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A formação do professor, a prática reflexiva
e o desenvolvimento de competências para
ensinar
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O século XXI aponta uma visão educacional que apresenta grandes mudanças na educação
no mundo globalizado, fornecendo indicadores de que o ofício de professor requer muitos
conhecimentos, uma grande quantidade de ideias, de habilidade nos procedimentos, nas
estratégias de ensinar, de lidar com os alunos e excelentes atitudes, valores, hábitos e
condições pessoais para o ensino. Assim é o conhecimento verdadeiro: saber, fazer, ser. Já
sabemos que não tem sentido perguntas tais como: arte ou ofício?, vocação ou profissão?,
teoria ou prática?. Teoria, experiência, arte, tecnologia, valores e atitudes, todos são
ingredientes necessários que, em cada pessoa, são combinados de diferentes modos.
Uma concepção moderna da tarefa do professor requer não apenas ampliar certas formulas
pré estabelecidas, como também um exercício profissional competente que inclui
autonomia, capacidade de decisão e criatividade.
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas é ajudar a
pessoa a tomar consciência de si mesmo, dos outros e da sociedade. É oferecer várias
ferramentas para que a pessoa possa escolher, entre muitos caminhos , aquele que for
compatível com os seus valores, sua visão de mundo e com circunstancias adversas que
cada um irá encontrar.
O professor que quer trabalhar construtivamente com seus alunos avalia suas características
e suas necessidades concretas. Ele preocupa-se em escutar o que os alunos oferecem: seu
pensamento, suas ideias prévias e suas hipóteses. Em cada situação concreta, considera o
que a criança é capaz de fazer por sua conta e o que é capaz de fazer com ajuda. A partir
dos resultados obtidos, decide a próxima atividade e as formas concretas de organizá-las,
considerando interesses, motivações e curiosidades dos alunos. Isso leva a negociar o
currículo, partindo de seus objetivos educativos e da realidade concreta de seus alunos.
Dessa forma, o professor não só avalia seus alunos, mas também analisa a atividade
proposta, identificando o sentido de sua aplicação, a motivação e o estímulo ao pensamento.
O professor reflexivo aceita fazer parte do problema. Ele reflete sobre sua própria relação
com o saber, com as pessoas, com o poder, com as instituições, com as tecnologias e com a
cooperação, assim como reflete sobre sua forma de superar limites ou de tornar mais
eficazes seus gestos técnicos.
Uma prática reflexiva profissional nunca é totalmente solitária. Ela deve basear-se em
conversas informais, em momentos organizados de profissionalização interativa, em prática
de análise do trabalho, de trocas sobre os problemas profissionais, de reflexão sobre a
qualidade e de avaliação do que é feito, buscando o desenvolvimento de competências.
É possível perceber, de forma ainda mais nítida, que a prática reflexiva e o envolvimento
crítico não podem ser considerados peças relacionadas e nem mesmo andares acrescentados
ao edifício das competências. Ao contrário disso, são fios condutores do conjunto da
formação, são posturas que devem ser adotadas, desejadas e desenvolvidas pelo conjunto do
formadores e das unidades de formação, conforme as múltiplas modalidades. Na verdade, as
competências profissionais só são construídas em função de uma prática reflexiva e
engajada, que se instala desde o início dos estudos.
Em outros termos, esses dois componentes, os quais, até agora, foram apresentados como
objetivos de formação, também são suas principais alavancas: se adotarem uma postura
reflexiva e um envolvimento crítico, os alunos aproveitarão melhor essa formação
alternada. (PERRENOUD, 2002 b, 197)
É no momento da ação educativa que o educador expressa sua sabedoria por meio da
transformação de seu conhecimento em prática. A capacidade de adaptar suas ações em
situações que propiciem a aprendizagem demonstra as competências do professor. Por esse
motivo, o desenvolvimento de competências no aluno permite que este se torne capaz de
aprender a pensar por si, a criar suas próprias respostas para as questões apresentadas pelo
professor, e não a reproduzi-las simplesmente.
A visão educacional compreende um aspecto transformador, uma vez que exige uma
postura crítica por parte do professor de forma a promover a reflexão. O professor-educador
deve assumir a responsabilidade ética de ser um multiplicador de novas idéias,
possibilitando qualidade e condições de desenvolvimento de seus alunos, assumindo sua
tarefa pessoal de expandir a própria consciência, compreendendo os caminhos invisíveis de
como pensar seu trabalho e que direções pode tomar.
Os professores devem dispor de todos os dados que permitam conhecer em todo o momento
que atividades cada aluno necessitam para a sua formação. Os dados devem se referir ao
processo seguido pelo aluno: no começo, durante e no final deverão determinar que
necessidades têm e quais medidas educativas são necessárias oferecer. É preciso que o
professor faça um registro das incidências de cada aluno em relação ao processo, aos
resultados obtidos e ás medidas utilizadas. E este registro deve contemplar a informação
quanto ao percurso, o grau de realização dos objetivos previstos e o grau de aprendizagem
adquirido em cada conteúdo.
O aluno necessita de incentivos e estímulos para enfrentar o trabalho que lhe é proposto. É
necessário que o professor conheça, em primeiro lugar, a relação do aluno consigo mesmo
e, em segundo lugar, em relação aos demais. É imprescindível oferecer informações que o
ajude a superar os desafios escolares.
A função social do ensino não consiste apenas em promover os mais aptos para a
universidade, pois abarca outras dimensões da personalidade. Quanto a formação integral é
a finalidade principal do ensino e seu objetivo é o desenvolvimento de capacidades da
pessoa e não apenas as cognitivas, muitos pressupostos da avaliação mudam. Em primeiro
lugar, os conteúdos de aprendizagem a serem avaliados não serão unicamente conteúdos
associados ás necessidades do caminho para o vestibular. Será necessário, levar em
consideração os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais que promovam as
capacidades motoras, de autonomia pessoal, de relação interpessoal e de inserção social.
Desta maneira, o objetivo do ensino não centra sua atenção em certos parâmetros finalistas,
mas nas possibilidades pessoais de cada um dos alunos.
Uma atitude reflexiva permanente possibilitara uma análise mais complexa do oficio de
profissional da educação, onde estabelecer uma relação critica com o saber é essencial para
a construção da identidade de formador competente.