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Introdução às Equações

Diferenciais

Aula 01 – Equações Diferenciais


Professor: Éwerton Veríssimo
Introdução – Definição

 Equações contendo derivadas são equações


diferenciais.
 Uma equação que contém as derivadas (ou
diferenciais) de uma ou mais variáveis dependentes
em relação a uma ou mais variáveis independentes é
chamada de equação diferencial (ED).
 É uma equação envolvendo uma função
desconhecida e algumas de suas derivadas.
Introdução – Motivação
• Muitos problemas importantes da engenharia,
da física, da biologia e das ciências sociais são
formulados por equações que envolvem a
derivada de uma função desconhecida.
 É necessário conhecer equações diferenciais para:
Compreender e investigar problemas envolvendo o
fluxo de corrente elétrica em circuitos, a dissipação de
calor em objetos sólidos, a propagação e detecção de
ondas sísmica, o aumento ou diminuição de
populações, o movimento de fluidos, entre outros.
Notação para Equações
Diferenciais
2 3
Notação de Leibniz: dy d y d y
, 2 , 3 ,... Notação linha: y`, y``, y```,...
dx dx dx
2
dy d y dy dx dy
Notação de Leibniz:  5y  e ,
x
2
  6 y  0,   2x  y
dx dx dx dt dt

Notação linha: y`5 y  e x , y`` y`6 y  0,

A notação linha é usada somente para denotar as três


primeiras derivadas; a quarta derivada é escrita como y(4), em
vez de y’’’’.
Notação para Equações
Diferenciais

Notação ponto de Newton: é às vezes usada em Física ou


Engenharia para denotar derivadas em relação ao tempo.
Assim sendo, a equação diferencial
d 2s
2
 32 torna-se s  32
dt
Derivadas parciais são geralmente denotadas por uma
notação em subscrito. Assim sendo, a equação diferencial
 2u  2u u
 2 , torna-se u xx  utt  2ut
x 2
t 2
t
Classificação de Equações
Diferenciais
Equações diferenciais são classificadas de
acordo com

 Tipo

 Ordem

 Linearidade
Classificação pelo Tipo
Equações Diferenciais Ordinárias (EDO): se a função
desconhecida depende de uma única variável independente.
Neste caso, aparecem apenas derivadas simples.
dy
 5 y  ex , d 2 y dy dx dy
  6 y  0,   2x  y (2)
dx dx 2
dx dt dt
Equações Diferenciais Parciais (EDP): se a função
desconhecida depende de diversas variáveis independentes.
Neste caso, aparecem as derivadas parciais.
 2u  2u  2u  2u u u v
 2  0,  2 2 ,  (3)
x 2
y x 2
t t y x
Classificação pela Ordem

Ordem: a ordem de uma equação diferencial é a ordem da


mais alta derivada que aparece na equação.
Exemplo:

segunda ordem primeira ordem


3
 dy 
2
d y
 5   4 y  e x

 dx 
2
dx
É uma equação diferencial de segunda ordem.
Classificação pela
Linearidade
Equações Lineares e não-lineares: A equação diferencial

F ( x, y' , y",..., y (n) )  0 (4)


É dita linear se F é uma função linear das varáveis y, y’, y”,..., y(n-1)
Assim a equação diferencial ordinária linear geral de ordem n é

an ( x) y ( n)  an1( x) y ( n1)    a1( x) y'a0 ( x) y  g ( x)  0


dny d n1 y dy
an ( x) n  an 1( x) n 1    a1( x)  a0 ( x) y  g ( x) (6)
dx dx dx
Classificação pela
Linearidade
dny d n1 y dy
an ( x) n  an 1( x) n 1    a1( x)  a0 ( x) y  g ( x) (2)
dx dx dx
Em (2) observamos as duas propriedades características de
uma equação diferencial linear:
1) A variável dependente e todas as suas derivadas são do 1º
grau, isto é, a potência de cada termo envolvendo y é 1.
2) Cada coeficiente é constante ou depende da variável
independente x. As equações diferenciais ordinárias lineares
abaixo são, respectivamente, de 1ª, 2ª e 3ª ordem.
d3y
(y - x) dx + 4x dy = 0, y’’ – 2y’ + y = 0 e dx3
x dy
dt
 5 y  ex
Classificação pela
Linearidade
Equações não-lineares: Uma equação diferencial ordinária
não-linear é simplesmente uma que não é linear.
A equação diferencial que não é da forma (2) é uma equação
não-linear. Exemplo: y' ' '2ty" yy'  t 4

Funções não-lineares da variável dependente ou de suas derivadas,


como seny ou e y’, não podem aparecer em uma equação linear.
Assim sendo,
Termo não-linear
Termo não-linear Termo não-linear Potência diferente de 1
Coeficiente dependente de y Função não-linear de y
2
d y d4y
(1 y) y'2 y  e ,x
2
 seny  0, 4
 y 2
0
dx dx
Exercício
1. Classifique as equações diferenciais em lineares
e não-lineares e também informe a ordem de
cada equação.
a. 1  xy' '4 xy'5 y  cos x
4
d y  dy 
3
b. x 3  2   y  0
dx  dx 
c. yy'2 y  1  x ²

d.  
x²dy  y  xy  xex dx  0
Exercício
1. (Continuação…)
e. x3 y ( 4)  x² y' '4 xy'3 y  0
d2y
f.
2
 9 y  seny
dx
Solução de uma EDO
Uma solução de uma equação diferencial ordinária de ordem n
é uma função f que tem pelo menos n derivadas e para qual

F(x, f(x), f’(x), ..., f(n)(x)) = 0 para todo x em I.

