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APOSTILA DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO

O Novo Testamento forma a Parte II da Bíblia. E ele


uma coleção de vinte e sete livros, mas tem somente um
terço do volume da Parte 1, o Antigo Testamento. Antigo
Testamento cobre um período de milhares de anos de
história, mas o Novo Testamento menos de um século.
"Novo Testamento" quer dizer, de fato, "Novo Pacto"
em contraste com a antiga aliança. O vocábulo "testamento"
transmite-nos a idéia de uma última vontade, e só passa a
ter efeito na eventualidade da morte do testador. Assim é
que o novo pacto entrou em vigor em face da morte de
Jesus (Hebreus 9:15-17).
Escrita originalmente em grego, entre 45-95 D.C.. Os
livros do Novo Testamento não estão arranjados na ordem
cronológica em que foram escritos. As primeiras epístolas de
Paulo foram os primeiros livros do Novo Testamento a ser
escritos, e não os evangelhos.
E mesmo o arranjo das epístolas paulinas não segue a
sua ordem cronológica, porquanto Gálatas (ou talvez 1
Tessalonicenses) foi a epístola escrita bem antes daquela
dirigida aos Romanos, a qual figura em primeiro lugar em
nossas Bíblias pelo fato de ser a mais longa das epístolas de
Paulo; e entre os evangelhos, o de Marcos, não o de
Mateus, parece ter sido aquele que primeiro foi escrito.
A ordem em que esses livros aparecem, por
consequência, é uma ordem lógica. Os evangelhos estão
postos em primeiro lugar porque descrevem os eventos
cruciais de Jesus. Entre os evangelhos, o de Mateus vem
apropriadamente antes de todos devido à sua extensão e ao
seu intimo relacionamento com o Antigo Testamento, que o
precede imediatamente. No livro de Atos dos Apóstolos, uma
envolvente narrativa do bem sucedido surgimento e
expansão da Igreja na Palestina e daí por toda a Síria, Ásia
Menor, Macedônia, Grécia e até lugares distantes como
Roma, na Itália.
(O livro de Atos é a segunda divisão de uma obra em
dois volumes, Lucas-Atos.) Bastam-nos essas ideias quanto
aos livros históricos do Novo Testamento.
As epístolas e, finalmente, o livro de Apocalipse,
explanam a significação teológica da história da redenção,
além de extraírem dai certas implicações éticas. Entre as
epístolas, as de Paulo ocupam o primeiro lugar e entre elas,
a ordem em que foram arranjadas segue primariamente a
ideia da extensão decrescente, levando-se em conta a
grande exceção formada pelas Epístolas Pastorais (I e II
Timóteo e Tito), as quais antecedem a Filemom, a mais
breve das epístolas paulinas que chegaram até nós.
A mais longa das epístolas não paulinas, aos Hebreus
(cujo autor nos é desconhecido), aparece em seguida,
depois da qual vêm as epístolas Católicas ou Gerais,
escritas por Tiago, Pedro, Judas e João.
E por fim, temos o livro que lança os olhos para o futuro
retorno de Cristo, o Apocalipse, livro esse que leva o Novo
Testamento a um mui apropriado clímax.
O Novo testamento é o livro mais vital o mundo. Seu
tema supremo é o Senhor Jesus Cristo. Seu objetivo
supremo é a Salvação dos seres humanos. Seu projeto
supremo é o reinado final do Senhor Jesus num império sem
limites e eterno.
Dentro do estudo do Novo testamento estaremos
observando as principais Doutrinas e Teologia, obedecendo
a verdade dispensacional.

Seitas, Grupos e Instituições do Novo Testamento.

1. Fariseus: Ignora-se a origem desta seita e até mesmo a


razão de seu nome. Supõe-se que o nome fariseu
significa separado. Embora possa ter existido muito
tempo antes, a seita aparece com esse nome durante o
período do domínio de João Hircano, na última metade
do segundo século a.C.. Zelosos na interpretação e
observância da lei mosaica tornaram-se orgulhosos de
sua posição e fanáticos, por vezes extremados. Criam
na imortalidade da alma e na ressurreição do corpo.
Criam nos anjos e demônios. Acreditavam na revelação
do Velho Testamento e na tradição acumulada de
decisões dos rabinos através dos séculos.
2. Saduceus: Não se sabe exatamente a origem do nome
saduceu. Supõe-se que o nome originou-se de
Zadoque, um Sumo Sacerdote dos tempos de Davi, ao
qual se liga a origem da seita. A família deteve em seu
poder o sumo sacerdócio até os tempos dos
Macabeus.
a. Aproveitando-se da posição, esses sumo sacerdotes
se meteram na política e perderam o ardor religioso;
tornaram-se complacentes com o processo de
helenização que teve seu grande impulso com os
selêucidas. Daí porque os Macabeus os
consideravam, no seu tempo, infiéis às tradições dos
antepassados.
b. Os Saduceus negavam a ressurreição e a
imortalidade da alma. Negavam a ação providencial
de Deus na história, faziam o indivíduo responsável
pela orientação de sua vida livremente. Rejeitavam a
tradição, aceitando somente as Escrituras do Velho
Testamento, embora tivessem a própria
interpretação delas. Não criam nos anjos, nem nos
demônios.
c. Pequena em número, a seita se constituía da gente
rica e concentrada em Jerusalém, razão porque não
gozava de muita popularidade.
3. Essênios: Eram os Essênios, uma seita de tendências
místicas, em alguns aspectos extremadas. Era
celibatária, pratica ritos de ablução; dedicava-se à
oração e estudo das Escrituras. Criam-se, os Essênios
representantes legítimos do pacto, e aguardavam o
cumprimento das promessas feitas por Deus através
dos profetas. Rígidos na guarda do sábado, mais até
do que os fariseus; vestiam-se de branco, viviam em
colônias, tinham as propriedades em comum.
4. Zelotes: Os Zelotes eram mais um partido de
tendências políticas extremadas do que uma seita. Foi
fundada por Judas Galileu em 6 a.C..
a. Opunha-se ao pagamento de tributos ao poder
estrangeiro pagão, de vez que só reconheciam a
soberania do Deus de Israel, Jeová.
b. Doutrinariamente, não diferiam muito dos fariseus.
Reviviam de quando em quando o zelo e rebeldia
dos Macabeus, dos quais Judas era um imitador.
c. Foram chamados mais tarde SICÁRIOS, assassinos,
porque se armaram de facas que traziam
ocultamente. Mesmo depois da queda de Jerusalém
em 70 A.D., grupos de zelotes continuaram sua
resistência em alguns lugares. Entre os apóstolos de
Jesus figura um membro desse grupo, Simão, o
Zelote, Lc. 6.15; At. 1.13.
5. Herodianos: Discute-se a origem dos Herodianos, os
quais não se constituíram em uma seita religiosa, nem
mesmo num partido político. Parece natural a
suposição de que fossem um grupo de judeus de certa
influência, que aderiram, por razões de conveniência,
ao governo de Herodes e por sua vez aceitavam
pacificamente, o domínio romano. Tornaram-se
opositores de Jesus e chegaram mesmo a se aliar aos
fariseus de quem eram adversários, para tentar
envolver Jesus numa cilada, conforme Mc. 12.13.
6. Escribas: Referências frequentes nos evangelhos aos
escribas mostram a influência de que gozavam estes
homens; que não se constituíam em um partido político
ou seita.
a. Inicialmente os escribas eram profissionais copistas
ou amanuenses. Adquiriram, posteriormente,
importância maior como copiadores da lei mosaica.
A sua familiaridade com os escritos sagrados
resultante disso, conferiu-lhes a condição de mestre,
de modo que o escriba se tornou um rabi, palavra
que literalmente significava meu grande mestre ou,
meu grande Senhor.
b. Os fariseus eram muitas vezes escribas, daí as
referências constantes no Novo Testamento aos
escribas e fariseus. Por outro lado eram os escribas
convocados, quando se tratava de difíceis
interpretações da lei, daí também serem chamados
de doutores da lei. Eram ainda os escribas,
membros do sinédrio, uma espécie de consultores
do grande tribunal judaico.
7. Samaritanos: Frequentemente se encontram, no Novo
Testamento, referências aos samaritanos; referências
que indicam a distância em que os mantinham judeus,
considerando-os estrangeiros e pior do que
estrangeiros. Como se formou a raça dos samaritanos,
por assim dizer?
a. Quando Sargon, rei da Assíria conquistou Samaria;
para evitar os que lá ficaram se revoltassem contra o
poder dominador, providenciou a localização ali de
gente de outros lugares conquistados, para que
assim se misturassem com os da terra e
enfraquecesse o espírito nacionalista aguerrido e
rebelde. Com o tempo isso se deu. Não somente os
casamentos entre os dois grupos, mas a adoção por
parte dos israelitas de costumes e até práticas
religiosas, dos novos habitantes da terra deram o
resultado desejado por Sargon. Produziu mais do
que isso, uma aversão dos judeus contra o povo
híbrido que ali se formou, os samaritanos.
b. Quando se empreendeu a reconstrução do templo
de Zorobabel sob a influência dos profetas Ageu e
Zacarias, os samaritanos se ofereceram para
participar na construção, mas foram rejeitados, o
que produziu um grande empenha da parte deles
para sustar a obra. Influiu sem dúvida para essa
rejeição, o zelo da parte de Esdras e Neemias em
manter a pureza da raça, evitando a mistura com
gente como os samaritanos.
c. Judeus e samaritanos sofreram sob o jugo romano,
embora a divergência sobre lugar de culto (os
samaritanos adoravam em Gerizim), nos tempos de
Jesus, as diferenças doutrinárias entre os dois povos
não fossem tão grandes. Como os judeus,
alimentavam os samaritanos a esperança
messiânica, Jo. 4.25, 29.
d. Os judeus, principalmente os fariseus, mantinham tal
desprezo para com os samaritanos, que insultavam
Jesus chamando-o samaritano, Jo 8.48. Jesus, no
entanto mostrou simpatia para com eles em vários
episódios de sua vida, manteve conversa com a
mulher samaritana, e entrou em sua cidade,
permaneceu ali por dois dias, fazendo muitos
discípulos; fez de um samaritano o herói de uma de
suas mais lindas parábolas, Lc. 10.30 – 37. Elogiou
o samaritano que, curado de sua lepra, voltou a
agradecer-lhe, e, concedeu-lhe benção especial.
8. Publicanos: Com o domínio romano surgiram os
publicanos, prepostos dos coletores de impostos do
império, ou sub-coletores. Desde que não havia uma
taxa fixa para esses impostos e tendo o sub-coletor que
dar entrada no tesouro, de uma soma estipulada, ficava
até certo ponto a seu critério o quanto cobrar dos
contribuintes. Daí a facilidade com que muitos deles
avarentos e cobiçosos extorquiam o povo, Lc. 3.1 – 13;
19.8.
a. Especialmente os fariseus os detestavam, não
apenas pela extorsão que praticavam, mas porque
os consideravam traidores de vez que se
arrendavam a um poder estrangeiro contra sua
própria nação.
b. Jesus, no entanto, se fez amigo de alguns deles e
comeu com eles, Mat. 9.10 – 15; convocou um
publicano para o apostolado, Mat. 9.9 – 10.3; muitos
deles foram batizados e se tornaram discípulos de
João Batista e possivelmente de Jesus, Lc. 15.1.
c. Em uma de suas parábolas Jesus mostra a
humildade de um, publicano em contraste com o
orgulho de um fariseu, e como a oração penitente
daquele foi aceita e não a deste, Lc. 18.9 – 14.
9. O Templo: O templo era o centro do culto nacional dos
judeus. Nos tempos de Jesus esse templo era uma
construção (ou reconstrução) alargada e enriquecida
do que fora anteriormente, nos tempos de Neemias,
enriquecidas por ordem de Herodes.
a. Dois atos de culto diário se constituíam na principal
atividade do templo então: o sacrifício da manhã, ao
romper do dia e o da tardem que se iniciava às três
horas da tarde. Essas cerimônias consistiam do
sacrifício de uma vítima, pelo sacerdote e seus
auxiliares, os quais eram para isso sorteados. Além
do oferecimento da vítima havia a queima do
incenso, cânticos dos salmos acompanhados por
harpa ou outro instrumento, como a lira.
b. O povo era despedido com a benção sacerdotal.
10. A Sinagoga: A origem da sinagoga não se conhece
com certeza. Parece provável que no período de exílio
os piedosos judeus tivessem instituído um lugar
separado para suas reuniões, onde interesses sociais,
educacionais e religiosos fossem atendidos. Daí surgiu
a sinagoga, onde as questões dos exilados são
julgadas por um concílio, o concílio da sinagoga. Aí
também funcionava a escola, para ensina da leitura, e
também os atos do culto aos sábados. A lei e os
profetas eram lidos e se havia alguém capaz de
explicar o trecho lido havia um, como que, pequeno
sermão. Havia também orações.
a. Se houvesse um visitante que pudesse expor um
texto das Escrituras, era para isso convidado.
b. O serviço religioso terminava com a benção de Arão,
Nm. 6.24 – 26, pronunciada por um sacerdote ou
mesmo por um leigo, na falta de sacerdote, o qual
fazia em forma de oração a que toda a congregação
respondia o Amém.
c. A sinagoga não foi apenas um instrumento para
manter a fé e a piedade dos judeus, mas também
um fator de proselitismo, pois muitos gentios
aderiam à fé judaica. Abraçavam o judaísmo e
passavam a fazer parte da sinagoga. Durante a
semana havia também, nas quintas-feiras, reuniões
mais abreviadas.
d. O número mínimo de dez homens era requerido
para a formação de uma sinagoga.
e. Havia um chefe de sinagoga, que se incumbia da
ordem do culto, do cuidado da propriedade e de
indicar cada semana os participantes da cerimônia.
As sinagogas se multiplicaram de modo a se
encontrarem por toda a parte, e até haver, nas
grandes cidades várias sinagogas. Em muitos casos
reunia grupos homogêneos, conforme a sua origem.
Sabemos que Estevão discutiu com os da sinagoga
da Cilícia, possivelmente onde encontrou Saulo de
Tarso, que era da Cilícia.
f. Com o surgimento da obra missionária as sinagogas
se constituíram no lugar de preferência para que os
mensageiros do evangelho começassem o seu
trabalho, como fazia Paulo, na Ásia Menor.
11. O Sinédrio: O sinédrio era o supremo tribunal judaico,
uma corte de apelação em última instância. Não se
conhece exatamente a origem dessa instituição.
Compunha-se de setenta e uma pessoas, inclusive o
presidente e o sumo-sacerdote.
a. Trata-se de uma instituição que teve grande
variação, quanto ao limite dos poderes que lhe eram
atribuídos, dependendo das condições políticas. Por
exemplo, os romanos restringiram esses poderes
uma vez que não era concedido ao sinédrio decretar
pena de morte.
b. Embora as questões religiosas fossem as principais
de que se ocupasse, verifica-se até mesmo à luz do
Novo Testamento que os poderes do sinédrio eram
bem amplos, incluindo a área civil e administrativa.
c. Parece que pequenos sinédrios locais apelavam
para o grande sinédrio em Jerusalém, quando
questões de maior monta não podiam ser resolvidas
em seus limites.

O NOVO TESTAMENTO

A Nova Aliança

Textos: JEREMIAS 31.31 – 34.

“Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova


aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não
conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os
tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto
eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver
desposado, diz o SENHOR. Porque esta é a aliança que
firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também
no coração lhes inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu
próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao
SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até
ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas
iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei”.

EZEQUIEL 36.25 – 28.

“Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis


purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os
vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e
porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de
pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o
meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos,
guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na terra
que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei
o vosso Deus”.

I CORÍNTIOS 11.23 – 26.

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos


entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o
meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de
mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou
também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no
meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em
memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes
este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor,
até que ele venha”.

