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CUSTOS GERENCIAIS
O fabricante da camisa poderia pensar em diferentes conceitos acerca dos custos da roupa
comercializada, como os custos contábeis, os custos de oportunidade, os custos financeiros, os
custos plenos ou integrais, e muitos outros. Diversos podem ser os conceitos associados ao processo
de formação e análise dos custos.
De modo geral, custos podem ser definidos como medidas monetárias dos sacrifícios com os
quais a organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Contabilmente ou sob a óptica da
gestão, essa afirmação pode ser interpretada de diferentes modos.
Preços, por sua vez, correspondem à importância recebida pelas entidades em decorrência da
oferta de seus produtos ou serviços. Os mesmos devem ser suficientes o bastante para cobrir todos
os custos incorridos e ainda fornecer um lucro à entidade.
Sob a óptica da entidade, quanto maior o preço, maiores os lucros melhores os resultados. Os
limites superiores dos preços, porém, são definidos pelo mercado consumidor e pelo valor percebido
e atribuído ao produto ou serviço comercializado.
A análise de custos, preços e valores consiste em algumas das mais nobres e importantes tarefas
da administração financeira.
A contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar os princípios
da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio. Dessa forma, com
informações coletadas das operações e das vendas, a administração pode empregar os dados
contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários ou totais,
para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados, além dos custos das outras
diversas funções do negócio, objetivando alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa.
As funções básicas da contabilidade custos devem buscar atender a três razões primárias:
3. DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns termos técnicos são
empregados. Muitos desses termos mais comuns são empregados na contabilidade geral e desta
última são trazidos para a contabilidade de custos. Alguns dos principais termos são:
Gastos ou dispêndios: consiste no sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de
um produto ou serviço qualquer.
Investimentos: representam gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios
atribuíveis a futuros períodos.
Custos: representam os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros
bens ou serviços.
Despesas: correspondem a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção
de receitas. Não estão associadas à produção de um produto ou serviço.
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L = R – C- D
O lucro é genericamente expresso por meio das margens de lucro – que podem ser
apresentadas em unidades monetárias, conforme estabelecido na equação anterior para valores
unitários, ou em percentual sobre o preço de venda.
Onde:
Lun = Lucro Unitário
Run = Receita unitária ou preço de venda unitário
Cun = Custo unitário
Dun = Despesa unitária
Os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão dos custos, podem ser
classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados (unidade do
produto), de acordo com a variação dos custos em relação ao volume de produtos fabricados
(comportamento em relação ao volume), em relação aos controles exercidos sobre os custos
(controlabilidade), em relação a alguma situação específica (decisões especiais) e em função da
análise do comportamento passado (base monetária).
Diretos ou Primários: são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos
materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra direta. Apresentam a
propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Exemplos: aço para
fabricar chapas, salários dos operários etc.
Indiretos: necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para serem atribuídos aos
produtos. Exemplos: seguros e aluguéis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção.
De transformação: igualmente denominados custos de conversão ou custos de agregação.
Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. Exemplos: mão-de-obra
direta e custos indiretos de fabricação.
É importante ressaltar que algumas classificações de custos podem variar de empresa para
empresa. Por exemplo, gastos com energia são quase sempre classificados como variáveis –
aumentos dos volumes de produção estão associados a aumentos nos níveis de consumo de energia
elétrica. Os custos com energia, porém, podem ser classificados como custos diretos de produção de
produtos intensivos de energia, como lâminas de alumínio, produtos metálicos em geral e vidros,
como custos indiretos nos demais produtos – que geralmente consideram como custos diretos
apenas os gastos com matérias-primas, embalagens e outros materiais diretos.
O comportamento dos custos em relação ao volume permite analisar as variações nos custos
totais e unitários em relação a diferentes volumes de produção. Os custos podem ser genericamente
classificados quanto à variabilidade em:
Fixos: são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não
variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo que não haja
produção. Podem ser agrupados em: custo fixo de capacidade – custo relativo às instalações da
empresa, refletindo a capacidade instalada da empresa, como depreciação, amortização etc.;
custo fixo operacional – relativo à operação das instalações da empresa, como seguro, imposto
predial etc.
Variáveis: seu valor total altera-se diretamente em função das atividades da empresa. Quanto
maior a produção, maiores serão os custos variáveis.
Semifixos: Correspondem a custos que são fixos em determinado patamar, passando a ser
variáveis quando esse patamar for excedido. Exemplo conta de água
Semivariáveis: correspondem a custos variáveis que não acompanham linearmente a variação
da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de certos limites. Exemplo: aluguel de
máquinas copiadoras.
Despesas fixas: não variam em função do volume de vendas. Exemplo: aluguel e seguro das
lojas.;
Despesas variáveis: variam de acordo com as vendas. Exemplo: comissões de vendedores,
fretes.
De acordo com sua controlabilidade, ou seja, quanto ao fato de a decisão poder ou não
afetar os custos, estes podem ser:
Controláveis: quando podem ser controlados por uma pessoa, dentro de uma escala hierárquica
pré-definida. A pessoa responsável poderá ser cobrada de eventuais desvios não previstos.
Não controláveis: quando fogem ao controle do responsável pelo departamento. Por exemplo,
rateio de aluguel. Em uma escala hierárquica superior, todos os custos são controláveis.
Em relação à base monetária empregada na análise ou estimativa de custos, estes podem ser
classificados da seguinte forma:
Históricos: custos em valores originais da época em que ocorreu a compra, de acordo coma
Nota Fiscal.
Históricos corrigidos: custos históricos acrescidos de correção monetária, trazidos para o
valo monetário atual.
Correntes: também denominados custos de reposição. Representam o custo necessário para
repor um item no total
Estimados: custos previstos para o futuro
Padrão: custo estimado presumindo-se maior eficiência técnica e financeira. Corresponde a
um valor ideal a ser alcançado pela empresa.
Objetivo ou Meta: também denominado target cost. Representam metas de valores a serem
obtidos em negociações ou no futuro.
CARACTERÍSTICAS CLASSIFICAÇÃO
8. ELEMENTOS DE CUSTOS
Material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma unidade do produto: (i)
que está sendo fabricado; e (ii) que sai da fábrica incorporado ao produto ou utilizado como
embalagem.
Mão-de-obra direta (MOD): todo salário devido ao operário que trabalha diretamente no produto,
cujo tempo pode ser identificado como unidade que está sendo produzida;
Custos indiretos de fabricação (CIF): todos os custos relacionados coma fabricação que não
podem ser economicamente identificados com as unidades que estão sendo produzidas.
Exemplos: aluguel da fábrica, materiais indiretos, mão-de-obra indireta, seguro, impostos,
depreciação, etc.
Outros gastos significativos, porém não classificados como custos, são agrupados como:
Despesas diversas: não podem ser alocadas ao produto final. Exemplos: despesas com vendas,
salário do pessoal administrativo, água e luz do escritório.
última etapa do processo de formação de custos. São valores retirados dos estoques e entregues
aos clientes. Como estão associados ao período, devem ser vistos, na verdade, como despesas –
já que saem dos estoques e estão associados a um consumo temporal – e não como custos –
que estão associados ao processo de formação de estoques.
Custos integrais ou plenos ou gastos totais: correspondem à soma de todos os valores
consumidos pela empresa a elaboração do produto ou prestação do serviço, incluindo custos e
despesas.
EXERCÍCIOS:
(1) Durante o primeiro semestre de 1998, a fábrica de pipocas Milho que Pula Ltda., registrou as
transações relatadas a seguir. Com base nas datas, históricos e valores, determine o mês em
que foram computados, no custo de produção, os 2.200 Kg de milho utilizados como matéria-
prima.
(2) Alguns dados contábeis e financeiros das Fábricas de Sandálias Aladas Ltda., estão exibidos
a seguir. Com base nos números apresentados estime para o volume total produzido no
período: (a) o custo primário; (b) o custo de transformação; (c) o custo fabril; (d) o gasto total
ou custo integral.
CONTA $
Materiais requisitados: diretos 8.200
Depreciação do parque industrial 1.700
Aluguel da fábrica 5.200
Aluguel de escritórios administrativos 7.400
Materiais requisitados: indiretos 950
Depreciação de computadores da Diretoria 720
Mão-de-obra direta 9.400
Seguro da área industrial 2.600
(3) Em relação à questão anterior, sabe-se que no período analisado a empresa produziu 2.000
unidades de um mesmo produto. Calcule qual o custo integral unitário de cada produto e qual
a margem de lucro líquida da empresa, em $ e em %, se o preço de venda da empresa for
igual a $20,00.
(4) Como os elementos seguintes poder classificados em despesas fixas (DF), custos fixos (CF),
despesas variáveis (DV), custos variáveis (CV), investimento (I) ou perda (P)?
Elemento CV CF DV DF P I
a) Comissões sobre vendas
b) Consumo de açúcar em fábrica de doces
c) Energia Elétrica - consumo da área administrativa
d) Energia elétrica - consumo da área industrial
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e) Fretes de entregas
f) Aquisição de veículo para entregas
g) Fretes de insumos produtivos
h) Gastos com depreciação da fábrica
i) Gastos com depreciação de computadores das lojas
j) Gastos com manutenção fabril
k) Compra de máquina industrial
l) Gastos com seguros das fábricas
m) Gastos com seguros das lojas
n) Gastos com supervisão da linha de produção
o) Leasing ( aluguel) de veículos administrativos
p) Limpeza e conservação das lojas
q) Consumo de matéria-prima no processo fabril
r) Consumo de material de escritório
s) Sobras de matéria-prima consumida
t) Consumo de material de escritório
u) Embalagem consumida na indústria
v) Ociosidade consumida na indústria
w) Salários e encargos administrativos
x) Combustível gasto por vendedores
(5) A Fábrica de sorvetes Sabor Gelado Ltda, apresenta custos e despesas fixos anuais iguais a
$40.000,00. Seus custos variáveis são iguais a $13,50 por caixa. Comumente, o preço de
venda médio é igual a $22,00. Supondo produções de 10.000 e 20.000 caixas, calcule: (a) as
receitas totais; (b) o custo total e unitário; (c) o custo fixo total e unitário; (d) o custo variável
total e unitário.
