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Memória de Cálculos para Incerteza de medição de Ensaio de Tração

Equipamento utilizado
• Paquímetro
0 a 150 mm
0,01 mm resolução
0,012 mm incerteza de medição

máquina Universal de Ensaios


• 20000 kgf
1 kgf resolução
30 kgf incerteza de medição
Princípio do ensaio
O ensaio de tração de materiais metálicos consiste na deformação de um
provete14 sob a acção de uma força de tração, geralmente até à rotura, com o fim de
determinar várias características entre as quais o limite elástico, a tensão de cedência e a
tensão de rotura. O ensaio deve ser realizado à temperatura ambiente entre 10ºC e 35ºC.
Os ensaios sob condições controladas devem realizar-se a (23± 5)ºC.
Os provetes podem ter duas formas, paralelipípedo ou cilíndrica.

Provetes cilíndricos:
Fe Fe
O limite elástico é dado por R e = = N / mm 2
S0 π× D 2

4
Fe Fe
A tensão de cedência é dada por R e = = N / mm 2
S0 π× D 2

4
Fmax F
A tensão de rotura à tração é dada por R m = = max 2 N / mm 2
S0 π× D
4
onde S0 é a área da secção inicial da zona útil do provete, F e é a força de ensaio, F max a
força máxima e D é a diagonal do provete.

Provetes paralelipipédicos:
Fe F
O limite elástico é dado por R e = = e N / mm 2
S0 a × b

Fe F
A tensão de cedência é dada por R e = = e N / mm 2
S0 a × b
Fmax F
A tensão de rotura à tracção é dada por R m = = max N / mm 2
S0 a× b
onde S0 é a área da secção inicial da zona útil do provete, F e é a força de ensaio, F max a
força máxima , a é a espessura do provete e b a largura.

O procedimento para a determinação das incertezas é análogo para os 2 tipos de


provetes e dentro de cada tipo para as três características medidas, assim vai-se
desenvolver somente a determinação da incerteza para o limite elástico em provetes
cilíndricos.

Resultado das medições efetuadas


Diagonal (mm)
10,001
10,006
10,009
média 10,005
variância 1,63× 10-5
desvio padrão 0,0040

Identificação das fontes de incerteza


• Incerteza devido à repetibilidade na medição da diagonal
• Incerteza do instrumento usado para medir a diagonal
• Incerteza devido à resolução do instrumento usado para medir a diagonal
• Incerteza da Máquina Universal de Ensaios

Repetibilidade nas medições da diagonal


Efetuaram-se 3 medições independentes, repetidas segundo as mesmas
condições. Portanto está-se perante uma incerteza do Tipo A, cuja incerteza padrão
experimental da média é dada por:

s 0,0040
ui = = = 0,0023mm
n 3

O coeficiente de sensibilidade relativo ao estudo da repetibilidade dos valores da


diagonal, é a derivada parcial da função acima descrita em ordem a D, ou seja:
8 × Fe N
Ci = − = −8,5501
π× D 3
mm 3

Incerteza relativa aos instrumentos que podem ser usados para a medição da diagonal

Paquímetro
Trata-se de uma incerteza Tipo B retangular (B-R), pois está-se a usar o erro
máximo admissível (EMA), que é de 0,02 mm para medições entre os 0 e os 100 mm.

Assim, a incerteza - padrão é:

0,02
u= = 0,0115 mm
3

O coeficiente de sensibilidade à incerteza do paquímetro, é a derivada parcial da


função (1) em ordem a D, ou seja:
8 × Fe N
Ci = − = −8,5501
π× D 3
mm 3

Micrómetro de pontas cilíndricas


Trata-se de uma incerteza Tipo B Normal (B-N), que nos é fornecida pelo
certificado de calibração do micrometro, sob a forma de U±=2,2 m, com fator de
expansão, k=2,52, o qual para uma distribuição t com vef = 6 graus de liberdade efetivos
corresponde uma probabilidade de, aproximadamente, 95%.

Assim, a incerteza padrão é:

2,2
u= 1000 = 0,0009 mm
2,52

O coeficiente de sensibilidade relativo à incerteza do micrometro de pontas


cilíndricas, é a derivada parcial da função acima descrita em ordem a D, ou seja:
8 × Fe N
Ci = − = −8,5501
π× D 3
mm 3

Micrometro de pontas planas


Trata-se de uma incerteza Tipo B Normal (B-N), que nos é fornecida pelo
certificado de calibração do micrometro, sob a forma de U±=0,9 m, com fator de
expansão, k=2.

