You are on page 1of 134

ENF 392 – AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

AMBIENTAIS

PROF. ELIAS SILVA


Departamento de Engenharia Florestal da
Universidade Federal de Viçosa
INTRODUÇÃO

* É contínua e crescente a pressão exercida pelo homem


sobre os recursos naturais.
* Assim, são relativamente comuns, hoje, a contaminação das
coleções d'água, a poluição atmosférica e a substituição
indiscriminada da cobertura vegetal nativa, com a
conseqüente redução dos hábitats silvestres, entre outras
formas de agressão ao meio ambiente.
* Isto tem sido observado pelo fato de, muitas vezes, o
homem visar apenas os benefícios imediatos de suas ações,
privilegiando o crescimento econômico a qualquer custo e
relegando, a um segundo plano, a capacidade de recuperação
dos ecossistemas.
* Dentro desse contexto, em praticamente todas as partes do
mundo, notadamente a partir da década de 60, surgiu a
preocupação de promover a mudança de comportamento do
homem em relação à natureza, a fim de harmonizar interesses
econômicos e ecológicos, com reflexos positivos junto à
qualidade de vida de todos.

* Como principal marco dessa conscientização no mundo


ocidental, surgiu nos Estados Unidos da América, por
inspiração de movimentos ambientalistas, uma Lei Federal
denominada "National Environmental Policy Act of 1969",
conhecida pela sigla NEPA, que passou a vigorar em janeiro
de 1970.
* Esse instrumento legal dispunha sobre os objetivos e
princípios da política ambiental norte-americana, exigindo
para todos os empreendimentos com potencial impactante, a
observação dos seguintes pontos: identificação dos impactos
ambientais, efeitos ambientais negativos da proposta,
alternativas da ação, relação entre a utilização dos recursos
ambientais no curto prazo e a manutenção ou mesmo
melhoria do seu padrão no longo prazo, e por fim, a definição
clara quanto a possíveis comprometimentos dos recursos
ambientais para o caso de implantação da proposta.
* Como reflexo da aplicação da NEPA e de outros instrumentos
legais, a partir de 1975, os seguintes organismos internacionais
passaram a introduzir a Avaliação de Impactos Ambientais em
seus programas de cooperação: OECD - Organization for
Economic Cooperation and Development, ONU - Organização
das Nações Unidas, BID - Banco Interamericano de
Desenvolvimento e BIRD - Banco Mundial.
No Brasil, em nível federal, o primeiro dispositivo legal
que explicitou o tema Avaliação de Impactos Ambientais foi a
Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e criou, para a
sua execução, o SISNAMA - Sistema Nacional do Meio
Ambiente.
Vale esclarecer que, antecedendo a esfera federal, os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
estabeleceram o seu sistema de licenciamento de atividades
poluidoras.
Desse modo, hoje o SISNAMA está assim constituído:
- órgão Superior (Conselho de Governo);
- órgão Consultivo e Deliberativo (CONAMA - Conselho
Nacional de Meio Ambiente);
- órgão Central (Ministério do Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal);
- órgão Executor (IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis);
- órgãos Seccionais (órgãos ou entidades da
administração pública federal direta e indireta, as fundações
instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam
associadas às de proteção da qualidade ambiental, bem assim
os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de
programas e projetos e pelo controle e fiscalização de
atividades capazes de provocar a degradação ambiental);
- órgãos Locais (órgãos municipais responsáveis pelo
controle e fiscalização das atividades impactantes).
A regulamentação da Lei Federal Nº 6.938 só ocorreu 2
(dois) anos após, por meio do Decreto Federal Nº 88.351, de 01
de junho de 1983, alterado posteriormente pelo Decreto Federal
N° 99.274, de 06 de junho de 1990. Com isso, percebe-se que
houve um "vácuo ambiental”, uma vez que qualquer dispositivo
legal necessita ser regulamentado para que possa ser
efetivamente cumprido. O principal aspecto ligado a esse
Decreto foi a instituição dos três tipos de licenciamento
ambiental, ou seja, do Licenciamento Prévio (L.P.),
Licenciamento de Instalação (L.I.) e Licenciamento de
Operação (L.O.).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL:
É o procedimento administrativo pelo qual o órgão
competente licencia a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos ou
atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação , considerando as disposições
legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso. (Resolução CONAMA N°
237/97).
O Licenciamento Prévio é concedido na fase preliminar
do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a
serem atendidos nas fases de localização, instalação e
operação, observados os planos municipais, estaduais ou
federais de uso do solo.
O Licenciamento de Instalação é concedido para
autorizar o início da implantação do empreendimento
impactante, de acordo com as especificações constantes do
Projeto Executivo aprovado.
O Licenciamento de Operação é concedido para
autorizar, após as verificações necessárias, o início da
atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos
de controle de poluição, de acordo com o previsto nas Licença
Prévia e de Instalação.
De todo modo, apesar de referida regulamentação, foi
somente com a edição da Resolução do CONAMA Nº 01, de 23
de janeiro de 1986, e outras resoluções complementares, que
ficaram estabelecidas as definições, as responsabilidades, os
critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impactos Ambientais como
um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.
- Artigo 1° - Para efeito desta Resolução, considera-se
impacto ambiental qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente;
V - e a qualidade dos recursos ambientais.
- Artigo 2° - Dependerá de elaboração de estudo do impacto
ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental -
RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual
competente, e da SEMA em caráter supletivo, o licenciamento
de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:
XIV - Exploração econômica de madeira ou lenha, em
áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas
significativas em termos percentuais ou de importância do
ponto de vista ambiental;
XVII - Projetos agropecuários que contemplem áreas
acima de 1.000 hectares ou menores, nesse caso, quando se
tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas
de proteção ambiental.
-Artigo 5° - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação,
em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional
do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais:

- contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização


do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do
projeto;
- identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais
gerados nas fases de implantação e operação da atividade;
- definir os limites da área geográfica a ser direta ou
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza;
- considerar os planos e programas governamentais, propostos
e em implantação na área de influência do projeto, e sua
compatibilidade.
NECESSIDADE DA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS DE
IMPACTO AMBIENTAL: VISÕES LEGAL, ECOLÓGICA,
ECONÔMICA E ÉTICA

Como pôde ser observado, a necessidade da


elaboração de estudos de impacto ambiental está atrelada à
uma imposição legal, tendo em vista a promulgação da
Resolução CONAMA Nº 01, de 23 de janeiro de 1986.
A forma ecológica evidencia-se, à medida que se
compreende que a Avaliação de Impactos Ambientais tem a
capacidade de selecionar a melhor alternativa de uma
determinada ação impactante sob o ponto de vista ambiental.
Quando um ação ambiental é proposta, por exemplo um
empreendimento rodoviário, podem ser definidas
alternativas tecnológicas e de localização do mesmo,
incluindo- se a denominada alternativa testemunha, ou seja,
não executar o empreendimento. Considerando que essas
alternativas apresentam perfis impactantes diferentes entre
si, por meio de comparação das alternativas, torna-se
possível optar pela melhor sob o aspecto ambiental.
A forma econômica pode ser melhor percebida,
quando considera-se que a Avaliação de Impactos
Ambientais preconiza a adoção de medidas ambientais
preventivas (sistema antipoluente, desenvolvimento de
equipamentos menos impactantes etc.), que apresentam
custos significativamente inferiores às medidas de cunho
corretivo, ou seja, que são adotadas após o surgimento do
problema. Desse modo, são privilegiadas aquelas
alternativas que contemplem uma maior possibilidade de
adoção de medidas ambientais preventivas.
Por fim, a forma ética esta relacionada ao grau de
conscientização do agente responsável pelo empreendimento
impactante sobre o seu papel na sociedade. Sob o aspecto
ético, deve ser assumido que pessoas com maior massa crítica
e grau de cidadania cumprem mais rigorosamente suas
obrigações, no caso relacionadas às interferências no meio
ambiente.
TERMO DE REFERÊNCIA:
* É o documento emitido por órgão público, em que se define
o conteúdo e a forma dos Estudos de Impacto Ambiental,
com vistas ao licenciamento de empreendimentos
impactantes.

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL:


* É o documento elaborado por especialistas, com vistas a
atender em plenitude as exigências contidas no Termo de
Referência.
Podem receber inúmeras denominações, em vista de
diferentes nomenclaturas utilizadas pelos órgãos públicos
que o emitem.
TIPOS DE DOCUMENTO PARA LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
São os seguintes os principais documentos que se
prestam ao licenciamento ambiental no Brasil:
* EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental - EIA e seu
respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA)
* RCA/PCA (Relatório de Controle Ambiental - RCA e seu
Plano de Controle Ambiental - PCA)
* PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas)
EIA/RIMA: Empreendimentos mais complexos e de maior
porte (Grandes Obras)

RCA/PCA: Empreendimentos menos complexos e de menor


porte

PRAD: Em complemento ao EIA/RIMA de empreendimentos


de mineração e para Licenciamento Corretivo (L.C.)
EIA/RIMA: Conteúdo
- Informações Gerais e Descrição do Empreendimento
Impactante
- Descrição da Área de Abrangência Direta e Indireta do
Empreendimento
- Diagnóstico Ambiental (Meios Físico, Biótico e Antrópico)
- Análise dos Impactos Ambientais (Identificação, Cálculo da
Magnitude e Interpretação da Importância e Classificação
Qualitativa e Quantitativa de Impactos)
- Ações Mitigadoras e Potencializadoras dos Impactos
Ambientais Negativos e Positivos
- Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos
Impactos Ambientais.
EIA/RIMA: Forma

EIA
- Material impresso em papel formato ofício ou A4
- Vários volumes (texto, mapas, fotos)
- Linguagem técnica e detalhada

RIMA
- Material impresso em papel formato álbum
- Único volume, podendo ter a versão em vídeo ou CDRom
- Linguagem popular e direta, com muitas ilustrações
CONCEITOS BÁSICOS:
MEIO AMBIENTE:
“O conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas.” (Lei Federal 6938, de 31/08/1981 –
Política Nacional de Meio Ambiente).

ORGANISMO

Variáveis Físico- Variáveis


Químicas Biológicas
(Antrópicas)
Meio Ambiente: Conceito Acadêmico
Conjunto de condições e influências externas que afetam a vida
e o desenvolvimento de um organismo.
Didaticamente, pode ser subdividido em meio físico (a sua parte
abiótica), meio biótico (constituído pelos organismos, ou seja,
pela vida vegetal, animal - excetuando-se o homem - e dos
microrganismos) e meio antrópico (representa, na verdade, uma
parte do meio biótico).
Existem compartimentos ambientais constituindo os três
diferentes meios: meio físico (solo, água e ar); meio biótico
(flora, fauna e microrganismos); e meio antrópico (o homem –
social, econômico e cultural).
Empreendimento Impactante:
É o projeto que possui capacidade de alteração do meio
ambiente, positiva e negativamente, caso seja implantado. São
exemplos: bovinocultura, hidrelétrica, mineração, ferrovia,
agricultura, etc.