9. MATERIAL DIRETO
Avaliação: qual o montante a atribuir quando várias unidades são compradas por preços
diferentes, como contabilizar sucatas etc.;
Controle: como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso, como organizar o
kardex de controle, como inspecionar para verificar o efetivo consumo;
Programação: quanto comprar, como comprar, fixação de lotes econômicos de aquisição,
definição de estoques mínimos de segurança etc.
Sistema de inventário periódico: quando as empresas não mantêm um controle contínuo dos
estoques. O consumo só pode ser verificado após os inventários (contagem física dos estoques),
em geral quando do fechamento do Balanço Patrimonial, e posterior avaliação de acordo com
critérios legais. O consumo pode ser calculado em uma empresa industrial mediante o emprego
da seguinte equação:
Para uma empresa que aplica um sistema de inventário permanente, a apuração dos custos
pode ser feita pela contagem e tabulação das requisições ao estoque ou almoxarifado. No entanto,
uma empresa que controla seus estoques por meio de inventários periódicos precisará aplica a
equação anterior.
Por exemplo, se a fábrica de fogões Aquece Bem Ltda., que aplica um sistema de controle
periódico de estoques, desejasse estudar o custo dos materiais diretos empregados nos fogões
fabricados, precisaria fazê-lo empregando a equação. Sabe-se que suas compras de materiais
diretos no período foram iguais a $50.000, seu estoque final era igual a #20.000 e o estoque inicial foi
igual a $30.000.
Nesse caso, o custo com materiais diretos seria igual ao consumo de materiais diretos pelo
processo produtivo, ou:
Ou seja, o consumo de materiais, parcela agregada ao custo dos produtos em elaboração (ou
produtos em processo) foi igual a $60.000.
UEPS: ou em inglês Lifo, Last in, first out, primeiro a entrar, primeiro a sair. O custo a ser
contabilizado em decorrência de consumo no processo produtivo é feito “da frente para trás”. São
baixados, em primeiro lugar, os materiais diretos adquiridos mais recentemente e, depois, os mais
antigos, nesta ordem. A legislação fiscal brasileira não permite o emprego desse critério em
decorrência da “antecipação” dos benefícios fiscais, decorrentes do cálculo de custos maiores,
especialmente em épocas de altas taxas de inflação;
PEPS: Primeiro a entrar, primeiro a sair, ou, em inglês, Fifo, first in, first out. O custo a ser
contabilizado em decorrência de consumo no processo produtivo é feito “de trás para frente”. São
baixados, em primeiro lugar, os materiais diretos adquiridos há mais tempo e, depois, os mais
novos, nesta ordem;
Custo Médio Ponderado: O custo a ser contabilizado representa uma média dos custos de
aquisição.
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Em relação às atividades relacionadas ao controle dos estoques, pode ser feita classificação
dos itens armazenados, destacando os de elevando valor em relação aos demais. Pode aplicar a
classificação ABC, na qual os itens são agrupados da seguinte forma:
Itens A: são aqueles cujos estoques apresentam elevado valor relativo e, portanto, merecem um
controle mais rigoroso que os demais. Os inventários podem ser mais freqüentes, mensais,
semanais ou diários;
Itens B: em valores, não são tão representativos como os estoques dos itens A, mas
representam, também, elevada aplicação de recursos. Podem ser inventariados em uma
frequência menor: mensalmente, trimestralmente ou semestralmente;
Itens C: representam estoques são bastante numerosos em termos de itens, porém pouco
representativos em termos de valor. Costumam somente ser inventariados no momento do
balanço.
De modo geral, não existe rigor matemático na definição das classes, A, B e C. Uma sugestão
para classificação poderia ser a seguinte:
Eixo / Classe A B C
Valor do Conjunto 67 – 75% 15 – 30% 5 – 10%
Número de Itens 10 – 20% 20 – 25% 50 – 70%
Convém ressaltar que as empresas podem adotar outras formas de classificação, mais
adequadas a suas necessidades.
Exemplo:
A indústria Sabiá Ltda., planeja classificar os itens administrados em seu estoque segundo o
critério ABC. Gostaria de classificar como A os itens que representasse cerca de 80% do valor dos
estoques, como B os itens que representasse os próximos 10% e como C os demais itens. Em
dezembro de 20x1, os itens componentes do estoque da empresa poderiam ser apresentados
conforme a tabela seguinte:
ITENS VALOR
Arruelas 350,00
Componentes Mecânicos 1.800,00
Componentes Químicos 106.420,00
Correias 13.360,00
Embalagens 34.600,00
Equipamentos de Proteção 1.560,00
Graxas Industriais 890,00
Óleo Combustível 14.990,00
Parafusos 420,00
Porcas 220,00
Soma 174.610,00
Para classificar os itens de acordo com a metodologia ABC, basta calcular a participação
percentual de cada um em relação ao valor total dos estoques e ordená-los de acordo com a
participação percentual decrescente:
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A Mão-de-Obra Direta ou, simplesmente, MOD corresponde aos esforços produtivos das
equipes relacionadas à produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados. Refere-se
apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível
a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade
qualquer apropriação indireta ou rateio.
No Brasil, em decorrência dos altos níveis de encargos sociais, estes devem ser incorporados
no custo horário da MOD de forma variável: quanto maior a MOD, maiores são alguns encargos. Da
mesma forma, embora, no Brasil, seja possível contratar funcionários remunerados com base no
número de horas trabalhadas, a legislação assegura um mínimo de 220 horas, o que torna a MOD
um custo fixo na maior parte dos casos. Um exemplo da magnitude dos encargos sociais no Brasil,
apresentaremos a seguir:
Supondo-se a semana não inglesa, com trabalho de seis dias, portanto, sem a compensação
dos sábados, e considerando o regime constitucional de 44 horas semanais, chega-se a conclusão
de que o dia comum trabalhado possui 44/6 = 7,3333 horas ou 7h e 20 minutos.
Supondo um salário pôr hora igual a $100,00 o cálculo do total do salário mais benefícios e
encargos pode ser determinado na tabela a seguir:
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a) Salários
Número máximo de horas 2.016,67
Valor da hora trabalhada 100,00
Total do salário 201.666,67
c) Férias
Férias em dias 30
Jornada diária 7,3333
Férias em horas 220
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de férias 22.000,00
e) 13° Salario
13° em dias 30
Jornada diária 7,3333
13° em horas 220
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de 13 salário 22.000,00
f) Feriados
Feriados em dias 12
Jornada diária 7,3333
Feriados em horas 88
Valor da hora trabalhada 100,00
Total de feriados 8.800,00
CONTRIBUIÇÕES PERCENTUAIS
Previdência Social 20,%
Fundo de Garantia 8,5%
Seguro acidentes de trabalho 3,0%
Salário educação 2,5%
Sesi ou Sesc 1,5%
Senai ou Senac 1,0%
Incra 0,2%
SEBRAE 0,6%
Total 37,3%
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A soma de cada uma das parcelas anteriores, acrescida das contribuições obrigatórias,
fornece o custo toal de salários por ano. Veja o resumo na tabela a seguir:
a) Salários 201.666,67
b) Repousos semanais remunerados 35.200,00
c) Férias 22.000,00
d) Adicional constitucional de férias 7.333,33
e) 13° salário 22.000,00
f) Feriados 8.800,00
Subtotal 297.000,00
Assim um salário básico de $100,00 por hora revela que, após serem acrescidas todas as
contribuições e encargos, resultará um total igual a $201,47. Portanto, um acréscimo de 101,47% ao
valor original.
È importante observar que, embora a mão-de-obra direta seja tratada como variável já que
está associada aos volumes produzidos , no Brasil, em função das restrições legais, os salários e
encargos devem ser considerados como fixos. A eventual diferença entre o gasto total com mão-de-
obra e mão-de-obra direta, alocada ao produto, representa a ociosidade ou perda do trabalho pago,
porém não utilizado, podendo ser agrupado genericamente na categoria de mão-de-obra indireta.
Por exemplo, imagine que a Fábrica de Velas Luminosas Ltda. tenha contratado um operário
para sua linha de produção, com um salário mensal igual a $352,00 ( já incluindo encargos e
benefícios) e um regime de trabalho igual a 176 horas mensais ( 8 horas por dia, 22 dias trabalhados
por mês). Logo, o valor a ser computado como custo da hora de mão-de-obra direta será igual a
$2,00 ($352,00 dividido pelas 176 horas).
MOI 16 32,00
Soma mão-de-obra 176 352,00
Dos $352,00 referentes ao gasto total mensal com mão-de-obra , $120,00 (60 horas) foram
apropriados ao produto Velas Perfumadas, $200,00 (100 horas) foram apropriados ao produto Velas
Coloridas e $32,00 (16 horas) foram considerados como perdas no emprego de mão-de-obra do
período e farão parte dos custos Indiretos de Fabricação.
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EXERCÍCIOS:
(1) O setor de embalagens dos Moinhos Soteropolitanos Ltda. apresenta os dados seguintes ,
referentes a custos com mão-de-obra. A empresa opera de segunda até sexta, com a
compensação aos sábados. Com base nesses números, identifique o total de custos por
homem-hora.
Item Descrição
Salário pago para um dos 12 operários $5,00 /hora
Regime de trabalho 44 horas/semana
Folgas, feriados e faltas abonadas Em média, 12 dias por ano ou 1 dia por mês
INSS 22% Sobre o salário
FGTS 8% sobre o salário
13° salário Normal, sem premiações adicionais
Férias 30 dias corridos, com acréscimo de 1/3
(2) Em relação à questão anterior, sabe-se que a empresa fabrica dois produtos: Jujubas tuti-fruti
e Gomas sabor Laranja. Em determinado mês, a mão-de-obra direta empregada na fabricação
dos dois produtos foi igual a 120 horas e 180 horas, respectivamente. Sabe-se que os
materiais diretos, necessários para a fabricação e consumidos no mês, foram iguais a 4
toneladas de açúcar e 10 toneladas de amido de milho. No mês analisado, foram fabricados
6.000 quilos de Jujubas tuti-Frutti e 8.000 quilos de Gomas sabor laranja. Os consumos por
tonelada de produto fabricado estão apresentados na tabela a seguir. O custo do açúcar é
estimado em $800,00 por tonelada e o amido em $1.00,00 por tonelada. Para fabricar uma
tonelada de cada produto, a empresa consome o equivalente a $84,00 em essência de laranja
e $68,00 em essência de Tuti-frutti. Empregando os dados fornecidos, estime o custo direto
de cada tonelada de produto fabricado no mês em questão.
critérios de rateio podem envolver horas-máquinas, mão-de-obra direta, materiais diretos, custo
primário, ou alguma outra referência básica.