Assim, a incerteza padrão é:

0,9
u= 1000 = 0,0005 mm
2

O coeficiente de sensibilidade relativo à incerteza do micrometro de pontas planas,


é a derivada parcial da função acima descrita em ordem a D, ou seja:

8 × Fe N
Ci = − = −8,5501
π× D 3
mm 3

Incerteza relativa à resolução dos instrumentos que podem ser usados para a medição da
diagonal
0,1 mm
Trata-se de uma incerteza Tipo B retangular (B-R), sendo “2a” = 0,01 mm
0,001mm

Assim, as incertezas-padrão são:

0,1
2 × 10 −3 mm
3
0,01
u= 2 × 10 −3 mm
3
0,001
2 × 10 −3 mm
3
O coeficiente de sensibilidade relativo à resolução dos instrumentos de medição, é
a derivada parcial da função (29) em ordem a D, ou seja:

8 × Fe N
Ci = − = −8,5501
π× D 3
mm 3

Incerteza relativa à máquina de ensaio

Instron 1185 e Instron 4502


Trata-se de uma incerteza Tipo B rectangular (B-R), pois é fornecida a classe de
exactidão a que pertence, classe 0,5, que corresponde a um erro máximo admissível
(EMA) de ± 0,5 %.
Assim, a incerteza - padrão é:

0,5 × Fe
u= = 9,7081N
100 × 3

O coeficiente de sensibilidade relativo à incerteza da máquina de ensaio, é a


derivada parcial da função (29) em ordem a Fe, ou seja:

1 1
C= = 0,0127
S0 mm 2

Maquina Universal de Ensaios


Trata-se de uma incerteza Tipo B retangular (B-R), é fornecida a classe de
exatidão a que pertence, conforme a força máxima e a escala.

(escala=100kN;40kN ≤ Fmax< 60kN) Classe 1


(escala=100kN;60kN ≤ Fmax < 150kN) Classe 0,5
(escala=250kN;40kN ≤ Fmax < 80kN) Classe 1
(escala=250kN;80kN ≤ Fmax < 250kN) Classe 0,5
(escala=600kN;120kN ≤ Fmax < 400kN) Classe 0,5
(escala=600kN;400kN ≤ Fmax < 500kN) Classe 1
Assim, a incerteza - padrão é:

Classe × Fe Classe × 3363


u= N= N
100 × 3 100 × 3

O coeficiente de sensibilidade relativo à incerteza da máquina de ensaio, é a


derivada parcial da função descrita acima eme ordem a F , ou seja:

1 1
C= = 0,0127
S0 mm 2
Resumindo os cálculos, feitos anteriormente num quadro, resulta:

Incerteza- Coeficiente Componente nº de Graus


Tipo de
Fontes de incerteza padrão sensibilidade quadrático de Liberdade
incerteza
[u(xi)] [ci] ui2=[ci ×u(
× xi)]
2
[vi]
Repetibilidade
A 0,0023 mm -8,5501 N/mm3 0,0004 (Nmm-2)2 2
diagonal
Incerteza do
equipamento usado B-N 0,0009 mm -8,5501 N/mm3 0,0001 (Nmm-2)2 50
para medir diagonal
Resolução do
equipamento usado B-R 0,0003 mm -8,5501 N/mm3 0,0000 (Nmm-2)2 ∞
para medir diagonal

incerteza da
B-R 9,7081 N 0,0127 mm-2 0,0152 (Nmm-2)2 ∞
máquina de ensaio
Usando o quadro anterior, calculamos a variância combinada, que é dada por:
4 2
N
u2( y ) = u i 2 ( y ) = 1,0569
i =1 mm 2
logo, incerteza padrão combinada, é dada por:
2
N N
u( y ) = 1,0569 = 1,0280
mm 2 mm 2

De seguida vão ser calculados os graus de liberdade efectivos (utilizando a


equação de Welch-Satterthwaite):
u4(y )
νef = N 4
= 1421,97
ui ( y )
i =1 νi

Assim, pela tabela de graus de liberdade da distribuição de t-student, este valor


corresponde a um factor de expansão, k= 2,00.
A incerteza expandida vai ser igual à incerteza padrão multiplicada pelo fator de
expansão k = 2,00, logo:

U = ± ( k × u) = ± (2,01 × 1,0280 Nmm-2) = ± 2,1N / mm2


Portanto, o limite elástico é:
42,8 N / mm2 ± 2,1 N / mm2

Procedendo de forma análoga para a tensão de rotura, tem-se

U = ± ( k × u) = ± (2,00 × 1,7525 Nmm-2) = ± 3,5 N / mm2

E assim, a tensão de cedência é:

492,9 N / mm2 ± 3,5 N / mm2

Para a determinação da tensão de rotura,as fontes de incerteza são:

• Repetibilidade na medição da diagonal


• Incerteza do instrumento usado para medir a diagonal
• Resolução do instrumento usado para medir a diagonal
• Incerteza da máquina de ensaio

E procedendo da mesma forma que nos casos anteriores, tem-se


U = ± ( k × u) = ± (2,00 × 0,6632 Nmm-2) = ± 1,3 N / mm2

Portanto, a tensão de rotura é:

229,2 N / mm2 ± 1,3 N / mm2

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