Fase Impactante:
Refere-se à uma etapa do empreendimento impactante,
usualmente definida como sendo a implantação, operação
(utilização) ou desativação, conforme o caso.
Ação ou Atividade Impactante:
São as ações necessárias para se implantar e conduzir os
empreendimentos impactantes, ou seja, para a sua consecução.
Exemplos: silvicultura (preparo do terreno, semeio
mecanizado, capina manual, colheita mecanizada etc.).

Área Diretamente Afetada:


Também conhecida como área de influência direta, é o espaço
efetivamente ocupado pelo empreendimento impactante. Em
certos casos, refere-se à área de inundação, de empréstimo de
terras, para instalação de canteiro de obras e edificações em
geral, entre outros tipos.
Área Indiretamente Afetada:
Também conhecida como área de influência indireta, é o
espaço circunvizinho à área diretamente afetada, usualmente
definido pelos limites da bacia hidrográfica que contém esta
última.
No sentido de atender características peculiares das variáveis
sócio-econômicas ou culturais, pode ser definida segundo
limites de unidades geopolíticas, tais como propriedades
rurais, bairros, municípios, estados, países, blocos regionais
(MERCOSUL, NAFTA etc.), entre outras.
Processo Impactante:
É o desdobramento natural ou induzido pelo homem de uma
série de eventos de ordem física, biótica ou antrópica que
acabam por originar os impactos ambientais.
Em outras palavras, com o desenrolar dos processos
impactantes é que ocorrem as alterações das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, ou seja, o
impacto ambiental propriamente dito. São exemplos de
processos impactantes a erosão, salinização, compactação etc.
Exemplos de Atividades Impactantes
da Implantação:
Aquisição de Terras
Aquisição de Fatores de Produção
Contratação de Mão-de-Obra
Construção da Rede Rodoviária
Instalação de Estruturas de Apoio
Decapeamento de Solo para Empréstimo de Terra
Aceiramento e Talhonamento da Área
Combate Químico às Formigas
Produção de Mudas
Desmatamento Mecanizado
Enleiramento, Queima e Requeima
Preparo do Terreno
Plantio
Irrigação de Covas
Aquisição de Terras:
Refere-se à atividade de compra de áreas
para compor o empreendimento florestal,
ou seja, à mudança de titularidade da
terra em favor da empresa florestal.
Aquisição de Fatores de Produção
Refere-se à atividade de compra de fatores
de produção (maquinarias, fertilizantes,
defensivos etc.), especificamente no início da
etapa de implantação, a fim de satisfazer a
todas as necessidades da empresa florestal.
Contratação de Mão-de-Obra:
Representa a força de trabalho
necessária para o cumprimento de todas
as tarefas relacionadas ao
empreendimento florestal.
Construção da Rede Rodoviária:
Representa a abertura de uma rede primária,
capaz de viabilizar todas as operações
relacionadas com a fase de implantação.
A realização desta atividade implica o uso de
diferentes tipos de maquinarias, não só para a
abertura propriamente dita da rede rodoviária,
como também para serviços de compactação,
distribuição de cascalho etc.
Combate Químico às Formigas:
O combate químico às formigas é de fundamental
importância para o sucesso do empreendimento, uma vez
que esses organismos fazem parte dos fatores limitantes da
produção florestal.
Na fase de implantação, esta atividade se dá tanto antes
quanto durante a fase de preparo do terreno, ocasião em
que se torna mais fácil a localização dos formigueiros.
Atualmente, as empresas usam produtos mais adequados
ambientalmente, em vista da oferta de novos princípios
ativos, implicando em melhor controle e menor toxicidade.
Preparo do Terreno:
As atividades de preparo do terreno para a
implantação de povoamentos florestais envolvem,
basicamente, o revolvimento do solo e a subsolagem,
ou então apenas o sulcamento (cultivo mínimo),
executados por máquinas específicas, tracionadas por
tratores de pneus.

Em algumas situações específicas, em que o relevo ou a


presença de pedras ou tocos não permite o trabalho
mecanizado, lança-se mão do coveamento manual, que
não apresenta significância em termos de impacto
ambiental.
Plantio:
Consiste na distribuição das mudas no
campo, normalmente feita com o auxílio
de uma carreta, onde se colocam as
caixas de mudas.
Essa carreta é tracionada por um trator
médio, com rodados de pneus, o qual
segue o alinhamento no terreno, sendo
que operários ao lado da carreta colocam
as mudas na marca.
Impacto Ambiental: Para efeito da Resolução CONAMA –
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Nº 1, de 23
de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente;
V - e a qualidade dos recursos ambientais.
Características do Conceito de Impacto Ambiental:
- É OFICIAL (dado por Resolução de órgão
federal).
- É ANTROPOCÊNTRICO (ser humano é o
agente causal e receptor).
- É NEUTRO (pois menciona o termo alteração,
que não tem conteúdo de valor).
Avaliação de Impactos Ambientais:
É um instrumento de política ambiental formado por um
conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início
do processo, que se faça um exame sistemático dos impactos
ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou
política) e de suas alternativas, e que os resultados sejam
apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis
pela tomada de decisão, e por eles devidamente considerados.
PRINCIPAIS IMPACTOS
AMBIENTAIS DOS PLANTIOS
FLORESTAIS BRASILEIROS,
SEGUNDO OS MEIOS FÍSICO,
BIÓTICO E ANTRÓPICO
Meio Físico/Ar:
Aumento da concentração de particulados
(poeira), gases dos canos de descarga das
máquinas e de princípios ativos dos
diferentes biocidas