Participantes

Esta é uma aliança incondicional envolvendo as duas


Casas de Israel (Jr. 31.31). Não é feita meramente entre
Deus e Judá ou entre Deus e Israel, mas inclui as duas
Casas de Israel; portanto, inclui toda a nação judaica: os
descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Recebe
confirmação adicional em outras passagens como Isaías
59.20, 21 (comp. Rm. 11. 26, 27); Jeremias 32.40, 41;
Ezequiel 37.26 – 28, dentre outras.
É impossível ler a Bíblia e deixar de ver a centralidade
de Israel no plano de redenção que Deus vem
desenvolvendo desde o início da história do homem na
Terra. No Velho Testamento, não havia confusão; Deus só
tinha um povo, um instrumento para chegar aos seus
primeiros objetivos: a produção de um Livro com a sua
Palavra escrita, o estabelecimento de um modelo visível de
seu Reino e a formação de uma nação que pudesse trazer
ao mundo o Salvador de toda a humanidade. Qualquer
pessoa de outra raça ou origem que quisesse servir ao único
Deus verdadeiro teria que fazê-lo através do seu povo
escolhido, Israel (como nos casos de Raabe e Rute).
Deus cumpriu a promessa feita sob a Aliança Adâmica
(Gn 3.15) e enviou, por meio da nação de Israel, o Messias
prometido. No entanto, João diz que Ele “veio para o que era
seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11; comp. At 4.11).
Israel rejeitou o Messias e falhou em cumprir sua missão —
ser o instrumento de Deus por meio do qual todas as
famílias da terra seriam abençoadas, conforme Ele
prometera a Abraão (Gn 12.3; comp. Is 43.10; Salmo 67).
A partir da Nova Aliança e, especificamente, do grande
pregador do evangelho aos gentios, o apóstolo Paulo, a
situação mudou radicalmente. Pedro usou as chaves do
Reino para abrir as portas oficialmente aos gentios na casa
de Cornélio (At. 10.1 – 11.18). Mas Paulo foi o apóstolo dos
gentios (Gl. 2.7, 8) que abriu o mistério, escondido há
séculos, do grande plano de redenção em que judeus e
gentios se tornariam membros de um mesmo corpo, co-
participantes das promessas de Deus, e instrumentos para a
sua glória na Terra (Rm. 11.25; 16.25, 26; Ef. 3.1 – 11; Cl.
1.26, 27; I Tm. 3.16).
Na Bíblia, Israel é Israel, e a Igreja é a Igreja; os dois
não devem ser confundidos. É verdade que existe um
sentido em que um cristão é um judeu espiritual, ou seja, um
verdadeiro judeu. E, também, que a Igreja verdadeira é um
tipo de Israel espiritual (Rm. 2.28; Gl. 6.16). Entretanto, Deus
tem planos e promessas específicas para serem cumpridos
por e em ambos. Em relação à salvação, há somente dois
grupos: os perdidos e os salvos. Porém, em relação ao
futuro e às profecias de Deus, existem três: os judeus, as
nações e a Igreja (I Co. 10.32). Os cristãos gentios se
tornaram os felizes beneficiários das promessas de Deus,
sem que isso implicasse em nenhum prejuízo do completo e
final cumprimento das promessas do Reino feitas a Israel,
relativas à sua restauração espiritual e física, e a um reinado
milenar literal de Cristo na Terra, a partir de Jerusalém.
No capítulo 11 de Romanos, Paulo ensina que os
crentes gentios foram “enxertados” para se tornarem co-
participantes “da raiz e da seiva da oliveira” (v. 17). Mas, os
ramos naturais, serão enxertados novamente “na sua própria
oliveira” (v. 24). E assim, “todo o Israel será salvo” (v. 26).
Observe o cumprimento da promessa da Nova Aliança para
Israel: “Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os
seus pecados” (v. 27). Esta é uma clara referência ao que
acontecerá ao Israel físico depois que houver entrado “a
plenitude dos gentios” (v. 25; cf. Zc. 12.10, 13.1). O futuro de
Israel é certo, juntamente com o cumprimento de múltiplas
promessas específicas do Antigo Testamento.

Cláusulas

A Nova Aliança não é meramente uma elaboração


adicional à Aliança Mosaica, mas é claramente distinta
desta. Ela vem para substituir a Aliança Mosaica que já
havia sido anulada pelo povo (Jr. 31.32). Enquanto a Aliança
Mosaica trazia apenas uma “sombra dos bens vindouros”, a
Nova Aliança traz “a imagem real das coisas” (Hb. 10.1).

1. Regeneração (Jr. 31.33a; Ez. 36.26). Esta aliança


começa no interior, no coração do homem. As leis de
Deus serão escritas no coração. Deus promete mudar
a estrutura interior do homem e dar a ele um novo
coração e um novo espírito (este é o novo nascimento
– Jo. 3.3). Na Nova Aliança há uma nova criação e um
novo homem (II Co. 5.17; Ef. 2.15; Cl. 3.9, 10).
2. Relacionamento com Deus (Jr. 31.33b, 34a). Deus
promete pertencimento e o conhecimento pessoal dEle.
Na Nova Aliança há um novo e vivo caminho para a
presença de Deus (Hb. 10.16 – 22 compare Êx. 19.12).
Não há mais necessidade do sacerdócio levítico. Cristo
é “Mediador de superior aliança” (Hb. 8.6) e o nosso
Sumo Sacerdote “segundo a ordem de Melquisedeque”
(Hb. 5.10).
3. Purificação, não cobertura (Jr. 31.34b). A Nova Aliança
fará exatamente o que a Aliança Mosaica não foi capaz
de fazer. Os pecados serão apagados e esquecidos,
não simplesmente cobertos.
4. Habitação interior do Espírito Santo (Ez. 36.27). A
Aliança Mosaica não provia a habitação do Espírito
Santo; este não era seu propósito. Por esta razão, o
povo não tinha o poder necessário para cumprir as
exigências da Lei. Mas, na Nova Aliança, cada
indivíduo será capacitado pelo Espírito a fazer a
vontade de Deus.

Entrando em Aliança com Deus

A Nova Aliança amplifica o aspecto da BÊNÇÃO


apresentado na Aliança Abraâmica (Gn. 12.3b),
especialmente com respeito à salvação. Vimos que no início
da criação Deus buscou comunhão, um relacionamento
pessoal com o homem, mas este se recusou a permanecer
sob o governo de Deus. Como aquele relacionamento pode
ser restaurado? Como o próprio homem pode ser
restaurado? Como ele pode reconciliar-se com Deus e entrar
em aliança com Ele?

1. ARREPENDIMENTO E FÉ. O homem quebrou a


Aliança Edênica e decidiu seguir seu próprio caminho.
Isaías 53.6 diz: “Todos nós, tal qual ovelhas, nos
desviamos, cada um de nós se voltou para o seu
próprio caminho” (NVI). Paulo diz que todos, sem
exceção, estão “destituídos da glória de Deus” (Rm.
3.23). Por esta razão, a fim de entrar em aliança com
Deus, o homem precisa se arrepender. Jesus afirmou
por duas vezes seguidas: “Se, porém, não vos
arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc. 13.3,
5). Arrependimento é ordem de Deus para “todo
homem” (At. 17.30).

Contudo, ao pecador arrependido, Deus se torna “justo


e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm. 3.26). Por
meio da fé, a justiça de Deus nos é imputada (creditada).
Abraão “creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”
(ver Gn. 15.6; Is. 61.10; Hc. 2.4; Rm. 1.17; Rm. 3.21 – 4.1 –
25; Rm. 10.8 – 10; II Co. 5.21; Gl. 3.11; Ef. 2.8, 9; Hb.
10.38). O evangelho é o poder de Deus para a salvação “de
todo aquele que crê” (Rm. 1.16).

2. O MILAGRE DO NOVO NASCIMENTO. Em João 3.3,


vemos o cumprimento de Ezequiel 36.26: “Dar-vos-ei
coração novo e porei dentro de vós espírito novo...”. O
homem não poderá chegar ao céu em seu estado de
morte espiritual; ele precisa nascer de novo para ter
vida espiritual. Jesus disse que Ele é a própria vida (Jo.
14.6; Jo. 11.25, 26). Aquele que se arrepende e confia
em Cristo nasce de novo, isto é, é regenerado “não de
semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a
palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (I Pd.
1.23). Quando a semente da Palavra de Deus cai em
boa terra (Lc. 8.11), Deus opera este “lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3.5 –
7).
3. BATISMO. Em Cl. 2.11, 12, Paulo faz um paralelo entre
a circuncisão do A.T. e o batismo no N.T.: “Nele,
também fostes circuncidados, não por intermédio de
mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é
a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados,
juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente
fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus
que o ressuscitou dentre os mortos”. Mesmo sob a
Aliança Mosaica, Deus advertiu o povo contra a mera
circuncisão da carne, que não era acompanhada de
uma fé obediente aos compromissos da aliança (Dt.
10.16; Dt. 30.6; comp. Jr. 4.4).

O batismo é um sinal, um símbolo, e não a substância


essencial da salvação. No batismo, a água é conhecida
como símbolo de purificação (I Pd. 3.20b, 21; Ef. 5.26, 27),
contudo, a água em si não salva, não liberta e nem purifica o
homem de seu pecado, mas aponta para a obra do Espírito
Santo em seu interior. Assim, o batismo, sem a obra
regeneradora do Espírito Santo, torna-se um mero rito,
espúrio e ineficaz.

4. BATISMO NO ESPÍRITO SANTO. “Para que a bênção


de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a
fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito
prometido” (Gálatas 3.14). Jesus declarou que todo
aquele que viesse a crer nele teria dentro de si uma
fonte, fluindo para a vida eterna. Ele disse isso se
referindo ao “Espírito que haviam de receber os que
nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não
fora dado, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado” (Jo. 7.37 – 39). Depois de ser glorificado
junto ao Pai, Jesus começou a batizar seus discípulos
com o Espírito Santo no dia de Pentecoste (At. 1.4, 5).
Pedro explicou ao povo que aquilo era cumprimento da
profecia de Joel (Atos 2.16 – 21; comp. Joel 2.28 – 32),
e concluiu sua mensagem dizendo: “Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis
o dom do Espírito Santo” (At. 2.38).
5. A LEI DO ESPÍRITO. “Pois, quando se muda o
sacerdócio, necessariamente há também mudança de
lei” (Hb. 7.12). Na Nova Aliança, a lei que deve
governar o homem é a “lei do Espírito da vida, em
Cristo Jesus” (Rm. 8.2, comp. Gl. 5.16 – 25). Aquele
que está “em Cristo” é uma nova criatura (nova criação)
e as coisas velhas, boas ou más, já passaram (II Co.
5.17). De fato, aquele que está em Cristo, aos olhos de
Deus (segundo a visão jurídica celestial), morreu e
agora vive em ressurreição. Quem morreu está
desobrigado de guardar qualquer lei que seja, pois a lei
foi decretada para os que vivem (Rm. 7.1). Concluímos
então que, vivendo em ressurreição, recebemos
diretamente de Cristo seu mandamento vivo, por meio
do seu Espírito que nos guia. Sua lei viva, gravada em
nossas mentes, pulsa em nossos corações a cada
instante. Não na forma de letras impressas ou
entalhadas em pedras, mas num constante falar do
Espírito Santo ao nosso coração, nos dizendo a cada
momento qual deve ser a nossa atitude em cada
situação. É o que Paulo chama de “andar no Espírito”,
“ser guiado pelo Espírito”, “viver no Espírito”.

Numa maravilhosa passagem bíblica – II CORÍNTIOS


3.3 – 18: Paulo esclarece sobre esta lei viva da liberdade no
Espírito mostrando como ela substitui a Aliança Mosaica e a
velha Lei escrita na pedra, o “ministério da condenação e da
morte”. Paulo nos conduz até nos fazer ver que a liberdade
onde entramos por meio do Espírito se refere a contemplar a
Cristo, de modo espiritual, constantemente, ao ponto de
sermos transformados, mudados, dia após dia, sendo
transformados interiormente mediante este contemplar em
fé.
Paulo caminha desde o que era antes (letras, véus,
ministérios humanos, capacidades humanas) até o que é
agora (contemplar a Cristo, ter liberdade no Espírito, não ser
capaz sequer de pensar algo como se procedesse de nós
mesmos, mas aguardar perante a face de Cristo a
suficiência, a capacitação que vem de Deus), e conclui
dizendo: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito
do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua
própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (vv. 17, 18).
Na Nova Aliança, a imagem de Deus que havia no homem
enquanto ele esteve sob a Aliança Edênica, pode ser
restaurada.

6. O SINAL DA ALIANÇA. A Nova Aliança foi instituída no


cenáculo, com a Ceia do Senhor (Mat. 26.26 – 28). Ao
celebrar a Ceia, nos lembramos da morte do Senhor e
nos preparamos para a sua vinda. Os elementos são
os mesmos trazidos por Melquisedeque a Abraão em
Gn. 14.18. O pão representa o corpo do Cordeiro de
Deus que foi esmagado por nós. O fruto da videira
representa o sacrifício de sangue que fluiu pelo “corte
da aliança”. Ao tomar estes elementos, o homem está
dizendo: “Pai, eu aceito livremente a circuncisão do
meu coração e o meu relacionamento de aliança
contigo”.

A Nova Aliança entrou em vigor quando Jesus morreu


na cruz por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. O
sangue de Cristo ratificou, marcou e selou a Nova Aliança
(Hb. 8.1 – 10, 18). Por meio do corpo e do sangue de Cristo
o homem é vivificado em seu espírito (Ef. 2.1) e recebe vida
eterna: “Em verdade, em verdade vos digo: se não
comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu
sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a
minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira
comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e
eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e
igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se
alimenta por mim viverá” (João 6.53 – 57).

7. O DESCANSO. Colossenses 2.16, 17 mostra que o


mandamento do Sábado, dentre outros, era uma
sombra do que haveria de vir. Hebreus 4.1 – 11 fala de
um significado espiritual para o Sábado, que também é
ligado à terra prometida. Ambos falam de um descanso
espiritual. O verso 3 diz que entramos no descanso
quando cremos em Deus. Este descanso não é apenas
guardar um dia por semana, pois este era apenas um
sinal, uma figura do que viria na Nova Aliança. Não foi
cumprido tampouco quando o povo conquistou a terra
prometida, embora representasse descanso da
escravidão no Egito, da peregrinação no deserto e dos
inimigos. Mas, “resta um repouso para o povo de Deus”
(v. 9).

O descanso para nós representa nosso alvo final como


cristãos de alcançar a Nova Jerusalém, novos céus e nova
terra onde habita a justiça (II Pd. 3.13; Ap. 14.13), e onde
teremos descanso de nossa peregrinação neste mundo de
corpos físicos limitados e de tantos ataques do inimigo. Mas
também representa o descanso que é nosso pela obra de
Cristo na cruz, que nos libertou da escravidão do pecado, da
Lei, da força da carne, e que é nosso direito quando cremos
em Jesus e recebemos o Espírito da vida (Rm. 7 e 8). Em
outras palavras, alcançar o que Deus tem para nós depende
de crer e continuar crendo em Jesus, ouvir sua voz e
permanecer em comunhão com Ele (Jo. 15.5). A revelação
plena da obra de Cristo que na cruz exclamou “está
consumado” é que nos leva a experimentar o descanso de
Deus. Assim como Deus descansou no sétimo dia porque
não havia mais nada para fazer, assim também nós
descansamos em Jesus, pois Ele é a nossa justiça e
consumou tudo na cruz satisfazendo plenamente a vontade
do Pai. Na Nova Aliança, o Sábado não é um dia da semana
e sim sete dias por semana experimentando o descanso de
Deus.

8. O CASAMENTO. A Bíblia começa e termina com


casamento. No princípio, toda a criação de Deus foi
boa, menos o fato de o homem estar só (Gn. 2.18).
Deus não fez Eva do pó da terra, mas tirou-a do próprio
lado de Adão, para que lhe fosse compatível e
harmoniosa. A Igreja é a noiva de Cristo (II Co. 11.2;
Ef. 5.32). Podemos dizer que a Igreja foi tirada do lado
de Jesus, pois quando lhe traspassaram, saíram água
e sangue do seu lado (Jo. 19.34), que representam a
palavra e o sangue que nos dão vida. Nossa vida
provém de comer a sua carne e beber o seu sangue
(Jo. 6.54 – 57). Na consumação de tudo, haverá um
casamento maravilhoso, as “bodas do Cordeiro” (Ap.
19.9; 21.9).

