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1. Administração em Enfermagem

1. 1. Introdução

A necessidade da administração existe desde as mais antigas sociedades, todavia foi


com a expansão do processo de produção industrial na Inglaterra, França e EUA que as
mudanças na organização do trabalho, com a separação entre a concepção, execução e
controle, fizeram com que a prática e a teoria da administração/gerência do trabalho
ganhassem impulso.
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister
(subordinação ou obediência), significando aquele que realiza uma função, um serviço,
sob um comando, para outro, estando frequentemente associado à função de controle.
Na sua origem a administração e o controle tinham como características a rigidez e a
coerção, com a evolução da prática e da teoria geral da administração, as formas de
controle foram se transformando incorporando a flexibilidade, participação e negociação
como estratégias.

A administração é uma ciência, ou seja, possui um corpo de conhecimentos


que lhe é próprio. O que nós na enfermagem fazemos é utilizar esse corpo de
conhecimentos aplicando-os na nossa prática. A administração em enfermagem,
nada mais é do que mais um instrumento ou meio, para que possamos estar
atuando em enfermagem. A finalidade do nosso trabalho é o cuidar que tanto no
modelo individual como no de saúde coletiva, se operacionaliza por diferentes
processos de trabalho: o de assistência à saúde; o de administração dessa
assistência, o de ensino e o de investigação científica (gerando o saber necessário à
produção) (ALMEIDA, et al. 1989; QUEIROZ; SALUM, 1996).
A administração em enfermagem não pode e não deve ser compreendida como
dicotômica em relação à assistência de enfermagem, e tão pouco deve ser
considerada como uma função restrita, unicamente, a realização de atividades
burocráticas. A assistência e a administração em enfermagem devem andar de
mãos dadas, são as faces de uma mesma moeda.
Mas, o que é mesmo administração em enfermagem? Administração em
enfermagem é uma função inerente ao trabalho do enfermeiro, ou seja, não dá para
fazer enfermagem sem utilizar os conhecimentos da administração. Utilizamos os

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preceitos da administração até na realização de um procedimento "simples" do tipo
administrar um medicamento, ou realizar um curativo. Pois muito bem, para realizar
essas funções precisamos pensar e avaliar o que iremos fazer, depois providenciar
os recursos materiais para realizar a atividade que será feita em um determinado
ambiente e em muitos dos casos decidir se o ambiente é ou não adequado. Pois em
todas essas atividades estão implícitos conhecimentos de administração. Isto sem
falar da Sistematização da Assistência de Enfermagem, onde o enfermeiro: planeja,
prescreve e/ou executa e avalia. Nestes dois exemplos podemos perceber também
que o assistir em enfermagem compreende todos os atos do enfermeiro, diretos e
indiretos. Segundo Vicentin et al (1991) "assistir diretamente em enfermagem
compreende dois aspectos: quando o enfermeiro determina e faz a ação; e,
quando o enfermeiro determina e não faz a ação.

Assistir indiretamente é quando o enfermeiro não determina, não faz a ação,


mas provê os recursos para realizar a ação “. Do mesmo modo a Administração em
Enfermagem pode ser pensada a partir de dois momentos: a gerência do cuidado e a
gerência da unidade sendo que nos dois momentos o enfermeiro assiste e administra
em níveis diferentes.

Em síntese pode-se dizer que na enfermagem, a função administrativa, consiste no


planejamento da assistência, no provimento de recursos físicos, humanos, materiais e
financeiros, bem como a tomada de decisão, na supervisão e na liderança da equipe de
enfermagem provisão de recursos necessários à implantação do plano terapêutico de
Enfermagem, utilizando no decorrer desse processo ações de comando, coordenação e
controle da equipe de trabalho (VICENTIN et al, 1991).

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Enfermagem e as funções administrativas

Planejamento da assistência

Provimento de recursos físicos, humanos, materiais e financeiros

Tomada de decisão

Supervisão

Liderança

Coordenação e controle

1.2. Teorias da Administração Aplicadas à Enfermagem

A administração é uma ciência multidisciplinar visto que os conhecimentos da


mesma se advêm e se aplica em diversas áreas, no qual a importância desta ciência
nos serviços de enfermagem também são preciosismos.

1.2.1. Uma breve revisão da Teoria Geral da Administração

Segundo Chiavenato (2003), a palavra administração originou-se do latim,


sendo, ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência) e tem
como significado a realização de uma função sob o comando de outrem, ou seja, a
prestação de um serviço a outro.

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Já como disciplina, Masiero (2007) entende que Administração pode ser
compreendida como integração e coerência entre o conhecimento das diferentes
áreas da atividade humana, aplicadas às organizações, tendo em vista a sua
sobrevivência, sua eficiência e sua eficácia. E o Raymundo (2006), caracteriza a
administração como um conjunto de atividades multicientífico e multidisciplinar, ou
seja, uma ciência que se aplica em todas os departamentos da vida antiga e
moderna.
Procurando trazer uma definição para o ambiente macro das empresas ou
organizações, Maximiano (2009), define administração como o processo de tomada
de decisões utilização de recursos para realização de objetivos. Para o autor o
processo de decisão não é simplesmente tomar decisões sem nenhuma estrutura,
mas sim a partir dos recursos disponíveis no momento da decisão.
Raymundo (2006) acrescenta que administrar é o processo que conduz as
pessoas à realização de determinados trabalhos, pois é necessário que exista no
administrador a capacidade de influenciar as pessoas a realizarem suas tarefas.
Ainda Maximiano (2004), acreditar que administrar é agir, é o processo de
tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais:
organização, planejamento, execução, liderança e controle.

Os “cinco” processos principais da Administração

Organização Planejamento Execução Liderança Controle

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(IDECAN/Prefeitura de Carangola-MG/ 2012). Assinale a principal função administrativa.

a) Método de administração
b) Planejamento
c) Organização
d) Política
e) Treinamento

Resposta Correta:
B) Planejamento

Comentário:

Segundo Maximiano (2004), administrar é agir, é o processo de tomar decisões e realizar ações que
compreende cinco processos principais: organização, planejamento, execução, liderança e controle.

Com essa breve conceituação da ciência da administração, será apresentada


logo a seguir as principais teorias desta disciplina e mais tarde se retornará à
definição da administração:

 Teoria da Administração Científica

Quando se fala desta primeira corrente da administração como ciência o


destaque vai para o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Ele
observou ao longo de sua carreira a deficiência das produções fabris, tais como:
ausência de noção clara de divisão de responsabilidades; muitos trabalhadores não
cumpriam seu dever; as decisões dos administradores eram baseadas em intuições e
palpites; os departamentos das empresas não eram integrados, aos trabalhadores
eram delegadas funções onde não possuíam habilidade, dentre outras deficiências.
Tendo em vista os problemas das produções fabris, Taylor achou por bem
desenvolver o "estudo sistemático e científico do tempo", o que consistia em
cronometrar o tempo em que os funcionários produziam determinados
produtos no maior ritmo possível. Este estudo tinha como objetivo analisar o

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tempo necessário para o desenvolvimento de determinadas tarefas e o salário
correspondente, (MAXIMIANO, 2009).
Ao passar dos anos Taylor observou que a questão do tempo e salário
unicamente não solucionaria o problema. Então desenvolveu uma nova pesquisa que
visava o aprimoramento dos métodos de trabalho. Assim sendo ele apresenta uma
nova concepção dos princípios da administração de uma empresa, que são eles:
Seleção e treinamento de pessoal, salários altos e baixos custos de produção,
identificação de como executar a tarefas da melhor maneira possível e
cooperação entre trabalhadores e administração. Ainda outros aspectos foram
abordos, entre eles: padronização de ferramenta e equipamentos, sequenciamento e
programação de operações, estudo de movimentos, conveniência de uma área de
planejamento, cartões de instruções pagamento de acordo com desempenho e
cálculos de custo. Após esses estes estudos guru da teoria da administração
científica agregou ao seu estudo que o incentivo individual ao trabalhador atenderia o
desejo do ganho material estimulando assim o crescimento pessoal, (MAXIMIANO,
2009).