Depreciação da Qualidade do Ar
Meio Físico/Solo:
Maior exposição do solo, quando da abertura de áreas
(desmatamento e,ou colheita florestal)

Maior erosão

Menor fertilidade
Meio Físico/Solo:
Compactação do solo, pelo uso de máquinas pesadas

Menor infiltração de água Maior escoamento


superficial

Menor percolação Maior erosão do solo

Menor abastecimento do lençol Menor fertilidade do

freático solo
Meio Físico/Solo:
Deriva de biocidas e derramamento acidental de óleo,
graxa e lubrificante no solo

Alterações da biota do solo (bactérias nitrificantes e


micorrizas)

Menor fertilidade do solo


Meio Físico/Solo:

Nutrientes extraídos do solo pelas plantas

Menor fertilidade do solo


Meio Físico/Água:

Consumo de água pelas plantas e interceptação


da precipitação

Menor disponibilidade de água no solo


Meio Físico/Água:
Deriva de biocidas e derramamento acidental de óleo,
graxa e lubrificante no solo ou água

Poluição da água

Depreciação da qualidade da água


Meio Físico/Água:
Uso de fertilizantes e biocidas

Aporte natural de fertilizantes e biocidas para a água


(escoamento superficial ou lixiviação)

Eutrofização (enriquecimento) do corpo líquido


Meio Biótico/Flora Nativa:
Eventual fragmentação, quando de desmatamento Maior Efeito
de borda

Redução espacial, quando de desmatamento

Contaminação, por deriva de biocidas Menor diversidade


vegetal

Menor diversidade da
fauna silvestre
Meio Biótico/Flora Nativa:

Eventual interação genotípica de plantas


transgênicas com a flora nativa

Alteração da diversidade vegetal


Meio Biótico/Fauna Silvestre:
Geração de ruídos pelas máquinas

Eventual redução espacial e


fragmentação de hábitat nativo Estresse da
fauna silvestre

Atropelamento de Menor diversidade


animais animal
Meio Biótico/Fauna Silvestre:

Grande disponibilidade de alimento e uniformidade genética

Simplificação ambiental, pelo regime de monocultura

Maior possibilidade de surgirem


pragas/doenças
Meio Biótico/Microrganismos do
Solo:
Exposição do solo, quando da abertura de áreas

Contaminação do solo por biocidas e óleos,


graxas e lubrificantes

Menor
diversidade
microbiana
Meio Antrópico:
* Oferta de emprego e renda direta e indireta
* Introdução de novas práticas e mentalidade
* Eventuais parceiras e integração com atores sociais
da região, criando novas perspectivas
* Eventual interferência na estrutura fundiária regional,
com possibilidade de êxodo rural
* Possível interferência nos hábitos, costumes e cultura
locais
* Possíveis conflitos com diferentes atores sociais, até
mesmo internacionais, em vista de divergências sob o
modo de produção habitual (uniformidade genética,
grande propriedade e uso de capital).
Avaliação Ambiental Estratégica (AAE)
• É um processo de identificação de impactos ambientais
e de alternativas mais viáveis na implantação de
políticas e projetos governamentais. A avaliação será
utilizada na elaboração das propostas dessas ações
estratégicas, sistematizando os resultados e sua
utilização para tomadas de decisão ambientalmente
sustentáveis.
• A AAE é elaborada de forma pública e participativa
baseando-se nos princípios da avaliação de impactos
que regem os EIA/RIMA. Tem, no entanto, o objetivo
de analisar a ação estatal em todos os seus aspectos,
servindo de subsídio na tomada de decisões ao
disponibilizar informações sobre as possíveis
conseqüências ambientais das ações governamentais,
bem como das alternativas mitigadoras.
Características da AAE
•Integrativo
•Focalizado
•Participativo
•Transparente
•Credível
•Direcionado para a sustentabilidade
•Flexível
Integrativo:
Garantindo a realização de avaliações
ambientais de todas as decisões
estratégicas relevantes e considerando
as inter-relações entre os aspectos
biofísicos e antrópicos.
Focalizado:
Concentrar-se nos efeitos ambientais
significativos para o fornecimento de
informações suficientes para o
desenvolvimento do planejamento e para
a tomada de decisão.
Participativo:
Deve envolver o público interessado e/ou
afetado, assegurando o seu acesso à
informação clara e englobando os seus
interesses e preocupações na
documentação do processo de tomada de
decisão.
Transparente:
De modo que os envolvidos possam
compreender como e por que determinada
opção governamental foi tomada.
Credível:
Deve ser conduzida com
profissionalismo, rigor, objetividade e
imparcialidade e ser submetida a
análises e verificações independentes.
Sustentável:
Deve facilitar a identificação das opções
de desenvolvimento e propostas
alternativas que sejam mais
sustentáveis.
Flexível:
Ajustando-se ao processo de decisão ao
qual se aplica.
Risco Ambiental
• Potencial do dano que um impacto pode
causar sobre o meio ambiente. Relação
existente entre a probabilidade de que
uma ameaça de evento adverso ou
acidente determinado se concretize, com
o grau de vulnerabilidade do sistema
receptor e seus efeitos.
• É função da PROBABILIDADE e da
MAGNITUDE do evento que se espera
ocorrer.
• O DANO AMBIENTAL é a materialização
do risco ambiental.
• O gerenciamento de riscos ambientais é
processo complexo e sua implantação torna-
se exigência crescente, assim como a
comunicação de riscos, que é um item
indispensável ao processo de gestão
ambiental.
Medida Mitigadora:
Ação voltada à diminuição da magnitude do impacto
ambiental negativo.

