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Yemanjá Asaba ou Soba

É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Exu, rabugenta, e
feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais
profundas do oceano. Veste branco e prata. Nesta qualidade, Iemanjá é
perigosíssima, sábia e muito voluntariosa. Usa no tornozelo uma corrente de
prata. Numa briga com Exú, ela teve sua perna ferida, por isso suas yaôs
quase se arrastam em sala, numa primeira manifestação, depois mostram toda
sua dança. Seu olhar é irresistível e seu ar é altaneiro. Foi mulher de Orunmilá,
e Ifá sempre acata sua palavra e em honra a tal hierárquica entidade, apesar
de ter usado os instrumentos da adivinhação quando ele estava ausente.
Indignado, Orunmilá expulsou-a momentaneamente.

Num xirê de Sobá, sempre entra um Oxalá. Para ouvir seus fiéis costuma ficar
de costas, carrega em uma das mãos um abebe espelhado e na outra uma
estrela do mar. Consagrada com azeite doce e pitadas de mel.

Sua energia é a espuma branca do mar. Suas amarrações jamais podem ser
desatadas. É a senhora do algodão, todos os seus assentamentos são feitos
no algodão. Veste o azul bem clarinho e outras vezes o rosa. Adorna-se com
muitas perolas sua saia e mais curta, dança com abebe (Espelho) e Adede
(leque).

Lenda : Yemanjá joga búzios na ausência de Orunmilá

Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com


seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou
e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa, Então, usando o
oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito
dinheiro.
No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua
aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição
de um babalaô jogava búzios. ficou desconfiado, quando voltou, não se
apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.
Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles
feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para
não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-
Olodumare.
Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo
oracular que permite a leitura do destino, Ele era o legítimo conhecedor pleno
das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá
pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que
Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara
grande freguesia.
Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não
envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres
ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.
Yemanjá Iyemoyo, Awoyó; Yemuo; Yá Ori ou Iemowo

Mulher de Oxalá, e uma das Iemanjás mais velhas dentre as suas qualidades,
representa a vida, seus fundamentos estão presentes no ori, tem o poder de
curar doenças da cabeça.

Suas características e formas muito idosa já demonstram isso. Seu olhar


fadigado, corpo curvado, passos lentos, fala pesada logo demonstram que
essa Iemanjá tem muita experiência no que se diz tempo.

É chamada de deusa das marés, e é ela que controla essa parte do oceano.
Ela que determina a subida e a descida das marés.

Também pode ser conhecida como Iyemoyo, Yá Ori, Iemowo ou Yemuo, mas
independente da nomenclatura é a mesma entidade.

Quando YEMANJÁ AWOYÓ vai guerrear e defender seus filhos, usa


vestimentas de diferentes tonalidades de azul.

Lenda: Iemanjá ganha o poder de cuidar de todas as cabeças

Olodumaré fez o mundo e repartiu entre os orixás vários poderes, dando a


cada um reino para cuidar.

A Exú deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas.

A Ogum o poder de forjar os utensílios para agricultura e o domínio de todos os


caminhos.

A Oxóssi o poder sobre a caça e a fartura.

A Obaluaiyê o poder de controlar as doenças de pele.

Oxumaré seria o arco-íris, embelezaria a terra e comandaria a chuva, trazendo


sorte aos agricultores.

Xangô recebeu o poder da justiça e sobre os trovões.

Oyá reinaria sobre os mortos e teria poder sobre os raios.

Ewá controlaria a subida dos mortos para o orum, bem como reinaria sobre os
cemitérios.

Oxum seria a divindade da beleza, da fertilidade das mulheres e de todas as


riquezas materiais da terra, bem como teria o poder de reinar sobre os
sentimentos de amor e ódio.
Nanã recebeu a dádiva, por sua idade avançada, de ser a pura sabedoria dos
mais velhos, além de ser o final de todos os mortais; nas profundezas de sua
terra, os corpos dos mortos seriam recebidos.

Além disso, do seu reino sairia a lama da qual Oxalá modelaria os mortais, pois
Odudua já havia criado o mundo. Todo o processo de criação terminou com o
poder de Osoguian que inventou a cultura material.

Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Oxalá, assim


como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos.
Yemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal,
todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como
escrava.