Breve resumo – Teoria Científica (Taylor)

Enfoque mecanicista do ser humano: A visão da organização como uma máquina.

Homo economicus – o incentivo monetário, apesar de importante, não se revela suficiente para promover a satisfação dos
trabalhadores.

Superespecialização do operário – com a fragmentação das tarefas, a qualificação do funcionário passa a ser supérflua

Exploração dos empregados – A administração Cientifica legitima a exploração dos operários, em prol dos interesses patronais

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Princípios defendidos por Taylor

Seleção Cientifica do Trabalhador – O trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatível com suas aptidões.

Tempo-padrão – O trabalhador deve atingir no mínimo a produção- padrão estabelecido pela gerência.

Plano de Incentivo salarial – A remuneração dos funcionários deve ser proporcional ao número de unidades
produzidas.

Trabalho em conjunto – Os interesses dos funcionários (altos salários) e da administração (baixo custo de produção)
podem ser conciliados, pois quando o trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da
empresa também.

Gerentes Planejam Operários Executam – o planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerencia,
enquanto a execução cabe aos operários e seus supervisores.

Divisão do Trabalho – Uma tarefa deve ser dividida no maior número possível de subtarefas. Quanto menor e mais
simples a tarefa, maior será a habilidade do operário em executar a tarefa.

Supervisão – Também deve ser funcional, ou seja, especializada por área. A função básica do supervisor, como o
próprio nome indica, é controlar o trabalho dos funcionários.

Ênfase na eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the Best way). Para descobrir-la, a
administração deve empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas
executadas pelos tarabalhadores.

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(UFAL-COPEVE/Residência em Enfermagem – UFAL/ 2015) A Administração é uma ciência
relativamente nova, do início do século XX. Vários teóricos em administração surgiram desde
então, dando nomes a várias teorias. A Teoria Científica da Administração foi proposta por:

a) Frederick Taylor.
b) Elton Mayo.
c) Henry Fayol.
d) Kurt Lewin.
e) Max Weber.

Resposta Correta:
A) Frederick Taylor.

Comentário:

Quando se fala desta primeira corrente da administração como ciência o destaque vai para o
engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, considerado o “pai” da Teoria Científica.

 Teoria Clássica da Administração

A teoria de administração clássica foi fundada por Henry Fayol logo após a
primeira guerra mundial (1914-1917) e tem como ponto de parida o estudo científico
da administração. Fayol apresentou como novidade em sua época a necessidade
de um ensino organizado e metódico de administração para formar
administradores. A teoria clássica tem como estrutura a organização; e ele
acreditava que o comportamento administrativo deveria ter como modelo a
organização militar, ou seja, um sistema de hierarquização. Onde haja uma cadeia
de comando interligando as posições e definindo quem se subordina a quem
(CHIAVENATO, 2003).
Portanto, pode-se ver que a teoria clássica aborda a constituição de uma
organização baseada em uma cadeia de comando, pela qual existe um corpo
executivo que controla todo um grupo de pessoas que hierarquicamente se
subordinam.

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Breve resumo – Teoria Clássica (Fayol)

Obsessão pelo comando - Fayol centrou seus estudos na unidade do comando, na autoridade e na
responsabilidade.

Empresa como sistema fechado – outra crítica freqüentemente endereçada à administração


clássica é que considerava a empresa como um sistema fechado.

Fayol enunciou as funções precípuas da gerência administrativa. O conjunto das funções


administrativas forma o processo administrativo: planejar,comandar,organizar,controlar e cordenar.

A Teoria Clássica de Fayol complementou o trabalho de Taylor, substituindo a


abordagem analítica e concreta de Taylor por uma abordagem sintética, global e
universal. Propôs a racionalização da estrutura administrativa e a empresa passa
a ser percebida como uma síntese dos diversos órgãos que compõe a sua
estrutura. A preocupação maior de Fayol é para com a direção da empresa dando
ênfase às funções e operações no interior da mesma. Estabeleceu os princípios
da boa administração, sendo dele a clássica visão das funções do administrador:
organizar, planejar, coordenar, comandar e controlar.

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Princípios defendidos por Fayol

Divisão do Trabalho – a especialização dos funcionários, dos executivos da administração aos operários da fábrica, favorece a
eficiência na produção, aumentando a produtividade.

Autoridade e Responsabilidade – autoridade é o direito dos superiores hierárquicos de dar ordens que serão supostamente
obedecidas; responsabilidade é a contrapartida da autoridade.

Unidade de Direção – o controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para o grupos de atividades com os mesmos
objetivos.

Unidade de Comando – um empregado deve receber ordens de apenas um supervisor, evitando contra-ordens.

Disciplina – necessidade de se estabelecer normas de conduta e de trabalho, válidas para todos os funcionários. A ausência de
disciplina joga a organização no caos.

Prevalência dos interesses Gerais – os interesses gerais da corporação devem prevalecer sobre os interesses individuais.

Centralização – as atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas.

Hierarquia (cadeia Escalar) – defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando á risca uma linha de autoridade fixa.

Ordem – deve ser mantida em toda a organização, preservando um lugar para cada coisa (pessoa) e cada coisa (pessoa)em seu
lugar.

Equidade – a justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos funcionários a
empresa.

Estabilidade dos funcionários – a alta rotatividade do pessoal tem conseqüências negativas sobre o desempenho da organização e o
moral dos trabalhadores.

Iniciativa – deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.

Espírito de Corpo – (“Sprit de corps”) – O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro das equipes.Os
componentes de um mesmo grupo precisam ter consciência consciências de classe, para com isso defender seus propósitos.

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(2016/CESPE/TCE-PA). Com relação às diferentes abordagens da administração e à evolução da
administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.

Dar tratamento com benevolência e justiça às pessoas, sem dispensar a energia e o rigor necessários,
é uma tendência difundida desde a escola clássica de Fayol.

(A) correta
(B) errada

Resposta Correta:
(A) correta

Comentário:

Dentre os princípios defendidos por Fayol está o da EQUIDADE, que pressupões a justiça e a
benevolência.

(2016/FCM/IF Sudeste – MG). Do ponto de vista da abordagem clássica da administração, os


princípios descritos por Fayol não preconizavam rigidez, uma vez que na administração nada
existe de rígido ou absoluto.

De acordo com o precursor dessa a ordagem “tudo em Administração questão de medida


ponderação e bom senso. Os princípios são universais e maleáveis e adaptam-se a qualquer
tempo lugar ou circunstância” (CHIAVENATO 2008 p. 11).

Considerando a abordagem referenciada e os princípios gerais da administração, marque (V) para


verdadeiro ou (F) para falso.

( ) iniciativa e espírito de equipe.


( ) divisão do trabalho e disciplina.
( ) autoridade, responsabilidade e equidade.
( ) unidades de comando e direção e cadeia escalar.
( ) subordinação e centralização de interesses individuais.

A sequência correta é:

a) V, V, V, V, F.
b) V, F, V, F, F.
c) V, V, V, F, V
d) F, F, F, V, F.
e) F, V, F, V, V.

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Resposta Correta:
(A) V, V, V, V, F.

Comentário:
Dentre os princípios defendidos por Fayol está o da CENTRALIZAÇÃO, as atividades cruciais da
organização e a autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas. Observe o princípio e atente
que ele não foca em interesses individuais e sim na organização.

(2015/CAIP-IMES/DAE de São Caetano do Sul – SP) A ___________________ é a corrente


iniciada por Fayol para o tratamento da Administração como ciência na formatação e
estruturação das organizações.

a) Administração Cientifica
b) Teoria Clássica
c) Teoria da Contingência
d) Teoria Estruturalista

Resposta Correta:
b) Teoria Clássica

Comentário:
A teoria de administração clássica foi fundada por Henry Fayol logo após a primeira guerra mundial
(1914-1917) e tem como ponto de parida o estudo científico da administração.

