You are on page 1of 650

ADMINISTRA ÇÃ O P Ú BLICA

PARA
CONCURSOS

1-Administra çã o p ú blica
brasileira em rela çã o aos modelos
burocr á tico,patrimonial e
gerencial.

O modelo burocr á tico inicia-se no


Brasil a partir de 1930, com o
governo de Get ú lio Vargas, em um
regime com tra ç os autorit á rios,
permanecendo at é 1985, ano em
que chega ao fim a ditadura militar.
O sistema que sucede a
burocracia é o gerencial, ainda hoje
predominante na administra çã o
p ú blica. A burocracia foi adotada
pelo Brasil na tentativa de se
banirem pr á ticas de corrup çã o e
nepotismo, comuns no per í odo que
antecedeu a reforma. Conclu í da a
reforma burocr á tica, ainda era
poss í vel identificar tra ç os do
modelo anterior. O mesmo ocorre
atualmente com a reforma
gerencial, em que se percebem
caracter í sticas do modelo
burocr á tico na atual
administra çã o p ú blica. Assim,
pode-se afirmar que n ã o existem
modelos administrativos puros,
j á que todos se constroem a partir
de um sistema pr é existente.
Ent ã o, para se compreender a
presente situa çã o da
administra çã o p ú blica
brasileira, é necess á rio estudar a
evolu çã o e os marcos hist ó ricos
que antecederam a reforma
gerencial. Deve-se ainda analisar,
de forma pormenorizada, o modelo
burocr á tico, que serviu de suporte
para a administra çã o p ú blica
gerencial.
A Administra çã o P ú blica pode
ser aceita como o aparelho de
Estado organizado com a fun çã o
de executar servi ç os,
visando à satisfa çã o das
necessidades da popula çã o. Nesse
sentido, se apresenta como uma
organiza çã o que tem o objetivo de
p ô r em pr á tica fun çõ es
pol í ticas e servi ç os realizados
pelo governo. Existem na
trajet ó ria da Administra çã o
P ú blica, a partir do surgimento do
Estado moderno – tr ê s diferentes
formas de atua çã o:
Administra çã o P ú blica
patrimonialista, a burocr á tica e a
gerencial.

As sociedades democr á ticas


naturalmente baniram da
administra çã o p ú blica as
pr á ticas patrimonialistas, seja por
meio da legisla çã o – a
Constitui çã o Federal de 1988
(CF/88), por exemplo, no caput de
seu art. 37, consagra, entre outros,
os princ í pios da impessoalidade e
moralidade, em claro rep ú dio ao
patrimonialismo – ou atrav é s de
decis õ es judiciais. Cite-se, por
exemplo, a S ú mula Vinculante
n º 13 do Supremo Tribunal Federal
(STF), que vedou o nepotismo na
administra çã o p ú blica, pr á tica
que define um dos principais
tra ç os do patrimonialismo.
Os princ í pios evocados como
fundamento para as decis õ es que
precederam a aprova çã o da
S ú mula foram, principalmente, o
da moralidade e o da
impessoalidade. Asseverou-se nas
discuss õ es que, em virtude
da ê nfase dada pela CF/88 aos
princ í pios administrativos, a
proibi çã o ao nepotismo independe
de regulamenta çã o legal, sendo
mera consequ ê ncia da fiel
observ â ncia aos princ í pios
constitucionais.

Modelos te ó ricos de
Administra çã o P ú blica:
patrimonialista, burocr á tico e
gerencial. O Estado Olig á rquico e
Patrimonial Brasileiro 1. Pequena
elite de senhores de terra e de
pol í ticos patrimonialistas
dominavam amplamente o pa í s. 2.
Para Fairo o poder pol í tico do
Estado est á concentrado em um
estamento aristocr á tico
burocr á tico de juristas, letrados, e
militares, que derivam seu poder e
sua renda do pr ó prio Estado.
Pode-se afirmar que, apesar de
adotar o modelo gerencial, a
administra çã o p ú blica brasileira
ainda det é m caracter í sticas e
pr á ticas patrimonialistas de
administra çã o, que se originam na
pr ó pria cria çã o do Estado. A
administra çã o
patrimonial é frequentemente
utilizada para defender interesses
escusos das minorias que ascendem
ao poder, e em raz ã o de n ã o
constituir um modelo de
administra çã o racionalizado e
concebido pela doutrina, mas aceito
pelos costumes e pr á ticas
rotineiras, n ã o ser á alvo de
estudo por este trabalho.
A burocracia e o gerencialismo, ao
contr á rio, s ã o formas racionais
de administra çã o p ú blica, que
objetivam, em princ í pio,
proporcionar efici ê ncia e
celeridade na presta çã o dos
servi ç os p ú blicos, em prol de
interesses coletivos. Assim, o
estudo de ambos os modelos, a
respeito de suas caracter í sticas
comuns, distin çõ es, contexto
hist ó rico e efeitos sociais s ã o
essenciais para se entender os
motivos pelos quais os servi ç os
p ú blicos se encontram na
situa çã o atual.
As formas de Administra çã o
P ú blica No Brasil, as tr ê s formas
de administra çã o p ú blica
foram: • Administra çã o
patrimonialista: aquela que n ã o
visa o interesse p ú blico antecede
a democracia e o capitalismo,
entretanto sobrevive em regimes
democr á ticos imperfeitos, é o
clientelismo. • Administra çã o
p ú blica baseada em servi ç o civil
profissional e em regimes
burocr á ticos, procedimentos
r í gidos administrativos,
e; • Administra çã o gerencial: pode
ser chamada de nova gest ã o
p ú blica, é aquela introduzida pela
Reforma do Estado e trouxe
mudan ç as significativas que
refletem a situa çã o atual. O que
se convencionou chamar
de “ Administra çã o
Gerencial ” ou “ Gest ã o
P ú blica ” é a forma de
administra çã o atual que tem por
objetivo resultados pr á ticos e
mensur á veis (HENRIQUE, 2011).
formas De acordo com Bresser
Pereira (2000), das tr ê s de
administrar o Estado:
Patrimonialista, Burocr á tica e
Gerencial, somente a Burocr á tica
e a Gerencial podem ser
considerada p ú blica, uma vez que
a patrimonialista n ã o visa o
interesse p ú blico. Nesta forma, o
patrim ô nio particular da realeza
confunde-se com a do publico. A
administra çã o patrimonialista
surge em monarquias absolutas que
antecedem o capitalismo e a
democracia. No Brasil o
coronelismo marca esse
per í odo “ patrimonialista ” . Esta
forma de administra çã o
funcionava como uma extens ã o do
poder soberano (monarca). Era um
sistema em que aqueles que
estavam no poder ou pr ó ximo dele
possu í am status de nobre e
gozavam deste privil é gio em
detrimento de outros. Com o
avan ç o do pensamento social e a
ideia de democracia cada vez mais
difundida, esse sistema tornou-se
inaceit á vel, embora ainda presente
em alguns lugares do mundo
(COSTA, 2008). Neste ambiente de
incertezas e n ã o separa çã o do
particular com o p ú blico surge a
Administra çã o Publica
Burocr á tica: com procedimentos
r í gidos e profissionalismo do
servi ç o p ú blico. na domina çã o
racional legal weberiana e no
universalismo de procedimentos,
expresso em normas r í gidas de
procedimento administrativo
(PEREIRA, 2000). Essa nova
forma de administra çã o publica
surge da necessidade de um maior
controle das a çõ es e dos recursos
p ú blicos. A burocracia tinha
como objetivo controlar os
recursos atrav é s de: leis, normas e
regulamentos, e esse controle
excessivo foi a maior critica a
Constitui çã o Federal de 1988 que
consagrou esse regime
(HENRIQUE, 2011). burocr á tica:
possui A Reforma Burocr á tica
ocorrida na Europa no S é culo
XIX, nos Estados Unidos no in í cio
do S é culo XX e no Brasil nos
anos de 1930 foram os precursores
da burocracia. Ela surge n ã o da
necessidade democr á tica, mas do
liberalismo econ ô mico que estava
em alta no mundo. A reforma no
Brasil marcou um grande avan ç o
ao estabelecer regras e marcar o
in í cio da profissionaliza çã o do
servi ç o p ú blico (PEREIRA,
2000). De acordo com Costa
(2008), com a reforma
burocr á tica, inicia-se no ambiente
p ú blico uma fase de
profissionaliza çã o: a ideia de
carreira, a hierarquia funcional, a
impessoalidade e o formalismo.
Tais fatores tornaram-se de
indiscut í vel import â ncia nas
organiza çõ es, uma vez que atraiam
pessoas qualificadas que tinham
por objetivo fazer carreira no
servi ç o p ú blico. Com a
Constitui çã o Federal de 1988 o
sistema avan ç a. S ã o
estabelecidos os princ í pios da
administra çã o p ú blica:
I. Legalidade: As a çõ es da
administra çã o p ú blica t ê m de
estar definidos em lei e o agente
deve agir de acordo com a
legalidade, fazendo estritamente o
que a lei determina; II.
Impessoalidade: As a çõ es devem
estar orientadas para o interesse
coletivo em detrimento ao interesse
de particulares, pr ó prios ou de
terceiros, sob pena do ato ser
considerado nocivo ao interesse
p ú blico e desta forma nulo ou sem
efeito; III. Moralidade: A
moralidade é percebida pelas
a çõ es do administrador, que diante
das poss í veis escolhas, opta por
aquela que traz maiores vantagens
para a administra çã o p ú blica. As
a çõ es devem ser norteadas pelo
interesse da coletividade e diante
do que a lei coloca como certo. IV.
Publicidade: Os atos p ú blicos
devem ser p ú blicos, ou seja,
levados ao conhecimento das
pessoas, j á que o que
est á envolvido é dinheiro
p ú blico. A publica çã o dos atos
mostra a transpar ê ncia do ato
p ú blico. V. Efici ê ncia: Os atos
praticados devem resultar em
benef í cios efetivos para a
administra çã o p ú blica. Tais
princ í pios s ã o necess á rios e
indispens á veis no Estado
Democr á tico de Direito, uma vez
que tornam-se mais dif í ceis as
a çõ es il í citas e que n ã o visam o
interesse p ú blico (HENRIQUE,
2011). A crise neste sistema de
administra çã o publica come ç ou
ainda no governo militar que n ã o
foi capaz de implementar o sistema
burocr á tico na sua totalidade,
j á que n ã o conseguiu extinguir
privil é gios oriundos da forma
patrimonialista de governo. Outro
problema foi a quest ã o do
profissionalismo do servi ç o
p ú blico: foram criados concursos
para diversos cargos, no entanto
para os cargos de alto escal ã o,
inclusive para os cargos das
estatais continuaram atrav é s de
indica çã o pol í tica (PEREIRA,
1996). A rigidez da burocracia
tornou invi á vel a administra çã o
eficiente, promessa da pr ó pria
burocracia, as a çõ es tornaram-se
cada vez mais r í gidas e
invi á veis. Com a crise do
sistema, a partir dos anos 80 teve
in í cio, em pa í ses da OCDE
(Organiza çã o para Coopera çã o e
o Desenvolvimento Econ ô mico),
principalmente no Reino Unido,
Nova Zel â ndia, Austr á lia e
pa í ses escandinavos, a segunda
grande reforma administrativa nos
quadros do sistema capitalista: a
Reforma Gerencial. Nos anos 90
essa reforma se estendeu para os
Estados Unidos e para o Chile e o
Brasil, e, mais recentemente, para o
M é xico (PEREIRA, 2000).

Patrimonialismo significa a
incapacidade ou a relut â ncia de o
pr í ncipe distinguir entre o
patrim ô nio p ú blico e seus bens
privados. 2. Na administra çã o
p ú blica patrimonialista, o
aparelho do Estado funciona como
uma extens ã o do poder do
soberano, e os seus auxiliares,
servidores, possuem status de
nobreza real.
Os cargos s ã o considerados
prebendas ou sinecuras. A res
publica “ coisa p ú blica ” - os bens
p ú blicos - n ã o s ã o
diferenciados da res principis, ou
seja, do “ patrim ô nio do pr í ncipe
ou soberano ” .
A caracter í stica que definia o
governo nas sociedades pr é -
capitalistas e pr é democr á ticas
era a privatiza çã o do Estado, ou a
inter permeabilidade dos
patrim ô nios p ú blico e privado.
A corrup çã o e o nepotismo s ã o
inerentes a esse tipo de
administra çã o. O patrimonialismo,
presente hoje sob a forma de
clientelismo ou de fisiologismo,
continua a existir no pa í s, embora
sempre condenado.
Como a autoridade deriva do poder
do soberano, este usa da “ res
publica ” da forma que bem
entende, n ã o h á a presta çã o de
contas ao cidad ã o.
A seguir, procede-se ao estudo
detalhado do modelo burocr á tico
de administra çã o p ú blica,
conforme o que fora idealizado por
Max Weber. É importante abordar,
nesse ponto, temas como
legitimidade, domina çã o e
autoridade. Por fim, estuda-se a
administra çã o p ú blica gerencial.
O novo modelo de administra çã o
p ú blica proposto pela doutrina
leva o cidad ã o ao foco do
servi ç o p ú blico, buscando mais
qualidade e celeridade no
atendimento. A ado çã o de novas
t é cnicas de administra çã o, como
as ouvidorias p ú blicas e as
organiza çõ es sociais,
proporcionaram grandes avan ç os
na gest ã o do setor p ú blico. Para
atingir este objetivo, a metodologia
da pesquisa consistir á em: coletar
informa çõ es sobre as pr á ticas
administrativas atualmente
utilizadas no Brasil e identificar
tend ê ncias de reforma; construir
conhecimento e propor a
discuss ã o acerca de novos
modelos administrativos
aplic á veis à administra çã o
p ú blica moderna; e identificar os
modelos te ó ricos de
administra çã o p ú blica propostos
pela doutrina e adotados no Brasil.

As Duas Reformas Administrativas


No Brasil a ideia de uma
administra çã o p ú blica
gerencial é antiga. Come ç ou a ser
delineada ainda na primeira
reforma administrativa, nos anos
30, e estava na origem da segunda
reforma, ocorrida em 1967. Os
princ í pios da administra çã o
burocr á tica cl á ssica foram
introduzidos no pa í s atrav é s da
cria çã o, em 1936, do DASP -
Departamento Administrativo do
Servi ç o P ú blico.11 A cria çã o
do DASP representou n ã o apenas
a primeira reforma administrativa
do pa í s, com a implanta çã o da
administra çã o p ú blica
burocr á tica, mas tamb é m a
afirma çã o dos princ í pios
centralizadores e hier á rquicos da
burocracia cl á ssica.12 Entretanto,
j á em 1938, temos um primeiro
sinal de administra çã o p ú blica
gerencial, com a cria çã o da
primeira autarquia. Surgia ent ã o a
ideia de que os servi ç os
p ú blicos na “ administra çã o
indireta ” deveriam ser
descentralizados e n ã o obedecer a
todos os requisitos burocr á ticos
da “ administra çã o direta ” ou
central. A primeira tentativa de
reforma gerencial da
administra çã o p ú blica brasileira,
entretanto, ir á acontecer no final
dos anos 60, atrav é s do Decreto-
Lei 200, de 1967, sob o comando
de Amaral Peixoto e a inspira çã o
de H é lio Beltr ã o, que iria ser o
pioneiro das novas ideias no
Brasil. Beltr ã o participou da
reforma administrativa de 1967 e
depois, como Ministro da
Desburocratiza çã o, entre 1979 e
1983, transformou-se em um arauto
das novas ideias. Definiu seu
Programa Nacional de
Desburocratiza çã o, lan ç ado em
1979, como uma proposta pol í tica
visando, atrav é s da
administra çã o p ú blica, “ retirar o
usu á rio da condi çã o colonial de
s ú dito para investi-lo na de
cidad ã o, destinat á rio de toda a
atividade do Estado ” (Beltr ã o,
1984: 11).

A reforma iniciada pelo Decreto-


Lei 200 foi uma tentativa de
supera çã o da rigidez burocr á tica,
podendo ser considerada como um
primeiro momento da
administra çã o gerencial no Brasil.
Toda a ê nfase foi
dada à descentraliza çã o mediante
a autonomia da administra çã o
indireta, a partir do pressuposto da
rigidez da administra çã o direta e
da maior efici ê ncia da
administra çã o descentralizada.13
O decreto-lei promoveu a
transfer ê ncia das atividades de
produ çã o de bens e servi ç os para
autarquias, funda çõ es, empresas
p ú blicas e sociedades de
economia mista, consagrando e
racionalizando uma situa çã o que
j á se delineava na pr á tica.
Institu í ram-se como princ í pios
de racionalidade administrativa o
planejamento e o or ç amento, a
descentraliza çã o e o controle dos
resultados. Nas unidades
descentralizadas foram utilizados
empregados celetistas, submetidos
ao regime privado de contrata çã o
de trabalho. O momento era de
grande expans ã o das empresas
estatais e das funda çõ es. Atrav é s
da flexibiliza çã o de sua
administra çã o buscava-se uma
maior efici ê ncia nas atividades
econ ô micas do Estado, e se
fortalecia a alian ç a pol í tica entre
a alta tecno burocracia estatal, civil
e militar, e a classe empresarial.
A Reforma Gerencial vindo depois
da burocracia ocasionou uma
reestrutura çã o na administra çã o
publica federal e uma teve por
objetivo uma melhoria na
informa çã o do setor publico (antes
inexistente) e o fortalecimento das
carreiras do Estado. O ideal
meritocr á tico do modelo
weberiano foi aperfei ç oado e os
objetivos antes definidos foram
mantidos (ABRUCIO, 2007).
Foram introduzidas ideias novas e
assim definidos novos paradigmas
como a do “ cidad ã o – cliente ” .
O Estado, administrador dos
recursos do cidad ã o, deveria
apresentar resultados satisfat ó rios
da utiliza çã o de tais recursos uma
vez que o cidad ã o seria
considerado o cliente e cobraria a
efici ê ncia na aplica çã o de seus
recursos (PEREIRA, 2000). Em
junho de 1988 foi promulgada a
Emenda Constitucional n ° 19, que
modificou o regime e estabeleceu
princ í pios e normas da
Administra çã o P ú blica,
servidores e agentes p ú blicos,
controle de despesas e finan ç as
p ú blicas e custeio de atividades a
cargo do Distrito Federal e outras
providencias (BRASIL, 1988). De
acordo com Bresser Pereira
(2000), o conceito de Reforma
Gerencial do Estado ocorreu em
diversos pa í ses e pode ser
dividido em duas fases: 1. Primeira
fase: ocorrida nos anos de 1980,
tinha como base estabelecer ajustes
estruturais das economias em crise,
em especial aquelas que possuiam
um alto n í vel de endividamento e
em desenvolvimento, como o
Brasil, era o “ Estado m í nimo “ .
2. Segunda fase: Surgiu nos anos
1990 a partir da impossibilidade da
primeira fase. Tem car á ter
institucional: o projeto
fundamental é reconstruir ou
reformar o Estado, estabelecer a
governan ç a.
Governan ç a diz respeito a
participa çã o do cidad ã o nas
a çõ es p ú blicas. Para Costa
(2008), na administra çã o p ú blica
gerencial predomina: valores de
efici ê ncia e qualidade na
presta çã o de servi ç os p ú blicos,
estes muitas vezes sendo medidos
por indicadores de desempenho, o
que gerou o desenvolvimento de
uma cultura gerencial nas
organiza çõ es. N ã o se contrap õ e
a valores essenciais da
administra çã o burocr á tica, pois
visa o interesse p ú blico e
conserva, embora flexibilizando-os
a admiss ã o segundo r í gidos
crit é rios de m é rito, a
remunera çã o, as carreiras, a
avalia çã o do desempenho e o
treinamento, e é a í que atingiu os
servidores p ú blicos.
A proclama çã o da rep ú blica,
liderada pelo marechal Deodoro da
Fonseca, em 1889, foi o primeiro
esfor ç o para expurgar do servi ç o
p ú blico as pr á ticas de
corrup çã o e despotismo que
dominavam a é poca. O golpe
militar possibilitou que, em 1891,
fosse promulgada nova
constitui çã o, em que se reduziram
os poderes para tr ê s, os mesmo
que existem atualmente, e criou-se
o Tribunal de Contas. No per í odo
ap ó s a proclama çã o da
rep ú blica e que antecedeu a era
Get ú lio Vargas, n ã o houve uma
administra çã o p ú blica
centralizada e organizada. Em
virtude da recente ruptura com o
regime desp ó tico, a influ ê ncia
dos coron é is e burocratas
patrimonialistas ainda se estendia
por uma parcela extensa do setor
p ú blico, e o poder p ú blico, por
consequ ê ncia, realizava o
interesse dos particulares, em
detrimento do p ú blico. Em muitos
estados os coron é is detinham mais
poder do que os pr ó prios
governadores. Por este motivo
surgem diversos movimentos
sociais na segunda d é cada do
s é culo XX, que reclamam
reformas na administra çã o
p ú blica. Protestava-se,
principalmente, em raz ã o: do
aumento das demandas sociais; do
crescimento econ ô mico do pa í s,
que exigia uma melhor gest ã o
p ú blica para alavancar o
desenvolvimento nacional; do
necess á rio combate ao nepotismo
e a corrup çã o. Essas revoltas,
aliadas à quebra da
pol í tica ― caf é com leite ǁ , em
que havia a altern â ncia no poder
entre presidentes de S ã o Paulo e
Minas Gerais, culminaram com a
revolu çã o de 1930, quando Vargas
assumiu o Governo. Nos anos
seguintes houve modifica çõ es
radicais na administra çã o
p ú blica do estado, com o
implemento das teorias de Weber e
o consequente enfraquecimento dos
costumes patrimoniais que ainda
impregnavam a rep ú blica.

