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Curso: Licenciatura em Matemática

Disciplina: Psicologia da Educação – 3º Período


Professora: Raquel Vidigal Santiago
Discente: Juliano Campos Lauria Lopes

QUANDO A ESCOLA É DE VIDRO

Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia


nos vidros.
E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.
Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram
pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era
confortável.

O texto “Quando a escola é de vidro” chama bastante atenção em


várias partes. Das que mais se destacaram foram quando não se analisa a diversidade
dos alunos dentro da sala de aula. O aluno não é visto como um ser individual, com
vivências e culturas diferentes dos demais. Todos são vistos como se fossem um só,
que devem se adequar à vontade do professor, que transmite o conhecimento da
mesma maneira para todos, não se preocupando se conseguem acompanhar e
aprender o que é ensinado.

Mas uma vez veio para a minha escola um menino, que parece
que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem
pra não dizer que era pobre.
Ai não tinha vidro pra botar esse menino.
Então os professores acharam que não fazia mal não, já que ele
não pagava a escola mesmo...
Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas
sem estar dentro do vidro.

Como em todo lugar, quando precisamos sair da zona de conforto,


isso causa certo receio, ou pânico mesmo, e acabamos colocando sempre a culpa
nos outros, e não em nós mesmos. Nesse segundo trecho do texto, a chegada de um
aluno que já estava acostumado a viver fora da caixa de vidro, ou seja, a pensar fora
do sistema tradicional de ensino, acostumado a opinar, causou estranheza nos
demais, e até mesmo na professora, que estava adestrada para ser o centro do
conhecimento. Muitas escolas ainda pensam e agem dessa forma, não dando ao
aluno o poder da palavra dentro de sala, talvez por medo, ou mesmo, por não saber
lidar com alunos pensantes, que sabem se colocar diante de situações, que talvez,
ele, professor, não saberia, e assim, acabam impedindo-o de se expressar.
Então diante disso seu Hermenegildo pensou um bocadinho, e
começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha
umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem
certo, as crianças gostavam muito mais.
E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um
podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem
nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.

A escola, durante muitos anos, agiu da mesma forma. Muitos


pensadores, com suas ideias “revolucionárias”, são apenas estudados, mas na
prática, ficam esquecidos, ou porque não se quer mudar o sistema de ensino, ou
simplesmente porque não se sabe como promover essa mudança. Muitas escolas
foram ousadas em propor algumas transformações nesse sentido, e começaram a
perceber que o desempenho e o interesse dos alunos melhoraram, mas a grande
maioria, ainda fica resistente às mudanças, mesmo sabendo que uma hora serão
obrigadas fazê-la, porque a educação está sendo transformada.
Ainda são muitos os desafios que precisam ser enfrentados no intuito
de que a escola passe a dar mais voz aos alunos, e fazer com que eles sejam
coautores do conhecimento a ser adquirido.

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