Agora somos o corpo de Cristo (I Co. 12.27), mas isto é


pela fé, pois a nossa união com Ele ainda não foi
consumada. Para ser um só corpo com o nosso Noivo, em
realidade, é só depois do casamento. Agora estamos ligados
com Ele no Espírito que está nos preparando como noiva
para aquele dia. O casamento será o dia da glorificação dos
nossos corpos, a manifestação visível do novo homem e a
união permanente com o nosso Cabeça. É importante saber
o que podemos experimentar agora pela fé, como corpo de
Cristo, e o que só virá depois do casamento. Isto nos dará
ousadia para tomar posse de tudo que está ao nosso
alcance agora, mas gerará expectativa e ansiedade para a
sua volta.
Agora somos filhos de Deus, mas “ainda não se
manifestou o que haveremos de ser” (I Jo. 3.2, 3). Podemos
ter vitória sobre o pecado (Rm. 6.14), ter as primícias da
nossa herança (Ef. 1.13, 14), e experimentar o poder da sua
ressurreição (Ef. 1.19, 20). A Igreja tem experimentado e
continuará a experimentar tempos de refrigério e avivamento
(At. 3.20). Porém, a glorificação dos nossos corpos, a paz no
mundo e a libertação da criação só virão com a volta de
Jesus (I Co. 15.51, 52; Zc. 14.9; Rm. 8.18 – 25; Ap. 11.15).
O nosso desafio presente é nos apropriar de tudo que Deus
nos ofereceu em Cristo em sua primeira vinda, a fim de
estarmos preparados para a segunda.
Situação da Aliança

No que diz respeito à Igreja, a Nova Aliança é a base


para a DISPENSAÇÃO DA GRAÇA. Com relação a Israel, a
Nova Aliança é a base para a DISPENSAÇÃO DO REINO. A
Nova Aliança é uma aliança incondicional e, portanto,
eternamente em vigor.

OS QUATRO EVANGELHOS

Vamos dirigir agora a nossa atenção aos quatro


evangelhos. Uma coleção de registros muito especial
quando os examinamos coletivamente. Para começar, nos
encontramos perguntando: Por que há quatro evangelhos,
especialmente quando os três primeiro parecem abranger
quase o mesmo assunto? Um só não seria melhor?
Como estamos tratando de escritos divinamente
inspirados, a resposta final, naturalmente, é que há quatro
porque Deus assim quis: mas podemos acrescentar que
existem razões claras para Deus Ter feito isso.
Existem quatro evangelhos em lugar de um, de modo
a apresentar-nos um retrato de Cristo. Os quatro Evangelhos
têm cada um uma individualidade que não pode ser anulada.
A unidade do tema, somada à sua diversidade é que
os torna tão interessantes à mente e tão satisfatório ao
coração.
Também podemos explicar a necessidade dos quatro
evangelhos facilmente pelo fato de ter havido, nos tempos
apostólicos, quatro classes representativas do povo: Judeus,
Romanos, Gregos e a Igreja.
Cada um dos evangelistas escreveu para uma dessas
classes, adaptando-se ao seu caráter, às suas necessidades
e ideais.

Livro Povo Revelação Figura


Mateus Judeus Filho de Deus Leão
Marcos Romanos O Servo Boi
Lucas Gregos O Filho do Rosto de
Homem Homem
João Igreja O Salvador Águia

Mateus Sabendo que os Judeus esperavam pela vinda


do Messias, prometido no Velho Testamento, apresenta
Jesus como o Messias o filho de Deus.
O leão era o símbolo da tribo de Judá, a tribo real. Em
Mateus nosso Senhor é singularmente "o Leão da Tribo de
Judá”.
João 3.17 e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o
meu Filho amado, em quem me comprazo.
Em Mateus, o evangelho do Rei, vê-se nos primeiros
capítulos o Rei dos Judeus e por Fim o Rei soberano nos
céus e na terra, enviando para exigir sua sujeição e
homenagem.
Marcos Escreveu aos Romanos, um povo cujo ideal
era o poder e o serviço, assim Marcos descreveu Cristo o
Servo fiel.
O boi é o emblema do trabalho servil. Ele representava
entre os antigos do oriente, o trabalho paciente e produtivo.
A ênfase do livro se encontra num Cristo ativo, um Servo
forte, mas humilde.
Em Marcos, o evangelho do grande Servo de Deus,
enfatizam-se os atos de Cristo, não as Suas palavras,
Marcos conta a lida incansável do Servo de Jeová.
Lucas Escreveu a um povo culto, os Gregos, cujo
objetivo era atingir a perfeição e assim chegar a ser deus,
assim Lucas apresenta Cristo como o Filho do homem,
perfeito em tudo e que chegou a ser Deus.
O homem é símbolo de inteligência, razão, emoção,
vontade, conhecimento, amor.
Lucas 5.24 Ora, para que saibais que o Filho do
homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados
(disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito
e vai para tua casa.
Em Lucas, o evangelho do Filho do homem, mostra-se
o coração de Jesus em uma série de manifestações de Sua
compaixão, ternura e amor.
João ao escrever tinha em mente a Igreja, pois já fazia
muitos anos que Cristo tinha sido crucificado e as verdades
do Evangelho estavam sendo esquecida, por isso João,
vendo as necessidades dos cristãos de todas as nações
apresenta as verdades mais profundas do Evangelho.
João 4.42 e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra
que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e
sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.
Em João, o evangelho do Filho de Deus, vê-se como
Jesus assemelha-se à natureza da águia que voa e nos leva
às alturas da Sua divindade eterna. É o livro que nos revela
o mistério de Ele ser com o Pai.

PARALELO SIGNIFICATIVO

Ezequiel 1.10 E a forma dos seus rostos eram como o


rosto de homem; e à mão direita todos os quatro tinham o
rosto de leão, e à mão esquerda todos os quatro tinham o
rosto de boi; e também tinham todos os quatro o rostos de
águia;
O Leão simboliza a soberania a força suprema, o
homem a mais alta inteligência, o boi o serviço, a águia o
celestial o divino.
Os quatro aspectos são necessários para transmitir
toda a verdade. Como soberano Ele vem para reinar e
governar. Como servo vem para servir e sofrer. Como Filho
do Homem vem para participar e consolar. Como Filho de
Deus vem para revelar e remir.
Maravilhosa fusão – soberania e humanidade;
humildade e divindade.
OS SINÓTICOS E JOÃO

Sinótico: Que tem forma de sinopse; resumido. Os


evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas cobrem quase o
mesmo terreno, apresentando apenas narrações dos fatos
enquanto o registro de João, além de ter sido escrito mais
tarde do que os demais tratam em sua maior parte da
matéria não mencionada por eles.
O evangelho de João é obra de um teólogo, que
apresenta Jesus como o Cristo, o Filho de Deus.

O ENSINO DE JESUS NOS EVANGELHOS A SEU


PRÓPRIO RESPEITO

Nos evangelhos encontramos a pessoa de Jesus,


andando, falando, operando milagres no exercício de seu
tríplice ministério: pregar, ensinar e curar. Em todos os três
aspectos se tornam claro o seu ensino.
Vejamos o que é que Jesus nos ensina a respeito de
sua própria pessoa. Dois títulos especiais usou Jesus para
designar a sua pessoa:

1. Filho de Deus
a. Nos sinóticos não encontramos Jesus atribuindo a si
esse título, Filho de Deus, a não ser indiretamente.
Outros o fazem em muitos exemplos.
b. Os sinóticos registram o incidente do batismo em
que a voz dos céus se faz ouvir: “Este é o meu filho
amado em quem me comprazo” (Mc. 1.11; Lc. 3.22;
Mat. 3.17), igualmente na transfiguração.
c. Satanás o desafia dizendo: “Se és o Filho de
Deus”...
d. Pedro confessa como tal, Mat. 16.16. Que essa
filiação divina seja apenas a expressão da
intimidade com Deus; ou apenas expressão de uma
relação ética, moral, como querem alguns, não
condiz com a maneira como Jesus mesmo a ela se
refere: “Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e
ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a
quem o Filho o quiser revelar”.
e. O evangelho de São João começa com a enfática
afirmação da divindade de Jesus e o chama de
“Unigênito do Pai”, uma filiação peculiar.
f. Os inimigos entenderam que ele se atribuía caráter
divino, igual com o Pai e o acusaram: “Ele se fez
igual a Deus” (Jo. 5.18). O apelo de Jesus aos que o
interrogaram sobre a sua messianidade era para que
observassem as suas obras feitas em nome do Pai,
Jo. 10.24 – 25.
g. Embora não parecesse que o propósito de Deus era
que Jesus se declarasse abertamente Filho de
Deus, igual com Ele desde a Eternidade, a
conclusão a que chegaram os apóstolos, São Paulo
especialmente, sob a inspiração do Espírito era
essa, I Co. 8.6; Cl. 1.17; 1.15.
2. Filho do Homem
a. Frequentemente Jesus se atribui esta designação,
Filho do Homem.
b. Muito se tem discutido sobre o significado desse
título, se teria algo que ver com a identificação do
Messias. Alguns aceitam essa possibilidade.
c. Se olharmos para o Velho Testamento veremos que
essa designação, lá se encontra e, parece indicar a
fragilidade do homem em comparação com o poder
de Deus, Jó 25.6; Sl. 8.4.
d. Duas suposições nos parecem razoáveis:
 Com este título – Filho do Homem atribuído a si
mesmo, Jesus dá ênfase a sua perfeita
humanidade, a qual tanto como a sua perfeita
divindade não deve ser posta em dúvida.
 Com a expressão, Filho do Homem, Jesus
assumiu a sua condição de legítimo e ideal
representante da humanidade – perfeita semente
da mulher que daria combate final à serpente e a
derrotaria. Nesse caso não deixa de ter relação
com sua missão messiânica.
3. Outros Títulos Atribuídos a Si, por Jesus no Quarto
Evangelho.
a. A expressão “Eu sou”, muitas vezes empregada por
Jesus a respeito de sua pessoa e missão, faz-nos
lembrar da declaração de Jeová a Moisés “Eu Sou o
que Sou”, “eu sou”... repetida em vários passos
bíblicos do Velho Testamento.
b. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a
vida...”. “Eu sou a luz do mundo”. Todas essas
palavras traduzem um conteúdo espiritual com
respeito à missão de Jesus, as quais bem poderiam
ter alusão às experiências de Israel no Velho
Testamento.
c. Quando no deserto, o povo de Israel, sem ter um
caminho certo, foi guiado, pela coluna de nuvem,
que se tornava em coluna de fogo à noite – Era a
Luz, que se fazia caminho; era a verdade das
promessas de Deus aos patriarcas que se faziam
presentes no cumprimento fiel do pacto com os
patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó.
d. Ao se denominar “Porta”, para o curral das ovelhas,
recorria Jesus à velha figura utilizada pelos profetas,
do Pastor de Israel, figura tão bem e poeticamente
apresentada no magnífico salmo do bom pastor –
23. “Eu sou o Bom Pastor, o pastor que dá a vida
por suas ovelhas”.
e. Em resumo, diríamos que todas essas expressões
com que Jesus se qualifica tornam enfática a sua
missão messiânica, na qual, através da encarnação,
veio Ele resgatar os escolhidos de Deus e criar a
Igreja na dispensação da graça.
O ENSINO DE JESUS A RESPEITO DE DEUS

Embora Jesus não dê nenhuma definição de Deus, o


seu ensino nos mostra que as suas ideias de Deus
concordam com o Velho Testamento.
No Evangelho de Marcos, em resposta à indagação de
certo escriba, cita o Velho Testamento de modo a concordar
com o decálogo, Mc. 12.28 – 31; Dt. 6.4 – 5. O monoteísmo
do decálogo está aí claramente defendido.
Na oração sacerdotal do capítulo 17 de São João mais
uma vez se evidencia essa sua posição, Jo. 17.3. A
espiritualidade de Deus postulada com ênfase no segundo
mandamento e tão persistentemente reafirmada pelos
profetas, surge na conversa de Jesus com a samaritana,
junto ao poço de Jacó, Jo. 4.4; aliás insiste Jesus na
oposição à idolatria, que o segundo mandamento combate
tão incisivamente: “Deus é espírito; e importa que os seus
adoradores o adorem em espírito e em verdade”, Jo. 4.24.
Por isso mesmo Deus vem se revelar na pessoa do
Emanuel, para que o vendo pudéssemos ter uma ideia mais
exata do caráter de Deus, Jo. 14.9.
Frequentemente encontramos Jesus chamando Deus
de Pai. E nessa relação é que se revela o amor pelo Filho.
As vozes que se fizeram ouvir, tanto no batismo de
Jesus, como na transfiguração, apontam-no como Filho
Amado. Mat. 3.13 e 17.1 – 5; Mc. 1.9 – 11 e 9.1 – 13; Lc.
3.21 – 22 e 9.28 – 36; Jo. 1.32 – 34.
Em virtude desse amor do Pai para com o Filho, Jo.
17.24, desde a fundação do mundo, lhe é outorgado o poder
para que revele ao homem também esse amor, e o faça de
maneira sacrificial, completa Jo. 3.16.
Deus é um ser em constante atividade que trabalha em
favor do homem e para o bem do homem, Jo. 10.17.
Observamos, no entanto, que Deus não é apenas Pai
de Jesus Cristo, mas também dos homens. É a paternidade
de Deus para com os homens doutrina nova, ou aparece
também no Velho Testamento.
Discute-se a diferença que possa haver entre essas
duas paternidades. No Velho Testamento a paternidade de
Deus se refere ao povo da aliança, como se vê em Os. 11.1,
uma relação em que se espera total obediência, da parte do
filho.
Por outro lado, Deus é como o Pai que se compadece
do filho, isto é, daqueles que o temem, Sl. 103.13; Is. 1.2; Dt.
8.5. Essa relação, no entanto, é para com a coletividade de
Israel, Is. 63.16.
No Novo Testamento, porém, se fala muito mais
frequentemente da paternidade de Deus para com os
homens. Jesus mesmo a ela se refere, não raro. Observe-se
todavia, que só utiliza a expressão vosso Pai dirigindo-se
aos seus discípulos como em Mat. 5.16, 45, 48; 23.9.
Duas grandes passagens apresentam esse tratamento,
de um modo especial:

1. A Parábola do Filho Pródigo. Aí, no entanto, longe da


casa paterna, de onde se afastou, em rebeldia contra o
pai, o filho mesmo confessa – “já não sou digno de ser
tratado como filho”. Reconciliado com o pai é então um
filho redivivo – “este meu filho era morto e reviveu”.
a. Assim como afirma Barker, todo homem é um filho
de Deus em potencial até que se volte para ele.
2. A Outra Passagem é da Oração Dominical – modelo de
oração que Jesus entregou aos seus discípulos. Quem
pode orar “seja feita a tua vontade assim na terra como
nos céus”... só pode ser filho. De modo que se no
Velho Testamento Deus era considerado Pai do novo
Pacto, também no Novo Testamento ele é Pai dos
novos filhos do pacto, do Israel de Deus, a Igreja, Gl
4.5 – 7.
O Homem da Nova Aliança Segundo o Ensino de Jesus.

Jesus resumiu as obrigações do homem em duas


direções diferentes. E nisso acompanha ele o ensino das
tábuas do decálogo.
“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento...”;
“... Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, Mc. 12.30 – 31.
Dizemos que a relação é tríplice e não dupla como se
costuma afirmar, pois bem claro está que o homem tem
deveres para consigo mesmo. O amor para com o próximo
será medido pelo amor que tem para com sua própria
pessoa.
Preliminarmente, não há dúvida de que Jesus, no seu
ensino declara todos os homens pecador, Mat. 19.17. Mais
de uma vez falou de sua geração como pecadora, adúltera,
perversa, Mc. 8.31; 9.19; Mat. 7.11.
Mesmo os homens considerados bons segundo os
padrões religiosos do seu tempo, foram por Ele condenados.
Pecado, no entanto para Jesus, não consiste apenas
em atos contrários à lei de Deus, mas também em
sentimentos íntimos que geram o pecado, Mat. 5.27-28.
Com isso tornou ele o cumprimento da lei, em algo diferente,
Mat. 9.17 – 20. A hipocrisia é terrivelmente condenada, Mat.
6.2, 18.
Com respeito aos deveres para com o próximo, Jesus
mostrou em parábolas, como do Bom Samaritano, exemplos
que resumem esses deveres – fazer por ele aquilo que
desejaríamos que os outros nos fizessem, sem qualquer
outra motivação, a não ser o amor e compaixão para com
ele.
Se o homem é pecador, nada mais natural que se
interesse pela sua própria salvação e busque como busca
em outros aspectos o seu próprio bem. Por isso mesmo
Jesus adverte: “buscai primeiro o reino de Deus e sua
justiça, depois...”
Jesus reconhece que a maior necessidade do homem
é perdão para os seus pecados, Mat. 9.1 – 8 e é isso que
deseja oferecer-lhe.