Medida Potencializadora:
Ação voltada à melhoria da eficácia do impacto ambiental
positivo.

Medida Compensatória:
Ação com forte apelo social voltada à compensação de
comunidades direta e indiretamente afetadas por
empreendimento impactante.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
MITIGADORAS E
POTENCIALIZADORAS DE
IMPACTOS AMBIENTAIS
À sua natureza:
preventiva ou corretiva.
À fase do empreendimento em
que deverá ser adotada:
planejamento, implantação,
operação e desativação, e para
o caso de acidentes.
Ao fator ambiental a que se
destina:
físico, biótico e, ou antrópico;
Ao prazo de permanência de
sua aplicação:
curto, médio ou longo prazo;
À responsabilidade por sua
implementação:
empreendedor, Poder Público
ou outros;
À avaliação dos custos das ações:
levar em consideração algumas rubricas
básicas, tais como Material Permanente -
veículos, computadores, móveis etc. - ;
Material de Consumo - disquete, fita para
impressora, formulário contínuo etc. -;
Pessoal - diárias, salários e encargos
trabalhistas, pró-labores etc. -; Serviços de
Terceiros – revelação de filmes, exames
laboratoriais, cópias xerox etc -; Outros – tudo
o que não couber nas outras rubricas).
EXEMPLOS DE AÇÕES
MITIGADORAS EM
EMPREENDIMENTOS RURAIS
Aprimorar a qualidade dos
combustíveis usados nas diferentes
maquinarias, diminuindo o seu
potencial poluidor.
Implantar um sistema eficaz de
manutenção das maquinarias, no
sentido de aumentar o seu
rendimento operacional e diminuir o
seu potencial poluidor.
Desenvolver máquinas mais
leves e utilizar sistemas de
produção mais racionais, como
cultivo mínimo.
Desenvolver modelos de
máquinas que produzam
menos ruídos.
Realizar o descarte das
embalagens dos biocidas dentro
dos padrões técnicos e legais.
Restringir o uso do fogo na área,
quando da limpeza de terrenos.
Implantar os projetos,
garantindo que os
remanescentes vegetais nativos
do empreendimento
permaneçam contíguos (não
fragmentados).
Priorizar a implantação dos
empreendimentos em áreas já
alteradas antropicamente.
Utilizar plantas mais resistentes à
pragas e doenças, via
melhoramento genético e OGMs
– organismos geneticamente
modificados.
Implantar programa de controle
biológico e racionalização no
uso de agrotóxicos.
Desenvolver “lay-outs” (arranjos
espaciais) mais adequados para
o empreendimento, como por
exemplo, entremeando a
vegetação nativa com os
plantios comerciais.
Desenvolver e utilizar princípios
ativos de menor vida útil e,ou
biodegradáveis.
EXEMPLOS DE AÇÕES
POTENCIALIZADORAS EM
EMPREENDIMENTOS RURAIS
Criação de oportunidades
para mulheres e deficientes
físicos, que em muitos casos
são marginalizados no
mercado profissional.
Criação de turnos de trabalho,
que diminui o salário “per
capita”, mas aumenta o número
de empregos.
Integrar estradas às já
existentes, o que possibilita
racionalização no
deslocamento de pessoas e
mercadorias na região.
AÇÕES COMPENSATÓRIAS:

