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MACROECONOMIA 11

__________________________________________________________________________________________

Assim, primeiro acontece a variação da taxa de juros, afetando o investimento, a DA e a Y. Até aí depende-se do
b. Em segundo, acontece uma variação do consumo, que acarreta uma variação da DA e em seguida da renda.
Aqui, temos o efeito do c.

Temos, portanto, que:

c maior  c maior  IS mais horizontal


c menor  c menor  IS mais vertical

t maior  c menor  IS mais vertical


t menor  c maior  IS mais horizontal

A inclinação da curva IS depende da propensão marginal a consumir da renda, pois uma variação da taxa de
juros irá ocasionar uma variação no investimento na demanda agregada e na renda, na proporção b
(sensibilidade do investimento com relação à taxa de juros). A variação resultante da renda irá causar uma
variação do consumo, consequentemente da demanda agregada e novamente na renda. Este fenômeno irá se
repetir inúmeras vezes tendendo ao infinito. Porém, as variações na renda serão menores a cada etapa, sendo
que a magnitude de variação do consumo, da demanda e da renda dependerá da propensão marginal a
consumir da renda ( c ).

No gráfico, assistimos para as curvas de demanda agregada mais verticais uma maior propensão marginal a
consumir da renda, resultando estas em uma curva IS mais horizontal, ou seja, quanto maior a propensão
marginal a consumir da renda, maior será a variação da renda, resultante de uma variação da taxa de juros.

5.4 A POSIÇÃO DA CURVA IS, OU DESLOCAMENTOS DA CURVA IS

DA’ = DA’ + cY - bi1


DA
E2
DA = DA + cY - bi1
DA’ - bi1 E1

DA - bi1

Y1 Y2 Y

i
i1
E1

E2 IS’
IS

Y1 Y2 Y

Uma variação da demanda agregada autônoma causa um deslocamento paralelo da curva IS, pois irá resultar
em uma variação da renda sem alterar os juros.

Como o consumo autônomo independe do nível de renda e o investimento depende basicamente da taxa de
juros, o que se pode alterar independentemente de outras variáveis é o gasto do governo e as transferências.
(DA = G + I + C + c TR)
MACROECONOMIA 12
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5.5 PONTOS FORA DA CURVA IS

DA2 = DA + cY - bi2
DA
E3 E2 DA = DA + cY - bi1

DA - bi2 E1
E4
DA - bi1

Y1 Y2 Y

E1 E4

E3 E2

IS

Y1 Y2 Y

E3 EDB (excesso de demanda de bens)

Neste ponto, a taxa de juros está muito baixa para equilibrar o mercado real. Com a taxa de juros baixa, a
despesa de investimento é elevada, fazendo com que a DA seja maior que a renda. (faltam produtos).

E4 EOB (Excesso de oferta de bens)

A taxa de juros está muito elevada, assim o investimento é pequeno, fazendo com que a DA seja menor que a
renda (sobram produtos).

Abaixo da curva IS, temos Excesso de demanda de bens. Acima da curva IS, temos excesso de bens.

O ponto E1 não é um equilíbrio entre taxa de juros e renda. O ponto E1 é um equilíbrio entre Y e DA (no gráfico
1). O gráfico de baixo não é um gráfico de equilíbrio.

A tendência é haja um deslocamento natural de E3 para E2 e de E4 para E1. Este equilíbrio, no entanto, como é
o caso do Brasil, este equilíbrio pode não acontecer, quando a cada deslocamento de E3 no sentido de E2,
houver uma elevação dos preços, deslocando a DA para cima.

6 O EQUILÍBRIO NO MERCADO DE ATIVOS - A CURVA LM (Liquidity Money)

“A curva LM é uma curva formada por pontos de equilíbrio do lado monetário, ocorridos em decorrência de
combinação de taxa de juros e renda”.

O equilíbrio do lado monetário prevê, além de um equilíbrio entre oferta e demanda de moeda, um equilíbrio
entre oferta e demanda de outros ativos (títulos, ações, imóveis...).

