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1.3. Metodologia
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Capítulo II - Situação jurídica bancária e tipologia de clientela
Sendo assim, esta “relação jurídica bancária” de natureza complexa, mutável mas sempre
presente, constitui um dos aspectos mais marcantes e mais característicos do direito bancário
material.
A exacta natureza do contracto bancário geral nunca foi esclarecida pela doutrina. Ele manteve-
se como simples referência habitual, sendo ainda usado pela jurisprudência para apoiar decisões
centradas, sobretudo, nos deveres gerais do banqueiro.
Segundo Ana Prata defende que a situação jurídica, de natureza diversas da real, em que o sujeito
se encontre em consequência de ser titular de um direito real1.
Na óptica de professor Menezes António Cordeiro defende que, a situação jurídica bancária é a
relação entre o banqueiro e o seu cliente não é, em regra, celebrado um único negócio jurídico.
Pelo contrário, iniciada uma relação, ela tende a prolongar se no tempo, intensificando-se,
mesmo, com a prática de novos e mais complexos negócios2.
1
PRATA, Ana. Dicionário Jurídico: Direito Civil, Direito Processual Civil e Organização Judiciaria. 5 Edição
1366.
2
CORDEIRO, António Menezes. Manual de Direito Bancário, 3.ª ed., Almedina, Coimbra, 2006, p. 181
5
de crédito e sociedades financeiras, no seu relacionamento com os
particulares, a que se chama direito bancário material3.
Na visão de professor Vitalino Canas, quanto a situação jurídica bancária defende que:
[…], Será situação jurídica bancária quando regulada pelo direito bancário
material, isto é, quando destinada à disciplina dos actos das instituições de
crédito ou sociedades financeiras. Uma situação jurídica bancária sempre
seja regulada pelo direito bancário material e que traduz a realização do
direito bancário.
Diante das ideias apresentada em diversos autores, que discutem em volta do conceito da
situação jurídica bancária, o grupo concorda com o pensamento do professor Menezes António
Cordeiro (2006), porque entendemos ser um conceito mais ideal no que toca a situação jurídica
bancária.
Nesta senda, o grupo passa a definir a situação jurídica bancária como sendo o momento em que
o cliente e o banqueiro concluam um primeiro negócio significativo, normalmente esta relação
consiste na abertura de conta onde estabelece-se, entre eles, uma relação social e económica.
Essa relação tenderá a ter continuidade. Surgindo mais negócio entre ambos, ela intensificar-se-
3
GODINHO, Jorge. Do crime de branqueamento de capitais, Introdução e tipicidade, Almedina, Coimbra, 2001,
p. 204
4
CANAS, Vitalino. O crime de branqueamento: regime de prevenção e de repressão, Almedina, Coimbra, 2004, p.
89
6
á. Ambas as partes terão deveres de conduta, derivados da boa-fé, dos usos ou dos acordos
parcelares que venham a concluir.
Também esta relação jurídica bancária, é regulado através de conjunto de regras e princípios
especialmente aplicáveis ao conjunto da actividade bancária em sentido lato, compreendendo a
recepção de depósitos, o empréstimo de fundos, e uma série de outro tipo de operações activas e
passivas.
Assim, o regime jurídico da situação jurídica bancária encontra-se regulado nos termos do artigo
43 da lei n ˚15/99, de 1 de Novembro, que estabelece, ‘’ na relações com os cliente, os gestores e
empregadores das instituições de crédito e sociedades financeiras devem proceder com
diligência, neutralidade, lealdade, descrição, e respeito pelos interesses que lhe são confiados’’.
Portanto, a hermenêutica que o grupo faz à luz do artigo 43 da lei n ˚ 15/99, de 1 de Novembro,
entendemos que a relação jurídica bancária recai em todos direitos e deveres para todas
instituições bancárias, sociedades financeiras e de créditos, devem agir com imparcialidade e
respeito com todos interesses ligado com contracto bancário com o cliente e o banco. Todavia,
tais exigências previsto nos termos do artigo 43 da lei n ˚ 15. Tem suas excepções prevista nos
termos do n ˚ 1 do artigo 49 da presente lei supra citado estabelece que ‘’os factos ou elementos
das relações do cliente com as instituições podem ser revelados, mediante autorização do
cliente, transmitido por escrito à instituição’’.
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real quad constituitiomem, obrigacional e real quand effectum, causal e
abstracta, típica e atípica, oneroso e gratuita, e de administração ou disposição,
obedecendo a teoria geral do direito civil5.
Segundo professor Waty no que toca os sujeitos da relação jurídica bancária, defende que um dos
sujeitos da relação jurídica bancária é o banco ou banqueiro cuja caracterização é a prática
habitual, legal, profissional e exclusiva de actos bancários.6
O banco, como o sujeito seguro, portanto, necessariamente, uma instituição de crédito, uma
sociedade financeira ou numa empresa de investimento, na enumeração da lei de banqueiros.
O fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, publica ou privada, nacional ou estrangeiro, bem
como os entes despersonalizadores, que desenvolvem actividades de produção, montagem
criação, construção, transformações, importação exportação distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviço.
A prestação de serviço podem ser definidas como qualquer actividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusiva a de natureza bancária financeira de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de carácter laboral.
