambientes marinhos
foram realizadas por Zobell & Feltham (1934) e Zobell (1946). Foram identificados e
rela tad o s vários gêneros de lev ed u ras c o m o C a n d i d a , C r y p t o c o c c u s ,
616 M icrobiologia Am biental
D e b aryo m yc e s , H a n s e n u la , H a n s e n ia s p o ra , K lo e ck e ra , M e ts c lm ik o w ia , P ic h ia ,
R lw d o t o r u la , S a c c h a ro m y c e s , S p o ro b o lo m y c e s , T o ru lo p s is e T r ic h o s p o r o n
(FELL, 1960; JOHNSON & SPARROW, 1961; ROTH et a i , 1962; MORRIS, 1975).
A biodiversidade de leveduras depende muito da variação da salinidade estacionai da
região costeira e de acordo com as marés. Foram descritos também fungos
filamentosos como C ep h a lo sp o riu m , C lad osp orium e P e n ic illiu m (CAMPBELL,
1983). As leveduras já foram isoladas da maioria dos animais marinhos, com exceção
das esponjas, sendo encontradas comumente no intestino, em secreções viscosas e
guelras dos peixes (MORRIS, 1975). As leveduras e organismos semelhantes
participam de vários processos ecologicamente significativos no mar, especialmente
em estuários. Dentre estas atividades podemos citar a decomposição de substratos
de plantas, a reciclagem de nutrientes, a biodegradação de óleo e compostos
recalcitrantes e o parasitismo de animais marinhos (MEYERS & AHEARN, 1974).
Baseado nestes fatos foi discutido a possibilidade do emprego de leveduras, a
semelhança dos coliformes como indicador de águas poluídas (SIMARD, 1971) e
verificou-se o aumento da população das leveduras após a degradação bacteriana de
compostos mais facilmente metabolizáveis.
No Brasil, são poucas as publicações sobre leveduras marinhas, entretanto,
trabalhos pioneiros foram realizados nos estados do Rio de Janeiro (HAGLER, 1978)
e São Paulo (PAULA, 1978; 1983). Paula (1978), conclui que as leveduras podem
ser utilizadas como indicadores de poluição em águas de estuários marinhos, já que a
concentração das leveduras foi correlacionada com o índice de coliformes fecais nas
amostras estudadas nas praias da Ilha de São Vicente e de Bertioga.
No ecossistema marinho, poucos são os estudos avaliando a freqüência e
diversidade de vírus. Entretanto, sabe-se que são muito abundantes no plâncton
marinho, por serem parasitas obrigatórios, na ordem de 107 por mililitro. Estudos
sugerem que os vírus são responsáveis por cerca de 10-40% da mortalidade das
bactérias e, muitas vezes, a morte é causada pela lise viral. Uma outra função dos
vírus inclui a influência na composição e diversidade das comunidades e espécies
e, principalmente, na transferência genética (FUHRMAN, 2000; WOMMACK &
COLWELL, 2000). Chiang & Mekalanos (1999) propuseram a transferência
genética horizontal, por transdução de fagos, em Vibrio ch o le ra e para a emergência
de cepas patogênicas.
O problema maior para o estudo da biodiversidade microbiana é a metodologia
usada. Normalmente, as técnicas de isolamento e de cultivo de amostras ambientais
em placas, são insuficientes para se estudar as comunidades microbianas, uma vez
que apenas uma pequena fração dos organismos na natureza (entre <0.1 a 1%) é
cultivável por meio do uso de técnicas microbiológicas de rotina (BOWDEN, 1977;
DALEY, 1979; FRY, 1988; HERBERT, 1990; KEPNER & PR ATT, 1994: AMANN
et a l 1995; COTTRELL & KIRCHIMAN, 2000). A maioria das bactérias em
amostras naturais não consegue ser detectada, através deste método, pois as mesmas
podem se apresentar na forma viável mas não cultivável (VBNC). Este estágio,
apresentado e descrito para alguns microrganismos pode ocorrer quando as bactérias
não têm função enzimática no ecossistema (estado de dormência) ou quando mudam
de ambiente enfrentando baixas temperaturas, choque térmico, altas concentrações
M icrobiologia aquática marinha 617
4. E cologia e p a to g e n ic id a d e d e b a c té ria s
foram registradas, com alta incidência de casos letais, envolvendo Europa. Asia, Norte
da África e Américas (COLWELL et al., 1998).
Outros sorovares de V. cholerae, os não-01 (vibrios não aglutináveis pelo
antissoro para V cholerae do grupo 0 1), que anteriormente eram denominados vibrios
M icrobiologia aquática marinho 619
5. B io te c n o lo g ia e o ecossistem a m a rin h o
“ R e c u rso s d o m a r sã o c o n s id e ra d o s to d o s a q u e le s
re c u rso s v iv o s e n ão v iv o s q u e se e n c o n tra m n a
c o lu n a d 'á g u a , n o so lo e s u b s o lo m a rin h o s, bem
c o m o n as áreas c o s te ira s a d ja c e n te s, c u ja e x p lo ra ç ã o
su sten tá v el é re le v a n te s o b o s p o n to s d e v ista
e c o n ô m ic o , so c ia l e e c o ló g ic o "
ambiente marinho poderá ter sua reserva de carbono e nitrogênio totalmente esgotada
em um curto espaço de tempo (YU et al., 1991), visto que esses dois compostos são
geralmente limitados nesse ambiente (GOODAY, 1990a).
A produção anual de quitina no oceano é estimada em 10l>até 10" toneladas
métricas. A capacidade para degradar quitina está difundida entre diversos grupos
taxonômicos de procariotos incluindo, Wibrios, Photobacterium spp., bactérias
entéricas, A ctinom ycetes, C lostridium , (GOODAY, 1990b) e arqueobactéria.s
(HUBER et a i , 1995).
Portanto, o controle da qualidade do ecossistema marinho deve ser constante
na área destinada aos banhistas e também nas áreas portuárias, pois quando estas
estão poluídas e são utilizadas como água de lastro de navios de carga podem
disseminar para outros locais espécies exóticas e/ou patogênicas causando importante
desequilíbrio, tanto no ambiente quanto na higidez do homem e animais.
