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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

LICENCIATURA EM DIREITO

1° Grupo

Noção e Âmbito do Direito Comercial

Nampula

2019
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

LICENCIATURA EM DIREITO

1° Grupo

DISCENTES:

Débora Colher

Diana Pawandiwa

Dinazarda Liomba

Lezio Elidio

Lot Marvin Camanga

Murillo Sibinde

Orlando Matos

Tomazia Tomo

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Direito Comercial,
referente ao 1º semestre, curso de
Direito, 4º ano curso diurno.
Leccionada pelo Docente: PhD
Muapala.

Nampula

2019
Lista de abreviaturas

Ss - Seguintes.

Pag - Pagina.

I
Índice
1 Noção e Âmbito do Direito Comercial ..................................................................... 3

1.1 Evolução Histórica do Direito Comercial .......................................................... 3

1.1.1 Aspectos Preliminares ................................................................................ 3

1.2 Noção Histórica do Direito Comercial .............................................................. 4

1.3 Noção Histórica do Direito comercial em MoçambiqueError! Bookmark not


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Conclusão ......................................................................................................................... 7

Bibliografia ....................................................................................................................... 8
Introdução

2
1 Noção e Âmbito do Direito Comercial

1.1 Evolução Histórica do Direito Comercial

1.1.1 Aspectos Preliminares


Não há como pretender conhecer as origens do direito comercial sem uma
amostra, ligeira que seja, do comércio - actividade que o precedeu e razão da sua
criação e existência. Difícil, senão impossível, estudar o direito comercial dissociado do
desenvolvimento do comércio.1

Não estaria completo o estudo do direito comercial, se o fizesse isolado da


actividade comercial. Seria o mesmo que, num feliz exemplo, pretender estudar a pena
sem conhecer o prévio e correspondente delito; conhecer a cura sem saber da doença
que lhe dá causa. Assim que, necessariamente, o estudioso terá que conhecer primeiro o
comércio num plano superior e original, para garantir serena admissão ao estudo do
direito comercial. Mesmo, porque o comércio é causa em pressupostos cujos efeitos, um
é o direito comercial - ramo da ciência do direito destinado a disciplinar as relações e os
actos jurídicos decorrentes da actividade mercantil e dos comerciantes, seja entre si
mesmos; seja entre esses e os não comerciantes.2

Surge uma questão Hernani Estrella: o Direito Comercial, algumas vezes


chamado “Direito do Comércio”, pressupõe necessariamente o conhecimento do
fenómeno económico sobre que assentam muitíssimas de suas disposições e de onde se
originam os institutos que foi chamado a regular.3

Em razão disso, quase todos os autores que escrevem sobre direito comercial,
consagram atenção mais ou menos demorada, ao comércio, como preliminar do estudo
da disciplina. 4

Foi-se o tempo em que alguns admitiam que o comércio e o direito comercial


surgiram simultaneamente, ao mesmo tempo, defendendo que tal originou do fato de
que o comércio e o direito comercial resultam de causas socioeconómicas. Para aqueles,
só quando estas despertaram interesse científico é que surgiu o comércio e sua
concomitante disciplinação jurídica através do direito comercial. Defende esse

1
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo.pag 100
2
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. 102
3
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo.102
4
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. 103

3
entendimento, dentre outros, Octávio Médici : a história do direito comercial se fez
paralelamente à história do comércio. Enquanto este não se erigiu em instituição
socioeconómica, aquele não tinha razão de ser. Esse erróneo entendimento, porém, já
foi revisto e vencido desde priscos tempos.5

1.2 Noção Histórica do Direito Comercial


Na primeira fase do direito comercial prevalecem os usos e costumes mercantis
observados nas relações jurídico-comerciais. Inicialmente, na elaboração desse “ direito ”
não havia ainda nenhuma participação estatal. Cada Corporação de Ofício possuía seus
próprios usos e costumes, e os aplicava por meio de cônsules eleitos pelos próprios
associados para reger as relações entre seus membros. Em verdade, tais normas são
pseudossistematizadas e, alguns doutrinadores usam a expressão “codificação privada”
do direito comercial.6

Também nesse período da formação do direito comercial, surgem seus primeiros


institutos jurídicos tais como títulos de crédito (letra de câmbio), as sociedades
(comendas), os contratos mercantis (contrato de seguro) e os bancos.7

Além disso, algumas características próprias do direito comercial começaram a


se definir, como o informalismo e a grande influência dos usos e costumes no processo
de elaboração de suas regras.8

É marcante outra característica da fase inicial do direito comercial, que é o seu


carácter subjectivista. Conforme ensina Rubens Requião, o direito comercial era o
direito dos membros das corporações de ofício, era um direito a serviço do comerciante.
Porém, suas regras só se aplicavam aos seus filiados da corporação.9

Sendo assim, bastava que uma das partes de determinada relação fosse
comerciante para que essa relação fosse disciplinada pelo direito comercial ou ius
mercatorum, em detrimento dos demais “direitos” aplicáveis.10

