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Exercício de leitura:
1)a) A segunda fase da industrialização britânica foi baseada nas industrias de bens
de capital, no carvão, no ferro e no aço. A crise do industrialismo têxtil foi a chegada
do carvão e do ferro, a era da construção ferroviária.
a) Apesar da maioria dos investimentos em ferrovia ter sua origem no fato de existir
muito capital ocioso, algumas justificavam o fato. Ao ligar uma mina de carvão à costa
(Darlington-Stockton), os retornos obtidos com o aumento na venda de carvão
justificariam os investimentos, mesmo que tivesse custos elevados. Demonstrada
essa lucratividade, era natural que mercadores de Liverpool e Manchester, junto de
seus investidores londrinos, percebessem a vantagem de quebrar o monopólio do
transporte fluvial para Lancashire. A maioria do pais no entanto, tinha fácil acesso a
transporte aquático barato.
Havia na Inglaterra uma grande quantidade de capital ocioso, esperando para ser
investida em atividades que gerassem um retorno maior que os títulos públicos. Após
financiar países em guerra ou minas sul americanas se mostrar um fracasso, esse
capital estava pronto para ser direcionado a Inglaterra, onde o retorno era garantido.
Ele vai ser captado pela ferrovia por falta de qualquer outra coisa que tivesse a
mesma capacidade de absorver capital, transformando uma inovação nos transportes
em um programa nacional de investimento.
Os ingleses, com excedentes, não se intimidavam com os altos custos. A atração não
se fazia pelo cálculo de lucro, mas sim pela atração romântica da revolução
tecnológica. Caso não desse muitos lucros, ainda era um meio de mobilizar a
acumulação de capital de todos os tipos para fins industriais e uma nova fonte de
emprego que representou um duradouro estimulo a industria de bens de capital.
Apesar dessas atividades não requerer muita mão de obra, a expansão dos
transportes, acompanhada pela expansão do ferro, aço e carvão, proporcionou
emprego para trabalhadores desqualificados (população agrícola excedente que
passou a ter melhor remuneração). A ascensão do setor de bens de capital empregou
muita mão de obra qualificada devido ao incremento na indústria mecânica,
construção de máquinas, navios (metalúrgicos).
Década de 1840 -> Essa situação começou a mudar rapidamente, por uma ação local.
Os empregadores começaram a abandonar métodos extensivos de exploração,
acabando com o aumento da jornada e redução de salários. Lei das Dez Horas, fim
de semana livre, pagamentos por resultados, contratos mais curtos, menor coerção
extra-econômica, supervisão legal das fábricas pela figura dos Inspetores Fabris.
Essas inovações não foram vitórias da racionalidade por si só, mas principalmente
relaxamento de tensão. Os industriais britânicos sentiam-se suficientemente ricos e
confiantes para permitirem mudanças. Os empregadores que defendiam políticas de
salários relativamente altos e apaziguamento dos trabalhadores representavam
empresas tradicionais e prósperas, livres do fantasma da bancarrota.
Década de 1860 -> Essa mudanças tornaram-se mais visíveis, tornando-se oficiais e
formais. A legislação fabril passou a ser levada seriamente para1 fora do setor têxtil e
deixou de lado a falácia de que seu propósito único era proteger as crianças. Até
mesmo no setor têxtil, as mudanças foram aceitas. Os sindicatos foram aceitos como
permanentes e não como componentes nocivos do cenário industrial. Lei de Reforma
de 1867 Aceitou um sistema eleitoral que dependia dos votos da classe
trabalhadora. Não adotou a democracia parlamentar, mas deixou a entender que
aceitariam sua adoção eventual.
Grande Depressão -> O termo pode ser confundido com o utilizado para definir a crise
de 29 nos EUA, a qual teve um impacto maior sobre a classe trabalhadora. O cenário
da década de 1870 era muito favorável, aparentando que nada daria errado na
economia britânica. A segunda fase, no entanto, gerou suas próprias dificuldades. A
“depressão” simbolizou um periodo de estado de espiríto generalizado de
intranquilidade e temor quanto as perspectivas da economia britânica. Mas quais as
causas disso?
Efeitos da Grande Depressão na Inglaterra -> Foi maior e menor que em outros
lugares. A crise agrária afetou o país apenas marginalmente (na verdade, a avalanche
de importações cada vez mais baratas de alimentos e matéria prima teve suas
vantagens). A crise na industria que não passou de um ligeiro tropeço nos outros
paises representou um enorme desastre na Inglaterra.
A crise não foi apenas temporária. Revelou que outros paises tinham condições de
produzir para si mesmos ou até para exportação, fato que era característica essencial
da Inglaterra. Esse país só estava disposto a por em prática um único método para
resolver a situação. Ao contrário de paises como os EUA, França e Alemanha que
adotaram taxas aduaneiras tanto para proteger sua agricultura como indústria, a
Inglaterra se agarrava ao livre comércio. Ela era comprometida com a tecnologia e
organização comercial da primeira fase da industrialização que lhe garantiraram
avançar na revolução indistrial. Só existia uma saída: a conquista econômica de áreas
do mundo até então inexploradas: O Imperialismo.