Quando uma empresa produz e comercializa um único produto, a alocação dos custos
indiretos é razoavelmente simples: jogam-se todos os custos em um grande funil, que os transfere
diretamente para os produtos. Todavia, quando múltiplos produtos são elaborados e comercializados,
a aplicação de rateios de custos – divisões e alocações aos diferentes produtos ou serviços – torna-
se necessária. Nesse momento, novas dúvidas podem surgir.
Exemplo: A fábrica de Espumas Sonho Bom Ltda., produz e vende três produtos principais:
colchões (CL), colchonetes (CN) e travesseiros (TR). Alguns dados da empresa estão apresentados
na tabela:
Sabe-se que a empresa incorre em alguns custos indiretos, apresentados na tabela a seguir:
Os custos unitários da empresa podem ser obtidos por meio do rateio dos custos indiretos.
para ratear o custo, é necessário obter a proporção ( ou aplicar uma regra de três simples) do
consumo de cada produto em relação à base de rateio empregada.
Por exemplo, se a empresa optasse por usar a MOD como critério de rateio dos custos
indiretos, a proporção alocada aos produtos colchões (CL), colchonetes (CN) e travesseiros (TR)
seria respectivamente igual a 27%%, 30% e 43%. Caso a opção de rateio fosse pelo custo direto total
as proporções seriam iguais a 29%%, 33% e 38%. Proporções bastantes diferentes seriam obtidas se
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a empresa optasse por distribuir os custos indiretos com base nas unidades produzidas. Nessa
situação, os percentuais seriam iguais a 5% , 15% e 80%.
Ao empregar a MOD como base de rateio e ao aplicar as proporções obtidas aos custos
indiretos encontrados, os custos unitários da empresa podem ser apresentados na tabela seguinte:
Se por um lado as unidades produzidas fossem empregados como critérios de rateio dos
custos indiretos, os valores encontrados poderiam ser vistos na tabela a seguir:
EXERCÍCIOS
(1) A fábrica de instrumentos musicais Fagote de Ouro S/A, dedica-se exclusivamente à produção
de fagotes e clarinetes. Alguns dados financeiros da empresa estão apresentados na tabela a
seguir.
Sabendo que foram produzidos 200 fagotes e 180 clarinetes em determinado Mês, indique os
custos de cada produto fabricado, aplicando como critério de rateio para as despesas indiretas:
(a) as horas-máquinas empregadas;
(b) a MOD;
(c) o MD;
(d) o custo primário;
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(e) sabendo que fagotes são vendidos a $490,00 e clarinetes a $400,00, qual é o produto mais
lucrativo para a empresa?
(f) o que pode ser dito a respeito do diferente critério de rateio empregado?
2) A Vidraçaria Santo Antônio Ltda., fabrica três produtos: copos Tulipa, Uísque e Água. Os
gastos com energia elétrica para os três produtos são, respectivamente, iguais a $34.000,00,
$40.000 e $14.000,00. Dos gastos com mão-de-obra, os três produtos absorvem diretamente
os percentuais 18%, 39% e 16%. O volume consumido de matéria-prima é ,
aproximadamente, igual a $150.000 para copos tulipa, $290.000,00 para copos Uísque e
$280.000 para copos Água. Determine o volume de custos indiretos de cada produto fabricado
pela empresa, utilizando a MOD e os custos diretos como critério de rateio.
Os sistemas de custos são projetados para cumularem o custo total de cada ordem colocada
ou produto elaborado. Os custos diretos apresentam fácil associação aos produtos. Todavia, com os
custos indiretos e os mecanismos de rateio aos produtos, diversos são os problemas racionados à
determinação do lucro e ao controle das operações de qualquer entidade.
Duas das principais razões da gestão de custos dizem respeito à determinação do lucro e ao
controle das operações. Para facilitar o controle dos custos incorridos, muitas organizações optam
por alocá-los, em primeiro momento, aos centros de custos ou aos departamentos da entidade. Além
de ter um responsável pelos custos incorridos, os departamentos facilitam e melhoram o processo de
alocação dos gastos aos produtos.
PORQUE DEPARTAMENTALIZAR?
incorporados à produção. Logo, o custo de produção será a soma dos custos dos departamentos
de produção e dos departamentos de serviços.
Método de distribuição direta: quando ocorre uma distribuição dos custos dos departamentos
de serviços diretamente para os departamentos de produção. Segundo esse método, não existe a
tentativa de determinação da magnitude por meio da qual um departamento de serviços presta
serviços para outro departamento de serviços: os custos são alocados diretamente na produção.
Possui a vantagem da simplicidade, embora os resultados obtidos possam ser menos precisos,
com a perda de algumas informações.
Método da distribuição sequencial ou método passo a passo: quando os custos do
departamento de serviços são distribuídos regressivamente para outro departamento de serviços
e depois para os departamentos de produção. Esse método reconhece o inter-relacionamento do
departamento de serviços. Deve-se estabelecer uma ordem hierárquica de distribuição dos
custos, ou seja, os departamentos de serviços hierarquicamente superiores mentos de serviços
inferiores ou para a produção.
Método de distribuição algébrica: quando considera o fato de que alguns departamentos de
serviços não só prestam serviços para, mas também podem receber serviços de outros
departamentos de serviços.
Para facilitar a compreensão, veja o exemplo da fábrica de Bonés cuca Fresca Ltda. Criada
em 1948, a empresa tornou-se importante fornecedora para as indústrias de brindes. Sua
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No início de 2001, a empresa precisava efetuar seu planejamento para os próximos anos.
Precisava, principalmente, definir qual ou quais dos produtos comercializados pela empresa deveriam
receber mais atenção e melhores esforços de vendas.
Para distribuir os custos indiretos aos departamentos, bastaria achar a participação relativa de
cada um, calculada a partir dos critérios de rateios apresentados na tabela anterior:
Encargos e
200,00 266,67 533,33 1.066,67 933,33 3.000,00
benefícios
Folha Pagto. 7% 9% 18% 36% 31% 100%
Soma 2.600,00 1.600,00 2.000,00 4.800,00 4.000,00 15.000,00
Após aplicar os critérios de rateio destacados, a empresa obteve os custos associados a cada
departamento. Por exemplo, os custos alocados ao departamento de costura alcançaram $4.800,00.
Além dos gastos de cada departamento, a empresa precisou determinar a forma de alocação
destes para os produtos. Para ilustrar, das 600 horas trabalhadas pelo almoxarifado, 10 foram gastos
pelo setor de corte, 60 por montagem, 40 por costura, 30 por pintura, 160 com o produto boné 240
com o produto boina e 60 horas com o produto viseira.
Os critérios de rateio dos gastos dos departamentos de corte, montagem, costura e pintura,
podem ser vistos na tabela a seguir, que reflete o consumo das horas trabalhadas de cada
departamento com os três produtos.
Sabendo-se que a empresa transfere os custos diretamente aos produtos de acordo com as
bases de horas trabalhadas em cada um deles, a estimativa dos custos individuais pode ser vista na
tabela a seguir:
Gasto Almoxarifado Corte Montagem Costura Pintura Boné Boina Viseira Soma
Materiais
9000,00 2000,00 1000,00 12000,00
Diretos
Mão-de-obra
3000,00 4000,00 1000,00 8000,00
direta
Custos
2600,00 1600,00 2000,00 4800,00 4000,00 15000,00
Indiretos
Soma dos
2600,00 1600,00 2000,00 4800,00 4000,00 1200,00 6000,00 2000,00 35000,00
custos
Custos transf.
(2600,00) 43,33 260,00 173,00 130,00 693,33 1040,00 260,00
Almoxarif.
Critério :Horas
10,00 60,00 40,00 30,00 160,00 240,00 60,00 600,00
trab.
Horas trab. % 2% 10% 7% 5% 27% 40% 10% 100%
Sub-total 1643,33 2260,00 4973,33 4130,00 12693,33 7040,00 2260,00 3500,00
Custos
(1643,33) 273,89 547,78 821,67
transf.Corte
Critério Horas
100,00 200,00 300,00 600,00
trab.
Horas trab. % 17% 33% 50% 100%
Subtotal 2260,00 4973,33 4130,00 12967,22 7587,78 3081,67 35000,00
Custos transf.
(2260,00) 1695,00 367,67 188,33
Montag
Critério: horas
450,00 100,00 50,00 600,00
trabalhadas
21
Assim de acordo com a distribuição de custos efetuada, a empresa pôde obter que o custo
unitário dos produtos boné, boina e viseira seriam, respectivamente, iguais a $2,47, $1,99 e $2,64.
EXERCÍCIO
1) A fábrica de frigideiras Panela Velha Ltda. gostaria de determinar o custo de seus produtos. Sabe-
se que a empresa produz e vende dois únicos produtos – as frigideiras Caçarola e Fritabem – e
aplica uma metodologia de alocação de custos por departamento. Os principais gastos da
empresa estão apresentados na tabela a seguir:
Os gastos com aluguel são rateados em função da área ocupada por departamento e os
gastos com depreciação, em função do imobilizado.
A empresa possui quatro departamentos, sendo dois de serviços e dois de produção. Os
dados referentes aos departamentos estão apresentados na tabela a seguir:
No período analisado foram produzidas 1.200 frigideiras Caçarola e 1.000 frigideiras Fritabem.
Os critérios de transferência dos custos podem ser vistos na tabela seguinte, que representa o total
de horas trabalhadas por departamento e sua forma de transferência aos outros departamentos ou
produtos.
22
O sistema de custos por processo deve procurar refletir todo o processo físico da produção,
criando centros de custos (departamentos, centros de acumulação de dados físicos e de custos). Os
números são posteriormente transferidos de um centro para o seguinte, do mesmo modo como a
produção transfere o produto fisicamente para outra fase.