 Teoria Burocrática

Max Weber identifica certas características da organização formal voltada


exclusivamente para a racionalidade e para a eficiência. Em suas dimensões
essenciais muitos dos aspectos do modelo burocrático podem ser encontrados em
Taylor e Fayol: a divisão do trabalho baseada na especialização funcional; hierarquia
e autoridade definidas; sistema de regras e regulamentos que descrevem direitos e
deveres dos ocupantes dos cargos; sistema de procedimentos e rotinas;
impessoalidade nas relações interpessoais, promoção e seleção baseadas na
competência técnica, dentre outros.

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A teoria burocrática de Max Weber é uma espécie de organização humana
baseada na racionalidade, ou seja, os meios devem ser analisados e
estabelecidos de maneira totalmente formal e impessoal, a fim de alcançarem os
fins pretendidos. Dessa forma, na teoria burocrática há grande ênfase na
eficiência.

Breve resumo – Teoria Burocrática (Weber)

Divisão do trabalho baseada na especialização funcional;

Hierarquia e autoridade definidas;

Sistema de regras e regulamentos que descrevem direitos e deveres dos ocupantes dos cargo;

Sistema de procedimentos e rotinas;

Impessoalidade nas relações interpessoais;

Promoção e seleção baseadas na competência técnica.

 Teoria das relações humanas

Na década de 1930 psicólogos e cientistas sociais, afirmavam que o homem só


trabalha por dinheiro. Acreditavam que as aplicações da administração científica
eram insuficientes para o êxito profissional. Essas colocações trouxeram resultados
desagradáveis como a desumanização do trabalho, tendo em vista o modo rígido de
supervisão para realização de tarefas. Os estudiosos da época percebiam que a

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rigidez das normas de trabalha dificultavam o relacionamento dos trabalhadores em
meio ao ambiente de trabalho, (MASIERO, 2007).
Helton Mayo, o mais importante contribuinte para a escola das relações
humanas realizou um estudo que visava em principio entender a produtividade e
luminosidade no local do trabalho. Esperava-se que ao aumentar a luminosidade
aumentaria o desempenho dos trabalhadores, assim como se diminuísse a
luminosidade, diminuiria o desempenho dos trabalhadores. No entanto ao trocarem
as lâmpadas por outras de uma mesma potência notou-se a queda do desempenho
dos trabalhadores levando a conclusão de que o que realmente poderia levar em
consideração era o estado psicológico dos trabalhadores. Foi analisado então outros
fatores como horário de descanso e alimentação. Porém os resultados foram
diferentes do esperado, pois se notou novamente a influência de fatores psicológicos.
Enfim foi realizado outro experimento pelo qual foi separado um grupo de seis
trabalhadores e colocado sob uma supervisão mais branda onde foi encontrado
um resultado satisfatório, pois os trabalhadores se sentiam mais liberdade e
motivação (MASIERO, 2007). Portanto com esta escola descobriu-se o "homem
social" da organização.

O Movimento das Relações Humanas surge da crítica à Teoria da Administração


Científica e a Teoria Clássica, porém o modelo proposto não se contrapõe ao
taylorismo. Combate o formalismo na administração e desloca o foco da
administração para os grupos informais e suas inter-relações, oferecendo
incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser reduzido
a esquemas simples e mecanicistas. A Escola das Relações Humanas depositou
na motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os
objetivos da organização. Defende a participação do trabalhador nas decisões
que envolvessem a tarefa, porém essa participação sofre restrições e deve estar
de acordo com o padrão de liderança adotado.

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Breve resumo – Teoria Relações Humanas (Mayo)

Descobriu-se o "homem social" da organização

Combate o formalismo na administração e desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações

Oferta de incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas

Depositou na motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os objetivos da organização

Defende a participação do trabalhador nas decisões que envolvessem a tarefa

 Teoria de Sistema

A abordagem da teoria de sistema foi desenvolvida pelo Bertalanffy, que


iniciou um movimento intelectual visando uma ciência unificada. Segundo Masiero
(2007) sistema seria "um conjunto de elementos que inter-relacionam de forma coesa
e integrada, buscando atingir determinado objetivo". Mais tarde ela obteve a projeção
definitiva a partir do trabalho de Katz e Kahn no ano de 1987.
A abordagem da estrutura de sistema relaciona a estrutura (organização)
com o meio que lhe dá suporte e afirma que a maneira de manter a organização
é fortalecer os seus recursos humanos que é a fonte motivadora da mesma. A
palavra sistema está intimamente ligada com a palavra ambiente. O sistema
necessita de constantes informações vindas do ambiente, para ser analisado o
desempenho de produção a fim de atingir os seus objetivos. (ARAÚJO, 2007).

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O pensamento desses autores leva a crer que a comunicação é a essência de
uma organização, visto que através da comunicação os diversos departamentos das
instituições se interligam.

A Teoria dos Sistemas surge de estudos do biólogo alemão Ludwig Von


Bertalanfly publicados entre 1950 e 1968 e busca formulações conceituais
passíveis de aplicação na realidade empírica. Para este autor "um sistema pode
ser definido como um complexo de elementos em interação”. Interação significa
que os elementos estão em relação. E que os comportamentos destes elementos
modificam–se quando há mudança na relação.

Tipos de sistemas:

Podem ser classificados quanto a sua constituição, podem ser físicos ou


abstratos.

Físicos: São compostos de equipamentos, de maquinaria e de coisas reais.

Abstratos: São compostos de conceitos, filosofias, planos, hipóteses e ideias.


Há uma complementaridade entre sistemas físicos e sistemas abstratos: os
sistemas físicos precisam de um sistema abstrato para poder funcionar e
desempenhar suas funções. A recíproca também é verdadeira. Também
podem ser classificados quanto a sua natureza, os sistemas podem ser
fechados ou abertos.

Fechados: São sistemas que não apresentam intercambio com o meio


ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer influência
ambiental. Sendo assim os sistemas fechados não recebem influência do
ambiente e também não influenciam o ambiente.

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Abertos: São sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o
ambiente, através de entradas e saídas. Os sistemas abertos trocam matéria e
energia regularmente com o meio ambiente.

A Teoria dos Sistemas acolheu o conceito no qual as organizações são


sistemas abertos, ou seja, que trocam continuamente energia (ou matéria-prima,
informações etc.) com o meio ambiente.
Portanto, não podemos entender uma organização sem saber o contexto em
que ela opera. Do mesmo modo, uma organização é a soma de suas partes (gerência
de marketing, gerência de finanças etc.) e uma área depende da outra – o conceito
de interdependência.

Breve resumo – Teoria Geral dos Sistemas (Bertalanfly)

Elementos interligados para formar um todo;

O todo apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos isolados

Todo sistema tem um ou alguns propósitos ou objetivos.

Todo sistema tem uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudanças em todas as suas outras unidades.

O sistema sempre reagira globalmente a qualquer estimulo produzido em qualquer parte ou unidade.

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(2016/Quadrix/CRF-PR) A ênfase no ambiente surgiu com a _________ (que trata as
organizações como sistemas abertos em constante interação e intercâmbio com o meio
ambiente), sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a
ênfase na tecnologia. Mais recentemente, as novas abordagens trouxeram à tona a emergente
necessidade de competitividade das organizações em um mundo globalizado e carregado de
mudanças e transformações.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

a) Teoria dos Sistemas


b) Teoria das Relações Humanas
c) Teoria do Desenvolvimento Organizacional
d) Teoria Estruturalista
e) Teoria Neoclássica

Resposta Correta:
A) Teoria dos Sistemas

Comentário:
A Teoria dos Sistemas surge de estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanfly publicados entre
1950 e 1968 e busca formulações conceituais passíveis de aplicação na realidade empírica. Para este
autor "um sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação”. Interação
significa que os elementos estão em relação. E que os comportamentos destes elementos modificam–
se quando há mudança na relação.

(2014/FGV/AL-BA) Dentre as teorias administrativas, uma delas se mostrou inovadora pelo fato
de ter trazido à tona a ideia de que o ambiente externo possui influência direta no ambiente
organizacional. Com isso, abandonou-se o antigo conceito de que a organização era um
ambiente à parte do contexto social e que, apenas um aprimoramento dos processos internos
garantiria o sucesso da empresa.