6.1 MERCADO DE ATIVOS (INÚMEROS TIPOS DE PAPÉIS)

Por simplificação, vamos trabalhar com dois tipos de ativos: moeda e ativos que rendem juros.

A combinação de títulos e moeda é chamada de portfólio ou carteira.


Vamos trabalhar com oferta real de moeda, ou seja, um incremento real de oferta de moeda é dado pelo
incremento real de poder aquisitivo.
MACROECONOMIA 13
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6.2 DEMANDA REAL POR MOEDA

Caso A B
demanda nominal R$100 R$200
nível de preços R$10 R$20
demanda real de moeda 10un 10un

No caso B a demanda nominal de moeda é maior. Contudo, a demanda real de moeda é igual para os dois
casos.

6.3 A CURVA LM E O MERCADO DE ATIVOS

Demanda por Ativos

L + V = W/P

L = demanda real por moeda


V = demanda real por ativos que rendem juros (títulos)

W = riqueza nominal
P = nível de preços
W/P = riqueza real

Oferta de Ativos

M/P + VS = W/P

M/P = oferta real de moeda

VS = oferta real de títulos

Equilíbrio

L = M/P e V = VS

(L - M/P) + (V - VS) = 0

Quando:

L > M / P , V < VS
Ajuste automático do mercado de ativos pela Taxa de juros.
e quando

L < M/P , V > VS

LM
i i
 Excesso M
i2 E2 E2

i1 E1 E1  excesso L

L2
L1

M/P L, M/P Y

L1 = f (Y1) ; L2 = f (Y2)
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Se a renda aumenta, a demanda por moeda aumenta e, assim, a taxa de juros. Logo, o aumento da renda
provoca uma elevação da taxa de juros.

A renda á alterada pelo lado real e influencia na taxa de juros pelo lado monetário.
Na curva IS, uma alteração da taxa de juros, que é do lado monetário, altera a renda, que é do lado real.

i
Não depende da taxa de juros.
Depende exclusivamente da renda

L (t + p) k

L, M/P

i
Não depende da taxa de renda.
Depende exclusivamente da taxa de
juros
L (E) h

L, M/P

6.4 A INCLINAÇÃO DA CURVA LM

LM
i’’ i E’’

L = kY - hi (mais dependente da renda) E’


i’
E
i

L’’
L’
L

M/P L,MP Y

Quanto maior o k, LM é mais vertical. k é a proporção da renda retida na forma de moeda.

i i LM

E’’ E’’

E’ L’’ E’

E L’ E

M/P, L L, M/P

Quanto maior o h, mais horizontal a LM. h é a sensibilidade da L, em relação à taxa de juros.

Se se está demandando mais moeda do tipo precaução ou transação, a demanda pelo motivo especulação
diminui. Assim, as não se pode aumentar a demanda pelos dois motivos h e i.

Se a demanda for totalmente vertical, a L só depende da renda. Se for totalmente horizontal, só depende da taxa
de juros.
MACROECONOMIA 15
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Se a LM for mais vertical, uma pequena alteração da renda causa uma grande alteração da taxa de juros (é mais
sensível à renda, e portanto ao k).

Se a LM for mais horizontal, uma pequena variação da taxa de juros causa uma grande variação na renda (é
mais sensível à taxa de juros, e portanto ao h)
DESLOCAMENTOS DA CURVA LM OU POSIÇÃO DA CURVA LM

i i
M LM
E2

i2 E1 E1

i1
L

M/P M/P’ L, M/P Y

1) Derive graficamente e explique a curva IS

Gráfico 1

E2 DA = DA + cY - bi2
DA
E3 
 E4 DA = DA + cY - bi1
DA - bi2 E1
I
DA - bi1

Y1 Y2 Y

i1 E1

i2 E2
IS

Y1 Y2 Y

Uma redução da taxa de juros provoca um deslocamento da DA para cima, a partir da elevação do investimento.
Em seguida, tem-se uma variação da renda.

Assim, uma redução da taxa de juros provoca um aumento da renda. A curva que representa esta relação (taxa
de juros x renda) é a IS.
MACROECONOMIA 16
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2) Quais são os parâmetros que afetam a inclinação da curva IS. Explique e represente graficamente.