No sistema de custos por processo, o estoque de produtos em processo é igual à soma dos vários
processos produtivos,
No controle de custos por processo, uma tarefa rotineira consiste na avaliação dos estoques
de produtos que continuam em processo, já tendo sido parcialmente manufaturada e recebida parte
dos gastos associados a materiais diretos, mão-de-obra direta ou custos indiretos de fabricação.
Nessas situações, torna-se necessário estimar o percentual de completude itens em processo e, com
base nesse percentual, pode-se determinar a produção equivalente.
Para estimar o custo de cada produto fabricado e o valor dos estoques ao final do mês de
maio de 2001, a Fábrica Tinguí precisaria calcular a produção equivalente. Como 3.000 unidades
foram inteiramente completadas e 4.000 unidades estavam 50% prontas, a produção equivalente
seria igual a 3.000 + 4.000 x 50% = 5.000 unidades. Ou seja, ponderando o número de unidades pelo
percentual de elaboração, as 4.000 unidades em processo equivalem a 2.000 unidades prontas.
Se, no exemplo anterior a produção em andamento das 4000 unidades estivessem completas
em cerca de 80% do uso de materiais diretos, 40% em relação ao emprego de mão-de-obra direta e
60% em relação aos custos indiretos de fabricação, o cálculo da produção equivalente deveria ser em
relação a cada um dos três insumos. Em relação aos gastos com materiais diretos, a produção
equivalente seria igual a 3.000 + (4.000 x 80%)= 6.200 unidades. Para os gastos com mão-de-obra
direta, a produção equivalente seria igual a 3.000 + (4.000 x 40%) = 4.600 unidades. Em relação ao
emprego de custos indiretos, a produção equivalente seria igual a 3.000 + (4.000 x 60%) =5.400
unidades.
O cálculo dos custos e a determinação dos valores dos estoques poderiam ser feitos com
base nos números apresentados a seguir: a estimativa da produção equivalente pode ser vista na
tabela:
Produção equivalente
Produção Soma da
Custo total $ %
completada Unidades Equivalente Produção
Elaborados
MD 50.000,00 3.000 4.000 80% 3.200 6.200
MOD 60.000,00 3.000 4.000 40% 1.600 4.600
CIF 80.000,00 3.000 4.000 60% 2.400 5.400
Com base na produção equivalente, seria possível determinar o valor dos custos e estoques.
Na tabela a seguir, verifica-se que o custo com produtos em processo, completados e transferidos
para o estoque de produtos elaborados foi igual a $107.768,43. O estoque de produtos em processo,
calculado base nas produções equivalentes, foi igual a $82.231,57.
EXERCÍCIOS
(1) Qual deveria ser o sistema de acumulação de custos a ser empregado nas empresas
seguintes?
(2) A produção das Indústrias Sai da Frente Ltda., emprega sistema de custeio por processo.
Com base nos dados fornecidos a seguir, calcule os custos unitários da empresa,
discriminando os valores gastos com MD, MOD e CIF. Empregue o critério do custo médio
para a obtenção dos valores solicitados.
As unidades remanescentes em processo estavam 60% prontas (em relação à MOD E CIF) e
100% prontas em relação ao emprego de materiais diretos;
Os custos, debitados aos processos no período em estudo corresponderam a $119.700,00,
compostos por: $42.700,00 de MD,$25.200,00 de MOD e $51.800,00 referentes a custos indiretos
de fabricação.
Cliente:
Material direto consumido
Data Referência Valor
Soma
Mão-de-obra consumida
Data Referência Valor
Soma
Custos Indiretos aplicados
Data Referência Valor
Soma
Custo Total da ordem de
produção
Geralmente, quando o controle dos pedidos ou encomendas precisa ser feito de forma
individualizada, deve-se empregar um sistema de custos por ordem de produção ou encomenda. No
sistema de custos por ordem de produção (ou encomenda), os custos são acumulados em folhas (ou
registros eletrônicos) denominadas Ordens de Produção (OP) ou Ordens de Fabricação (OF) ou
Ordens de Serviços (OS). As ordens representam a individualização do controle da conta produtos ou
serviços em elaboração ou processo.
Segundo o critério tradicional do custeio por processo, os custos são transferidos de materiais
diretos, mão-de-obra e custos indiretos de fabricação para a conta de estoques em processo. Quando
os produtos são finalizados, eles são transferidos para a conta de produtos elaborados. Quando são
vendidos, saem da conta de produtos acabados e passam a compor a conta do custo de produtos
vendidos.
No sistema de custeio por ordem de produção, os critérios para registro dos custos poderiam
ser resumidos como:
Os materiais são registrados pelo custo real. A empresa, com base nas requisições de materiais,
sabe os valores desses materiais empregados na Ordem de Produção;
27
A mão-de-obra direta é apropriada com base no tempo gasto na execução de cada ordem. O
Valor da MOD debitada na Ordem de Produção deve ser igual ao tempo gasto vezes a taxa
horária de custo da MOD, acrescida dos encargos sociais;
O CIF deverá ser rateado às OPs com base em algum critério definido;
Possibilitar que a gestão da empresa identifique os produtos que mais (ou menos) contribuem
para a formação do resultado da entidade;
Os registros passados de ordens de produção podem servir de base para a estimativa de custos
de novos pedidos similares ou ligeiramente diferentes;
As ordens de produção fornecem à administração subsídios para gerir os custos de forma mais
imediata sem necessidades de inventários físicos;
Para encomendas de alto valor, os clientes costumam efetuar adiantamentos períodos
antecipados, à medida que o produto ou serviço vai sendo elaborado. O total dos custos
acumulados nas ordens de produção a cada estágio de fabricação pode servir de base para o
adiantamento feito pelo cliente.
Em relação aos custos indiretos, o critério para alocação foi definido com base em critérios
estimados: custos indiretos totais e nível de disponibilidade e utilização de mão-de-obra. Como
estimativas, os valores reais apurados posteriormente podem apresentar divergências. Algumas
entidades podem, então, optar por analisar as diferenças encontradas.
Exemplo: A movelaria Campestre verificou que, em sua linha de produção trabalha apenas um
operário com salário base mensal igual a $400,00. Com um percentual de encargos estimado em
140%, o gasto total com o funcionário seria igual a $960,00. Se o funcionário estivesse à disposição
da empresa 160 horas por mês, o custo da hora de mão-de-obra direta seria igual a $6,00. Se a
escrivaninha a ser fabricada consumisse 10 horas de trabalho, deveriam ser transferidos 10 x $6,00 =
$60,00 da conta de mão-de-obra para a ordem de produção. A ociosidade de mão-de-obra é
geralmente tratada como custo indireto e posteriormente rateada. Alguns tipos de ociosidade, como,
por exemplo, paradas não previstas, devem ser alocados ao período.
A alocação dos gastos com materiais diretos no sistema de acumulação de custos por ordem
de produção é razoavelmente simples. Basta agregar o total consumido para o componente ou ordem
em elaboração, resultado das quantidades consumidas pela ordem multiplicadas pelos custos
unitários. Por exemplo, na execução da ordem de produção da escrivaninha feita sobre encomenda
apontarem o consumo de 8 m2 de tábuas de mogno que foram adquiridos a um custo igual a $18,00
por m2, o custo transferido para a ordem de produção seria igual a 8x 16,00 = $128,00. Perdas de
materiais diretos não associados às ordens de produção podem ser tratadas como custo indireto,
quanto rotineiras, ou como despesa do período, quando ocasionais.
28
Para ilustrar, se, considerando o exemplo da Movelaria Campestre, ela tivesse estimado
custos indiretos de acordo com a tabela seguinte, para transferi-los às ordens de produção aberta,
bastaria calcular o indicador CIF/hora de MOD, conforme o procedimento a seguir:
Nesse exemplo o custo total apropriado à escrivaninha seria de: $128,00 (MD) + $60,00
(MOD) + $370,00 (CIF) = $558,00.
O novo valor de transferência de custos indiretos por hora de mão-de-obra direta seria igual a
$7.040,00/180 = $39,11. Os gastos totais decorrentes da transferência de custos indiretos seriam
iguais a $39,11 x 10 = $391,10. Existiria uma diferença no valor de $21,10 ( $391,10 - $370,00) a ser
ajustada.
EXERCÍCIOS :
(2) A gráfica Traços e Rabiscos Ltda., apresentou os dados seguintes referentes à sua produção no
mês de maio de 2001. Com base nestes números, contabilize os lançamentos e apure o custo da
empresa.
A empresa transfere os custos indiretos para as ordens de produção de acordo com as horas
de mão-de-obra direta empregadas. Os custos indiretos de fabricação no período foram iguais a
$6.000,00, para um total de horas de mão-de-obra direta igual a 2.000 horas.
(3) A fabricação das Indústrias MaqMaq Ltda., apresenta custeio com base nas ordens de produção
colocadas. Apoiado nos dados apresentados a seguir, calcule o total de custos (discriminados) e o
resultado bruto por ordem de produção considerando os valores estimados e os valores reais.
As ordens 11/01, 12/01 e 13/01 foram completadas e entregues em setembro . Seus valores
de venda foram respectivamente iguais a $18.450,00; $18.700,00 e $16.000,00.
30
CUSTEIO PADRÃO
O custo-padrão consiste em técnica de fixar previamente preços para cada produto que a
empresa fabrica. Duas das principais razões de se utilizar o custo-padrão consistem no uso gerencial
das informações, ou como forma de agilizar os processos de encerramentos mensais.
O custo padrão diferencia-se do estimado em razão de apresentar mais rigor técnico e busca
de eficiência em sua estimativa. Ambos poderiam ser conceituados da seguinte forma:
Custo estimado: estabelecido com base em custos de períodos anteriores, ajustados em função
de expectativas de ocorrências futuras, porém sem muito questionamento sobre as quantidades
(materiais/mão-de-obra) aplicadas nos períodos anteriores e respectivos custos. Em geral, é
empregado para cálculo de taxas de aplicação dos custos indiretos de fabricação, podendo ser
estendido aos custos diretos;
Custo-padrão: estabelecido com mais critério, representa o que determinado produto deveria
custar, em condições normais de eficiência do uso do material direto, da mão-de-obra, dos
equipamentos, de abastecimento do mercado fornecedor e da demanda do mercado consumidor.