ERA VARGAS, REFORMA


BUROCR Á TICA E O
DEPARTAMENTO
ADMINISTRATIVO DO
SERVI Ç O P Ú BLICO O Estado
Brasileiro, que consistia em uma
mistura de patrimonialismo e
clientelismo, onde imperava a
compra de cargos p ú blicos e
votos, finalmente passa por uma
reforma radical. A maioria dos
pa í ses do mundo, naquele
per í odo, j á havia adotado a
administra çã o burocr á tica. A
reforma burocr á tica foi essencial
para o pa í s, que se encontrava em
um cen á rio de intenso crescimento
econ ô mico, acelera çã o industrial
com a crescente necessidade de um
estado eficiente e que incentivasse
o desenvolvimento. Estas
circunst â ncias proporcionaram um
momento de grande moderniza çã o
para o aparelho do estado. O
momento hist ó rico era prop í cio
para a ascens ã o da ind ú stria
nacional. Os Estados Unidos
enfrentavam a crise de 1929,
conhecida como a grande
depress ã o, quando houve a quebra
da bolsa de valores de Nova
Iorque, o que causou graves efeitos
na economia Brasileira. Com a
queda na exporta çã o do caf é , o
Brasil n ã o tinha mais receitas para
importar produtos industrializados
americanos e europeus, visto que
n ã o era mais poss í vel manter a
balan ç a comercial em super á vit.
Por conseguinte, a ind ú stria
brasileira desenvolveu-se com foco
no mercado interno, para a
substitui çã o de importa çõ es .
Lustosa 7afirma que a revolu çã o
de 1930 foi muito mais do que a
tomada do poder por um grupo
distinto, mas representa a
transi çã o do Brasil agr á rio para
o Brasil industrial.
Vargas implantou no Brasil a
burocracia de Max Weber, copiada
de diversos pa í ses europeus que
j á haviam passado por esta
transi çã o. A burocracia de Vargas
tinha como princ í pios a
impessoalidade, hierarquia,
formalidade das comunica çõ es,
separa çã o entre o patrim ô nio
p ú blico e o privado, a
meritocracia e a responsabilidade.
Objetivou-se, naquele per í odo,
adotar a obrigatoriedade de se
prestar concurso p ú blico para
ingressar nas carreiras p ú blicas,
embora sem muito sucesso. A
cria çã o do Departamento
Administrativo do Servi ç o
P ú blico (DASP) foi um dos
principais esfor ç os do governo
Vargas a fim de reestruturar o
estado. Seus principais objetivos
eram inserir na administra çã o
p ú blica 8 : 1) A obrigatoriedade
de presta çã o de concursos para o
ingresso nas institui çõ es
p ú blicas; 2) A classifica çã o de
cargos segundo crit é rios gerais e
uniformes; aperfei ç oamento
constante dos servidores
p ú blicos; 3) A administra çã o
or ç ament á ria; 4) A
racionaliza çã o dos m é todos.
Al é m disso, a cria çã o de
empresas estatais, naquele
per í odo, contribuiu para
desenvolver a ind ú stria focada na
substitui çã o de importa çõ es. O
Estado e a administra çã o
p ú blica, ap ó s os primeiros anos
de implementa çã o das pol í ticas
de Vargas, tornaram-se
completamente diferentes do que
existia no in í cio da rep ú blica. A
condi çã o completamente
tradicional da administra çã o
patrimonial havia sido abandonada,
dando lugar à burocracia racional
de Weber.
Administra çã o P ú blica
Burocr á tica 1. Surge na segunda
metade do s é culo XIX, como
forma de combater a corrup çã o e
o nepotismo patrimonialista. 2.
Constituem princ í pios
orientadores do seu
desenvolvimento a
profissionaliza çã o, a ideia de
carreira, a hierarquia funcional, a
impessoalidade, o formalismo, em
s í ntese, o poder racional legal.
Os controles administrativos
visando evitar a corrup çã o e o
nepotismo s ã o sempre a priori.
Parte-se de uma desconfian ç a
pr é via nos administradores
p ú blicos e nos cidad ã os que a
eles dirigem demandas. Por isso
s ã o sempre necess á rios controles
r í gidos dos processos, como por
exemplo na admiss ã o de pessoal,
nas compras e no atendimento a
demandas.
Administra çã o P ú blica
Burocr á tica Por outro lado, o
controle - a garantia do poder do
Estado - transforma-se na pr ó pria
raz ã o de ser do funcion á rio. Em
consequ ê ncia, o Estado volta-se
para si mesmo, perdendo a no çã o
de sua miss ã o b á sica,
que é servir à sociedade. A
qualidade fundamental da
administra çã o p ú blica
burocr á tica é a efetividade no
controle dos abusos; seu defeito, a
inefici ê ncia, a autorrefer ê ncia, a
incapacidade de voltar-se para o
servi ç o aos cidad ã os vistos
como clientes.
A democracia e a administra çã o
p ú blica burocr á tica emergiram
como as principais institui çõ es
que visavam a proteger o
patrim ô nio p ú blico contra a
privatiza çã o do Estado.
Segundo Bresser Pereira, o estado
patrimonial teve dura çã o extensa,
mas a burocracia foi sucinta.
Afirma o autor que a
industrializa çã o chegou tarde ao
pa í s, e logo houve sua
substitui çã o pela sociedade p ó s-
industrial, caracterizada pela forte
expans ã o dos setores de
presta çã o de servi ç os. Assim, a
reforma burocr á tica logo foi
substitu í da pela reforma gerencial,
necess á ria naquele momento de
globaliza çã o e crescimento do
capitalismo. As posteriores
tentativas de reforma administrativa
justificavam-se em raz ã o da
lentid ã o e da falta de efici ê ncia
constatadas no servi ç o p ú blico,
disfun çõ es conhecidas da
burocracia. O per í odo seguinte,
em especial o governo de Juscelino
Kubitschek, teve como principal
caracter í stica a cria çã o de uma
administra çã o direta eficiente e de
qualidade, ao mesmo tempo em que
se negligenciou a administra çã o
direta, tida como retr ó grada e
cara.
Tendo em vista as inadequa çõ es
do modelo, a administra çã o
burocr á tica implantada a partir de
30 sofreu sucessivas tentativas de
reforma. N ã o obstante, as
experi ê ncias se caracterizaram,
em alguns casos, pela ê nfase na
extin çã o e cria çã o de ó rg ã os, e,
em outros, pela constitui çã o de
estruturas paralelas visando alterar
a rigidez burocr á tica. Na
pr ó pria á rea da reforma
administrativa esta ú ltima pr á tica
foi adotada, por exemplo, no
Governo JK, com a cria çã o de
comiss õ es especiais, como a
Comiss ã o de Estudos e Projetos
Administrativos, objetivando a
realiza çã o de estudos para
simplifica çã o dos processos
administrativos e reformas
ministeriais, e a Comiss ã o de
Simplifica çã o Burocr á tica, que
visava à elabora çã o de projetos
direcionados para reformas globais
e descentraliza çã o de servi ç os. 9
Criou-se, naquele per í odo, a
Comiss ã o de Simplifica çã o
Burocr á tica (Cosb), que objetivou
encontrar meios de
descentraliza çã o de servi ç os,
definir formas de 9Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado,
1995, p. 19.
Do ponto de vista institucional, a
d é cada que vai de 1952 a 1962 foi
marcada pela realiza çã o de
estudos e projetos que jamais
seriam implementados. A cria çã o
da Cosb (Comiss ã o de
Simplifica çã o Burocr á tica) e da
Cepa (Comiss ã o de Estudos e
Projetos Administrativos), em
1956, representa as primeiras
tentativas de realizar as chamadas
reformas globais. A primeira tinha
como objetivo principal promover
estudos
visando à descentraliza çã o dos
servi ç os, por meio da avalia çã o
das atribui çõ es de cada ó rg ã o ou
institui çã o e da delega çã o de
compet ê ncias, com a fixa çã o de
sua esfera de responsabilidade e da
presta çã o de contas das
autoridades. A Cepa teria a
incumb ê ncia de assessorar a
presid ê ncia da Rep ú blica em
tudo que se referisse aos projetos
de reforma administrativa.Do ponto
de vista institucional, a d é cada
que vai de 1952 a 1962 foi marcada
pela realiza çã o de estudos e
projetos que jamais seriam
implementados. A cria çã o da
Cosb (Comiss ã o de
Simplifica çã o Burocr á tica) e da
Cepa (Comiss ã o de Estudos e
Projetos Administrativos), em
1956, representa as primeiras
tentativas de realizar as chamadas
reformas globais. A primeira tinha
como objetivo principal promover
estudos
visando à descentraliza çã o dos
servi ç os, por meio da avalia çã o
das atribui çõ es de cada ó rg ã o ou
institui çã o e da delega çã o de
compet ê ncias, com a fixa çã o de
sua esfera de responsabilidade e da
presta çã o de contas das
autoridades. A Cepa teria a
incumb ê ncia de assessorar a
presid ê ncia da Rep ú blica em
tudo que se referisse aos projetos
de reforma administrativa.
O resultado desses estudos, aliados
ao que foi produzido pela Cosb e
pela Cepa, foi o Decreto-Lei
n º 200/1967. O DL 200/67 foi
concebido em pleno regime militar,
per í odo de intensas reformas nos
mais diversos setores, tais como
tribut á rio, banc á rio, de ensino e
administrativo. O decreto teve
como ponto mais marcante a
descentraliza çã o administrativa,
distinguindo bem a administra çã o
direta e a indireta. Esse dispositivo
legal era uma esp é cie de lei
org â nica da administra çã o
p ú blica, fixando princ í pios,
estabelecendo conceitos, balizando
estruturas e determinando
provid ê ncias. O Decreto-Lei
n º 200 se apoiava numa doutrina
consistente e definia preceitos
claros de organiza çã o e
funcionamento da m á quina
administrativa. Em primeiro lugar,
prescrevia que a administra çã o
p ú blica deveria se guiar pelos
princ í pios do planejamento, da
coordena çã o, da
descentraliza çã o, da delega çã o
de compet ê ncia e do controle. Em
segundo, estabelecia a distin çã o
entre a administra çã o direta — os
minist é rios e demais ó rg ã os
diretamente subordinados ao
presidente da Rep ú blica — e a
indireta, constitu í da
pelos ó rg ã os descentralizados
— autarquias, funda çõ es,
empresas p ú blicas e sociedades
de economia mista. Em terceiro,
fixava a estrutura do Poder
Executivo federal, indicando
os ó rg ã os de assist ê ncia
imediata do presidente da
Rep ú blica e distribuindo os
minist é rios entre os setores
pol í tico, econ ô mico, social,
militar e de planejamento, al é m de
apontar os ó rg ã os essenciais
comuns aos diversos minist é rios.
Em quarto, desenhava os sistemas
de atividades auxiliares- pessoal,
or ç amento, estat í stica,
administra çã o financeira,
contabilidade e auditoria e
servi ç os gerais. Em quinto, definia
as bases do controle externo e
interno. Em sexto, indicava
diretrizes gerais para um novo
plano de classifica çã o de cargos.
E finalmente, estatu í a normas de
aquisi çã o e contrata çã o de bens e
servi ç os.
Institu í ram-se na administra çã o
p ú blica, a partir do DL 200/67,
alguns dos mais importantes
princ í pios que hoje norteiam a
estrutura administrativa do estado:
planejamento, coordena çã o,
descentraliza çã o, delega çã o de
compet ê ncia e controle.
Quanto à estrutura da
administra çã o, houve a expans ã o
de toda a administra çã o indireta,
englobando as sociedades de
economia mista, empresas
p ú blicas, autarquias e funda çõ es
p ú blicas. A administra çã o direta,
por sua vez, n ã o teve um
crescimento significativo, pois o
aumento no n ú mero de
minist é rios se deu com o
desmembramento de outros. A
autonomia da administra çã o
indireta era t ã o grande que havia
at é mesmo a possibilidade de se
contratar funcion á rios regidos
pelo regime celetista. Essa
autonomia, em especial dada à s
empresas p ú blicas e à s
sociedades de economia mista,
possibilitou a execu çã o de
projetos de industrializa çã o
baseados em empresas estatais de
grande porte, focadas
principalmente no setor de
infraestrutura e presta çã o de
servi ç os. Bresser Pereira
considera que o Decreto Lei n º 200
de 1967 (DL 200/67) foi o
primeiro í mpeto de reforma para
se superar o regime burocr á tico e
atingir a administra çã o gerencial
no Brasil. Foram constatados,
por é m, problemas inesperados. A
faculdade de se contratar
funcion á rios sem a
obrigatoriedade de concursos
p ú blicos n ã o trouxe a efici ê ncia
esperada ao setor p ú blico, ao
contr á rio, possibilitou que
surgissem novamente os h á bitos
clientelistas. Al é m disso, n ã o
houve a preocupa çã o de se
reestruturar a administra çã o
direta, n ã o havia concursos e
previs ã o de carreiras no n ú cleo
do estado. Em s í ntese o Decreto-
Lei 200 foi uma tentativa de
supera çã o da rigidez burocr á tica,
podendo ser considerado como um
primeiro momento da
administra çã o gerencial no Brasil.
A reforma, teve, entretanto, duas
consequ ê ncias inesperadas e
indesej á veis. De um lado, ao
permitir a contrata çã o de
empregados sem concurso
p ú blico, facilitou a
sobreviv ê ncia de pr á ticas
clientelistas ou fisiol ó gicas. De
outro lado, ao n ã o se preocupar
com mudan ç as no â mbito da
administra çã o direta ou central,
que foi vista pejorativamente
como ‗ burocr á tica ‘ ou r í gida,
deixou de realizar concursos e de
desenvolver carreiras de altos
administradores. O n ú cleo
estrat é gico do Estado foi, na
verdade, enfraquecido
indevidamente atrav é s da
estrat é gia oportunista ou ad hoc do
regime militar de contratar os
escal õ es superiores da
administra çã o atrav é s das
empresas estatais. Desta maneira, a
reforma administrativa prevista no
Decreto-Lei 200 ficou prejudicada,
especialmente pelo seu
pragmatismo. Faltavam-lhe alguns
elementos essenciais para que
houvesse se transformado em uma
reforma gerencial do Estado
brasileiro, como a clara distin çã o
entre as atividades exclusivas de
estado e as n ã o exclusivas, o uso
sistem á tico do planejamento
estrat é gico ao n í vel de cada
organiza çã o e seu controle
atrav é s de contratos de gest ã o e
de competi çã o administrada.
Faltava-lhe tamb é m uma clara
defini çã o da import â ncia de
fortalecer o n ú cleo estrat é gico
do Estado. 14 Diante da enorme
expans ã o da administra çã o
indireta proporcionada pelo DL
200/67, viriam nos anos seguintes
v á rios programas e pol í ticas
objetivando valorizar as carreiras
da administra çã o direta e
amenizar o crescimento
desenfreado da indireta.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Do
Estado Patrimonial ao Gerencial. p.
16. Dispon í vel em:
<http://www.bresserpereira.org.br/pa
73EstadoPatrimonial-
Gerencial.pdf> Acesso em 19
setembro 2012.
No in í cio da d é cada de 1980,
uma das principais tentativas do
governo para atingir o objetivo de
aumentar a efici ê ncia do setor
p ú blico foi a cria çã o do
Programa Nacional de
Desburocratiza çã o, elaborado
pela Subsecretaria de
Moderniza çã o e Reforma
Administrativa (Semor), ó rg ã o do
Minist é rio do Planejamento. A
Semor foi criada no fim da d é cada
de 1960, e passou a tratar dos
assuntos de reforma administrativa
do Estado, com o aux í lio do Dasp.
O DASP enfrentou problemas
durante sua exist ê ncia, entre eles a
ideia de como se davam as
rela çõ es entre Estado e
sociedade à é poca. O Estado era
visto como oportunidade de
empregos sem concurso e as vagas
eram preenchidas por meio de
indica çõ es pessoais. O Estado
assumiu o papel de indutor do
desenvolvimento nacional. As
vagas de emprego, inclusive no
setor p ú blico, alcan ç aram grande
expans ã o. Entretanto, esse
crescimento seguia a l ó gica
clientelista e empreguista em
detrimento da universidade
propiciada pelo concurso
p ú blico.O Programa Nacional de
Desburocratiza çã o, criado por
este ó rg ã o, teria o intuito de
direcionar a administra çã o
p ú blica para atender as demandas
da sociedade, incutindo no servi ç o
p ú blico a no çã o de que atender o
cidad ã o com qualidade e
efici ê ncia é o fim maior almejado.
Durante o Governo Dutra (1946-
1951), o DASP passou por grandes
mudan ç as, tendo suas fun çõ es
reduzidas a um mero ó rg ã o de
estudo e orienta çã o. O
enfraquecimento do DASP permitiu
a velha distribui çã o de empregos
por indica çã o.
Segundo H é lio Beltr ã o,
idealizador do programa, o intuito
era ― retirar o usu á rio da
condi çã o colonial de s ú dito para
investi-lo na de cidad ã o,
destinat á rio de toda a atividade do
Estado ǁ 15. O programa de
desburocratiza çã o tentaria tornar
mais á gil o sistema administrativo
por meio da supress ã o de rotinas e
etapas desnecess á rias,
beneficiando funcion á rios e
clientes. Lustosa 16 afirma que o
programa tinha um car á ter
in é dito justamente porque
privilegiava o usu á rio do servi ç o
p ú blico, posicionando-o como
verdadeiro cliente. Neste aspecto
encontra-se seu valor social e
pol í tico. Outro programa lan ç ado
no mesmo per í odo e que merece
destaque foi a desestatiza çã o,
tamb é m criado para aumentar a
efici ê ncia e efic á cia na
administra çã o p ú blica. Seu
principal intuito era diminuir o
tamanho da administra çã o
indireta, repassando ao setor
privado fun çõ es n ã o exclusivas
do Estado. O n ú cleo estrat é gico
do governo poderia, pois, focar
esfor ç os em pol í ticas mais
importantes ao
cidad ã o.Competiria
preferencialmente ao setor privado
a explora çã o e organiza çã o das
atividades econ ô micas. O Estado
n ã o deveria atuar diretamente no
setor privado, mas apenas fomentar
e apoiar o setor privado, em
car á ter suplementar; O governo
deveria realizar a privatiza çã o de
empresas p ú blicas nos casos em
que o controle governamental do
setor tenha se tornado
desnecess á rio. As privatiza çõ es
n ã o deveriam ocorrer no caso de
institui çõ es que devam
permanecer sobre o controle
estatal, seja por motivos de
seguran ç a nacional ou porque o a
presen ç a direta do Estado em
determinado setor seja determinante
para o desenvolvimento nacional.
Segundo Beatriz Wahrlich A
necessidade de um programa de
desestatiza çã o indica que na
quest ã o da organiza çã o para o
desenvolvimento, a administra çã o
p ú blica brasileira ultrapassou
suas metas e chegou a hora de
corrigir a disfun çã o existente, para
atender à op çã o constitucional do
pa í s por uma economia de
mercado. Com esta pol í tica,
objetivou-se reverter a excessiva
descentraliza çã o p ú blica
proporcionada pelo Decreto-Lei
200/1967, sem prejudicar os
benef í cios obtidos com o
processo. Importantes servi ç os
p ú blicos passaram a ser
transferidos ao setor privado, como
o financeiro, el é trico, de
telecomunica çõ es, saneamento
b á sico e rodovias. O processo,
que durou v á rios anos e se
intensificou durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso,
proporcionou mais qualidade na
presta çã o dos servi ç os, na
medida em que eram exigidos
investimentos constantes dos novos
titulares dos servi ç os. O regime
militar, vetor de importantes
mudan ç as ocorridas na
administra çã o brasileira, termina
em 1985, com a elei çã o indireta
de Tancredo Neves à presid ê ncia
da rep ú blica. O candidato nunca
chega a tomar posse, vindo a
falecer antes do momento oportuno.
O vice presidente, Jos é Sarney,
assume a presid ê ncia, e inaugura
uma nova era da administra çã o
p ú blica brasileira, sob um regime
democr á tico.
O aparato administrativo recebido
pelo novo governo democr á tico,
em 1985, caracterizava-se por uma
enorme centraliza çã o do poder
pol í tico. Apesar de o Decreto Lei
200/1967 intentar mudan ç as
gerenciais no modelo de
gest ã o – algumas bem sucedidas, a
exemplo da expans ã o e melhoria
da administra çã o indireta – ,
deixou tamb é m resqu í cios
negativos. A primeira tentativa de
reforma gerencial da
administra çã o p ú blica brasileira
ir á acontecer no final dos anos 60,
atrav é s do Decreto-Lei n º 200, de
1967, sob o comando de Amaral
Peixoto e a inspira çã o de H é lio
Beltr ã o, que iria ser o pioneiro
das novas ideias no Brasil.
Beltr ã o participou da reforma
administrativa de A reforma
iniciada pelo Decreto-Lei n º 200
foi uma tentativa de supera çã o da
rigidez burocr á tica, podendo ser
considerada como um primeiro
momento da administra çã o
gerencial no Brasil. Toda a ê nfase
foi dada à descentraliza çã o
mediante a autonomia da
administra çã o indireta, a partir do
pressuposto da rigidez da
administra çã o direta e da maior
efici ê ncia da administra çã o
descentralizada. E depois, como
Ministro da Desburocratiza çã o,
entre 1979 e 1983, transformou-se
em um arauto das novas ideias.
primeiro lugar, o ingresso de
funcion á rios sem concurso
p ú blico permitiu a reprodu çã o de
velhas pr á ticas patrimonialistas e
fisiol ó gicas. E, por ú ltimo, a
neglig ê ncia com a administra çã o
direta — burocr á tica e r í gida
— que n ã o sofreu mudan ç as
significativas na vig ê ncia do
decreto, enfraquece o n ú cleo
estrat é gico do Estado, fato
agravado pelo senso oportunista do
regime militar que deixa de investir
na forma çã o de quadros
especializados para os altos
escal õ es do servi ç o p ú blico .
Ao fim do regime militar, as
institui çõ es p ú blicas
continuaram ― mesclando
iniciativas burocr á ticas com
medidas de cunho gerencial ǁ 20.
Era necess á rio, naquele momento,
conter as antigas pr á ticas
clientelistas e patrimonialistas
ressurgidas com o Decreto Lei
200/1967 e diminuir o tamanho da
administra çã o indireta ao m í nimo
necess á rio para a presta çã o de
servi ç os essenciais do Estado. Por
fim, dever-se-ia fortalecer o
n ú cleo estrat é gico do governo, a
administra çã o direta, com a
contrata çã o de mais servidores e a
cria çã o de planos de carreira que
valorizassem a á rea.Entendia-se
que a administra çã o direta havia
sido desprezada, enquanto a
administra çã o indireta, que
aumentava seu tamanho anualmente,
havia sido valorizada em excesso.
Assim, foi criada a primeira
vers ã o Lei Org â nica da
Administra çã o P ú blica Federal,
que iria suceder o Decreto-Lei
200/1967. Seus objetivos
prim á rios eram interromper o
crescimento exagerado da
administra çã o indireta e promover
a valoriza çã o da administra çã o
direta. Objetivando melhorar o
servi ç o p ú blico e renovar o
quadro de servidores da
administra çã o direta, o governo de
Jos é Sarney criou a Escola
Nacional de Administra çã o
P ú blica (Enap) e o Centro de
Desenvolvimento da
Administra çã o P ú blica (Cedam).
Caberia à Enap a fun çã o de formar
dirigentes do servi ç o p ú blico. A
Cedam, por sua vez, teria a
incumb ê ncia de treinar e reciclar
servidores, a fim de alocar os
funcion á rios de forma mais
l ó gica e racional 22. Al é m disso,
para complementar este projeto,
houve reestrutura çã o em diversas
carreiras p ú blicas, com a
inser çã o do sistema de m é rito.
Essas pol í ticas, no entanto, n ã o
foram bem sucedidas. Na pr á tica,
a reforma gerencial n ã o aconteceu,
e deu lugar a uma reforma muito
mais tradicional e burocr á tica: a
racionaliza çã o dos meios.
Para atingir estes objetivos, foi
criado um novo projeto de reforma
administrativa, aprovado em 1985,
por meio do Decreto 91.309/1985
Enquanto o governo empreendia
esfor ç os para reformar a
administra çã o, havia sido eleita,
em 1986, a Assembleia Nacional
Constituinte, que come ç ou seus
trabalhos no ano seguinte, em face
da demanda social por uma carta
pol í tica condizente com o novo
regime democr á tico da na çã o.
Dos trabalhos da Assembleia
resultou a promulga çã o da
Constitui çã o Federal de 1988, que
inaugura a nova fase democr á tica
brasileira.
O DASP foi extinto em 1986, com a
edi çã o do decreto n º 93.211, que
criou a Secretaria de
Administra çã o P ú blica da
Presid ê ncia da Rep ú blica
(SEDAP).
Estas circunst â ncias contribu í ram
para o desprest í gio da
administra çã o p ú blica brasileira,
n ã o obstante o fato de que os
administradores p ú blicos
brasileiros s ã o majoritariamente
competentes, honestos e dotados de
esp í rito p ú blico. Estas
qualidades, que eles demonstraram
desde os anos 30, quando a
administra çã o p ú blica
profissional foi implantada no
Brasil, foram um fator decisivo
para o papel estrat é gico que o
Estado jogou no desenvolvimento
econ ô mico brasileiro. A
implanta çã o da ind ú stria de base
nos anos 40 e 50, o ajuste nos anos
60, o desenvolvimento da
infraestrutura e a instala çã o da
ind ú stria de bens de capital, nos
anos 70, de novo o ajuste e a
reforma financeira nos anos 80, e a
liberaliza çã o comercial nos anos
90, n ã o teriam sido poss í veis
n ã o fosse a compet ê ncia e o
esp í rito p ú blico da burocracia
brasileira.
“ Novos Paradigmas Gerenciais: a
ruptura com estruturas
centralizadas, hier á rquicas
formalizadas e piramidais e
sistemas de
controle ‘ tayloristas ’ s ã o
elementos de uma verdadeira
revolu çã o gerencial em curso, que
imp õ e a incorpora çã o de novos
referenciais para as pol í ticas
relacionadas com a administra çã o
p ú blica, virtualmente enterrando
as burocracias tradicionais e
abrindo caminho para uma nova e
moderna burocracia de Estado ” .
(1994: 3)
CONSTITUI ÇÃ O FEDERAL DE
1988 – RETROCESSO
ADMINISTRATIVO Pretendia-se,
com a nova carta magna, consolidar
a rep ú blica, al é m de ditar novas
regras sobre a soberania nacional,
valorizar a cidadania e a ordem
social, reorganizar o estado, criar
novas possibilidades de
participa çã o coletiva nas
decis õ es pol í ticas e promover a
gest ã o respons á vel e eficiente
dos gastos p ú blicos. A
promulga çã o da Constitui çã o de
1988 representou uma ampla
reforma em todo o Estado. A
valoriza çã o dos direitos sociais
promovida por ela é patente, o que
lhe valeu o apelido
de ― Constitui çã o Cidad ã o.
Apesar dos avan ç os no campo dos
direitos sociais e individuais, no
contexto da administra çã o
p ú blica o que se observou foi um
retrocesso administrativo, com
engessamento e encarecimento do
aparelho estatal Segundo Paludo
25. 26, as principais causas do
retrocesso foram: estender para a
administra çã o indireta as regras
r í gidas da administra çã o direta,
reduzindo sua flexibilidade; e a
perda da autonomia do poder
executivo para organizar a
administra çã o p ú blica e para
criar, transformar e extinguir
cargos. Esta disfun çã o s ó se
amenizou com a Emenda
Constitucional n º 32/2001, que deu
ao Presidente da Rep ú blica
autonomia para dispor sobre a
organiza çã o e funcionamento da
administra çã o p ú blica, e para
extinguir cargos e fun çõ es vagos,
por meio de decreto aut ô nomo.
Bresser Pereira 27 afirma que
muitos dos dispositivos sobre a
administra çã o p ú blica presentes
na nova Constitui çã o foram
resultado de esfor ç os de grupos
burocr á ticos que objetivavam
concluir a reforma burocr á tica
1936. Como consequ ê ncia disso, a
administra çã o tornou-se mais
r í gida, foram abandonadas as
pr á ticas gerenciais, e as reformas
efetuadas pelo pa í s desde o
Decreto-Lei 200/1967 foram
desconsideradas.
As tentativas de reforma executadas
pelo governo JK, todavia, n ã o
foram completamente realizadas. O
que se verificou, afinal, foi uma
maior centraliza çã o da
administra çã o direta, tornando-se
mais lenta e ineficiente, ao lado de
uma administra çã o indireta
completamente distinta, que
j á adotava, ao menos em parte, os
conceitos de administra çã o
gerencial e efici ê ncia. Surge neste
momento o conceito de ― ilhas de
excel ê ncia ǁ , que descreve a
dicotomia entre a administra çã o
indireta, desenvolvida, e a
administra çã o direta, retr ó grada.
Lustosa relata:
Esse per í odo se caracteriza por
uma crescente cis ã o entre a
administra çã o direta, entregue ao
clientelismo e submetida, cada vez
mais, aos ditames de normas
r í gidas e controles, e a
administra çã o descentralizada
(autarquias, empresas, institutos e
grupos especiais ad hoc), dotados
de maior autonomia gerencial e que
podiam recrutar seus quadros sem
concursos. Constitu í ram-se assim
ilhas de excel ê ncia no setor
p ú blico voltadas para a
administra çã o do
desenvolvimento, enquanto se
deteriorava o n ú cleo central da
administra çã o.
O texto constitucional de 1988, em
sua reda çã o original, traz
in ú meras disposi çõ es que
lembram caracter í sticas do
modelo burocr á tico, enfatizando o
controle entre os poderes, a
institui çã o de Tribunais de Conta,
estabelecendo princ í pios que
regem a atua çã o administrativa,
especificando garantias dos agentes
p ú blicos quanto ao sistema
remunerat ó rio, previdenci á rio,
estabilidade, entre outras.
Na Administra çã o burocr á tica,
inicialmente n ã o havia controle
final í stico ou de resultados, pois o
foco era tornar a Administra çã o
P ú blica impessoal. Esses
objetivos somente apareceram com
o surgimento da Administra çã o
gerencial.
Administra çã o burocr á tica
s ã o adotadas uma s é rie de
medidas cujo objetivo é a defesa da
coisa p ú blica, em contraposi çã o
ao per í odo patrimonialista
antecedente, cuja caracter í stica
principal é a confus ã o entre
patrim ô nio p ú blico, Estado, e o
patrim ô nio particular do detentor
do poder.
Administra çã o P ú blica
burocr á tica, que surgiu
basicamente com o advento do
Estado Liberal, busca romper com
o modelo anterior, patrimonialista,
pois separa os interesses pessoais
do detentor do poder e os
instrumentos
colocados à disposi çã o do Poder
P ú blico para garantir a
satisfa çã o do interesse p ú blico.
Tem como objetivo defender a
sociedade contra o poder
arbitr á rio do soberano.

Administra çã o patrimonialista o
soberano é o Estado; basta lembrar
a famigerada frase de Luis XIV: “ o
Estado sou eu ” . N ã o h á bens
p ú blicos. Tampouco, particulares.
Todos os bens s ã o do soberano,
do Estado. Esse poder funda-se, em
regra, no Direito Divino: o
governante é uma divindade ou
representante maior dela. Assim,
sua vontade é a lei, sendo
inquestion á vel, irremedi á vel.
Governa despoticamente.
Tudo é sua propriedade, inclusive
os seus s ú ditos; sobre esses, tem
poder de vida e morte. N ã o existe
a coisa p ú blica.
Esta forma de administra çã o
p ú blica predominou no per í odo
pr é -capitalismo, quando o
monarca exercia o dom í nio sobre
os bens p ú blicos e particulares,
sem qualquer necessidade de
prestar contas à sociedade.

O patrimonialismo é caracterizado
pela forte presen ç a da seguintes
caracter í sticas: nepotismo,
corrup çã o, inefici ê ncia,
improviso, falta de
profissionalismo, aus ê ncia de
m é todos de trabalho, falhas de
planejamento, entre outras.
É importante destacar que o modelo
gerencial n ã o descarta o
burocr á tico. Apenas muda suas
prioridades. Continuam a
meritocracia, o n ã o nepotismo, a
profissionaliza çã o, o formalismo,
a impessoalidade. Surge, por é m,
uma nova ideia, erigida a status de
princ í pio constitucional: a
efici ê ncia. Mas efici ê ncia, aqui,
n ã o tem o sentido que lhe atribui a
ci ê ncia administrativa. É mais que
isso. É , ao mesmo tempo,
efici ê ncia, efic á cia e efetividade.
Com ela, passou a haver: maior
participa çã o da sociedade civil
organizada (publiciza çã o);
redu çã o da inchada, lenta e
ineficaz m á quina estatal;
estabelecimento de metas; cria çã o
de ag ê ncias reguladores;
descentraliza çã o dos servi ç os
p ú blicos; e, eis o mais importante,
houve uma real tentativa de se
implantar, no funcionalismo
p ú blico, a ideia do cliente
cidad ã o.

O gerencialismo inovou ao
aumentar a preocupa çã o com os
conceitos de efic á cia e
efetividade.
Este modelo procura comparar o
cliente da administra çã o
empresarial com o usu á rio do
servi ç o p ú blico. Ou seja, n ã o
basta a Administra çã o P ú blica
executar suas tarefas conforme
normas e
procedimentos. É necess á rio saber
se a popula çã o, usu á ria dos
servi ç os p ú blicos, est á satisfeita
com os servi ç os que est ã o sendo
prestados.

A efici ê ncia faz parte do


gerencialismo, embora n ã o seja
inova çã o deste modelo. O
gerencialismo inovou ao aumentar a
preocupa çã o com os conceitos de
efic á cia e efetividade. Segue uma
breve ideia sobre cada um destes
tr ê s conceitos:
Efici ê ncia: uso adequado dos
recursos dispon í veis (j á vem
desde o modelo burocr á tico);
Efic á cia: significa o grau de
alcance dos resultados;
Efetividade: diz respeito aos
impactos gerados para a sociedade.

Segundo o site gespublica


Atualmente muito se tem falado
sobre a globaliza çã o e a
competitividade entre as na çõ es.
No cerne dessa discuss ã o um foco
especial tem sido dado à qualidade
dos servi ç os p ú blicos prestados
ao cidad ã o. Propostas de gest ã o
t ê m surgido para as organiza çõ es
privadas, p ú blicas, inclusive para
Institui çõ es de Ensino.
Pesquisadores consideram que o
aperfei ç oamento do sistema
educacional como um todo,
proporcionar á o exerc í cio da
cidadania, o qual é o grande
diferencial para o desenvolvimento
sustent á vel e a garantia de
soberania de uma na çã o.
Pode-se considerar bastante
expressiva, em especial a partir do
final da d é cada de 90, a
quantidade de experi ê ncias do
setor p ú blico brasileiro com os
chamados “ programas de melhoria
da qualidade ” , formados por um
conjunto de a çõ es e projetos para
melhorar, de forma pontual ou
cont í nua, a qualidade de produtos
e servi ç os fornecidos aos
cidad ã os ou dos pr ó prios
processos internos das
organiza çõ es p ú blicas
brasileiras.
Como afirma Bresser Pereira
(LEVY & DRAGO, 2005, p.22), “ a
motiva çã o fundamental da
Reforma da Gest ã o P ú blica de
1995/98 foi exatamente essa:
permitir que o Estado Brasileiro
lograsse maior quantidade e melhor
qualidade dos seus servi ç os
p ú blicos, a um custo menor. ”
Muitas organiza çõ es disp õ em de
grandes esfor ç os pol í ticos e
gerenciais para uma
implementa çã o bem sucedida de
seus projetos e a çõ es de melhoria
da qualidade da gest ã o ou dos
servi ç os/produtos que fornecem,
mas n ã o incluem como elementos
decis ó rios os custos correlatos.
De fato, valorizam-se, usualmente,
alguns aspectos de gest ã o
or ç ament á rio-financeira, por é m
com foco mais amplo e gen é rico,
sem considera çã o do custeio do
processo de realiza çã o dos
servi ç os/produtos ou at é o custo
de seus pr ó prios programas de
melhoria da qualidade.
Coincidentemente, poucas
conseguem manter de maneira
efetiva tais programas.