1º - Sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros

Gráfico 2
DA’ = DA + cY - bi2
DA
E2
DA = DA + cY - bi1
DA - bi2 E1 
I
DA - bi1

Y1 Y2 Y

E1

E2
IS

Y1 Y2 Y

Comparando os gráficos 1 e 2, vemos que a variação da taxa de juros é a mesma. Porém, no gráfico 1,
assistimos um deslocamento da demanda agregada maior do que no segundo. Isto acontece em decorrência do
parâmetro b (sensibilidade do investimento com relação à taxa de juros) que é maior no gráfico 1.
O fato de b ser maior irá resultar em uma maior variação da renda dada uma variação da taxa de juros, o que irá
resultar em uma curva IS mais horizontal (achatada).

2º Fator

DA’2 = DA + c’ Y - bi2
E’2 DA2 = DA + cY - bi2
DA
E2 DA’1 = DA + c’Y - bi1
DA1 = DA + cY - bi1
DA - bi2
E’1
DA - bi1
E1

Y1 Y’1 Y2 Y’2 Y

i1 E1 E1’

i2 E2 E2’
IS IS’

Y1 Y’1 Y2 Y’2 Y
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Quando maior a propensão marginal a consumir da renda (caso da curva vermelha), maior será a variação da
renda, dada uma variação da taxa de juros. Por isso a curva IS’ fica mais horizontal.

Logo,

c maior  curva IS mais horizontal

c menor  curva IS mais vertical

A melhor forma que o Governo tem para tornar a IS mais horizontal é reduzir o tributo, pois c = c (1 - t).

Da mesma forma, quando menor a propensão marginal a consumir, menor a variação da renda e mais vertical a
IS é mais vertical.

Assim,

c maior  c maior  IS mais horizontal


c menor  c menor  IS mais vertical

t maior  c menor  IS mais vertical


t menor  c maior  IS mais horizontal

3) Explique os fatores que deslocam a curva IS. Explique e represente graficamente.

DA’ = DA’ + cY - bi1


DA
E2
DA = DA + cY - bi1
DA’ - bi1 E1

DA - bi1

Y1 Y2 Y

i
i1 E2
E1

IS’
IS

Y1 Y2 Y

Uma variação da demanda agregada autônoma causa um deslocamento paralelo da curva IS, pois irá resultar
em uma variação da renda sem alterar os juros.

Como o consumo autônomo independe do nível de renda e o investimento depende basicamente da taxa de
juros, o que se pode alterar independentemente de outras variáveis é o gasto do governo e as transferências.
(DA = G + I + C + c TR)
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4) Derive graficamente e explique a curva LM.

“A curva LM é uma curva formada por pontos de equilíbrio do lado monetário, ocorridos em decorrência de
combinação de taxa de juros e renda”.
LM
i i E2

i2 E2

i1 E1 E1

L2
L1

M/P L, M/P Y

Um aumento da renda provoca elevação da demanda por moeda, gerando, assim, elevação da taxa de luros.
Logo, o aumento da renda provoca uma elevação da taxa de juros.

A renda é alterada pelo lado real e influencia na taxa de juros pelo lado monetário.

5) Explique os parâmetros que afetam a inclinação da curva LM.

LM
i’’ i E’’

L = kY - hi (mais dependente da renda) E’


i’
E
i

L’’
L’
L

M/P L,MP Y

Quanto maior o k (proporção da renda retida na forma de moeda) LM é mais vertical.

i i

E’’ E’’ LM

E’ L’’ E’

E L’ E

M/PL,MP L, M/P

Quanto maior o h (sensibilidade da L, em relação à taxa de juros), mais horizontal a LM.

Se se está demandando mais moeda do tipo precaução ou transação, a demanda pelo motivo especulação
diminui. Assim, as não se pode aumentar a demanda pelos dois motivos h e i.