Pode ser ideal – quando obtido com base em estudos científicos desprezando ineficiências e
apresentando, portanto, poucas chances de ser alcançado – ou corrente – quando considera as
características normais do processo e do produto (incluindo qualidade de materiais, ineficiências,
paradas etc.), que representam a meta a ser alcançada em determinado período.
Conforme mencionado, sua aplicação não dispensa o cálculo dos custos reais. Sua aplicação
deve ser feita para permitir comparações entre previsto e realizado, e análise das variações.
A fixação de custos-padrão envolve dois tipos de padrões relativos aos consumos físicos de
recursos e aos gastos financeiros unitários de cada recurso consumido:
Padrões físicos: como materiais diretos, mão-de-obra direta, consumo de energia etc., são de
responsabilidade de áreas operacionais, como produção, PCP, desenvolvimento de produto etc.
Padrões monetários: custos em unidades monetárias dos recursos necessários; são de
responsabilidade de áreas administrativas, como controladoria, compras, departamento de
pessoa.
31
Por exemplo: a Diretoria Industrial da Fábrica de Sapatos Ande Bem Ltda., estimou que, para
fabricar um par de sapatos do novo modelo Florença, seriam necessários 0,60 m2 de couro e o
emprego de 3h e 20 minutos de mão-de-obra direta. Dados da controladoria da empresa indicaram
que o custo estimado para o couro seria igual a $80,00 por m2 e de $ 14,00 por hora de mão-de-obra
direta. Após fabricar 300 pares do novo modelo, a empresa verificou que haviam sido consumidos
210 m2 de couro, com um custo total igual a $17.850,00. A mão-de-obra direta empregada na
produção dos 300 pares alcançou 990 horas, com um custo total igual a $15.840,00.
A comparação entre os valores do custo-padrão e do custo real pode ser verificada na tabela
seguinte:
Mão de obra
Custo Couro
Unitário Total Unitário Total
Preço 80,00 80,00 14,00 14,00
Quantidade 0,60 180,00 3,20 960,00
Padrão
Valor 48,00 14.400,00 44,80 13.440,00
Preço 85,00 85,00 16,00 16,00
Real Quantidade 0,70 210,00 3,30 990,00
Valor 59,50 17.850,00 52,80 15.840,00
Preço
5,00 5,00 2,00 2,00
Variações
quantidade 0,10 30,00 0,10 30,00
Valor 11,50 3.450,00 8,00 2.400,00
Nota-se que, de modo geral, todas as variações foram desfavoráveis: para produzir os 300
pares, forma consumidos mais recursos produtos (couro e mão-de-obra) a um custo maior do que
estimado no sistema de custo-padrão. Analisando as variações de preço, quantidade e variação
conjunta, a empresa encontraria os valores apresentados na tabela a seguir:
32
Couro Mão-de-obra
Variação no preço 5,00 2,00
Preço Quantidade padrão 0,60 3,20
Valor da variação de preço 3,00 6,40
Preço-Padrão 80,00 14,00
Quantidade Variação da quantidade 0,10 0,10
Valor da variação qtde 8,00 1,40
Variação no preço 5,00 2,00
Conjunta Variação na quantidade 0,10 0,10
Valor da Var. conjunta 0,50 0,20
Variação total 11,50 8,00
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. A doceteria bombocado estimou que o custo-padrão de uma torta seria igual a $21,24. O custo
seria formado por 1,8 Kg de farinha de trigo a $0,90 por quilo = $1,62; 400 g de açúcar a $1,45
por Kg = $0,58 e 2,8 horas de MOD a $6,80 por hora = 19,04. Em agosto de 19x7, para produzir
uma unidade de torta forma necessários 2 KG de farinha, 300 g de açúcar e 3 horas de mão de
obra direta. Pede-se: a) Sabendo que os custos dos insumos foram respectivamente iguais a
$0,88/Kg , 1,52/Kg e $7,20/hora, analise as variações, determinando quais delas forma favoráveis
e quais foram desfavoráveis. b) Calcule as variações de preço, quantidade e variação conjunta da
mão-de-obra direta.
2. O custo-padrão do caderno especial durável indica que para cada unidade produzida deveriam
ser necessários 200 g de papel sulfite para o miolo, 40 g de papel gramatura para as capas, 60g
de espiral plástica, 0,30 hora de mão-de-obra direta e $0,82 de CIFs apropriados. Os preços
unitários dos materiais diretos são iguais a: papel de alta gramatura: $18,30/Kg; papel sulfite:
$8,60/Kg; espiral: $14,00/KG; MOD: $5,50 por hora. No mês de maio de 2001, foram produzidas
500 unidades e consumidos 22 KG de papel de alta gramatura, com valor total igual a $424,60;
108 Kg de papel sulfite, com valor total igual a $831,60 , 140 horas de MOD, que apresentaram
um valor total igual a $798,00, e 32Kg de espirais a um valor total igual a $467,20. Foram
incorridos CIFs no valor de $450,00. Pede-se: a) determine e analise as variações favoráveis e
desfavoráveis dos insumos utilizados; b) para o papel de alta gramatura, determine e analise
especificamente as variações de preços, de quantidades e variação conjunta.
Um dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na fixação dos
preços dos produtos e serviços comercializados.
Em relação ao processo de formação de preços, alguns dos principais objetivos podem ser
apresentados, como:
33
Proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível: a empresa consistira em uma entidade que
deveria buscar sua perpetuidade;
Permitir a maximização lucrativa da participação de mercado: não apenas o faturamento deveria
ser aumentado, mas também os lucros das vendas. Algumas razões contribuem com efeitos
negativos sobre os lucros: excesso de estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva,
sazonalidade, etc.;
Maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais: os preços
devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes – preços baixos podem ocasionar
elevação de vendas e a não capacidade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos
prazos de entrega. Por outro lado, preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar
ociosidade da estrutura de produção e de pessoal;
Maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autossustentado: o retorno
do capital dá-se por meio de lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da
correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do
investimento efetuado.
Três processos distintos podem ser empregados na definição de preços e costumam basear-
se nos custos, no consumidor ou na concorrência.
Outra forma de estabelecer preços baseia-se no valor percebido do produto pelo mercado
consumidor. Nessa metodologia, as empresas empregam a percepção que os consumidores têm do
valor do produto, e não os custos do vendedor. Preços são definidos para se ajusta aos valores
percebidos. Por exemplo, um consumidor pode aceitar paga $1,00 por uma cerveja em lata em um
bar e $2,50 pelo mesmo produto em um restaurante de luxo.
determina os preços a praticar. Os preços podem ser de oferta – quando a empresa cobra mais ou
menos que seus concorrentes, ou de proposta – quando a empresa determina seu preço segundo
seu julgamento sobre como os concorrentes irão fixar seus preços.
As condições que conduzem à formação dos preços podem ser mencionadas por meio das
seguintes características:
a) Forma-se um preço-base;
b) Critica-se o preço-base à luz das características existentes do mercado, como preço dos
concorrentes, volume de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade, aspectos promocionais
etc.;
c) Testa-se o preço ás condições do mercado, considerando-se as relações custo-volume-lucro,
além de aspectos econômicos e financeiros;
d) Fixa-se o preço mais apropriado com condições diferenciadas para atender a volumes diferentes,
prazos não uniformes de financiamento de vendas, descontos para financiamentos (prazos
concedidos) mais curtos, comissões sobre vendas para cada condição.
Os principais métodos aplicáveis ao processo de formação de preços com base nos custos
costumam empregar os seguintes fatores: custo pleno, custo de transformação, custo marginal, taxa
de retorno exigida sobre o capital investido, custo-padrão.
Nesse método, os preços são estabelecidos com base nos custos plenos ou integrais – custos
totais de produção, acrescidos das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro
desejada.
Por exemplo, a Verde Vale Ltda. produz e comercializa arranjos com flores ornamentais.
Sabe-se que os custos com materiais diretos para cada arranjo comercializado são iguais a $3,40. Os
custos com MOD são aproximadamente iguais a $2,20. Custos indiretos de fabricação são
apropriados com base em 300% da MOD. Despesas administrativas, com vendas e fretes de
entregas alcançam $1,80. Se a empresa desejasse obter um lucro de $1,20 por arranjo, qual deveria
ser o preço praticado?
EXERCÍCIO
(1) Alguns dados financeiros da Pula-Pula S.A., estão apresentados na tabela seguinte. Sabendo-se
que a empresa sempre fabrica e vende 15.000 unidades por ano e deseja obter anualmente um lucro
de $3.600,00, qual deveria ser o preço praticado pela empresa? Considere-a isenta de impostos.
Item Valor $
Mão – de – obra direta 15.000,00
Despesas Administrativas 6.800,00
Seguros das lojas 3.600,00
Salários e encargos de vendedores 5.800,00
Aquisição de nova loja no fim do ano 35.000,00
Depreciação de imóveis fabris 2.800,00
Matéria-Prima 19.800,00
Seguro da Fábrica 1.500,00
Salários e encargos de supervisão fabril 1.100,00
Embalagem 2.400,00
Energia elétrica da fábrica 3.300,00
Entre as principais limitações do método de fixação de preços com base nos custos plenos,
podem ser mencionados os seguintes fatos:
a) Não considerar a elasticidade da procura;
b) Não ajustar-se às condições imediatas do mercado (pelo fato de olhar apenas para os custos)
c) Não considerar preços de concorrentes (ao olhar para seu próprio custo, nada é dito sobre a
eficiência ou ineficiência da empresa em relação ao mercado).
d) Não fazer distinções entre custos fixos e variáveis (e não possibilitar análise custo-volume-
lucro)
e) Eventuais distorções causadas pela aplicação de percentual uniforme para os produtos
comercializados (na prática, agindo dessa forma, muitos produtos podem estar precificados
erroneamente).
Uma variante do método de formação de preços com base nos custos plenos é o método de
origem alemã RKW – Reichskuratorium fur wirtschaftlichkeit ( em português, Conselho Administrativo
do Império para a Eficiência Econômica) – que alocava custos e despesas aos produtos fabricados.
Os preços seriam obtidos mediante o acréscimo do lucro desejado.
36
Assim seria mais interessante para a empresa concentrar esforços de produção e vendas no
produto blusa, que requer esforços expressivamente menores de transformação – gerando, no
entanto, mesma margem de lucro. Para evitar esse confronto, uma alternativa seria a de fixar preços
tomando os custos de transformação como base.
