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POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS A PNAS informa em seu caderno que segundo Di

PROF. RAVAN LEÃO Giovanni (1998:10), entende-se por Proteção Social


ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E as formas "institucionalizadas que as sociedades
SOCIOEDUCAÇÃO – ENS – UNB constituem para proteger parte ou o conjunto de
AGENTE SOCIOEDUCATIVO DO GOVERNO DO seus membros. Proteção esta surge de certas
DISTRITO FEDERAL. vicissitudes da vida natural ou social, tais como a
EX CONSELHEIRO TUTELAR velhice, a doença, o infortúnio, as privações. (...)
LISTA DE TRANSMISSÃO 985098848 Surgindo aqui um sistema seletivo de distribuição
INSTA PROF. RAVANLEAO e redistribuição de bens materiais (como a comida
YOU TUBE PROF. RAVAN LEÃO e o dinheiro), quanto os bens culturais (como os
POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ( PNAS) saberes), que permitirão a sobrevivência e a
integração, sob várias formas na vida social.
Conforme a exposição dada pela Política Nacional de A proteção social deve garantir as seguintes
Assistência Social doravante chamada de PNAS, seguranças:
advinda da RESOLUÇÃO Nº 145, DE 15 DE OUTUBRO
DE 2004 (DOU 28/10/2004) e a partir desta 1) segurança de sobrevivência (de
resolução temos: rendimento e de autonomia)

“A assistência social(art. 1º da LOAS) é: 2) de acolhida;

3) e, convívio ou vivência familiar.