O Reino de Deus

Deus é rei universal e eterno, é a proclamação


insistente do Antigo Testamento, presente na mensagem
dos profetas; cantada na poesia dos salmos, reconhecida
nos acontecimentos históricos de Israel, Êx. 15.18; II Rs.
19.15; Sl. 103.19.
No entanto essa supremacia de Deus sobre o mundo
não é aceita por todos; os poderes da terra se rebelam
contra ela, e contra sua autoridade.
É o quadro que o Salmo 2 apresenta, no qual o Ungido
do Senhor é também objeto de rebelião. Todavia, o mesmo
salmo preconiza como a solução única, a aceitação
obediente e dócil dessa supremacia de Deus por parte dos
soberanos do mundo.
É natural que essa dualidade de esfera do reino de
Deus se verifique também no Novo Testamento.
O reino de Deus é algo presente, agora, mas também
aguarda uma era futura para a sua apresentação.
No ensino de Jesus esses dois aspectos do reino de
Deus se encontram, criando uma aparente contradição. Não
se trata como querem alguns, de uma revolução do
pensamento de Jesus a respeito do reino. Nem mesmo
aquilo que se pode admitir, em outros casos – um progresso
da revelação.

O que está em jogo é uma dupla relação.

Com respeito ao indivíduo, a aceitação do domínio do


Senhor em sua vida dá começo ao fruir desse reino e das
bênçãos decorrentes dessa aceitação. Por isso dizia Jesus:
O reino está entre vós; é chegado a vós o reino, o reino está
dentro de vós. Por outro lado a expectativa do reino na sua
plenitude, deve ser o anseio, a esperança e objeto das
orações de todos, que já o têm no coração. Daí devemos
orar: “venha o teu reino”.
A entrada nesse não é prerrogativa dos judeus, como
pensavam muitos, levados por uma concepção errado do
reino messiânico, Mat. 8.11 – 12.
Não se pode entrar nesse reino a não ser pela porta do
arrependimento, conversão e dócil obediência, Mat. 4.17;
11.14. Esse reino é o supremo tesouro do homem Mat.
13.44.

Deus se apraz em conceder o reino dos seus filhos.

A aceitação desse reino ou entrada nele, não exclui os


outros bens legítimos da vida, mas deve ter suprema
prioridade; mesmo porque essas outras coisas virão
naturalmente, uma vez o reino seja colocado em primeiro
lugar, Lc. 12.31 – 32. Esse reino virá na proporção em que a
vontade de Deus for realizada aqui na terra como no céu –
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade aqui na terra
como no céu”.

O Reino dos Céus e o Reino de Deus

Qual é a diferença – se é que há diferença – entre o


Reino dos Céus e o Reino de Deus?

Ambas as expressões são encontradas nos evangelhos.

Parece que em Mateus, reino dos céus é mais comum,


embora sejam ambas usadas indiferentemente, Mat. 4.17;
12.28.
Alvitra-se a explicação de que o genitivo indique, na
expressão reino dos céus, a origem do reino, suas
características, em contraste com os reinos da terra. O reino
tem sua origem nos céus, é governado por leis espirituais
eternas (G. B. Stevens, p. 27).
A expressão reino de Deus era utilizada com mais
frequência na linguagem judaica, de acordo com a
expectativa messiânica do povo de Israel, Mat. 15.43; Lc.
14.15.
Embora o sentido desse reino fosse mal entendido por
muitos, inclusive pelos discípulos de Jesus, no princípio Ele
empregou a expressão – Reino de Deus – e procurou
mostrar o seu caráter espiritual e extraterreno.

O Batismo de Jesus

Os evangelhos sinóticos nos dão conta de que Jesus


se apresentou a João Batista para ser por ele batizado. Por
outro lado sabemos que o batismo de João era batismo de
arrependimento.
Se Jesus era sem pecado, que necessidade teria ele
de ser batizado? Para se arrepender? De que?
Aliás, o mesmo João, inicialmente, se recusou a batizá-
lo alegando: “eu preciso ser batizado por ti e tu vens a mim?”
Jesus não rebateu as alegações de João, mas lhe disse que
convinha cumprir a justiça. Parece então que a aceitação,
por parte de Jesus, do batismo de João, significava uma
atitude de submissão ao programa que João iniciara e ao
mesmo tempo aprovação desse programa, que se inseria no
plano messiânico.
Por outro lado tinha um sentido Vicário. Jesus não tinha
pecados seus para confessar, mas ele vinha representar a
humanidade, pela qual daria a sua vida a essa humanidade.
Era a humanidade pecadora, que outra coisa não precisava
tanto como de arrependimento.
Aliás, ele não tinha pecado seu para pagar, mas
morreu, pagando os pecados da humanidade, do qual tomou
o lugar.
Satanás e a Tentação

A luta fora anunciada desde o princípio no Gênesis. Se


Jesus era a semente da mulher que haveria de esmagar a
cabeça da serpente – o fiel cumpridor do pacto, natural
então seria que enfrentasse o inimigo antes do seu
ministério público, uma vez que o teria de enfrentar muitas
outras vezes, no desempenho da sua carreira messiânica.
Por outro lado, convinha ao inimigo procurar derrota-lo
logo de início, como fizera ao primeiro Adão.
Verifica-se que o inimigo é sempre o mesmo, a “antiga
serpente”.
Ao patriarca Jó, Satanás tentou, com permissão divina.
Da tentação, Jó saiu fortificado; a tese de Satanás de que a
religião de Jó era puramente interesseira e hipócrita, saiu
derrotada.
No caso de Jesus a tentação, embora fosse um ataque
premeditado do inimigo, se inseriu nos planos de Deus e foi
ordenada pelo Espírito Santo. Mateus diz que Jesus foi
levado ao deserto pelo Espírito, para ser tentado, Mat. 4.1.
Portanto a sua tentação estava intimamente
relacionada com o seu ministério messiânico.
As três tentações a que foi submetido, são típicas
daquilo que seria a luta contra o inimigo, durante a carreira.
A primeira tentação – transformar pedras em pães,
para se alimentar quando estava com fome, envolvia
solicitações de sua natureza humana, com as quais haveria
de se defrontar frequentemente. Aquele que não tinha onde
repousar a cabeça, não raro, haveria de ser tentado a
utilizar, em seu proveito, o poder divino, sobrenatural que
possuía.
Se o fizesse, no entanto, como poderia participar da
nossa experiência, fruto da limitação humana? Hb 4.15 e
2.17 – 18 nos mostram que se ele tivesse cedido a essas
solicitações estaria fracassada a sua missão messiânica.
A segunda tentação dirige-se a outro aspecto da sua
carreira. Apela mais uma vez à exibição do seu poder divino,
agora para ganhar popularidade. Novamente se trata de
uma tentação que haveria de se repetir no seu ministério
público, Mat. 12.38 – 40.
Jesus deu muito mais importância à pregação e ensino
do que aos milagres. A sua palavra apelava ao
entendimento e ao coração. O tipo de seguidores que
desejava atrair era daqueles que segundo a parábola do
semeador “ouve a palavra e a compreende, dá fruto”. Uma
popularidade falsa não lhe interessava popularidade à custa
de milagres.
A terceira tentação é a do atalho fácil. Não vinha Jesus
estabelecer um reino? Por que busca-lo através do
espinhoso e difícil caminho do sacrifício e da cruz, se o
poderia ter por um simples gesto de adoração ao tentador?
Verifica-se, pois que todas as tentações se relacionam
com a missão de Jesus. Daí o empenho do tentador em
desviá-lo do seu grande propósito.

Seria a derrota do segundo Adão.

Nas duas primeiras tentações procurou Satanás apelar


para a prova da divindade de Jesus – “Se tu és o filho de
Deus”. Como no Éden, lançava dúvidas sobre o caráter
moral de Deus. Será que ele está dizendo a verdade quando
afirma: Este é o meu filho amado, como dissera no batismo?
A dúvida na palavra de Deus há de ser uma das armas com
que o inimigo sempre procurará a derrota dos filhos de
Deus.
Convém lembrar que foi com a palavra de Deus que
Jesus o derrotou – citando-a sempre e dando crédito à
palavra de Deus. É verdade que o inimigo, na segunda
tentação, também citou a palavra de Deus; citou-a dentro de
um contexto errado. Toda vez que puder citá-la
cavilosamente, em seu favor, para confundir, ele o fará.
Discute-se frequentemente, a tentabilidade de Jesus. A
questão é: considerando a divindade de Jesus, seria ele
capaz de ser realmente tentado?
Ser tentado, não significa nem fraqueza, nem adesão
qualquer às sugestões do tentador. Até que haja qualquer
inclinação a ceder, não há pecado.
Outra questão é, pois a da pecabilidade de Jesus. Teria
Jesus possibilidades de pecar, uma vez tentado? O assunto
é daqueles que não encontram resposta satisfatória, pois
esbarra no grande mistério da pessoa teantrópica de Jesus,
no qual outras questões ficam sem resposta tais como, a
capacidade de ter fome, de sentir canseira, de sofrer dores e
de morrer.

O Homem da Nova Aliança

“Amarás ao Senhor Teu Deus de todo o teu coração,


de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu
entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Então Jesus lhe disse: respondeste corretamente; faze isto e
viverás, Lc. 10.27 – 28.
Esta perfeita súmula do decálogo, Dt. 6.5 e Lv. 19.18,
que um sábio doutor da lei apresentou a Jesus, teve dele a
plena aprovação; pois se constituía no resumo dos deveres
atinentes ao homem do pacto sinaítico no Velho
Testamento.
Verifica-se, porém, na continuação da conversa, que
Jesus submete o seu interlocutor a uma prova que bem clara
torna a extensão maior do sentido desses mandamentos –
que não se constitui apenas na observância da mera letra da
lei, mas algo mais profundo, mais espiritual. Até mesmo a
palavra “próximo”, ou semelhante tem uma conotação bem
mais ampla. A parábola do Bom Samaritano assim se revela.
Jesus não anula, antes amplia os deveres do homem
da nova aliança. Costumamos chamar a súmula dos
mandamentos acima apresentada de “perfeito triângulo”.
Nesse triângulo se encontram: o amor de Deus, o amor ao
próximo e o amor a nós mesmos, unidos em perfeita
harmonia. É o amor de Deus, sem dúvida, a viga mestra
desse trilátero. É em função desse amor que devemos amar
o nosso próximo. Nosso amor é a resposta do amor que Ele
mostrou primeiro, como Paulo claramente dizia. Jesus
mesmo ensinava: O meu mandamento é este, que vos
ameis uns aos outros, assim como eu vos amei, Jo. 15.12.
Por outro lado está subentendido, que o homem deve
amar a si mesmo. Não se trata de um amor egoísta,
unilateral, e por isso mesmo divorciado dos mandamentos
de Deus. Trata-se de um amor que resulta da apreciação da
dignidade que Deus houve por bem nos emprestar, fazendo-
nos objetos do seu grande amor voluntário e gracioso. O
amor que devemos ter a nós mesmos é fruto do nosso temor
a Deus e gratidão, pois que tão alta honra concedeu a nós
fazendo-nos à sua imagem e semelhança. Imagem e
semelhança que Ele vem restituir em nós por meio do seu
Filho.
Convém lembrar que Jesus deixou claro, no seu
ensino, que o homem é pecador, incapaz de por si mesmo
fazer a vontade de Deus. “Só há um bom que é Deus”,
afirmou ele, Mat. 19.17.
A oração dominical nos ensina a pedir perdão pelas
nossas dívidas (pecado). Jesus chamou sua geração:
“Pecadora e adúltera”, Mc. 8.38 e incrédula Mc. 9.19; Mat.
7.11.
Mesmo os homens considerados bons, no seu tempo,
não eram dignos do reino dos céus. De modo que Jesus diz
claramente, que o problema do homem é o pecado e suas
consequências ruinosas, Mat. 23.13 – 33.
O pecado consiste não somente de atos pecaminosos,
mas também dos motivos que os geram, Mat. 5.21 – 22, 27
– 28.
A hipocrisia é um grande pecado, que ofende a Deus,
endurece o coração do próprio homem e o afasta da
compaixão e misericórdia perdoadora de Deus, Mat. 6.2, 18.
A oração dominical é o modelo pelo qual o homem
deve se dirigir a Deus, reconhecendo a sua majestade,
poder e glória, reconhecendo-O como a fonte de todos os
bens terrenos e celestiais; pedindo-lhe o perdão dos
pecados e manifestando a intenção de perdoar os seus
semelhantes, na mesma medida.
Com respeito aos deveres do homem, para com as
autoridades constituídas, Jesus em duas passagens aponta
princípios que Paulo haveria de tratar de maneira mais
ampla.
Em Mat. 17.24 – 27, Jesus condescende em pagar
tributos dos quais estaria isento, para evitar escândalos. O
princípio é: será preferível ao cristão ir além do que lhe fora
requerido estritamente pela lei, quando a autoridade o exige,
se isso evita escândalos. O reino vem em primeiro lugar.
O poder de César era um poder discricionário, mas lá
estava estabelecido na Judéia. E se para aquilo que
convinha aos judeus, apelavam a César, então se devia dar
a César o que lhe era atribuído, pela lei vigente, embora
quem sabe injusta. “Dai, pois, a César o que é de César, e a
Deus o que é de Deus”, Mat. 22.21; Lc. 20.25.

A Família no Novo Testamento

Em grego – pátria – é mencionada aproximadamente


três vezes;
Patria – diz respeito a origem, a história de uma casa,
isto é “o patriarca”; Ex: José pertencia a casa e família
(patria) de Davi (Lc. 2.4);
Embora o termo oikos seja mais frequente, ocorre
cerca de 110 vezes no Novo Testamento e significa “casa”,
“família”, “pertences” (incluindo escravos), etc...
Palestina do Século I: No Tempo de Jesus não existia
unidade dentro dos clãs e as famílias viviam de forma
individualizada.
Neste período a família enfrentou sérias dificuldades
que provocaram o enfraquecimento dos laços familiares.
Dificuldades: Crescimento dos impostos, consequente
empobrecimento e endividamento das famílias,... chegando
até vender filhos/as como escravos/as e prostitutas.
Palestina e Síria foram consideradas as maiores
fornecedoras de escravos/as desta época.

Jesus e a família.

Jesus frequentou três lugares básicos da sociedade


Judaica:

 Porta – lugar de entrada e saída das cidades e aldeias,


onde o povo costumava encontrar-se (“vida pública”).
 Sinagoga – lugar de oração, estudos e reuniões do
povo.
 Casa – vida privada, orações, cultos...

Ele andou de casa em casa (Mc. 5.38; Lc. 19.5):

 Casa (celebr. de um casamento) – Jo 2.1 – 12.


 Casa de Zaqueu – Lc. 19. 1 – 10.
 Casa de cobradores de impostos – Mc. 2.13 – 14.
 Casa do chefe da sinagoga – Mc. 5.35 – 43.
 Casa de Simão, o leproso – Mc. 14.3 – 9.
 Casa de Simão e André (sogra de Pedro) – Mc. 1.29 –
31.
 Casa de Marta e Maria – Lc. 10.38 – 42.