As ações compensatórias atuam


fundamentalmente em 4 grandes
áreas: Saúde, Educação,
Renda e Trabalho.
No caso de Saúde, freqüentemente
estão relacionadas com:
a criação e,ou ampliação de
unidades, como hospital, posto de
saúde e pronto socorro; aumento do
número de leitos hospitalares;
aquisição de novos equipamentos
(raio X, ultrassonografia etc.); e
renovação de estoques de vacinas e
remédios.
No caso de Educação, de modo análogo, estão
relacionadas com:
a criação e,ou ampliação de escolas e centros
de treinamento; aumento do número de
carteiras (vagas) escolares; construção de
quadras esportivas nas escolas; doação de
uniformes escolares e vestimentas para a
prática de esportes; doação de “kits”
escolares (conjunto contendo todo tipo de
material escolar – lápis preto, caneta, lápis de
cor, borracha, cola, tesoura, caderno, livro
etc.).
Em termos de Renda, deve-se primeiramente perceber que pode ser
feita direta ou indiretamente.
A via direta implica em remunerar o público alvo, numa
periodicidade definida (mensal, trimestral, anual etc.). Assim, as
pessoas receberiam diretamente uma quantia em dinheiro, ainda
que já tenham sido contempladas com desapropriações ou
indenizações. Esta é uma situação não desejável e usual, na
medida em que pode ser confundida com paternalismo.
A via indireta, implica na isenção ou redução de impostos e taxas,
em benefício do público alvo, uma vez considerado que o
empreendedor remunerará o erário público, a fim de que o mesmo
possa arcar com esta situação. Isto significa, na prática, que o
público alvo deixará de efetuar o recolhimento de certos impostos e
taxas, o que representa uma renda indireta, pois reterá esta quantia.
Este é o caso de prefeituras que isentam os cidadãos do IPTU,
exatamente pelo fato de receberem compensações por parte de
empreendedores que atuam no município.
Quanto ao Trabalho, a compensação pode se
dar de várias formas:
criando cursos de reciclagem profissional para
o público alvo, o que melhora a possibilidade
de recolocação no mercado de trabalho;
promovendo e, ou incentivando a realização de
feiras e eventos que possam mostrar e divulgar
produtos regionais, com isto abrem-se
perspectivas de trabalho para as pessoas; e
abertura de linhas de crédito junto a bancos
oficiais, no sentido de permitir que o público
alvo possa conseguir recursos com juros
compatíveis para abrir ou ampliar seus
negócios.
É interessante perceber que a compensação
representa um INVESTIMENTO do empreendedor na
região onde inseriu seu negócio (projeto,
empreendimento) e não um CUSTO propriamente dito.
Na verdade, é por meio das ações compensatórias
que se faz a INSERÇÃO REGIONAL DO
EMPREENDIMENTO, de fundamental importância para
a sua própria sobrevivência.
Com esta inserção, viabiliza-se o estreitamento de
relações entre o empreendedor, as comunidades
direta e indiretamente afetadas e o Poder Público, que
é indispensável na busca de soluções conjuntas para
problemas comuns.
ATRIBUTOS PRINCIPAIS DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS
Magnitude:
É a grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo
ser definida como a medida de alteração no valor de um
fator ou parâmetro ambiental, em termos quantitativos ou
qualitativos.
Para o cálculo da magnitude deve ser considerado o grau de
intensidade, a periodicidade e a amplitude temporal do
impacto, conforme o caso.
Exemplo: a magnitude de um impacto ambiental foi de 3
ppm (partes por milhão), numa situação em que a
concentração inicial de uma determinada substância era de
2 ppm e passou para 5 ppm após sofrer a interferência de
uma determinada atividade impactante.
Importância:
É a ponderação do grau de significância de um impacto em
relação ao fator ambiental afetado e a outros impactos.
Pode ocorrer que um certo impacto, embora de magnitude
elevada, não seja importante quando comparado com outros,
no contexto de uma dada avaliação de impactos ambientais.
Exemplo: em linguagem de avaliação de impactos ambientais,
ter uma magnitude de 1 ppm de mercúrio (Hg) é mais
importante que uma magnitude de 10 ppm de sílica, pois o
primeiro é um metal pesado e tem a capacidade de entrar na
cadeia alimentar, enquanto o outro é praticamente inerte.
ATORES SOCIAIS DO PROCESSO DE AIA
São as pessoas físicas e jurídicas que tomam parte no Processo
de Avaliação de Impactos Ambientais, segundo suas
necessidades e interesses.
Exemplos:
* Empreendedor
* Elaborador
* Avaliador
* Organizações Não-Governamentais
* Imprensa
* Governos
* Centros de Ensino e Pesquisa
MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE
IMPACTO AMBIENTAL:
É o instrumento utilizado para coletar,
analisar, avaliar, comparar e organizar
informações, qualitativas e quantitativas,
sobre os impactos ambientais advindos de
empreendimento impactante.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
AMBIENTAIS

“Ad Hoc”(Para este caso): reunião entre especialistas, para se


obter dados e informações, em tempo reduzido, imprescindíveis
à conclusão dos estudos.
“Check-list” (Listagem de Controle): listas descritivas,
comparativas, em questionário ou ponderável de impactos
ambientais.
“Overlay Mapping” (Sobreposição de Mapas): elaboração e
sobreposição de informações georreferenciadas temáticas (solo,
vegetação, hidrografia etc.), para se definir usos do solo,
segundo prescrições.
Modelo Matemático: uso de equações matemáticas
(simulação, regressão, estocástico, multivariado etc.), que
permitem representar fenômenos ambientais (físicos, bióticos
ou antrópicos), segundo dados e informações fornecidos.

Matriz de Interação: figura bidimensional, constituída de


linhas e colunas, que se presta para identificar impactos
ambientais, a partir da relação de ações impactantes (linhas)
com fatores ambientais (colunas).

Rede de Interação: fluxo, para demonstrar a seqüência de


impactos ambientais, a partir de uma ação desencadeadora.
“AD HOC”

Presencial Virtual
“CHECK-LIST”

Fase de Implantação (Curto Prazo):

Meio Físico - Impactos Negativos e Respectivas


Medidas Mitigadoras:

- Depreciação da qualidade do ar da vizinhança, pelo


lançamento de gases provindos da combustão no
motor de maquinarias diversas (tratores, caminhões e
motosserras), usadas em diferentes operações.

Medidas: Realizar manutenções periódicas nas


maquinarias (Preventiva/Corretiva); e orientar os
funcionários a utilizarem as máquinas no estritamente
necessário (Preventiva/Corretiva).
“OVERLAYMAPPING”
(SOBREPOSIÇÃO DE IMAGENS)

================ ================ ===============


| maior ou igual |
| a 20% Li |
M | C -------------------------- --------------|
| menor que 20%
| La
=============== ================ ===============
Mapa de Vegetação Mapa de Declividade Mapa de Solos
do Terreno
MODELO MATEMÁTICO

P = 2 x + 5 y; sendo:

P = população residual (que sobreviverá) do


animal;

x = número de hectares de mata que restará


após o desmatamento necessário à
implantação do aeroporto;

y = número de hectares de cerrado que restará


após o desmatamento necessário à
implantação do aeroporto.
MATRIZ DE INTERAÇÃO

FATORES AMBIENTAIS RELEVANTES


Atividades MEIO
MEIO FÍSICO MEIO BIÓTICO
Impactantes ANTRÓPICO
F
A AI 1 F1 F2 FN Fn+1 Fn+2 Fp Fp+1 Fp+2 Fk
S
E AI 2
S

AI Y

Linhas: Atividades Impactantes.