1. Direito do cidadão e dever do Estado,
1) A segurança de rendimentos não é uma
2. Política de Seguridade Social (art.196, CF – SPA) compensação do valor do salário-mínimo
não contributiva, inadequado, mas a garantia de que todos
tenham uma forma monetária de garantir sua
3. Provê os mínimos sociais, sobrevivência, independentemente de suas
limitações para o trabalho ou do desemprego.
4. Realizada através de um conjunto integrado de É o caso de pessoas com deficiência, idosos,
ações de iniciativa pública e da sociedade, desempregados, famílias numerosas, famílias
desprovidas das condições básicas para sua
5. para garantir o atendimento às necessidades reprodução social em padrão digno e cidadã.
básicas. 2) Por segurança da acolhida, entende-se
como uma das seguranças primordiais da
política de assistência social. Ela opera com a
provisão de necessidades humanas que
Conforme a publicação do MDS quanto a PNAS, a começa com os direitos à alimentação, ao
CF de 1988 traz uma nova concepção para a vestuário, e ao abrigo, próprios à vida humana
Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da em sociedade. A conquista da autonomia na
Seguridade Social e regulamentada pela Lei provisão dessas necessidades básicas é a
Orgânica da Assistência Social – LOAS – em orientação desta segurança da assistência
dezembro de 1993. social. É possível, todavia, que alguns
É uma política social pública, a assistência social indivíduos não conquistem por toda a sua vida,
inicia seu trânsito para um campo novo: o campo ou por um período dela, a autonomia destas
dos direitos, da universalização dos acessos e da provisões básicas, por exemplo, pela idade –
responsabilidade estatal. Advindo do SISTEMA uma criança ou um idoso –, por alguma
TRIPÉ da seguridade social, SAÚDE – deficiência ou por uma restrição momentânea
PREVIDÊNCIA e ASSISTÊNCIA SOCIAL, sendo esta ou contínua da saúde física ou mental.
regulamentada pela LOAS que traz uma matriz no
Outra situação que pode demandar acolhida,
atendimento social no país.
nos tempos atuais, é a necessidade de
separação da família ou da parentela por
múltiplas situações, como violência familiar ou I – Supremacia do atendimento às
social, drogadição, alcoolismo, desemprego necessidades sociais sobre as exigências de
prolongado e criminalidade. Podem ocorrer rentabilidade econômica;
também situações de desastre ou acidentes II - Universalização dos direitos sociais, a fim
naturais, além da profunda destituição e de tornar o destinatário da ação assistencial
abandono que demandam tal provisão. alcançável pelas demais políticas públicas;
III - Respeito à dignidade do cidadão, à sua
autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços
3) A segurança da vivência familiar ou a de qualidade, bem como à convivência familiar e
segurança do convívio é uma das necessidades comunitária, vedando-se qualquer comprovação
a ser preenchida pela política de assistência vexatória de necessidade;
social. Isto supõe a não aceitação de situações IV - Igualdade de direitos no acesso ao
de reclusão, de situações de perda das atendimento, sem discriminação de qualquer
relações. É próprio da natureza humana o natureza, garantindo-se equivalência às
comportamento gregário. É na relação que o populações urbanas e rurais;
ser cria sua identidade e reconhece a sua V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços,
subjetividade. A dimensão societária da vida programas e projetos assistenciais, bem como dos
desenvolve potencialidades, subjetividades recursos oferecidos pelo Poder Público e dos
coletivas, construções culturais, políticas e, critérios para sua concessão.
sobretudo, os processos civilizatórios. As
barreiras relacionais criadas por questões
individuais, grupais, sociais por discriminação
Diretrizes ( DESPARPRICE aqui o mnemônico
ou múltiplas inaceitações ou intolerâncias
diferencia-se da LOAS por acrescentar a
estão no campo do convívio humano. A
CENTRALIDADE )
dimensão multicultural, intergeracional,
interterritoriais, intersubjetivas, entre outras,
A organização da Assistência Social tem as
devem ser ressaltadas na perspectiva do direito
seguintes diretrizes, baseadas na Constituição
ao convívio.
Federal de 1988 e na LOAS:
Nesse sentido fica nítida as responsabilidades de
Estado próprias a serem asseguradas aos cidadãos I - Descentralização político-administrativa,
brasileiros. que possui um caráter civilizatório cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera
presente na consagração de direitos sociais federal e a coordenação e execução dos
subentendendo assim, ( LOAS - provisões respectivos programas às esferas
assistenciais - sejam prioritariamente de garantias estadual e municipal, bem como a entidades ben
de cidadania - vigilância do Estado, a eficentes e de assistência social,
universalização da cobertura - garantia de direito garantindo o comando único das ações em cada
- acesso para serviços, programas e projetos sob esfera de governo, respeitando-se as diferenças e
sua responsabilidade). as características socioterritoriais locais;
II - Participação da população, por meio de
organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis;
Princípios ( SURID identico aos princípios da III - Primazia da responsabilidade do Estado na
LOAS) condução da política de assistência social em cada
esfera de governo;
Em consonância com o disposto na LOAS, capítulo IV - Centralidade na família para concepção e
II, seção I, artigo 4º, a Política Nacional de implementação dos benefícios, serviços,
Assistência Social rege-se pelos seguintes princípios programas e projetos.
democráticos:
Objetivos
Conforme a PNAS a Política Pública de Assistência 7. Diferentes formas de
Social realiza-se: violência advinda do núcleo familiar,
grupos e indivíduos;
De forma integrada às 8. Inserção precária ou não inserção no
políticas setoriais, mercado de trabalho formal e informal;
Considerando 9. Estratégias e alternativas
as desigualdades socioterritoriais, diferenciadas de sobrevivência que podem
Visando seu enfrentamento, representar risco pessoal e social.
À garantia dos mínimos
sociais,
Ao provimento de condições Assistência Social e AS PROTEÇÕES AFIANÇADAS
para atender contingências sociais
e
Proteção Social Básica tem como objetivos:
À universalização dos
direitos sociais.
1. Prevenir situações de risco por meio do
Objetiva: desenvolvimento de potencialidades e
aquisições,
Prover serviços, programas, projetos e 2. E o fortalecimento de vínculos
benefícios de proteção social básica e, ou, familiares e comunitários.
especial para famílias, indivíduos e grupos que 3. Destina-se à população em
deles necessitarem; vulnerabilidade social decorrente da
pobreza, privação (ausência de renda,
Contribuir com a inclusão e a eqüidade dos precário ou nulo acesso aos serviços públicos,
usuários e grupos específicos, ampliando o dentre outros) e, ou,
acesso aos bens e serviços socioassistenciais 4. Fragilização de vínculos afetivos -
básicos e especiais, em áreas urbana e rural; relacionais e de pertencimento social
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou
Assegurar que as ações no âmbito da por deficiências, dentre outras).
assistência social tenham centralidade na
família, e que garantam a convivência familiar
e comunitária;
Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e
projetos locais de acolhimento, convivência e
socialização de famílias e de indivíduos,
Usuários conforme identificação da situação de
vulnerabilidade apresentada.
DEFINIÇÃO - Cidadãos e grupos que se encontram Deverão incluir as pessoas com deficiência e
em situações de vulnerabilidade e riscos, tais ser organizados em rede, de modo a inseri-las nas
como: diversas ações ofertadas. Os benefícios, tanto
de prestação continuada como os eventuais,
1. Famílias e indivíduos com perda ou compõem a proteção social básica, dada a natureza
fragilidade de vínculos de afetividade, de sua realização.
pertencimento e sociabilidade;
2. Ciclos de vida; Os programas e projetos são executados pelas três
3. Identidades estigmatizadas em instâncias de governo e devem ser articulados
termos étnico, cultural e sexual; dentro do SUAS. Vale destacar o Programa de
4. Desvantagem pessoal resultante de Atenção Integral à Família – PAIF – que, pactuado e
deficiências; assumido pelas diferentes esferas de governo,
5. Exclusão pela pobreza e, ou, no surtiu efeitos concretos na sociedade brasileira.
acesso às demais políticas públicas;
6. Uso de substâncias psicoativas;
O BPC constitui uma garantia de renda básica, no
valor de um salário mínimo, tendo sido um direito
estabelecido diretamente na Constituição Federal e Centro de Referência da Assistência Social e os
posteriormente regulamentado a partir da serviços de proteção básica
LOAS, Tal direito à renda se constituiu