Jesus inova no relacionamento com Deus

Judaísmo formalista Jesus – Familiar e íntimo

Abba – Pai, paizinho... (expressão aramaica) Termo


usado pelas crianças para chamar carinhosamente de Pai
(Querido Pai). Mat. 13.46; Mat. 6.9; 11.25; 26.42; Lc. 23.43 –
46; Jo. 11.41; 12.27; 17.1, 5, 11, 21, 24.

Presença do Pai
 Atende aos pedidos de seus filhos/as – Mat. 7.7 – 11.
 Amor do Pai (Filho pródigo) – Lc. 15.11 – 32.
 Pai que envia seus filhos para trabalhar – Mat. 21.28 –
32.
 Pai que envia filho para receber os frutos da colheita –
Mc. 12.1 – 12.
 Pai que descansa com seus filhos – Lc. 11.5 – 8.
 Pai que envia seu Filho Único – Jo. 3.16.

Presença da Mãe

 Mãe de Jesus – Lc. 2.51; Jo. 19.26 – 27; Mat. 27.55 –


56; Mc. 15.40 – 41; Lc. 23.49; Lc. 2.49; Mat. 12.46; Mc.
3.31; Lc. 8.19; Jo. 2.4; Lc. 11.27 – 28; At. 2.14.
 Mãe dos filhos de Zebedeu – Mat. 20.20; 27.56.
 Maria, mãe de João At. 12.12.
 Mãe (filha de Jairo) – Mc. 5.40; Lc. 8.51.
 Viúva de Naim – Lc. 7.12, 15.
 Herodias – Mat. 14.8, 11: Mc. 6.24, 28.
 A expressão: “desde o ventre da mãe”- Mat. 19.12; Lc.
1.15; At. 3.2; Lc. 14.18; Gl. 1.15.

Família de Jesus – Mateus 12.46 – 50.

O individualismo será superado pela solidariedade e


fraternidade.

Família – Igreja Primitiva

Casa e família foram os primeiros “templos” em que o


povo de Deus se reunia para o culto, a Ceia do Senhor e a
propagação do Evangelho.

 Em Cesaréia a Igreja reunia-se na casa de Cornélio


(At. 10.2);
 Em Filipos a Igreja reunia-se na casa da Lídia (At.
16.11 – 15, 40);
 Em Corinto, na casa do chefe da sinagoga, Crispo (At.
8.8);
 Em Roma, na casa de Priscila e Áquila (Rm. 16.5; I Co.
16.19);
 Em Laodicéia, na casa de Ninfa (Cl. 4.15).

Relacionamentos familiares – Rm. 12 e 14; I Co. 12. Ef.


5.21 – 26; Cl. 3.18 – 21.

 Submissão (?) da Mulher - Ef 5. 21-26,...


 Presença da Mulher – I Co 11.11-12 e Gl 3.28...
 Respeito entre pais e filhos - Ef 6.1-4
 Mãe e avó de Timóteo (criação) – II Tm 1.5; II Tm 3.14
 “Mulheres e homens herdeiros/as da mesma graça de
vida” I Pedro 3.1-7.

Palavras derivadas de oikos

 OIKODOMÉO – Construir, edificar.


 Encontramos aproximadamente 40 vezes no Novo
testamento – Mat. 24; 7.26; 16.18; 21.33; 21.42;
23.29; 26.61; 27.40; Mc. 12.1; 12.10; 14.58; 15.29;
Lc. 4.29; 6.48, 49; 7.5; 11.47, 48; 12.18; 14.28, 30;
17.28; 20.17; Jo. 2.20; At. 4.11; 7.47, 49; 9.31; Rm.
15.20; I Co. 8.1, 10; 10.23; 14.4, 7; Gl. 2.18; I Tm.
5.11: I Pd. 2.7.
 OIKODOMÉ – Edifício, prédio.
 Encontramos aproximadamente 20 vezes no NT:
Mat. 24.1; Mc. 13.1, 2; Rm. 14.19; 15.2; I Co. 3.9;
14.3, 5, 12, 26; II Co. 5.1; 10.8; 12.19; 13.10; Ef.
2.21; 4.12, 16, 29.
 OIKONOMÉO – Administrar, gerenciar.
 Encontramos aproximadamente 6 vezes no NT: Lc.
16.2, 4; I Co. 9.17; Ef. 1.10 e 3.9.
 Mordomos/as ou administradores/as: Lc. 16.1 – 8.
 EPOIKODOMÉO – Construir sobre alguma coisa.
 Encontramos aproximadamente 5 vezes no NT: I Co.
3.10, 12, 14; Ef. 2.20; Cl. 2.7.

Palavras derivadas de oikos

 SINOIKODOMÉO – Habitação comum ou moradia no


mesmo lugar
 Encontramos aproximadamente 15 vezes no NT:
Mat. 24.24; Lc. 2.1; 4.5; 21.16; At. 11.28; 17.6;
17.31; 19.27; 24.5; Rm. 10.18; Hb. 1.6; 2.5; Ap. 3.10;
12.9; 16.14.

O Espírito Santo sua revelação e atuação no Novo


Testamento
“No momento em que estava saindo da água, Jesus viu
o céu se abrir e o Espírito de Deus descer como uma pomba
sobre ele.” Mc. 1.10.
O Novo Testamento é, por excelência, o livro do
Espírito Santo. A começar por Mateus 1.18, onde lemos que
Maria "se achou ter concebido do Espírito Santo", até
Apocalipse 22.17, "Espírito e a noiva dizem: Vem" todo o NT
esta repleto de referências a respeito da Pessoa e da obra
do Espírito Santo. Por esta razão, podemos afirmar que uma
adequada teologia pneumatológica só poderá ser elaborada,
levando em conta a totalidade da revelação apresentadas na
Bíblia. O NT completa a revelação iniciada no AT a respeito
do Espírito Santo, no entanto, com mais clareza, afirma ser
Ele uma Pessoa da Divindade, destacando seu caráter
santo, símbolos e os nomes pelos quais Ele é designado. Já
nos quatro Evangelhos encontraremos farta referências de
suas atividades, especialmente em relação ao ministério de
Jesus. Encontramos por exemplo citações tais como:
 O Espírito Santo enchendo Jesus na ocasião do seu
batismo. Lc 3.21,22
 O Espírito Santo guiando Jesus. Lc 4.1
 Jesus expulsando demônios pelo poder do Espírito
Santo. Mt 12.28
 Jesus se oferecendo em sacrifício pelo poder do
Espírito Santo. Hb 9.14
 Jesus sendo ressuscitado pelo poder do Espírito Santo.
Rm 1.4

Fica claro, no NT uma íntima relação entre o Espírito


Santo, a Terceira Pessoa da Trindade, com o Senhor Jesus,
a Segunda Pessoa da Trindade Santa “Mas, quando vier o
Consolador, que Eu da parte do Pai vos hei de enviar, a
saber, aquele Espírito de verdade que procede do Pai, ele
Vos testificará de mim” Jo. 15.26. Pela descida do Espírito
Santo na hora do seu batismo o próprio Jesus foi
solenemente constituído como ungido e eleito de Deus, de
acordo com as predições dos profetas O SENHOR Deus diz:
“Aqui está o meu servo, a quem eu fortaleço, o meu
escolhido, que dá muita alegria ao meu coração. Pus nele o
meu Espírito, e ele anunciará a minha vontade a todos os
povos. Is. 42.1. Naquele momento Ele foi ungido por Deus
com o Espírito Santo e com força, constituído como o
Messias (ungido) esperado. No início de sua vida pública
que foi inaugurada sob o influxo do Espírito Santo. Ela fala a
respeito do Filho de Deus, o nosso Senhor Jesus Cristo, o
qual, como ser humano, foi descendente do rei Davi. E,
quanto à sua santidade divina, a sua ressurreição provou,
com grande poder, que ele é o Filho de Deus. Rm. 1.4.
EXPRESSÕES REFERENTES ÀS ATIVIDADES DO
ESPÍRITO SANTO.

A maior parte das expressões usada no AT referente


as atividades do Espírito Santo, encontra-se também
descritas no NT:

 O Espírito Santo vem do alto, do céu. ...Os


mensageiros do evangelho, que falaram pelo poder do
Espírito Santo, mandado do céu, anunciaram a vocês
essas verdades. Essas são coisas que até os anjos
gostariam de entender. I Pd. 1.12b.
 Do Pai. Quando chegar o Auxiliador, o Espírito da
verdade, que vem do Pai, ele falará a respeito de
mim... Jo. 15.26.
 Ele desce. Quando Pedro ainda estava falando, o
Espírito Santo desceu sobre todos os que estavam
ouvindo a mensagem. At. 10.44.
 É enviado ou dado pelo Pai. Porque o Espírito que
vocês receberam de Deus não torna vocês escravos e
não faz com que tenham medo. Pelo contrário, o
Espírito torna vocês filhos de Deus; e pelo poder do
Espírito dizemos com fervor a Deus: “Pai, meu Pai!”
Rm. 8.15.
 Derramado. É isto o que eu vou fazer nos últimos dias,
diz Deus: Derramarei o meu Espírito sobre todas as
pessoas. Os filhos e as filhas de vocês anunciarão a
minha mensagem; os moços terão visões, e os velhos
sonharão. At. 2.17.
 Enche. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, de acordo com o
poder que o Espírito dava a cada pessoa. At. 2.4.
 Repousa. João continuou: Eu vi o Espírito descer do
céu como uma pomba e parar sobre ele. Jo. 1.32.
 Mora. Certamente vocês sabem que são o templo de
Deus e que o Espírito de Deus vive em vocês. I Co.
6.19.

SUA AÇÃO NA IGREJA.

No NT, o Espírito Santo é sempre visto como a pessoa


divina com capacidade influenciadora universal, que testifica
sobre o pecado, a retidão e o julgamento, controlando o mal
que há no mundo e convencendo os homens do pecado, e
atuando sobre eles através de sua influência, personalidade
e presença.
Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas
do mundo de que elas têm uma ideia errada a respeito do
pecado e do que é direito e justo e também do julgamento
de Deus. Jo. 16.8. Sendo, pois o Espírito Santo o único que
pode regenerar a uma alma humana, mediante seu toque
operador e transformador.
Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza
humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza
espiritual. Jo. 3.6. Todos os crentes, segundo o NT,
indistintamente devem possuir o Espírito Santo. Vocês,
porém, não vivem como manda a natureza humana, mas
como o Espírito de Deus quer se é que o Espírito de Deus
vive realmente em vocês. Quem não tem o Espírito de Cristo
não pertence a ele. Rm. 8.9, ainda que a sua influência
possa variar gradativamente de um determinado crente para
outro, dependendo para isso exclusivamente de como cada
qual se permita ser controlado por Ele.
Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle
também a nossa vida! Gl. 5.25. É igualmente o Espírito
Santo que forma a unidade da Igreja, em um corpo. Cristo é
como um corpo, o qual tem muitas partes. E todas as partes,
mesmo sendo muitas, formam um só corpo. Assim,
também, todos nós, judeus e não judeus, escravos e livres,
fomos batizados pelo mesmo Espírito para formar um só
corpo. E a todos nós foi dado de beber do mesmo Espírito. I
Co. 12.12 – 13.
A presença habitadora do Espírito Santo, entre os
crentes, no NT, passa a ser contínua e perpétua. Eu pedirei
ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da
verdade, para ficar com vocês para sempre. Jo. 14.16. Essa
presença habitadora produz frutos no crente, similares a
natureza moral positiva de Deus (Gl. 5.22, 23).
O alvo precípuo da implantação dos frutos do Espírito
no crente, bem como de todas as suas operações na alma, é
o de transformar os salvos segundo a imagem de Cristo, nos
termos mais literais possíveis, de tal modo que estes
venham a compartilhar da natureza moral e essencial de
Cristo.
Portanto, todos nós, com o rosto descoberto, refletimos
a glória que vem do Senhor. Essa glória vai ficando cada vez
mais brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos
com o Senhor, que é o Espírito. I Co. 3.18. E, sendo o
Espírito Santo aquele que nos impulsiona na direção desse
alvo, o NT o apresenta como o intercessor em favor dos
crentes, orando naquilo que o crente nem ao menos é capaz
de proferir, visando o benefício dos mesmos.
Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na
nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar,
mas o Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser
explicados por palavras, pede a Deus em nosso favor. Rm.
8.26. O Espírito Santo é apresentado igualmente como a
garantia da herança que os crentes têm em Cristo.
O Espírito Santo é a garantia de que receberemos o
que Deus prometeu ao seu povo, e isso nos dá a certeza de
que Deus dará liberdade completa aos que são seus.
Portanto, louvemos a sua glória. Ef. 1.14. E, no
funcionamento das Igrejas locais, Ele é o distribuidor de
todas as manifestações carismáticas espirituais (I Co. 12-
14).
MANIFESTAÇÕES SOBRENATURAIS DE PODER.

No AT o dom do Espírito Santo não era privilégio de


todas as pessoas, mas somente alguns poucos escolhidos
recebiam uma “unção” especial de caráter provisório, para a
realização de determinadas tarefas. No NT, existem
evidências de distribuição mais liberal destes dons aos
homens.
Em muitas passagens encontramos a promessa de que
o Espírito Santo se relacionaria intimamente com os crentes.
Lucas, por exemplo, afirma que Deus esta pronto para
atender aos pedidos dos crentes como um pai atende a
suplica dos seus filhos. Lc. 11.13. João declara: E eu rogarei
ao Pai, e ele vos Dara outro Consolador, “Para que fique
convosco para sempre.” Jo. 14.16.
Assim, o NT marca o início de um novo período, que se
estende do dia de Pentecostes até os nossos dias, podendo
ser legitimamente chamado de dispensação do Espírito.
Desde então o Espírito Santo passou habitar nos homens, e
na Igreja. Como dono ele pôs a sua marca em nós e colocou
no nosso coração o Espírito Santo, que é a garantia das
coisas que ele guarda para nós. II Co. 1.22.
Assim, todo o trabalho eficaz que a Igreja tem feito, tem
sido realizado no poder do Espírito. Quanto ao Espírito
Santo, sua personalidade é um fato descrito na Bíblia, tanto
quanto a personalidade do Pai e do Filho. Ter personalidade
implica na qualidade ou fato de ser uma pessoa e as igrejas
primitivas reconheciam o Espírito Santo como uma pessoa
Divina, que poderia ser seguida (At. 13.2), com quem
podiam ter comunhão (II Co. 13.13; I Jo. 5.7), e que podia
até mesmo ser entristecido.
E não façam com que o Espírito Santo de Deus fique
triste. Pois o Espírito é a marca de propriedade de Deus
colocada em vocês, a qual é a garantia de que chegará o dia
em que Deus os libertará. Ef. 4.30. A Igreja pela ação do
Espírito Santo pode exercer poder sobrenatural tais como:
 Expulsar demônios. “Se, porém, eu expulso demônios
pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de
Deus sobre vós.” Mat. 12.28. RA
 Operar curas. Para uma pessoa o mesmo Espírito dá fé
e para outra dá o poder de curar. I Co. 12.9.
 Ter Visões e manifestações proféticas. Para uma
pessoa o Espírito dá a mensagem de sabedoria e para
outra o mesmo Espírito dá a mensagem de
conhecimento. I Co. 12.8.
 Falar em novas línguas (glossolalia). Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar em
outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito
dava a cada pessoa . At. 2.4.
 Interpretar as línguas. ... Para uma pessoa o Espírito
dá a capacidade de falar em línguas estranhas e para
outra ele dá a capacidade de interpretar o que essas
línguas querem dizer. I Co. 12.10.
 Discernir espíritos. ...Ainda outra pessoa recebe a
capacidade para saber a diferença entre os dons que
vêm do Espírito e os que não vêm dele... v. 10.
 Operar milagres através da fé. Uma pessoa recebe do
Espírito poder para fazer milagres, e outra recebe o
dom de anunciar a mensagem de Deus... v. 10.