Essa teoria ficou conhecida como:

a) Teoria de Taylor.
b) Teoria Quântica.
c) Teoria dos Sistemas.
d) Teoria Comportamental.
e) Teoria da Burocracia.

Resposta Correta:
c) Teoria dos Sistemas.

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Comentário:
A abordagem da estrutura de sistema relaciona a estrutura (organização) com o meio que lhe dá
suporte e afirma que a maneira de manter a organização é fortalecer os seus recursos humanos que é
a fonte motivadora da mesma. A palavra sistema está intimamente ligada com a palavra ambiente. O
sistema necessita de constantes informações vindas do ambiente, para ser analisado o desempenho
de produção a fim de atingir os seus objetivos. (ARAÚJO, 2007).

 Teoria Contingencial

A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de Lawrence e


Lorsch sobre a confrontação da organização versus ambiente.
Uma característica importante da teoria da contingência é que não se
consegue sucesso na organização partindo de um único ponto, é necessária
diversidade de alternativas para encaminha estudos, demandas organizacionais
e problemas (ARAÚJO, 2007).
Segundo Masiero (2007), contingência significa eventualidade, incerteza, ou
seja, a teoria da contingência aborda as diferentes formas de administrar, a forma de
administrar é "relativa", envolvendo uma série de fatores, assim sendo, a maneira que
uma organização deve ser administrada está condicionada ao ambiente em que ela
está inserida.
O fato da teoria de contingência considerar a forma de administrar relativa,
dependendo do ambiente em que a organização está envolvida limita o processo
administrativo, pois não estabelece nenhum técnico padrão, e por outro lado
enriquece as habilidades do administrador.

A busca por modelos de estruturas organizacionais eficazes, relacionando


variáveis ambientais e formas estruturais, dá origem a Abordagem Contingencial e
marca o surgimento de um modelo denominado orgânico nas organizações. Este
modelo, dotado de grande flexibilidade, descentralização e desburocratização, é
colocado como opção para ambientes em constante mutação e condições
instáveis, contrapondo–se, de certa forma, ao modelo mecanicista que prevalece
em situações e ambientes relativamente estáveis.

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No que se refere à organização do trabalho esta abordagem privilegia a
análise tecnológica, entre as diversas contingências, no sentido de limites à
reorganização do trabalho. Está associada à participação do trabalhador, sendo
que os estudos desenvolvidos colocam a participação relacionada às variáveis de
condições estruturais, que facilitam ou dificultam a interação trabalhador/gerência e a
propensão dos trabalhadores para buscar a participação. Desmistifica a
administração científica do trabalho e reconhece os fatores contingenciais que
interferem nas organizações e nas relações funcionais.

Breve resumo – Teoria Contingencial (Lawrence e Lorsch)

A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema aberto.

As características organizacionais apresentam uma interação entre si e com o ambiente.

As características ambientais são as variáveis independentes, enquanto as características organizacionais são


variáveis dependentes daquelas.

(2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) Em relação às principais abordagens teóricas da administração,


julgue o item a seguir.

Cronologicamente, a perspectiva contingencial da administração é contemporânea à administração


científica.

(A) Certa
(B) Errada

Resposta Correta:
(B) Errada

Comentário:
Em outras palavras, a questão quer saber se é verdade que a Teoria da Contingencia surgiu na
mesma época que a científica. O que está errado, pois a administração contingencia é contemporânea
e a científica foi criada no início do século XX.

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(2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) A administração é um processo de criação, direção,
manutenção, operação e controle de uma organização. A respeito desse assunto, julgue o
próximo item.

De acordo com a abordagem contingencial da administração, uma organização dinâmica relaciona-se


com o ambiente externo ajustando-se a ele ou modificando-o.

(A) Certa
(B) Errada

Resposta Correta:
(A) Certa

Comentário:
As contingências seriam responsáveis pela estruturação da organização, cujo foco estaria em
responder aos estímulos do ambiente, criando produtos e serviços que, por sua vez, também
modificariam o ambiente. Segundo Lawrence e Lorch, o ambiente interage com a organização e vice-
versa.

(2016/ESAF/ANAC). Indique qual abordagem da administração preconiza que situações


diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso das teorias tradicionais,
comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para resolver problemas das
organizações.

a) Teoria da Administração Científica.


b) Teoria Administrativa.
c) Teoria da Burocracia.
d) Teoria Estruturalista.
e) Teoria Contingencial

Resposta Correta:
e) Teoria Contingencial

Comentário:
A teoria da contingência baseia-se na premissa da inexistência de um modelo que se adapte a todas
as empresas em todas as circunstâncias, pois as mudanças ocorrem nos sistemas em função do
impacto de determinados tipos de ocorrências. A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de
absoluto, ou seja, tudo é relativo nas organizações ou na teoria administrativa. Existe uma relação
funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance
eficaz dos objetivos nas organizações.

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 Abordagem Sócio–Técnica

De um amplo arranjo de teorias e técnicas das ciências comportamentais


surge a Abordagem Sócio–Técnica com ênfase nas relações entre o funcionamento
dos subsistemas social (os indivíduos e suas relações, relações sociais no trabalho e
cultura), e técnico (tecnologia, máquinas e equipamentos, procedimentos e tarefas);
princípio da otimização conjunta; escolha organizacional; desenvolvimento de
trabalho em grupos semiautônomos; preocupação com evolução e aprendizado
contínuo. Coloca–se numa lógica distinta e oposta de organização do trabalho
em relação ao modelo taylorista–fordista.

É importante salientar que não há um corpo único de conceitos que


represente a essa teoria.

O conceito sociotécnico está relacionado ao de sistemas abertos, em função de


pressupostos, como a interdependência das partes, equilíbrio dos estados e
efeitos sistêmicos. As organizações então são tratadas como “sistemas
sociotécnicos, compostos pelos su sistemas social e t cnico” sendo que a visão
desses dois subsistemas é integrada (e não dissociada) e as mudanças
percebidas em cada um deles, refletem-se no sistema como um todo.

23
Breve resumo – Teoria Sócio Técnica

O trabalho não pode ser apenas considerado um conjunto de tarefas rotineiras e individuais justapostas, mas sim um
sistema de atividades que tem uma unidade clara, formada por partes diferenciadas que devem ser integradas e reagir;

O grupo organizacional, e não o indivíduo, deve ser a unidade de análise principal

Deve-se trabalhar a perspectiva de que o próprio grupo de trabalho tem de se ajustar de modo informal e organizar seu
trabalho, e não a imposição de regras externas e o controle burocrático excessivo, que geram reações do grupo
informal e mostram não ser efetivos;

Quando o sistema de trabalho necessita ser modificado, são as funções e tarefas que devem ser vistas como
redundantes e modificadas, e não os indivíduos; dessa forma, eles estarão prontos a readaptar-se e adquirir novas
habilidades, sem se especializar em demasia, o que é positivo para o sistema organizacional.

Os papéis sociais no ambiente de trabalho não devem ser prescritivos, uma vez que, tendo autonomia, os atores sociais
sentir-se-ão mais à vontade para modificar o seu comportamento e adquirir novos padrões de conduta no caso de
mudança de tarefas e de estrutura organizacional.

Os indivíduos não são meras extensões das máquinas, eles a completam.

A padronização excessiva das habilidades dificulta a mudança organizacional. Certa ambiguidade e diversidade cultural
são necessárias nesse contexto.

A partir dos anos 80 foram sendo difundidas, alternativas administrativas, de


gestão e organização do trabalho que estão associadas, frequentemente, à
superação dos modelos taylorista/fordistas de organização do trabalho, na medida
em que podem favorecer a participação dos trabalhadores nos processos de tomada
de decisão. Enfatizam a cooperação; a valorização de grupos de trabalho; a
diminuição de níveis hierárquicos; autogerenciamento por setores e áreas; delegação
de tarefas, responsabilidade compartilhada e transparência nas decisões.