como efetiva provisão que traduziu o princípio da
certeza na assistência social, como política não
contributiva de responsabilidade do Estado. Trata-
O Centro de Referência da Assistência Social –
se de prestação direta de competência do governo
CRAS é uma unidade pública estatal de base
federal, presente em todos os municípios. territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade
A Política Nacional de Assistência Social passa pro
social, que abrange a um total de até 1.000
transformações que compreenderá alterações já
famílias/ano. Executa serviços de proteção social
iniciadas no BPC que objetivam aprimorar as
básica, organiza e coordena a rede de serviços
questões de acesso à concessão, visando uma
sócio-assistenciais locais da política de
melhor e mais adequada regulação que reduza ou
assistência social.
elimine o grau de arbitrariedade hoje existente e
que garanta a sua universalização. Tais alterações
O CRAS atua com famílias e indivíduos em seu
passam a assumir o real comando de sua gestão
contexto comunitário, visando a orientação e o
pela assistência social.
convívio sócio-familiar e comunitário. Neste
sentido é responsável pela oferta do Programa de
Um ponto crucial é a questão da autonomia do
Atenção Integral às Famílias.
usuário no usufruto do benefício, visando
Na proteção básica, o trabalho com famílias deve
enfrentar problemas como a questão de sua
considerar novas referências para a compreensão
apropriação pelas entidades privadas de abrigo,
dos diferentes arranjos familiares, superando o
em se tratando de uma política não contributiva.
reconhecimento de um modelo único baseado na
Tais problemas somente serão enfrentados com
família nuclear, e partindo do suposto de que são
um sistema de controle e avaliação que inclua
funções básicas das famílias:
necessariamente Estados, Distrito Federal,
• prover a proteção e a socialização dos seus
Municípios, conselhos de assistência social e o
membros;
Ministério Público.
• constituir-se como referências morais, de
Nesta condição, o BPC não deve ser tratado como vínculos afetivos e sociais;
o responsável pelo grande volume de gasto ou • de identidade grupal, além de ser
como o dificultador da ampliação do mediadora das relações dos seus membros
financiamento da assistência social. Deve ser com outras instituições sociais e com
assumido de fato pela assistência social, sendo o Estado.
conhecido e tratado pela sua significativa
cobertura, 2,5 milhões de pessoas, pela magnitude
São considerados serviços de proteção básica de
do investimento social, cerca de R$8 bilhões, pelo
assistência social aqueles que potencializam a
seu impacto econômico e social e por retirar as
família como unidade de referência, fortalecendo
pessoas do patamar da indigência.
seus vínculos internos e externos de solidariedade,
Conforme a PNAS o BPC é processador de inclusão através do protagonismo de seus membros e da
dentro de um patamar civilizatório que dá ao Brasil oferta de um conjunto de serviços locais que visam
um lugar significativo em relação aos demais países a convivência, a socialização e o acolhimento em
que possuem programas de renda básica, famílias cujos vínculos familiar e comunitário não
principalmente na América Latina. Trata-se de uma foram rompidos, bem como a promoção da
garantia de renda que dá materialidade ao integração ao mercado de trabalho, tais como:
princípio da certeza e do direito à assistência social.
outras unidades básicas e públicas de assistência
social, bem como de forma indireta nas entidades • Programa de Atenção Integral
e organizações de assistência social da área de às Famílias;
abrangência dos CRAS.
• Programa de inclusão produtiva e condição não pela ausência de renda, mas por
projetos de enfrentamento da pobreza; outras variáveis da exclusão social. Percebe-se que
• Centros de Convivência estas situações se agravam justamente nas
para Idosos; parcelas da população onde há maiores índices de
• Serviços para crianças de 0 a 6 desemprego e de baixa renda dos adultos.
anos, que visem o fortalecimento dos .
vínculos familiares, o direito de brincar,
ações de socialização e de Vale destacar programas que, pactuados e
sensibilização para a defesa dos assumidos pelos três entes federados,
direitos das crianças;
• Serviços sócio-educativos para
crianças, adolescentes e jovens na faixa surtiram efeitos concretos na sociedade brasileira,
etária de 6 a 24 anos, visando sua como o Programa de Erradicação do Trabalho
proteção, socialização e o Infantil – PETI e o Programa de Combate à
fortalecimento dos vínculos familiares Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
e comunitários;
• Programas de incentivo ao
protagonismo juvenil e de Proteção Social Especial de média complexidade
fortalecimento dos vínculos familiares
e comunitários; São considerados serviços de média complexidade
• Centros de informação e de aqueles que oferecem atendimentos às famílias e
educação para o trabalho, voltados indivíduos com seus direitos violados, mas cujos
para jovens e adultos. vínculos familiar e comunitário não foram
rompidos. Neste sentido, requerem maior
Proteção Social Especial estruturação técnico- operacional e atenção
especializada e mais individualizada, e, ou,
Além de privações e diferenciais de acesso a bens e acompanhamento sistemático e monitorado, tais
serviços, a pobreza associada à desigualdade social como:
e a perversa concentração de renda, revela-se
numa dimensão mais complexa: a exclusão social. Serviço de orientação e
O termo exclusão social confunde-se, comumente, apoio sócio-familiar;
com desigualdade, miséria, indigência, pobreza Plantão Social;
(relativa ou absoluta), apartação social, dentre Abordagem de Rua;
outras. Naturalmente existem diferenças e Cuidado no Domicílio;
semelhanças entre alguns desses conceitos, Serviço de Habilitação e
embora não exista consenso entre os diversos Reabilitação na comunidade das
autores que se dedicam ao tema. Entretanto, pessoas com deficiência;
diferentemente de pobreza, miséria, desigualdade Medidas sócio-educativas em
e indigência que são situações, a exclusão social é meio-aberto (PSC – Prestação de
um processo que pode levar ao acirramento da Serviços à Comunidade e LA –
desigualdade e da pobreza e, enquanto tal, Liberdade Assistida).
apresenta-se heterogênea no tempo e no espaço.
A proteção especial de média complexidade
A realidade brasileira nos mostra que existem envolve também o Centro de Referência
famílias com as mais diversas situações sócio- Especializado da Assistência Social, visando a
econômicas que induzem à violação dos direitos de orientação e o convívio sócio-familiar e
seus membros, em especial, de suas crianças, comunitário. Difere-se da proteção básica por se
adolescentes, jovens, idosos e pessoas com tratar de um atendimento dirigido às situações de
deficiência, além da geração de outros fenômenos violação de direitos.
como, por exemplo, pessoas em situação de rua,
migrantes, idosos abandonados que estão nesta Proteção Social Especial de alta complexidade
Assegurar que as ações no âmbito da
Os serviços de proteção social especial de alta assistência social tenham centralidade na
complexidade são aqueles que garantem proteção família, e que garantam a convivência familiar
integral – moradia, alimentação, higienização e e comunitária;
trabalho protegido para famílias e indivíduos que
se encontram sem referência e, ou, em situação de Usuários
ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo
familiar e, ou, comunitário, tais como: DEFINIÇÃO - Cidadãos e grupos que se encontram
em situações de vulnerabilidade e riscos, tais
Atendimento como:
Integral Institucional;
Casa Lar; 1. Famílias e indivíduos com perda ou
República; fragilidade de vínculos de afetividade,
Casa de Passagem; pertencimento e sociabilidade;
Albergue; 2. Ciclos de vida;
Família Substituta; 3. Identidades estigmatizadas em
Família Acolhedora; termos étnico, cultural e sexual;
Medidas sócio-educativas 4. Desvantagem pessoal resultante de
restritivas e privativas de deficiências;
liberdade (Semi-liberdade, 5. Exclusão pela pobreza e, ou, no
Internação provisória acesso às demais políticas públicas;
e sentenciada); 6. Uso de substâncias psicoativas;
Trabalho protegido. 7. Diferentes formas de
violência advinda do núcleo familiar,
grupos e indivíduos;
Objetivos
8. Inserção precária ou não inserção no
mercado de trabalho formal e informal;
Conforme a PNAS a Política Pública de Assistência
9. Estratégias e alternativas
Social realiza-se:
diferenciadas de sobrevivência que podem
representar risco pessoal e social.
De forma integrada às políticas
setoriais,
Considerando as desigualdades
socioterritoriais,
Visando seu enfrentamento,
À garantia dos mínimos sociais,
Ao provimento de condições
para atender contingências sociais e
À universalização dos direitos
sociais.