CONCLUSÃO

É no NT que de forma mais clara podemos identificar o


Espírito Santo como um ser vivo dotado de personalidade
própria, uma pessoa, claramente divina, distinta e que faz
parte da Trindade da Deidade. “Eu pedirei ao Pai, e ele lhes
dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com
vocês para sempre. O mundo não pode receber esse
Espírito porque não o pode ver, nem conhecer. Mas vocês o
conhecem porque ele está com vocês e viverá em vocês.”
Jo. 14.16 – 17. É no livro de Atos dos Apóstolos que
identificamos um mover do Espírito Santo sobre a Igreja, que
se manifesta através de dons espirituais e que são
distribuídos aos crentes em geral. Tendo em vista este
derramar sobrenatural, como bem foi dito por algum escritor
sacro, o livro de Atos dos Apóstolos bem poderia ser
chamado de “Atos do Espírito Santo”, pois aqui o que mais
se destaca não são as pessoas mais a atuação sobrenatural
de Deus sobre elas por intermédio da Pessoa do Espírito
Santo.

A PAROUSIA

A palavra grega Parousia era usada com o sentindo de


presença ou vinda. Seu uso técnico indicava a presença ou
chegada de um rei ou governante. No Novo Testamento ela
é usada designar a presença (vinda) de Cristo novamente a
Terra, primeiramente para os fieis e depois para os infiéis.
O assunto da Segunda Vinda de Cristo na Bíblia é um
tema bem explorado pelo Espírito Santo. Só no Novo
Testamento existe mais de trezentas passagens sobre a
temática. O apostolo Paulo em suas epistolas menciona
sobre a Parousia cerce de cinquenta vezes. Há capítulos
inteiros nos evangelhos e epístolas inteiras sobre a Segunda
Vinda. Portanto a Parousia de Jesus Cristo é citada nas
Escrituras Sagrada oito vezes mais que a primeira vinda.
Este dado ressalta a importância deste evento para o
Senhor e também para o seu povo. Esta deve a esperança
dos cristãos.
A Segunda Vinda de Cristo é dividida em duas fases
distintas. Primeiramente Ele virá para a Igreja cujo evento
está registrado em I Tess. 4. 13 – 18. Após o Salvador
retornará no final da Grande Tribulação para socorrer Israel
(Zc. 14. 3 – 5). Quando o Messias retornar para a Igreja
acontecerá o arrebatamento (ressurreição dos santos e o
rapto dos vivos que são fieis a Palavra de Deus).
Há varias especulações sobre a Parousia de Cristo.
Até na metade do segundo século, a maioria dos cristãos
acreditavam que o Salvador para reinar com eles mil anos
na Terra. Durante a Idade Média, a Igreja Romana
(Catolicismo), ensinava que estavam construindo a cidade
eterna de Deus, anulando a promessa do Senhor Jesus que
retornaria para levar a sua Igreja para eternidade (Jo. 14. 1 –
3).
Nos dias do apostolo Paulo circulava o falso ensino
da parte de Fileto e Himeneu o qual afirmava que a
ressurreição dos cristãos já havia acontecido aniquilando a
fé de alguns (II Tm. 2.17, 18). Essa falsa doutrina da
ressurreição circulou como falsas epístolas de Paulo (II
Tess. 2.1 – 3). Mas a Escritura é bem clara sobre esse
assunto.
A Parousia virá como surpresa, como a visita de um
ladrão. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a
que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não
deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos
também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que
não penseis (Mat. 24. 43, 44). Por isso que o Salvador
mencionou uma parábola didática (A Parábola da dez
virgens Mat. 25. 1 – 13) sobre a importância de estarmos
preparado para a Parousia. Vigiai, pois, porque não sabeis o
Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir (Mat.
25.13).

OS ENSINOS DO APÓSTOLO JOÃO

João filho de Zebedeu e de Salomé, irmão menor de


Tiago, foi um dos primeiros discípulos e ser escolhido pelo
Senhor e o último a morrer, humilde e simples, conhecido
com Apóstolo do Amor.
O centro, a base, o alicerce da teologia de João é a
pessoa de Cristo. Ele introduz sua teologia apresentando
três declarações que excedem o entendimento do ser
humano. João 1.1 – 2. No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio com Deus.
Este princípio é diferente de iniciar, começar, partida.
Gênesis 1.1: "No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Este princípio é indefinido. É um tempo quando por um
ato soberano Deus criou o universo.
João guiado pelo Espírito Santo nos conduz para além
das eternidades passadas. Esta teologia é chamada de
Cristocêntrica, porque para o apóstolo, Cristo é tudo. Não é
uma teologia apenas da razão, é uma teologia do Espírito. A
mensagem de João mostra que Deus pode ser conhecido
em Jesus Cristo.
João 16.13 Quando vier, porém, aquele, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará
por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará
as coisas vindouras.

ATOS DOS APÓSTOLOS

No livro de Atos dos Apóstolos encontramos uma


narrativa de como foi o início da igreja de Jesus Cristo aqui
na terra, o exemplo deixado pelos apóstolos e um padrão
permanente para a igreja.
Quem quiser seguir a Cristo deve levar em conta os
exemplos dos apóstolos vistos neste livro. Exemplos de
santidade, ousadia, sofrimento, oração, fraternidade e união.
As principais características da igreja primitiva, narrada
no livro de Atos dos Apóstolos são:

 As últimas instruções de Jesus e a ordenança de


evangelizar as nações;
 A igreja estava constantemente em oração;
 A igreja supria os necessitados;
 Curas e maravilhas eram realizadas pelos apóstolos,
dando sequência ao que Jesus tinha feito;
 Diversas citações de batismo com o Espírito Santo;
 Grandes pregações e muitas conversões;
 Os primeiros mártires: Estevão apedrejado; Tiago teve
a cabeça cortada;
 Prisões e sofrimento fizeram parte da vida dos
apóstolos;
 Grande expansão missionária da igreja;
 A ação do Espírito Santo em favor da igreja.

Com a leitura do livro de Atos dos Apóstolos devemos


compreender que servir a Deus está acima de todas as
coisas e mesmo em meio às dificuldades e sofrimentos é
necessário mantermos o padrão bíblico de obediência a
Deus.
Fazendo uma comparação da igreja primitiva com o
cristianismo atual, iremos encontrar diferenças discrepantes.
Veja algumas coisas que ocorre na igreja atual e não
encontramos em Atos dos Apóstolos.

 Muitas pessoas têm procurado as igrejas evangélicas


para obter benefícios materiais apenas e esquecem-se
do que é de fato a igreja;
 A igreja tem sido usada por muitos apenas para
“cobrar” bênçãos de Deus;
 O relativismo é tolerado como normal por muitos. A
ideia de pecado passa ser algo muito vago, “depende”;
 A mensagem pregada é mista, ora Jesus, ora Maria,
ora algum teólogo famoso. Sobre isto Paulo escreveu
aos Coríntios:
 Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou
de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de
Cristo.
 Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou
fostes vós batizados em nome de Paulo? (I Co. 1.12,
13)

Ora, se foi Jesus que morreu por nós, então nosso


compromisso e esperança está em Jesus.
A igreja de Jesus Cristo iniciou sofrendo muitas
perseguições. Os apóstolos foram presos, alguns
apedrejados, outros mortos e tudo isto porque eles davam
testemunho de Jesus Cristo.
Eles pregavam era que Jesus havia ressuscitado,
subido ao céu e que voltaria. Pregavam que era necessário
o arrependimento dos pecados e entregar a vida a Jesus
Cristo para obter a salvação.
A mensagem que Paulo, Pedro, Estevão, João, Tiago e
outros pregavam naquela época continua valendo para os
nossos dias. Ela não caducou, pelo contrário, continua viva e
atual para a igreja contemporânea.
Leia o livro de Atos dos Apóstolos e compare como era
a igreja primitiva e como é a sua igreja. Será que dá para
fazer uma comparação? A mensagem que eles pregavam
está sendo pregada na sua igreja? Você como cristão tem
encarado o Reino de Deus com a mesma seriedade que os
irmãos da igreja primitiva encararam?

O CONCEITO DE IGREJA NO NOVO TESTAMENTO

Inúmeros são os irmãos que trazem a concepção de


igreja como a estrutura material onde costumeiramente
congregam nos fins de semana, a instituição religiosa
legalmente organizada perante a lei dos homens.
Mas você sabia que a palavra igreja não consta no
conteúdo dos livros do Antigo Testamento? Relatam as
escrituras do Antigo Testamento que na peregrinação do
povo de Israel pelo deserto, o Senhor ordenou Moisés a
edificar um Tabernáculo, local onde os judeus se reuniam
aos sábados para adorar a Deus. Posteriormente, na era do
reinado de Salomão, o Senhor Deus o determinou a
edificação de um Templo, o qual foi designado oficialmente
para o povo judeu adorar e oferecer sacrifícios a Deus.
Havia também as Sinagogas, casa de oração e
ensinamentos às escrituras.
Vamos conhecer um pouco da origem e atividade
dessas instituições, segundo o que foi por Deus
estabelecido, para o povo de Israel.

TABERNÁCULO

Santuário erigido por Moisés no deserto de Sinai, logo


depois que a Lei foi editada ao povo. O material usado na
construção era: Madeira de Acaia, peles de carneiro, peles
de dudongos (talvez golfinho), e todo material fora doado
pelos israelitas. Chama-se habitação (Jeová), a tenda da
congregação (isto é, Jeová com o seu povo) e tenda do
Testemunho (Números 9.15; 18.2).
Era grande barraca onde eram realizados os atos de
adoração durante o tempo em que os israelitas andaram
pelo deserto depois da saída do Egito (Êxodo 25-27). O
tabernáculo continuou a ser usado até que o TEMPLO foi
construído, no reinado de Salomão.

TEMPLO

Edifício construído no monte Moriá, em Jerusalém, no


qual estava centralizado o culto a Javé (ou Jeová) em Israel.
Substituiu o TABERNÁCULO. O primeiro Templo foi
construído por Salomão, mais ou menos em 959 a.C., e
destruído pelos babilônios em 586 a.C. (II Reis 25.8 – 17).
O Templo propriamente dito media 27 metros de
comprimento, por 9 de largura, 13,5 de altura. Estava
dividido em duas partes: O Santo Lugar onde os fieis
permaneciam, e o Santíssimo Lugar ou Oráculo onde
somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, não
sem sangue, para sacrificar pelos seus pecados e pelas
culpas do povo (Hebreus 9.7).
SINAGOGA

Casa de oração dos judeus que começou a existir


provavelmente durante o cativeiro. As sinagogas se
espalharam pelo mundo bíblico. Servia de tribunal, e nelas,
adultos e crianças adoravam a Deus, oravam e estudavam
as Escrituras (Lucas 4.16 – 30).

A IGREJA DE CRISTO NO NOVO TESTAMENTO

O CONCEITO DE IGREJA

Tradução da palavra grega ekklesia, significa


assembléia, ajuntamento dos servos de Deus. Grupo de
seguidores de Cristo que se reúnem em determinado lugar
para adorar a Deus, receber ensinamentos, evangelizar e
ajudar uns aos outros (Romanos 16.16). A palavra considera
igreja a totalidade das pessoas salvas em todos os tempos
(Efésios 1.22).
Segundo a palavra, podemos observar neste conceito
que, igreja não é a estrutura material construída por mãos
humanas, para tanto, a primeira vez que a palavra igreja fora
pronunciada no Novo Testamento deu-se no Evangelho de
Mateus 16.14 – 18, ocasião em que o Senhor Jesus
interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os
homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns João
Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas.
Disse-lhes então Jesus: E vós, quem dizeis que eu
sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-
aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e
sangue quem te revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
E verdadeiramente a igreja primitiva de Cristo foi
primeiramente edificada fundamentada na doutrina dos
apóstolos (Atos 2.47), hoje, é edificada no "IDE" de cada um
dos que tem compromisso de servir a Deus em Espírito e em
Verdade (Efésios 2.19, 20).

IGREJA NÃO É PRÉDIO

Sempre que conhecemos um irmão, a primeira


pergunta dirigida um ao outro é: Qual a sua igreja? Outros
dizem: Eu vou ou eu fui a igreja.
Isso está ocorrendo porque o povo não consegue ver a
igreja de Cristo sem prédio, porque sem a estrutura física e
sem a figura do "pastor", as ovelhas sentem-se perdidas.
Mas na carta aos Efésios 5.32, a palavra faz uma
menção interessante que não poderá passar desapercebido
diante dos nossos olhos espirituais, e assim descrito:
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e
da igreja. E é sobre esse grande mistério que vamos
meditar, sob a dispensação do Espírito Santo do Senhor, à
luz do Evangelho, para o discernimento da igreja de Cristo:
E para ratificar a tópico, vamos meditar no capítulo 9 do
livro de Atos, onde a palavra conta que Saulo indo no
caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco,
subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E,
caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo,
por que me persegues?
E ele disse: Quem és tu, Senhor? E disse o Senhor: Eu
sou Jesus, a quem tu persegues. E ele, tremendo e atônito,
disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o
Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que
te convém fazer.
Uma pausa para meditação: Observe que na ocasião
em que o Senhor Jesus interrompeu a Saulo, Ele já havia
ressuscitado e estava na glória do Pai, e mesmo assim, o
Senhor lhe disse: Saulo, Saulo, por que me persegues?
Como poderia Paulo perseguir a Cristo, estando Ele
glorificado nas alturas? Considere:
Atos 8.1: Saulo consentiu na morte Estevão, e fez-se,
naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que
estava em Jerusalém; e Saulo assolava a igreja, entrando
pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava
na prisão.
Atos 9.1, 2: E Saulo, ainda respirando ameaças e
mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo
sacerdote, pediu-lhe cartas para Damasco, a fim de que, se
encontrasse alguns seguidores de Cristo, quer homens, quer
mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Mas o resplendor da glória de Cristo cegou a visão de
Saulo, o qual foi guiado pelas mãos a Damasco, pelos seus
seguidores. Disse então o Senhor para Ananias, seu servo
para que fosse ao encontro de Saulo e orasse por ele. E
respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca desse
homem, quantos males tem feito aos teus santos em
Jerusalém.
Evidencia-se neste tema, que a igreja que Saulo
perseguia, não era a instituição religiosa, mas o Corpo de
Cristo, ou seja, homens e mulheres que faziam compromisso
de servir a Deus, guardando no coração os mandamentos
do Senhor Jesus, constituindo assim a igreja de Cristo no
Novo Testamento, a qual não é a estrutura material, mas os
que servem ao Senhor em espírito e em Verdade.
Portanto, é um equívoco alguém perguntar qual a sua
igreja? Ou dizer a minha igreja, ou eu vou a igreja.
Porventura seria possível alguém fundar ou ir a uma igreja,
sendo nós a igreja de Cristo? O homem tem edificado
instituições religiosas, as quais são rotuladas com placas,
mas igreja, somente a que Cristo resgatou com o seu
sangue.
Por isso recomendamos aos amados, a não associar a
igreja de Cristo com o edifício da praça, ou a organizações
religiosas que dizem ser igrejas, porque não são. Como
também muitos pregadores tratam a estrutura material como
santuário, altar do Senhor, ou a casa do tesouro, isso é um
equívoco, um engodo para atrair fieis.
Porque a igreja de Cristo é gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível
(Efésios 5.27). E o Evangelho tem preparado a igreja para
se apresentar como uma virgem pura ao marido, a saber, a
Cristo Jesus (II Coríntios 11.2), que Ele resgatou com o seu
próprio sangue (Atos 20.28).

NOSSO CORPO É O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

A palavra do Senhor na primeira carta aos Coríntios


12.12 – 27, assim descreve:
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só
corpo, assim é Cristo também.
Pois todos nós fomos batizados em um Espírito,
formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos,
quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque
também o corpo não é um só membro, mas muitos.
Porque Deus colocou os membros no corpo, cada um
deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde
estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um
corpo.
Porque Deus assim formou o corpo, para que não haja
divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual
cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro
padece, todos os membros padecem com ele; e, se um
membro é honrado, todos os membros se regozijam com
ele.
Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em
particular.
I Coríntios 6.19: Não sabeis que o nosso corpo é o
templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de
Deus, e que não sois de vós mesmos?
I Coríntios 16.16, 17: Não sabeis vós que sois o templo
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém
destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo
de Deus, que sois vós, é santo.
No Antigo Testamento, o Templo (estrutura física) era o
lugar oficialmente destinado ao povo judeu para adorar e
oferecer sacrifícios a Deus. Na Nova Aliança, a palavra de
Deus relata que o nosso corpo é o templo de Deus, porque o
Espírito Santo habita em nós. E se alguém destruir o nosso
corpo, Deus também o destruirá, porque o templo do Espírito
é santo.