EXERCÍCIO:
Alguns gastos das empresas Gato Angorá Ltda. estão apresentados na tabela seguinte.
Sabendo-se que a empresa fabrica um único produto, quais deveriam ser os preços de vendas
cobrados se: (a) a empresa empregasse o método de fixação de preços com base no custo pleno,
aplicando um Mark-up igual a 1,60 sobre o custo integral; (b) a empresa aplicasse o método de
fixação de preços com base no custo de transformação, acrescentando um percentual igual a 210%.
Qual seria o percentual aplicado sobre os custos de transformação que tornaria equivalentes os
preços obtidos pelos diferentes métodos. A empresa sempre fabrica e vende 200 unidades por mês.
Total Unitário %
Receitas 90.000,00 90,00 100%
Custos fixos (50.000,00) (50,00) -56%
Custos variáveis (20.000,00) (20,00) -22%
Custos totais (70.000,00) (70,00) -78%
Lucros 20.000,00 20,00 22%
Se a empresa optasse por forma seu preço com base no custo total, a proposta tenderia a ser
recusada, já que o preço formado pela empresa é igual a $90,00. Logo, a proposta ofertada pelo
importador seria considerada insatisfatória – apenas 46,67% do preço de venda praticado pela
empresa, revelando um desconto implícito no preço de 53,33%.
Verificando os custos unitários por produto, de acordo com o volume atual de 1.800 unidades
por ano, a empresa contabiliza $70,00 por unidade, o que reforçaria a idéia da recusa do pedido.
Ao aceitar, porém, o novo pedido, apenas os custos variáveis seriam alterados. Assim, a
análise deveria envolver apenas os custos incrementais ou marginais – já que apenas estes seriam
aumentados. Dessa forma, o pedido deveria ser aceito e a venda efetuada – o preço de venda
proposto ($42,00) é bastante superior aos custos marginais da empresa ($20,00).
O emprego desse método permite estimar o preço, com base em taxa predeterminada de
lucro sobre o capital investido.
Diferentes poderiam ser as fórmulas empregadas para a obtenção do preço de venda. Uma
das mais simples está apresentada a seguir:
38
CI = Capital investido
CT= custos totais
R% =lucro percentual desejado sobre o capital investido
p= preço sugerido de vendas
V= volume de vendas
Por exemplo, imagine que, para abrir uma pequena padaria, o Sr. Manoel necessite investir
$50.000,00 em máquinas e equipamentos, além da aquisição e reforma do imóvel e capital de giro.
Estimativas indicam que o capital investido no negócio deveria apresentar uma taxa de retorno anual
igual a, no mínimo, 20%. Os custos anuais da empresa estão apresentados na tabela seguinte. Com
base nesses números e sabendo que a empresa deverá fabricar e vender cerca de 800 mil pãezinhos
de 50 g por ano estime qual o preço mínimo a ser cobrado por pãozinho, de forma que o negócio seja
lucrativo.
Descrição Valor($)
Salários e encargos 24.000,00
Materiais diretos 18.000,00
Depreciação 8.000,00
Outros gastos 20.000,00
Total 70.000,00
De acordo com as informações fornecidas, o lucro anual a ser auferido pela empresa deveria
ser igual a, no mínimo, $10.000 (=$50.000,00 x 20%). Acrescido aos custos totais da empresa resulta
em um valor total igual a $80.000,00.
P= (CT + R% x CI) / V
EXERCÍCIO:
(1) Para montar a fábrica de Traboleques, foram investidos $5.000.000,00 pelos sócios. Os sócios da
empresa estimam que o retorno anual do investimento deva ser de, no mínimo, 14% a.a. (em regime
de perpetuidade).
a) Sabendo que a empresa possui custos da ordem de $600.000,00 e pretende fabricar 2.000
unidades por ano, qual deveria ser o preço praticado para cada unidade vendida?
b) Se as características do mercado permitem que seja cobrado um valor unitário máximo igual a
$620,00, qual deveria ser o custo máximo da empresa?
39
Para se chegar ao preço a ser praticado, muitas vezes pode-se empregar o Mark-up, do inglês
marca acima, índice que aplicado sobre os gastos de determinado bem ou serviço, permite a
obtenção do preço de venda. Genericamente, o Mark-up pode ser empregado de diferentes formas:
sobre o custo variável; sobre os gastos variáveis e sobre os gastos integrais. De modo geral, a
obtenção do Mark-up pode ser vista no quadro a seguir:
Supondo gastos iguais a G, preço de venda igual a P, lucro percentual sobre o preço de venda
igual a L x P e impostos percentuais sobre o preço de venda iguais a I x P, o valor algébrico do Mark-
up pode ser deduzido da seguinte equação:
1
P xG
1 ( I L)
Nesse caso, o Mark-up tem a finalidade de cobrir contas não consideradas no custo, como os
impostos sobre vendas, as taxas variáveis sobre vendas, as despesas administrativas fixas, as
despesas de vendas fixas, os custos indiretos de produção fixos (a depender da situação de custeio)
e, obviamente, o lucro desejado pela empresa.
O Mark-up pode ser calculado de duas formas: multiplicador – mais usual, representa por
quanto devem ser multiplicados os custos variáveis para se obter o preço de venda a praticar; e
divisor- menos usual, representa percentualmente o custo variável em relação ao preço de venda.
FÓRMULAS DO MARK-UP:
Divisor : Mark-up = Custo Variável / Preço de Venda ou Mark-up = 1- soma das taxas percentuais
Onde:
Soma das taxas Percentuais = soma de valores expressos em percentuais que influenciam no
processo de formação de preços, como percentual de lucro desejado, taxa percentual de despesas
diversas etc.
Vejamos o exemplo: Supondo que o preço praticado pela empresa fosse igual a 100%%, após
a subtração de todos os percentuais que participam da formação do preço (PIS/COFINS, ICMS,
Comissões, Despesas Administrativas e Financeiras, Despesas Fixas de Vendas, Custos Indiretos de
Fabricação – considerando-os como fixos, e o Lucro desejado), empresa encontraria que o custo
40
variável representaria 40%%; assim, o Mark-up divisor seria igual a 60% e o Mark-up multiplicador
seria igual a 100%/40% = 2,5.
Descrição %
(+) Preço de venda 100,00
(-) PIS/COFINS -3,65
(-) ICMS 12,00
(-) Comissões 5,35%
(-) Despesas administrativas e Financeiras -5,00
(-) Despesas Fixas de Vendas -10,00
(-) Custos Indiretos (fixos) de fabricação -19,00
(-) Lucro -5,00
(=) Custo variável 40,00%
Mark-up divisor 60,00%
Mark up multiplicador 2,50
Em relação ao exemplo anterior, para um produto que apresentasse custo variável igual a
$78,00, o preço de venda a ser praticado deveria ser igual a $78,00 x 2,5 = $195,00.
É importante ressaltar que para poder aplicar o conceito simplificador do Mark-up, os gastos fixos e
todas as despesas precisam ser estimados como um percentual sobre as vendas. Por exemplo, se
uma loja costuma apresentar um faturamento igual a $12.000,00 por mês e gastos fixos da ordem de
$3.00,00 mensais, o percentual referente aos gastos fixos que deverá ser calculado na obtenção do
Mark-up será de 25% (3.000,00/12.000,00 = 0,25 = 25%).
Da mesma forma, a alíquota percentual dos impostos a ser considerada no cálculo do Mark-up
já deve estar deduzida dos eventuais créditos fiscais. Por exemplo, se uma empresa costuma
comprar peças mecânicas por $400,00 e revendê-las por $800,00 – ambas as operações tributadas
com alíquota de ICMS Igual a 18% - a alíquota considerada no cálculo do Mark-up deve ser igual a
9% em função dos créditos fiscais recebidos. Outra alternativa envolveria a consideração do crédito
em forma absoluta (por exemplo, $72,00) e obter algebricamente o preço.
A forma comum utilizada também é agregar aos custos dos produtos o valor líquido de
impostos oriundo da ficha de controle de estoques e aplicar sobre o preço final a alíquota cheia, no
caso em questão 18%.
EXERCÍCIO:
1) Determinada empresa gostaria de vender seus produtos com uma margem igual a 10%. Sabe-
se que o custo variável da empresa é igual a $540,00 por unidade. As demais taxas
associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais despesas e impostos.
Pede-se:
2) A Quero Indústria Ltda., apresentou os dados financeiros relatados a seguir. Sabendo que a
empresa deseja um lucro igual a 18% do preço de venda, estime:
3. O cerâmico Barro bom Ltda., produzem telhas e tijolos. Os principais gastos mensais da empresa
estão apresentados na tabela seguinte. Além desses gastos, a empresa recolhe 11% de venda a
título de ICMS (os insumos já estão líquidos de impostos) e paga 2% de comissão a seus
vendedores. A MOD consiste no critério para alocação de custos e despesas na metodologia de
custeio integral da empresa. A empresa trabalha a capacidade plena, produzindo 120 milheiros de
tijolos e 80 milheiros de telhas por mês. Calcule qual deveria ser o preço praticado por cada
produto (por milheiro), sabendo que a empresa gostaria de obter um lucro líquido de 30% sobre o
preço de venda.
Quando uma empresa elabora diferentes produtos com base em um mesmo conjunto de
matérias-primas, surge o problema relativo à composição dos custos desses diferentes produtos.
Processos de produção conjunta podem estar presentes tanto em processos contínuos como em
produção por encomenda.
Como exemplos de coprodutos, subprodutos e sucatas, veja o quadro a seguir que ilustra o
processo produtivo para cana-de-açúcar, madeira, laranja, gado bovino e papel.
Cana-de-
Matéria-Prima Madeira Laranja Gado bovino Papel
açúcar
Peças, ripas e Carnes, Jornais e
Co-Produto Açúcar e álcool Suco
barrotes miúdos, couro revistas
Ossos, chifres
Subproduto Vinhoto Óleo e álcool
e casco
Sucata Bagaço Serragem Bagaço Sebo Aparas
CUSTEIO DE COPRODUTOS
Produto m3
Peças 4.800
Barrotes 4.200
Ripas 7.800
Cavacos ou serragem 3.200
Soma 20.000
Os custos conjuntos para toda a produção da empresa podem ser vistos na seguinte tabela:
43
Descrição Valor
Materiais diretos 3.600.000
Mão-de-obra Direta 400.000
Custos Indiretos 1.000.000
Soma 5.000.000
Com base nos números fornecidos, a avaliação dos custos de cada um dos produtos pode ser
feita mediante a aplicação de qualquer um dos três métodos apresentados.