Uma maneira de verificar se a solução dada é uma solução é


observar depois de substituir, se ambos os lados da equação são
iguais para cada x no intervalo.
Solução de uma EDO
Exemplo 1: Verifique se a função indicada é uma solução da
equação diferencial dada no intervalo (-, ).
a) dy/dx = xy1/2 ; y = x4/16

lado esquerdo:
dy 1

dx 16
1 3
4.x  x
3
4
 
1/ 2
 1 4 1 2 1 3
lado direito: xy 1/ 2
 x x   x. x   x
 16  4  4
Solução de uma EDO
b) y’’ – 2y’ + y = 0; y = xex

Das derivadas y’ = xex + ex e y’’ = xex + 2ex, temos, para x  

lado esquerdo: y' '2 y' y  ( xe x  2e x )  2( xe x  e x )  xe x  0


lado direito: 0
Tipos de Soluções
Soluções Explícitas e
Implícitas
Solução Explícita: É quando numa solução a variável dependente
é expressa somente em termos da variável independente e das
constantes. Sendo assim, pode ser escrita na forma y = f(x).
Exemplo:

y = x4/16, y = xex e y = 1/x


são soluções explícitas de

dy/dx = xy1/2, y’’ – 2y’ + y = 0 e xy’ + y = 0

Além disso, a solução trivial y = 0 é uma solução explícita de


todas as três equações.
Soluções Explícitas e
Implícitas
Solução Implícita: Dizemos que uma relação G(x, y) = 0 é uma
solução implícita de uma equação diferencial (4), em um intervalo
I, quando ela define uma ou mais soluções explícitas em I.

Exemplo 3: A relação x2 + y2 = 4 é uma solução implícita para ED


dy x

dx y
no intervalo -2 < x < 2. Por diferenciação implícita, obtemos:

d 2 d 2 d dy dy x
x  y  4 ou 2 x  2 y  0  
dx dx dx dx dx y
Soluções Explícitas e
Implícitas
Exemplo 3: Uma solução implícita e duas explícitas de y’ = - x/y

Note que:

x2 + y2 = 4 é uma solução implícita


Daí, resulta que:

y1  4  x 2 ,2  x  2 é uma solução explícita

y2   4  x 2 ,2  x  2 é uma solução explícita


Soluções de uma EDO
Na solução de uma EDO, dois caminhos podem ser seguidos:
– Método analítico: O que tenta levar à uma solução
exata do problema
– Método numérico: O que encontra uma solução
aproximada.
Do ponto de vista analítico, resolver uma EDO do tipo
y’ = f(x,y) é encontrar uma função y = F(x) que satisfaça a
equação dada.
Soluções de uma EDO

Por exemplo, dada equação diferencial y’ = f(x,y) = 2x + 3,


sua solução é obtida por:

y = ∫(2x+3)dx = x2 + 3x + C
Na verdade, temos uma família de soluções (para cada C
 R tem uma solução particular).
Soluções de uma EDO
y
C=4

C=2
Note que à medida que C varia,
tem-se uma família de soluções.
C=0 y = x 2 + 3 x + C.

x
Soluções de uma EDO
Exemplo 2: As funções y = c1cos4t e y = c2sen4t, onde c1 e c2 são
constantes arbitrárias ou parâmetros, são ambas soluções da
equação diferencial linear y’’ + 16y = 0.
Para y = c1cos4t  y’ = - 4c1sen4t e y’’ = - 16c1cos4t.
Substituindo y’’ e y, obtemos
y’’ + 16y = - 16c1cos4t + 16c1cos4t = 0

Para x = c2sen4t  x’’= - 16c2sen4t e, portanto,


x’’ + 16x = - 16c2sen4t + 16c2sen4t = 0
Exercício
2. Verifique se a função dada é uma solução para a
equação diferencial.
x
a. 2 y ' y  0; y  e 2

b. y '4 y  32; y  8
dy
c.  2 y  e3 x ; y  e3 x  10e 2 x
dx
d. y '  25  y ²; y  5tg 5 x
Exercício
3. Verifique se a função definida por partes é uma
solução para a equação diferencial.

 x ², x  0
xy'2 y  0; y  
 x ², x  0
Exercício
4. Verifique que uma família a um parâmetro de
soluções para

y  xy' y ' é y  cx  c ²
2

Determine um valor de k para que y = kx² seja uma


solução singular para a equação diferencial.

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