Objetiva:

Prover serviços, programas, projetos e


benefícios de proteção social básica e, ou,
especial para famílias, indivíduos e grupos que
deles necessitarem;
Contribuir com a inclusão e a eqüidade dos
usuários e grupos específicos, ampliando o
acesso aos bens e serviços socioassistenciais
básicos e especiais, em áreas urbana e rural;
SUAS
Sistema
Único de
Assistência
Social
BÁSICA ESPECIAL
CRAS (art. 6-C) CREAS (art. 6-C)
1 - visa a prevenir 1- Reconstrução
situações de de vínculos
vulnerabilidade e familiares e
risco social; comunitários, a DESCENTRALIZAD
PARTICIPATIVO
defesa de direito O
2 - fortalecimento
de vínculos 2- Situações de
familiares e violação de
comunitários; direitos

PROTEÇÃO Os serviços, programas, projetos e benefícios têm


SOCIAL como foco prioritário a atenção às famílias, seus
membros e indivíduos e o território como base de
serviços, programas, organização, que passam a ser definidos pelas
projetos funções que desempenham, pelo número de
pessoas que deles necessitam e pela sua
complexidade. Pressupõe, ainda, gestão
compartilhada, co- financiamento da política pelas
GESTÃO DA PNAS na perspectiva do SUAS
três esferas de governo e definição clara das
Conceito e base de organização do Sistema Único competências técnico-políticas da União, Estados,
de Assistência Social - SUAS Distrito Federal e Municípios, com a participação e
mobilização da sociedade civil e estes têm o papel
efetivo na sua implantação e implementação.
O SUAS, cujo modelo de gestão é descentralizado
e participativo, constitui-se na regulação e O SUAS materializa o conteúdo da LOAS,
organização em todo o território nacional das cumprindo no tempo histórico dessa política as
ações socioassistenciais. exigências para a realização dos objetivos e
resultados esperados que devem consagrar direitos
de cidadania e inclusão social.

O SUAS define e organiza os elementos essenciais e


imprescindíveis à execução da política de
assistência social possibilitando a normatização dos
padrões nos serviços, qualidade no atendimento,
indicadores de avaliação e resultado, nomenclatura
dos serviços e da rede socioassistencial e, ainda, os
eixos estruturantes e de subsistemas conforme
aqui descritos:
• Matricialidade Sócio-Familiar;
• Descentralização político- familiares, de vizinhança, de segmento social,
administrativa e Territorialização; mediante a oferta de experiências sócio-
• Novas bases para a relação entre educativas, lúdicas, sócio-culturais,
Estado e Sociedade Civil; desenvolvidas em rede de núcleos sócio-
• Financiamento; educativos e de convivência para os diversos
• Controle Social; ciclos de vida, suas características
• O desafio da participação e necessidades;
popular/cidadão usuário; Segurança de acolhida: através de
• A Política de Recursos Humanos; ações, cuidados, serviços e projetos operados
• A Informação, o Monitoramento e em rede com unidade de porta de entrada
a Avaliação. destinada a proteger e recuperar as situações
de abandono e isolamento de crianças,
Conforme a PNAS os serviços socioassistenciais no adolescentes, jovens, adultos e idosos,
SUAS são organizados segundo as seguintes restaurando sua autonomia, capacidade de
referências: proteção social vigilância social, e convívio e protagonismo mediante a oferta
defesa social e institucional: de condições materiais de abrigo, repouso,
alimentação, higienização, vestuário e
Proteção social, aquisições pessoais desenvolvidas através de
acesso às ações sócio-educativas;
Vigilância socioassistencial
Vigilância Social: refere-se à produção,
sistematização de informações, indicadores e
Defesa de direitos
índices territorializados das situações de
vulnerabilidade e risco pessoal e social que incidem
sobre famílias/pessoas nos diferentes ciclos da vida
. . Proteção Social: (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos);
segurança de sobrevivência ou de pessoas com redução da capacidade pessoal, com
rendimento e de autonomia: através de deficiência ou em abandono; crianças e adultos,
benefícios continuados e eventuais que vítimas de formas de exploração, de violência e de
assegurem: proteção social básica a idosos e ameaças; vítimas de preconceito por etnia, gênero
pessoas com deficiência sem fonte de renda e e opção pessoal; vítimas de apartação social que
sustento; pessoas e famílias vítimas de lhes impossibilite sua autonomia e integridade,
fragilizando sua existência; vigilância sobre os
padrões de serviços de assistência social em
especial aqueles que operam na forma de
Na leitura de Aldaíza Sposati em documento
albergues, abrigos, residências, semi-residências,
denominado “Contribuição para a construção do
moradias provisórias para os diversos segmentos
Sistema Único de Assistência Social – SUAS”
etários. Os indicadores a serem construídos devem
mensurar no território as situações de riscos sociais
e violação de direitos.