H á tamb é m organiza çõ es do
setor p ú blico que v ê m
obtendo ê xito com a efetividade de
seus projetos de melhoria e ainda
gerando aprendizagem/crescimento
para seu modelo de gest ã o. Talvez
seja esta a fase mais prop í cia, na
linha do desenvolvimento
institucional, para que o gestor
p ú blico reconhe ç a a necessidade
de apropria çã o de suas
ferramentas de gest ã o para o
desenvolvimento de um sistema de
custeio. Uma vez usu á rio de
pr á ticas gerenciais mais
din â micas e modernas, imagina-se
que o corpo diretivo de uma
institui çã o p ú blica sinta maior
seguran ç a para atender
adequadamente à s recentes
diretrizes legais
referentes à gest ã o dos custos no
servi ç o p ú blico.
“ Gest ã o P ú blica ” é um termo
mais recente, que indica utiliza çã o
de pr á ticas novas na
administra çã o do setor p ú blico,
algumas importadas do setor
privado, outras recuperadas dos
por õ es da hist ó ria, outras
desenvolvidas nas ú ltimas
d é cadas. Do ponto de vista do
ensino, é mais vinculado à praticas
de gest ã o, à funcionalidades e
situa çã o atual do Estado.
Diferen ç a entre Administra çã o,
Administra çã o P ú blica e
Administra çã o Empresarial.
Administra çã o é uma ci ê ncia que
estuda formas de organizar as
coisas, como as organiza çõ es se
comportam, os padr õ es das
organiza çõ es. O setor
p ú blico é composto por
organiza çõ es, mas com alguns
padr õ es diferentes das
organiza çõ es do mercado
(empresas). Por exemplo:
contabilidade
empresarial é absolutamente
diferente da contabilidade
p ú blica, embora se utilizem de
t é cnicas e pr á ticas parecidas,
mas do ponto de vista de
aprendizado é necess á rio separ á -
las. Poder í amos dizer, numa
compara çã o neo-ortodoxa, que a
contabilidade p ú blica e a
contabilidade empresarial s ã o
como a qu í mica e a f í sica, se
utilizam de matem á tica, se
misturam as vezes, mas s ã o
bastante diferentes e amplas,
justificando um estudo separado.
Para Lima (2006), “ gest ã o é a
capacidade de fazer o que precisa
ser feito ” . Em uma gest ã o
p ú blica n ã o se pode esquecer a
capacidade de se atentar e
permanecer no posicionamento da
organiza çã o planejada, para que
assim, a miss ã o possa ser
cumprida, que neste caso
primordial é o desenvolvimento da
cidade em benef í cio ao povo que
nela reside. Lima ainda acredita
que uma boa organiza çã o na
gest ã o p ú blica
est á relacionada à uma alta
capacidade de gest ã o, que por sua
vez, relaciona-se com a “ melhor
rela çã o entre recurso, a çã o e
resultado ” . Neste sentido pode-se
dizer que quanto maior for a
demanda, isto é , a necessidade de
um planejamento eficiente no
munic í pio, maior dever á ser a
capacidade do gestor p ú blico,
principalmente se os recursos
dispon í veis forem escassos.
A proposta de uma gest ã o
p ú blica, segundo Lima (2006) se
baseia na excel ê ncia de valores e
de resultados. O ganho social é de
extrema import â ncia e alcan ç a o
topo em uma pir â mide de
prioridade, pois “ cria valor
p ú blico para o cidad ã o ” (LIMA,
2006 p 8). Segundo o pr ó prio
Lima (2006) “ a gest ã o
p ú blica é focada em resultados e
orientada para o cidad ã o ” . A
melhoria da qualidade ofertada
pelos servi ç os p ú blico
tamb é m é de responsabilidade da
gest ã o p ú blica que deve sempre
estar elencada para uma “ devida
contribui çã o à competitividade do
pa í s ” (LIMA, 2006 p.8).
Dentro da opini ã o estabelecida
por Lima (2006) para uma
excelente gest ã o p ú blica em que
engloba o desenvolvimento geral de
uma cidade est ã o os fundamentos
que s ã o alcan ç ados com a
publicidade dos recursos
aplicados à s pol í ticas p ú blicas
apresentadas; da moralidade e
legalidade estabelecida diante da
transpar ê ncia realizada à s
benfeitorias à pr ó pria popula çã o
e finalmente à excel ê ncia de toda
a a çã o realizada que
ser á devidamente direcionada aos
cidad ã os do munic í pio.

Max Weber – Burocracia -


Caracter í sticas 1.Formaliza çã o.
2. Divis ã o do Trabalho. 3.
Princ í pio da Hierarquia.
4.Impessoalidade.
5.Compet ê ncia t é cnica. 6.
Separa çã o entre Propriedade e
Administra çã o. 7.
Profissionaliza çã o do
Funcion á rio.
BUSCA DA
EFICI Ê NCIA – PRINC Í PIO DA
MERITOCRACIA - CONTROLE
Max Weber – Burocracia -
Disfun çõ es Internaliza çã o das
regras e exagero apego aos
regulamentos. Excesso de
formalismo e de papel ó rio.
Resist ê ncia a mudan ç as.
Despersonaliza çã o do
relacionamento. Categoriza çã o
como base do processo decisorial.
Super conformidade à s rotinas e
procedimentos. Dificuldade no
atendimento a clientes/cidad ã os e
conflitos com o p ú blico.

A administra çã o p ú blica
gerencial constitui um avan ç o, e
at é um certo ponto um rompimento
com a administra çã o p ú blica
burocr á tica. Isso n ã o significa,
entretanto, que negue todos os seus
princ í pios.
Pelo contr á rio, a administra çã o
p ú blica gerencial est á apoiada na
anterior, da qual conserva, embora
flexibilizando, alguns dos seus
princ í pios fundamentais, como a
admiss ã o segundo r í gidos
crit é rios de m é rito, a exist ê ncia
de um sistema estruturado e
universal de remunera çã o, as
carreiras, a avalia çã o constante de
desempenho, o treinamento
sistem á tico.
É uma resposta à necessidade de
reduzir custos e aumentar a
qualidade dos servi ç os, tendo o
cidad ã o como benefici á rio.
A reforma do aparelho do Estado
passa a ser orientada
predominantemente pelos valores
da efici ê ncia e qualidade na
presta çã o de servi ç os p ú blicos
e pelo desenvolvimento de uma
cultura gerencial nas
organiza çõ es. É uma
resposta à expans ã o das fun çõ es
econ ô micas e sociais do Estado
. É uma resposta ao impacto do
desenvolvimento tecnol ó gico
e à globaliza çã o da economia
mundial, uma vez que ambos
deixaram à mostra os problemas
associados à ado çã o do modelo
anterior.
CARACTER Í STICAS/ESTRAT É
1.Defini çã o precisa dos objetivos
que o administrador p ú blico
dever á atingir em sua unidade.
2.Garantia de autonomia do
administrador na gest ã o dos
recursos humanos, materiais e
financeiros que lhe forem
colocados à disposi çã o para que
possa atingir os objetivos
contratados.
3.Controle ou cobran ç a a
posteriori dos resultados. Sistema
de Controle Interno e Externo.
4.Pratica-se a competi çã o
administrada no interior do
pr ó prio Estado, quando h á a
possibilidade de estabelecer
concorr ê ncia entre unidades
internas.5.No plano da estrutura
organizacional, a descentraliza çã o
e a redu çã o dos n í veis
hier á rquicos tornam-se essenciais.
6. A administra çã o p ú blica deve
ser perme á vel à maior
participa çã o dos agentes privados
e/ou das organiza çõ es da
sociedade civil e deslocar a ê nfase
dos procedimentos (meios) para os
resultados (fins).7.A
administra çã o p ú blica gerencial
inspira-se na administra çã o de
empresas, mas n ã o pode ser
confundida com esta ú ltima.
8.Enquanto o mercado controla a
administra çã o das empresas, a
sociedade - por interm é dio de
pol í ticos eleitos - controla a
administra çã o
p ú blica.9.Enquanto a
administra çã o de empresas
est á voltada para o lucro privado,
para a maximiza çã o dos interesses
dos acionistas, a administra çã o
p ú blica gerencial est á expl í cita
e diretamente voltada para o
interesse p ú blico.
A administra çã o p ú blica
gerencial nega vis ã o do interesse
p ú blico, relacionando-o com o
interesse da coletividade e n ã o
com o do aparato do Estado.

De acordo com Abr ú cio (2007), a


Emenda Constitucional n ° 19
trouxe medidas que implicaram
tetos para o gasto com
funcionalismo, altera çõ es no
car á ter r í gido e equivocado do
Regime Jur í dico Ú nico e
introdu çã o do princ í pio da
efici ê ncia entre os pilares do
direito administrativo. Tais
altera çõ es implicaram em
mudan ç as nos direitos
conquistados pelos servidores
p ú blicos, entre os quais o tempo
para que o servidor p ú blico
adquirisse estabilidade que passou
de 2 para 3 anos. Tais mudan ç as
constitu í ram pe ç as essenciais na
cria çã o de uma ordem jur í dica
que estabeleceu par â metros de
restri çã o or ç ament á ria e de
otimiza çã o das pol í ticas.
Visando o maior controle dos
recursos, surge a Lei Complementar
101 de 04 de maio de 2000 que
estabelece normas de finan ç as
publicas voltadas para a
responsabilidade da gest ã o fiscal.
Tal lei, conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal introduziu
novas formas de controle dos
recursos p ú blicos atrav é s da
ado çã o limites para os gastos. A
Lei de Responsabilidade Fiscal
implantou mecanismos de controle
das receitas, os casos de renuncia
de receita, previs ã o de despesa,
inclusive controle das de car á ter
continuado visando o planejamento
da d í vida p ú blica. No aspecto
das despesas com pessoal, colocou
limites de sal á rios e de
contrata çã o. Outro aspecto de
grande import â ncia foi o controle
dos recursos p ú blicos e a
puni çã o dos casos de desvio e
corrup çã o.
No aspecto de planejamento dos
recursos, surgiram o PPA – Plano
Plurianual, a LDO – Lei de
Diretrizes Or ç ament á rias e a
LOA – Lei Or ç ament á ria Anual.
Com essas ferramentas de gest ã o,
foi poss í vel planejar, acompanhar
e avaliar os resultados das a çõ es
dos agentes e os resultados das
aplica çõ es dos recursos
p ú blicos. A partir de ent ã o,
surgiram leis e normas (ex: lei
8.666/93 entre outras) que tornaram
o sistema de compras de bens e
servi ç os, licita çõ es e
contrata çõ es cada vez mais
r í gidas e fiscalizadas
pelos ó rg ã os de controle,
estabelecendo puni çõ es aos
agentes p ú blicos que agissem de
maneira contr á ria ao estabelecido
pelo sistema legal (BRASIL/TCU,
2010).
Para Costa (2008), a principal
diferen ç a entre a Administra çã o
P ú blica Burocr á tica para a
Administra çã o P ú blica
Gerencial é que o controle da
primeira esta baseado nos
processos, enquanto que o da
segunda esta nos resultados. Na
burocr á tica a maneira como as
a çõ es s ã o executadas est ã o
atreladas a rigidez do sistema de
normas e leis, na gerencial o
importante s ã o os resultados
trazidos por tais a çõ es.

DL n º 200/1967 – Principais
Mudan ç as! 1. Princ í pios da
Administra çã o
P ú blica – PDDCC. 2.
Administra çã o Direta X
Administra çã o Indireta. 3. Fixava
a estrutura do Poder Executivo
Federal. 4.Desenhava os
subsistemas or ç ament á rio,
financeiro, contabilidade,
estat í stica e auditoria. 5. Definia
as bases do controle interno e
externo. 6. Definia o novo plano de
classifica çã o de cargos. 7.
Normas de aquisi çõ es e
contrata çõ es de bens e servi ç os.
O DL 200/1967 é o marco inicial
da implanta çã o do modelo
gerencial no Brasil. 2. O DL
200/1967 é considerado a Lei
org â nica da Administra çã o
P ú blica Federal. 3. O DL
200/1967 foi influenciado pelos
estudos da Comiss ã o Amaral
Peixoto. No entanto, Revisado e
enviado ao congresso pela
COMESTRA. 4. A
implementa çã o do DL 200/1967
foi conduzida pela SEMOR. 5. O
DL 200/1967 materializa o que
ficou conhecido como reforma
desenvolvimentista de 1967. 57

A partir de 1979, H é lio Beltr ã o,


que havia participado ativamente
da Reforma Desenvolvimentista de
1967, volta à cena, agora na chefia
do Minist é rio da
Desburocratiza çã o do governo
Figueiredo. Entre 1979 e 1983
Beltr ã o transformou-se em um
arauto das novas ideias; criticando,
mais uma vez, a centraliza çã o do
poder, o formalismo do processo
administrativo, e a desconfian ç a
que estava por tr á s do excesso de
regulamenta çã o burocr á tica, e
propondo uma administra çã o
p ú blica voltada para o cidad ã o.
Seu Programa Nacional de
Desburocratiza çã o foi por ele
definido como uma proposta
pol í tica visando, atrav é s da
administra çã o p ú blica, “ retirar o
usu á rio da condi çã o colonial de
s ú dito para investi-lo na de
cidad ã o, destinat á rio de toda a
atividade do Estado ” .
Reforma Gerencial - PDRAE -
1995 Plano Diretor de Reforma do
Aparelho do Estado procura criar
condi çõ es para a reconstru çã o da
administra çã o p ú blica em bases
modernas e racionais. É preciso,
agora, dar um salto adiante, no
sentido de uma administra çã o
p ú blica “ gerencial ” , baseada em
conceitos atuais de administra çã o
e efici ê ncia, voltada para o
controle dos resultados e
descentralizada para poder chegar
ao cidad ã o, que, numa sociedade
democr á tica, é quem
d á legitimidade à s institui çõ es e
que, portanto, se torna “ cliente
privilegiado ” dos servi ç os
prestados pelo Estado.
A diferencia çã o entre os conceitos
de Aparelho do estado e Estado
nos permite distinguir a reforma
do Estado da reforma do aparelho
do Estado. A reforma do
Estado é um projeto amplo que diz
respeito à s varias á reas do
governo e, ainda, ao conjunto da
sociedade brasileira, enquanto que
a reforma do aparelho do Estado
tem um escopo mais restrito:
est á orientada para tornar a
administra çã o p ú blica mais
eficiente e mais voltada para a
cidadania.
A reforma administrativa,
encaminhada ao Congresso
Nacional em agosto de 1995,
caracterizava-se pela
transforma çã o da administra çã o
p ú blica brasileira de burocr á tica
em gerencial.
Assim, dita reforma administrativa,
constitui-se em um instrumento
indispens á vel à consolida çã o da
estabilidade e como meio a
assegurar o crescimento sustentado
da economia como forma a frear a
descrevibilidade no setor p ú blico
e tudo a ele conexo, n ã o se prega
de forma severa que a substitui çã o
seja a solu çã o para esta crise
existente no setor p ú blico.

Oswaldo Aranha Bandeira de


Mello (1979:33-34), indica duas
vers õ es para a origem do
vocabul á rio administra çã o. Para
uns, vem de ad (preposi çã o), mais
ministro, as are (verbo), que
significa servir, executar; para
outros, vem de ad,manus trahere,
que envolve ideia de dire çã o ou
gest ã o. Nas duas hip ó teses, h á o
sentido de rela çã o de
subordina çã o, de hierarquia. O
mesmo autor demonstra que a
palavra administrar significa n ã o
s ó prestar servi ç o. Execut á -lo,
como, outrossim, dirigir, governar,
exercer a vontade com o objetivo
de obter um resultado ú til; e que
at é , em sentido vulgar, administrar
quer dizer tra ç ar programa de
a çã o e execu çã o.
Segundo Odete Medauar, a
Administra çã o P ú blica integra o
contexto geral do sistema pol í tico
de um Estado, refletindo e
expressando as caracter í sticas e
distor çõ es desse sistema. Ou seja,
um aparelho de Estado
preordenado à realiza çã o de
servi ç os, visando à satisfa çã o
das necessidades coletivas.
Administrar o servi ç o p ú blico
n ã o se resume em tentativas de
conceitos, e sim num exerc í cio de
vontade objetivando obter um
resultado.
Para modernizar o aparelho do
Estado, acompanhando a sociedade
e tornando seus projetos
direcionados para a efici ê ncia,
efic á cia e efetividade, fez-se
necess á rio a Reforma
Administrativa de 1988.
Objetivando: diminuir o d é ficit
p ú blico; ampliar a poupan ç a
p ú blica e capacidade financeira
do Estado; Aumentar a efici ê ncia
dos servi ç os sociais oferecidos ou
financiados pelo Estado; ampliar a
participa çã o da cidadania na
gest ã o da coisa p ú blica;
estimular a çã o social
comunit á ria; aumentando a
efic á cia do n ú cleo estrat é gico
do Estado, substituindo o controle
de procedimentos (modelo
burocr á tico) pelo controle de
resultados (modelo gerencial)
Durante a d é cada de 90 houve um
intenso processo de globaliza çã o,
surgindo a necessidade de reformar
o Estado com o intuito de aumentar
sua efici ê ncia e reduzir seu
tamanho, sem deixar de torn á -lo
respons á vel perante a sociedade.
Em decorr ê ncia dos avan ç os
tecnol ó gicos surgem nos EUA e na
Europa (nos anos 80), as reformas
administrativas para deter do
aumento de efici ê ncia, corte nos
gastos e uma atua çã o mais
flex í vel na ostenta çã o do Estado.
Por é m, sem deixar de lado os
princ í pios predominantes no
modelo burocr á tico, apenas
flexibilizando e dinamizando os
mesmos.
Embora a administra çã o p ú blica
burocr á tica possua grande m é rito
de ser efetiva no controle de
abusos, corre o risco de deixar de
ser um meio para atingir suas
finalidades, prejudicando o Estado.
Podendo se tornar ineficiente,
autorreferente e incapaz de atender
as necessidades dos cidad ã os.
Voltando-se para si mesma e
desviando seu verdadeiro objetivo
que se refere aos anseios da
popula çã o.
Para a implanta çã o desse modelo
de administra çã o gerencial no
Brasil, foi-se necess á rio um Plano
Diretor da Reforma do Estado na
obra do Ministro Pereira.
Aprovando a Emenda
Constitucional da Reforma
Administrativa (EC 19/98). Ela
surgiu como uma solu çã o para os
problemas da burocracia.
Priorizando a efici ê ncia da
Administra çã o, o aumento na
qualidade de servi ç os e redu çã o
dos custos. Buscando sempre os
resultados e aumentando a
capacidade de gerenciar com
efetividade e efici ê ncia. Sendo o
cidad ã o pe ç a essencial para o
desempenho da atividade p ú blica.

O aspecto gerencial da
administra çã o p ú blica
manifestou-se, primeiramente, na
Gr ã -Bretanha (1979) e nos EUA
(1980). Na Gr ã -Bretanha, a
administra çã o gerencial foi
aplicada ao servi ç o p ú blico,
logo ap ó s a posse do novo
governo, com a implanta çã o de
uma reforma administrativa intensa
e bem-sucedida, inspirando
reformas ocorridas tamb é m na
Nova Zel â ndia, Austr á lia e
Su é cia - governos sociais
democratas.
Em 1922, nos EUA, durante a
gest ã o do Presidente Clinton, foi
promovida a reforma da
administra çã o p ú blica federal
por crit é rios gerenciais, reinventar
o governo passou a ser programa
do Governo. Na Fran ç a, 1989, no
Governo do Primeiro-Ministro
Michel Roccard. Todos esses
governos de enfoque democrata.
Dessa forma, a administra çã o
p ú blica gerencial surge como
resposta à expans ã o das fun çõ es
econ ô micas e sociais do Estado,
como tamb é m, ao
desenvolvimento tecnol ó gico
e à globaliza çã o da economia
mundial, uma vez que ambos
deixaram à mostra os problemas
associados à ado çã o do modelo
anterior.
Sendo assim, a administra çã o
gerencial surgiu quando a
burocr á tica j á n ã o se mostrava
apta a atender anseios
democr á ticos surgidos na
sociedade. Essa nova modalidade
de administra çã o baseia-se em
descentraliza çõ es pol í tica e
administrativo, como exemplo das
mudan ç as adotadas, pode-se citar:
a flexibiliza çã o na organiza çã o
da organiza çã o, o controle dos
resultados ? caracter í sticas
inversas à quelas que valorizavam
os processos administrativos ?
al é m de uma administra çã o
voltada para o atendimento do
cidad ã o/usu á rio e aberta ao
controle social.
Ainda com Bresser Pereira (p.6,
1996), tem-se caracter í sticas da
administra çã o gerencial quando
do seu surgimento:
Aos poucos foram-se delineando os
contornos da nova administra çã o
p ú blica: (1) descentraliza çã o do
ponto de vista pol í tico,
transferindo recursos e atribui çõ es
para os n í veis pol í ticos regionais
e locais; (2) descentraliza çã o
administrativa, atrav é s da
delega çã o de autoridade para os
administradores p ú blicos
transformados em gerentes
crescentemente aut ô nomos; (3)
organiza çõ es com poucos n í veis
hier á rquicos ao inv é s de
piramidal, (4) pressuposto da
confian ç a limitada e n ã o da
desconfian ç a total; (5) controle
por resultados, a posteriori, ao
inv é s do controle r í gido, passo a
passo, dos processos
administrativos; e (6)
administra çã o voltada para o
atendimento do cidad ã o, ao inv é s
de auto referida.
Assim, conclui-se que a
administra çã o p ú blica gerencial
surge na segunda metade do s é culo
XX, como resposta, de um
lado, à expans ã o das fun çõ es
econ ô micas e sociais do Estado,
e, de outro, ao desenvolvimento
tecnol ó gico e à globaliza çã o da
economia mundial, uma vez que
ambos deixaram à mostra os
problemas associados à ado çã o
do modelo anterior, administra çã o
p ú blica burocr á tica.
Tem por conseguinte, que o modelo
gerencial tornou-se realidade no
mundo desenvolvido quando,
atrav é s da defini çã o clara de
objetivos para cada unidade da
administra çã o, da
descentraliza çã o, da mudan ç a de
estruturas organizacionais e da
ado çã o de postura moderna no
interior do Estado, se revelou mais
capaz de promover o aumento da
qualidade e da efici ê ncia dos
servi ç os sociais oferecidos pelo
setor p ú blico. Em suma, afirma-se
que a administra çã o p ú blica
deve ser aberta à maior
participa çã o dos agentes privados
e/ou das organiza çõ es da
sociedade civil e desviar o foco
dos procedimentos para os
resultados.
Ademais, na administra çã o
p ú blica gerencial a
estrat é gia é direcionada para a
defini çã o precisa dos objetivos
que o administrador p ú blico
dever á atingir em sua unidade,
para a garantia de autonomia do
administrador na gest ã o dos
recursos humanos, materiais e
financeiros que lhe forem
colocados à disposi çã o para que
possa atingir os objetivos
contratados, e para o controle dos
resultados.
Por fim, observas-se que a
necessidade de tornar a
administra çã o p ú blica mais á gil
e flex í vel para responder aos
novos desafios impostos,
principalmente, pela redu çã o de
receitas p ú blicas dos estados
nacionais e a uma maior cobran ç a
de resultados, pela sociedade,
motivou a implanta çã o da
administra çã o publica gerencial
em v á rios pa í ses, dentre eles o
Brasil.
O setor p ú blico deve contribuir
para aumentar a efici ê ncia da
economia e promover distribui çã o
mais equ â nime das oportunidades
e dos recursos. É para isso que o
governo existe e os impostos s ã o
cobrados.

No governo, o objetivo final da boa


gest ã o é buscar fazer mais e
melhor com menos. Assim é que o
setor p ú blico pode contribuir para
ampliar a efici ê ncia da economia,
condi çã o necess á ria para
garantir o crescimento econ ô mico
e o bem estar da popula çã o.

Estabelecer crit é rios de boa


governan ç a é essencial para
consolidar uma gest ã o p ú blica
racional.
A finalidade do governo é prover
bens e servi ç os
p ú blicos à sociedade e, por
consequ ê ncia, seus clientes s ã o
todas as pessoas. O Estado n ã o
pode e n ã o deve estar a servi ç o
de qualquer interesse privado, quer
seja no â mbito da atividade
econ ô mica, quer seja no â mbito
pol í tico-partid á rio.

2- O que é Administra çã o
P ú blica:

Administra çã o p ú blica é um
conceito da á rea do direito que
descreve o conjunto de agentes,
servi ç os e ó rg ã os institu í dos
pelo Estado com o objetivo de
fazer a gest ã o de certas á reas de
uma sociedade, como Educa çã o,
Sa ú de, Cultura, etc.
Administra çã o p ú blica tamb é m
representa o conjunto de a çõ es
que comp õ em a fun çã o
administrativa.

A administra çã o p ú blica tem


como objetivo trabalhar a favor do
interesse p ú blico, e dos direitos e
interesses dos cidad ã os que
administra. Na maior parte das
vezes, a administra çã o p ú blica
est á organizada de forma a reduzir
processos burocr á ticos.
Tamb é m é comum existir a
descentraliza çã o administrativa,
no caso da administra çã o p ú blica
indireta, que significa que alguns
interessados podem participar de
forma efetiva na gest ã o de
servi ç os.

CARACTER Í STICAS: • praticar


atos t ã o somente de
execu çã o – estes atos s ã o
denominados atos administrativos;
quem pratica estes atos s ã o
os ó rg ã os e seus agentes, que
s ã o sempre p ú blicos; • exercer
atividade politicamente neutra
n ã o à Pol í tica; • ter conduta
hierarquizada- sua
atividade é vinculada à Lei
e – dever de obedi ê ncia -
escalona os poderes
administrativos do mais alto
escal ã o at é a mais humilde das
fun çõ es; • praticar atos com
responsabilidade t é cnica e
legal – busca a perfei çã o t é cnica
de seus atos, que devem ser
tecnicamente perfeitos e segundo os
preceitos legais; • car á ter
instrumental – a Administra çã o
P ú blica é um instrumento para o
Estado conseguir seus objetivos. A
Administra çã o serve ao
Estado. • compet ê ncia limitada – o
poder de decis ã o e de comando de
cada á rea da Administra çã o
P ú blica é delimitada pela á rea de
atua çã o de cada ó rg ã o.

Poderes da Administra çã o
P ú blica

PODERES ADMINISTRATIVOS
Vinculado: Quando a lei
confere à Administra çã o P ú blica
poder para a pr á tica de
determinado ato, estipulando todos
os requisitos e elementos
necess á rios à sua validade.
Discricion á rio: Quando o Direito
concede à Administra çã o, de
modo expl í cito ou impl í cito,
poder para pr á tica de determinado
ato com liberdade de escolha de
sua conveni ê ncia e oportunidade.
Existe uma grada çã o. Normativo:
Embora a atividade normativa
caiba predominantemente ao
Legislativo, nele n ã o se exaure,
cabendo ao Executivo expedir
regulamentos e outros atos
normativos de car á ter geral e de
efeitos externos. É inerente ao
Poder Executivo.
Hier á rquico: É o meio de que
disp õ e a Administra çã o P ú blica
para distribuir e escalonar as
fun çõ es dos ó rg ã os p ú blicos;
estabelecer a rela çã o de
subordina çã o entre seus agentes;
e ordenar e rever a atua çã o de
seus agentes.
Disciplinar: É conferido à Administr
para apurar infra çõ es e aplicar
penalidades funcionais a seus
agentes e demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa,
como é o caso das que por ela s ã o
contratados; Poder de
Pol í cia: É a atividade da
Administra çã o P ú blica que,
limitando ou disciplinando direitos,
interesses ou liberdades
individuais, regula a pr á tica do
ato ou absten çã o de fato, em
raz ã o do interesse
p ú blico. É aplicado aos
particulares. Segmentos ==
Policia Administrativa = incide
sobre bens, direitos e
atividades; = é regida pelo
Direito Administrativo Policia
Judici á ria = incide sobre as
pessoas = destina-
se à responsabiliza çã o penal
Poderes Administrativos
Caracter í sticas B á sicas
Vinculado poder para a pr á tica
de determinado ato, estipulando
todos os requisitos e elementos
necess á rios à sua validade.
Discricion á rio poder para a
pr á tica de determinado ato, com
liberdade de escolha de sua
conveni ê ncia e oportunidade.
Existe uma grada çã o. Normativo
cabe ao Executivo expedir
regulamentos e outros atos de
car á ter geral e de efeitos
externos. É inerente ao Poder
Executivo Hier á rquico distribuir
e escalonar as fun çõ es
dos ó rg ã os p ú blicos estabelecer
a rela çã o de subordina çã o entre
seus agentes; Disciplinar ;
apurar infra çõ es e aplicar
penalidades funcionais a seus
agentes e demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa
Poder de Pol í cia limita ou
disciplina direitos, interesses ou
liberdades individuais; regula a
pr á tica do ato ou absten çã o de
fato, em raz ã o do interesse
p ú blico. É aplicado aos
particulares. LIMITA ÇÕ ES DO
PODER DE
POLICIA • Necessidade o Poder
de policia s ó deve ser adotado
para evitar amea ç as reais ou
prov á veis de pertuba çõ es ao
interesse
p ú blico; • Proporcionalidade é a
exig ê ncia de uma rela çã o entre a
limita çã o ao direito individual e o
preju í zo a ser
evitado; • Efic á cia p ú blico. a
medida deve ser adequada para
impedir o dano ao interesse
ATRIBUTOS DO PODER DE
POLICIA • Discricionariedade
Consiste na livre escolha, pela
Administra çã o P ú blica, dos
meios adequados para exercer o
poder de policia, bem como, na
op çã o quanto ao conte ú do, das
normas que cuidam de tal
poder. • Auto-Executoriedade
Possibilidade efetiva que a
Administra çã o tem de proceder ao
exerc í cio imediato de seus atos,
sem necessidade de recorrer,
previamente, ao Poder
Judici á rio. • Coercibilidade É a
imposi çã o imperativa do ato de
policia a seu destinat á rio,
admitindo-se at é o emprego da
for ç a p ú blica para seu normal
cumprimento, quando houver
resist ê ncia por parte do
administrado. • Atividade Negativa
Tendo em vista o fato de n ã o
pretender uma atua çã o dos
particulares e sim sua absten çã o,
s ã o lhes impostas obriga çõ es de
n ã o fazer.
Administra çã o p ú blica direta e
indireta

A administra çã o p ú blica pode


ser direta ou indireta. A
administra çã o p ú blica
direta é desempenhada pelos
Poderes da Uni ã o, pelos Estados,
Distrito Federal e Munic í pios.
Estes ó rg ã os n ã o s ã o dotados
de personalidade jur í dica
pr ó pria. As despesas
inerentes à administra çã o s ã o
contempladas no or ç amento
p ú blico e ocorre a
desconcentra çã o administrativa,
que consiste na delega çã o de
tarefas.
A administra çã o p ú blica
indireta é a transfer ê ncia da
administra çã o por parte do Estado
a outras pessoas jur í dicas, sendo
que essas pessoas jur í dicas podem
ser funda çõ es, empresas
p ú blicas, organismos privados,
etc. Neste caso ocorre a
descentraliza çã o administrativa,
ou seja, a tarefa de
administra çã o é transferida para
outra pessoa jur í dica.
A Administra çã o Direta
corresponde à presta çã o dos
servi ç os p ú blicos diretamente
pelo pr ó prio Estado e
seus ó rg ã os. Na li çã o do
saudoso Hely Lopes
Meirelles, ó rg ã os p ú blicos
"s ã o centros de compet ê ncia
institu í dos para o desempenho de
fun çõ es estatais, atrav é s de seus
agentes, cuja
atua çã o é imputada à pessoa
jur í dica a que pertencem".
Indireta é o servi ç o prestado por
pessoa jur í dica criada pelo poder
p ú blico para exercer tal atividade.