24
1.2 Teorias da administração e as influências para o Setor Saúde

A atenção à saúde ao longo da história da humanidade vem sendo


desenvolvida de muitos modos e por diversos atores sociais. "Nunca foi um espaço
exclusivo de atuação profissional, e nem envolveu uma única abordagem
diagnóstico–terapêutica”. É possível, no entanto, identificar em diferentes períodos
históricos abordagens hegemônicas. Desenvolve–se em diversos espaços sociais,
porém, atualmente, no mundo todo ocorre, majoritariamente em instituições formais
públicas e privadas de âmbito ambulatorial ou hospitalar.
O trabalho em saúde "é um trabalho essencial para a vida humana e é parte
do setor de serviços. É um trabalho da esfera da produção não–material, que se
completa no ato de sua produção. [...] O produto é indissolúvel do processo que o
produz, é a própria realização da atividade. O trabalho em saúde envolve um trabalho
profissional, realizado por trabalhadores que dominam os conhecimentos e técnicas
especiais para assistir o indivíduo ou grupo com problemas de saúde ou com risco de
adoecer, em atividades de cunho investigativo, preventivo, curativo ou com o objetivo
de reabilitação".
No espaço institucional, esse trabalho envolve um conjunto de profissionais
especializados, sendo que o número e a composição da equipe são definidos, dentre
outros critérios, pelo tipo e complexidade do serviço prestado. Nos espaços
ambulatoriais atuam, pelo menos, médico, enfermeiro e trabalhadores de
enfermagem de nível médio (quando existem), porém, dependendo da complexidade
destes serviços pode–se observar a presença de outros profissionais como:
nutricionistas, psicólogos, bioquímicos, odontólogos, assistentes sociais e outros. No
hospital, instituição geralmente mais complexa, observa–se uma inserção cada vez
maior de profissões da saúde além de trabalhadores das áreas administrativas,
limpeza, manutenção ou outras que se fizerem necessárias.
Uma análise da organização do trabalho, nestes espaços tem que considerar
os diferentes processos de trabalho e as diferenças institucionais. Além disso, as
necessidades de atenção à saúde e o modelo assistencial adotado demandam
mudanças gerenciais. Exemplo disto é o processo de implantação, no Brasil, do

25
Sistema Único de Saúde (SUS) cujas diretrizes de descentralização e regionalização,
e princípios de integralidade, equidade e resolutividade geram demandas gerencias
diferenciadas, exigindo mudanças na organização e gestão do trabalho para sua
concretização.
A organização do trabalho e o gerenciamento no setor saúde,
especialmente no ambiente hospitalar sofre, até hoje, forte influência do modelo
taylorista/fordista, da administração clássica e do modelo burocrático.
As organizações de saúde configuram–se em instituições complexas, em que
convivem projetos políticos bastante diferenciados entre si, influenciando a gestão e
organização do trabalho. A instituição hospitalar coloca–se como um amplo campo de
disputas de grupos profissionais altamente qualificados e com grande autonomia de
trabalho, os quais não se subordinam às chefias superiores ou a uma direção, no
clássico modelo taylorista–fordista. Além disso, existe uma forte fragmentação das
linhas de mando entre as várias categorias e as corporações organizam–se, até certo
ponto, segundo lógicas próprias. Estudos recentes realizados no Brasil apontam que
nas instituições hospitalares existem três grupos principais: os médicos, a
enfermagem e o corpo administrativo.
A estrutura organizacional dos hospitais segue ainda nos dias de hoje as
diretrizes estabelecidas por organogramas clássicos, as estruturas hierarquizadas
verticais, fragmentação das responsabilidades, formalização das relações, pautando–
se nas lógicas de autoridade legal, herdados da concepção burocrática. No entanto,
atualmente, muitos autores têm desenvolvido estudos em busca de novos rumos para
a gestão e organização do trabalho em saúde utilizando teorias administrativas mais
atuais como a estruturalista, a contingencial e outras, bem como tem apontado as
dificuldades para promover mudanças no modelo de gestão, em especial nos
hospitais públicos brasileiros.
A adoção de modelos mais democráticos e participativos implica em 'mexer
em esquemas de poder' e isto envolve uma gama de trabalhadores no meio
hospitalar. Qualquer mudança na estrutura de gerenciamento destas organizações
implica em negociações com os diversos segmentos para que se concretize".
A organização do trabalho, a divisão parcelar e a fixação do profissional a
uma determinada etapa do processo terapêutico, tendem a produzir alienação. Para

26
mudar a realidade do trabalho em saúde "é necessário reaproximar os trabalhadores
do resultado de seu trabalho. [...] voltar a valorizar o orgulho profissional. É
necessário que as instituições procurem mecanismos que favoreçam o envolvimento
dos trabalhadores para efetuar as mudanças. [...] tornar a reinvenção uma
possibilidade cotidiana e garantir a participação da maioria nesses processos são
maneiras de implicar trabalhadores com as instituições e com os pacientes. ”
A perspectiva de construção de organogramas mais horizontais, de um
modelo de gestão mais participativa nestas instituições, implica em reunir os
profissionais naquilo que os mesmos têm em comum: o objeto de trabalho. A
atenção ao usuário é a única proposta capaz de reunir grupos profissionais com
interesses e lógicas de organização do trabalho tão diferenciadas e esta proposta
deve ser amplamente negociada entre os diversos segmentos, com vistas à
construção de uma proposta assistencial o mais consensual possível.
Os modelos clássicos de gerenciamento influenciaram a administração de
recursos humanos em saúde o que, nas últimas décadas, têm levado as
organizações a resultados insatisfatórios e ineficientes, pois não respondem as
necessidades atuais. A descentralização promovida pela implantação do SUS, no
Brasil, as mudanças no modelo assistencial, bem como outros fatores como uso
intensivo de tecnologia de ponta, flexibilização das relações de trabalho e outros
exigem um gerenciamento voltado para a realidade atual.

1.3. A enfermagem neste contexto

Na 2ª metade do século XIX, o modelo proposto por Florence Nightingale na


Inglaterra, influenciado pela lógica de organização capitalista do trabalho, institui a
divisão entre trabalho intelectual e manual e a hierarquização no trabalho da
enfermagem, ainda tão presente em nossos dias. Neste modelo a enfermeira
desempenha a função de gerente centralizador do saber, que domina a concepção
do processo de trabalho de enfermagem e delega atividades parcelares aos demais
trabalhadores de enfermagem.

27
A teoria da administração científica, que tem influenciado a organização e
gestão do trabalho industrial, também tem influenciado os serviços de saúde e a
enfermagem. Como herança desta teoria, presente até os dias atuais, destaca–
se: a ênfase no "como fazer", a divisão do trabalho em tarefas, a excessiva
preocupação com manuais de procedimentos, rotinas, normas, escalas diárias
de distribuição de tarefas, fragmentação da assistência, dentre outros.

Destaca–se na equipe a preocupação em cumprir a tarefa e o desempenho é


avaliado pelo quantitativo de procedimentos realizados. Técnicos e auxiliares
cuidam da assistência direta e a enfermeira assume a supervisão e o controle
do processo de trabalho.

O enfermeiro gerencia o trabalho da equipe com muitas características das


abordagens taylorista, fayolista e burocrática. Volta–se para o cumprimento de
normas rotinas e tarefas, reproduzindo aquilo que outros profissionais e a instituição
esperam, deixando, muitas vezes, de priorizar as necessidades do doente e gerando
descontentamento e desmotivação nos trabalhadores de enfermagem. O poder de
decisão é centralizado no enfermeiro/a, enfatiza–se a disciplina desconsiderando as
pessoas e as relações interpessoais.
Herda da teoria burocrática a excessiva burocratização. O pessoal de
enfermagem assume características de técnicos especializados, com comportamento
e posições definidas institucionalmente, valorizando normas e regras. As chefias de
enfermagem assumem um papel administrativo voltado para os interesses da
instituição; a vontade do enfermeiro se sobrepõe a dos demais trabalhadores,
caracterizando um processo de dominação, impessoalidade, relações hierárquicas e
ênfase na comunicação formal.
Influenciada pelo movimento das relações humanas surge a discussão acerca
da importância da liderança e da comunicação na formação do enfermeiro para
qualificar o seu trabalho com o pessoal de enfermagem.