Em suma, o direito comercial era um direito feito pelos comerciantes e para os


comerciantes, portanto, eminentemente corporativista. 11

5
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 104
6
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 104
7
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 105
8
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 106
9
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 107
10
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 107

4
O direito comercial, logo nos seus primórdios, sofreu o impacto evolutivo
provocado pela doutrina contratualista, rompendo assim com a teoria contratual
desenvolvida pelo direito romano.12

Na Roma Antiga, os ideais de segurança e estabilidade da classe dominante


amarraram o contrato ao instituto da propriedade. Grosso modo, era o contrato apenas
um instrumento através do qual se adquiria e transferia a coisa.13

A inicial concepção estática do contrato, bem peculiar do direito romano, não se


coadunava com os ideais da classe mercantil, em franca ascensão. Note-se que cede
espaço e a vez a solenidade na celebração das avenças e, surge triunfante o princípio da
liberdade na forma de celebração dos contratos.14

Enfim, o sistema de jurisdição especial, que marca essa primeira fase do direito
comercial, provoca profunda transformação na teoria do direito, posto que o sistema
jurídico tradicional, viria a ser derrogado por um direito específico, peculiar a certa
classe social e disciplinador da nova realidade económica que surgiu.15

Após o Renascimento Mercantil, o comércio foi se especificando


progressivamente, principalmente em função das feiras e dos navegadores. O
mencionado sistema de jurisdição especial surgido e desenvolvido nas cidades italianas
e difundido por toda a Europa, chegando em França, Inglaterra, Espanha e Alemanha,
que nessa época ainda não era um Estado unificado. 16

Com a evolução da actividade mercantil, deu-se, ipso facto, a evolução do


direito comercial e, paulatinamente, a competência dos tribunais consulares foi
ampliando-se e abrangendo negócios realizados entre mercadores matriculados e
também não comerciantes.17

Durante o declínio da era medieva (meados do século XV), surgem os grandes


Estados nacionais e monárquicos. Tais Estados, encarnados e representados pelo
monarca absolutista que irá submeter seus súbditos, incluindo-se a classe de

11
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012, São Paulo. Pag 108
12
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01Editora Saraiva, 2005, São Paulo, Pag 223
13
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01Editora Saraiva, 2005, São Paulo, pag 224
14
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01Editora Saraiva, 2005, São Paulo, pag 224
15
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01Editora Saraiva, 2005, São Paulo, pag 225
16
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01Editora Saraiva, 2005, São Paulo, pag 225
17
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01Editora Saraiva, 2005, São Paulo, pag 226

5
comerciantes, impondo um direito posto, em contraposição ao direito comercial de
outrora focado na autodisciplina das relações comerciais, por parte dos próprios
mercadores, através das corporações de ofício e de seus juízes consulares.18

O monopólio da jurisdição mercantil escorrega das mãos das corporações de


ofícios, principalmente na medida em que o Estado se fortaleceu e chamou para si o
monopólio da jurisdição e, ainda, consagrou a liberdade e a igualdade no exercício das
artes e ofícios.19

Com o tempo, os diversos tribunais de comércio existentes tornaram-se


atribuição do poder estatal. No período de 1804 a 1808, são editados em França, o
Código Civil e o Código Comercial.20

18
ASCARELLI, Tullio, Origem do Direito Comercial, Revista, 1976, são paulo.pag 201
19
ASCARELLI, Tullio, Origem do Direito Comercial, Revista, 1976, são paulo. Pag 202
20
ASCARELLI, Tullio, Origem do Direito Comercial, Revista, 1976, são paulo.pag 203

6
Conclusão
Concluímos que assim é que, Rubens Requião entende que são três as fases em
que se estuda esse ramo do direito privado, a saber, Primeira fase, aquela embrionária
que começa com o aparecimento em muitas cidades da Europa das Corporações de
Ofício, formadas no seio dos mercadores da época e que fizeram do Direito Comercial
um direito particular, autónomo, corporativo e consuetudinário.

A segunda fase, conforme Requião, seria aquela iniciada pelo aparecimento do


Código Napoleónico, em 1807, chamada de fase objectiva, uma vez que já baseada no
direito do Estado e não no direito costumeiro, próprio da primeira fase. Foi o Direito
baseado nos Actos de Comércio.

A terceira fase apontada por Requião, trata-se justamente da fase moderna, com
a implantação do direito de empresa, quando se abandonou a teoria dos Actos de
Comércio e passou-se a adoptar a empresa como o centro das actividades de produção e
circulação de bens e serviços.

7
Bibliografia
Legislação

Doutrina

 ASCARELLI, Tullio, Origem do Direito Comercial, Revista, 1976, são paulo;


 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial, editora Saraiva, v.1, 2012,
São Paulo;
 REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial, v.01,Editora Saraiva, 2005,
São Paulo.

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