Assim, quando a Uni ã o, os


Estados-membros, Distrito Federal
e Munic í pios, prestam servi ç os
p ú blicos por seus pr ó prios
meios, diz-se que h á atua çã o da
Administra çã o Direta. Se cria
autarquias, funda çõ es, sociedades
de economia mista ou empresas
p ú blicas e lhes repassa servi ç os
p ú blicos, haver á Administra çã o
Indireta.
Segundo li çã o de Maria Sylvia Z.
Di Pietro, na composi çã o da
Administra çã o
P ú blica, “ tecnicamente falando,
dever-se-iam incluir as empresas
concession á rias e
permission á rias de servi ç os
p ú blicos, constitu í das ou n ã o
com participa çã o acion á ria do
Estado ” .
Entretanto, segundo o inciso XIX
do art. 37 da CF/88, alterado pela
EC n º 19/98, somente comp õ em a
Administra çã o P ú blica Indireta
as autarquias, funda çõ es,
sociedades de economia mista e
empresas p ú blicas, e nenhuma
outra entidade, valendo essa regra
para todos os entes da federa çã o.
No â mbito federal, essa
enumera çã o j á era vista no
Decreto-Lei n º 200/67,
recepcionado pela CF/88. Lembre
que esses 4 fazem parte da
Administra çã o P ú blica Indireta.
Chama-se centralizada a atividade
exercida diretamente pelos entes
estatais, ou seja, pela
Administra çã o Direta.
Descentralizada, por sua vez, é a
atividade delegada (por contrato)
ou outorgada (por lei) para as
entidades da Administra çã o
Indireta.
Descentralizar é repassar a
execu çã o e a titularidade, ou s ó a
execu çã o de uma pessoa para
outra, n ã o havendo hierarquia. Por
exemplo, quando a Uni ã o
transferiu a titularidade dos
servi ç os relativos à seguridade
social à autarquia INSS. J á na
desconcentra çã o h á somente uma
pessoa, que reparte compet ê ncias
entre seus ó rg ã os,
despersonalizados, onde
h á hierarquia. Por exemplo, a
subdivis ã o do Poder Executivo em
Minist é rios, do Minist é rio da
Fazenda em Secretarias, e assim
por diante.
O estudo da
centraliza çã o/descentraliza çã o e
da concentra çã o/desconcentra çã o
relaciona-se ao
t ó pico “ presta çã o de servi ç os
p ú blicos ” , mas nela n ã o se
esgota. A Constitui çã o de 1988,
em seu art. 175, atribui ao Poder
P ú blico a compet ê ncia para a
presta çã o de servi ç os p ú blicos.
Assim, de se definir apenas as
respectivas compet ê ncias, o que
se d á pelos artigos 21, 23, 25, 30 e
32 da Constitui çã o Federal de
1988.
H á 2 (duas) formas pelas quais o
Estado pode efetivar a chamada
descentraliza çã o administrativa:
outorga e delega çã o.

A outorga ocorre quando o Estado


cria uma entidade e a ela transfere,
mediante previs ã o em lei,
determinado servi ç o p ú blico
e é conferida, regra geral, por prazo
indeterminado. É o que ocorre
relativamente à s entidades da
Administra çã o Indireta
prestadoras de servi ç os
p ú blicos: o Estado descentraliza a
presta çã o dos servi ç os,
outorgando-os a outras entidades
(autarquias, empresas p ú blicas,
sociedades de economia mista e
funda çõ es p ú blicas), que s ã o
criadas para o fim de prest á -los.
A descentraliza çã o ser á efetivada
por meio de delega çã o quando o
Estado transfere, por contrato ou
ato unilateral, unicamente a
execu çã o do servi ç o, para que o
ente delegado o preste ao p ú blico
em seu pr ó prio nome e por sua
conta e risco, sob fiscaliza çã o do
Estado, contudo. A
delega çã o é normalmente
efetivada por prazo determinado.
H á delega çã o, por exemplo, nos
contratos de concess ã o ou nos atos
de permiss ã o, em que o Estado
transfere aos concession á rios e
aos permission á rios apenas a
execu çã o tempor á ria de
determinado servi ç o.
A presta çã o de servi ç os
p ú blicos mediante concess ã o,
permiss ã o ou
autoriza çã o é considerada forma
de presta çã o indireta. D ã o prova
disso os arts. 175, caput, 21, XI e
XII, 25, § 2 º , e 30, V, da
Constitui çã o. Diversamente, a
presta çã o de servi ç os p ú blicos
realizada pela Administra çã o
Centralizada (ou Administra çã o
Direta), por meio de seus ó rg ã os,
sem a contrata çã o de terceiros,
constitui modalidade de presta çã o
direta.
O art. 6 º , incisos VII e VIII da Lei
n º 8.666/1993, nossa lei de normas
gerais sobre licita çõ es e contratos,
define execu çã o direta e
execu çã o indireta. Segundo tais
dispositivos, tem-se execu çã o
direta toda vez que a
atividade é realizada
pelos ó rg ã os e entidades da
Administra çã o, com seus
pr ó prios meios; caracteriza a
execu çã o indireta a realiza çã o da
atividade por terceiros, contratados
para tanto pelos ó rg ã os ou
entidades da Administra çã o.

A desconcentra çã o é simples
t é cnica administrativa,
e é utilizada, tanto na
Administra çã o Direta, quanto na
Indireta.

A desconcentra çã o pressup õ e,
necessariamente, a exist ê ncia de
uma s ó pessoa jur í dica: sempre
se opera em seu â mbito interno,
constituindo uma simples
distribui çã o interna de
compet ê ncias dessa pessoa.
3- Organiza çã o da
Administra çã o P ú blica
Enquanto a organiza çã o do
Estado, como sua divis ã o
territorial, poderes etc., é mat é ria
constitucional, cabendo ao Direito
Constitucional disciplin á -la, a
cria çã o, estrutura çã o,
organiza çã o da Administra çã o
P ú blica s ã o temas de natureza
administrativa. Objeto de
normatiza çã o do Direito
Administrativo. Desse modo, cabe
essencialmente à lei essas tarefas,
bem como criar ou autorizar a
cria çã o de autarquias, funda çõ es,
sociedades de economia mista ou
empresas p ú blicas.

Administra çã o Indireta - Muitas


vezes, para um melhor desempenho
das fun çõ es estatais, procede-se a
uma descentraliza çã o de
compet ê ncias, outorgando-se
fun çõ es a pessoas jur í dicas
diversas do ente estatal, que
permanecer ã o vinculadas a este
(n ã o subordinadas), para efeitos
de controle e avalia çã o de
desempenho. S ã o as chamadas
pessoas meramente administrativas,
pois n ã o possuem poder pol í tico,
como os entes estatais,
desempenhando apenas fun çõ es
administrativas, para uma melhor
efici ê ncia do aparelho do Estado.
Estas pessoas administrativas
comp õ em a chamada
Administra çã o Indireta e podem
ser de quatro tipos: autarquias ,
funda çõ es p ú blicas , empresas
p ú blicas e sociedades de
economia mista . AUTARQUIA
Pessoa jur í dica de direito
p ú blico, criada por lei, para
desenvolver atividade t í pica da
Administra çã o. (art. 37, XIX,
CF). É o servi ç o aut ô nomo,
criado por lei, com personalidade
jur í dica, patrim ô nio e receita
pr ó prios, para executar atividades
t í picas da Administra çã o
P ú blica, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gest ã o
administrativa e financeira
descentralizada. (art. 5 º , I,
Decreto-lei n º 200/67). • CRIADA
por Lei Espec í fica ; • Faz parte da
Administra çã o
Indireta; • Submete-
se à supervis ã o do Minist é rio
competente - controle final í stico
(tamb é m chamado de supervis ã o
ministerial- na esfera federal-,
tutela administrativa ou
vincula çã o)- subordina çã o
hier á rquica com a entidade que a
criou; • É regida pelo REGIME
JURIDICO de direito
p ú blico. • Tem or ç amento e
patrim ô nio pr ó prios; n ã o
tem • Tem gest ã o administrativa e
financeira
DESCENTRALIZADA; • Executa
servi ç os pr ó prios do
Estado; • Agentes
p ú blicos • Administra a si mesma;
s ã o estatut á rios (em regra), mas
podem ter sido admitidos pela CLT
(no per í odo de 1998 a 2007);
proibida acumula çã o de cargos,
empregos e fun çõ es na Adm.
P ú blica; a investidura em cargo
p ú blico depende de aprova çã o
pr é via em concurso p ú blico de
provas ou de provas e t í tulos,
ressalvadas as nomea çõ es para
cargo em comiss ã o declarado em
lei de livre nomea çã o e
exonera çã o (art. 37, II, CF); • Os
contratos administrativos s ã o
realizados atrav é s de
LICITA ÇÃ O • Privil é gios ;
imunidade de impostos,
prescri çã o quinquenal de suas
d í vidas; impenhorabilidade de
seus bens; prazo em dobro para
recorrer e em qu á druplo para
contestar; • Foro processual: o
mesmo foro do ente pol í tico que
est á vinculado. • A regra geral é a
da responsabilidade objetiva (art.
37 § 6 º , da CF).
As autarquias s ã o pessoas
jur í dicas de direito p ú blico
criadas para desempenhar
descentralizadamente atividades
t í picas de Estado, outorgadas (e
n ã o delegadas) pelo ente estatal
para seu melhor desempenho. S ã o
regidas pelo direito p ú blico
justamente por desempenharem
fun çõ es t í picas de Estado, como
sa ú de, educa çã o, previd ê ncia
social etc. As autarquias n ã o
visam ao lucro e s ã o criadas
diretamente por lei espec í fica,
n ã o sendo necess á rio o registro
de seus atos constitutivos
em ó rg ã o de registro de pessoas
jur í dicas. Possuem autonomia
administrativa e patrim ô nio
pr ó prio. Sendo aut ô nomas, n ã o
h á subordina çã o entre as
autarquias e o ente estatal, ao qual
se vinculam apenas para efeito do
controle final í stico , por meio do
qual a Administra çã o Direta
verifica o cumprimento das
fun çõ es que lhes foram atribu í das
(poder de tutela administrativa). Tal
caracter í stica é inerente
tamb é m à s demais entidades da
Administra çã o Indireta. Por
serem pessoas de direito p ú blico,
possuem imunidade tribut á ria em
rela çã o a impostos sobre
patrim ô nio, renda ou servi ç os,
desde que vinculados à s suas
atividades essenciais, e os mesmos
privil é gios processuais
atribu í dos aos entes pol í ticos,
como o recurso de of í cio, o prazo
em dobro para recorrer e o prazo
em qu á druplo para contestar.
Al é m disso, seus bens s ã o
considerados p ú blicos, sendo
impenhor á veis e imprescrit í veis.
As causas em que as autarquias
federais s ã o partes s ã o julgadas
pela Justi ç a Federal, exceto as de
acidentes de trabalho (Justi ç a
Estadual) e as sujeitas à Justi ç a
Eleitoral e à Justi ç a do Trabalho
(art. 109, I, CF/88). No caso de
autarquias estaduais ou municipais,
a compet ê ncia é da Justi ç a
Estadual. O pessoal das
autarquias é , via de regra,
estatut á rio, sendo as rela çõ es de
trabalho julgadas pela Justi ç a
Federal (se for uma autarquia
federal). Dizemos via de regra,
pois atualmente a lei permite a
cria çã o de empregos p ú blicos
(CLT) na administra çã o direta,
aut á rquica e fundacional.
Autarquias em Regime Especial .

Algumas autarquias s ã o
consideradas autarquias em regime
especial . S ã o autarquias a que a
lei instituidora confere privil é gios
espec í ficos e aumenta sua
autonomia em rela çã o à s
autarquias comuns. S ã o exemplos
o Banco Central e as ag ê ncias
reguladoras. As ag ê ncias
reguladoras s ã o autarquias de
regime especial criadas para
regular certo setor da atividade
econ ô mica ou administrativa (ex:
ANATEL, ANVISA, ANS etc).
Entre os privil é gios conferidos à s
ag ê ncias reguladoras, citamos o
mandato fixo de seus dirigentes, a
autonomia financeira
(parafiscalidade) e o poder
normativo.
Funda çõ es P ú blicas As
entidades p ú blicas fundacionais
s ã o pessoas jur í dicas criadas
para o desempenho de atividades
sociais, culturais, assistenciais etc.
Representam a personifica çã o de
um patrim ô nio para o desempenho
de um fim determinado, sem
qualquer fim lucrativo. Antes da
emenda constitucional 19/1998, as
funda çõ es p ú blicas eram
consideradas pessoas jur í dicas de
direito p ú blico, pois eram criadas
diretamente pela lei. Ap ó s a EC
19/98, elas passaram a ter sua
cria çã o apenas autorizada por lei
espec í fica (art. 37, XIX, CF/88),
devendo a Administra çã o efetuar
o arquivamento de seus atos
constitutivos em ó rg ã o de registro
de pessoas jur í dicas, situa çã o
caracter í stica de pessoas
jur í dicas de direito privado.
Entretanto, existem funda çõ es
p ú blicas que foram criadas por
lei, sendo estas consideradas de
direito p ú blico. Desse modo,
temos hoje dois tipos de
funda çõ es p ú blicas: as de direito
p ú blico (criadas diretamente pela
lei) e as de direito privado (cuja
cria çã o é autorizada por lei e
efetivada por decreto do
Executivo). Se forem de direito
p ú blico, ter ã o tamb é m os
mesmos privil é gios tribut á rios e
processuais dos entes estatais e
aut á rquicos, inclusive quanto ao
foro de compet ê ncia. Seus bens
ser ã o considerados p ú blicos,
sendo imprescrit í veis e
impenhor á veis. Na verdade, as
funda çõ es p ú blicas de direito
p ú blico s ã o consideradas
esp é cies de autarquias, n ã o
sendo incomuns as
express õ es “ funda çã o
aut á rquica ” ou “ autarquia
fundacional ” .
Em qualquer caso, as á reas de
atua çã o das funda çõ es p ú blicas
s ã o definidas em lei
complementar. Quanto a seu
pessoal, valem as mesmas regras
das autarquias, se a funda çã o
p ú blica for de direito p ú blico,
sendo o pessoal celetista, se ela for
de direito privado. Ag ê ncias
Executivas Poder ã o ser
qualificadas pelo Poder P ú blico
como ag ê ncias executivas as
autarquias e funda çõ es que
celebrem com ele contrato de
gest ã o , obtendo maior autonomia
administrativa e financeira, em
troca do compromisso de atingir
certas metas de desempenho e do
aumento da responsabilidade de
seus administradores. As
ag ê ncias executivas, assim como
as ag ê ncias reguladoras, n ã o
s ã o um novo tipo de entidade da
Administra çã o Indireta. Trata-se
apenas de autarquias ou funda çõ es
que receberam uma qualifica çã o
especial, para o melhor
cumprimento de sua miss ã o.
Ressalte-se que n ã o é o contrato
de gest ã o que concede
privil é gios à s ag ê ncias
executivas. Estes devem ser
previstos em lei, em atendimento ao
Princ í pio da Legalidade. O
contrato de gest ã o apenas define
quais entidades poder ã o ser
enquadradas como ag ê ncias
executivas, usufruindo dos
privil é gios legais. Empresas
P ú blicas e Sociedades de
Economia Mista As empresas
p ú blicas e as sociedades de
economia mista s ã o esp é cies do
g ê nero empresas estatais. Suas
caracter í sticas comuns s ã o o fato
de serem pessoas jur í dicas de
direito privado, cuja
cria çã o é autorizada por lei
espec í fica, para a presta çã o de
servi ç os p ú blicos ou para a
execu çã o de atividades
econ ô micas de comercializa çã o
ou de produ çã o de bens ou
servi ç os. No caso de execu çã o
de atividades econ ô micas,
s ó ser á permitida a cria çã o de
empresa estatal quando for
indispens á vel à seguran ç a
nacional ou a relevante interesse
coletivo. Em raz ã o da natureza de
suas atividades, concorrem com a
iniciativa privada, raz ã o pela qual
n ã o se lhes permite a concess ã o
de quaisquer privil é gios
tribut á rios ou trabalhistas n ã o
extens í veis ao setor privado,
exceto no caso das prestadoras de
servi ç os p ú blicos, em que o STF
j á estendeu a imunidade
tribut á ria, em um caso concreto
(Correios). As empresas p ú blicas
e as sociedades de economia mista
n ã o est ã o sujeitas a fal ê ncia.
Embora sejam pessoas jur í dicas
de direito privado, est ã o sujeitas a
algumas normas de direito
p ú blico, como a obrigatoriedade
de concurso p ú blico para
contrata çã o de seu pessoal e de
licita çã o para compras de bens e
servi ç os, al é m da proibi çã o de
acumula çã o de cargos, empregos e
fun çõ es p ú blicas. N ã o obstante
a exig ê ncia de concurso p ú blico,
o pessoal das empresas
estatais é regido pelo regime
trabalhista (CLT). Entre as
diferen ç as, temos que uma
empresa p ú blica é constitu í da
com capital exclusivamente
p ú blico, devendo a maioria do
capital votante pertencer à entidade
pol í tica que a criou. Admite-se,
inclusive, que 100% do capital
perten ç a ao ente estatal criador
(sociedade unipessoal). J á a
sociedade de economia mista
possui a participa çã o de capital
privado, desde que o controle
acion á rio permane ç a com o ente
estatal a que se vincula. Outra
diferen ç a é que a empresa
p ú blica pode assumir qualquer
forma societ á ria admitida em
direito. J á a sociedade de
economia mista deve
obrigatoriamente revestir a
condi çã o de sociedade an ô nima.
Finalmente, o foro competente para
julgar as causas em que empresa
p ú blica federal seja parte é a
Justi ç a Federal, exceto as de
acidentes de trabalho (Justi ç a
Estadual) e as sujeitas à Justi ç a
Eleitoral e à Justi ç a do Trabalho
(art. 109, I, CF/88). Quanto à s
empresas p ú blicas estaduais e
municipais, a justi ç a
competente é a estadual. J á no caso
de sociedade de economia mista,
em qualquer caso o foro
competente é o estadual.
Entidades Paraestatais
As entidades paraestatais ou entes
de coopera çã o n ã o
pertencem à Administra çã o
P ú blica , mas desempenham
atividades de interesse do Estado,
raz ã o pela qual este incentiva suas
atividades, muitas vezes com
aportes or ç ament á rios e cess ã o
de pessoal. Como esp é cies deste
g ê nero, temos os servi ç os sociais
aut ô nomos , as organiza çõ es
sociais e as organiza çõ es da
sociedade civil de interesse
p ú blico (OSCIPs). Servi ç os
Sociais Aut ô nomos Os servi ç os
sociais aut ô nomos s ã o pessoas
jur í dicas de direito privado,
institu í dos em lei, para ministrar
assist ê ncia ou ensino a certas
categorias profissionais, sendo
mantidos por dota çõ es
or ç ament á rias ou por
contribui çõ es corporativas.
Est ã o sujeitos a controle
final í stico e devem prestar contas
dos recursos p ú blicos recebidos.
S ã o exemplos as entidades do
Sistema S: SESI, SESC, SENAI
etc. Organiza çõ es Sociais As
organiza çõ es sociais s ã o
entidades privadas sem fins
lucrativos que desempenham
atividades de interesse do Estado,
dirigidas ao ensino, à pesquisa
cient í fica, à prote çã o do meio
ambiente, à cultura e à sa ú de.
Celebram com o ente estatal um
contrato de gest ã o , por meio do
qual recebem tal qualifica çã o
(organiza çã o social), passando a
receber recursos or ç ament á rios,
isen çõ es fiscais, direitos de uso
de bens p ú blicos e at é mesmo
cess ã o de pessoal para o melhor
desempenho de suas atividades.
Ficam sujeitas, contudo, ao alcance
de metas e a presta çã o de contas
ao Estado. O contrato de gest ã o
n ã o é um contrato, na acep çã o
tradicional do termo, visto que
n ã o envolve interesses
contradit ó rios. Trata-se mais de
um acordo operacional (acordo-
programa), em que a
Administra çã o e a entidade
privada definem um programa de
trabalho, com fixa çã o de metas,
crit é rios para avalia çã o de
desempenho e responsabilidades.
Organiza çõ es da Sociedade Civil
de Interesse P ú blico (OSCIP) As
OSCIPs s ã o entidades privadas
sem fins lucrativos, que
desenvolvem atividades de
interesse do Estado. Guardam
semelhan ç a com as organiza çõ es
sociais. As OSCIPs recebem essa
qualifica çã o por ato do
Minist é rio da Justi ç a e podem
celebrar com o ente estatal um
termo de parceria , que define
direitos, obriga çõ es,
responsabilidades e metas a atingir,
passando a receber apoio do
Governo, em troca do alcance
dessas metas. O termo de parceira
em muito se assemelha ao contrato
de gest ã o, sendo as diferen ç as
principais entre eles o fato de o
termo de parceria n ã o prever a
utiliza çã o de bens p ú blicos, nem
a cess ã o de servidores à s
entidades paraestatais. As
organiza çõ es sociais e as OSCIPs
fazem parte do chamado terceiro
setor , constitu í do por entidades
privadas que desempenham
atividades de interesse p ú blico, e
harmonizam-se com os ideais de
enxugamento do Estado, com a
transfer ê ncia paulatina desse tipo
de atividades para o setor privado.
Fun çã o = é o encargo atribu í do
ao ó rg ã o. É a atividade exercida
pelo ó rg ã o. • Agentes = s ã o as
pessoas que exercem as fun çõ es, e
os quais est ã o vinculados a
um ó rg ã o; • Cargos = s ã o os
lugares criados por lei. S ã o
reservados aos agentes.
Caracter í sticas dos Ó rg ã os
Ó rg ã os P ú blicos Os ó rg ã os
p ú blicos s ã o centros de
compet ê ncia institu í dos
no â mbito da mesma pessoa
jur í dica para o desempenho das
fun çõ es estatais. S ã o
desprovidos de personalidade
jur í dica e integram a estrutura da
pessoa a que pertencem, a
quem é imputada a
responsabilidade pela atua çã o de
seus ó rg ã os. Embora
despersonalizados, estabelecem
rela çõ es com os administrados,
mas sempre atuando em nome da
pessoa jur í dica a que pertencem.
Os ó rg ã os p ú blicos surgem em
raz ã o do fen ô meno da
desconcentra çã o . Cada ó rg ã o
possui necessariamente fun çõ es ,
cargos e agentes . Os cargos s ã o
lugares criados na estrutura
do ó rg ã o, a serem providos pelos
agentes, pessoas f í sicas que
desempenham as fun çõ es previstas
para aquele cargo. Os cargos,
portanto, possuem um conjunto de
fun çõ es, a serem desempenhadas
pelos agentes que ocuparem estes
cargos. A vontade do agente que
executa determinada tarefa expressa
a vontade do ó rg ã o, que é ,
em ú ltima inst â ncia, a vontade da
pessoa jur í dica à qual o ó rg ã o
pertence. É o que se chama
imputa çã o conduta do agente ao
Estado, decorrente da teoria
do ó rg ã o .
Agentes P ú blicos:
Para o Estado desempenhar suas
atividades, utiliza-se dos agentes
p ú blicos que ir ã o externar seus
atos de governo e execut á -los,
concretizando o bem comum a que
se destina.
Segundo Henrique Savonitti
Miranda:
“ A express ã o “ agente p ú blico ”
é utilizada para designar todo
aquele que se encontre no
cumprimento de uma fun çã o
estatal, quer por represent á -lo
politicamente, por manter v í nculo
de natureza profissional com a
Administra çã o, por ter sido
designado para desempenhar
alguma atribui çã o ou, ainda, por
se tratar de delegat ó rio de
servi ç o p ú blico ” .[iii]
Os agentes p ú blicos, segundo
nosso doutrinador Hely Lopes
Meirelles, classificam-se em:
“ - Agentes pol í ticos: s ã o os
componentes do Governo nos seus
primeiros escal õ es, investidos em
cargos, fun çõ es, mandatos ou
comiss õ es, por nomea çã o,
elei çã o, designa çã o ou
delega çã o para o exerc í cio de
atribui çõ es constitucionais. Esses
agentes atuam com plena liberdade
funcional, desempenhando suas
atribui çõ es com prerrogativas e
responsabilidades pr ó prias,
estabelecidas na Constitui çã o e
em leis especiais (...).
- Agentes administrativos: s ã o
todos aqueles que se vinculam ao
Estado ou à s suas entidades
aut á rquicas e fundacionais por
rela çõ es profissionais,
sujeitos à hierarquia funcional e ao
regime jur í dico determinado pela
entidade estatal a que servem. S ã o
investidos a t í tulo de emprego e
com retribui çã o pecuni á ria, em
regra por nomea çã o, e
excepcionalmente por contrato de
trabalho ou credenciamento. (...) Os
agentes administrativos n ã o s ã o
membros de Poder de Estado, nem
o representam, nem exercem
atribui çõ es pol í ticas ou
governamentais; s ã o unicamente
servidores p ú blicos, com maior
ou menor hierarquia, encargos e
responsabilidades profissionais
dentro do ó rg ã o ou da entidade a
que servem (...)
- Agentes honor í ficos: s ã o
cidad ã os convocados, designados
ou nomeados para prestar,
transitoriamente, determinados
servi ç os ao Estado, em raz ã o de
sua condi çã o c í vica, de sua
honorabilidade ou de sua not ó ria
capacidade profissional, mas sem
qualquer v í nculo empregat í cio ou
estatut á rio e, normalmente, sem
remunera çã o (...)
- Agentes delegados: s ã o
particulares que recebem a
incumb ê ncia da execu çã o de
determinada atividade, obra ou
servi ç o p ú blico e o realizam em
nome pr ó prio, por sua conta e
risco, mas segundo as normas do
Estado e sob permanente
fiscaliza çã o do delegante. (...)
- Agentes credenciados: s ã o os
que recebem a incumb ê ncia da
Administra çã o para represent á -la
em determinado ato ou praticar
certa atividade espec í fica,
mediante remunera çã o do Poder
P ú blico credenciante ” .
Uma vez que é atrav é s das
atividades desenvolvidas pela
Administra çã o P ú blica que o
Estado alcan ç a seus fins, seus
agentes p ú blicos s ã o os
respons á veis pelas decis õ es
governamentais e pela execu çã o
dessas decis õ es.
Para que tais atividades n ã o
desvirtuem as finalidades estatais a
Administra çã o P ú blica se
submete à s normas constitucionais
e à s leis especiais. Todo esse
aparato de normas objetiva a um
comportamento é tico e moral por
parte de todos os agentes p ú blicos
que servem ao Estado.