Ex: Desmatamento

Colunas: Fatores Ambientais Relevantes.


Ex: Erosão do Solo
REDE DE INTERAÇÃO (FLUXOGRAMA)
CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DE IMPACTOS AMBIENTAIS

* Critério de Valor - impacto positivo ou benéfico


(quando uma ação causa melhoria da qualidade de um fator
ambiental) e impacto negativo ou adverso (quando um ação
causa um dano à qualidade de um fator ambiental);
* Critério de Ordem - impacto direto, primário ou de
primeira ordem (quando resulta de uma simples relação de
causa e efeito) e impacto indireto, secundário ou de enésima
ordem (quando é uma reação secundária em relação à ação, ou
quando é parte de uma cadeia de reações);
* Critério de Espaço - impacto local (quando a ação
circunscreve-se ao próprio sítio e às suas imediações),
impacto regional (quando o impacto se propaga por uma
área além das imediações do sitio onde se dá a reação) e
impacto estratégico (quando é afetado um componente
ambiental de importância coletiva, nacional ou mesmo
internacional);

* Critério de Tempo - impacto a curto prazo (quando


o impacto surge a curto prazo, que deve ser definido),
impacto a médio prazo (quando o impacto surge a médio
prazo, que deve ser definido) e impacto a longo prazo
(quando o mesmo surge a longo prazo, que deve ser
definido);
* Critério de Dinâmica - impacto temporário (quando o
impacto permanece por um tempo determinado, após a
realização da ação), impacto cíclico (quando o impacto se faz
sentir em determinados ciclos, que podem ser ou não
constantes ao longo do tempo) e impacto permanente (quando
uma vez executada a ação, os impactos não param de se
manifestar num horizonte temporal conhecido);
* Critério de Plástica - impacto reversível (quando uma
vez cessada a ação, o fator ambiental retoma às suas condições
originais) e impacto irreversível (quando cessada a ação, o
fator ambiental não retorna às suas condições originais, pelo
menos num horizonte de tempo aceitável pelo homem).
CLASSIFICAÇÃO QUANTITATIVA DE IMPACTOS
AMBIENTAIS

0 = NENHUM IMPACTO = BRANCO


1 = DESPREZÍVEL = AMARELO
2 = BAIXO GRAU = LARANJA
3 = MÉDIO GRAU = MARROM
4 = ALTO GRAU = VERMELHO
5 = MUITO ALTO = PRETO
PERFIL DA EQUIPE ELABORADORA DE UM ESTUDO
DE IMPACTO AMBIENTAL
- Coordenador de Meio Ambiente - elemento que responde
técnica e administrativamente por todos os trabalhos
desenvolvidos na Área de Meio Ambiente do empreendimento
proposto. Normalmente, pertence à equipe interna da empresa
elaboradora do estudo do impacto ambiental;
- Coordenadores de Meio - elementos que respondem técnica e
administrativamente por todos os trabalhos conduzidos no seu
respectivo meio - físico, biótico ou antrópico. Normalmente,
pertencem à equipe interna da empresa elaboradora do estudo
de impacto ambiental;
- Responsáveis por Temas - elementos que respondem
tecnicamente pelos seus respectivos temas como, por exemplo,
Vegetação Terrestre, Pedologia, Saúde Pública etc.. Podem ser
da equipe interna da empresa elaboradora do estudo de
impacto ambiental ou contratados, temporariamente, como
prestadores de serviços;
- Técnicos e Estagiários que Desenvolvem Trabalhos em Seus
Respectivos Temas - estão subordinados hierarquicamente,
em primeira instância, ao Responsável pelo Tema. Podem
pertencer à equipe interna da empresa elaboradora do estudo
de impacto ambiental ou serem contratados como prestadores
de serviço;
- Outros Tipos de Colaboradores - incluem secretárias,
mateiros, guias, motoristas e ajudantes em geral.
RESPONSABILIDADES DE ATORES SOCIAIS CHAVES
Empreendedor: a concepção do projeto, ou seja, a definição
das alternativas tecnológicas e locacionais e o compromisso
em bancar os custos decorrentes da elaboração e julgamento
do Estudo de Impacto Ambiental.
Elaborador: conduzir, de forma equilibrada e independente,
os estudos de caráter ambiental, bem como a
responsabilidade de responder perante à Justiça e à Entidade
de Classe sobre os resultados apresentados nestes estudos.
Avaliador: a responsabilidade de analisar e julgar a
documentação apresentada pelo Elaborador, deferindo ou
não a Licença solicitada, assim como a realização de
atividades de fiscalização em todas as etapas do
empreendimento em questão.
PRINCIPAIS FUNÇÕES
AMBIENTAIS DOS PLANTIOS
FLORESTAIS
CONTROLE DE VENTOS (MINIMIZA A EROSÃO
EÓLICA)

3 H = distância antes do vento chegar à


barreira de árvores
20 H = distância depois que o vento passa a
barreira de árvores
CAPTURA DE GÁS CARBÔNICO E LIBERAÇÃO DE
GÁS OXIGÊNIO PELA FOTOSSÍNTESE

Captura CO2 Libera O2

1,8 tonelada de CO2/tonelada de madeira seca


1,3 tonelada de O2/tonelada de madeira seca
RECICLAGEM DE NUTRIENTES DO SOLO

PARTE AÉREA DAS


DEPOSIÇÃO PLANTAS
DO FOLHEDO

NUTRIENTES
NUTRIENTES DE
DISPONIBILIZADOS
CAMADAS MAIS
PROFUNDAS
MELHORIA DA QUALIDADE DO AR, PELA ABSORÇÃO
DE GASES TÓXICOS E ADSORÇÃO DE
PARTICULADOS

dióxido de enxofre,
dióxido de poeira e fuligem
nitrogênio, ácido
fluorídrico, ozônio

Absorção: fenômeno fisiológico (entrada via estômatos)


Adsorção: fenômeno físico (retenção na parte aérea)
ALIMENTO, ABRIGO E REFÚGIO PARA A FAUNA
SILVESTRE

Alimento (folhas, frutos, sementes...)