Referências
ABREU. P.C ; RORIG, L.R.; GARCIA, V.; BEWLEY. C.A.; HOLLAND, N D : FAULKNER.
ODEBRECHT, C.; BIDDANDA, B. Decoupling D.J. Two classes of metabolites from Theonella
between bactéria and the surf-zone diatom swinhoei are localized in distinct populations of
Asterionellopsis glacialis at Cassino Beach, Brazil. bacterial symbionts. Experientia, v.52, p . 7 16-
Aquat. Microb. Ecol., v.32, p . 2 19-228, 2003. 722, 1996,
AGÊN CIA BRASIL. 2002. AN VIS A pre pa ra B O RN E M A . J.: TRIPLETT. E.W Molecular
barreira san itária c ont ra e sp é c ie s m arin has microbial diversity in soils from eastern
p a to gê ni ca s. D is ponív e l em: < http://www. Amazônia: evidence for unususal microorganisms
r a d i o b r a s . g o v . b r / c t / 2 0 0 2 / m a t e r i a _ 3 10 5 0 2 _ and microbial population shifts associated with
2.him> [08/03/2005]. deforestation. A p p lied and E nvironm ental
ALLSOPP, D.; COLWELL, R.R.; HAWKSWORTH, Microbiology, v.63, p.2647-2653, 1997.
D.L. Microbial diversity and ecosystem func- BOWDEN, W B. Comparison of two direct-count
tion. CAB International, Wallingford, U.K. 1995. techniques for en um erating aquatic bactéria.
ALMEIDA, B.C.; PAPASIDERO, A.; MARKMAN, Applied and E nvironm ental M icrobiology,
C.; NUNES, S.L.; RIVERA, Í.N.G. Determinação v.33, p . 1229-1232, 1977.
da biomassa bacteriana em ambiente aquático BRASIL “ P lano N acional de G e re n c ia m e n to
portuário através da contagem em placas e da C osteiro II (PNGC II)” . Comissão Intermi-
microscopia pela coloração com DAP1. XXIII nisterial para os rec urs os do Mar. Brasília.
C on g resso B ra sileiro de M icrob io log ia 1997.
Santos, SP, 2005. BRITSCHGI, T.B.; GIOVANNONI, S.J. Phylogenetic
AMANN, R.I.; LUDWIG, W.; SCHLEIFER, K.H. analysis o f a natural marine bacterioplankton
Phylogenetic identification and in situ detection population by rRNA gene cloning and sequencing.
of individual microbial cells without cultivation. Applied and E nvironm ental M icrobiology.
M icro b io log ica l R eview s, v.59, p. 143-169. v.57, p . 1707-1713, 1991.
1995. CA M P BE LL , R. The structure and dynamics o f
ANDRADE. L.; GONZALEZ, A.M.: ARAÚJO, F. V.: microbial populations in water. Vol.5. Microbial
PARANHOS, R. Flow cytometry assessment of Ecology. In: W1LKINSON. J.F. (Ed.). Basic
bacterioplankton in tropical marine Microbiology. Blackwell Scientific Publications,
environments. Journal o f M icrobiological London. p. 106-146. 1983.
Methods . v.55. p.841-850, 2004. CARVALHO, W.F.C. 2000. Produção bacteriana
ATLAS. R.M.: BARTHA, R Microbial Ecology: e fitoplanctônica da região de ressurgência
fu n d am en tais and a p p lication s. Ben jamin / de Arraial do Cabo. RJ. Tese, UFF, Junho.
Cummings publ. 3aed. p.246-285, 1993. C A S E S , I.: L O R E N Z O , V. The g ra m m a r
BALOWS, A.. TRUPER, H.G.; DWORKIN, M.; o f (m i c ro ) b io lo g ic a l diversity. E n v ir o n
HA RDER, W ; S C H L E IF E R . K.H. The mental M icro b io log y. v.4, n . l l , p.62 3-6 27.
Prokaryotes. Springer-Verlag, New York, 1992. 2002.
M icrobiologia aquática marinha 623
CÉSAR, D.E ; ABREU, P.C. Ecology oí aquatic COTTRELL, M.T.; KIRCHMAN. D.L. Community
microrganisms in Southern Brazil: state of art. co mpo si tio n of marine Bacterioplankton
In: FARIA. B.M.. FARJALLA. V.F.. ESTEVES, determined by 16S rRNA gene clone libraries
F.A. (Ed.), A quatic M icrobial Ecology and fluorescence in situ hybridization. Applied
in Brasil. Oecologia Brasiliensis. p. 153-172, and E n v iro n m en tal M ic r o b ia lo g y , v.66,
2001. p .511 6-5 122 , 2000.
CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento DALEY. R.J. Direct epifluorescence enumeration
Ambie nta l 2004 R elatório das águas of native aquatic bactéria: uses, limitations and
lito r â n e a s do E stado de São Paulo: comparative accuracy. In: COSTERTON, J.W.:
balneabilidade das praias 2003. São Paulo. C O LW EL L . R.R. (Ed.)., N ative aq u atic
CHIANG, S.L.; MEKALANOS. J.J. Horizontal gene b actéria : e n u m e r a tio n , a c tiv ity and
tra nsfer in the me rge nce of virulent Vibrio ecology. ASTM STP 605. A merican Society
cholerae. In: ROSENBERG, E. (Ed ). Microbial for Testing and Materials, Philadelphia, 1979.
ecology and infectious disease. ASM Press, p .29-45.
Washington, D.C. p. 156-169, 1999. D AV ID SO N , B.S. New d im e n s io n s in natural
C HOW DH UR Y, N.R.; HUQ, A.: XU, B.; pro du et s research: culture d marine
M AD E IR A . F.J.; COLWELL, R.R. Effect of m ic ro or ga ni s m s . C urren t O p in io n s in
allum on free living and copepods associated B iotechnology. v.6, p .284-291. 1995.