Defesa Social e Institucional: a


proteção básica e especial devem ser
Calamidades e emergências; situações organizadas de forma a garantir aos seus
de forte fragilidade pessoal e familiar, em usuários o acesso ao conhecimento dos
especial às mulheres chefes de família e seus direitos socioassistenciais e sua defesa. São
filhos; direitos socioassistenciais a serem
Segurança de convívio ou vivência assegurados na operação do SUAS a seus
familiar: através de ações, cuidados e usuários:
serviços que restabeleçam vínculos pessoais,
Direito ao atendimento digno, atencioso se a partir da perspectiva postulada. Ou seja, a
e respeitoso, ausente de procedimentos centralidade da família é garantida à medida que na
vexatórios e coercitivos; Assistência Social, com base em indicadores das
necessidades familiares, se desenvolva uma
Direito ao tempo, de modo a acessar a
política de cunho universalista, que em conjunto
rede de serviço com reduzida espera e de
com as transferências de renda em patamares
acordo com a necessidade;
aceitáveis se desenvolva, prioritariamente, em
Direito à informação, enquanto direito redes socioassistenciais que suportem as tarefas
primário do cidadão, sobretudo àqueles com cotidianas de cuidado e que valorizem a
vivência de barreiras culturais, de leitura, de convivência familiar e comunitária.
limitações físicas;
Descentralização político-administrativa
Direito do usuário ao protagonismo e
e Territorialização
manifestação de seus interesses;
Seguindo a vontade do legislador disposta
Direito do usuário à oferta
inicialmente na LOAS, a PNAS mostra que no campo
qualificada de serviço;
da assistência social, o artigo 6º, da LOAS, dispõe
Direito de convivência familiar que as ações na área são organizadas em sistema
e comunitária. descentralizado e participativo, constituído pelas
entidades e organizações de assistência social,
O processo de gestão do SUAS prevê as seguintes
articulando meios, esforços e recursos, e por um
bases organizacionais:
conjunto de instâncias deliberativas, compostas
pelos diversos setores envolvidos na área.
Matricialidade Sócio-Familiar
As reconfigurações dos espaços públicos, em
termos dos direitos sociais assegurados pelo Estado A política de assistência social tem sua expressão
democrático de um lado e, por outro, dos em cada nível da Federação na condição de
constrangimentos provenientes da crise econômica comando único, na efetiva implantação e
e do mundo do trabalho, determinaram funcionamento de Conselho, Plano e Fundo são os
transformações fundamentais na esfera privada, elementos fundamentais de gestão da Política
resignificando as formas de composição e o papel Pública de Assistência Social.
das famílias. Por reconhecer as fortes pressões que A PNAS informa que segundo Dirce Koga afirma
os processos de exclusão sócio-cultural geram que “os direcionamentos das políticas públicas
sobre as famílias brasileiras, acentuando suas estão intrinsecamente vinculados à própria
fragilidades e contradições, faz-se primordial sua qualidade de vida dos cidadãos. É no embate
centralidade no âmbito das ações da política de relacional da política pública entre governo e
assistência social, como espaço privilegiado e sociedade que se dará a ratificação ou o combate
insubstituível de proteção e socialização primárias, ao processo de exclusão social em curso. Pensar na
provedora de cuidados aos seus membros, mas que política pública a partir do território exige também
precisa também ser cuidada e protegida. Essa um exercício de revista à história, ao cotidiano, ao
correta percepção é condizente com a tradução da universo cultural da população que vive neste
família na condição de sujeito de direitos, conforme território (...). A perspectiva de totalidade, de
estabelece a Constituição Federal de 1988, o integração entre os setores para uma efetiva ação
Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei pública... vontade política de fazer valer a
Orgânica de Assistência Social e o Estatuto do diversidade e a inter-relação das políticas locais”
Idoso. (2003:25).
Assim denota Menicucci (2002) afirma que “o novo
. paradigma para a gestão pública articula
Nessa ótica, a centralidade da família com vistas à descentralização e intersetorialidade, uma vez que
superação da focalização, tanto relacionada a o objetivo visado é promover a inclusão social ou
situações de risco como a de segmentos, sustenta- melhorar a qualidade de vida, resolvendo os
problemas concretos que incidem sobre uma total. Quanto às suas características
população em determinado território”. Ou seja, ao relacionais mantém-se as mesmas dos
invés de metas setoriais a partir de demandas ou municípios pequenos 1.
necessidades genéricas, trata-se de identificar os
Municípios de médio porte –
problemas concretos, as potencialidades e as
entende-se por municípios de médio porte
soluções, a partir de recortes territoriais que
aqueles cuja população está entre 50.001 a
identifiquem conjuntos populacionais em situações
100.000 habitantes (cerca de 10.000 a
similares.
25.000 famílias).
Mesmo ainda precisando contar com a
DEFINIÇÃO DO PORTE DO MUNICÍPIO referência de municípios de grande porte
para questões de maior complexidade, já
Como forma de caracterização dos grupos
possuem mais autonomia na estruturação
territoriais da Política Nacional de Assistência Social
de sua economia, sediam algumas
será utilizada como referência a definição de
indústrias de transformação, além de
municípios como de:
contarem com maior oferta de comércio e
• Pequeno, serviços. A oferta de empregos formais,
• Médio e portanto, aumenta tanto no setor
• Grande porte secundário como no de serviços.
A base é utilizada pelo IBGE, agregando-se outras Municípios de grande porte –
referências de análise realizadas pelo Centro de entende-se por municípios de grande porte
Estudos das Desigualdades Socioterritoriais12, bem aqueles cuja população é de 101.000
como pelo Centro de Estudos da Metrópole sobre habitantes até 900.000 habitantes (cerca
desigualdades intraurbanas e o contexto específico de 25.000 a 250.000 famílias).
das metrópoles: São os mais complexos na sua
Municípios de pequeno porte 1 – estruturação econômica,
entende-se por município de pequeno pólos de regiões e sedes de serviços mais
porte 1 aquele cuja população chega a especializados. Concentram mais
20.000 habitantes (até 5.000 famílias em
média.
Possuem forte presença de população em 11 Forma de definição utilizada no Plano Estadual
zona rural, correspondendo a 45% da de Assistência Social - 2004 a 2007, do Estado do
população total. Na maioria das vezes, Paraná, tomando por base a divisão adotada pelo
possuem como referência municípios de IBGE.
maior porte, pertencentes à mesma região
Metrópoles – entende-se por
em que estão localizados. Necessitam de
metrópole os municípios com mais de
uma rede simplificada e reduzida de
900.000 habitantes (atingindo uma média
serviços de proteção social básica, pois os
superior a 250.000 famílias cada). Para
níveis de coesão social, as demandas
além das características dos grandes
potenciais e redes socioassistenciais não
municípios, as metrópoles apresentam o
justificam serviços de natureza complexa.
agravante dos chamados territórios de
Municípios de pequeno porte 2 – fronteira, que significam zonas de limites
entende-se por município de pequeno que configuram a região metropolitana e
porte é normalmente com forte ausência de
aquele cuja população varia de 20.001 serviços do Estado.
a 50.000 habitantes (cerca de 5.000 a
10.000 famílias em média). Diferenciam-se
dos pequeno porte 1 especialmente no que A referida classificação tem o propósito de instituir
se refere à concentração da população o Sistema Único de Assistência Social, identificando
rural que corresponde a 30% da população as ações de proteção básica de atendimento que
devem ser prestadas na totalidade dos municípios O financiamento da Seguridade Social está previsto
brasileiros e as ações de proteção social especial, no art. 195, da Constituição Federal de 1988,
de média e alta complexidade, que devem ser instituindo que, através de Orçamento próprio, as
estruturadas pelos municípios de médio, grande fontes de custeio das políticas que compõem o
porte e metrópoles, bem como pela esfera tripé devem ser financiadas por toda a sociedade,
estadual, por prestação direta como referência mediante recursos provenientes dos orçamentos
regional ou pelo assessoramento técnico e da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
financeiro na constituição de consórcios Municípios e das contribuições sociais.
intermunicipais. Levar-se-á em conta, para tanto, a
realidade local, regional, o porte, a capacidade Tendo sido a assistência social inserida
gerencial e de arrecadação dos municípios, e o constitucionalmente no tripé da Seguridade Social,
aprimoramento dos instrumentos de gestão, é o financiamento desta a base para o
introduzindo o geoprocessamento como financiamento da política de assistência social, uma
ferramenta da Política de Assistência Social. vez que este se dá com:
A participação de toda a sociedade;
Novas bases para a relação entre o Estado e a De forma direta e indireta;
Sociedade Civil Nos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
O legislador constituinte de 1988 foi claro no art. Mediante contribuições sociais:
204, ao destacar a participação da sociedade civil Do empregador, da empresa e da