Cargos - s ã o as mais simples e


indivis í veis unidades de
compet ê ncia a serem expressas
por um agente p ú blico, previstos
em n ú mero certo, com
determina çã o pr ó pria e
remunerados por pessoas
jur í dicas de direito p ú blico,
devendo ser criados por Lei.
Empregos - s ã o n ú cleos de
encargo de trabalho a serem
preenchidos por agentes
contratados para desempenh á -los
sob uma rela çã o trabalhista
(celetista). Sujeitam-se a uma
disciplina jur í dica que embora
sofra algumas influ ê ncias,
basicamente s ã o aquelas aplicadas
aos contratos trabalhistas em geral.
Fun çã o - é a atribui çã o ou
conjunto de atribui çõ es que a
Administra çã o confere a cada
categoria profissional, ou comete
individualmente a determinados
servidores para a execu çã o de
servi ç os eventuais ou
tempor á rios.
O Provimento é o preenchimento do
cargo p ú blico Origin á ria :
pressup õ e a inexist ê ncia
Derivada : de uma rela çã o
jur í dica anterior mantida entre o
Servidor e a Administra çã o.
A ú nica forma de Provimento
Origin á rio é a nomea çã o, que
pode ser realizada em car á ter
Efetivo ou para Cargos de
Provimento em
Comiss ã o. • Nomea çã o Cargo
Efetivo: pressup õ e a aprova çã o
em concurso p ú blico de provas ou
de provas e T í tulos – sabemos que
a aprova çã o em concurso N Ã O
ENSEJA O DIREITO
ADQUIRIDO À NOMEA ÇÃ O.
As formas derivadas de provimento
dos cargos p ú blicos, decorrem de
um v í nculo anterior entre Servidor
e
Administra çã o. • Promo çã o • Read
servidor poder á progredir na
mesma carreira, nos diversos
escal õ es de uma mesma carreira.
Diante do entendimento do STF,
entendeu-se que Ascens ã o
Funcional INCONSTITUCIONAIS.
e a Transfer ê ncia s ã o
inconstitucionais.
Promo çã o: 56 é a eleva çã o de
um Servidor de uma classe para
outra dentro de uma mesma
carreira. Com isso, houve a
vac â ncia de um cargo inferior e
conseq ü entemente o provimento
do cargo superior. • Carreira: é o
agrupamento de classes de cargos
de uma mesma atividade
Readapta çã o: Revers ã o: é a
passagem do Servidor para outro
cargo compat í vel com a
defici ê ncia f í sica que ele venha a
apresentar. é o retorno ao Servi ç o
Ativo do Servidor aposentado por
invalidez quando insubsistentes os
motivos da aposentadoria – pode
acontecer para o mesmo cargo se
ele ainda estiver vago ou para um
outro semelhante. • Se n ã o houver
cargo vago, o Servidor que reverter
ficar á como EXCEDENTE.
Aproveitamento: é o retorno ao
Servi ç o Ativo do Servidor que se
encontrava em disponibilidade e foi
aproveitado – deve realizar-se em
cargo semelhante à quele
anteriormente ocupado. • A
Administra çã o deve realizar o
aproveitamento de forma
priorit á ria, antes mesmo de
realizar concurso para aquele
cargo. Reintegra çã o:
Recondu çã o: Inconstitucionais é o
retorno ao Servi ç o Ativo do
Servidor que fora demitido, quando
a demiss ã o for anulada
administrativamente ou
judicialmente, voltando para o
mesmo cargo que ocupava
anteriormente. • D á -se com o
ressarcimento de todas as vantagens
que o servidor deixou de receber
durante o per í odo em que esteve
afastado. é o retorno ao cargo
anteriormente ocupado, do servidor
que n ã o logrou ê xito no est á gio
probat ó rio de outro cargo para o
qual foi nomeado decorrente de
outro concurso. Transfer ê ncia:
Ascens ã o: Era a passagem de um
Servidor de um quadro para outro
dentro de um mesmo poder,
tamb é m era uma forma de
vac â ncia e de provimento. • Ela
implicava em uma mudan ç a de um
quadro para outro, ferindo uma
norma constitucional. Foi
considerada inconstitucional. foi a
modalidade considerada
inconstitucional – significava a
passagem de uma carreira para
outra .
FORMA DE VAC Â NCIA DOS
CARGOS P Ú BLICOS
Exonera çã o a pedido: N ã o
assume car á ter disciplinar; se o
servidor estiver respondendo a
processo administrativo, n ã o
poder á ser exonerado a pedido.
Exonera çã o de Of í cio: 1. Em
rela çã o aos ocupantes de cargos
em comiss ã o : Administra çã o
n ã o precisa motivar o ato, pois o
mesmo é discricion á rio – Servidor
demiss í vel “ ad nutum ” . • Se
houver indica çã o dos motivos, a
Administra çã o ficar á vinculada a
esses motivos – é a aplica çã o da
TEORIA DOS MOTIVOS
DETERMINANTES – ter á que
comprov á -los. 2. N ã o
aprova çã o no est á gio
probat ó rio : Caracter í stica de ato
vinculado, pois necessita obedecer
ao procedimento estabelecido na
lei e apontar os motivos em que se
fundamenta. 3. Quando o servidor
que j á tomou posse no cargo
p ú blico, n ã o entra em exerc í cio
no prazo estabelecido na lei.
Demiss ã o: N ã o existe a pedido
(exonera çã o), diferentemente do
celetista. • É sempre puni çã o
disciplinar. Pressup õ e processo
administrativo disciplinar no qual
se assegura a amplitude de
defesa. • Relativamente aos cargos
em comiss ã o e à s fun çõ es
comissionadas o
equivalente à demiss ã o é a
destitui çã o de fun çã o ou de
cargo, quando houver cometimento
de falta pelo servidor, devendo ser
observado o devido processo legal
(defesa). Posse em outro cargo
p ú blico inacumul á vel: Se o
funcion á rio prestar concurso e for
nomeado para outro cargo que
N Ã O POSSA
ACUMULAR – tomando posse, a
vac â ncia do outro
cargo é declarada. • Normalmente,
o funcion á rio pede exonera çã o.
Se voltar ao cargo anterior, por
n ã o ter sido aprovado no est á gio
probat ó rio ,
haver á RECONDU ÇÃ O,
voltando o atual ocupante ao cargo
anterior. Outras formas de
vac â ncia de cargos
P ú blicos: • Aposentadoria • Falecim
NORMAS CONSTITUCIONAIS
Existem normas constitucionais
disciplinadoras 1)
ESTABILIDADE do Funcionalismo
P ú blico. 58 Conceito: é a garantia
constitucional de perman ê ncia no
servi ç o p ú bico, outorgada a
funcion á rio que, tendo sido
nomeado em car á ter efetivo,
ultrapassou o est á gio probat ó rio
de 3 (TR Ê S) ANOS. •
É necess á rio distinguir efetividade
e estabilidade Efetividade: é uma
caracter í stica do provimento do
cargo, os cargos p ú blicos podem
ser providos em car á ter efetivo ou
em comiss ã o. Efetivo: s ã o
aqueles cargos em que se exige
aprova çã o em concurso p ú blico
e pressup õ em uma situa çã o de
perman ê ncia. Comiss ã o: s ã o os
livremente nomeados, mas em
car á ter provis ó rio. S ã o de livre
nomea çã o e exonera çã o. • A
efetividade refere-se ao cargo
. É uma caracter í stica do
provimento do cargo.
Estabilidade: é a perman ê ncia do
Servidor P ú blico, nomeado para
cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso p ú blico, que
satisfez o est á gio
probat ó rio. É por isso que se diz
que estabilidade se d á no Servi ç o
P ú blico e n ã o no cargo – é o
direito de perman ê ncia no
Servi ç o P ú blico, mas n ã o é o
direito de perman ê ncia no mesmo
cargo para o qual o Servidor foi
nomeado. • durante o est á gio
probat ó rio o funcion á rio pode
ser exonerado (simples dispensa)
ou demitido (se comete falta
grave). Sempre se exige um
procedimento administrativo, pois,
h á necessidade do controle da
legalidade, h á necessidade de se
justificar o ato. • O est á vel n ã o
pode ser exonerado, a n ã o ser a
pedido. Para ser demitido se exige
processo administrativo onde se
assegure ampla defesa, ou por
senten ç a transitado em
julgado. • O servidor p ú blico
est á vel s ó I - PERDER Á O
CARGO: em virtude de senten ç a
judicial transitada em julgado; II -
mediante processo administrativo
em que lhe seja assegurada ampla
defesa;
III - mediante procedimento 59 de
avalia çã o peri ó dica de
desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla
defesa. Ex.: Imaginemos um
Servidor P ú blico, em cargo
efetivo e est á vel. Um belo
dia É DEMITIDO do servi ç o
p ú blico. Pode ocorrer: a) a
demiss ã o foi INVALIDADA por
decis ã o judicial - ele
ser á REINTEGRADO, e o
eventual ocupante da vaga, se
est á vel, ser á RECONDUZIDO ao
cargo de origem, sem
direito à indeniza çã o;
APROVEITADO em outro cargo
(de natureza e vencimento
compat í veis) ou POSTO EM
DISPONIBILIDADE com
remunera çã o proporcional ao
tempo de servi ç o. b) o cargo que
ele ocupava foi EXTINTO: -
EXTINTO o cargo ou declarada a
sua desnecessidade, o servidor
est á vel ficar á EM
DISPONIBILIDADE, com
remunera çã o proporcional ao
tempo de servi ç o, at é seu
adequado APROVEITAMENTO em
outro cargo. 2) EXERC Í CIO DE
MANDATO ELETIVO Ao servidor
p ú blico da administra çã o direta,
aut á rquica e fundacional, no
exerc í cio de mandato eletivo,
aplicam-se as seguintes
disposi çõ es: I - II - tratando-se de
mandato eletivo federal, estadual
ou distrital, FICAR Á afastado de
seu cargo, emprego ou fun çã o;
investido no mandato de Prefeito,
SER Á AFASTADO do cargo,
emprego ou fun çã o, sendo-lhe
facultado optar pela sua
remunera çã o ; III - investido no
mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de hor á rios ,
perceber á as vantagens de seu
cargo, emprego ou fun çã o, sem
preju í zo da remunera çã o do
cargo eletivo, e, n ã o havendo
compatibilidade , ser á aplicada a
norma do inciso anterior; IV - em
qualquer caso que exija o
afastamento para o exerc í cio de
mandato eletivo, seu tempo de
servi ç o ser á contado para todos
os efeitos legais, EXCETO para
promo çã o por merecimento; V -
para efeito de benef í cio
previdenci á rio , no caso de
afastamento, os valores ser ã o
determinados como se no
exerc í cio estivesse.
3) ACESSIBILIDADE os cargos,
empregos e fun çõ es p ú blicas
s ã o acess í veis: • aos brasileiros
que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, • aos
estrangeiros, na forma da lei; 4)
CONDI ÇÕ ES DE
INGRESSO • a investidura em
cargo ou emprego p ú blico
depende de aprova çã o pr é via em
CONCURSO P Ú BLICO de provas
ou de provas e t í tulos, na forma
prevista em lei, ressalvadas as
nomea çõ es para cargo em
comiss ã o declarado em lei de
livre nomea çã o e exonera çã o; • o
prazo de validade do concurso
p ú blico ser á de at é dois anos,
prorrog á vel uma vez, por igual
per í odo; fun çõ es de confian ç a
exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo
efetivo; cargos em comiss ã o a
serem preenchidos por servidores
de carreira nos casos, condi çõ es e
percentuais m í nimos previstos em
lei, • atribui çõ es: de dire çã o,
chefia e assessoramento; 5)
PORTADORES DE
DEFICI Ê NCIAS • a lei
reservar á percentual dos cargos e
empregos p ú blicos para as
pessoas portadoras de defici ê ncia
e definir á os crit é rios de sua
admiss ã o; • n ã o afasta a
EXIG Ê NCIA de concurso
p ú blico. 6) DIREITOS •
É GARANTIDO ao servidor
p ú blico civil o direito à livre
associa çã o sindical;
o direito de greve ser á exercido
nos termos e nos limites definidos
em lei espec í fica; • aos servidores
militares s ã o proibidas a
sindicaliza çã o e a greve; 7)
SISTEMA REMUNERAT Ó RIO
Vencimento = vencimento-base =
retribui çã o pelo exerc í cio do
cargo p ú blico; Remunera çã o =
Vencimento + vantagens
pecuni á rias (adicionais);
Subs í dio = esp é cie de
remunera çã o que pro í be o
acr é scimo de qualquer
gratifica çã o, adicionais, abonos,
pr ê mios, verbas de
representa çã o ou outra esp é cie
remunerat ó ria. • O membro de
Poder, o detentor de mandato
eletivo, os Ministros de Estado e os
Secret á rios Estaduais e
Municipais, Ministros do TCU,
membros do Minist é rio P ú blico,
integrantes da Advocacia P ú blica
e da Defensoria P ú blica e os
servidores policiais: ser ã o
remunerados exclusivamente por
SUBS Í DIO fixado em
parcela ú nica. • a
REMUNERA ÇÃ O dos servidores
p ú blicos e os SUBS Í DIOS
somente poder ã o ser fixados ou
alterados por LEI ESPEC Í FICA,
observada a iniciativa privativa em
cada caso, assegurada revis ã o
geral anual, sempre na mesma data
e sem distin çã o
de í ndices; • TETO
REMUNERAT Ó RIO : a
remunera çã o e o subs í dio dos
ocupantes de cargos, fun çõ es e
empregos p ú blicos da
administra çã o direta, aut á rquica
e fundacional, N Ã O PODER Ã O
EXCEDER O SUBS Í DIO
MENSAL, em esp é cie, dos
Ministros do Supremo Tribunal
Federal; • os VENCIMENTOS dos
cargos do Poder Legislativo e do
Poder Judici á rio N Ã O
PODER Ã O SER SUPERIORES
Executivo; • É VEDADA : aos
pagos pelo Poder • a
VINCULA ÇÃ O (subordina çã o
de um cargo a outro) ou
EQUIPARA ÇÃ O (tratamento
jur í dico paralelo de cargos com
fun çõ es desiguais) de quaisquer
esp é cies remunerat ó rias para o
efeito de remunera çã o de pessoal
do servi ç o p ú blico;
EFEITO CASCATA - os
acr é scimos pecuni á rios
percebidos por servidor p ú blico
n ã o ser ã o computados nem
acumulados para fins de
concess ã o de acr é scimos
ulteriores; • Irredutibilidade de
vencimentos e
subs í dios • Observando-se:
veda çã o do efeito cascata; o teto
remunerat ó rio e o princ í pio da
igualdade tribut á ria e incid ê ncia
do IR. • A Uni ã o, os Estados, o
Distrito Federal e os Munic í pios
instituir ã o Conselho de Pol í tica
de Administra çã o e
Remunera çã o de Pessoal,
integrado por servidores
designados pelos respectivos
Poderes. • A fixa çã o dos padr õ es
de vencimento e dos demais
componentes do sistema
remunerat ó rio observar á : I - II -
III - a natureza, o grau de
responsabilidade e a complexidade
dos cargos componentes de cada
carreira; os requisitos para a
investidura; as peculiaridades dos
cargos 8) PROIBI ÇÃ O DE
ACUMULA ÇÃ O DE
CARGOS é vedada a acumula çã o
remunerada de cargos p ú blicos,
exceto, quando houver
compatibilidade de hor á rios , OU
quando forem observados os
requisitos do teto remunerat ó rio.
Poder ã o acumular cargos
(Exce çã o): a) a de dois cargos de
professor; b) a de um cargo de
professor com outro, t é cnico ou
cient í fico; c) a de dois cargos
privativos de m é dico; • a
proibi çã o de acumular estende-se
a empregos e fun çõ es e abrange
autarquias, funda çõ es, empresas
p ú blicas, sociedades de economia
mista, suas subsidi á rias, e
sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder p ú blico;
9) DIREITOS SOCIAIS DOS
SERVIDORES OCUPANTES DE
CARGOS P Ú BLICOS
sal á rio m í nimo, fixado em lei,
com reajustes peri ó dicos que lhe
preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vincula çã o para
qualquer fim; d é cimo terceiro
sal á rio com base na remunera çã o
integral ou no valor da
aposentadoria; remunera çã o do
trabalho noturno superior à do
diurno; sal á rio-fam í lia pago em
raz ã o do dependente do
trabalhador de baixa ; dura çã o do
trabalho normal n ã o superior a
oito horas di á rias e quarenta e
quatro semanais, facultada a
compensa çã o de hor á rios e a
redu çã o da jornada, mediante
acordo ou conven çã o coletiva de
trabalho; repouso semanal
remunerado, preferencialmente aos
domingos; remunera çã o do
servi ç o extraordin á rio superior,
no m í nimo, em cinq ü enta por
cento à do normal; gozo de f é rias
anuais remuneradas com, pelo
menos, um ter ç o a mais do que o
sal á rio normal;
licen ç a à gestante, sem preju í zo
do emprego e do sal á rio, com a
dura çã o de cento e vinte dias;
licen ç a-paternidade, nos termos
fixados em lei; prote çã o do
mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos espec í ficos,
nos termos da lei; redu çã o dos
riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de sa ú de, higiene
e seguran ç a; proibi çã o de
diferen ç a de sal á rios, de
exerc í cio de fun çõ es e de
crit é rio de admiss ã o por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
Direitos Sociais suprimidos pela
EC n º 19/98 irredutibilidade do
sal á rio, salvo o disposto em
conven çã o ou acordo coletivo;
adicional de remunera çã o para as
atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei; 10)
APOSENTADORIA é o
direito à inatividade remunerada.
A EC n º 20/98 implantou a
REFORMA PREVIDENCI Á RIA.
Modalidades de Aposentadoria
Por Invalidez Integral: acidente de
servi ç o; mol é stia profissional;
doen ç a grave, contagiosa ou
incur á vel; Por Invalidez
Proporcional: demais casos;
Compuls ó ria: aos 70 anos; o
valor da aposentadoria
ser á proporcional ao tempo de
servi ç o; Volunt á ria: requisitos
m í nimos: 10 anos de efetivo
exerc í cio no servi ç o p ú blico e
5 anos no cargo em que se dar á a
aposentadoria;
Professores de educa çã o Infantil,
ensino fundamental e ensino
m é dio, para efeito de pedido de
aposentadoria, devem reduzir em 5
anos os limites da tabela acima. •
é vedada a ado çã o de requisitos e
crit é rios diferenciados,
ressalvados os casos de atividades
sob condi çõ es que prejudiquem a
sa ú de ou integridade f í sica
Proventos da Aposentadoria: 1.
totalidade da remunera çã o; 2.
n ã o poder ã o exceder a
remunera çã o dos servidores
ativos; 3. vedada a percep çã o de
mais de uma aposentadoria
estatut á ria, salvo as decorrentes
de cargos acumul á veis na
atividade; 4. vedada a percep çã o
de aposentadoria c/ remunera çã o
de cargo, ressalvados os cargos
acumul á veis, em comiss ã o e
eletivos, salvo anterior emenda, por
concurso p ú blico; 5. revis ã o na
mesma data e na mesma propor çã o
(sempre que modificar a
remunera çã o dos servidores em
atividade); 6. extens ã o de
quaisquer vantagens ou benef í cios
posteriormente concedidos,
inclusive quando decorrentes de
transforma çã o ou reclassifica çã o
do cargo;
12) PENS Õ ES é o pagamento
efetuado à fam í lia do servidor em
virtude de seu falecimento. 65 •
é igual ao valor dos proventos ou
ao valor dos proventos a que teria
direito o servidor em
atividade; • revis ã o na mesma data
e na mesma propor çã o (sempre
que modificar a remunera çã o dos
servidores em
atividade); • extens ã o de
quaisquer vantagens ou benef í cios
posteriormente concedidos,
inclusive quando decorrentes de
transforma çã o ou reclassifica çã o
do cargo; 13)
RESPONSABILIDADES DOS
SERVIDORES P Ú BLICOS
Improbidade Administrativa: Os
atos de improbidade administrativa
importar ã o a suspens ã o dos
direitos pol í ticos, a perda da
fun çã o p ú blica, a
indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao er á rio, na forma
e grada çã o previstas em lei, SEM
PREJU Í ZO DA A ÇÃ O PENAL
CAB Í VEL. Il í citos que causem
preju í zo ao er á rio A lei
estabelecer á os prazos de
prescri çã o para il í citos
praticados por qualquer agente,
servidor ou n ã o; a çõ es de
ressarcimento: N Ã O
H Á PRESCRI ÇÃ O.3
RESPONSABILIDADE
OBJETIVA As PJ Direito
P ú blico e Privado, prestadoras de
servi ç os p ú blicos responder ã o
pelos danos que seus agentes,
NESSA QUALIDADE, causarem a
terceiros ...
RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA respons á vel nos
casos de dolo ou culpa. assegurado
o direito de regresso 15.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO Conceito : contra o A
RESPONSABILIDADE CIVIL,
tamb é m dita
EXTRACONTRATUAL, tem como
pressuposto o dano e se exaure com
a indeniza çã o. Significa dizer que
sem dano n ã o existe
responsabilidade civil.
RESPONSABILIDADE CIVIL :
Responsabilidade Subjetiva:
Responsabilidade Objetiva: COM
CULPA SEM CULPA 66 as pessoas
jur í dicas de direito p ú blico e as
de direito privado prestadoras de
servi ç os p ú blicos
RESPONDER Ã O PELOS
DANOS QUE SEUS AGENTES,
nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o respons á vel nos
casos de dolo ou culpa. Teorias
Explicativas Teoria da Culpa
Administrativa: Teoria do Risco
Administrativo: Obs.: 1)
inexist ê ncia leva em conta a falta
de servi ç o, que compreende a do
servi ç o, o mau funcionamento do
servi ç o ou o seu retardamento,
PARA QUE HAJA
responsabiliza çã o do Estado,
exigindo da v í tima a efetiva
comprova çã o da falta do
servi ç o. é a adotada no direito
brasileiro; por ela, exige-se que a
V Í TIMA COMPROVE, t ã o
somente: • a exist ê ncia de um fato
administrativo; • a exist ê ncia de
dano; • o nexo causal entre o fato
administrativo e o dano; Para
responsabiliza çã o do Estado, n ã o
h á arg ü i çã o de culpa. 2) Para
eximir ou minorar sua
responsabilidade, o ESTADO
DEVER Á PROVAR,
respectivamente, que a
culpa é exclusiva do lesado ou a
culpa é concorrente. Teoria do
Risco Integral: DIREITO DE
REGRESSO: a teoria do risco
integral é aquela que n ã o admite
as causas excludentes da
responsabilidade do Estado, ou
seja, INDEPENDE DA
EXIST Ê NCIA DE CULPA ou
mesmo de dolo do lesado. existindo
dolo ou culpa do agente, a
Administra çã o P ú blica
pode “ cobrar ” do agente as suas
responsabilidades; a
responsabilidade é passada ao
agente que cometeu o ato
infracional. ATOS
LEGISLATIVOS: Quando ocorrem
efeitos concretos prejudiciais aos
administrados, advindo dos atos
legislativos, admite-se a
responsabiliza çã o do Poder
P ú blico. ATOS JUDICIAIS: 1. o
Estado indenizar á o condenado por
erro judici á rio, assim como o que
ficar preso al é m do tempo fixado
na senten ç a; 2. Responder á por
perdas e danos o juiz, quando:
I. no exerc í cio de suas
fun çõ es, proceder com dolo ou
fraude;
II. 67 recusar, omitir ou retardar,
sem justo motivo, provid ê ncia que
deva ordenar de of í cio, ou a
requerimento da parte.
BENS E DOM Í NIO P Ú BLICO
Conceito S ã o todos os bens que
pertencem à s pessoas jur í dicas de
Direito P ú blico, isto é , Uni ã o,
Estados, Distrito Federal,
Munic í pios, Autarquias e
Funda çõ es P ú blicas. O
Dom í nio P ú blico em sentido
amplo é o poder de domina çã o ou
de regulamenta çã o que o Estado
exerce sobre os bens do seu
patrim ô nio (bens p ú blicos), ou
sobre os bens do patrim ô nio
privado (bens particulares de
interesse p ú blico), ou sobre as
coisas inapropri á veis
individualmente, mas de frui çã o
geral da coletividade (res nullius).
Classifica çã o 78 os bens
p ú blicos podem ser federais,
estaduais ou municipais, conforme
a entidade pol í tica a que
perten ç am ou o servi ç o
aut á rquico, fundacional ou
paraestatal a que se vinculem.
FEDERAIS – s ã o bens da
Uni ã o: • os que atualmente lhe
pertencem e os que vierem a ser
atribu í dos; • as terras
devolutas; • os lagos, rios e
correntes de á gua em terrenos de
seu dom í nio, ou que banhem mais
de um Estado ou sirvam de limites
com outros pa í ses, bem como os
terrenos marginais e as praias
fluviais; • as ilhas fluviais; as
praias mar í timas; as ilhas
oce â nicas e costeiras; • os
recursos naturais da plataforma
continental; • o mar territorial e os
terrenos de marinha e seus
acrescidos; • os potenciais de
energia hidr á ulica e os recursos
minerais, inclusive os do
subsolo; • as cavernas e s í tios
arqueol ó gicos;
ESTADUAIS – incluem-se entre os
bens dos Estados: • as á guas
superficiais ou subterr â neas,
fluentes, emergentes e em
dep ó sito, ressalvadas as
decorrentes de obras da
Uni ã o; • as á reas, nas ilhas
oce â nicas e costeiras, que
estiverem em seu dom í nio; • as
ilhas fluviais e lacustres n ã o
pertencentes à Uni ã o; • as terras
devolutas n ã o compreendidas
entre as da Uni ã o; MUNICIPAIS –
• os que atualmente lhe pertencem
e os que vierem a ser
atribu í dos; • ruas, pra ç as e á reas
dominiais; Obs.: Todos os bens
p ú blicos s ã o bens nacionais, por
integrantes do patrim ô nio da
Na çã o, na sua unicidade estatal,
mas, embora politicamente
componham o acervo nacional,
civil e administrativamente
pertencem a cada uma das
entidades p ú blicas que os
adquiriram. Categorias
categorias: Segundo a destina çã o,
o C ó digo Civil reparte os bens
p ú blicos em tr ê s • I – Bens de
uso comum do povo ou de
Dom í nio P ú blico s ã o os que se
destinam à utiliza çã o geral pela
coletividade. Ex.: pra ç as; mares,
rios, estradas, ruas e • II – Bens de
uso especial ou do Patrim ô nio
Administrativo Indispon í vel S ã o
os que se destinam à execu çã o dos
servi ç os administrativos e
servi ç os p ú blicos em geral. Ex
.: um pr é dio em que esteja
instalado um hospital p ú blico ou
sirva de sede para
determinado ó rg ã o p ú blico; os
ve í culos da
administra çã o; • III – Bens
dominicais ou do Patrim ô nio
Dispon í vel S ã o os bens que
embora constituam o patrim ô nio
p ú blico, n ã o possuem uma
destina çã o p ú blica determinada
ou um fim administrativo
espec í fico. Ex .: as terras sem
destina çã o p ú blica espec í fica
(terras devolutas), os pr é dios
p ú blicos desativados e os
m ó veis inserv í veis.
Afeta çã o 79 Diz-se que um bem
est á afetado quando est á sendo
utilizado para um fim p ú blico
determinado, seja diretamente pelo
Estado, seja pelo uso de
particulares em geral. É a
atribui çã o a um bem p ú blico de
sua destina çã o espec í fica. Pode
ocorrer de modo expl í cito (Lei)
ou de modo impl í cito (n ã o
determinado em Lei). Ex .: os bens
de uso comum o os bens de uso
especial s ã o BENS AFETADOS,
pois t ê m em comum o fato de
estarem destinados a servi ç os
espec í ficos. • Os Bens
Dominicais Desafeta çã o s ã o
desafetados É a mudan ç a da forma
de destina çã o do Bem. Em regra,
a desafeta çã o visa a incluir bens
de uso comum ou do povo ou bens
de uso especial na categoria de
bens dominicais. É feita com a
autoriza çã o legislativa, atrav é s
de Lei Espec í fica. Um dos
prop ó sitos para realizar a
Desafeta çã o é a possibilidade de
aliena çã o, atrav é s de
concorr ê ncia p ú blica ou
licita çã o. • Para ser alienado , o
bem n ã o poder á estar afetado a
um fim p ú blico ; Formas de
Utiliza çã o dos Bens P ú blicos p/
Particulares Autoriza çã o de
uso é o ato unilateral,
discricion á rio e prec á rio pelo
qual a Administra çã o consente na
pr á tica de determinada atividade
individual incidente sobre um bem
p ú blico. N ã o tem forma nem
requisitos especiais para sua
efetiva çã o, pois visa apenas a
atividades transit ó rias e
irrelevantes para o Poder
P ú blico. Ex. : autoriza çõ es para
a ocupa çã o de terrenos baldios,
para a retirada de á gua em fontes
n ã o abertas ao uso comum do
povo. • Tais autoriza çõ es n ã o
geram privil é gios contra a
Administra çã o ainda que
remuneradas e fru í das por muito
tempo, e, por isso mesmo,
dispensam lei autorizativa e
licita çã o para seu deferimento.
Permiss ã o de uso é o ato negocial
(com ou sem condi çõ es, gratuito
ou oneroso, por tempo certo ou
determinado), unilateral,
discricion á rio e prec á rio
atrav é s do qual a Administra çã o
faculta ao particular a utiliza çã o
individual de determinado bem
p ú blico. Esta
permiss ã o é sempre modific á vel
e revog á vel unilateralmente pela
Administra çã o, quando o interesse
p ú blico o exigir. Ex .: bancas de
jornais, os vesti á rios em praias,
etc. • A revoga çã o faz-se, em
geral, sem indeniza çã o, salvo se
em contr á rio se dispuser, pois a
regra é a revogabilidade sem ô nus
para a Administra çã o. • O ato da
revoga çã o deve ser id ê ntico ao
do deferimento da permiss ã o e
atender à s condi çõ es nele
previstas. • Qualquer bem p ú blico
admite permiss ã o de uso especial
a particular, desde que a utiliza çã o
seja tamb é m de interesse da
coletividade que ir á fruir certas
vantagens desse uso, que se
assemelha a um servi ç o de
utilidade p ú blica; • Se n ã o
houver interesse para a
comunidade, mas t ã o-somente
para o particular, o uso especial
n ã o deve ser permitido nem
concedido, mas simplesmente
autorizado, em car á ter
precar í ssimo. Cess ã o de uso é a
transfer ê ncia gratuita da posse de
um bem p ú blico de uma entidade
ou ó rg ã o para outro, a fim de que
o cession á rio o utilize nas
condi çõ es estabelecidas no
respectivo termo, por tempo certo
ou indeterminado. É ato de
colabora çã o entre reparti çõ es
p ú blicas, em que aquela que tem
bens desnecess á rios aos seus
servi ç os cede o uso a outra que
deles est á precisando.
• A cess ã o de uso entre ó rg ã os
da mesma entidade n ã o exige
autoriza çã o legislativa • Quando,
por é m, a cess ã o é para outra
entidade, necess á rio se torna
autoriza çã o legal; • Em qualquer
hip ó tese, a cess ã o de uso é ato
de administra çã o interna que n ã o
opera a transfer ê ncia da
propriedade e, por isso, dispensa
registros externos. Concess ã o de
uso é o contrato administrativo pelo
qual o poder P ú blico atribui a
utiliza çã o exclusiva de um bem de
seu dom í nio a particular, para que
o explore segundo sua destina çã o
espec í fica. A concess ã o pode
ser remunerada ou gratuita, por
tempo certo ou indeterminado, mas
dever á ser sempre precedida de
autoriza çã o legal e, normalmente,
de concorr ê ncia para o contrato.
Ex.: concess ã o de uso remunerado
de um hotel municipal, de á reas em
mercado ou de locais para bares e
restaurantes em edif í cios ou
logradouros p ú blicos. • Sua
outorga n ã o é nem discricion á ria
nem prec á ria, pois obedece a
normas regulamentares e tem a
estabilidade relativa dos contratos
administrativos, gerando direitos
individuais e subjetivos para o
concession á rio; • Tal contrato
confere ao titular da concess ã o de
uso um direito pessoal de uso
especial sobre o bem p ú blico,
privativo e intransfer í vel sem
pr é vio consentimento da
Administra çã o, pois é realizado
intuitu personae, embora admita
fins lucrativos. • Obs. : O que
caracteriza a concess ã o de uso e a
distingue dos demais institutos
assemelhados – autoriza çã o e
permiss ã o de uso – é o car á ter
contratual e est á vel da outorga do
uso do bem p ú blico ao particular,
para que o utilize com
exclusividade e nas condi çõ es
convencionadas com a
Administra çã o. Concess ã o de
direito real de uso é o contrato pelo
qual a Administra çã o transfere o
uso remunerado ou gratuito de
terreno p ú blico a particular, como
direito real resol ú vel, para que
dele se utilize em fins espec í ficos
de urbaniza çã o, industrializa çã o,
edifica çã o, cultivo ou qualquer
outra explora çã o de interesse
social. Ex .: mini-distritos
industriais; • é transfer í vel por ato
inter vivos ou por sucess ã o
leg í tima ou testament á ria, a
t í tulo gratuito ou remunerado,
como os demais direitos reais
sobre coisas alheias, com a
diferen ç a de que o im ó vel
reverter á à Administra çã o
concedente se o concession á rio ou
seus sucessores n ã o lhe derem o
uso prometido ou o desviarem de
sua finalidade contratual. • A
concess ã o de direito real de uso
pode ser outorgada por escritura
p ú blica ou termo
administrativo, • Desde a
inscri çã o o concession á rio
fruir á plenamente o terreno para os
fins estabelecidos no contrato e
responder á por todos os encargos
civis, administrativos e tribut á rios
que venham a incidir sobre o
im ó vel e suas rendas. Enfiteuse ou
aforamento é o instituto civil que
permite ao propriet á rio atribuir a
outrem o dom í nio ú til de im ó vel,
pagando a pessoa que o adquire
(enfiteuta) ao senhorio direto uma
pens ã o ou foro, anual, certo e
invari á vel. Consiste, pois, na
transfer ê ncia do dom í nio ú til de
im ó vel p ú blico a posse, uso e
gozo perp é tuos da pessoa que
ir á utiliz á -lo da í por diante. • Em
linguagem t é cnica, aforamento ou
enfiteuse é o direito real de posse,
uso e gozo pleno da coisa alheia
que o titular (foreiro ou enfiteuta)
pode alienar e transmitir
hereditariamente, por é m, com a
obriga çã o de pagar perpetuamente
uma pens ã o anual (foro) ao
senhorio direto. • Dom í nio ú til
consiste no direito de usufruir o
im ó vel do modo mais completo
poss í vel e de transmiti-lo a
outrem, por ato entre vivos ou por
testamento. • Dom í nio direto,
tamb é m chamado dom í nio
eminente, é o direito à subst â ncia
mesma do im ó vel, sem as suas
utilidades. • Foro, c â non ou
pens ã o é a contribui çã o anual e
fixa que o foreiro ou enfiteuta paga
ao senhorio direto, em car á ter
perp é tuo, para o exerc í cio de
seus direitos sobre o dom í nio ú til
do im ó vel. Laud ê mio é a
import â ncia que o foreiro ou
enfiteuta paga ao senhorio direto
quando ele, senhorio, renuncia seu
direito de reaver esse
dom í nio ú til, nas mesmas
condi çõ es em que o terceiro o
adquire. Caracter í sticas dos Bens
P ú blicos
Inalienabilidade é caracter í stica
original do bem p ú blico que
restringe de forma efetiva a
possibilidade de sua aliena çã o.
Esta caracter í stica n ã o se
apresenta de modo absoluto, ou
seja, pode ser mudada atra á ves de
lei. Imprescritibilidade decorre
como conseq üê ncia l ó gica de sua
inalienabilidade origin á ria.
E é f á cil demonstrar a assertiva:
se os bens p ú blicos s ã o
originariamente inalien á veis,
segue-se que ningu é m os pode
adquirir enquanto guardarem essa
condi çã o. Da í n ã o ser poss í vel
a invoca çã o de usucapi ã o sobre
eles. Impenhorabilidade os bens
p ú blicos n ã o est ã o sujeitos a
serem utilizados para satisfa çã o
do credor na hip ó tese de n ã o-
cumprimento da obriga çã o por
parte do Poder P ú blico. Decorre
de preceito constitucional que
disp õ e sobre a forma pela qual
ser ã o executadas as senten ç as
judici á rias contra a Fazenda
P ú blica, sem permitir a penhora
de seus bens. Admite, entretanto, o
seq ü estro da quantia
necess á ria à satisfa çã o do
d é bito, desde que ocorram certas
condi çõ es processuais atrav é s
de precat ó rio N ã o-onera çã o É a
impossibilidade dos bens
p ú blicos serem gravados com
direito real de garantia em favor de
terceiros. Os bens p ú blicos n ã o
podem ser objeto de
Hipoteca. “ S ó aquele que pode
alienar poder á hipotecar ou
empenhar. S ó as coisas que se
podem alienar poder ã o ser dadas
em penhor ou hipoteca ” (CC, art.
756).