Vibrio ch o lera e 0 1 and 0 1 3 9 . Applied and DELONG, E.F.; FRAN KS, D.G.; ALLDREDGE,
E nvironm ental M icrobiology. v.63, p .3323- A.L. P h ylo ge ne tic dive rsity o f ag gregate-
3326. 1997. at ta che d versus fr ee-living marine bacterial
C H U N . J.; R IV ER A . I.N.G.; C OLW ELL . R R assemblages. Limnology and Oceanography,
Analysis of 16S-23S rRNA intergenic spacer of v.38, p.924-934, 1993.'
Vibrio cholerae and Vibrio mimicus for detection D ELONG, E.F.; W IC K H A M . G.; PACE, N.
o f th e se species. M ethods in M olecular P hylo ge ne tic stains: riboso mal R NA- bas ed
Biology, v. 179. p.171-178, 2001. probes for the identification o f single eells.
C OL W EL L R.R.; EPSTEIN P.R.; G U BLE R D ; Science, v.243, p. 1360-1363, 1989.
MAYNARD N.; MCMICHAEL A.J.; PATZ JA, F E LL , J.W.; A H E A R N , D.G.; M EY ER S, P.S.;
SACK RB, SHOPE R. Climate change and human ROTH, F.i.ir. Isolation of yeasts from Biscayne
health. Science, v.279, p.963, 1998. Bay, Florida and adjacent areas. Limnology and
COLWELL, R.R. Microbial diversity: the impor- O ceanography, v.5, p.366-71, 1960.
tance of exploration and conservation. Journal FENICAL, W. Chemical studies of marine bactéria:
of Industrial M icrobiology B iotechnology. developing a new resource. Chemical Reviews,
v .18, p . 302-307. 1997. v.93, p . 1673-1683, 1993.
COLWELL, R.R Microbial diversity-global aspects. FRY, J.C. Determination of biomass, In: AUSTIN,
In: COLWELL. R.R.; SIMIDU. U.; OHWADA. B. (Ed ) M ethods in aquatic bacteriology
K. (Ed.). M icrob ial d iv ersity in tim e and John Wiley & Sons, Ltd., Chichester, England,
space. Plenum Press, New York. N.Y. p.1-11, 1988. p. 27-72.
1996. FUHRMAN, J.A.; MCCALLUM, K ; DAVIS. A.A.
COLWELL, R R.: TAMPLIN, M L ; BRAYTON, Phylogenetic diversity o f subsurface marine
P R.; GAÜZENS, A L ; TALL, B D : microbial communities from the Atlantic and
HERRINGTON, D.; LEVINE, M.M.; HALLS, Pacific Oceans. Applied and Environmental
S.; HUQ, A.; SACK, D.A. Environmental aspects M icrobiology, v.59, p. 1294-1302, 1993.
of Vibrio cholerae in transmission of cholera. F U H R M A N , J. Im pa c t o f viruses on bacterial
In: S A C K , R.B & Z I N N A K A . Y (Ed.) pro cesses. In: K I R C H M A N , D.L. (Ed.).,
A d v a n ce s in research on cholera and Microbial ecology o f the oceans. Wiley-Liss,
related d iarrheas. Tokyo: KTK Scientific.. New York, N.Y. p.327-350, 2000.
p.327-343, 1990. FUSETANI, N. Introduction. In: FUSETANI, N.
C O L W E L L , R.R.; G R IM E S , J. Sem an tic s and (Ed,). Drugs from the Sea. Basel: Karger. p. 1-
strategies. In: COLWELL, R.R.; GRIMES, D.J. 5, 2000.
N o n c u ltu r a b le M icr o o r g a n ism s in the GIOVANNONI, S.; RAPPÉ, M. Evolution, diversity
E n vironm ent. Was hing ton. D.C., American and molecular ecology o f marine prokaryotes.
Society for Microbiology, p. 1-6, 2000. In: K I R C H M A N , D.L. ( E d ) . M icrobial
COLWELL. R.R.; HUQ, A. Vibrios in the environ ecology of the oceans. Wiley-Liss, New York,
ment: viable but nonculturable Vibrio cholerae. N.Y. 2000. p.47-84.
In: Vibrio ch o lera e and cholera: molecular GIOVANNONI. S.J.; BRITSCHGI. T B ; MOYER,
to global perspectives. Washington D.C. C.L.; FIELD, K.G. Genetic diversity in Sargasso
American Society for Microbiology. p . 117-133, Sea bacterioplankton. Nature, v.345, p.60-63,
1994. 1990.
624 M icrobiologia Am biental
LUDWIG, W.; BAUER, S.H.; BAUER, M . HELD. MORRIS JR., J.G. Non-O Group 1 Vibrio cholerae
I.; KIRCHHOF, G.; SCHULZE, R : HUBER. I.: strains not associated with epidemic disease. In:
SPRING, S.; HARTMANN. A.; SCHLEIFER K. WA CH SM U TH , I.K.; BLAKE, P.A.; OLSVIK,
D e te c ti o n a n d in s itu I d e n t i f i c a t i o n o f O. (E d .) . V ib rio c h o le r a e a n d c h o le r a :
r e p r e s e n t a t i v e s o f a w i d e l y d i s t r i b u t e d new M o le c u la r to G lo b a l P e r s p e c t iv e s A S M ,
ba ct e ria l p h y l u m . F E M S M icro b io log y Press, 1994.
L etters, v.153, p . 181-190, 1997. MORRIS, E.O. Yeasts from the marine environment.
MADIGAN, M.T.; M AR T IN KO , J.M ; PARKER, Journal o f Applied Bacteriology, v.38, p .2 11-
J. Microbiologia de Brock. Prentice Hall, São 23, 1975.
Paulo. p .608, 2004. MUYZER, G.; DE WALL, E.C.; UITTERLINDEN,
M A I D E N , M .C .; B Y G R A V E S , J.A : FEIL, E.; A.G. Profiling of complex microbial populations
MORE LLI, G.; R U S S E L L , J.E.; URWIN. R.; by d e n a t u r i n g g r a d i e n t gel e l e c t r o p h o r e s i s
ZHANG, Q.; ZHOU. J.; ZURTH, K.; CAUGANT, analysis o f polymerase chain reaction-amplified
D.A.; F E A V E R S , L M ., A C H T M A N , M ; g e n e s c o d i n g f o r 16S r R N A . A p p lie d and
SPRATT, B.G. M ult ilo cu s sequence typing: a E n v ir o n m e n t a l M ic r o b io lo g y , v . 59, p . 695-
portable approach to the identification of clones 700, 1993.
w ithin populations of pa tho ge nic N A TI O N A L R E S E A R C H C O U N C I L Stem m in g
m ic r o o r g a n i s m s . P r o c e e d in g s N ation al th e t id e . C o n t r o llin g in t r o d u c t io n s o f
A cad em y o f S c ie n c e s , U SA , v.95, p . 3140- n o n in d ig e n o u s s p e c ie s by s h ip s b a lla st
3145, 1998. w a ter National A c a d e m y Press, Washington,
MARKMAN, C.; PAPASIDERO, A.A.S.; ALMEIDA, D.C. 141 p, 1996.