tanto na execução dos programas através das entidade a ela equiparada na forma da lei,
entidades beneficentes e de assistência social, bem incidentes sobre: a folha de salários e demais
como na participação, na formulação e no controle rendimentos do trabalho pagos ou
das ações em todos os níveis. creditados, a qualquer título, à pessoa física
A Lei Orgânica de Assistência Social propõe um que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
conjunto integrado de ações e iniciativas do empregatício; a receita ou o faturamento;
governo e da sociedade civil para garantir proteção o lucro.
social para quem dela necessitar. Do trabalhador e dos demais
segurados da previdência social;
No caso da assistência social, a constituição de rede
Sobre a receita de concursos
pressupõe a presença do Estado como referência
de prognósticos;
global para sua consolidação como política pública.
Isso supõe que o poder público seja capaz de fazer Do importador de bens ou serviços do
com que todos os agentes desta política, OG’s e, ou, exterior ou de quem a lei a ele equiparar.
ONG’s, transitem do campo da ajuda, filantropia,
benemerência para o da cidadania e dos direitos. E Controle Social
aqui está um grande desafio a ser enfrentado pelo
Conforme a PNAS A participação popular foi
Plano Nacional, que será construído ao longo do
efetivada na LOAS (artigo 5º, inciso II), ao lado de
processo de implantação do SUAS.
duas outras diretrizes, a descentralização político-
administrativa para Estados, Distrito Federal e
3.1.3. Financiamento Municípios, o comando único em cada esfera de
governo (artigo 5º, inciso I), e a primazia da
A Constituição Federal de 1988, marcada pela responsabilidade do Estado na condução da política
intensa participação da sociedade no processo de assistência social em cada esfera de governo
constituinte, optou pela articulação entre a (artigo 5º, inciso III).
necessidade de um novo modelo de
desenvolvimento econômico e um regime de O controle social tem sua concepção advinda da
proteção social. Como resultado desse processo, a Constituição Federal de 1988, enquanto
Seguridade Social foi incluída no texto instrumento de efetivação da participação popular
constitucional, no Capítulo II, do Título “Da Ordem no processo de gestão político- administrativa-
Social”. financeira e técnico-operativa, com caráter
democrático e descentralizado. Dentro dessa
lógica, o controle do Estado é exercido pela Assim, há que se produzir uma metodologia que se
sociedade na garantia dos direitos fundamentais e constitua ao mesmo tempo em resgate de
dos princípios democráticos balizados nos participação de indivíduos dispersos e
preceitos constitucionais. desorganizados, e habilitação para que a política de
assistência social seja assumida na perspectiva de
Na conformação do Sistema Único de Assistência
direitos publicizados e controlados pelos seus
Social, os espaços privilegiados onde se efetivará
usuários.
essa participação são os conselhos e as
conferências, não sendo, no entanto, os únicos, já Um dos grandes desafios da construção dessa
que outras instância somam força a esse processo. política é a criação de mecanismos que venham
garantir a participação dos usuários nos conselhos
As conferências têm o papel de avaliar a situação
e fóruns enquanto sujeitos não mais sub-
da assistência social, definir diretrizes para a
representados.
política, verificar os avanços ocorridos num espaço
de tempo determinado (artigo 18, inciso VI, da Por fim, é importante ressaltar nesse eixo a
LOAS). necessidade de informação aos usuários da
os conselhos nacionais das políticas sociais assistência social para o exercício do controle social
integrando um novo movimento neste país. Outra por intermédio do Ministério Público e dos órgãos
é a construção de uma agenda comum dos de controle do Estado para que efetivem esta
conselhos nacional, estaduais, do Distrito Federal e política como direito constitucional.
municipais de assistência social. Esta última tem
como objetivo organizar pontos comuns e ações A Política de Recursos Humanos
convergentes, resguardando as peculiaridades O tema recursos humanos não tem sido matéria
regionais. prioritária de debate e formulações, a despeito das
Para isso, serão necessárias novas ações ao nível da transformações ocorridas no mundo do trabalho e
legislação, do funcionamento e da capacitação de do encolhimento da esfera pública do Estado,
conselheiros e dos secretários executivos. implicando precarização das condições de trabalho
e do atendimento à população.
A inexistência de debate sobre os recursos
O desafio da participação dos usuários nos humanos tem dificultado também a compreensão
conselhos de assistência social acerca do perfil do servidor da assistência social, da
constituição e composição de equipes, dos
Para a análise dessa participação são necessárias atributos e qualificação necessários às ações de
algumas reflexões. A primeira delas, sobre a planejamento, formulação, execução,
natureza da assistência social, que só em l988 foi assessoramento, monitoramento e avaliação de
elevada à categoria de política pública. A serviços, programas, projetos e benefícios, do
concepção de doação, caridade, favor, bondade e sistema de informação e do atendimento ao
ajuda que, tradicionalmente, caracterizou essa usuário desta política.
ação, reproduz usuários como pessoas
dependentes, frágeis, vitimizadas, tuteladas por Além da pouca definição relativa às atividades de
entidades e organizações que lhes “assistiam” e se gestão da política, outro aspecto relevante é o
pronunciavam em seu nome. Como resultado, esse referente ao surgimento permanente de novas
segmento tem demonstrado baixo nível de atuação “ocupações/funções”.
propositiva na sociedade e pouco participou das
conquistas da Constituição enquanto sujeitos de
direitos. Valorizar o serviço público e seus trabalhadores,
priorizando o concurso público, combatendo a
A segunda reflexão a ressaltar é a necessidade de precarização do trabalho na direção da
um amplo processo de formação, capacitação, universalização da proteção social, ampliando o
investimentos físicos, financeiros, operacionais e acesso aos bens e serviços sociais, ofertando
políticos, que envolva esses atores da política de serviços de qualidade com transparência e
assistência social.
participação na perspectiva da requalifição do Reelaboração, apresentação e aprovação da
Estado e do espaço Norma Operacional Básica da Assistência
Social, que disciplina a descentralização
púbico, esta deve ser a perspectiva de uma política político-administrativa, o financiamento e a
de recursos humanos na assistência social, com relação entre as três esferas de governo;
ampla participação nas mesas de negociações. Elaboração, apresentação e aprovação da
Política Nacional de Regulação da Assistência
Nesta perspectiva, esta política nacional aponta Social (Proteção Social Básica e Especial)
para a necessidade de uma NOB – Norma pactuada com as comissões intergestoras Bi
Operacional Básica para a área de Recursos e Tripartite;
Humanos, amplamente discutida com os Elaboração e apresentação ao CNAS uma
trabalhadores, gestores, dirigentes das entidades Política Nacional de Recursos Humanos da
prestadoras de serviços, conselheiros, entre Assistência Social;
outros, definindo composição da equipe Elaboração e apresentação ao CNAS da
(formação, perfil, atributos, qualificação, etc.). Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos da Assistência Social;
A Informação, o Monitoramento e a Avaliação Conclusão da Regulamentação da LOAS,
A formulação e a implantação de um sistema de priorizando os artigos 2o e 3o;
monitoramento e avaliação e um sistema de Elaboração de uma metodologia de
informação em assistência social são providências construção de índices territorializados de
urgentes e ferramentas essenciais a serem vulnerabilidade ou exclusão/inclusão social
desencadeadas para a consolidação da Política de todos os municípios brasileiros, que
Nacional de Assistência Social e para a comporá o Sistema Nacional de Assistência;
implementação do Sistema Único de Assistência Realização, em 2005, da V Conferência
Social - SUAS. Trata-se, pois, de construção Nacional de Assistência Social;
prioritária e fundamental que deve ser coletiva e Realização de reuniões conjuntas do CNAS e
envolver esforços dos três entes da federação. conselhos setoriais e de direitos;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É nessa perspectiva que se efetiva a interface entre
A aprovação desta Política pelo CNAS, enseja a o SUAS, novo modelo de gestão da política de
adoção de um conjunto de medidas mediante assistência social, com a política de segurança
planejamento estratégico do processo de alimentar e a política de transferência de renda,
implementação da mesma. Portanto, faz-se constituindo-se, então, uma Política de Proteção
necessário uma agenda de prioridades entre a Social no Brasil de forma integrada a partir do
Secretaria Nacional de Assistência Social e o território, garantindo sustentabilidade e
Conselho Nacional de Assistência Social, compromisso com um novo pacto de democracia e
contemplando medidas de ordem regulatória, bem civilidade.
como medidas de ordem operacional, as quais
deverão ser articuladas e objetivadas em um
conjunto de iniciativas, sendo:
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e