28
Percebe–se que mais recentemente a enfermagem tem sofrido a influência de
outras teorias da administração. Estas influências ainda não são suficientemente
significativas e não representam mudanças maiores na organização dos serviços de
enfermagem. "A busca por novas formas de gestão nos serviços de saúde torna
necessária à incorporação de novos conhecimentos e habilidades, sintonizados a
uma prática administrativa mais aberta, mais flexível e participativa". No entanto, o
ensino da administração nos cursos de enfermagem continua, predominantemente,
voltado para as velhas teorias administrativas, não preparando o enfermeiro para
uma intervenção adequada na realidade e para uma gerência inovadora e centrada
na aquisição de competências.
No debate atual sobre a necessidade de mudança na gestão e organização
do trabalho na enfermagem destacam–se contribuições teóricas e práticas
envolvendo a defesa e implementação dos chamados "cuidados integrais"; o
envolvimento da equipe de enfermagem, bem como do usuário e família no
planejamento e avaliação da assistência; a gestão participativa dos serviços de
enfermagem; o trabalho em equipe; a educação no trabalho como forma de garantir o
desenvolvimento contínuo dos trabalhadores e também como fator de motivação para
o trabalho.

(2016/CESGRANRIO/UNIRIO). Nas organizações de saúde, é fundamental, para os profissionais


que ali desenvolvem seu trabalho, saber gerenciar situações de conflitos e encaminhar
negociações.

A partir do enfoque contemporâneo da administração, para gerenciar situações de conflito no


cotidiano do trabalho da equipe de uma determinada Unidade, o enfermeiro deve:

a) reconhecer os fatores geradores do conflito para suprimi-los, aperfeiçoando as normas da


organização.
b) buscar a harmonia na situação, sem abordar o conflito diretamente, de modo a evitar
aborrecimentos ou problemas emocionais.
c) criar condições para que os conflitos possam ser explicitados e discutidos entre os membros da
equipe, na busca de soluções integrativas dos problemas.
d) determinar a estratégia para a solução do conflito, impondo suas preferências diante da situação-
problema.
e) impedir que os conflitos gerados entre os membros da equipe da Unidade sejam compartilhados
com a Chefia de Enfermagem.

29
Resposta Correta:
c) criar condições para que os conflitos possam ser explicitados e discutidos entre os membros
da equipe, na busca de soluções integrativas dos problemas.

Comentário:
O enfoque contemporâneo da administração nos remete à mediação de conflitos através de diálogos
em equipe, onde todos possam explicitar sua visão e pensamento buscando soluções conjuntas.

(2016/IDECAN/Prefeitura de Miraí – MG) Os sistemas de saúde são compostos de estruturas


distintas dividindo-se em assistenciais e de “função”. Pode-se afirmar que se tratam das
assistenciais, EXCETO:

a) Hospitais.
b) Ambulatórios.
c) Laboratórios clínicos.
d) Estruturas com atividade de regulação.

Resposta Correta:
d) Estruturas com atividade de regulação.

Comentário:
Levando em consideração o conceito de sistema, dado pela Teoria do Sistema – "um sistema pode ser
definido como um complexo de elementos em interação”. Interação significa que os elementos estão
em relação. “E que os comportamentos destes elementos modificam–se quando há mudança na
relação.” Das estruturas citadas na questão a única que não se configura como um sistema
ASSISTENCIAL são aquelas relacionadas com atividades de regulação.

(2015/NUCEPE/FMS) A estrutura formal de uma organização causa impacto na comunicação. As


pessoas em níveis mais inferiores na hierarquia organizacional estão mais suscetíveis a uma
comunicação inadequada oriunda dos níveis superiores. Assinale a alternativa que NÃO
corresponde a uma das características que dificultam a comunicação nas grandes
organizações:

a) A distância espacial na organização pode ser uma barreira a comunicação.


b) Subgrupos e subculturas diferentes na organização têm seu próprio sistema de valores e
identidades. Os membros desses subgrupos estabelecem uma lealdade entre si. A consequência são
decodificações diferentes das mensagens oriundas da administração, dependendo da importância das
mesmas para as coisas que o subgrupo valoriza e batalha para conseguir.

30
c). As pessoas estão estruturadas em diferentes sistemas de relacionamento nas organizações. Existe
uma estrutura de trabalho em que as tarefas devem ser realizadas por determinadas pessoas. Existe
também uma estrutura de autoridade quando alguns funcionários estão encarregados da supervisão
de outros. Uma estrutura de status determina quais as pessoas detentoras de direitos e privilégios.
Uma estrutura de prestígio possibilita que alguns indivíduos tenham tratamento diferenciado dos
outros. A estrutura de amizade estimula a confiança interpessoal. Todos esses sistemas influenciam
quem deve se comunicar com quem e de que maneira.
d). As organizações estão em um constante estado de fluxo. As relações (subgrupos, ou subculturas) e
os locais geográficos mudam constantemente. Fica difícil comunicar as decisões a todas as pessoas
afetadas por elas devido a esse permanente estado de mudança.
e) A comunicação deve ser clara, simples e precisa. O administrador (emissor) não é responsável por
garantir que a mensagem seja compreendida, essa função é do supervisor.

Resposta Correta:
e) A comunicação deve ser clara, simples e precisa. O administrador (emissor) não é
responsável por garantir que a mensagem seja compreendida, essa função é do supervisor.

Comentário:
A comunicação nas organizações deve ser uma condição sine qua non para a harmonia do trabalho
em equipe. As assertivas trazem situações que dificultam este processo, salvo a letra e, que traz a
característica de uma boa comunicação.

(2014/CEPERJ/VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO) Segundo Kurgant (2011), para envolver os


recursos humanos no caminho da melhoria da qualidade da assistência de enfermagem é
essencial o desenvolvimento de estratégias institucionais que favoreçam que as pessoas
trabalhem com mais:

a) competitividade
b) abstenção
c) astúcia
d) motivação
e) hierarquia

Resposta Correta:
d) motivação

31
Comentário:
No debate atual sobre a necessidade de mudança na gestão e organização do trabalho na
enfermagem destacam–se contribuições teóricas e práticas envolvendo a defesa e implementação dos
chamados "cuidados integrais"; o envolvimento da equipe de enfermagem, bem como do usuário e
família no planejamento e avaliação da assistência; a gestão participativa dos serviços de
enfermagem; o trabalho em equipe; a educação no trabalho como forma de garantir o desenvolvimento
contínuo dos trabalhadores o que demonstra a importância do fator de motivação para o trabalho.

(2014/FCCÓ/TRT - 13ª Região (PB). Para a elaboração do Programa de Treinamento e


Desenvolvimento destinados aos profissionais de enfermagem, a Educação Continuada, como
agente de transformação da realidade organizacional, deverá adotar uma metodologia que
favoreça a:

I. reflexão crítica.

II. adoção de técnicas de ensino prescritivas.

III. individualização do processo de ensino-aprendizagem.

Está correto o que consta APENAS em


a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I
e) III.

Resposta Correta:
b) I e III.

Comentário:
Dentro da administração em enfermagem uma das ações que deve ser implementada é o treinamento,
que consiste em uma ação sistematizada de capacitação teórico-prática e adaptação, realizado em
curto prazo. Para obter sucesso em sua ação educativa, o enfermeiro deve adotar uma metodologia
que favoreça a reflexão crítica, a criatividade, a confiança, a troca de experiências e informações, e
abandonar técnicas de ensino prescritivas, preocupando-se também em individualizar o processo de
ensino aprendizagem.