B.C.; UENO, P.M.; NUNES, S.L.; SOUZA, K M.C.; NATIONAL RESEARCH COUNCIL.
MENUCCI, D.L., SCHNEIDER, M.H.; RIVERA, U n d e r s t a n d i n g m a r in e b io d iv e r s ity . A
I.N.G. “ M ic r o b io lo g ic a l Characterization R e s e a r c h a g e n d a f o r the na tion. N a ti o n a l
and Risk Evaluation o f areas in seven Brazilian Academy Press, Washington. D.C. 114p, 1995.
P ort s ” 10th I n te r n a tio n a l Sym posium on NUNES, S.L.; SOUZA, K.M.C.; ALMEIDA, B.C.;
Microbial Ecology” . Cancun, México. PO - 327, SILVA, O.R.; MENUCCI, D.L.; RIVERA, I.N.G.
2004. M ole cu la r characterization o f S a lm o n ella spp.
MARTINS, M.T. Ecologia de Vibrio cholerae no s t r a i n s i s o l a t e d f r o m B r a z i l i a n a q u a ti c
ecossistema aquático. Tese de livre docência. e c o s y s t e m s . A b s t r a c t s 10th I n te r n a tio n a l
São Paulo, 1988. S y m p o siu m on M icrob ial E cology. C an c u n ,
M AR T IN S, M.T. S a lm o n e lla no a m b ien te México. PO -337, 2004.
a q u á tic o : s ig n if i c a d o s a n itá r io Tese de O D EB R EC H T, C.; A BRE U , P.C. Microrganismos
Doutorado. ICB, Universidade de São Paulo, S. em praias arenosas expostas: Importância,
Paulo, 1979. aspectos metodológicos e estado da arte para o
MATTE, G.R.; M A T T E , M .H .; RIV ERA , I.G.; Sul d o Bra sil . In: A B S A L Ã O , R. (Ed.).
M A R T IN S. M.T. D i s t r i b u t i o n o f potentially O e c o l o g i a B r a s i l i e n s i s , v.3, p . 0 1 - I 8 , 1997.
pathogenic vibrios in o ys ter s from a tropical O LIVEIRA, S S . ; W A S I E L E S K Y JR, W.;
region. J o u r n a l o f F o od P rotection , v.57, BALLESTER, E .C .; ABREU, P.C.O.V.
p . 870-873, 1994a. C a r a c t e r i z a ç ã o da a s s e m b l é i a de b a c t é r i a s
MATTE. G. R.; M A T T E , M .H .; ZATO, M.I.Z.; n i tr if ic a n te s p e l o m é t o d o fl u o r e s c e n t in situ
SANCHEZ, PS.; RIVERA, I.G; MARTINS, M.T h y b r i d i z a t i o n ( F I S H ) n o b i o f i l m e e á g u a de
Potentially pathogenic vibrios associated with larvicultura do c am a rã o -r o s a F a rfa n tep en a eu s
mussels from a tropical region on the Atlantic p a u le n sis. A tlântica, v.28, p . 33-45, 2006.
c oas t o f B razil . J o u r n a l o f A pplied O L S E N , G.J.; L A N E , D.J.; G I O V A N N O N i, S.J.;
Bacteriology, v.77, p. 281-287, 1994b. PACE, N R.; STAHL, D.A. Microbial ecology
MESQUITA, H.S.L.; FE RNANDES , A.J. Trabalho a n d e v o lu ti o n : a r i b o s o m a l r R N A a p p ro a c h .
de Even to- R e s u m o : E s t u d o quan tit at ivo da A n n u a l R e v iew M ic r o b io lo g y , v.40, p .3 3 7 -
população microbiana da região de Ubatuba, SP: 365, 1986.
verão. S im p ó s io s o b r e O c ea n o g ra fia - PACE, N.R. A molecular view o f microbial diversity
IOUSP. 2: São Paulo, 1991. and the biosphere Science, v.276, p .734-740,
MESQUITA, H.S.L. Densida de e distribuição do 1997.
b a c ie ri o p l â n c to n nas á g u a s de Ubatuba, SP. PAULA, C . R. C on trib u ição ao estudo das leve
P u b lic a ç ã o e s p e c ia l do In stitu to duras em praias da baixada santista. Tese de
O cean ográfico - USP, v. 10. p.45-63, 1993. Mestrado. Instituto de Microbiologia, USP, 1978.
M EY ER S, S.P.; A H E A R N , D.G. Implications of P A U LA , C . R . ; P U R C H I O , A.; G A M B A L E , W
yeasts and yeast-like fungi in marine processes. Yeasts from beaches in the Southern area of São
Veroff. Inst. M e e r e s fo r d s c h B rem erbaven, Paulo State (Baixada Santista), Brazil. Revista
SuppI., v.5, p . 321-38, 1974. de M icrobiologia. v.14. n.2, p . 136-143, 1983.
626 M icrobiologia Am biental
PEDROS-ALIO, C. Marine microbial diversity: can RODRIGUES, D.P.; HOFER. E. Vibrios species from
it be dei ermin ed ? Trends in M ic r o b io lo g y . the water-oyster ecosystem of Sepeliba Bay in
v. 14, n.6, p.257-263, 2006. Rio de J a n e i r o State, Brazil. R ev ista de
PELCZAR, M.J.; CHAN. E.C.S.; PELCZAR. M F. M icrobiologia. v. 17, p .332-338. 1986.
