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FILOSOFIA

4
Módulo

capítulo 1

CONHECIMENTO
E VERDADE
FILOSOFIA Módulo 4 Conhecimento
capítulo 1 e verdade

O conhecimento como problema


n A teoria do conhecimento é uma área da filosofia que investiga o fenômeno
do conhecimento como um problema filosófico.

n De acordo com uma das definições possíveis, o conhecimento é o modo pelo


qual o sujeito apreende o objeto por meio dos sentidos e da inteligência.

n Podemos distinguir dois aspectos do conhecimento:


• produto do conhecimento: é o conjunto de saberes acumulados e
recebidos pela cultura, bem como aqueles acrescentados à tradição
(crenças, valores, ciências, artes etc.). A mente também pode ser objeto
do conhecimento;
• ato do conhecimento: diz respeito à relação que se estabelece entre o
sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.
FILOSOFIA Módulo 4 Conhecimento
capítulo 1 e verdade

Modos de conhecer: a intuição


n A intuição é um conhecimento imediato, direto, indemonstrável.

n Podemos distinguir três tipos principais de intuição:


• empírica: quando se trata de um conhecimento imediato, com base na
experiência (sensível, quando adquirida pelos sentidos; ou psicológica,
quando adquirida por experiência interna);
• inventiva: responde pelas descobertas súbitas. Por exemplo, as descobertas
do sábio, do artista e do cientista;
• intelectual: caracteriza-se pela captação direta da essência do objeto.
Um exemplo é a maneira como o filósofo Descartes chegou à sua primeira
verdade, o cogito.

n Alguns autores defendem, ainda, a intuição religiosa, que é percebida pela


experiência espiritual e por vivências místicas.
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capítulo 1 e verdade

Modos de conhecer: o conhecimento discursivo


n O conhecimento discursivo não se dá diretamente, como no caso da
intuição, mas opera por encadeamento de raciocínios que levam a
demonstrações e conclusões.
n Esse tipo de conhecimento é responsável por conceitos e ideias gerais,

por isso é dito abstrato.

AKG-IMAGES/ALBUM/LATINSTOCK - ACADEMIA DE
BELAS ARTES DE BRERA, MILÃO
O triunfo da verdade (1847), pintura
de Luigi Mussini. Nessa obra, a verdade
(jovem segurando a tocha) está cercada
por grandes pensadores de diversas áreas
do conhecimento. Entre os representados
à direita: Isaac Newton, Galileu
(de verde), Dante Alighieri, Copérnico
(de amarelo), Blaise Pascal (atrás de
Copérnico), Giordano Bruno (com capa),
Cristóvão Colombo (com o globo na mão)
e Ptolomeu (de joelhos). À esquerda:
Confúcio, Platão, Sócrates (de amarelo),
Heródoto (com louros), entre outros.
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capítulo 1 e verdade

Dogmatismo
n Do ponto de vista da história da filosofia, há duas tendências principais em
relação à possibilidade de conhecermos a verdade: o dogmatismo filosófico
e o ceticismo radical.

n O dogmatismo filosófico admite a possibilidade de termos certezas


absolutas, de alcançarmos um conhecimento verdadeiro.

n Esse tipo específico de dogmatismo não se confunde com a postura


dogmática de afirmar autoritária e unilateralmente algo, tampouco se
associa ao dogma religioso.

n Quando se trata de afirmar a possibilidade do conhecimento e da verdade,


a maioria dos filósofos é dogmática.

n Inspirado em Hume, Kant foi o primeiro a questionar as possibilidades e os


limites do conhecimento, levantando, portanto, o problema do dogmatismo.
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capítulo 1 e verdade

Ceticismo
n O ceticismo radical considera o conhecimento algo impossível.
n O ceticismo moderado impõe limites ao conhecimento ou opera pela
suspensão provisória do juízo.
n Os principais representantes do ceticismo são Górgias, Pirro, Montaigne
e Hume.
• Górgias separa o ser, o pensar e o dizer. Desse modo, critica os pensadores
que identificam o pensamento do real com a realidade das coisas.
• Pirro considera que a atitude coerente do sábio é a suspensão do juízo e,
como consequência prática, defende a aceitação com serenidade do fato
de não ser possível discernir o verdadeiro do falso.
• Montaigne refletiu sobre as influências sociais e pessoais que relativizam a
verdade.
• Hume adotou um ceticismo atenuado ao referir-se às crenças que nos
orientam no cotidiano como resultantes do hábito.
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capítulo 1 e verdade

Critérios e concepções sobre a verdade


n O critério mais recorrente na filosofia para o reconhecimento da verdade é
o da evidência, expressa na teoria da correspondência, que admite como
verdade a adequação entre o que pensamos ou dizemos e a realidade.

n O critério de verdade como correspondência foi posto decisivamente em


questão a partir da segunda metade do século XIX.

n A filosofia contemporânea e, mais especificamente, aqueles filósofos


chamados por Paul Ricoeur de “mestres da suspeita” (Marx, Nietzsche e
Freud) foram os que primeiro suspeitaram das ilusões da consciência.

n Além dessas concepções, filósofos como Charles Sanders Peirce e Habermas


simpatizam com a teoria consensualista da verdade e entendem-na como
o resultado alcançado pelo diálogo.