4- Controle da Administra çã o
P ú blica
O Controle como fun çã o da
Ci ê ncia da Administra çã o O
controle figura como uma das cinco
fun çõ es universais da Ci ê ncia da
Administra çã o, a saber: prever,
organizar, comandar, coordenar e
controlar. O controle relaciona-se
com todas as demais fun çõ es,
constituindo-se em instrumento
indispens á vel para que sejam
atingidos os objetivos previstos por
qualquer organiza çã o. Com
rela çã o à fun çã o de planejamento
(previs ã o), chega-se a dizer que o
controle é seu irm ã o siam ê s,
tal é a simbiose entre ambos: o
planejamento sem controle da
execu çã o dificilmente logra ê xito,
bem como e o controle sem
padr õ es e objetivos previamente
definidos n ã o ter á como atuar, por
falta de objeto (CHIAVENATO,
2000).
MEGGINSON (1986) define
controle como o processo de
garantir que os objetivos
organizacionais e gerenciais
estejam sendo cumpridos; a
maneira de fazer com que as coisas
aconte ç am do modo planejado.
Segundo ALBANESE (1981), é o
processo destinado a assegurar que
as a çõ es estejam de acordo com
os resultados desejados. Em
rela çã o à s fases do controle, os
estudiosos e doutrinadores
tamb é m convergem para uma
conclus ã o comum: 1)
estabelecimento de um padr ã o de
desempenho esperado; 2)
avalia çã o da execu çã o do
processo controlado; 3)
compara çã o do resultado da
execu çã o com o padr ã o
esperado; e 4) implementa çã o de
a çõ es corretivas, quando
necess á rias.
Controle externo
Controle de m é rito
O controle de m é rito tem como
objetivo a verifica çã o da
efici ê ncia, da oportunidade, da
conveni ê ncia e do resultado do ato
controlado. Conforme Hely Lopes
Meirelles, “ a
efici ê ncia é comprovada em face
do desenvolvimento da atividade
programada pela Administra çã o e
da produtividade de seus
servidores ” .

Ele normalmente é de compet ê ncia


do pr ó prio Poder que editou o ato.
Todavia, existem casos expressos
na Constitui çã o em que o Poder
Legislativo dever á exercer
controle de m é rito sobre atos que
o Poder Executivo praticou, caso
este previsto no artigo 49, inciso X:
“ Art. 49. É da compet ê ncia
exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
X - fiscalizar e controlar,
diretamente, ou por qualquer de
suas Casas, os atos do Poder
Executivo, inclu í dos os da
administra çã o indireta; ”
Segundo grande parte da doutrina,
n ã o cabe ao Poder Judici á rio
exercer esta revis ã o, para n ã o
violar o princ í pio de separa çã o
dos poderes. Quando o Poder
Judici á rio exerce controle sobre
atos do Executivo, o controle
ser á sempre de legalidade ou
legitimidade.

OBJETIVO DO CONTROLE
JUDICIAL O controle jurisdicional
constitui, juntamente com o
princ í pio da legalidade, um dos
fundamentos em que repousa o
Estado de Direito. De nada
adiantaria sujeitar-se a
administra çã o p ú blica à lei se
seus atos n ã o pudessem ser
arrolados por um ó rg ã o dotado de
garantias e imparcialidade que
permitam apreciar e invalidar os
atos il í citos por ela praticados. O
objetivo do controle
jurisdicional é o exame da
legalidade do ato ou atividade
administrativa, confirmando um e
outra, se legais, ou desfazendo-os
se contr á rios ao direito. N ã o lhes
cabe, portanto, qualquer
aprecia çã o de m é rito, isto é , de
conveni ê ncia, oportunidade ou
economicidade da medida ou ato da
administra çã o p ú blica.
Controle Judicial da
Administra çã o P ú blica De
acordo com Maria Sylvia Zanella
Di Pietro, gra ç as a ado çã o do
sistema da jurisdi çã o una,
fundamentado no artigo 5 º , inciso
XXXV da Constitui çã o Federal,
no direito brasileiro, o Poder
Judici á rio dever á apreciar
qualquer les ã o ou amea ç a a
direito, mesmo que o autor da
les ã o seja o poder p ú blico.
O Poder Judici á rio pode examinar
os atos da Administra çã o
P ú blica, de qualquer natureza,
sejam gerais ou individuais,
unilaterais ou bilaterais, vinculados
ou discricion á rios, mas sempre
sob aspecto da moralidade e
tamb é m sob o aspecto da
legalidade. Os atos administrativos
em geral exp õ em-se à revis ã o
comum da justi ç a, existem ainda,
outros que por sua origem,
fundamento, natureza ou objeto,
ficam sujeitos a um controle
especial do Poder Judici á rio, tais
atos s ã o chamados atos pol í ticos,
os atos legislativos e os interna
corporis. Essa peculiaridade tem
conduzido a maioria dos autores a
considera-los “ insuscet í veis de
aprecia çã o judicial ” , o que
n ã o é exato, porque, na realidade
a Justi ç a os aprecia, apenas com
maior restri çã o quanto aos
motivos ou à via processual
adequada.
Conforme Alexandrino e Paulo, os
atos administrativos podem ser
anulados mediante o exerc í cio do
controle judicial, mas nunca
revogados. A anula çã o
ocorrer á nos casos em que a
ilegalidade for constatada no ato
administrativo, podendo a
anula çã o ser feita pela pr ó pria
Administra çã o ou pelo Poder
Judici á rio, e ter á efeitos
retroativos, desfazendo as rela çã o
resultantes do ato. Entretanto, de
acordo com os mesmos autores, a
regra de o ato nulo n ã o gerar
efeitos “ h á que ser excepcionada
para com os terceiros de boa-
f é que tenham sido atingidos pelos
efeitos do ato anulado. Em rela çã o
a esses, em face da presun çã o de
legitimidade que norteia toda a
atividade administrativa, devem ser
preservados os efeitos
j á produzidos na vig ê ncia do ato
posteriormente anulado ” .

Atos pol í ticos S ã o os atos


praticados por agentes do Governo
— atos governamentais por
excel ê ncia — no uso de
compet ê ncia constitucional,
fundados na ampla liberdade de
aprecia çã o da conveni ê ncia ou
oportunidade de sua realiza çã o,
sem se aterem a crit é rios
jur í dicos preestabelecidos. S ã o
atos de condu çã o dos neg ó cios
p ú blicos, e n ã o simplesmente de
execu çã o de servi ç os p ú blicos,
surgindo da í seu maior
discricionalismo e,
consequentemente, as maiores
restri çõ es para o controle
judicial. É poss í vel sua
aprecia çã o pelo Poder
Judici á rio, desde que causem
les ã o a direitos individuais ou
coletivos.
Atos legislativos Os atos
legislativos, ou seja, as leis
propriamente ditas — normas em
sentido formal de mat é ria — n ã o
ficam sujeitas a anula çã o judicial
pelos meios processuais comuns,
mas sim pela via especial da a çã o
direta de inconstitucionalidade e,
tamb é m pela a çã o declarat ó ria
de constitucionalidade, tanto para
lei em tese quanto para os demais
atos normativos. Assim é porque a
lei em tese e os atos normativos,
enquanto regras gerais e abstratas,
n ã o atingem direitos individuais e
permanecem inatac á veis por
a çõ es ordin á rias ou mesmo por
mandado de seguran ç a. Os atos
normativos do Poder executivo,
como regulamentos, resolu çõ es,
portarias, n ã o podem ser
invalidados pelo Judici á rio a n ã o
ser por via de ADIN, cujo
julgamento é da compet ê ncia do
STF, quando se tratar de lei ou ato
normativo federal, ou estadual que
contrarie a Constitui çã o Federal, e
do Tribunal de Justi ç a quando se
tratar de lei ou ato normativo
estadual ou municipal que contrarie
a Constitui çã o do Estado. Nos
caso concretos, poder á o Poder
Judici á rio apreciar a legalidade
ou constitucionalidade dos atos
normativos do poder executivo,
mas a decis ã o s ó produzir á efeito
entre as partes, devendo ser
observado o art. 97 da CF/88, que
exige maioria absoluta dos
membros dos Tribunais para a
declara çã o de
inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder P ú blico.
Jurisdi çã o dupla, sistema do
contencioso administrativo ou
sistema franc ê s, em raz ã o de sua
origem. Tal sistema consagra duas
ordens jurisdicionais. Uma dessas
ordens cabe ao judici á rio; outra ,
a organismo pr ó prio do Executivo,
denominado contencioso
administrativo, e este incumbe-se
de conhecer e julgar em car á ter
definitivo, as lides em que
Administra çã o P ú blica é parte
— autora ou r é — ou terceira
interessada, cabendo a solu çã o
das demais pend ê ncias ao Poder
Judici á rio. Nota-se nesse sistema
que a Administra çã o P ú blica tem
uma justi ç a pr ó pria e fora do
Judici á rio. Do mesmo modo que o
sistema de jurisdi çã o ú nica,
tamb é m se funda no princ í pio da
separa çã o dos poderes, essa
separa çã o impede o julgamento de
um Poder por outro, entretanto, suas
decis õ es fazem coisa julgada,
como ocorre com as do Judici á rio.

PRINC Í PIO DA LEGALIDADE


No Estado de Direito a
Administra çã o somente pode agir
em obedi ê ncia à lei, esfor ç ada
nela e tendo em mira o fiel
cumprimento das finalidades
assinadas na ordena çã o normativa.
Como é sabido, o liame que vincula
a Administra çã o à lei é mais
estrito que o travado entre a lei e o
comportamento dos particulares,
com efeito, enquanto na atividade
privada pode-se fazer tudo o que
n ã o é proibido, na atividade
administrativa s ó se pode fazer o
que é permitido. Em outras
palavras, n ã o basta a simples
rela çã o de n ã o contradi çã o,
pois al é m disso, exige-se ainda
uma rela çã o de submiss ã o. Vale
ressaltar que para a legitimidade de
um ato administrativo é insuficiente
o fato de n ã o ser ofensivo à lei.
Cumpre que seja praticado com
embasamento em alguma norma
permissiva que lhe sirva de
alicerce. Para o desempenho de
suas fun çõ es no organismo estatal,
a Administra çã o P ú blica disp õ e
de poderes que lhe asseguram
posi çõ es de supremacia sobre o
particular e sem os quais n ã o
conseguiria atingir os seus fins.
Esses poderes, no Estado de
Direito, entre cujos postulados
b á sicos se encontra o princ í pio
da legalidade, s ã o limitados pela
lei, de forma a impedir os abusos e
as arbitrariedades a que as
autoridades poderiam ser levadas.
Isto significa que os poderes que
exerce o administrador p ú blico
s ã o regrados pelo sistema
jur í dico vigente, n ã o podendo a
autoridade, ultrapassar os limites
que a lei tra ç a à sua atividade, sob
pena de ilegalidade.
Discricionariedade É a margem de
liberdade de decis ã o, deixada
pela lei, diante do caso concreto,
de tal modo que a autoridade
poder á optar por uma dentre
v á rias solu çõ es poss í veis, todas
v á lidas perante o direito. Nesses
casos, o poder da
Administra çã o é discricion á rio,
porque a ado çã o de uma ou de
outra solu çã o é feita segundo
crit é rios de oportunidade,
conveni ê ncia, justi ç a e equidade,
pr ó prios da autoridade, por n ã o
haverem sido definidos pelo
legislador. Mesmo a í , entretanto, o
poder de a çã o administrativa,
embora discricion á rio,
n ã o é totalmente livre, pois sob
alguns aspectos, em especial a
compet ê ncia, a forma e a
finalidade, a lei imp õ e
limita çõ es. Da í surge a raz ã o de
se dizer que a discricionariedade
implica liberdade de atua çã o nos
limites tra ç ados pela lei; se a
Administra çã o ultrapassa esses
limites, sua decis ã o passa a ser
arbitr á ria, ou seja,
contr á ria à lei. O controle judicial
dos atos
discricion á rios é poss í vel, mas
ter á que ser respeitada a
discricionariedade administrativa
nos limites em que
ela é assegurada à Administra çã o
P ú blica pela lei. Isto ocorre
precisamente pelo fato de ser a
discricionariedade um poder
delimitado previamente pelo
legislador; este, ao definir
determinado ato, deixa
intencionalmente espa ç o livre
para decis ã o da Administra çã o
P ú blica, legitimando previamente
sua op çã o; qualquer delas
ser á legal. Isso implica que o
Poder Judici á rio n ã o pode
invadir o espa ç o reservado, pela
lei, ao administrador, pois caso
contr á rio, estaria substituindo por
seus pr ó prios crit é rios de
escolha, a op çã o leg í tima feita
pela autoridade competente com
base em raz õ es de oportunidade e
conveni ê ncia que ela, melhor do
que ningu é m, pode decidir diante
de cada caso concreto.

Vincula çã o S ã o vinculados os
atos praticados pela
Administra çã o P ú blica,
conforme o ú nico comportamento
que a lei prescreve ao
administrador. A lei prev ê , em
princ í pio, se, quando e como deve
a Administra çã o agir ou decidir e
a vontade da lei somente
estar á satisfeita com esse
comportamento, j á que n ã o
permite à Administra çã o P ú blica
nenhum outro. Esses atos decorrem
do exerc í cio de uma atividade
vinculada ou, como prefere boa
parte dos autores, do desempenho
do poder vinculado, em cuja
pr á tica a Administra çã o n ã o
tem qualquer margem de liberdade.
A vincula çã o é um regramento que
pode atingir v á rios aspectos de
uma atividade determinada; nesse
caso se diz o poder da
Administra çã o é vinculado,
porque a lei deixou op çõ es,
estabelecendo que diante de
determinados requisitos, a
Administra çã o deve agir de tal ou
qual forma. Por isso mesmo se diz
que, diante do poder vinculado, o
particular tem um direito subjetivo
de exigir da autoridade a adi çã o
de determinado ato, sob pena de
n ã o o fazendo, sujeitar-
se à corre çã o judicial.

M é rito M é rito do ato é o campo


de liberdade suposto na lei e que
efetivamente venha a remanescer no
caso concreto, para que o
administrador, segundo crit é rios
de conveni ê ncia e oportunidade,
decida-se entre duas ou mais
solu çõ es admiss í veis perante a
situa çã o vertente, tendo em vista o
exato atendimento da finalidade
legal, ante a impossibilidade de ser
objetivamente identificada qual
delas seria a ú nica adequada. O
conceito de m é rito
administrativo é de dif í cil
estabelecimento, por é m,
poder á ser identificada sua
presen ç a sempre que a
Administra çã o P ú blica decidir
ou atuar valorando internamente as
consequ ê ncias ou vantagens do
ato. Est á o m é rito administrativo
consubstanciado, por tanto, na
valora çã o dos motivos e na
escolha do objeto do ato, feitas
pela Administra çã o incumbida de
sua pr á tica, quando autorizada a
decidir sobre a conveni ê ncia,
oportunidade e justi ç a do ato a
realizar. Nos atos vinculados, onde
n ã o h á faculdade de op çã o do
administrador, mas
unicamente à possibilidade de
verifica çã o dos pressupostos de
direito e de fato que condicionam o
processo administrativo, n ã o h á o
que se falar em m é rito, de vez que
toda atua çã o do Executivo se
resume no atendimento das
imposi çõ es legais. Em tais casos a
conduta do administrador confunde-
se com as do juiz na aplica çã o da
lei, diversamente do que ocorre nos
atos discricion á rios, em que
al é m dos elementos sempre
vinculados — compet ê ncia,
finalidade e forma — outros
Existem — motivo e objeto — em
rela çã o aos quais a
administra çã o decide livremente,
e sem possibilidade de corre çã o
judicial, salvo quando seu proceder
caracterizar excesso ou desvio de
poder. Em atos discricion á rios,
em que a lei
confia à Administra çã o P ú blica a
escolha e a valora çã o dos motivos
e do objeto, n ã o cabe ao
Judici á rio rever os crit é rios
adotados pelo administrador, posto
que n ã o h á padr õ es de
legalidade para aferir essa
atua çã o. O que
conv é m é reter é que o m é rito
administrativo tem sentido pr ó prio
e diverso do m é rito processual e
s ó abrange elementos n ã o
vinculados do ato da
Administra çã o, ou seja, aqueles
que admitem uma valora çã o da
efici ê ncia, oportunidade,
conveni ê ncia e justi ç a. No mais,
ainda que se trate de poder
discricion á rio da Administra çã o,
o ato pode ser revisto e anulado
pelo Judici á rio, desde que sob o
r ó tulo de m é rito administrativo,
se esconda qualquer ilegalidade
resultante de abuso ou desvio de
poder.

INSTRUMENTOS DO
CONTROLE JURISDICIONAL Os
meios de controle judici á rio ou
judicial dos atos administrativos de
qualquer dos Poderes s ã o as vias
processuais de procedimento
ordin á rio e sum á rio ou especial
de qual disp õ e o titular do direito
lesado ou amea ç ado de les ã o
para obter a anula çã o do ato ilegal
em a çã o contra a administra çã o
p ú blica. S ã o esses mecanismos
que proporcionam aos ó rg ã os
jurisdicionais o controle da
legalidade dos atos e atividades do
executivo e dos ó rg ã os de
administra çã o do Legislativo e do
Judici á rio, sendo os principais, o
habeas corpus, o h á beas data, o
mandado de seguran ç a individual,
mandado de seguran ç a coletivo, a
a çã o popular, o mandado de
injun çã o,a a çã o civil
p ú blica.S ã o eles: o habeas
corpus, o habeas data, o mandado
de seguran ç a, o mandado de
injun çã o e a a çã o popular. Todos
est ã o previstos na Cata Magna, e
podem ser conceituados como o
meio h á bil,
colocado à disposi çã o dos
cidad ã os, para provocar ou fazer
cessar a interven çã o de alguma
autoridade competente, seja por
ilegalidade ou abuso de poder.

Habeas corpus O habeas


corpus é um rem é dio
constitucional destinado a proteger
o direito de locomo çã o e origina-
se da parte inicial da express ã o
latina: “ Tomes o corpo de delito e
venhas submeter ao Tribunal ao
homem e o caso. ” Apesar de ficar
conhecido pela f ó rmula
latina, é origin á rio do Direito
Ingl ê s, consagrado na Carta
Magna de 1215 e no Direito
Brasileiro foi introduzido pela
primeira vez no C ó digo de
Processo Criminal do Imp é rio em
1832, subsistindo at é a
constitui çã o atual. Segundo define
Rui Barbosa, o h á beas corpus hoje
se estende a todos os casos em que
um direito nosso qualquer estiver
amea ç ado, manietado,
impossibilitado, no seu exerc í cio,
pela interven çã o de um abuso de
poder ou uma ilegalidade. Desde
que a constitui çã o n ã o
particularizou os direitos que, com
o habeas corpus, queria proteger
contra a coa çã o ou contra a
viol ê ncia, claro est á que seu
prop ó sito era escudar contra a
coa çã o e a viol ê ncia todo e
qualquer direito que elas podiam
tolher e lesar nas suas
manifesta çõ es, podendo ser
impetrado por qualquer pessoa,
nacional ou estrangeira em
benef í cio pr ó prio ou de terceiro,
contra ilegalidade ou abuso de
poder, seja por parte de autoridade
p ú blica ou particular.
Habeas data Habeas data é um
meio constitucional
posto à disposi çã o de pessoa
f í sica ou jur í dica para assegurar-
lhe o conhecimento de registros
concernentes ao postulante e
constante de reparti çõ es p ú blicas
ou particulares acess í veis ao
p ú blico, ou para ratifica çã o de
seus dados pessoais. S ã o sujeitos
passivos da impetra çã o as pessoas
p ú blicas ou privadas, estas
somente se mantiverem registros ou
banco de dados de natureza
p ú blica, s ó tendo cabimento a
impetra çã o quando a informa çã o
ou ratifica çã o for negada e o rito
processual, pela grande
semelhan ç a desse instituto com o
mandado de seguran ç a, com
aplica çã o subsidi á ria do
C ó digo de Processo Civil,
culminando a a çã o com uma
decis ã o de natureza mandamental.
Mandado de injun çã o Mandado de
injun çã o é o meio constitucional
posto à disposi çã o de quem se
considerar prejudicado pela falta
de norma reguladora que torne
vi á vel o exerc í cio dos direitos e
liberdades constitucionais e das
prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberani
e à cidadania, por é m, se a norma
existe n ã o cabe mandado de
injun çã o, mas sim, o exame de sua
inconstitucionalidade ou
ilegalidade e somente tem
legitimidade para a impetra çã o o
titular de um direito institu í do e
definido em norma da constitui çã o
cujo exerc í cio esteja obstado por
omiss ã o legislativa. O STF tem
entendido que n ã o obstante o
car á ter mandamental do
instituto, é poss í vel a comina çã o
de prazo para o ó rg ã o competente
editar a norma demandada,
suprindo, assim, a mora legislativa,
sob pena de vencido esse prazo,
assegurar, concretamente, apenas
em rela çã o ao impetrante o
exerc í cio do direito inviabilizado
pela falta da norma.
Mandado de seguran ç a individual
O mandado de seguran ç a
individual é o meio constitucional
de que se pode recorrer toda
pessoa f í sica ou jur í dica, ó rg ã o
com capacidade processual ou
universalidade reconhecida por lei
para proteger direito individual,
pr ó prio, liquido e certo, n ã o
amparado por habeas corpus,
lesado ou amea ç ado de les ã o por
ato de qualquer autoridade, seja de
que categoria for e quais forem as
fun çõ es que exer ç am.
Est á regulado pela lei 1.533/51 e
legisla çã o subsequente. Trata-se
de a çã o civil de rito sum á rio
especial, sujeito a normas
procedimentais pr ó prias, pelo que
somente superlativamente lhe s ã o
aplic á veis disposi çõ es gerais do
C ó digo de Processo Civil.
Destina-se a coibir atos ilegais de
autoridades que lesem direito
subjetivo, liquido e certo do
impetrante, entendendo-se por ato
de autoridade suscet í vel de
mandado de seguran ç a, toda a çã o
ou omiss ã o do Poder P ú blico ou
de seus agentes, no desempenho de
suas fun çõ es ou a pretexto de
exerc ê -las. Esta a çã o tem prazo
de cento e vinte dias contados do
dia do conhecimento oficial do ato
a ser impugnado, admitindo
suspens ã o liminar do ato e, em
sendo concedida, a ordem tem
efeito mandamental e imediato e
n ã o pode ser impedida sua
execu çã o por nenhum recurso
comum, salvo pelo presidente do
Tribunal competente para
aprecia çã o da decis ã o inferior.