OS SERVOS CONSTITUEM O CORPO, E CRISTO É A


CABEÇA DA IGREJA.

Conhecemos primeiramente que a igreja de Cristo não


é instituição religiosa, nem tão pouca a estrutura material o
lugar santo, como muitos pregam, mencionando que para
servir a Deus e receber as suas bênçãos se faz necessário
membrar-se a essas instituições rotuladas por placas, mas o
povo santo de Deus constitui a igreja gloriosa que Cristo
arrebatará no seu grande e terrível dia.
Vimos também, que o nosso corpo é o templo do
Espírito Santo de Deus. Agora observe nos versículos
abaixo, onde a palavra relata que Cristo é a cabeça do
corpo, o qual é a sua igreja que Ele amou e a resgatou em
sacrifício vivo. Vejamos:
Colossenses 1.18, 24: Cristo é a cabeça do corpo da
igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para
que em tudo tenha a preeminência. E regozijo-me, agora, no
que padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das
aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja.
Efésios 1.22, 23: Deus sujeitou todas as coisas aos pés
do seu Filho e, sobre todas as coisas, o constituiu como
cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que
cumpre tudo em todos.
Efésios 5.23: Assim como o marido é a cabeça da
mulher, Cristo também é a cabeça da igreja, sendo ele
próprio o salvador do corpo.
À luz da palavra, hoje, a igreja de Cristo assim se
constitui: Individualmente, o nosso corpo é o templo do
Espírito Santo, todos os templos formam um corpo, e Jesus
Cristo é a cabeça desse corpo. Essa é a igreja do Senhor
Jesus, até a sua vinda para arrebatá-la para a Nova
Jerusalém.
Porque na primeira carta aos Coríntios 1.10 – 13, a
palavra alerta para que fujamos da doutrina do homem, e
assim descreve: Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de
nosso Senhor Jesus Cristo que digais todos uma mesma
coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais
unidos em um mesmo sentido e de um mesmo parecer.
Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou
de Paulo, e eu de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.
Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vos? Ou
fostes vós batizados em nome de Paulo?
A palavra exorta para que sejamos de um mesmo
parecer unânimes em uma só fé, e confirma em I Coríntios
3.4 onde a palavra diz: Porque, dizendo um: Eu sou de
Paulo; e outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois carnais?
Portanto amados, a igreja de Cristo precisa manter a
unidade da fé, e a igreja rotulada é algo que não poderia
existir no meio evangélico, basta acatar a palavra: Está
Cristo divido? Foi Paulo crucificado por vós?
E, se o irmão é membro do corpo de Cristo, porque irá
membrar-se em ministérios idealizados por homens? Quem
ama a Cristo, guarda os seus mandamentos (João 14.14).

TEMPLOS, SACERDOTES E SACRIFÍCIOS.

Trecho do livro CRISTIANISMO PAGÃO


O antigo Judaísmo estava centrado em três elementos:
O templo, o sacerdócio e o sacrifício.
Quando Jesus veio, Ele cancelou os três elementos
cumprindo-os em Si mesmo. Ele é o Templo que incorpora
uma casa nova e viva feita de pedras vivas – “sem mãos
humanas”. Ele é o Sacerdote que estabeleceu um novo
sacerdócio. Ele é o Sacrifício perfeito e definitivo.
A Epístola aos Hebreus continuamente enfatiza que
Jesus ofertou-se “de uma só vez, para sempre” enfatizando
o fato de que Ele não necessita ser sacrificado novamente.
O sacrifício de Cristo no Calvário foi completamente
suficiente.

ONDE A IGREJA DE CRISTO SE REUNIA?

Se no passado, alguém perguntasse ao Apóstolo


Pedro: Irmão Pedro, onde fica a sua igreja? Como que
Pedro responderia?
O livro de Atos narra que, após a ascensão do Senhor
Jesus ao Trono de glórias do Pai, os Apóstolos e discípulos
sendo ungidos pelo Espírito Santo para a obra do ministério
(Atos 2), realizaram a maior obra evangelista na face da
terra. Pregavam nas casas, ruas, praças, praias, onde
estivessem ali era anunciado o Evangelho, e maravilhas
aconteciam pelo Nome do Senhor Jesus.
E como a maioria do povo de Israel permaneceu
cumprindo a lei de Moisés, os apóstolos iam às sinagogas
dos judeus anunciar o Evangelho de Cristo. Porem, não
congregavam com judeus remanescente na lei, mas
ensinava-os as virtudes de Cristo e dos séculos vindouros.
Mas a reunião da igreja de Cristo se dava nas casas
daqueles que recebiam a palavra da salvação (Atos 28.30,
Romanos 16.5, 10).
Atos 2.46: Diariamente perseveravam unânimes no
templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas
refeições com alegria e singeleza de coração, (Atos 5.42) e
todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam
de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.
Observem que os Apóstolos pregavam o Evangelho no
templo dos judeus, mas o partir do pão (ceia) e as reuniões
em nome do Senhor Jesus, eram realizadas nas casas, e
onde estavam ali era o território demarcado para anunciar a
graça do Senhor.
Desde então, a palavra de Deus permanece inalterada,
qual a razão de se mudar a forma de anunciar a palavra e
servir a Deus?
A palavra do Senhor no livro de Atos 7.48, 49 e 17.24,
25 afirma que Deus não habita em templos feitos por mãos
de homens. Considere que seria desnecessária a
apresentação desse texto se todos observassem as
escrituras sem acrescentar doutrina, ou ao menos
guardassem uma só palavra do Senhor Jesus citada no
Evangelho de Mateus 18.20, onde Ele declarou: Onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu
no meio deles.
Dois ou três reunidos em nome do Senhor Jesus, onde
quer que estejam, na casa (Atos 28.30, 31; Romanos 16.5,
10), na prisão (Atos 16.23 – 36), na praça, (Atos 17.17), na
praia (Atos 21.5) ali estará constituída a Igreja de Cristo

OS ENSINOS DO APÓSTOLO PEDRO

Pedro era um homem modesto, simples, pescador e


observador, sincero e por natureza, impulsivo, sempre
falando, sempre ativo tomava a frente com facilidade,
violento, instável etç...
Pedro dirigia-se aos cristãos dispersos pelas províncias
da Ásia Menor, para confortar os que fieis que sofrem as
perseguições em muitos lugares.
Lucas 22.31 – 33: Simão, Simão, eis que Satanás vos
pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti,
para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres,
fortalece teus irmãos. Respondeu-lhe Pedro: Senhor estou
pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte.
Para edificação dos novos convertidos não somente
dos judeus, mas, também, entre os gentios. Para alertar aos
cristãos sobre as falsas doutrinas que iam entrado nas
igrejas.
O Conceito de Pedro sobre a Pessoa de Cristo

I Pedro 1.3: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor


Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos
regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de
Jesus Cristo dentre os mortos, Jesus é apresentado por
Pedro como o Salvador cuja obra redentora foi consumada
no gólgota.
Jesus é considerado a Pedra Viva e Preciosa para os
crentes, e pedra de tropeço para os incrédulos, conforme
descrito no capítulo 2:4-10 da primeira epístola de Pedro.
Jesus é o exemplo que devemos segui-lo.
Jesus é fiel para com os seus; Ele voltará para
recompensar a seus servos, I Pedro 5: 1 - 11. Muitos dos
seus ensinos ele aprendeu diretamente de Jesus Cristo:

ENSINOS DE JESUS ENSINOS DE PEDRO


Mateus 13: 17 Pois, em I Pedro 1: 10 Desta salvação
verdade vos digo que inquiririam e indagaram
muitos profetas e justos diligentemente os profetas que
desejaram ver o que vedes, profetizaram da graça que para
e não o viram; e ouvir o que vós era destinada
ouvis, e não o ouviram.
João21: 15 Depois de I Pedro 5: 2 Apascentai o
terem comido, perguntou rebanho de Deus, que está entre
Jesus a Simão Pedro: vós, não por força, mas
Simão Pedro: Simão, filho espontaneamente segundo a
de João, amas-me mais do vontade de Deus; nem por torpe
que estes? Respondeu-lhe: ganância, mas de boa vontade;
Sim, Senhor; tu sabes que
te amo. Disse-lhe:
Apascenta os meus
cordeirinhos.
Lucas 22: 31 Simão, I Pedro 5: 8 Sede sóbrios, vigiai.
Simão, eis que Satanás vos O vosso adversário, o Diabo,
pediu para vos cirandar anda em derredor, rugindo como
como trigo; leão, e procurando a quem
possa tragar;
OS ENSINOS DO APÓSTOLO PAULO

Era da tribo de Benjamim, nativo da cidade de Tarso,


tinha cidadania romana como direito de nascença, de família
influente, tinha herança judaica, grega e romana. Sua
natureza era profundamente religiosa. Era homem educado
em toda cultura secular.
No caminho de Damasco, numa intervenção divina, o
Senhor se revela a ele. Assim passa a reconhecer que os
cristãos a quem perseguia pertenciam ao Senhor Jesus
Cristo. Houve uma transformação instantânea.

Tema central de seus ensinamentos é a Graça. Vejamos:

 Efésios 2.8: Porque pela graça sois salvos, por meio da


fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;
 Romanos 3.24: sendo justificados gratuitamente pela
sua graça, mediante a redenção que há em Cristo
Jesus.
 I Coríntios 15.10: Mas pela graça de Deus sou o que
sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes
trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu,
mas a graça de Deus que está comigo.
 Efésios 3.8: A mim, o mínimo de todos os santos, me
foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas
inescrutáveis de Cristo,
 Paulo apresenta a Graça como uma atitude de Deus
para com o homem, Ef. 2.7; uma obra em seu favor,
Tito 2.11: um Dom concedido ao homem, Ef. 4.7.
 Gálatas 5.16: Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não
haveis de cumprir a cobiça da carne.
 Paulo ao referir-se em “andai em espírito” que dizer
que devemos usar nossas qualidade para inclinar-se à
Deus. No cristão a vida espiritual é o domínio das
inclinações da carne. É o viver consciente no Espírito.
Sua teologia enfatiza o homem em seu estado
completo. Corpo, Alma e Espírito.
 I Tessalonicenses 5.23: E o próprio Deus de paz vos
santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e
corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
 II Pedro 2.13: recebendo a paga da sua injustiça; pois
que tais homens têm prazer em deleites à luz do dia;
nódoas são eles e máculas, deleitando-se em suas
dissimulações, quando se banqueteiam convosco;
 II Coríntios 2.3: E escrevi isto mesmo, para que,
chegando, eu não tenha tristeza da parte dos que
deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a
minha alegria é a de todos vós.
 I Tessalonicenses 1.6: E vós vos tornastes imitadores
nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em
muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.
 Hebreus 4.12: Porque a palavra de Deus é viva e
eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de
juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração.

O Conceito de Paulo sobre o Pecado

Romanos 5.21: Para que, assim como o pecado veio a


reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela
justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.
O pecado é uma realidade e Paulo o apresenta como
uma herança de Adão. Romanos 5.12. Portanto, assim como
por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado
a morte, assim também a morte passou a todos os homens,
porquanto todos pecaram.
Adão fora criado para viver eternamente e continuaria
nesta condição se não houvesse pecado. Toda a criação
sofre por causa do pecado, este é universal e afeta toda
natureza e não somente o homem.
Romanos 8.19 – 22. Porque a criação aguarda com
ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus.
Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua
vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na
esperança de que também a própria criação há de ser liberta
do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos
filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação,
conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora;

O Conceito de Paulo sobre a Pessoa de Cristo

Cristo foi o tema central da pregação de Paulo, a morte


foi para que os nossos pecados fossem apagados e
consequentemente as nossas almas resgatadas e
alcançarmos a reconciliação com Deus.
No ensinamento de Paulo abrange também a vinda do
Senhor. Ele destaca essa vinda em duas fases, para
arrebatar a Igreja onde não será visto pelo mundo incrédulo
e Jesus vindo em glória para implantar o milênio aqui na
terra esta vinda será visível a todo olho:

 Para arrebatar a Igreja. I Cor. 15.50 – 52; I Tess. 4.16 –


17.
 Para implantar o milênio. Mat. 24.29 – 30, II Tess. 1.7.

O Conceito de Paulo sobre o Espírito Santo

A Ação do espírito Santo no ministério do apóstolo era


real. Paulo nos orienta a termos uma vida totalmente voltada
para a submissão ao Espírito Santo.
A santificação, o crescimento na graça é fruto do viver
no Espírito. O Espírito Santo é Deus operando no
aperfeiçoamento do Corpo de Cristo, a Igreja. A Igreja
aparece como corpo onde Cristo é a cabeça.
ORDENANÇAS DA IGREJA CRISTÃ – BATISMO E CEIA

As ordenanças da Igreja local são ritos externos ou


observâncias simbólicas ordenadas por Jesus, que
estabelecem verdades cristãs essenciais. O termo
“ordenança” vem do latim ordo, que significa “fila” ou
“ordem”, ou por extensão, “algo imposto e tornado
obrigatório pela autoridade apropriada”. As ordenanças são
às vezes chamadas de sacramentos. A palavra
“sacramento” significava originalmente “o sinal externo de
uma obra interna” ou “o sinal visível de uma obra invisível da
graça”. As ordenanças observadas pelas igrejas
protestantes são duas, a saber: o batismo nas águas e a
ceia do Senhor.
Embora apenas duas ordenanças sejam clara e
indiscutivelmente ordenadas por Jesus, é interessante notar
que, durante a história da Igreja, cerca de doze observâncias
externas foram referidas como sacramentos. A igreja
Católica romana observa sete sacramentos, ou seja:
batismo, crisma, eucaristia (missa), penitencias, extrema-
unção, casamento, ordenação de padres e consagração de
freiras.
Todavia, os primeiros Pais da Igreja geralmente
reconheciam o batismo e a ceia do Senhor como os
principais sacramentos. Foi no século XII que Peter Lombard
(1100-1164), em seu Book of Sentences (Livro de
Sentenças), definiu como sete o número de sacramentos;
depois do Concílio de Florença, no ano de 1439 é que os
sete sacramentos foram formalmente decretados pela igreja
romana. É importante observar que durante mais de mil
anos depois de Cristo, nenhum autor cristão reconhecido
afirmara que eram sete as ordenanças.
O batismo nas águas é o rito de ingresso na igreja
cristã e simboliza o começo da vida espiritual. A ceia do
Senhor é o rito de comunhão e significa a continuação da
vida espiritual. O primeiro sugere a fé em Cristo, e o
segundo sugere a comunhão com Cristo. O primeiro é
administrado somente uma vez, porque pode haver apenas
um começo na vida espiritual; o segundo é administrado
habitualmente, para ensinar que a vida espiritual deve ser
alimentada.

O BATISMO NAS ÁGUAS

O fato de Jesus ter estabelecido o batismo nas águas


como uma ordenança fica claro na Grande Comissão (Mat.
28.19; Mc. 16.16). O próprio Jesus deixou o exemplo para
sua igreja, sujeitando-se a ser batizado por João Batista.

BATISMO POR IMERSÃO

A palavra “batizar”, usada na fórmula de Mateus


28.19,20, significa literalmente “mergulhar” ou “imergir”. Essa
interpretação é confirmada por estudiosos da língua grega e
pelos historiadores da Igreja. Mesmo estudiosos
pertencentes às igrejas que batizam por aspersão admitem
que a imersão era o método pelo qual a Igreja Primitiva
batizava. Além disso, há razões para crer que para os
judeus dos tempos apostólicos, o mandamento de ser
“batizado” sugeriria imersão. Eles conheciam o “batismo do
prosélito”, que significava a conversão de um gentio ao
judaísmo. O convertido ficava de pé na água, até o pescoço,
enquanto era lida a Lei, e depois disso ele mesmo
submergia na água, como sinal de que fora purificado das
contaminações do paganismo e que começara uma nova
vida como membro do povo da Aliança com Deus.