Planejamento de transição da implantação Combate à Fome. Secretaria Nacional de
do SUAS, como estratégias que respeitam as Assistência Social. Política Nacional de Assistência
diferenças regionais e as particularidades da Social PNAS/2004.
realidade brasileira;
Elaboração, apresentação e aprovação do
Plano Nacional de Assistência Social na CNAS – CONSELHO NACIONAL DE ASSISTENCIA
perspectiva da transição do modelo atual para SOCIAL
o SUAS;
DOS CONSELHOS DE ASSITÊNCIA SOCIAL( art. 9 (nove) 9 (nove)
represent represen CNAS
16) As instâncias deliberativas do Suas, de caráter
permanente e composição paritária entre governo antes tantes da 18
governam sociedad (dezoito)
e sociedade civil, são: entais e civil

o Conselho Nacional de
Assistência Social;
os Conselhos Estaduais de O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é
Assistência Social composto por 18 (dezoito) membros e respectivos
suplentes, cujos nomes são indicados ao órgão da
Conselho de Assistência Administração Pública Federal responsável pela
Social do Distrito Federal; coordenação da Política Nacional de Assistência
os Conselhos Municipais de Social, de acordo com os critérios seguintes:
Assistência Social

1 - 9 (nove) representantes governamentais,


Detalhas importantes quanto aos Conselhos de incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1
Assistência Social (um) dos Municípios;