Durante muito tempo Yemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos
ouvidos de Osalá, que este enlouqueceu. O ori (cabeça) de Oxalá não suportou
os reclamos de Yemanjá.
Oxalá ficou enfermo, Yemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em
poucos dias curou Oxalá.
Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder
de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é
homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos
à cabeça.
Yemanjá Akurá

Vive nas espumas, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas
marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã. É
cultuada no ritual de abikus para a cura da mortalidade infantil. Não é raspada*
somente cultuada. *Não ser raspada significa dizer que nenhum filho de santo
se inicia nesta qualidade de Iemanjá.

Também chamada de Iyá Acura, nome de forma e característica idosa. Deusa


das espumas do mar que são feitas com o bater das ondas. Dizem que ela
aparece coberta de lodo e de algas marinhas, que cobrem todo seu corpo.

Tem como finalidade levar ensinamentos aos filhos rebeldes. Tem em cada
gesto e palavra a colocação de uma protetora, mas radical demonstrando que
não gosta de ser contrariada, uma verdadeira avó orientando seus netos.

Sem vaidade aparente, ela vem com uma roupagem na cor branca aperolado
com detalhes em lilás. Traz nas mãos o Abebé, na qual faz questão de
demonstrar em sua dança pesada, lenta, mas encantadora.

Quem desejar fazer seus pedidos de proteção a Iyá Akurá pode ser feito a
beira mar, pois as respostas serão dadas a cada onda que vem de uma forma
branda revelando sua espuma. Portanto se caso desejar ter essa proteção, e
não tem em um terreiro ou roça a vibração dessa orixa, o mar será seu
encontro com ela.
YEMANJÁ ABU AGANA
A DONA DO MAR PROFUNDO

Esse caminho ou qualidade de YEMANJÁ é a esposa de ORISHÁ OKO. Seu


nome significa “A FURIOSA”.

Sua beleza é esplêndida, mas há 7 (sete) bolas na parte inferior do seu ventre
e uma perna mais fina que a outra. É por isso que esse caminho ou qualidade
de YEMANJÁ tem que ter uma bonequinha com sete bolas no ventre e uma
perna mais fina que a outra, com dois chifrezinhos na cabeça. Esses chifres
levam um fundamento (segredo). A boneca vive ao lado de YEMANJÁ. Além
disso dentro de sua sopeira leva outra bonequinha.

Vive no mais profundo do oceano, onde está tudo escuro. Diz-se que quando
vira na cabeça de seus filhos, o céu fica nublado e começa a chover.

Tem um fundamento que é coberto de contas azuis. Trabalha com OROIÑA.


Sua sopeira deve estar coberta com um pano de 7 (sete) cores. Ela adora
leques com penas de pato. Além de suas ferramentas normais, leva também
um YUNKE (bigorna), 7 facões, 7 ganchos e uma pedra de arrecife.

Vive também entre os arrecifes e conchas.

Sua cor é o AZUL COBALTO, CORAL e ÁGUA. Seu fio de conta (ELEKE) é
também AZUL, VERMELHO e VERDE, leva também 21 búzios.

EWÉ AYÓ, leva SHIBO (adornos de contas sobre seu porrão).

Adorna-se seu porrão com distintos tons de AZUL e um VERDE PÁLIDO.

Os ARARÁ (DJEDJE) a chamam de AGWARALÚ

Maferefun YEMANJÁ todos os dias


Yemanjá Ataramaba

Nesta forma Yemanja Ataramaba se encontra na sua forma infantil,


historicamente não há registros de quando e como começou a ser
cultuada,mas como referencia ela e simbolizada sentada no colo do seu pai
Olocum Deus do Mar.
Yemanjá Ataramogba ou Iyáku

Vive na espuma da ressaca da mare, muito violenta, está associada aos


grandes desastres, registros arqueológicos remontam seu culto
aproximadamente 300 a.c, na costa de Togo.

A ela eram oferecidos sacrifícios humanos para não aplacar sua ira. Não se
raspa essa Yemonja.

As características dessa Yemanjá Iyakú com a Yemanja Akura são idênticas,


por muitas vezes são confundidas entre si. . Tanto suas formas, características,
suas roupagens, enfim, praticamente a mesma colocação, podendo ser apenas
diferenciadas por um ou outro passo na dança de chegada em terreiros e
roças.

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