Se a demanda for totalmente vertical, a L só depende da renda. Se for totalmente horizontal, só depende da taxa
de juros.
MACROECONOMIA 19
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Se a LM for mais vertical, uma pequena alteração da renda causa uma grande alteração da taxa de juros (é mais
sensível à renda e portanto ao k).

Se a LM for mais horizontal, uma pequena variação da taxa de juros causa uma grande variação na renda (é
mais sensível à taxa de juros, e portanto ao h).

A CURVA LM
PONTOS FORA DA CURVA LM
LM
i i E2
E3 E3
i2 E2

i1 E1 E4 E1 E4

L2
L1

M/P L, M/P Y1 Y2 Y

L1 = f (Y1) ; L2 = f (Y2)
E3 EOM - Excesso de oferta de moeda

Neste ponto, a taxa de juros está muito elevada para equilibrar o mercado monetário.

A tendência é de redução da taxa de juros.

E4 EDM - Excesso de Demanda de Moeda

Neste ponto a taxa de juros está muito baixa para equilibrar o mercado monetário.

A tendência é de elevação da taxa de juros.

O EQUILÍBRIO IS/LM

LM
i  E1

 E2 IS

Y
O ponto E1 representa um equilíbrio no mercado real e o ponto E2 representa um equilíbrio no mercado
monetário.

No ponto E, tem-se um equilíbrio simultâneo no mercado real e no mercado monetário, ocorrido em função de
uma combinação de taxa de juros e nível de renda.

O ponto E, na prática, é ilusório.

AS POLÍTICAS ECONÔMICAS E O EQUILÍBRIO IS/LM

POLÍTICA FISCAL

Transferências (TR), Arrecadação (TA), Gastos do governo (G) são os instrumentos de política fiscal

i
LM
 E1 E’
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E αG A

IS’
 E2 IS
Y
Y
Na variação G, pode-se ler DA, conforme visto na página 3 do texto.

Quando o governo realiza gastos, a IS sofre um deslocamento positivo, pois, para uma mesma taxa de juros, o
nível de renda aumenta.

Do ponto E até o ponto A, tem-se a variação dos gastos do governo x α

As transferências têm o mesmo efeito que os gastos. Porém, o efeito é um pouco menor, em função do c.

A dinâmica do Ajustamento:

1- o governo realiza gastos no lado real da economia;


2- a variação do gasto (autônomo) do governo aumenta a DA e a renda (Y) até o ponto A, deslocando a curva
IS, pois a taxa de juros (i) (até aqui), permaneceu inalterada. Obs.: o aumento da renda pode ser real ou
nominal (no caso de só ter havido aumento dos preços).
3- No mercado monetário, a elevação do nível de renda aumenta a demanda por moeda (L) (pois L = kY - hi).
4- permanecendo a oferta de moeda (M/P) inalterada, o aumento de L causará uma elevação da taxa de juros.
5- a elevação da taxa de juros (no lado monetário) reduz o investimento (no lado real) e, conseqüentemente, a
DA e a Y. Assim, no final teremos Y < αG

AS POLÍCAS ECONÔMICAS E O EQUILÍBRIO IS/LM

A POLÍTICA FISCAL

TA = t (Y)

ALTERAÇÕES NA ALÍQUOTA DO IMPOSTO

LM
i E’

-I . α A
E
IS’
IS

YE Y’E Y’ Y

Etapas da dinâmica de equilíbrio

1. redução da alíquota de imposto


2. a redução da alíquota irá causar uma maior variação da renda (Y) para uma mesma variação na taxa de
juros. No gráfico isto é representado por uma mudança na inclinação da curva IS (IS - IS’) ou (E - A). A curva
fica mais horizontal com a redução do imposto.
3. a elevação da renda, causada pelo deslocamento da curva IS irá deslocar a L, aumentando a taxa de juros
4. a elevação da taxa de juros causará redução no nível de investimento, reduzindo, assim, a DA e a Y.
MACROECONOMIA 21
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A POLÍTICA MONETÁRIA

As autoridades monetárias, através dos instrumentos de Política Monetária (open market, depósitos
compulsórios...) afetam a oferta de moeda.