Professor Waty o diz que, objecto da situação jurídica bancária é o facto jurídico origina e que
tenha objecto especificamente bancário. Resulta daqui que objecto bancário é determinante para
que situação jurídica seja bancária, não obstando que o acto tenha como sujeitos um banco7.
5
WATY, Teodoro. Direito Bancário, 1 ˚ Edição, Maputo, 2011, p. 57
6
Ibidem, p. 59
7
Ibidem, p. 77
8
eventuais na relação contratual de consumo bancário. Ou seja, objecto da situação jurídica
bancária, é o produto que qualquer bem móvel imóvel, material ou imaterial ou serviço que é
qualquer actividade fornecida no mercado de consumo, mediante e remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de credito, e societárias.
Estamos, pois claros, a falar de actos de natureza bancária absolutos, porque se referencia ao
abusivíssimo, bancário, haverá actos de natureza bancária de natureza eventual. No primeiro
grupo temos as operações que não sendo a prática exclusiva de instituições de crédito, não são
imagináveis que eles sejam passivos sem banqueiro.
Os actos bancários são de factos de referências obrigatória pelas suas particularidades, pelo
conjunto de efeitos designados de conteúdo e complexidade dos seus elementos normativos
(injuntivos ou supletivos)
Conforme diz o título supra destacado, segundo Nelson Abraão defende que falar de tipologia de
clientela é mesmo falar de tipos de cliente ou varias categoria de clientela 8 . Assim sendo,
fazendo o uso da palavra do professor Nelson, o grupo descrever os vários tipos de clientela que
existem ao nível da situação jurídica bancária.
Importa salientar que, são cinco tipos de clientela existente na situação jurídica bancária, tais
informações foram obtidas no Banco Comercial e de Investimentos (BCI) a sucursal da cidadã da
Maxixe.
8
ABRÃO, Nelson. Direito bancário. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 181
9
2.6.1. Cliente universal
Cliente universal, o cliente particular com capacidade de abrir uma conta em meticais ou moeda
estrangeira, como o acesso a um cartão de débito para gerir o quotidiano com comodidade e
segurança.
É o cliente particular com alta capacidade financeira, com uma conta em meticais ou moeda
estrangeira. Beneficiam do espaço e gestor de cliente dedicado a atendimento exclusivo.
Normalmente este tipo de cliente não para na bicha para efectuar depósito e outros serviços
excepto levantamento na caixa de ATM.
É o cliente particular com alta capacidade financeira, com uma conta em meticais ou moeda
estrangeira com um cartão do BCI debito private. Beneficiam de serviços personalizados, espaço
e gestor de clientes dedicados e a possibilidades de agendar a hora atendimento.
É um tipo de cliente estudante, inscrito numa instituição do ensino superior, que pretendam ter
acesso uma conta bancária, em meticais ou moeda estrangeira, associada a um cartão de débito
que identifica como estudante da sua universidade.
Particular com capacidade inferior a 21 anos, que pretendam ter a sua primeira conta bancária,
em meticais ou moeda estrangeira, associada a um cartão de débito gratuito com imagem própria
e inovadora.
Para que seja aplicado o código de defesa do consumidor é necessária a presença de três
elementos: sujeito, objecto e finalidade. Os sujeitos da relação jurídica de consumo são
consumidores e fornecedores. O consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire produto
ou serviço como destinatário final.
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Objecto da situação jurídica bancária, é o produto que qualquer bem móvel imóvel, material ou
imaterial ou serviço que é qualquer actividade fornecida no mercado de consumo, mediante e
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de credito, e societárias.
O ponto central da questão diz respeito à finalidade dos contractos bancários, pós estabelecido
que o consumidor é o donatário final, há controvérsia sobre a formação bancária e financeira,
surge o consumidor com tomador do crédito para utilização própria.
As instituições bancárias são fornecedoras de serviços e dum produtor que é o dinheiro, haverá
afastamento a aplicabilidade do CDC, no entendimento de que o dinheiro ou crédito não podem
ser utilizados pelo consumidor final por sua própria natureza, pois valores monetários estão
destinados a circulação. Os bancos são estabelecimentos comercias que recolhem o capital.
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Conclusão
Chegado ao fim do presente trabalho, importa salientar que a situação jurídica bancária é o
momento em que o cliente e o banqueiro concluam um primeiro negócio significativo,
normalmente esta relação consiste na abertura de conta onde estabelece-se, entre eles, uma
afinidade social e económica. Essa relação tenderá a ter continuidade. Surgindo mais negócio
entre ambos, ela intensificar-se-á. Ambas as partes terão deveres de conduta, derivados da boa-
fé, dos usos ou dos acordos parcelares que venham a concluir. Assim sendo, concluímos que, a
situação jurídica bancária são patrimónios, contratuais onerosas, preferimos ficar com a mais
clássica classificação, marcadamente bancária, das situações jurídicas bancárias que as distingue
em activas e passivas. Porque, na situação jurídica bancária existe direitos e deveres recíprocos
entre o cliente e banqueiro e para existir tal situação jurídica bancária de antemão existiu uma
relação jurídica originada na celebração do contracto bancário.
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Referências Bibliográficas
ABRÃO, Nelson. Direito bancário. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
CORDEIRO, António Menezes. Manual de Direito Bancário, 3.ª ed., Almedina, Coimbra,
2006.
Sites:
Legislação consultada:
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