Mandado de seguran ç a coletivo


Tido como inova çã o da atual
Carta Constitucional, o mandado de
seguran ç a coletivo, é um rem é dio
posto à disposi çã o de partido
pol í tico com representa çã o no
Congresso Nacional, ou de
organiza çã o sindical, entidade de
classe ou associa çã o legalmente
constitu í da e em funcionamento
h á pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou
associados, tendo como
pressupostos os mesmos do
mandado de seguran ç a individual,
inclusive quanto ao direito l í quido
e certo, por é m, como é evidente, a
tutela n ã o é individual, mas sim
coletiva e a liminar nestes casos,
s ó ser á concedida ap ó s
audi ê ncia da pessoa jur í dica de
direito p ú blico.
A çã o popular A a çã o
popular é via
constitucional à disposi çã o de
qualquer cidad ã o — eleitor
— para obter anula çã o de atos ou
contratos administrativos — ou a
eles equiparados — lesivos ao
patrim ô nio p ú blico ou entidade
de que o Estado
participe, à moralidade
administrativa e ao meio ambiente
natural ou cultural, estando
regulada na lei 4.717/65. Este
instrumento de defesa dos
interesses da coletividade,
utiliz á vel por qualquer de seus
membros, no gozo de seus direito
c í vicos e pol í ticos, n ã o sendo
amparados por ela direitos
pr ó prio, mas sim, interesses da
comunidade, sendo que o
benefici á rio direto n ã o é o autor
popular; titular do direito subjetivo
ao governo honesto. É regulado
pela pr ó pria lei a indica çã o dos
sujeitos passivos da a çã o e aponta
casos em que a ilegalidade do ato
j á faz presumir a lesividade do
patrim ô nio p ú blico, al é m
daqueles em que a prova fica a
cargo do autor popular e, o
processo, e a interven çã o a cargo
do Minist é rio P ú blico.
A çã o civil p ú blica Disciplinada
pela lei 7.347/85, a a çã o civil
p ú blica é o instrumento processual
aplic á vel para reprimir ou
impedir danos ao meio ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de
valor art í stico, est é tico,
hist ó rico, tur í stico e
paisag í stico e a qualquer outro
interesse difuso ou coletivo, n ã o
se prestando ao amparo de direitos
individuais, nem
tampouco à repara çã o de
preju í zos causados a particulares
pela conduta comissiva ou omissiva
do r é u. É atribu í da, pela
Constitui çã o Federal ao
Minist é rio P ú blico, a fun çã o
institucional de promover o
inqu é rito civil e a a çã o civil
p ú blica para a prote çã o do
patrim ô nio p ú blico e social, do
meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos, n ã o
sendo impedida a impetra çã o por
terceiros interessados, segundo o
que disp õ e o § 1 º do art. 129 da
Constitui çã o Federal.

Para outros autores “ Direito de


peti çã o: N ã o h á necessidade de
assist ê ncia advocat í cia.
Assegura ao indiv í duo
participa çã o pol í tica e
possibilidade de fiscaliza çã o na
gest ã o da coisa p ú blica, sendo
um meio para tornar efetivo o
exerc í cio da cidadania. É o
instrumento de que disp õ e
qualquer pessoa para levar ao
conhecimento dos poderes
p ú blicos fato ilegal ou abusivo,
contr á rio ao interesse p ú blico,
para que sejam adotadas medidas
necess á rias. Poder á , tamb é m,
ser o instrumento para a defesa de
direitos perante os ó rg ã os do
Estado. ”
Existem duas situa çõ es que podem
ensejar a peti çã o aos poderes
p ú blicos: a defesa dos direitos; a
repara çã o de ilegalidade ou abuso
de poder.
O direito de peti çã o pode ser
exercido em prol do interesse
coletivo ou geral, absolutamente
desvinculado da comprova çã o da
exist ê ncia de qualquer les ã o a
interesses pr ó prios peticionados.
“ Direito de Certid ã o: Assegura a
todos a obten çã o de certid õ es em
reparti çõ es p ú blicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de
situa çõ es de interesse pessoal.
Desse modo, tal garantia n ã o pode
ser invocada por quem pretenda
obter c ó pia de documento a
respeito de terceiro, a menos que
este lhe tenha conferido mandato ou
representa çã o. ”

“ A grande diferen ç a do direito de


peti çã o e do direito de
certid ã o é que no primeiro pode-
se pedir informa çõ es,
explica çõ es do Estado sobre coisa
p ú blica, ou seja, qualquer pessoa
pode levar ao conhecimento dos
poderes p ú blicos fato ilegal ou
abusivo. No segundo, s ó pode
obter certid õ es para defesa de
direitos e esclarecimentos de
situa çõ es de interess e pessoal. ”
De acordo com Hely Lopes
Meirelles, os meios de controle
judici á rio “ s ã o as vias
processuais de procedimento
ordin á rio, sumar í ssimo ou
especial de que disp õ e o titular do
direito lesado ou amea ç ado de
les ã o para obter a anula çã o do
ilegal em a çã o contra a
Administra çã o P ú blica ” .
Consoante determina o artigo 2 º da
Constitui çã o Federal, s ã o
poderes da Uni ã o: o Executivo, o
Legislativo e o Judici á rio. Isso
significa que n ó s temos no Estado
03 fun çõ es essenciais: a
legislativa, a executiva e a
judici á ria. A exist ê ncia dessas
tr ê s fun çõ es traduz a ideia de
equil í brio, onde cada uma dessas
fun çõ es é executada por cada um
dos tr ê s poderes. O Executivo
realiza a fun çã o executiva, ou
seja, cabe a ele a administra çã o
da coisa p ú blica, sendo essa
administra çã o realizada de forma
t í pica. O Legislativo, exerce a
fun çã o legislativa: o
Legislativo é o poder respons á vel
pela cria çã o das leis e normas que
regulam a vida em sociedade. J á o
Poder Judici á rio exerce a fun çã o
jurisdicional, que ser á melhor
analisada adiante.
Completa o mesmo artigo 2 º , que
os poderes s ã o independentes e
harm ô nicos entre si, o que é sem
d ú vida alguma, uma das
caracter í sticas mais marcantes da
democracia moderna e o que
fortifica um verdadeiro Estado
Democr á tico de Direito, como o
Estado Brasileiro.
Tal triparti çã o, devidamente
protegida em n í vel de cl á usula
p é trea[1], assegurou a cada Poder
o direito de exercer as suas
fun çõ es, livre de empecilhos e
com todas as prerrogativas fixadas
pelo texto constitucional. Mas, a
independ ê ncia e harmonia
indicadas pela ordem
constitucional, n ã o podem ser
analisadas de forma t ã o restrita e
taxativa, que impe ç a
definitivamente a interfer ê ncia de
um poder sobre o outro.

Conforme j á anotado, o Poder é um


s ó , por é m, dividido em tr ê s
fun çõ es: a executiva, legislativa e
jurisdicional. A melhor
denomina çã o deveria
ser: “ Triparti çã o de fun çõ es ” ao
inv é s de “ Triparti çã o de
poderes ” .
S ã o Poderes da Uni ã o,
independentes e harm ô nicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o
Judici á rio ” .

A Lei n º 4.320/64 estabelece que o


controle da execu çã o
or ç ament á ria e financeira da
Uni ã o, Estados, Munic í pios e
Distrito Federal ser á exercido
pelos Poderes Legislativo e
Executivo, mediante controles
externo e interno, respectivamente.
De acordo com o que disp õ e o art.
75 da Lei n º 4.320/64, o controle
da execu çã o or ç ament á ria
compreender á :
I - a legalidade dos atos de que
resultem a arrecada çã o da receita
ou a realiza çã o da despesa, o
nascimento ou a extin çã o de
direitos e obriga çõ es;
II - a fidelidade funcional dos
agentes da administra çã o
respons á veis por bens e valores
p ú blico; e
III - o cumprimento do programa de
trabalho, expresso em termos
monet á rios e em termos de
realiza çã o de obras e presta çã o
de servi ç os.

Controles Internos Segundo


GOMES (1999), um sistema de
controle compreende a estrutura e o
processo de controle. A estrutura de
controle deve ser desenhada em
fun çã o das vari á veis-chave que
derivam do contexto social e da
estrat é gia da organiza çã o, al é m
de levar em considera çã o as
responsabilidades de cada
administrador ou encarregado por
centros de compet ê ncia. A
estrutura cont é m, ainda, o sistema
de indicadores de informa çõ es e
de incentivos. O processo de
controle opera-se com a din â mica
da organiza çã o e compreende o
planejamento e a or ç amenta çã o
dos meios, a execu çã o das
atividades planejadas e a
avalia çã o peri ó dica da atua çã o.
Os controles internos, tomados
como sistema, englobam toda a
organiza çã o e podem caracterizar-
se como controles cont á beis e
controles administrativos
(CREPALDI, 2000).
H á v á rias defini çõ es de controle
interno, as quais, conforme o
interesse, origem e forma çã o de
cada autor, estar ã o mais
identificadas com as
diferentes á reas de compet ê ncia
organizacional: cont á bil,
financeira, operacional,
or ç ament á ria, patrimonial,
gerencial, entre outras. Do ponto de
vista da atividade da Auditoria, no
entanto, todos os enfoques de
controle interno devem ser
estudados igualmente. Resumindo,
os controles internos s ã o
compostos pelo plano de
organiza çã o e todos os m é todos e
medidas pelas quais uma
organiza çã o controla suas
atividades, visando a assegurar a
prote çã o do patrim ô nio,
exatid ã o e fidedignidade dos
dados cont á beis, e efici ê ncia
operacional, como meios para
alcan ç ar os objetivos globais da
organiza çã o.
Auditoria Interna Auditoria é uma
atividade desenvolvida com
t é cnicas pr ó prias e peculiares,
constituindo-se em especializa çã o
profissional, tendo ampla
abrang ê ncia e pode dividir-se em
externa e interna, segundo a forma
de atua çã o e as rela çõ es com a
organiza çã o auditada. A auditoria
externa, via de regra, tem por
escopo a certifica çã o de gest ã o
econ ô mico financeira, realizada
por empresa ou profissional de fora
da organiza çã o auditada. J á a
auditoria interna é uma atividade
desenvolvida por t é cnicos do
quadro permanente da
organiza çã o, o escopo do trabalho
tem maior amplitude em
rela çã o à auditoria externa,
abrangendo o estudo e avalia çã o
permanente do sistema de controle
interno, sua adequa çã o e
desempenho. Entre as defini çõ es
encontradas para auditoria interna,
cita-se a de ALMEIDA PAULA
(1999, p.31), que parece traduzir o
pensamento geral dos estudiosos do
tema:
Atividade de avalia çã o
independente, que, atuando em
parceria com administradores e
especialistas, dever á avaliar a
efici ê ncia e a efic á cia dos
sistemas de controle de toda a
entidade, agindo proativamente,
zelando pelas pol í ticas tra ç adas
e provocando melhorias,
fornecendo subs í dios aos
propriet á rios e administradores
para a tomada de decis ã o, visando
ao cumprimento da miss ã o da
entidade.
O controle interno na
administra çã o p ú blica No Brasil,
o Controle Interno na
Administra çã o P ú blica teve
como marco inicial a cria çã o do
Departamento Administrativo do
Servi ç o P ú blico - DASP, em
1936, com atribui çõ es de
racionalizar a administra çã o
mediante simplifica çõ es,
padroniza çõ es e aquisi çã o
racional de materiais, revis ã o de
estruturas e aplica çõ es de
m é todos na defini çã o de
procedimentos. Nesse per í odo foi
institu í do o concurso para
ingresso nos quadros de carreira da
Administra çã o P ú blica. O
fundamento do controle interno na
Administra çã o P ú blica
Brasileira est á no artigo 76 da Lei
4.320/64, o qual estabelece que o
Poder Executivo exercer á os tr ê s
tipos de controle da execu çã o
or ç ament á ria: 1) legalidade dos
atos que resultem arrecada çã o da
receita ou a realiza çã o da
despesa, o nascimento ou a
extin çã o de direitos e
obriga çõ es; 2) a fidelidade
funcional dos agentes da
administra çã o respons á veis por
bens e valores p ú blicos; e 3) o
cumprimento do programa de
trabalho expresso em termos
monet á rios e em termos de
realiza çã o de obras e presta çã o
de servi ç os. A Lei 4.320/64
mostrou-se inovadora ao consagrar
os princ í pios do planejamento, do
or ç amento e do controle. Instituiu
o Or ç amento Plurianual de
Investimentos, o Or ç amento
Programa Anual e estabeleceu
como objetivo das novas t é cnicas
or ç ament á rias a efic á cia dos
gastos p ú blicos. O Decreto-Lei
200/67 estabeleceu que as
atividades da Administra çã o
obedeceriam aos princ í pios
fundamentais do planejamento,
coordena çã o, descentraliza çã o,
delega çã o de compet ê ncia e
controle (art. 6 º ). Quanto ao
controle, seria exercido em todos
n í veis e em todos os ó rg ã os,
compreendendo o controle pela
chefia competente, pelos ó rg ã os
pr ó prios de cada sistema e
pelos ó rg ã os do sistema de
contabilidade e auditoria (art 13).
Cada Minist é rio passou a ter sua
inspetoria de finan ç as,
como ó rg ã o setorial do sistema
de administra çã o financeira,
contabilidade e auditoria,
cujo ó rg ã o central era a
Inspetoria-Geral de Finan ç as do
Minist é rio da Fazenda (art. 23).
Com rela çã o aos custos dos bens e
servi ç os, tanto a Lei 4.320/64 (art
85), quanto o DecretoLei 200/67
(art 25, IX, e art 79) estabeleceram
que a contabilidade deveria
apur á -los, a fim de buscar uma
presta çã o de servi ç os
econ ô mica e evidenciar os
resultados da gest ã o. Passados
mais de 30 anos sem aplica çã o, a
Lei Complementar 101/2000, Lei
de Responsabilidade Fiscal – LRF,
volta a exigir a apura çã o de
custos, como se fosse novidade.
Como preceito constitucional, o
controle interno aparece pela
primeira vez na Constitui çã o
Federal de 1967: “ Art. 71 - A
fiscaliza çã o financeira e
or ç ament á ria da Uni ã o
ser á exercida pelo Congresso
Nacional atrav é s de controle
externo, e dos sistemas de controle
interno do Poder Executivo,
institu í dos por lei. ”

A Constitui çã o Federal de 1988


estabelece com mais clareza o
escopo do controle interno ao
mesmo tempo em que consagra no
texto constitucional os Princ í pios
B á sicos da Administra çã o
P ú blica: Art. 70 - A fiscaliza çã o
cont á bil, financeira,
or ç ament á ria, operacional e
patrimonial da Uni ã o e das
entidades da administra çã o direta
e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade,
aplica çã o das subven çõ es e
ren ú ncia de receitas,
ser á exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle
externo e pelo sistema de controle
interno de cada Poder. Art. 74 Os
Poderes Legislativo, Executivo e
Judici á rio manter ã o, de forma
integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de: I -
avaliar o cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a
execu çã o dos programas de
governo e dos or ç amentos da
Uni ã o; II - comprovar a legalidade
e avaliar os resultados
quanto à efic á cia e efici ê ncia, da
gest ã o or ç ament á ria, financeira
e patrimonial nos ó rg ã os e
entidades da administra çã o
federal bem como da aplica çã o de
recursos p ú blicos por entidades
de direito privado; III - exercer o
controle das opera çõ es de
cr é dito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da
Uni ã o; IV - apoiar o controle
externo no exerc í cio de sua
miss ã o institucional. § 1 º - Os
respons á veis pelo controle
interno, ao tomarem conhecimento
de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela dar ã o ci ê ncia
ao Tribunal de Contas da Uni ã o,
sob pena de responsabilidade
solid á ria. Comparando-se o texto
constitucional vigente com o
dispositivo da Constitui çã o
anterior sobre a abrang ê ncia do
controle, verifica-se que o atual
n ã o se restringe a aspectos
financeiros e or ç ament á rios
apenas, mas explicita que o
controle, ou a fiscaliza çã o,
atuar á sobre os aspectos
cont á beis, financeiros,
or ç ament á rios, operacionais e
patrimoniais. A fiscaliza çã o
cont á bil diz respeito aos
procedimentos necess á rios para a
avalia çã o e certifica çã o de que a
contabilidade do ó rg ã o/entidade
registra adequada e fidedignamente
os atos e fatos que envolvem os
sistemas or ç ament á rio,
financeiro e patrimonial, assim
como a valida çã o das transa çõ es
registradas, os registros completos,
autorizados por quem de direito e
os valores exatos. Sendo a
contabilidade a espinha dorsal do
sistema de informa çõ es
econ ô mico-financeiras, constitui
instrumento indispens á vel em
todos os enfoques do controle. A
fiscaliza çã o financeira ocupa-se
em verificar se a administra çã o
dos recursos financeiros est á sendo
realizada de acordo com as normas
e princ í pios da administra çã o
p ú blica, n ã o s ó com rela çã o a
arrecada çã o, gerenciamento e
aplica çã o dos recursos, como em
rela çã o a regularidade das
ren ú ncias de receitas e
concess õ es de aux í lios e
subven çõ es. A Lei de
Responsabilidade Fiscal veio
conferir grande relev â ncia ao
acompanhamento e à fiscaliza çã o
financeira, impondo severas penas
aos administradores descuidados.
Quanto à fiscaliza çã o
or ç ament á ria, segundo FERRAZ
(1999), n ã o deve se esgotar na
verifica çã o se as despesas est ã o
previstas no or ç amento anual e se
foram fielmente executadas. Deve
confrontar estas com a Lei de
Diretrizes Or ç ament á rias e o
Plano Plurianual a fim de assegurar
o cumprimento dos programas
tra ç ados pelos representantes do
povo. A fiscaliza çã o operacional
diz respeito ao acompanhamento e
avalia çã o das a çõ es
empreendidas
pelo ó rg ã o/entidade para
alcan ç ar seus objetivos
institucionais, em especial quanto
aos aspectos de economia,
efici ê ncia e efic á cia. É muito
deficiente na Administra çã o
P ú blica essa fiscaliza çã o, em
fun çã o de que n ã o se tem um
sistema de apura çã o de custos,
como j á foi mencionado
anteriormente, assim como
indicadores para avalia çã o de
resultados.
A fiscaliza çã o patrimonial diz
respeito n ã o s ó ao controle de
bens m ó veis ou im ó veis, mas
tamb é m de cr é ditos, t í tulos de
renda, participa çõ es e
almoxarifados, al é m das d í vidas
e de fatos que, direta ou
indiretamente possam afetar o
patrim ô nio.
O fundamento do controle interno
na Administra çã o P ú blica
Brasileira est á no artigo 76 da Lei
4.320/64, o qual estabelece que o
Poder Executivo exercer á os tr ê s
tipos de controle a que se refere o
artigo 75, sem preju í zo das
atribui çõ es do Tribunal de Contas
ou ó rg ã o equivalente.A
Constitui çã o Federal de 1988, e
antes, a Lei Federal n º 4320/64, e
agora a Lei Complementar
n º 101/00 -- Lei de
Responsabilidade Fiscal, s ã o
mandamentos de ordem
constitucional e infraconstitucional
que exigem a implanta çã o do
Controle Interno na Administra çã o
P ú blica.

Controle da Administra çã o
P ú blica • Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Efici ê ncia (C.F
Art. 37) • motiva çã o e supremacia
do interesse p ú blico
PRINC Í PIOS DA
ADMINISTRA ÇÃ O P Ú BLICA
Antigamente havia uma
preocupa çã o doutrin á ria no
sentido de se orientar os
administradores p ú blicos para
terem um comportamento especial
frente à Administra çã o P ú blica.
Esse comportamento especial,
regido por princ í pios b á sicos
administrativos, no Brasil, foi
aparecendo nas leis
infraconstitucionais.
Posteriormente, em 1988, os
constituintes escreveram no art. 37
da CF um cap í tulo sobre a
Administra çã o P ú blica, cujos
princ í pios s ã o elencados a
seguir:
1) PRINC Í PIO DA
LEGALIDADE 6 segundo ele,
todos os atos da Administra çã o
t ê m que estar em conformidade
com os princ í pios legais. Este
princ í pio observa n ã o s ó as leis,
mas tamb é m os regulamentos que
cont é m as normas administrativas
contidas em grande parte do texto
Constitucional. Quando a
Administra çã o P ú blica se afasta
destes comandos, pratica atos
ilegais, produzindo, por
conseq üê ncia, atos nulos e
respondendo por san çõ es por ela
impostas (Poder Disciplinar). Os
servidores, ao praticarem estes
atos, podem at é ser
demitidos. • Um administrador de
empresa particular pratica tudo
aquilo que a lei n ã o pro í be.
J á o administrador p ú blico, por
ser obrigado ao estrito
cumprimento da lei e dos
regulamentos, s ó pode praticar o
que a lei permite. É a lei que
distribui compet ê ncias aos
administradores.
2) PRINC Í PIO DA
IMPESSOALIDADE no art. 37 da
CF o legislador fala tamb é m da
impessoalidade. No campo do
Direito Administrativo esta palavra
foi uma novidade. O legislador
n ã o colocou a palavra finalidade.
Surgiram duas correntes para
definir “ impessoalidade ” :
Impessoalidade relativa aos
administrados : segundo esta
corrente, a Administra çã o
s ó pode praticar atos impessoais
se tais atos v ã o propiciar o bem
comum (a coletividade). A
explica çã o para a impessoalidade
pode ser buscada no pr ó prio texto
Constitucional atrav é s de uma
interpreta çã o sistem á tica da
mesma. Por exemplo, de acordo
com o art. 100 da CF, “à exce çã o
dos cr é ditos de natureza
aliment í cia, os pagamentos
devidos pela Fazenda .....far-se- ã o
na ordem cronol ó gica de
apresenta çã o dos precat ó rios
.. ” . N ã o se pode pagar fora desta
ordem, pois, do contr á rio, a
Administra çã o P ú blica estaria
praticando ato de impessoalidade;
Impessoalidade
relativa à Administra çã o :
segundo esta corrente, os atos
impessoais se originam da
Administra çã o, n ã o importando
quem os tenha praticado. Esse
princ í pio deve ser entendido para
excluir a promo çã o pessoal de
autoridade ou servi ç os p ú blicos
sobre suas rela çõ es
administrativas no exerc í cio de
fato, pois, de acordo com os que
defendem esta corrente, os atos
s ã o dos ó rg ã os e n ã o dos
agentes p ú blicos;
3) PRINC Í PIO DA
FINALIDADE relacionado com a
impessoalidade
relativa à Administra çã o, este
princ í pio orienta que as normas
administrativas tem que ter
SEMPRE como OBJETIVO o
INTERESSE P Ú BLICO. Assim,
se o agente p ú blico pratica atos
em conformidade com a lei,
encontrase, indiretamente, com a
finalidade, que est á embutida na
pr ó pria norma. Por exemplo, em
rela çã o à finalidade, uma
reuni ã o, um com í cio ou uma
passeata de interesse coletivo,
autorizadas pela Administra çã o
P ú blica, poder ã o ser
dissolvidas, se se tornarem
violentas, a ponto de causarem
problemas à coletividade (desvio
da finalidade). • Nesse caso, quem
dissolve a passeata, pratica um ato
de interesse p ú blico da mesma
forma que aquele que a autoriza. O
desvio da finalidade p ú blica
tamb é m pode ser encontrado nos
casos de desapropria çã o de
im ó veis pelo Poder P ú blico, com
finalidade p ú blica, atrav é s de
indeniza çõ es il í citas; 4)
PRINC Í PIO DA MORALIDADE
este princ í pio est á diretamente
relacionado com os pr ó prios atos
dos cidad ã os comuns em seu
conv í vio com a comunidade,
ligando-se à moral e à é tica
administrativa, estando esta ú ltima
sempre presente na vida do
administrador p ú blico, sendo mais
rigorosa que a é tica comum. Por
exemplo, comete ATO IMORAL o
Prefeito Municipal que empregar a
sua verba de representa çã o em
neg ó cios alheios à sua condi çã o
de Administrador P ú blico,
pois, É SABIDO QUE O
ADMINISTRADOR P Ú BLICO
TEM QUE SER HONESTO, TEM
QUE TER PROBIDADE E, QUE
TODO ATO ADMINISTRATIVO,
AL É M DE SER LEGAL, TEM
QUE SER MORAL, sob pena de
sua nulidade . Nos casos de
IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA, os
governantes podem ter suspensos os
seus direitos pol í ticos, al é m da
perda do cargo para a
Administra çã o, seguindo-se o
ressarcimento dos bens e a nulidade
do ato ilicitamente praticado.
H á um sistema de fiscaliza çã o ou
mecanismo de controle de todos os
atos administrativos praticados. Por
exemplo, o Congresso Nacional
exerce esse controle atrav é s de
uma fiscaliza çã o cont á bil externa
ou interna sobre toda a
Administra çã o P ú blica. 5)
PRINC Í PIO DA
PUBLICIDADE é a divulga çã o
oficial do ato da Administra çã o
para a ci ê ncia do p ú blico em
geral, com efeito de iniciar a sua
atua çã o externa, ou seja, de gerar
efeitos jur í dicos. Esses efeitos
jur í dicos podem ser de direitos e
de obriga çõ es. Por exemplo, o
Prefeito Municipal, com o objetivo
de preencher determinada vaga
existente na sua Administra çã o,
NOMEIA ALGU É M para o cargo
de Procurador Municipal. No
entanto, para que esse ato de
nomea çã o tenha validade, ELE
DEVE SER PUBLICADO. E ap ó s
a sua publica çã o, o nomeado
ter á 30 dias para tomar posse. Esse
princ í pio da publicidade é uma
generalidade. Todos os atos da
Administra çã o t ê m que ser
p ú blicos.
A PUBLICIDADE DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS sofre as
seguintes exce çõ es: nos casos de
seguran ç a nacional : 8 seja ela de
origem militar, econ ô mica,
cultural etc.. Nestas situa çõ es, os
atos n ã o s ã o tornados p ú blicos.
Por exemplo, os ó rg ã os de
espionagem n ã o fazem
publicidade de seus atos; nos casos
de investiga çã o policial : onde o
Inqu é rito Policial é extremamente
sigiloso (s ó a a çã o penal
que é p ú blica); nos casos dos atos
internos da Adm.P ú blica : nestes,
por n ã o haver interesse da
coletividade, n ã o h á raz ã o para
serem p ú blicos. Por outro lado,
embora os processos
administrativos devam ser
p ú blicos, a publicidade se
restringe somente aos seus atos
intermedi á rios, ou seja, a
determinadas fases processuais.
Por outro lado, a Publicidade, ao
mesmo tempo que inicia os atos,
tamb é m possibilita à queles que
deles tomam conhecimento, de
utilizarem os REM É DIOS
CONSTITUCIONAIS contra eles.
Assim, com base em diversos
incisos do art. 5 ° da CF, o
interessado poder á se utilizar:
A publicidade dos atos
administrativos é feita tanto na
esfera federal (atrav é s do Di á rio
Oficial Federal) como na estadual
(atrav é s do Di á rio Oficial
Estadual) ou municipal (atrav é s
do Di á rio Oficial do Munic í pio).
Nos Munic í pios, se n ã o houver o
Di á rio Oficial Municipal, a
publicidade poder á ser feita
atrav é s dos jornais de grande
circula çã o ou afixada em locais
conhecidos e determinados pela
Administra çã o. Por ú ltimo, a
Publicidade deve ter objetivo
educativo, informativo e de
interesse social, N Ã O
PODENDO SER UTILIZADOS
S Í MBOLOS, IMAGENS ETC.
que caracterizem a promo çã o
pessoal do Agente Administrativo.