i LM

E LM’

E’

IS
Y

1. Um aumento da oferta monetária causa um deslocamento positivo da LM.


2. O deslocamento da curva LM causa uma redução dos juros
3. a redução dos juros provoca uma elevação do investimento, a DA e, conseqüentemente, da renda.
O AJUSTAMENTO NO SENTIDO DO EQUILÍBRIO

Para entendermos todo o processo de ajustamento, precisamos partir de 4 hipóteses:

1. aumento da renda quando o EDB


2. redução da renda quando EOB
3. aumento dos juros quando EDM
4. redução dos juros quando EOM

i I LM
(EOB) (EOM)

II IV (EOB) (EDM)
E
 (EDB)
(EOM) III

IS
(EDB) (EDM)
Y

No ponto I, para que o equilíbrio seja atingido, o mercado de bens (IS) deve diminuir (assim tem-se um excesso
de oferta de bens) e o de moeda (LM) deve diminuir (pois tem-se um excesso de oferta de moeda)

Pontos abaixo da curva LM tem-se excesso de demanda de moeda e acima excesso de demanda de moeda.

Pontos abaixo da curva IS tem-se excesso de demanda de bens e pontos acima da IS temos excesso de oferta
de bens.
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IV BIMESTRE

O AJUSTAMENTO NO SENTIDO DO EQUILÍBRIO

O fato do mercado monetário ajustar-se mais rapidamente que o mercado real, implica estarmos sempre
inseridos na curva LM.

i LM

IS

A POLÍTICA MONETÁRIA

A trajetória de ajustamento após a elevação da oferta monetária.

i LM1
E”
LM2
i1 E1

i2 E2

E’ IS

Y1 Y2 Y

O caminho para o equilíbrio E2 não é direto, pois passa por E’. Do ponto de E1 para E’, tem-se um aumento da
oferta de moeda, provocando uma redução da taxa de juros. No ponto E’, temos um excesso de demanda de
bens, provocando um aumento da produção. Com o aumento da renda, a demanda por moeda aumenta,
provocando uma elevação da taxa de juros de E’ para E2.

No ponto E’’, temos um excesso de oferta de bens, ou seja, sobram produtos no mercado, levando à redução da
produção, fazendo cair a renda. Com a queda da renda, a demanda por moeda diminui, pressionando a taxa de
juros para baixo.

Um aumento da oferta de moeda (governo compra títulos) desloca positivamente a curva LM. Tendo em vista
que o mercado monetário se ajusta mais rapidamente do que o mercado real, assistiremos a uma redução da
taxa de juros de E1 para E’. Nesse novo ponto (E’), a taxa de juros está muito baixa para equilibrar o mercado
real (excesso de demanda de bens). Nesta situação, o produto/renda da economia tende a elevar-se. Com a
elevação da renda assistiremos, simultaneamente, uma elevação da taxa de juros. Assim, nos moveremos ao
longo da curva LM do ponto E’ para o ponto E2.

A POLÍTICA FISCAL

A trajetória de ajustamento após a elevação dos gastos do Governo

I LM

E2
IS2
E1
IS1
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Y
Neste caso, o caminho de E1 para E2 é direto, pois estamos caminhando sobre a IS. Tal fato acontece porque o
mercado monetário ajusta-se rapidamente ao mercado real.

Um deslocamento da curva IS, causado, por exemplo, por um aumento dos gastos do governo, irá causar, desde
o primeiro momento, uma elevação da renda que do lado monetário resultará em uma elevação da taxa de juros.
No modelo gráfico, caminharemos diretamente de E1 para E2.

A EFICIÊNCIA DA POLÍTICA MONETÁRIA

Os dois principais objetivos de política econômica são o crescimento econômico e a estabilidade monetária.

i LM1

LM2
i1 E1

i2 E2

IS

Y1 Y2 Y

i LM1

LM2
i1 E1
i2 IS

Y1 Y2 Y

Para um mesmo deslocamento da LM, no segundo gráfico a variação da renda é maior. Ou seja, quando a IS é
mais horizontal, a política monetária é mais eficiente.