E l e m e n t s o f m i c r o b i o l o g y ( i l l u s t r a t e d ). RODRIGUES, D P R O corrência de bactérias
p. 698. 1981. potencialm ente patogênicas no ecossistem a
RELATÓRIO PROBIO. Informe sobre as espécies água-ostra da Baía de Sapetiba. RJ. 1981
exóticas invasoras. Subprojeto: Organismos que R O S Z A C K , D.B.; C O L W E L L , R.E. S ur viv al
afetam o a m b ien te m arinh o - M icr o r g a strategies of bactéria in the natural environment.
nismos. Projeto Probio. CNPq, 2005. M icr o b io lo g ica l R eview . v.51, p . 3 6 5 -3 7 9 ,
REPORT. A M E R IC A N AC AD E M Y OF 1987.
MICROBIOLOGY M arine m icrob ia l ROSZACK, D.B.: GRIMES. D.J ; COLWELL. R R.
d iv e r sity : the key to eartlT s h a b ita b ility . Viable but non recoverable stage of Salmonella
Hu nter-Vevera, J.. Karl, D., Buckley, M. enteritidis in aquatic system. Canadian Journal
Washington. D.C. 22p, 2005. o f Microbiology. v.30. p.334-338, 1984.
R I V E R A , I.N.G.; MA R T IN S, M.T. Bactérias ROTH. F.J. Jr.: A H E A R N . D.G.; FELL , J.W.;
e n te r o p a to g ê n ic a s no am b ie n te aquático. MEYERS. S.P.; MEYERS, S.A. Ecology and
R evista de C iên cias F arm acêu tica s, taxonomy of yeasts isolated from various marine
(UNESP), v. 17, p.l 15-136, 1996. s ubstrates. L im nology and O c e a n o g ra p h y ,
RIVERA, I.N.G. Diagnóstico m icrobiológico de v.7, p . 178-85, 1962.
áreas de risco nos P ortos de B elém-PA; RUBIN, A. Pesquisa de Vibrio cholerae na água
Fortaleza-CE; Paranaguá-PR; Recife-PE; Rio do m ar e z o o p lâ n c to n na r e g iã o c o ste ir a
Grande do Sul-RS; Santos-SP; Sepetiba-RJ; - de São S ebastião, Litoral N orte do E stado
R el at ór io ANV1SA/USP, São Paulo de São Paulo. São Paulo. D i s s e r t a ç ã o de
Laboratório de Microbiologia Ambiental, 2004. Mestrado - Instituto de Ciências Biomédicas,
RIVERA, I.N.G.; CHUN, J.; HUQ, A.; SACK, R.B.; Universidade de São Paulo, 2000.
CO LW EL L , R. R. Ge notypes associated with SCHMIDT, T.M.: DE LONG. E.F.; PACE, N R.
virulence in environmental isolates o f Vibrio Analysis of a marine picoplankton community
c h o le ra e . A p p lied and E n v ir o n m e n ta l by 16S rRNA gene cloning and seq ue nc in g.
M icrobiology, v.67, p.2421-2429, 2001. Journal o f Bacteriology. v. 173, p.4371-4378,
RIVERA, I.N.G.; LIPP, E.; GIL, A.I.; CHOOPUN, 1991.
N.; HUQ, A.; COLWELL, R.R. Method of DNA SEVERO DE SO U ZA . M H. R ecu rsos do mar
e xt ra ct i o n and a p pl ic at io n o f mu ltiplex b r a sile iro : h is tó r ic o , a tu a lid a d e s e
polymerase chain reaction to detect toxigenic p e r sp e c tiv a s. M o n o g ra fi a C A E P E . Es c c o la
V ibrio ch o lera e O l and 0 1 3 9 from aquatic Superior de Guerra, 1999.
e co s y s te m s . E n v ir o n m e n ta l M icr o b io lo g y , SHE RR , E.; S H E R R . B. Marine m ic ro b e s an
v.5, n.7, p .599-606, 2003. overview. In: K I R C H M A N , D.L M icrobial
RIVERA. I.N.G.: CHOWDHURY, M.A.R.; HUQ, ecology o f the oceans. Portland: Wiley-Liss;
R.R.; JA C O B S, D.; MART INS. M.T.; p. 13-41. 2000.
C O L W E L L . R.R. En tero ba ct eria l re pe tit iv e SHIKLOMANOV, 1. World w ater resources: a
intergenic consensus sequences and the PCR to new appraisal and assessm ent for the 21 th
generate fingerprints of genomic DNAs from century. IHP, Unesco. p.32, 1998.
V ibrio ch o lera e 0 1 , 0 1 3 9 and n o n - O l . SIMARD, R.E. Yeasts as an indicator of pollution.
A pplied and E nvironm ental M icrobiology. M arin e P o llu tio n B ulletin. v.2, p. 123-5.
v.61, p . 2898-2904. 1995. 1971.
R I V E R A , I.N.G.; CH OW D H UR Y. M .A .R .; SOUZA. K.M.C.: NUNES, S R.; MARKMAN, C.:
S A NC HEZ , P.S.; SATO, M.I.Z.; HUQ. R . R.; A LB ER T IN I. L.S.; PA PA SI D ER O , A.A.S.:
COLWELL. R.R.; MARTINS, M.T. Detection DANTAS. M.A.; ALMEIDA, B.C.; UENO, PM.:
o f cholera (ctx) toxin and zonula occl ud en s M E N U C C I. D .L.; FERREIRA, C.P.:
(zot) toxin genes in Vibrio cholerae 0 1 . 0 1 3 9 SC H N E ID E R . M.H.; RIVERA, I.N.G.
and n o n - O l strains. World J ournal o f Identificação de Vibrio cholerae O l Toxigênico
M icrob io lo gy and B io te ch n o lo g y . v. 11, em Água de Lastro. XXII Congresso Brasileiro
p . 572-577, 1995. de M icrobiologia Florianópolis, SC, 2003.