Para a madeireira Nobre, o cálculo dos custos dos coprodutos deve ser feito com base no
valor de mercado percentual para cada conjunto de coprodutos da empresa. Os custos obtidos
podem ser vistos na seguinte tabela:
Os valores indicam custos unitários por m3 iguais a $388,89, $333,33 e $222,22 para os
coprodutos peças, arrotes e ripas respectivamente.
Custo Custo
Faturamento Custos Faturamento Faturamento
Produto Conjunto Conjunto
$ específicos Líquido $ Líquido %
total unitário
Peças 3.360.000 -500.000 2.860.000 40,86% 2.042.857 425,60
Barrotes 2.520.000 -500.000 2.020.000 28,86% 1.442.857 343,54
Ripas 3.120.000 -1.000.000 2.120.000 30,29% 1.514.286 194,14
Soma 9.000.000 -2.000.000 7.000.000 100,00% 5.000.000
Ajustando os custos conjuntos após efetuar a dedução dos custos específicos, torna-se
possível obter os valores de $425,60, $343,54 e $194,14 para os custos conjuntos unitários dos
produtos peças, barrotes e ripas, respectivamente.
44
O método de formação de custos de coprodutos com base nos volumes produzidos apropria
os custos de forma unitária – isto é, igualmente para todos os produtos fabricados pela empresa. Por
exemplo, como a Madeireira Nobre apresentou custos conjuntos totais iguais a $5.000.000,00 e
produziu 16.800 metros cúbicos, o custo para cada metro cúbico produzido foi igual a $297,62
(=5.000.000/16.800).
Notamos que esse não é um critério racional – todos os custos conjuntos são distribuídos com
base no mesmo procedimento para todos os produtos, independentemente da forma como estes
consomem os recursos produtivos da empresa.
O método de formação de custos de co-produtos com base na igualdade do lucro bruto total
prevê que este último seja dividido pelo total de unidades produzidas, obtendo-se um lucro bruto
unitário igual para todos os produtos.
Em relação à Madeireira Nobre, supondo uma receita total igual a $9.000.000 e custos
conjuntos totais iguais a $5.000.000,00, o lucro bruto total obtido é igual a $4.000.000,00. Como a
empresa produz 16.800 metros cúbicos o lucro unitário por metro cúbico de madeira é igual a
$238,00. Veja a seguinte tabela:
45
EXERCÍCIOS
1) A Fábrica de Granitos Elegance Ltda. produz dois produtos principais: bancadas para pias e lajotas
de revestimento. Ambos os produtos empregam a mesma matéria prima: placas de granito premium,
compradas de fornecedores especiais situados no sul do Estado de Minas Gerais.
O processo produtivo da empresa envolve, em uma primeira etapa, o corte da banca
diretamente nas placas. Sobras de maiores dimensões são recortadas nas dimensões de 20 por 20
cm, formando os lotes do produto lajotas de revestimento. As sucadas decorrentes do processo
industrial da elegance Ltda. consistem nas sobras pequenas de cortes e recortes das lâminas de
granito, que apresentam baixo e incerto valor de mercado.
Cada bancada de pia é vendida por cerca de $280,00 e o metro quadrado de lajotas é
comercializado por $75,00. No mês passado, foram processados 2.700 metros quadrados de lâminas
de granito, que possibilitou a produção e comercialização de 300 bancadas de pias e 1.600 metros
quadrados de lajotas de revestimento. Sabe-se que para produzir uma bancada de pia são
consumidos três metros quadros de lâminas de granito.
No período analisado, os custos conjuntos incorridos da empresa podem ser vistos na tabela
seguinte:
Descrição Valor
Materiais diretos 108.000.000
Mão-de-obra direta 22.000.000
Aluguel do galpão industrial 6.000
Depreciações de Equipamentos 4.000.000
Soma 140.000.000
Pede-se para estimar os custos plenos e os resultados unitários de cada um dos produtos da
empresa, mediante o emprego dos métodos:
(a) valor de mercado;
(b) volumes produzidos (sem ponderação);
(c) volumes produtos empregando fatores iguais a 3 e1 para os produtos bancadas de pias e
lajotas de revestimento.
(d) igualdade do lucro bruto.
46
CUSTEIO VARIÁVEL
Um dos maiores problemas da gestão de custos diz respeito ao controle e à distribuição dos
custos indiretos. Uma das formas empregadas para facilitar o processo de tomada de decisões
empregando dados de custos consiste na não realização de rateios dos custos indiretos.
Embora questionável segundo o ponto de vista dos princípios e normas contábeis, o custeio
variável assume grande importância na análise de decisões relativas a custos e preços. No método
do custeio variável, apenas gastos variáveis são considerados no processo de formação dos custos
dos produtos individuais. Custos ou despesas indiretas são lançados de forma global contra os
resultados.
As expressões custeio direto e custeio variável aparecem citadas muitas vezes nos textos
sobre custos como sinônimos. Contudo, convém ressaltar as diferenças entre custos variáveis e
custos diretos.
Contudo, nem todo gasto direto é variável, ou vice-versa, e nem sempre todo gasto indireto é
fixo, ou vice-versa. Por exemplo, gastos com energia elétrica são geralmente variáveis e indiretos.
Assim, os termos variáveis diretos não devem ser empregados de forma indistinta.
Como o uso dos termos direto e variável nem sempre coincide corretamente com seus
conceitos teóricos, deve-se tomar cuidado com seu emprego. O custeio variável trata especificamente
da análise de gastos variáveis – diretos ou indiretos custos ou despesas – e sua comparação com as
receitas. Da análise comparativa, surge o conceito de margem de contribuição – item de fundamental
importância nos processos de tomada de decisões em finanças.
Um dos maiores problemas dos sistemas de custeio consiste na alocação dos custos indiretos
(variáveis ou fixos) aos produtos. Em processos de tomada de decisão, muitas vezes, os custos fixos
rateados de forma imprecisa levam a decisões inadequadas, como o corte de produtos lucrativos ou
mesmo o corte inadequado de produtos deficitários.
Empregando o sistema de custeio por absorção, a DRE por produto e total da empresa pode
ser vista na tabela seguinte:
De acordo com a DRE anterior, a empresa estaria com problemas no produto Lapiseira, que
apresentaria um resultado unitário negativo, igual a $0,02. Assim, a DRE construída com base no
critério do custeio por absorção faria a sugestão de eliminação deste produto.
Com a eliminação do Produto Lapiseira, o novo DRE da empresa pode ser visto a seguir. A
empresa, que possuía um resultado positivo e igual a $100,00, passa a apresentar um prejuízo igual
a $160,00 por mês. Tal fato, que decorre da eliminação do produto Lapiseira, faz com que todos os
custos indiretos (e fixos) passem a ser absorvidos pelo produto caneta.
Em outras palavras, o fato de empregar análise da lucratividade com base no custeio por
absorção e empregando rateios arbitrários causa grande distorção nas informações obtidas, e pode
levar a conclusões e atitudes equivocadas.
48
A própria lógica do rateio poderia ser questionada nessa situação. Se, por exemplo, a
empresa empregasse os gastos com materiais diretos como critério de rateio, as conclusões seriam
opostas. Nesse caso, o produto Caneta passaria a apresentar resultado negativo, conforme
apresentado na tabela seguinte:
Os rateio de custos indiretos, formados em boa parte por custos fixos, podem distorcer os
processos de tomada de decisões em finanças. Uma solução para os problemas decorrentes do
emprego de rateios consistiria em sua eliminação. Isto é, apenas os custos diretos ou variáveis
seriam associados aos produtos. Todos os custos fixos e indiretos deveriam ser subtraídos da
margem de contribuição total – sem divisões ou rateios.
O processo de formação de custos com base apenas nos gastos variáveis facilita a tomada de
decisões. Custos e despesas fixas nunca são rateados.
Com base na DRE obtida após a aplicação do custeio variável, percebe-se que nenhum
produto deveria ser eliminado – já que a margem de contribuição (preço menos gastos variáveis) dos
dois produtos foi positiva. A tomada de decisão torna-se então, muito mais simples.
No sistema de custeio variável, apenas os custos variáveis são atribuídos aos produtos
elaborados, que, juntamente com as despesas variáveis, serão subtraídos da receita, gerando um
49
valor que é denominado margem de contribuição. Os custos e despesas fixas serão abatidos da
margem de contribuição do período.
Uma aplicação completa do custeio variável pode ser vista no exemplo seguinte:
Fabrica de roupas Elegância Ltda. Custeio Direto versus Custeio por Absorção
A diretoria da Fábrica tem enfrentado uma série de problemas na determinação dos custos de
seus produtos. Basicamente, são produzidos e comercializados três itens: Calças, camisas e
Bermudas. Quais são as principais diferenças, para essa empresa, existentes entre o custeio por
absorção e o custeio variável? Existem diferenças no resultado?
No processo de formação do custo dos produtos da empresa, seria preciso efetuar a apuração
do custo industrial ou fabril empregando o custeio por absorção. Separando os custos diretos dos
indiretos e rateando os custos indiretos aos produtos, a empresa elaboraria o seguinte demonstrativo:
Para apurar o custo dos produtos vendidos por meio do custeio por absorção, seria preciso
analisar o custo industrial obtido anteriormente e as variações de estoques verificadas. O custo dos
produtos vendidos poderia ser visto na seguinte tabela:
Produtos
Custos e Estoques Total
Calças Camisas Bermudas
Estoque Inicial 0 0 0 0
Custo Industrial 1.200 1.050 2.400 4.650
Estoque Final 900 450 750 2.100
CPV 300 600 1.650 2.550
Produtos
Contas principais total
Calças Camisas Bermudas
Vendas 900 1.800 3.000 5.700
(-) CPV -300 -600 -1650 -2.550
(-) Despesas com Vendas -150 -300 -900 -1.350
Despesas variáveis de vendas -120 -270 -810 -1.200
Despesas fixas de vendas - 30 -30 -90 -150
(-) Despesas Financeiras -300 -450 -300 -1.050
(=) Resultado 150 450 150 750
50
Com base as etapas anteriores o custo integral para decisões de produção e venda, rateando
custos indiretos e despesas e empregando a metodologia do custeio por absorção, poderia ser
sintetizado na tabela seguinte:
Se a empresa optasse pelo método do custeio direto, apenas seriam ativados nos estoques os
custos diretos variáveis. Assim, os demonstrativos calculados para empresa seriam diferentes.