O importante é o efeito que a taxa de juros traz para o crescimento econômico. Como se observa, a sensibilidade
do investimento em relação à taxa de juros é maior no segundo gráfico, ou a propensão marginal a consumir da
renda é maior. Portanto, quanto maiores forem o b e o c, mais eficiente a política monetária.

A eficiência da política monetária depende das relações de comportamento (parâmetros) observados do lado real
da economia. No modelo gráfico, esses parâmetros (c, b) afetam a inclinação da curva IS. Quando mais
horizontal for a curva IS (b e c maiores), mais eficiente será a política monetária, conforme demonstram os
gráficos acima.

Se o objetivo fosse a redução de preços, também no segundo gráfico a política seria mais eficiente (pensar Y
como P x Q)

A EFICIÊNCIA DA POLÍTICA FISCAL

I LM
E2

IS2
E1
IS1

Y
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I LM

E2
IS2
E1
IS1

Quando o governo aumenta os gastos, o nível de renda aumenta. Ocorre um deslocamento da IS. Quando a
renda aumenta, a demanda de moeda aumenta.

Se a curva LM for vertical, a taxa de juros aumenta muito. A inclinação da LM depende do k e do h, pois está
associado à demanda de moeda.

O CASO CLÁSSICO (NEOCLÁSSICO)

O EFEITO CROWDING OUT

i
LM

IS
IS
Y

Quando a demanda de moeda não depende da taxa de juros, um aumento dos gastos do governo não causa
aumento da renda. Assim, para os clássicos, o governo deveria ficar longe da economia.

Os juros elevam-se, neste caso, não por uma questão de demanda de moeda, mas por uma questão de
demanda de investimento.

De acordo com a visão clássica, um aumento dos gastos do governo não consegue fazer com que a renda do
sistema econômico tenha um aumento, pois quando o governo gasta, de acordo com a visão clássica
(neoclássica) ele aumenta a demanda por investimento, resultando em elevação da taxa de juros e um
desestímulo ao investimento privado. O governo retira poupança da economia. É uma poupança forçada do
governo. Diminui a poupança do setor privado, reduzindo o investimento privado. Aplica-se mais em títulos do
governo.

O CASO KEYNESIANO

A ARMADILHA DA LIQUIDEZ

E E’
LM
G

IS IS’
Y
MACROECONOMIA 25
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Parte-se do pressuposto que, independentemente do nível de renda, a demanda de moeda continua a mesma.
Por isso a LM é inelástica (horizontal).

A visão da armadilha da liquidez no modelo IS/LM é uma tentativa de interpretar Keynes, no que diz respeito à
“armadilha da liquidez”, aonde é visto que a política fiscal é plenamente eficiente nos seus resultados sobre o
nível de renda, ou seja, o deslocamento da curva IS aumenta o nível de renda sem afetar a taxa de juros.

De acordo com Keynes, a armadilha da liquidez ocorreria quando a economia estivesse com taxas de juros muito
baixas, e desta forma a política monetária seria ineficiente para exercer qualquer controle sobre a mesma.

i M M’ M’’

MACROECONOMIA COM MERCADO EXTERNO

Câmbio: é a relação de troca ente duas moedas.

Regimes Cambiais:

Câmbio Fixo: governo compra e vende moeda

Câmbio Variável (ou livre): o governo não intervém. Está sujeito à oferta e demanda.

Regime Misto: bandas cambiais: é uma margem de oscilação (máximo e mínimo)

Duas formas de Cotação

Cotação do Certo: é quantos dólares se compra com a moeda nacional (0,54)

Cotação do incerto: é quantos dólares uma unidade da moeda nacional compra (1,84). É esta cotação
que vamos utilizar.

No Brasil, que usa o incerto, quando a taxa de câmbio aumenta, as exportações aumentam. O contrário
acontece quando se utiliza a cotação certa, como no caso dos EUA.