R O C H A , G.R.A.; ROSSI W O N G T S C H O W S K I , STACKEBR ANDT. E.; MURRAY, R.G.E.;
C .L .D .B .; PI RES -VANIN , A.M .S .; JA R R E TRUPER, H.G. Proteobacteria classes nov., a
T E I C H M A N N . A. Seasonal bu dg e ts o f name for the phylogenetic taxon that includes
organic matter in the Ubatuba shelf system, SE. the “ purple ba cté ria and their r e l a t i v e s ” .
Brazil. 1. Planktonic and bentic components. In te r n a tio n a l J ou rn a l of S y s te m a tic
O cean ologica Acta, v.26, p.487-495, 2003. Bacteriology. v.38, p . 321-325. 1998.
M icrobiologia aquática marinha 627
SUSIN1RIBEIRO, S.M M. Biomass distribution of WARD. D.M.: WELLER. R.: BATESON. M.M 16S
pico-nano and mic rop la nkt on on the rRNA sequences reveal numerous uncultured
c o n ti n e n ta l s h e l f o f A brolhos, East Brazil. m ic ro o rg a n is m s in a natural c o m m u n i t y .
A rchives of Fishing Marine Research, v.47, N a t u r e , v.345, p, 63-65. 1990.
p.21 3, 1999. WEINER, R. The plasticity o f marine bactéria:
TAKAHASHI. M.; TSUKIYAMA, T : SUZUKI. T. adaptations to high- and low-nutrient habitats.
Purification and some properties of chitinase In: ROSENBERG, E. (Ed ). Microbial ecology
produced by Vibrio sp. Journal Fermentation and in fe c tio u s disease. ASM P re ss,
B io e n g in e e rin g , v.75, p.457-459, 1993 Washington, D.C. p . 17-29, 1999.
T H O M P S O N , F.L.: SW IN G S. J. Taxonom y o f WOMMACK, K.E.; COLWELL. R.R.
Vibrios. In: TH OM PSO N, F.L.; AUSTIN. B.; Virioplankton: viruses in aquatic ecosystems.
SWINGS. J. (Ed.).The Biology of Vibrios. ASM Microbiol. M olecular Biology Review. v.64,
Press, Washington, D.C. p.29-43, 2006. n . l , p.69-1 14, 2000.
TH O M PS O N . F.L.; GEVERS. D.; THOMPSON. XU. H.S.; RO BE RT S, N.; S I N G L E T O N , F.L.;
C.C.: DAWYNDT, P.; NASER, S.; HOSTE. B.; ATTWELL, R.W.; GRIMES. D.J.; COLWELL,
MU N N, C.B.; S W I N G S , J. Phylogeny and R.R. Survival and viability of no ncu lturable
molecular identification of Vibrios on the basis E sch erich ia coli and Vibrio ch o lera e in the
o f multilocus sequence analysis. Applied and estuarine and marine environment. M icrobial
E nvironm ental M icrobiology. v.71, p.5107- Ecology, v.8, p .313-323, 1982.
5115,2005. YU, C.: LEE, A.M.; BASSLER, B.L.; ROSEMAN,
T I E D J E . J.M, M icrobial diversity: o f value to S. C hit in utilization by m a rin e ba ct é ri a . A
whom? ASM News, v.60, p.524-525. 1994. physiological function for bacterial adhesion to
U M B I-P D -9 4 0 1 . Pub li ca tio n - M ic ro b io lo gy / im m ob il iz e d ca rb oh yd ra te s. J o u r n a l o f
Biotechnology, Center of Marine Biotechnology, Biological Chemislry. v.266, p.24260-24267,
University of Maryland Biotechnology Institute, 1991.
UMBI. MD. 1994. ZOB ELL, C.E.: FELT HAM , C.B. P r e li m in a r y
U R AKA W A, H.; R IV ER A I.N.G. Aquatic studies on the distribution and characteristics
environment. In: THOMPSON, F.L.: AUSTIN, o f m a rin e bactéria. Buli. S c r ip p s. Inst.
B.; SWINGS. J. (Ed.).The Biology o f Vibrios Oceanogr. Univ. Calif. Tech. Ser., v.3, p.279-
ASM Press, Washington, D.C. p. 175-189, 2006. 296. 1934.
VITAL BRAZIL, J.M.; ALVES, R.M.: RIVERA. ZOBELL, C E. Marine microbiology. Waltham:
I.N.G; RODRIGUES, D P . KARAOLIS, D.R.; Chronica Botanica, 1946.
C A M P O S , L.C. Prev al en ce of vir ulence-
associated genes in clinicai and environmental
Vibrio cholerae isolated in Brazil between 1991
and 1999. FEMS Microbiology Letters. v.215,
p . 15-21. 2002.
28
U S P /E S A L Q - D epto. d e G e n é tic a , C.P. 83 - 13400-970 - P ira cicab a , SP. "U M C - N ú cle o In te g ra d o cm B io tec n o lo g ia , M o g i d a s
C ru z e s, SP. 'U F R P E /U A G Av. B om P astor s/n - C P. 152 - C E P : 5 5 .2 9 2 -9 0 1 - G aran h u n s, PE.
630 M icrobiolog ia Am bien ia I
I. In tro d u ç ã o
2. E ventos q u e p e rm ite m a T G H no a m b ie n te
5. C onsiderações finais
R eferências
AZEVEDO, J.L. Microrganismos endofíticos. In: D O O L IT T L E . R .F. The Case of Gene Transfer
MELO. I.S.; AZEVEDO, J.L. (Ed.). Ecologia between very Distantly Related Organisms. In:
M icro b ia n a . Jaguariúna: EM B R A P A -M e io M. SYVANEN: C.I. KADO. (Ed.) Horizontal
Ambiente, cap.4, p . 117-137, 1998. Gene Transfer. Chapm an and Hall, London,
BA D O S A , E.; MO R EN O . C.: M O N T ES IN O S, United Kingdom 1998. 31 lp.
E. Lack of detection of ampicillin resistance GEBHARD, F.; SMALLA, K, Transformation of
gene transfer from Bt 176 transgenic corn to Acinetobacter sp. BD413 by transgenic sugar beet
culturable bactéria under .eld conditions. FEMS DNA. Applied and Environm ental
Microbiology Ecology. v.48. 169-178, 2004 Microbiology. v.64, p. 1550-1554, 1998.