BATISMO POR ASPERSÃO

De onde veio, portanto, a prática da aspersão e de


derramar a água? Da época em que a Igreja abandonou a
simplicidade do Novo Testamento e foi influenciada pelas
práticas pagãs, passando a considerar o batismo nas águas,
essencial para a regeneração da alma. Por isso era
administrado aos enfermos e moribundos. Visto que a
imersão não era possível em tais casos, o batismo era
administrado por aspersão. Mais tarde, por causa da
conveniência do método, ele se generalizou. Além disso, por
causa da importância da ordenação, era permitido derramar
a água quando não havia quantidade suficiente para praticar
a imersão.
O método bíblico original é imersão, o qual
corresponde ao significado simbólico do batismo, a saber,
morte, sepultamento e ressurreição (Rm. 6.1 – 4).

A FÓRMULA

Durante muitos séculos não houve dúvidas sobre a


fórmula de batismo em nome da Trindade no seio da Igreja.
Porém a partir do século 19 ressurgiu com ímpeto uma
corrente do unitarianismo, pondo alguns em dúvida quanto à
fórmula batismal, afirmando que o batismo correto seria
aquele que batizasse somente “em nome de Jesus”.
A fórmula para o batismo é claramente estabelecida
por Jesus na Grande Comissão como: “em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo”. Como conciliar isso com o
mandamento de Pedro em Atos 2.38 “... Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo,
para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito
Santo”. As palavras de Pedro não representam uma fórmula
batismal; eram uma simples declaração para afirmar que
recebiam o batismo apenas pessoas que reconheciam Jesus
como Senhor e Salvador. O Didaquê, um documento cristão
escrito em cerca de 100 d.C., fala do batismo cristão
ministrado em nome do Senhor Jesus, mas o mesmo
documento, quando descreve o rito detalhadamente, usa a
fórmula ensinada por Jesus: "em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo".
Muito razoável afirmar que a narrativa de Atos 2.38
indicada como batismo em nome de Jesus Cristo esteja se
referindo a autoridade do nome de Jesus, como se lê em
Atos 16.18, onde a autoridade do nome de Jesus é
invocada.

PARA QUEM É O BATISMO?

Todos que sinceramente se arrependem de seus


pecados e exercitam uma fé viva no Senhor Jesus, devem
ser batizados. As Escrituras Sagradas mostram que
somente eram batizados aqueles que previamente se
fizeram discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo...” (Mat. 28.19), ou seja, demonstravam
arrependimento e fé para poder participar de tal ato.
Por isso o batismo infantil é expressamente negado
pelos elementos que acabamos de mencionar, pois em
Mateus fala em batizar discípulos e Marcos 16.16 em batizar
quem crer; as crianças não fazem parte desses grupos.

A EFICÁCIA

O batismo nas águas não tem por si poder para salvar;


as pessoas são batizadas não para serem salvas, mas
porque já são salvas. Portanto, não podemos dizer que o rito
seja essencial para a salvação. Mas podemos insistir que
seja essencial para a integral obediência a Cristo.
O batismo em águas é a porta de entrada para agregar
a pessoa a Igreja visível, terrena e local. Sendo assim, o
batismo é uma identificação pública do crente com Cristo, o
seu Salvador, em que:

1. A descida do candidato às águas figura sua morte com


Cristo: “Ou não sabeis que todos quantos fomos
batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte?” (Rm. 6.3).
2. A imersão nas águas está relacionada com seu
sepultamento com Cristo: “De sorte que fomos
sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela
glória do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida” (Rm 6.4).
3. O emergir das águas representa sua ressurreição com
Cristo em novidade de vida: “Porque, se fomos
plantados juntamente com ele na semelhança da sua
morte, também o seremos na da sua ressurreição”
(Rm. 6.5).

Dessa forma, a obediência ao batismo honra a morte e


ressurreição de Cristo. Por meio do batismo conseguimos
observar o simbolismo da perfeita união com Cristo, tanto na
morte como na ressurreição. Na descida às águas o corpo
do pecado foi destruído (não servindo mais ao pecado) e
morremos com Cristo, sendo justificados do pecado; ao
emergir das águas, fomos ressuscitados.

CEIA DO SENHOR

Esta ordenança estabelecida pelo Senhor Jesus na


noite em que foi traído (Mat. 26.26 – 30), pode ser chamada
de comunhão ou Ceia do Senhor. É um rito exterior no qual
todos que se arrependerem de seus pecados podem
participar.
Os elementos da Ceia, o pão e o vinho, ou suco de
uva, são apenas símbolos, não existe nenhuma mística. O
pão não se transforma no corpo de Cristo, nem o vinho se
transforma no sangue, eles simbolizam o corpo e o sangue
de Cristo.
A observância da Ceia do Senhor é simplesmente um
ato memorial, que não propicia nenhum favor imerecido ao
seu participante. Os elementos quando recebidos pela fé,
conferem ao cristão os benefícios espirituais da morte de
Cristo, geram uma verdadeira comunhão com o Senhor,
como escreveu o apóstolo Paulo: “Porventura o cálice de
bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de
Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão
do corpo de Cristo?” (I Co. 10.16).
A doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, de
que mediante a consagração que o sacerdote faz o pão e o
vinho são transformados literalmente no corpo e no sangue
de Cristo, conhecida como transubstanciação, não subsiste
a um exame minucioso das Escrituras Sagradas, por vários
motivos:

1. Fazendo uma exegese do texto de Mateus 26.26, “isto


é meu corpo”. Ao pronunciar esta frase, Jesus estava
presente com seus discípulos em forma visível e
palpável, sendo assim, Jesus jamais ensinou que o pão
fosse literalmente seu corpo. Se Cristo tivesse dizendo
que o pão e o vinho eram literalmente seu corpo e
sangue, então deveria haver dois corpos de Cristo
presentes naquela hora.
2. Nenhum teste jamais demonstrou que os elementos da
ceia sejam outra coisa além de pão e vinho.
3. Nega a plenitude do sacrifício de Cristo, pois na
consagração o sacerdote diz categoricamente que é
uma “nova oferta do sacrifício de Cristo”. O escritor aos
Hebreus declarou: “Assim também Cristo, oferecendo-
se uma vez...” (Hb. 9.28).

As igrejas Luterana e Anglicana tem uma doutrina


similar, um pouco modificada chamada de
consubstanciação. Segundo essas denominações, os
elementos permanecem materiais, mas Cristo está presente
espiritualmente.

A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR

O apóstolo Paulo apresenta o glorioso propósito da


instituição da Ceia ao escrever sua carta a Igreja de Corinto.
Assim por meio desta epístola ficamos sabendo que a ceia
não foi instituída para comemorar o nascimento de Cristo,
nem sua ressurreição, nem o seu poder ou milagres, mas
sua morte, como está escrito: “Porque todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte
do Senhor, até que venha” (I Co. 11.26). Portanto, com
relação à natureza da Ceia do Senhor podemos afirmar:

1. É um ato de obediência ao mandamento do Senhor:


“Porque eu recebi do SENHOR o que também vos
ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse:
Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós;
fazei isto em memória de mim. Semelhantemente
também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este
cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto,
todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (I
Co. 11.23 – 25);
2. É um memorial à morte expiatória de Jesus: “... fazei
isso em memória de mim” (I Co. 11.24);
3. É uma proclamação: “Porque todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a
morte do Senhor, até que venha” (I Co. 11.26).

OS ENSINOS DA EPÍSTOLA AOS HEBREUS

A Superioridade de Cristo

A fim de impedir seus leitores de retornarem ao


judaísmo, o autor ressalta a superioridade de Cristo,
especialmente em relação a várias características do
judaísmo originadas do Antigo Testamento. O tema é a
superioridade de Cristo, um tema reiterado por toda a obra,
mediante exortações para que seus leitores não
apostatassem da fé cristã.
Cristo é superior aos profetas do Antigo Testamento, o
herdeiro do universo, o criador, o reflexo exato da natureza
divina, o sustentador da vida, o purificador dos pecados, o
Ser exaltado e, por conseguinte, a última e mais excelente
palavra de Deus ao homem (vide 1.1 – 3a).
Cristo também é superior aos anjos, porque Cristo é o
Filho divino e criador eterno, mas os anjos são apenas
servos e seres criados (vide 1.3b – 2.18). Era mister que Ele
se tivesse tornado um ser humano a fim de estar qualificado
como aquele que, por Sua morte, pudesse elevar o homem.
Cristo é superior a Arão e seus sucessores no ofício
sumo sacerdotal. O autor da epístola aos Hebreus
primeiramente destaca dois pontos de semelhança entre os
sacerdotes araônicos e Jesus Cristo:

1. À semelhança de Arão, Cristo foi divinamente nomeado


ao sumo sacerdócio;
2. Ao compartilhar de nossa experiência humana, Cristo
adquiriu por nós uma simpatia pelo menos igual àquela
de Arão.

Os itens frisados da superioridade de Cristo sobre Arão


são:

1. Cristo se tornou sacerdote em virtude de um juramento


divino, mas não assim com os aronitas,
2. Cristo é eterno, ao passo que os aronitas morriam e
tinham de ser substituídos;
3. Cristo é impecável, ao passo que os araonitas não o
eram;
4. As funções sacerdotais de Cristo envolvem as
realidades celestiais, mas as dos aronitas dizem
respeito somente a símbolos terrenos;
5. Cristo ofereceu-se a Si mesmo voluntariamente como
um sacrifício que jamais precisará ser repetido, ao
passo que as repetitivas ofertas de animais
desmascaram a sua ineficácia, pois animais inferiores
não podem tirar os nossos pecados;
6. O próprio Antigo Testamento, escrito durante o período
do sacerdócio arônico, predizia que sobreviria uma
nova aliança, que tornaria obsoleto ao antigo pacto,
segundo o qual funcionava o sacerdócio arônico.

Exortações Finais

A epístola aos Hebreus encoraja os seus leitores a uma


contínua perseverança, citando, como exemplos, os heróis
da fé do Antigo Testamento, e, finalmente, citando a pessoa
de Jesus como o mais extraordinário exemplo de paciente
perseverança sob os sofrimentos, após o que recebeu o seu
galardão.
Em conclusão, o escritor sagrado exorta os seus
leitores ao amor mútuo, à hospitalidade (especialmente
necessária naqueles dias, para os pregadores itinerantes), à
simpatia, ao uso saudável e moral do sexo, dentro do
matrimônio, evitar a avareza, à imitação dos líderes
eclesiásticos, evitar os ensinamentos distorcidos, à
aceitação conformada diante da perseguição, às ações de
graças, à generosidade e à oração. Ler Hebreus 10.19 –
13.25.

OS ENSINOS DE TIAGO

Tiago, líder da Igreja de Jerusalém e irmão do Senhor


Jesus Cristo e não o apóstolo. Embora não fosse crente em
Jesus, durante o ministério público do Senhor. Tiago foi
testemunha do Cristo ressurreto.
I Coríntios 15.5 – 7: que apareceu a Cefas, e depois
aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos
duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já
dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os
apóstolos.
A epístola de Tiago é o livro prático do Novo
Testamento, como Provérbio o é do Antigo. De fato, suas
declarações francas e concisas de verdades morais têm
semelhança notável com Provérbios.
Ela contém muito poucas instruções doutrinárias; o seu
propósito principal é pôr em relevo o aspecto religioso da
verdade.
Tiago escreveu a certa classe de judeus cristãos na
qual se manifestava uma tendência de separar a fé das
obras. Pretendiam ter a fé, mas existia entre eles
impaciência sob provação, contendas, acepção de pessoas,
difamações e mundanismo.
Tiago explica que uma fé que não produz santidade de
vida é coisa morta. Salienta a necessidade de uma fé viva e
eficaz para obter a perfeição cristã.
Não há qualquer conflito entre a Teologia de Paulo e a
de Tiago. Paulo falo do aspecto espiritual e Tiago o prático.
As obras para Tiago expressam a fé.
Efésios 2.8 – 9: Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem
das obras, para que ninguém se glorie.
Tiago 2.14, 17: Que proveito há, meus irmãos se
alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa
fé pode salvá-lo? Assim também a fé, se não tiver obras, é
morta em si mesma.
A epístola de Tiago encontrou algumas dificuldades
para adquirir lugar no cânon do Novo Testamento. Vejamos:

1. A brevidade da epístola, sua natureza prática e não


doutrinária.
2. Fato de Tiago não ser um dos Apóstolos.
3. A incerteza da identidade de Tiago.
4. A aparente contradição com a doutrina paulina da fé

OS ENSINOS DA EPÍSTOLA DE JUDAS

Judas se identifica como o irmão de Tiago. Dessa


maneira, também era irmão de Jesus, mas, por modéstia,
descreveu a si mesmo como um “servo de Jesus Cristo”.
Judas tinha tencionado escrever um tratado doutrinário,
mas a infiltração da Igreja por parte de falsos mestres o
compelira a alterar a natureza de sua epístola para uma
exortação em defesa da verdade do evangelho.
Enfatiza a fé e o Dom de Deus. O Espírito Santo como
fonte de vida e poder para o crente, e uma vida de santidade
como dever de cada filho de Deus; e Cristo como juiz.
Judas 6 aos anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os
tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo
do grande dia.
“Anjos que caíram” Quem são estes personagens? Os
anjos que pecaram com Lúcifer. Estes se encontraram em
algemas eternas. O lugar preparado para o Diabo e seus
anjos.
A carta foi escrita para exortar e animar os crentes a
batalharem pela fé. Lembrando-lhes os castigos recebidos
pelos ímpios no passado.
Os abusos no campo da fé serão castigados como
ocorreu com os anjos que caíram. A santificação do crente é
um dever.

OS ENSINOS DO APOCALIPSE

O Apocalipse é uma mensagem que alcança todos os


tempos. Embora tenha uma mensagem para o presente, o
seu alcance penetra até o estado eterno.
Os sete candeeiros são as sete igrejas locais, mas com
características futuras simbolizam as Igrejas de todos os
tempos. As sete estrelas são os sete anjos ou mensageiros
destas igrejas.
No termino de cada mensagem as Igrejas há uma
exortação da parte do Espírito Santo. Quem tem ouvidos
ouça o que o Espírito diz as Igrejas

A Pessoa de Cristo no Apocalipse

Jesus depois de consumar seu ministério terreno,


apresenta-se nesta revelação como O Rei do Universo, Juiz
que executará a sua missão neste mundo e no reino
espiritual ma1dade. No reino das trevas de satanás.
A humanidade sem Cristo passará pelo vale escuro da
tribulação. Os que lhe pertencem sairão redimidos e viverão
na Pátria Celestial, com Cristo por toda a eternidade.
Jesus Cristo em sua revelação entre as Igrejas e o
envio de mensagens a estas Igrejas, identifica - SE como o
Príncipe dos reis da terra diante do qual todo joe1ho se
dobrara. O Primogênito dos mortos, a Fiel Testemunha e
Àquele que nos ama. Ele revela a grande tribulação que há
de envolver a terra antes do Seu reino milenar.
Ele revela o estado eterno e a nova Jerusalém. Jesus é
o Herdeiro do Trono conforme as Escrituras. A vitória
mencionada é incontestável.
A Bíblia em seus primeiros capítulos fala-nos da
criação do homem, da sua queda e do pecado. Enquanto O
Criador anunciava os castigos que deviam envolver Satanás
e o homem, prometeu um Redentor Vitorioso que restauraria
todas as coisas. À trajetória do Apocalipse revela-nos a
redenção e a glória dos remidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ferreira C., Wilson. Teologia Bíblica do novo e velho


testamento. 1ª Edição. Luz para o Caminho. Campinas-
1985.
Moura, Josias. Apostila de Teologia Bíblica do Velho
Testamento. Disponível em http://www.iteologia.com.br.
Acesso em 15/01/2014.
Rogério de Souza, Luciano. O que é Parousia. Disponível
em http://folhaassembleiana.blogspot.com.br/2010/05/o-que-
e-parousia.html. Acesso em 05/03/2014.
A Família no Novo Testamento. Disponível em
www.metodista.br/. Acesso em 05/03/2014.
As Ordenanças da Igreja Cristã, batismo e ceia. Disponível
em www.santovivo.net. Acesso em 05/03/2014.

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