Na apuração do custo industrial pelo sistema de custeio variável, apenas os custos viráveis
seriam considerados. Dessa forma, o relatório de custos poderia ser apresentado conforme a tabela
seguinte:
Produtos
Custos Total
Calças Camisas Bermudas
Variáveis 1.050 900 1.650 3.600
Total 1.050 900 1.650 3.600
Para efetuar a apuração do custo dos produtos vendidos pelo custeio variável, bastaria
considerar, também, a variação dos estoques.
Produtos
Custos e estoques Total
Calças Camisas Bermudas
Estoque inicial o o o o
Custo industrial 1.050 900 1.650 3.600
Estoque final 780 390 510 1.680
CPV 270 510 1.140 1.920
O resultado obtido pelo custeio direto destacaria os gastos variáveis, custos e despesas,
discriminados por produto e subtraídos de suas respectivas receitas. Gastos indiretos,
independentemente de serem custos ou despesas, seriam subtraídos da margem de contribuição
total de todos os produtos da empresa. Veja a seguinte tabela:
Produtos
Contas principais Total
Calças Camisas Bermudas
Vendas 900 1.800 3.000 5.700
(-) CPV -270 -510 -1.140 -1.920
(-) Despesas variáveis de
-120 -270 -810 -1.200
vendas
= custeio Variável -390 -780 -1.950 -3.120
(=) Margem de contribuição 410 1.020 1.050 2.580
Custos fixos de produção -1.050
Despesas fixas de vendas -150
Despesas fixas financeiras -1.050
(=) Custos não absorvidos pela
-2.250
produção
(=) Resultado 330
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Os resultados comparados indicam que o resultado obtido no custeio variável seria menor, em
função da não ativação de custos indiretos nos estoques. Todos os gastos fixos seriam lançados
diretamente contra o resultado do período, como se fossem despesas.
Custos fixos, por sua própria natureza, existem independentemente da fabricação ou não dessa
ou de outra unidade. Existem no mesmo montante, mesmo que oscilações ocorram no volume de
produção. Os custos fixos correspondem aos encargos incorridos pela empresa para participar do
jogo – é o cacife desembolsado para poder ofertar seus produtos e serviços. Não representam
sacrifícios para a produção de unidades específicas;
Como não são associados diretamente aos produtos, os custos fixos são rateados com base em
critérios caracterizados por arbitrariedades. As bases volumétricas geralmente empregadas não
expressam diretamente o consumo de recursos e a alocação de custos a cada produto.
Alterações de procedimentos contábeis e financeiros de distribuição de custos podem afetar a
rentabilidade dos produtos analisados – como no caso da Indústria de Brindes Surpresa – sem
que nada seja alterado na empresa que os produz;
Em função das distorções causadas pelos rateios de custos fixos ou indiretos, genericamente,
no processo de tomada de decisões, sugere-se a adoção do custeio variável. Algumas das principais
vantagens do método podem ser descritas como o fato de impedir que aumentos de produção que
não correspondam a aumento de vendas distorçam os resultados e consistam em melhor ferramenta
para a tomada de decisões dos gestores, já que o método de custeio por absorção pode induzir a
decisões erradas sobre a produção.
Como desvantagens, podem-se citar os fatos de que, na existência de custos mistos (custos
com uma parcela fixa e outra variável), nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa
da parcela variável – mesmo existindo técnicas estatísticas, como a análise de regressão, muitas
vezes a divisão torna-se tão arbitrária como rateio dos CIFs no custo por absorção. Outra
desvantagem seria o fato do custeio variável não ser aceito pela Auditoria Externa das empresas,
nem pela legislação do Imposto de renda, bem como por uma parcela significativa de contadores.
EXERCÍCIOS
1. A pousada Brisa do Mar possui 90 quartos para alugar, praticando um preço médio de $56,00
por diária. Sabe-se que a empresa exibe os dados financeiros seguintes: Recentemente, na baixa
temporada, com apenas 30% dos quartos ocupados, a empresa foi contatada por uma grande
operadora de turismo que propôs alugar 56 quartos por $30,00 a diária. Como gerente de operações
52
da pousada, você deveria aceitar a proposta? O custo fixo do empreendimento é igual a $400,00 e o
custo variável por quarto alugado alcança $22,00 por dia alugado.
Sabendo que a empresa emprega o critério da mão de obra direta como base de rateio, pede-
se:
a) Com base na DRE por produto e elaborada com base no método do custeio por absorção,
determine qual produto apresenta problemas relacionados à baixa lucratividade.
b) Este produto deveria ser eliminado das linhas de produção da empresa?
c) Com base na DRE por produto e elaborado com base no método do custeio variável, estime
qual produto apresenta problemas relacionados à lucratividade.
d) Algum produto deveria ser eliminado?
e) O que diferencia o método do custeio por absorção do método do custeio variável?
Outro ponto importante na análise do processo de formação dos custos, em função das
diferentes composições dos gastos com os volumes processados, diz respeito ao estudo da
associação que existe entre custos, volumes e lucros.
53
Uma das principais funções da contabilidade de custos consiste em fornecer subsídios para a
tomada de decisões. Nesse sentido, a identificação e distinção de gastos conforme sua variabilidade
em variáveis e fixos torna-se muito mais importante do que a mera separação entre custos e
despesas, por exemplo.
A relação entre custos fixos e variáveis consiste em importante etapa na análise de formação
de preços e projeção de lucros obtidos a diversos níveis possíveis de produção e vendas.
Alavancagem empresarial
Alavancagem operacional
Alavancagem financeira
Em $ = PEC$=Preço x PECq
Exemplo: A empresa A possui gastos fixos da ordem de $50.000,00 por mês. Sabe-se que o
gasto variável unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $56,00 por unidade, e o
preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $76,00.
Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio contábil, bastaria aplicar a fórmula.
Em outras palavras: PECq= Gastos fixos / (Preço – Gastos variáveis unitários) = 50.000/(76-56) =
2.500. A empresa deveria vender 2.500 unidades para permanecer no ponto de equilíbrio sem lucros
ou prejuízos, mantendo, portanto, a receita total igual aos custos totais.
Quantidade de vendas que a empresa deveria obter para poder cobrir a remuneração mínima
do capital próprio nela investido – considerando valores de mercado. Nesse caso, o lucro obtido
deveria ser igual à remuneração do capital próprio, também denominada de custo de oportunidade do
capital próprio.
PEEq =( Remuneração do capital próprio + gastos fixos) / (Preço – Gastos variáveis unitários)
A empresa produz o cosmético facial belezura, que comercializa a $3,70 a unidade. Os custos
fixos totais da empresa são iguais a $18.000,0 e os custos variáveis por caixa com 50 unidades são
iguais a $110,00. A empresa paga 20% aa sobre os empréstimos contraídos. A taxa justa de
mercado para remunerar o capital próprio investido na empresa é igual a 25% aa. Qual seria a
estimativa do ponto de equilíbrio contábil e econômico da empresa?
Quantidade que iguala a receita total com a soma dos gastos que representam desembolso
financeiro para a empresa. Assim no cálculo do ponto de equilíbrio financeiro não devem ser
55
PEFq = (Gastos fixos – Gastos Fixos não Desembolsáveis) / (Preço – Gastos Variáveis
Unitários)
Para se obter a margem de contribuição média, basta multiplicar as margens individuais pela
participação percentual nas vendas e depois somar o resultado.
Exemplo:
Para encontrar o ponto de equilíbrio contábil, a empresa precisa encontrar uma margem de
contribuição média. As margens de contribuição percentuais para cada um dos dois produtos podem
ser apresentadas como:
A margem média resulta da ponderação das margens individuais pela participação de cada
produto nas vendas, ou,
Margem média = 57,89% x 0,30 + 555,6% x 0,70 = 56,26%
Como a margem de contribuição média encontrada foi de 56,26% e os gastos fixos são iguais
a $40.000,00, o faturamento da empresa no ponto de equilíbrio contábil seria igual a:
MARGEM DE SEGURANÇA
Consiste na quantia ou índice das vendas que excedem o ponto de equilíbrio da empresa.
Representa o quanto as vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuízo, podendo ser
expressa em quantidade, valor ou percentual. Pode ser calculada em quantidade (MSq) em unidades
monetárias (MS$) ou em percentual (MS%).
56
Exemplo: A empresa apresentou os seguintes dados: Custos Fixos $54.000, Custo variável
unitário em $4,50 e preço de venda estimado em $7,50 e seu volume de vendas era igual a 25.000
unidades.
Como a empresa possui vendas iguais a 25.000 unidades, as margens de segurança são:
EXERCÍCIOS:
1. A empresa Alfa fabrica e vende, mensalmente, 300 unidades de um único produto. O preço
unitário de venda é igual a $40,00. Sabe-se que os custos fixos mensais da empresa são
iguais a $2.300 e os custos variáveis unitários, iguais a $19,00. A empresa possui dívidas no
montante de $10.000,00, sobre as quais incide uma taxa de juros mensal igual a 6%. Calcule
os graus de alavancagem da empresa, supondo variações positivas e negativas das vendas
iguais a 20%.
3. Os custos fixos mensais da empresa Beta são estimados em $600,00 por mês. Sabe-se que a
margem de contribuição da empresa é aproximadamente igual a 48% do preço de venda.
Qual o valor das vendas no ponto de equilíbrio contábil?
Bibliografia:
.BRUNI, ADRIANO LEAL. FAMA, RUBENS. GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS
COM APLICAÇÃO NA CALCULADORA HP 12-C E EXCEL. 5ª EDIÇÃO. SÃO PAULO: ATLAS, 2011.
. MARTINS, ELISEU. CONTABILIDADE DE CUSTOS. 9ª EDIÇÃO. SÃO PAULO: ATLAS, 2008