BERTOLLA, F.; FROSTEGARD. A.; BRITO. B.: HEUER, H.; SMALLA, K, Bacterial Phyllosphere
NESME, X.; SIMONET. P. During Infection of Communities of Solanum tuberosum L. and T4-
its Host, the Plant Path ogen R a lsto n ia lysozyme-producing Transgenic Variants. FEMS
solanacearum Naturally Develops a State of Microbiology Ecology, v.28, p .357-371, 1999
Competence and Exchanges Genetic Material. KAY, E.; VOGEL, T M.; BERTOLLA, F.; NALIN, R.;
Molecular Plant Microbe Inieraction, v. 12, SIMONET, P. In situ Transfer of Antibiotic
p.467-472, 1999. Resistance Genes from Transgenic (transplastomic)
BERTOLLA, F.; SIMONET, P. Horizontal gene Tobacco Plants to Bactéria. Applied and
trans fers in the en v iro nm e nt: natural Environmental Microbiology, v.68, p.3345-
transformation as a putative process for gene 3351, 2002.
transfers between transgenic plants and soil KOWACHUK, G A ; BRUINSMA. M.; VAN VEEN.
micro-organisms. Research in M icrobiology, J. A. Assessing Responses of Soil Microorganisms
v . 150, p . I - 10. 1999. to GM Plants. Trends in E cology and
BERTOLLA, F.; VAN GIJSEGEM, F.; NESME, X.; Evolution. v, 18, n.8, p.403-410, 2003.
SI MO NET , P. C o n d it io n s for Natural LORENZ, M.G.; WACKERNAGEL, W Bacterial
T r an s fo rm atio n o f R a lsto n ia so la n a cea ru m . gene transfer by natural genetic transformation
Applied and E nvironm ental M icrobiology. in the environment. M icrobiology R eview s,
v.63, n. 12, p.467-472, 1999. v.58, p . 1930-1939. 1994.
BROER, I.; D R O G E -L A S E R , W.: G E R K E , M. L O T T M A N N , J.; BERG, G. Phenotypic and
Examination o f the Putative Horizontal Gene genotypic characterization o f antagonistic
T r a n s fe r from Tr an s g e n ic Plants to bactéria associated with roots of transgenic and
Agrobacteria. In: SCHMIDT, E.R.; HANKELN, non-transgenic potato plants. FEM S
T. (Ed.). T ransgenic O rg a n ism s and M icrobiology Reviews, v. 156, p.75-82, 2001.
Biosafety: Horizontal Gene Transfer, Stability LOTTMANN. J.; HEUER, H.; SMALLA, K ; BERG,
of DNA, and Expression of Transgenes, 1996, G. Influence of transgenic T4-lysozyme-
p.67-70. Springer-Verlag: Berlin. producing potato plants on potentially beneficiai
BROWN. J. Ancient Horizontal Gene Transfer. plant-associated bactéria. FEMS Microbiology
Nature R eview s-G enetics. v.4, p. 121-132, Ecology, v.29, p.365-377, 1999.
2003. NIELSEN K M.; BONES. A.M.; SMALLA, K ;
BUSHMAN, F. Lateral DNA Transfer; VAN ELSAS, J.D. Horizontal Gene Transfer
Mechanisms and Consequences. Cold Spring from Transgenic Plants to Terrestrial Bactéria
Harbor Laboratory Press 2003. 448p. - a Rare Event? FEMS Microbiology Reviews.
CECCHERINI. M T.; POTÉ, J.: KAY, E.: VAN, V.T.. v.22, p. 79-103, 1998.
MARÉCHAL, J.; P I E T R A M E L L A R A, G ; NIELSEN, K M.; GEBHARD. F ; SMALLA, K.;
NANNIPIERl, P.; VOGEL, T.M.: SIMONET, P. BONES, A.M.; VAN ELSAS. J.D. Evaluation of
Degradation and transformability of DNA from Possible Horizontal Gene Transfer from
transgenic leaves. Applied and Environmental Transgenic Plants to the Soil Bacterium
Microbiology, v.69, p.673-678, 2003. A c in e to b a c ter c a lco a c e tic u s BD413.
DE VRIES, J.; WACKERNAGEL, W. Detection of T heoretical and Applied G enetics. v.95,
npt 11 (kanamicyn resistance) gene in genomes p.815 821, 1997.
o f transg enic pla nts by m a rk e r-r e s cu e NIELSEN, K.M.; SMALLA, K.; VAN ELSAS, J.D.
trans for ma tio n. M o lec u la r and G en era l Natural trans formation of A c in e to b a c te r sp.
G enetics, v.257, p.606-613, 1998. Strain BD413 with cell lysates of Acinetobacter
DEMANÈCHE, S.: BERTOLLA, F.; BURET, F.; sp., Pseudomonas fluorescens, and Burkholderia
NALIN, R.: SAILLAND, A.; AURIOL. P.; VOGEL, c ep a c ia in soil micro co sm s. A pplied and
T. M.; SIMONET, P. Applied and Environmental E nvironm ental M icrobiology, v.66, p . 206-
Microbiology. v.67, p.3440-3444, 2001. 212, 2000.
Transferência horizontal de genes. 639
NIELSEN. K.M ; VAN ELSAS, J.D.; SMALLA, K. SMALLA, K ; BORIN. S.; HEUER, H.; GEBHARD,
T r a n s fo rm a ti o n of A c in e to b a c te r sp. F., VAN ELSAS, J.D.; NIELSEN, K. Horizontal
B D 4 13(p F G 4 ? n p tI I) with Tr ans ge nic Plant Transfer of Antibiotic Resistance Genes from
DNA in Soil M ic r o c o s m s and Effects o f Transgenic Plants to Bactéria - Are there New
Ka nam yc in on S e le ct io n o f T ra ns for m ant s. Data to Fuel the Debate? In: FAIRBAN, C.;
Applied and E nvironm ental M icrobiology. S C O LE S, G.; M c H U G H E N , A. (Ed.).
v.66, p. 1237-1242, 2000 Proceedings of the 6lh International Symposium
OCHMAN, H ; LAWRENCE, J.G.; GROISMAN, E. on the Biosa fet y o f G e net ic a lly Mo dif ie d
A. Lateral G ene Tr an s fe r and the Nature of Organisms: 146-154, 2000.
Bacterial Innovation. N ature, v.405, p .299- S M A L L A , K.; W E L L I N G T O N , E.M.H.; VAN
304, 2000. ELSAS, J.D. Natural background o f bacterial
SALZBERG, S.L.; WHITE, O.: PETERSON, J.; antibiotic resistance genes in the environmental.