Abrigo (apoio para ninho)
Refúgio (esconderijo para presas)
Poleiro para observação e descanso
MELHORIA DO VALOR PAISAGÍSTICO SE
COMPARADO A AMBIENTE DEGRADADO

* A ÁRVORE PROTEGE O SOLO,


EVITANDO EROSÃO, MINIMIZANDO O
IMPACTO VISUAL
* A ÁRVORE COMPÕE A PAISAGEM
COM O SOLO, A ÁGUA, A FAUNA....
* A ÁRVORE PASSA UMA VISÃO DE
USO E NÃO DE ABANDONO DA ÁREA
Lei de Crimes Ambientais:
• Lei Federal 9605, de 12/02/98. Foi regulamentada
pelo Decreto Federal 3179, de 21/09/99. Possui 8
capítulos e 82 artigos, sendo que 10 foram total ou
parcialmente vetados.
• Principais inovações: a legislação ambiental é
consolidada; as penas têm uniformização e
gradação adequadas e as infrações são claramente
definidas; define a responsabilidade penal da
pessoa jurídica, bem como da pessoa física autora
ou co-autora da infração; pessoa jurídica pode ser
liquidada (financia o Patrimônio Penitenciário
Nacional).
• É possível substituir penas de prisão de até 4 anos
por penas alternativas. São penas alternativas:
prestação de serviços à comunidade; interdição
temporária de direitos; suspensão parcial ou total
de atividades; prestação pecuniária; e
recolhimento domiciliar.
• Produtos e subprodutos da fauna e flora podem
ser doados ou destruídos.
• Matar animais continua sendo crime, mas para
saciar a fome do agente ou da sua família há a
descriminalização.
• Maus tratos e abusos contra animais domésticos
ou domesticados passam a ser crimes.
• Experiências dolorosas ou cruéis em animal vivo
são crimes, quando existirem recursos
alternativos.
• Pichar e grafitar edificações sujeitam o infrator
a até 1 ano de detenção.
• Fabricar, vender, transportar ou soltar balões é
crime ambiental.
• Destruição, dano, lesão ou maus tratos às
plantas de ornamentação é crime, punido por
até 1 ano.
• Quem dificultar ou impedir o uso público de
praias está sujeito até 5 anos de prisão.
• Desmatamento não autorizado agora é
crime.
• Comprar, vender, transportar, armazenar
madeira, lenha ou carvão sem licença da
autoridade competente, sujeita o infrator a até
1 ano de prisão e multa.
• Funcionário de órgão ambiental que fizer
afirmação falsa ou enganosa ou sonegar
informações está sujeito a até 3 anos de
prisão.
• A multa administrativa varia de R$50,00 a
R$50 milhões.
Biossegurança:
• A norma básica é a Lei Federal 11.105, de
24/03/2005.
• Regulamentou os incisos II, IV e V do parágrafo
primeiro do artigo 225 da Constituição Federal
Brasileira.
• Estabeleceu normas de segurança e mecanismos
de fiscalização de atividades que envolvam OGMs
(organismos geneticamente modificados) e seus
derivados.
• Criou o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS).
Está vinculado à Presidência da República, como órgão
de assessoramento superior para a formulação e
implementação da Política Nacional de Biossegurança.
Evoca e decide, em última e definitiva instância, com base
em manifestação da CTNBio, sobre os processo relativos
às atividades que envolvam o uso comercial de OGMs e
seus derivados. Sempre que o CNBS deliberar
favoravelmente à realização da atividade analisada,
encaminhará sua manifestação aos órgãos e entidades de
registro e fiscalização. Sempre que o CNBS deliberar
contrariamente à atividade analisada, encaminhará sua
manifestação à CTNBio para informação ao requerente.
• Reestruturou a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio). Passa a ter 27 cidadãos
brasileiros, designados pelo Ministro da Ciência e
Tecnologia, todos de reconhecida competência na
área e com doutorado. Há suplentes. O mandato é
de 2 anos, renovável por até mais 2 períodos
consecutivos. Continua sendo o órgão consultivo e
deliberativo.
• Manteve a exigência de CQB – Certificado de
Qualidade em Biossegurança para quem trabalha
com OGMs.
• Manteve a exigência de CIBio – Comissão Interna
de Biossegurança.
• Algumas vantagens apregoadas aos OGMs:
maior produtividade; maior resistência a
pragas e doenças; maior tempo de
longevidade do produto; maior qualidade
nutricional; e imunização via alimentos.
• Algumas desvantagens apregoadas aos
OGMs: alergias; sistema de produção
(pode-se perder o rastro); cartel de
produtos; maior custo geral de produção; e
resistência de certos consumidores (perda
de parte do mercado).
• Alguns tipos de Plantas Transgênicas: Bt
(resistente a lepidópteros); glifosate
(resistente ao herbicida); e esterilidade
masculina (híbrido com alta
produtividade).
• Algumas técnicas aplicadas aos OGMs:
Clonagem (retira e “cola” seqüência de
genes) e Biobalística (“atira” genes no
genoma).

You might also like