Relação entre Taxa de Câmbio e NX (exportações líquidas)

- se r aumenta desvalorização cambial (depreciação): nível exterior de preços mais elevado - aumento da
compra de bens domésticos - aumenta exportação e reduz importação.
- se r diminui valorização cambial: nível exterior de preços mais baixo - redução das exportações e aumento
das importações.

r = taxa de câmbio.

MOBILIDADE DE CAPITAL

i = taxa de juros
if = taxa de juros do resto do mundo

i > if  entrada de capitais  r diminui

i < if  saída de capitais  r aumenta


MACROECONOMIA 26
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MACROECONOMIA COM MERCADO EXTERNO

DA = C + I + G + (X - M)

NX = X - M

NX = exportações líquidas - corresponde ao saldo de transações correntes.

X = f (r, Yf) Yf = renda externa

M = f (r, Y)

NX = f (r)

v = NX / r

v é o parâmetro que representa a relação entre taxa de câmbio e NX

m = M / Y

m propensão marginal a importar

X = f(Yf)

Yf = variável exógena e não controlável

NX = vr - mY + X

X=X

Nova equação da Demanda Agregada (com setor externo)

DA = C + cTR + c Y + I - bi + G + vr - mY + X

Em equilíbrio, DA = Y

Y - c Y + mY = DA (I) + X - bi + vr

U ( 1 - c + m) = DA (I) + X - bi + vr

Y = [1 / (1 - c + m)] [ DA (I) + X - bi + vr]

Quando se realiza uma importação, uma parte do multiplicador é transferido para o país externo.

Diferença entre o multiplicador em uma economia fechada e o multiplicador em uma economia aberta: quando
idealizamos o multiplicador keynesiano para uma economia aberta, temos que aceitar que uma parcela da renda
gerada internamente não será dirigida à demanda por produtos internos, reduzindo, assim, a multiplicação da
renda no mercado nacional. A parcela da renda que será transferida é representada por m (propensão marginal
a importar), que irá gerar renda para outro sistema econômico

 = 1 / (1 - c)
MACROECONOMIA 27
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 = 1 / [1 - c + m]
EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS E RENDA

NX

Y
NX2 NX0 NX1

TAXA DE CÂMBIO E EXPORTAÇÕES

NX

NX

Obs.: estamos sempre utilizando a cotação do incerto.

Um aumento da taxa de câmbio, que representa uma desvalorização da moeda nacional, causa uma elevação
das exportações, aumentando o NX.

O EQUILÍBRIO NO MERCADO REAL INTERNO E A NX

r IS’

IS
IS’’
Y
MACROECONOMIA 28
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IS E TAXA DE CÂMBIO (r)

IS

Um aumento da nossa taxa de câmbio (desvalorização da moeda nacional - cotação do incerto) irá aumentar as
exportações líquidas, aumentando a demanda agregada e o nível de renda. Graficamente, representamos isto
por deslocamentos positivos da curva IS, e vice-versa.

Se representarmos taxa de câmbio e renda em um mesmo gráfico, teremos uma curva positivamente inclinada,
considerando a taxa de juros fixa.

A CURVA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

3 TEORIAS

- Balança de Pagamentos sem mobilidade de capital


- Balança de Pagamentos com mobilidade imperfeita de capitais
- Balança de Pagamentos com perfeita mobilidade de capitais

Balança de Pagamentos sem Mobilidade de Capitais

i BP

Y
Se não existe mobilidade de capitais entre os países, a taxa de juros não afeta a BP. É uma teoria ultrapassada.

Mobilidade Imperfeita de Capitais

i BP

super
 déficit

Quando aumenta a renda, as exportações líquidas diminuem, pois se importa mais. Para equilibrar a balança de
pagamentos, eleva-se a taxa de juros para atrair capitais externos, via movimentação financeira.

Um aumento da renda gera um déficit no saldo de transações correntes (NX). Para cobrir este déficit e manter o
balanço de pagamentos em equilíbrio, é necessário um aumento da taxa de juros para atrair capital e, desta
forma, equilibrar o balanço de pagamentos.
MACROECONOMIA 29
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Pontos acima da BP, temos superávit e abaixo déficit.

Mobilidade Perfeita de Capitais

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