Os Conselhos de Assistência Social estão 2 - 9 (nove) representantes da sociedade civil,


vinculados ao órgão gestor de assistência social, dentre representantes dos usuários ou de
que deve prover a infraestrutura necessária ao seu organizações de usuários, das entidades e
funcionamento, garantindo recursos materiais, organizações de assistência social e dos
humanos e financeiros, inclusive com despesas trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio
referentes a passagens e diárias de conselheiros sob fiscalização do Ministério Público Federal.
representantes do governo ou da sociedade civil,
quando estiverem no exercício de suas atribuições. DA PRESIDÊNCIA DO CNAS (§ 2º) O Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS) é presidido
DO CONSELHO NACIONAL DE ASSITÊNCIA por um de seus integrantes, eleito dentre seus
SOCIAL( Art. 17) Fica instituído o Conselho Nacional membros, para mandato de 1 (um) ano, permitida
de Assistência Social (CNAS), órgão superior de uma única recondução por igual período.
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do
órgão da Administração Pública Federal O (CNAS) contará com uma Secretaria
responsável pela coordenação da Política Nacional Executiva(§ 3º), a qual terá sua estrutura
de Assistência Social, cujos membros, nomeados disciplinada em ato do Poder Executivo.
pelo Presidente da República, têm mandato de 2
(dois) anos, permitida uma única recondução por DA CRIAÇÃO DOS CONSELHOS NOS ESTADOS, DF
igual período. E MUNICÍPIOS – Os Estados, Distrito Federal eos
Municípios, mediante lei específica deverão
DA COMPOSIÇÃO PARITÁRIA DO CONSELHO instituir os Conselhos de que tratam os incisos II, III
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CNAS) (§ 1º, I e IV do art. 16.
e II)
OS CONSELHOS POSSUEM COMPETÊNCIA para
acompanhar a execução da política de assistência
social, apreciar e aprovar a proposta
orçamentária, em consonância com as diretrizes
das conferências nacionais, estaduais, distrital e
municipais, de acordo com seu âmbito de atuação, 10. acompanhar e avaliar a gestão dos recursos,
(Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) bem como os ganhos sociais e o desempenho dos
programas e projetos aprovados;
DA COMPETÊNCIA(Art. 18) do Conselho 11. estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os
Nacional de Assistência Social: programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional
de Assistência Social (FNAS);
1. aprovar a Política Nacional de Assistência 12. indicar o representante do Conselho
Social; Nacional de Assistência Social (CNAS) junto ao
2. normatizar as ações e regular a prestação de Conselho Nacional da Seguridade Social;
serviços de natureza pública e privada no campo 13. elaborar e aprovar seu regimento interno;
da assistência social; 14. divulgar, no Diário Oficial da União, todas as
3. acompanhar e fiscalizar o processo de suas decisões, bem como as contas do Fundo
certificação das entidades e organizações de Nacional de Assistência Social (FNAS) e os
assistência social no Ministério do respectivos pareceres emitidos.
Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; SUAS- SISTEMA ÚNICO DA ASSITÊNCIA SOCIAL
4. apreciar relatório anual que conterá a
relação de entidades e organizações de assistência a Organização e da Gestão (cap III, art. 6º, I,II,III,IV
social certificadas como beneficentes e encaminhá- e V)
lo para conhecimento dos Conselhos de Assistência
Social dos Estados, Municípios e do Distrito As ações na área de assistência social fica
Federal; organizada sob a forma de SISTEMA:
5. zelar pela efetivação do sistema
descentralizado e participativo de assistência
social;
6. a partir da realização da II Conferência
Nacional de Assistência Social em 1997, convocar SUAS
ordinariamente a cada quatro anos a Conferência Sistema
Nacional de Assistência Social, que terá a Único de
atribuição de avaliar a situação da assistência social Assistência
e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do Social
sistema; (Redação dada pela Lei nº 9.720,
de 26.4.1991)
7. VII - (Vetado.)
8. apreciar e aprovar a proposta orçamentária
da Assistência Social a ser encaminhada pelo órgão DESCENTRALIZAD
PARTICIPATIVO
da Administração Pública Federal responsável pela O
coordenação da Política Nacional de Assistência
Social;
9. aprovar critérios de transferência de
recursos para os Estados, Municípios e Distrito
Federal, considerando, para tanto, indicadores que
informem sua regionalização mais eqüitativa, tais
como: população, renda per capita, mortalidade
infantil e concentração de renda, além de O SUAS possui os seguintes objetivos:
disciplinar os procedimentos de repasse de
recursos para as entidades e organizações de
assistência social, sem prejuízo das disposições da
Lei de Diretrizes Orçamentárias;
1 – As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por
1 - Consolidar a gestão objetivo a proteção à família, à maternidade, à
compartilhada, o cofinanciamento e a infância, à adolescência e à velhice e, como base de
cooperação técnica entre os entes organização, o território.
federativos que, de modo articulado,
operam a proteção social não 2 - DA COMPOSIÇÃO DO SUAS - É integrado pelos:
contributiva
A. Entes federativos;
B. Respectivos conselhos de assistência social e
2 - Integrar a rede pública e privada C. Entidades e organizações de assistência social
de serviços, programas, projetos e abrangidas por esta Lei.
benefícios de assistência social, na
forma do art. 6o-C; 3 - DA INSTÂNCIA COORDENADORA DA PNAS -
Política Nacional de Assistência Social é o
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome. (MDS)
3 - Estabelecer as responsabilidades
dos entes federativos na organização, 4 - Cabe à instância coordenadora (MDS) da Política
regulação, manutenção e expansão das Nacional de Assistência Social normatizar e
ações de assistência social; padronizar o emprego e a divulgação da identidade
visual do Suas. (Incluído pela Lei nº 13.714,
de 2018)

5 - A identidade visual do Suas deverá prevalecer na


4 - Definir os níveis de gestão, identificação de unidades públicas estatais,
respeitadas as diversidades entidades e organizações de assistência social,
regionais e municipais; serviços, programas, projetos e benefícios
vinculados ao Suas. (Incluído pela Lei nº
13.714, de 2018)

5 - Implementar a gestão do
trabalho e a educação
permanente na assistência
social;

6 - Estabelecer a gestão integrada


de serviços e benefícios

7 - Afiançar a vigilância
socioassistencial e a garantia de
direitos.

Detalhes importantes quanto ao SUAS! ( art.


6º, §§, 1º ao 4º):

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