EISEN, J.A. Microbial Ge nes in the Human In: Nordic Seminar on Antibiotic Resistance
Gen ome : Lateral T r a n s f e r or G ene Loss? Marker Genes and Transgenic Plants, pp. 43-
Science, v.292, p. 1903-1906, 2001. 57. Norwegian Biotechnology Advisory Board,
SCHLUTER. K.; FIJETTERER, J.; POTRYKUS, 1. Oslo, 1997.
“Horizontal” gene transfer from a transgenic S O L O M O N , J.M.; G R O S S M A N , A.D. Who s
potato line to a bacterial pathogen (E rw inia c o m p e t e n t and when: reg ula tio n o f natural
chrysanthem i) occurs if at ali at an extremely genetic c o m p e t e n c e in bactéria. T rends in
low frequency. Bio/Technologv, v. 13. p 1094 G enetics, v .12, p . 150-155, 1996.
1098, 1995. SYVANEN, M.; KADO, C.I. H orizontal G ene
SIC1LIANO. S.D.; G E R M I D A , J.J. Taxonomic Transfer. C hapman & Hall, London, United
Diversity of Bactéria Associated with the Roots Kingdom.
of Field-Grown Transgenic Brassica napus cv. T H O M A S , C.M.; S M A L L A , K. Tr aw li n g the
Quest, C o m p a r e d to the N on-T ransg en ic B. horizontal gene pool. M icro b io log y Today,
napus cv. Excel and B. rapa cv. Parkland. FEMS v.27, p.24-27, 2000.
Microbiology Ecology. v.29, p.263-272, 1999. VAN ELSAS, J.D.; TURNER, S.; BAILEY, M. J.
SMALLA. K.; BORIN, S.; HEUER, H.; GEBHARD, Horizontal Gene Transfer in the Phytosphere.
F., VAN EL S A S , J.D. ; NIEL SE N. K M . New Phythologist. v . 157, p . 525-537, 2003.
Horizontal transfer of antibiotic resistance genes
from transgenic plants to bactéria - Are there
new data to fuel the debate? In: C. FAIRBAN, G.
SCOLES, A, MCHUGHEN (Ed.). Proceedings
o f the 6 ,h In te rn a tio na l S y m po s iu m on the
Biosafety of Genetically Modified Orgamsms,
p. 146-154, 2000.
índice remissivo 641
/
Indice Remissivo
Símbolos Arthrobacter 268
Aspergillus 508
2,4-D 203, 207, 210 fum igatus 361
Atenuação natural monitorada 567
A
Aterros sanitários 353, 359
A cid iíhiobacillus 55-56, 60, 69-70 Atividade antimicrobiana 165, 173-174
Ácido enzimática 204, 209
abiético 274-276 Atrazina 603
cumárico 274 A ureobasidium 508
ferúlico 274 Auxina 596
graxo 159-163, 172, 177 Azocorantes 322
húmico 264, 267 A zospirillum 590, 596
nítrico 502-503, 507
orgânico 574-575, 577
protocatecóico 269, 273 (3-glicosidase 314
siríngico 274 Bacillus thuringiensis 633, 637
sulfúrico 491, 494, 502, 507 Bactéria
úrico 450-451, 453, 455 púrpura 54
A cin eto b a cier 152, 157-158, 160, 172 quimiolitoautotrófica 507-508
Acridina 322 quimiorganotrófica 502, 507, 512-513
Adaptação 2, 5 verde 54
A grobacterium 633, 636-637 Bactérias quimioautótrofas 221
Agrostis tenuis 580 Bactérias quitinolíticas 621
Agrotóxicos 378-383, 386, 389, 392, 399, 400, Bacteriófago 630
403, 406 Baleia 611
Alcanos 157-158, 161, 163-164 Basidiomiceto 282-283, 285, 287-290, 292-297
Álcool veratrílico 274, 307, 313-314 Basidiom icotina 305
Algas 502-507, 513 Benomil 202. 212, 379, 387-392
Alternaria 508 Benzimidazóis 378, 386, 390, 392, 404, 407
Alteromonas 615 BHC 472
Ambiente construído 478-479 Bibliotecas metagenômicas 99, 100-101
Ambrosia artcmisiifola 579 Biocatálise ambiental 194
Amida 381, 402 Biocidas 509, 511, 516
Amônia 113 Biocorrosào 502
Anilina 206, 210 Biodegradaçào 353-357, 359-360, 363-371,
Anilinas 265, 268, 270 550-557, 559-561, 564-567
Antagonista 8, 10 acelerada 602
Antibiótico 592, 595, 597 Biodeterioraçào 340-342, 350, 356-357, 359,
Anticorpos monoclonais 113 4 7 8-4 83 , 487-488, 490-496, 503-504,
Antraccno 159 50 6-5 12, 516
Antraquinonas 322, 326, 329, 334 Biodigestores 222-223, 234-237, 247
Aquecimento global 2, 5 Biodisponibilidade 555-557, 573-574, 584
Aqüífero 493 Bioestimulaçâo 88
A rabidopsis thaliana 577, 580 Biofilme 126-127, 129-137, 139-147
Arenito 51 Biohidrometalurgia 58-60, 67, 69, 76
Argamassa 483, 486, 489 Biolixiviação 512
ARÍSA 94 Biomassa 354-355, 380, 400
Arquéias 218, 220, 222, 227, 230, 236-237, Bioprocessos 186, 189-190
24 8, 252 Bioprospecção 84-87, 94
64 2 Microbiologia Ambiental
/
Indice Autores
Meio Ambiente
M in isté r io da
A gricultura, Pecuária
e A b a ste c im e n to