32
(2013/IBFC/SEPLAG-MG). Considerando os tipos de estruturas organizacionais dos serviços de
enfermagem, a figura abaixo representa:

a) Estrutura organizacional linha-assessoria (Fayol), que possui um órgão de linha (órgão de


execução) e um órgão de assessoria (órgão de apoio), visando resolver problemas das estruturas
linear e funcional. Pode gerar conflitos, pois órgão assessor não tem autoridade.
b) Estrutura Matricial (Inovadora), que é baseada na Teoria das Relações Humanas, isto é, com
departamentalização matricial e dupla ou múltipla subordinação.
c) Estrutura Linear (Fayol - Teoria Clássica), que possui forma piramidal, flexibilidade no princípio de
hierarquia e descentralização da decisão.
d) Estrutura Funcional (Taylor-Administração Científica), que possui rigidez no princípio de hierarquia,
única unidade de comando; linhas diretas de comunicação e centralização das decisões.

Resposta Correta:
a) Estrutura organizacional linha-assessoria (Fayol), que possui um órgão de linha (órgão de
execução) e um órgão de assessoria (órgão de apoio), visando resolver problemas das
estruturas linear e funcional. Pode gerar conflitos, pois órgão assessor não tem autoridade.

Comentário:
Fayol propôs a racionalização da estrutura administrativa e a organização passa a ser percebida como
uma síntese dos diversos órgãos que compõe a sua estrutura. A preocupação maior de Fayol é para
com a direção da empresa dando ênfase às funções e operações no interior da mesma.

(2013/FCC/TRT - 5ª Região (BA) A estrutura de organização de um serviço de enfermagem


segue rigidamente o princípio da hierarquia, com aplicação do princípio da unidade de
comando e da centralização das decisões no topo da hierarquia. A denominação dessa
organização, que constitui a forma estrutural mais simples, é:

a) matricial.
b) linha assessoria.

33
c) funcional.
d) linear.
e) administrativa científica.

Resposta Correta:
d) linear.

Comentário:

 Estrutura de organização funcional: É o tipo de estrutura organizacional que tem como base a
“supervisão funcional”, proposta por Taylor (Administração Científica), que aplica o princípio da
especialização das funções. Tem como característica a autoridade funcional
 Estrutura Linear: Constitui a forma mais simples, e foi concebida por Fayol (Teoria Clássica). É
seguido rigidamente o princípio da hierarquia e autoridade linear única e decorrente da
unidade de comando. Nesse tipo de estrutura a centralização das decisões está no topo da
hierarquia.
 Estrutura de organização Linha de assessoria: Para o aconselhamento e recomendações aos
órgãos de linha, Fayol propôs órgãos staff ou de assessoria, que não obedecem aos princípios
de hierarquia e da autoridade de comando, dando origem a esse tipo de estrutura, que busca
incrementar as vantagens das estruturas linear e funcional e reduzir suas desvantagens.
 Estrutura Matricial: Dentre as estruturas inovativas, encontra-se a estrutura matricial, que tem
como base a departamentalização sobre os mesmos membros de uma organização, sendo
que um dos tipos normalmente é departamentalização por programas ou por projetos.

(2013/IBFC/EBSERH). Considerando a estrutura e organização do serviço de enfermagem (SE),


leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. O SE é um grupo organizado de pessoas, possui um número grande de pessoas, apresenta


diversidade e complexidade das atividades e necessidade de divisão e distribuição do trabalho.

II. O SE possui exclusivamente uma estrutura formal, que é planejada e formalizada oficialmente. Não
sofrendo influência da estrutura informal na dinâmica da instituição, atuação dos integrantes e no
alcance dos objetivos propostos.

III. A divisão do trabalho e especialização pode ser vertical e horizontal. Sendo que a divisão vertical
aumenta a qualidade da supervisão, acrescentando níveis hierárquicos.

IV. A Estrutura Linear (baseada em Fayol, na Teoria Clássica) apresenta as seguintes características:
forma piramidal, rigidez no princípio de hierarquia (órgãos de linha), centralização da decisão, limitação
e inflexibilidade à inovação e demora na ação.

34
a). Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b). Apenas as afirmativas II e III estão corretas
c). Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
d). Apenas a afirmativa IV está correta.

Resposta Correta:
c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.

Comentário:
O serviço de enfermagem é parte integrante do contexto da saúde, tem cultura própria e representa a
maior área em número de profissionais dentro de um hospital. É um serviço atuante vinte e quatro
horas por dia e seu objetivo é garantir a continuidade da assistência ao paciente. A equipe de
enfermagem é constituída pelo enfermeiro, técnicos e auxiliares de enfermagem, ou seja, um número
grande de profissionais que apresenta diversidade e complexidade das atividades e necessidade de
divisão e distribuição do trabalho.

O SE sofre influência direta da estrutura informal, um exemplo é dentro de uma equipe de


enfermagem, o enfermeiro é o líder formal, mas muitas vezes há técnicos de enfermagem que têm
mais influência na equipe que o próprio enfermeiro.

Em muitos hospitais, a estrutura organizacional da enfermagem foi inspirada no fayolismo,


configurando uma estrutura rígida com centralização do poder decisório, dificultando a resolução dos
problemas ocorridos nos setores de trabalho. Neste tipo de estrutura, muitas das decisões não estão
coerentes com a realidade, visto que as pessoas detentoras do poder decisório estão situadas no
ápice da cadeia hierárquica, distante do contato com os trabalhadores e com as situações vivenciadas
nos setores.

35
QUESTÕES

1. (IDECAN/Prefeitura de Carangola-MG/ 2012). Assinale a principal função


administrativa.

a) Método de administração
b) Planejamento
c) Organização
d) Política
e) Treinamento

2. (UFAL-COPEVE/Residência em Enfermagem – UFAL/ 2015) A Administração é uma


ciência relativamente nova, do início do século XX. Vários teóricos em administração
surgiram desde então, dando nomes a várias teorias. A Teoria Científica da
Administração foi proposta por

a) Frederick Taylor.
b) Elton Mayo.
c) Henry Fayol.
d) Kurt Lewin.
e) Max Weber.

3. (2016/CESPE/TCE-PA). Com relação às diferentes abordagens da administração e à


evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir.

Dar tratamento com benevolência e justiça às pessoas, sem dispensar a energia e o rigor
necessários, é uma tendência difundida desde a escola clássica de Fayol.

(A) correta
(B) errada

36
4. (2016/FCM/IF Sudeste – MG). Do ponto de vista da abordagem clássica da
administração, os princípios descritos por Fayol não preconizavam rigidez, uma vez
que na administração nada existe de rígido ou absoluto.

De acordo com o precursor dessa a ordagem “tudo em Administração questão de


medida, ponderação e bom senso. Os princípios são universais e maleáveis e
adaptam-se a qualquer tempo lugar ou circunstância” (CHIAVENATO 2008 p. 11).

Considerando a abordagem referenciada e os princípios gerais da administração, marque (V)


para verdadeiro ou (F) para falso.

( ) iniciativa e espírito de equipe.


( ) divisão do trabalho e disciplina.
( ) autoridade, responsabilidade e equidade.
( ) unidades de comando e direção e cadeia escalar.
( ) subordinação e centralização de interesses individuais.

A sequência correta é:

a) V, V, V, V, F.
b) V, F, V, F, F.
c) V, V, V, F, V
d) F, F, F, V, F.
e) F, V, F, V, V.

5. (2015/CAIP-IMES/DAE de São Caetano do Sul – SP) A ___________________ é a


corrente iniciada por Fayol para o tratamento da Administração como ciência na
formatação e estruturação das organizações.

a) Administração Cientifica
b) Teoria Clássica
c) Teoria da Contingência
d) Teoria Estruturalista

37
6. (2016/Quadrix/CRF-PR) A ênfase no ambiente surgiu com a _________ (que trata as
organizações como sistemas abertos em constante interação e intercâmbio com o
meio ambiente), sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente,
desenvolveu a ênfase na tecnologia. Mais recentemente, as novas abordagens
trouxeram à tona a emergente necessidade de competitividade das organizações em
um mundo globalizado e carregado de mudanças e transformações.

Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

a) Teoria dos Sistemas


b) Teoria das Relações Humanas
c) Teoria do Desenvolvimento Organizacional
d) Teoria Estruturalista
e) Teoria Neoclássica

7. (2014/FGV/AL-BA) Dentre as teorias administrativas, uma delas se mostrou


inovadora pelo fato de ter trazido à tona a ideia de que o ambiente externo possui
influência direta no ambiente organizacional. Com isso, abandonou-se o antigo
conceito de que a organização era um ambiente à parte do contexto social e que,
apenas um aprimoramento dos processos internos garantiria o sucesso da empresa.

Essa teoria ficou conhecida como:

a) Teoria de Taylor.
b) Teoria Quântica.
c) Teoria dos Sistemas.
d) Teoria Comportamental.
e) Teoria da Burocracia.

8. (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) Em relação às principais abordagens teóricas da


administração, julgue o item a seguir.

Cronologicamente, a perspectiva contingencial da administração é contemporânea à


administração científica.

38
(A) Certa
(B) Errada

9. (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) A administração é um processo de criação, direção,


manutenção, operação e controle de uma organização. A respeito desse assunto,
julgue o próximo item.

De acordo com a abordagem contingencial da administração, uma organização dinâmica


relaciona-se com o ambiente externo ajustando-se a ele ou modificando-o.

(A) Certa
(B) Errada

10. (2016/ESAF/ANAC). Indique qual abordagem da administração preconiza que


situações diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso das teorias
tradicionais, comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para
resolver problemas das organizações.

a) Teoria da Administração Científica.


b) Teoria Administrativa.
c) Teoria da Burocracia.
d) Teoria Estruturalista.
e) Teoria Contingencial

11. (2016/CESGRANRIO/UNIRIO). Nas organizações de saúde, é fundamental, para os


profissionais que ali desenvolvem seu trabalho, saber gerenciar situações de conflitos
e encaminhar negociações.

A partir do enfoque contemporâneo da administração, para gerenciar situações de


conflito no cotidiano do trabalho da equipe de uma determinada Unidade, o enfermeiro
deve:

a) reconhecer os fatores geradores do conflito para suprimi-los, aperfeiçoando as normas da


organização.

39
b) buscar a harmonia na situação, sem abordar o conflito diretamente, de modo a evitar
aborrecimentos ou problemas emocionais.
c) criar condições para que os conflitos possam ser explicitados e discutidos entre os
membros da equipe, na busca de soluções integrativas dos problemas.
d) determinar a estratégia para a solução do conflito, impondo suas preferências diante da
situação-problema.
e) impedir que os conflitos gerados entre os membros da equipe da Unidade sejam
compartilhados com a Chefia de Enfermagem.

12. (2016/IDECAN/Prefeitura de Miraí – MG) Os sistemas de saúde são compostos de


estruturas distintas dividindo-se em assistenciais e de “função”. Pode-se afirmar que
se tratam das assistenciais, EXCETO:

a) Hospitais.
b) Ambulatórios.
c) Laboratórios clínicos.
d) Estruturas com atividade de regulação.

13. (2015/NUCEPE/FMS) A estrutura formal de uma organização causa impacto na


comunicação. As pessoas em níveis mais inferiores na hierarquia organizacional estão
mais suscetíveis a uma comunicação inadequada oriunda dos níveis superiores.
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma das características que dificultam a
comunicação nas grandes organizações:

a) A distância espacial na organização pode ser uma barreira a comunicação.


b) Subgrupos e subculturas diferentes na organização têm seu próprio sistema de valores e
identidades. Os membros desses subgrupos estabelecem uma lealdade entre si. A
consequência são decodificações diferentes das mensagens oriundas da administração,
dependendo da importância das mesmas para as coisas que o subgrupo valoriza e batalha
para conseguir.
c) As pessoas estão estruturadas em diferentes sistemas de relacionamento nas
organizações. Existe uma estrutura de trabalho em que as tarefas devem ser realizadas por
determinadas pessoas. Existe também uma estrutura de autoridade quando alguns
funcionários estão encarregados da supervisão de outros. Uma estrutura de status determina
quais as pessoas detentoras de direitos e privilégios. Uma estrutura de prestígio possibilita

40
que alguns indivíduos tenham tratamento diferenciado dos outros. A estrutura de amizade
estimula a confiança interpessoal. Todos esses sistemas influenciam quem deve se
comunicar com quem e de que maneira.
d) As organizações estão em um constante estado de fluxo. As relações (subgrupos, ou
subculturas) e os locais geográficos mudam constantemente. Fica difícil comunicar as
decisões a todas as pessoas afetadas por elas devido a esse permanente estado de
mudança.
e) A comunicação deve ser clara, simples e precisa. O administrador (emissor) não é
responsável por garantir que a mensagem seja compreendida, essa função é do supervisor.

14. (2014/CEPERJ/VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO) Segundo Kurgant (2011), para


envolver os recursos humanos no caminho da melhoria da qualidade da assistência de
enfermagem é essencial o desenvolvimento de estratégias institucionais que
favoreçam que as pessoas trabalhem com mais:

a) competitividade
b) abstenção
c) astúcia
d) motivação
e) hierarquia

15. (2014/FCCÓ/TRT - 13ª Região (PB). Para a elaboração do Programa de Treinamento


e Desenvolvimento destinados aos profissionais de enfermagem, a Educação
Continuada, como agente de transformação da realidade organizacional, deverá adotar
uma metodologia que favoreça a:

I. reflexão crítica.

II. adoção de técnicas de ensino prescritivas.

III. individualização do processo de ensino-aprendizagem.

Está correto o que consta APENAS em


a) I e II.
b) I e III.

41
c) II e III.
d) I
e) III.

16. (2013/IBFC/SEPLAG-MG). Considerando os tipos de estruturas organizacionais dos


serviços de enfermagem, a figura abaixo representa:

a) Estrutura organizacional linha-assessoria (Fayol), que possui um órgão de linha (órgão de


execução) e um órgão de assessoria (órgão de apoio), visando resolver problemas das
estruturas linear e funcional. Pode gerar conflitos, pois órgão assessor não tem autoridade.
b) Estrutura Matricial (Inovadora), que é baseada na Teoria das Relações Humanas, isto é,
com departamentalização matricial e dupla ou múltipla subordinação.
c) Estrutura Linear (Fayol - Teoria Clássica), que possui forma piramidal, flexibilidade no
princípio de hierarquia e descentralização da decisão.
d) Estrutura Funcional (Taylor-Administração Científica), que possui rigidez no princípio de
hierarquia, única unidade de comando; linhas diretas de comunicação e centralização das
decisões.

17. (2013/FCC/TRT - 5ª Região (BA) A estrutura de organização de um serviço de


enfermagem segue rigidamente o princípio da hierarquia, com aplicação do princípio
da unidade de comando e da centralização das decisões no topo da hierarquia. A
denominação dessa organização, que constitui a forma estrutural mais simples, é:

a) matricial.
b) linha assessoria.
c) funcional.
d) linear.
e) administrativa científica.

18. (2013/IBFC/EBSERH). Considerando a estrutura e organização do serviço de


enfermagem (SE), leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. O SE é um grupo organizado de pessoas, possui um número grande de pessoas,


apresenta diversidade e complexidade das atividades e necessidade de divisão e distribuição
do trabalho.

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II. O SE possui exclusivamente uma estrutura formal, que é planejada e formalizada
oficialmente. Não sofrendo influência da estrutura informal na dinâmica da instituição,
atuação dos integrantes e no alcance dos objetivos propostos.

III. A divisão do trabalho e especialização pode ser vertical e horizontal. Sendo que a divisão
vertical aumenta a qualidade da supervisão, acrescentando níveis hierárquicos.

IV. A Estrutura Linear (baseada em Fayol, na Teoria Clássica) apresenta as seguintes


características: forma piramidal, rigidez no princípio de hierarquia (órgãos de linha),
centralização da decisão, limitação e inflexibilidade à inovação e demora na ação.

a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.


b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
d) Apenas a afirmativa IV está correta.

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GABARITO

1 B
2 A
3 CERTO
4 A
5 B
6 A
7 C
8 ERRADO
9 CERTO
10 E
11 C
12 D
13 E
14 D
15 B
16 A
17 D
18 C

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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