n Podemos concluir que ao longo da história a verdade figura num horizonte


contínuo de busca.
FILOSOFIA

4
Módulo

capítulo 2

INTRODUÇÃO À LÓGICA
FILOSOFIA Módulo 4
Introdução à lógica
capítulo 2

Opiniões e pós-verdade
n É por meio de informações, valores, regras de vida, leituras e observações
de mundo que adquirimos elementos para construir ou desfazer crenças e
opiniões.
n Na formação da opinião pública, a mídia (impressa, televisiva, radiofônica...)
ocupa um papel determinante, atuando como o “quarto poder”.
n O advento da mídia digital, sobretudo das redes sociais, assumiu o papel de
um “quinto poder” em que o próprio cidadão dispensaria intermediários na
circulação de opiniões.
n Em especial no ano de 2016, fomos bombardeados em todo o mundo por
notícias falsas que chamaram a atenção para o fenômeno da pós-verdade.
n Pós-verdade é um conceito criado para identificar circunstâncias nas quais
fatos objetivos têm menos impacto nas ideias e no imaginário da opinião
pública do que crenças pessoais.
FILOSOFIA Módulo 4
Introdução à lógica
capítulo 2

Falácias
n A falácia é um tipo de raciocínio incorreto, apesar de ter aparência de
correção. As falácias podem ser:
• formais: quando contrariam as regras da inferência válida;
• não formais: quando decorrem de premissas que não estabelecem a
conclusão (argumento de autoridade, argumento contra o homem, falácia de
generalização apressada, falácia de acidente, falácia de conclusão irrelevante
ou ignorância da questão, falácia

BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL - MUSEU DO


HOTEL SANDELIN, SAINT-OMER
de petição de princípio ou círculo
vicioso ou raciocínio circular, falácia
de ambiguidade ou semântica ou de
equívoco, falácia de falsa causa ou
post hoc).
A disputa dos filósofos (c. 1640),
pintura de José de Ribera. Argumentar não
é apenas persuadir psicologicamente o outro
a respeito de nossas posições, mas respeitar
o rigor e a correção do raciocínio.
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Introdução à lógica
capítulo 2

Lógica aristotélica
n O primeiro filósofo a organizar a lógica de forma sistemática foi Aristóteles.
Com esse filósofo grego, iniciou-se a chamada lógica clássica, que permaneceu
incontestada até o século XIX, quando Frege deu início à lógica simbólica.
n Argumento (raciocínio): encadeamento de proposições que conduzem a

uma conclusão (inferência).


n Premissas: proposições que conduzem logicamente à conclusão.

n Termo (conceito): uma palavra ou expressão.

n Proposição ( juízo): frase em que o sujeito e o predicado se negam ou se

afirmam um ao outro.
n Tipos tradicionais de argumentação:

• dedução: parte de (pelo menos) uma proposição geral para chegar a uma
conclusão que pode ser geral ou particular;
• indução: parte de diversos dados singulares constatados para chegar a
proposições gerais;
• analogia (ou raciocínio por semelhança): indução parcial em que se passa de
alguns fatos singulares para uma conclusão singular ou particular.
FILOSOFIA Módulo 4
Introdução à lógica
capítulo 2

Princípios, quadrado de oposições e silogismo


n Os princípios da lógica são anteriores a qualquer raciocínio e podem ser de
três tipos:
• princípio de identidade: se um enunciado é verdadeiro, então ele é verdadeiro;
• princípio de não contradição (ou princípio de contradição): duas
proposições contraditórias não podem ser ambas verdadeiras;
• princípio do terceiro excluído (ou princípio do meio excluído): todo enunciado
é verdadeiro ou é falso: não há um terceiro valor.
n Com base na classificação das proposições conforme a quantidade e a

qualidade, são possíveis diversas combinações, que podem ser visualizadas


pelo chamado quadrado de oposições, diagrama que explicita as relações entre
proposições contrárias, subcontrárias, contraditórias e subalternas.
n Em relação à qualidade, as proposições podem ser afirmativas ou negativas.

n Em relação à quantidade, as proposições podem ser gerais ou particulares.

n O silogismo é um tipo de dedução composto por três proposições em que a

última, a conclusão, deriva logicamente das duas anteriores (premissas).


FILOSOFIA Módulo 4
Introdução à lógica
capítulo 2

Lógica simbólica
n A lógica simbólica surge no século XIX e tem Gottlob Frege como principal
representante.
n A lógica simbólica ou matemática desenvolve uma linguagem técnica
artificial bem mais ampla e precisa que a utilizada pela lógica tradicional
(aristotélica ou clássica). Divide-se em cálculo proposicional e cálculo de
predicados.
n Na lógica proposicional, símbolos representam as proposições e as
conexões que se estabelecem entre elas: negação, conjunção, disjunção
(inclusiva ou exclusiva), implicação e equivalência. Tabelas de verdade são
usadas para identificar os valores de verdade e falsidade das proposições e
assim saber se o argumento é válido ou não.
n A lógica de predicados envolve quantificadores (universais e existenciais),
que se expressam pelas palavras “qualquer”, “todo”, “cada”, “algum”,
“nenhum” e “existe”. A vantagem é poder expressar uma rica variedade de
estruturas lógicas inexistentes na lógica clássica.

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