RELA ÇÕ ES JUR Í DICAS DA


ADMINISTRA ÇÃ O COM
PARTICULARES UNILATERAIS –
“ atos administrativos ” .
BILATERAIS – MODALIDADES-
de colabora çã o – - de
atribui çã o – ESP É CIES
: “ contratos administrativos
at í picos ou semip ú blico da
Administra çã o ” (regidos pelas
normas do Direito Privado - Civil;
posi çã o de igualdade com o
particular contratante)
ou “ contratos administrativos
t í picos ou propriamente
dito ” (regidos pelas regras do
Direito P ú blico - Administrativo;
supremacia do Poder P ú blico).
: é todo aquele em que o particular
se obriga a prestar ou realizar algo
para a Administra çã o, como
ocorre nos ajustes de obras,
servi ç os ou
fornecimentos; é realizado no
interesse prec í puo da
Administra çã o. é o em que a
Administra çã o confere
determinadas vantagens ou certos
direitos ao particular, tal como uso
especial de bem
p ú blico; é realizado no interesse
prec í puo do particular, desde que
n ã o contrarie o interesse p ú blico.
- contrato de obra p ú blica; -
contrato de fornecimento e
servi ç os; - contrato de consultoria
p ú blica; - contrato de permiss ã o
e concess ã o de uso e servi ç o; -
contrato de risco; - contrato de
gest ã o etc. PARTES :
CONTRATANTE – CONTRATADO
é o ó rg ã o ou entidade
signat á ria do instrumento
contratual. é a pessoa f í sica ou
jur í dica signat á ria de contrato
com a Administra çã o P ú blica.
PRINC Í PIOS E FUNDAMENTOS
REGENTES : B á sicos “ lex inter
partes ” : (lei entre as partes) -
impede a altera çã o do que as
partes convencionaram; “ pacta sunt
servanda ” : (observ â ncia do
pactuado) - obriga as partes a
cumprir fielmente o que
aven ç aram e prometeram
reciprocamente.

Setoriais norteadores dos contratos


administrativos: • vincula çã o da
Administra çã o ao interesse
p ú blico; • prescri çã o de
legitimidade das cl á usulas
contratuais
celebradas; • alterabilidade das
cl á usulas
regulamentares; • excepcionalidade
dos contratos de atribui çã o.
CONTE Ú DO : 10 t ê m que
obrigatoriamente, aterem-se aos
termos da lei e a presen ç a
inaport á vel da finalidade
p ú blica. LEGISLA ÇÃ O
DISCIPLINADORA : em nosso
direito, compete à Uni ã o expedir
normas gerais sobre contrata çã o
(art. 22, XXVII, CF) - as referidas
normas gerais, bem assim como a
legisla çã o espec í fica da Uni ã o
est ã o previstas: • na Lei n
° 8.666/93, com as altera çõ es
introduzidas pelas Leis n ° s.
8.883/94 e 9.648/98. • a Lei n
° 8.666/93 estabelece normas
gerais
sobre “ licita çõ es ” e “ contratos
administrativos ” pertinentes a
obras, servi ç os, inclusive de
publicidade, compras, aliena çõ es
e loca çõ es no â mbito dos Poderes
da Uni ã o, dos Estados, do DF e
dos Munic í pios; al é m
dos ó rg ã os da administra çã o
direta, subordinam a esta lei, os
fundos especiais, as autarquias, as
funda çõ es p ú blicas, as empresas
p ú blicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades
controladas direta e indiretamente
pela Uni ã o, Estados, DF e
Munic í pios. REQUISITOS DE
VALIDADE : REQUISITOS
FORMAIS : licitude do objeto e a
pr ó pria forma do contrato, que
preferencialmente, deve ser a
prescrita em lei, embora nada
obste à forma livre, desde que n ã o
vedada em lei. deve
mencionar: • os nomes das partes e
os de seus representantes; • a
finalidade; • o ato que autorizou a
sua lavratura; • o n ° do processo
de licita çã o, da dispensa ou da
inexigibilidade; • a sujei çã o dos
contratantes à s normas da Lei n
° 8.666/93 e à s cl á usulas
contratuais, • bem como a
publica çã o resumida
do “ instrumento do contrato ”
ESP É CIES DE REGIMES
JUR Í DICOS REGIMES
JUR Í DICOS • A Emenda
Constitucional n ° 19 ELIMINOU a
exig ê ncia 11 de REGIME
JUR Í DICO Ú NICO para a
administra çã o direta, aut á rquica
e fundacional. • Sabemos que a CF
previu a exist ê ncia de um
REGIME JUR Í DICO Ú NICO
(RJU) para os servidores da
Administra çã o Direta, das
Autarquias e das Funda çõ es
P ú blicas – esse Regime
Jur í dico Ú nico é de natureza
estatut á ria e no â mbito da Uni ã o
est á previsto na Lei 8112/90.
Regime Estatut á rio legal)
estabelecido por lei em cada esfera
de governo (natureza • A Lei
n º 9.962, de 22 de fevereiro de
2000 , disciplinou o regime de
emprego p ú blico do pessoal da
Administra çã o federal direta,
aut á rquica e fundacional,
no â mbito federal. Determinou a
aplica çã o do regime celetista aos
servidores federais. • No entanto, o
referido regime apresenta
peculiaridades, aplicando-se a
legisla çã o trabalhista naquilo que
a lei n ã o dispuser em
contr á rio. É imprescind í vel a
cria çã o dos empregos p ú blicos,
por leis espec í ficas. Os atuais
cargos do regime estatut á rio
poder ã o ser transformados em
empregos, tamb é m por leis
espec í ficas. • N ã o poder ã o
submeter-se ao regime trabalhista
os cargos de provimento em
comiss ã o, bem como os que forem
servidores estatut á rios
anteriormente à s leis que criarem
os empregos p ú blicos. • A
contrata çã o dos servidores
dever á ser precedida de concurso
p ú blico de provas ou de provas e
t í tulos. • A rescis ã o do contrato
de trabalho por tempo
indeterminado N Ã O
PODER Á ser realizada livremente
pela Administra çã o.
Ser á imprescind í vel que se
caracterizem as hip ó teses
previstas no art. 3 º da mencionada
lei: • falta grave; • acumula çã o
ilegal de cargos, empregos ou
fun çõ es p ú blicas; • necessidade
de redu çã o do quadro de pessoal,
por excesso de despesa;
e • insufici ê ncia de
desempenho. • Regime Estatut á rio
significa a inexist ê ncia de um
acordo de vontades no que tange à s
condi çõ es de presta çã o do
servi ç o – A Administra çã o n ã o
celebra contrato com o Servidor
Estatut á rio – as condi çõ es de
presta çã o do servi ç o est ã o
tra ç adas na Lei. O servidor ao
tomar posse no cargo p ú blico,
coloca-se sob essas condi çõ es,
n ã o tendo, no entanto, o
direito à persist ê ncia das mesmas
condi çõ es de trabalho existentes
no momento em que ele tomou
posse. Trata-se de um REGIME
LEGAL .
No caso do servidor p ú blico n ã o
existe contrato , existe um Estatuto
ao qual se submete – que é o
Regime Jur í dico Estatut á rio o
qual se ajusta ao interesse
p ú blico. As modifica çõ es s ã o
unilaterais porque s ã o ditadas
pelo interesse p ú blico,
da í porque preservam a sua
supremacia. • Importante é a
exig ê ncia do Concurso P ú blico,
que n ã o se limitou ao ingresso na
Administra çã o Direta, mas
tamb é m na Indireta, inclusive nas
Empresas P ú blicas e Sociedades
de Economia Mista. Regime
Trabalhista regido pela CLT, mas
submete-se à s normas
constitucionais (natureza
contratual) • O servidor
celetista é ocupante de emprego
p ú blico. • N ã o
adquirir á estabilidade. No entanto,
a sua dispensa ter á de
fundamentar-se em um dos motivos
legais. • os empregados em geral
regidos pela CLT possuem um
regime contratual o que significa
dizer que em princ í pio ajustam as
condi çõ es de trabalho e assim
ajustadas n ã o podem ser
modificadas unilateralmente.
REGIME JUR Í DICO DOS
SERVI Ç OS P Ú BLICOS Conceito
Servi ç o P ú blico é todo aquele
prestado pela Administra çã o ou
por seus delegados, sob normas e
controles estatais, para satisfazer
necessidades essenciais ou
secund á rias da coletividade ou
simples conveni ê ncias do
Estado. • A atribui çã o primordial
da Administra çã o
P ú blica é oferecer utilidades aos
administrados, n ã o se justificando
sua presen ç a sen ã o para prestar
servi ç os à coletividade. • Esses
servi ç os podem ser essenciais ou
apenas ú teis à comunidade, da í a
necess á ria distin çã o entre
servi ç os p ú blicos e servi ç os de
utilidade p ú blica ; mas, em
sentido amplo e gen é rico, quando
aludimos a servi ç o p ú blico,
abrangemos ambas as categorias.
Particularidades do Servi ç o
P ú blico • s ã o vinculados ao
princ í pio da legalidade ; • a Adm.
P ú blica pode unilateralmente
servi ç o; • continuidade do
servi ç o ; Caracter í sticas
Elemento Subjetivo- 13 o servi ç o
p ú blico é sempre incumb ê ncia
do Estado. É permitido ao Estado
delegar determinados servi ç os
p ú blicos, sempre atrav é s de lei e
sob regime de concess ã o ou
permiss ã o e por licita çã o . É o
pr ó prio Estado que escolhe os
servi ç os que, em determinado
momento, s ã o considerados
servi ç os p ú blicos. Ex. :
Correios; telecomunica çõ es;
radiodifus ã o; energia el é trica;
navega çã o a é rea e infraestrutura
portu á ria; transporte ferrovi á rio
e mar í timo entre portos brasileiros
e fronteiras nacionais; transporte
rodovi á rio interestadual e
internacional de passageiros;
portos fluviais e lacustres;
servi ç os oficiais de estat í stica,
geografia e geologia – IBGE;
servi ç os e instala çõ es
nucleares; • Servi ç o que compete
aos Estados Elemento Formal
distribui çã o de g á s
canalizado; – o regime jur í dico, a
princ í pio, é de Direito P ú blico.
Quando, por é m, particulares
prestam servi ç o em colabora çã o
com o Poder P ú blico o regime
jur í dico é h í brido , podendo
prevalecer o Direito P ú blico ou o
Direito Privado, dependendo do
que dispuser a lei. Em ambos os
casos, a
responsabilidade é objetiva. (os
danos causados pelos seus agentes
ser ã o indenizados pelo Estado)
Elemento Material p ú blico. – o
servi ç o p ú blico deve
corresponder a uma atividade de
interesse Princ í pios do Servi ç o
P ú blico Faltando qualquer desses
requisitos em um servi ç o p ú blico
ou de utilidade p ú blica, é dever
da Administra çã o intervir para
restabelecer seu regular
funcionamento ou retomar sua
presta çã o. • Princ í pio da
Perman ê ncia ou continuidade -
imp õ e continuidade no servi ç o;
os servi ç os n ã o devem sofrer
interrup çõ es; • Princ í pio da
generalidade - imp õ e servi ç o
igual para todos; devem ser
prestados sem discrimina çã o dos
benefici á rios; • Princ í pio da
efici ê ncia - exige atualiza çã o do
servi ç o, com presteza e
efici ê ncia; • Princ í pio da
modicidade - exige tarifas
razo á veis; os servi ç os devem ser
remunerados a pre ç os
razo á veis; • Princ í pio da cortesia
- traduz-se em bom tratamento para
com o p ú blico. Classifica çã o
dos Servi ç os P ú blicos Servi ç os
P ú blicos s ã o os que a
Administra çã o presta
diretamente à comunidade, por
reconhecer sua essencialidade e
necessidade para a sobreviv ê ncia
do grupo social e do pr ó prio
Estado. Por isso mesmo, tais
servi ç os s ã o considerados
privativos do Poder P ú blico, no
sentido de que s ó a
Administra çã o deve prest á -los,
sem delega çã o a terceiros. Ex .:
defesa nacional, de pol í cia, de
preserva çã o da sa ú de p ú blica.
Servi ç os de Utilidade P ú blica
Servi ç os de utilidade p ú blica
s ã o os que a Administra çã o,
reconhecendo sua conveni ê ncia
(n ã o essencialidade, nem
necessidade) para os membros da
coletividade, presta-os diretamente
ou aquiesce em que sejam
prestados por terceiros
(concession á rios,
permission á rios ou
autorizat á rios), nas condi çõ es
regulamentadas e sob seu controle,
mas por conta e risco dos
prestadores, mediante
remunera çã o dos usu á rios. Ex .:
os servi ç os de transporte coletivo,
energia el é trica, g á s, telefone.
Servi ç os pr ó prios do Estado
atribui çõ es do Poder P ú blico
(Ex. s ã o aqueles que se
relacionam intimamente com as :
seguran ç a, pol í cia, higiene e
sa ú de p ú blicas etc.) e para a
execu çã o dos quais a
Administra çã o usa da sua
supremacia sobre os administrados.
N ã o podem ser delegados a
particulares. Tais servi ç os, por
sua essencialidade, geralmente
s ã o gratuitos ou de baixa
remunera çã o. Servi ç os
impr ó prios do Estado s ã o os que
n ã o afetam substancialmente as
necessidades da comunidade, mas
satisfazem interesses comuns de
seus membros, e, por isso, a
Administra çã o os presta
remuneradamente, por
seus ó rg ã os ou entidades
descentralizadas (Ex. : autarquias,
empresas p ú blicas, sociedades de
economia mista, funda çõ es
governamentais), ou delega sua
presta çã o. Servi ç os Gerais
ou “ uti universi ” s ã o aqueles que
a Administra çã o presta sem Ter
usu á rios determinados, para
atender à coletividade no seu todo.
Ex.: pol í cia, ilumina çã o
p ú blica, cal ç amento. Da í por
que, normalmente, os servi ç os uti
universi devem ser mantidos por
imposto (tributo geral), e n ã o por
taxa ou tarifa, que é remunera çã o
mensur á vel e proporcional ao uso
individual do servi ç o. Servi ç os
Individuais ou “ uti singuli ” s ã o
os que t ê m usu á rios
determinados e utiliza çã o
particular e mensur á vel para cada
destinat á rio. Ex. : o telefone,
a á gua e a energia el é trica
domiciliares. S ã o sempre
servi ç os de utiliza çã o individual,
facultativa e mensur á vel, pelo
qu ê devem ser remunerados por
taxa (tributo) ou tarifa (pre ç o
p ú blico), e n ã o por imposto.
Servi ç os Industriais s ã o os que
produzem renda mediante uma
remunera çã o da utilidade usada ou
consumida. Ex .: ITA, CTA.
Servi ç os Administrativos
necessidades internas. Ex.: s ã o os
que a administra çã o executa para
atender as suas Imprensa Oficial.
Compet ê ncias e
Titularidades • interesses pr ó prios
de cada esfera administrativa • a
natureza e extens ã o dos
servi ç os • a capacidade para
execut á -los vantajosamente para a
Administra çã o e para os
administrados. Podem
ser: • Privativos
da Uni ã o 15 defesa nacional; a
pol í cia mar í tima, a é rea e de
fronteiras; a emiss ã o de moeda; o
servi ç o postal; os servi ç os de
telecomunica çõ es em geral; de
energia el é trica; de navega çã o
a é rea, aeroespacial e de infra-
estrutura portu á ria; os de
transporte interestadual e
internacional; de instala çã o e
produ çã o de energia nuclear; e a
defesa contra calamidades
p ú blicas. dos
Estados – distribui çã o de g á s
canalizado; dos Munic í pios o
transporte coletivo; a obriga çã o
de manter programas de educa çã o
pr é -escolar e de ensino
fundamental; os servi ç os de
atendimento à sa ú de da
popula çã o; o ordenamento
territorial e o controle do uso,
parcelamento e ocupa çã o do solo
urbano; a prote çã o ao patrim ô nio
hist ó rico-cultural local. • Comuns
servi ç os de sa ú de p ú blica
(SUS); promo çã o de programas de
constru çã o de moradia; prote çã o
do meio ambiente; • Usu á rios o
direito fundamental do usu á rio é o
recebimento do servi ç o; os
servi ç os uti singuli podem ser
exigidos judicialmente pelo
interessado que esteja na á rea de
sua presta çã o e atenda as
exig ê ncias regulamentares para
sua obten çã o; A transfer ê ncia da
execu çã o do servi ç o p ú blico
pode ser feita por OUTORGA ou
por DELEGA ÇÃ O. OUTORGA :
DELEGA ÇÃ O implica na
transfer ê ncia da pr ó pria
titularidade do servi ç o. • Quando,
por exemplo, a Uni ã o cria uma
Autarquia e transfere para esta a
titularidade de um servi ç o
p ú blico, n ã o transfere apenas a
execu çã o. N ã o pode mais a
Uni ã o retomar esse servi ç o, a
n ã o ser por lei. Faz-se atrav é s de
lei e s ó pode ser retirada atrav é s
de lei. • Outorga significa, portanto,
a transfer ê ncia da pr ó pria
titularidade do servi ç o da pessoa
pol í tica para a pessoa
administrativa, que desenvolve o
servi ç o em seu pr ó prio nome e
n ã o no de quem
transferiu. É sempre feita por lei e
somente por outra lei pode ser
mudada ou retirada. : implica na
mera transfer ê ncia da execu çã o
do servi ç o. Realiza-se por ato ou
contrato administrativo. S ã o as
concess õ es e permiss õ es do
servi ç o p ú blico. • Pode ser
retirado por um ato de mesma
natureza.
Deve ser autorizada por
lei. • Concentra çã o e
Desconcentra çã o ocorrem
no â mbito de uma mesma pessoa.
DESCONCENTRA ÇÃ O: existe
quando as atividades estiverem
distribu í das entre os ó rg ã os de
uma mesma pessoa – quando forem
as atribui çõ es transferidas
dos ó rg ã os centrais para os
locais/perif é ricos.
CONCENTRA ÇÃ O: ocorre o
inverso da desconcentra çã o.
H á uma transfer ê ncia das
atividades dos ó rg ã os
perif é ricos para os centrais.
Obs.: tanto a concentra çã o como a
desconcentra çã o poder á ocorrer
na estrutura administrativa
centralizada ou
descentralizada. • Ex.: o
INSS é exemplo de
descentraliza çã o. • A Uni ã o é um
exemplo de centraliza çã o
administrativa – mas as
atribui çõ es podem ser exercidas
por seus ó rg ã os centrais –
h á concentra çã o dentro de uma
estrutura
centralizada. • Desconcentra çã o
dentro de uma estrutura
centralizada – quando
h á delega çã o de
atribui çã o. • Administra çã o
Direta:
corresponde à centraliza çã o. • Adm
indireta:
corresponde à descentraliza çã o.
Concess ã o e Permiss ã o de
Servi ç os
P ú blicos É incumb ê ncia do
Poder P ú blico, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de
concess ã o ou permiss ã o, sempre
atrav é s de licita çã o, a presta çã o
de servi ç os p ú blicos. Existe a
necessidade de lei autorizativa
A lei dispor á sobre: I - o regime
das empresas concession á rias e
permission á rias de servi ç os
p ú blicos, o car á ter especial de
seu contrato e de sua prorroga çã o,
bem como as condi çõ es de
caducidade, fiscaliza çã o e
rescis ã o da concess ã o ou
permiss ã o; II - III - os direitos dos
usu á rios; pol í tica tarif á ria; IV -
a obriga çã o de manter servi ç o
adequado. CONCESS Ã O
PERMISS Ã O é a delega çã o
contratual da execu çã o do
servi ç o, na forma autorizada e
regulamentada pelo Executivo. O
contrato de Concess ã o é ajuste de
Direito Administrativo, bilateral,
oneroso, comutativo e realizado
intuito personae é tradicionalmente
considerada pela doutrina como ato
unilateral, discricion á rio,
prec á rio, intuito personae,
podendo ser gratuito ou oneroso. O
termo contrato, no que diz
respeito à Permiss ã o de servi ç o
p ú blico, tem o sentido de
instrumento de delega çã o,
abrangendo, tamb é m, os atos
administrativos. • Doutrina Ato
Administrativo • Lei Direitos dos
Usu á rios I - Contrato
Administrativo (contrato de
Ades ã o); participa çã o do
usu á rio na administra çã o: as
reclama çõ es
relativas à presta çã o dos
servi ç os p ú blicos em geral,
asseguradas à manuten çã o de
servi ç os de atendimento ao
usu á rio e a avalia çã o peri ó dica,
externa e interna, da qualidade dos
servi ç os; II - III - Pol í tica
Tarif á ria Licita çã o o acesso dos
usu á rios a registros
administrativos e a informa çõ es
sobre atos de governo; a disciplina
da representa çã o contra o
exerc í cio negligente ou abusivo de
cargo, emprego ou fun çã o na
administra çã o p ú blica. os
servi ç os p ú blicos s ã o
remunerados mediante
tarifa. • Concess ã o Exige
Licita çã o • Permiss ã o Contrato
de Concess ã o Exige Licita çã o
modalidade Concorr ê ncia
Contratar terceiros Sub-
concess ã o Atividades
acess ó rias ou complementares
Mediante autoriza çã o
Transfer ê ncia de concess ã o e
Controle societ á rio S ó com
anu ê ncia Encargos do Poder
Concedente 18 regulamentar o
servi ç o; fiscalizar; poder de
realizar a rescis ã o atrav é s de ato
unilateral; Encargos da
Concession á ria Interven çã o nos
Servi ç os P ú blicos Extin çã o da
Concess ã o Advento do Termo
Contratual Encampa çã o ou
Resgate Caducidade prestar
servi ç o adequado; cumprir as
cl á usulas contratuais; para
assegurar a regular execu çã o dos
servi ç os, o Poder Concedente
pode , atrav é s de Decreto,
instaurar procedimentos
administrativos para intervir nos
servi ç os concession á rias.
prestados pelas ao t é rmino do
contrato, o servi ç o é extinto; é a
retomada do servi ç o pelo Poder
Concedente durante o prazo da
concess ã o, por motivos de
interesse p ú blico, mediante Lei
Autorizativa espec í fica pagamento
da indeniza çã o. e ap ó s pr é vio
corresponde à rescis ã o unilateral
pela n ã o execu çã o ou
descumprimento de cl á usulas
contratuais, ou quando por qualquer
motivo o concession á rio paralisar
os servi ç os. Rescis ã o
Anula çã o por iniciativa da
concession á ria, no caso de
descumprimento das normas
contratuais pelo Poder Concedente,
mediante a çã o judicial. por
ilegalidade na licita çã o ou no
contrato administrativo; Fal ê ncia
ou Extin çã o da Concession á ria;
Falecimento ou incapacidade do
titular, no caso de empresa
individual; Autoriza çã o a
Administra çã o autoriza o
exerc í cio de atividade que, por
sua utilidade p ú blica, est á sujeita
ao poder de policia do
Estado. É realizada por ato
administrativo, discricion á rio e
prec á rio (ato negocial). É a
transfer ê ncia ao particular, de
servi ç o p ú blico de f á cil
execu çã o, sendo de regra sem
remunera çã o ou remunerado
atrav é s de tarifas. Ex .:
Despachantes; a manuten çã o de
canteiros e jardins em troca de
placas de publicidade. Conv ê nios
e Cons ó rcios Administrativos
Conv ê nios Administrativos s ã o
acordos firmados por entidades
p ú blicas de qualquer esp é cie, ou
entre estas e organiza çõ es
particulares, para realiza çã o de
objetivos de interesse comum dos
part í cipes. Cons ó rcios
Administrativos s ã o acordos
firmados entre entidades estatais,
aut á rquicas, fundacionais ou
paraestatais, sempre da mesma
esp é cie, para realiza çã o de
objetivos de interesse comum dos
part í cipes. Ag ê ncias
Reguladoras Ag ê ncias
Executivas Organiza çõ es
Sociais A Reforma Administrativa
ora sendo implantada previu a
cria çã o de autarquias especiais
que v ã o exercer o papel de poder
concedente relativamente aos
servi ç os p ú blicos transferidos
para particulares atrav é s do
contrato de concess ã o de
servi ç os p ú blicos. Elas ir ã o
receber maior autonomia
administrativa , or ç ament á ria e
financeira mediante contratos de
gest ã o firmados pelos seus
administradores com o poder
p ú blico. J á foram criadas
algumas Ag ê ncias Reguladoras,
como por
exemplo: • ANEEL – Ag ê ncia
Nacional de Energia
El é trica; • ANATEL – Ag ê ncia
Nacional de
Telecomunica çõ es; • ANP – Ag ê nc
Nacional do Petr ó leo tamb é m
s ã o autarquias que v ã o
desempenhar atividades de
execu çã o na administra çã o
p ú blica, desfrutando de autonomia
decorrente de contrato de
gest ã o. É necess á rio um decreto
do Presidente da Rep ú blica,
reconhecendo a autarquia como
Ag ê ncia Executiva. Ex.:
INMETRO. (ONG ´ s) • S ã o
pessoas jur í dicas de Direito
Privado, sem fins lucrativos,
institu í das por iniciativa de
particulares, para desempenhar
servi ç os sociais n ã o exclusivos
do Estado, com incentivo e
fiscaliza çã o do Poder P ú blico,
mediante v í nculo jur í dico
institu í do por meio de contrato de
gest ã o.

S ã o fun çõ es b á sicas do
Controle Interno:
prestar informa çõ es
permanentes à Administra çã o
Superior sobre todas as á reas
relacionadas com o controle, seja
cont á bil, administrativo,
operacional ou jur í dico;
preservar os interesses da
organiza çã o contra ilegalidades,
erros ou outras irregularidades;
velar para a realiza çã o das metas
pretendidas;
recomendar os ajustes necess á rios
com vistas à efici ê ncia
operacional.
C.F Art.31.A fiscaliza çã o do
Munic í pio ser á exercida pelo
Poder Legislativo
Municipal,mediante controle
externo,e pelos sistemas de
controle interno do Poder
Executivo Municipal ,na forma da
lei.

Na esfera federal, a
Administra çã o Direta ou
Centralizada é composta
por ó rg ã os
subordinados à Presid ê ncia da
Rep ú blica e aos Minist é rios,
como o Departamento da Pol í cia
Federal, Secretaria do Tesouro
Nacional ou a Corregedoria-Geral
da Uni ã o.

A diferen ç a entre
descentraliza çã o e
desconcentra çã o j á foi v á rias
vezes cobrada em provas
anteriores.

Princ í pios da Administra çã o


P ú blica
De acordo com o artigo 37 da
Constitui çã o Federal, est ã o
previstos os seguintes princ í pios
da administra çã o p ú blica:
legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade,
efici ê ncia.

A administra çã o
p ú blica é o conjunto das normas,
lei e fun çõ es desempenhadas para
organizar a administra çã o do
Estado em todas as suas inst â ncias
e tem como principal objetivo o
interesse p ú blico, seguindo os
princ í pios constitucionais da
legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e
efici ê ncia (art. 37, Constitui çã o
Federal de 1988
A Administra çã o pode assumir
duas vertentes: a primeira é a ideia
de servir e executar; a segunda
envolve a ideia de dire çã o ou
gest ã o. Nas duas vis õ es h á a
presen ç a da rela çã o de
subordina çã o e hierarquia.
Administrar para muitos significa
n ã o s ó prestar servi ç os e
execut á -los, como tamb é m
governar e exercer a vontade com o
objetivo de obter um resultado ú til
a coletividade. Administrar
significa tamb é m planejar e
elaborar a çõ es no sentido de
enfrentar os problemas vividos
diariamente pela sociedade, ou
seja, elaborar Pol í ticas P ú blicas
que possam orientar as a çõ es
governamentais. Em suma podemos
definir Administra çã o P ú blica
como toda atividade do Estado.
Logo, podemos formular conceito
pr ó prio partindo da vis ã o de
Hely Lopes Meirelles: “ O estudo
da Administra çã o P ú blica em
geral, compreendendo a sua
estrutura e as suas atividades, deve
partir do conceito de Estado, sobre
o qual repousa toda a concep çã o
moderna de organiza çã o e
funcionamento dos servi ç os
p ú blicos a serem prestados aos
administrados ” (MEIRELLES,
1994, p.55).
Princ í pio da Legalidade
A Legalidade est á no alicerce do
Estado de Direito, no princ í pio da
autonomia da vontade. É um dos
mais importantes para a
Administra çã o P ú blica. Baseia-
se no Art. 5 º da CF, que diz que
"ningu é m ser á obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa
sen ã o em virtude de lei",
pressuposto de que tudo o que
n ã o é proibido, é permitido por
lei. Mas o administrador p ú blico
deve fazer as coisas sob a
reg ê ncia da lei imposta. Portanto,
s ó pode fazer o que a lei lhe
autoriza. Ele n ã o pode se
distanciar dessa realidade, caso
contr á rio ser á julgado de acordo
com seus atos.

Princ í pio da Impessoalidade


A imagem de administrador
p ú blico n ã o deve ser identificada
quando a Administra çã o P ú blica
estiver atuando. Outro fator é que o
administrador n ã o pode fazer sua
pr ó pria promo çã o, tendo em
vista seu cargo, pois esse atua em
nome do interesse p ú blico. E
mais, ao representante
p ú blico é proibido o privil é gio
de pessoas espec í ficas. Todos
devem ser tratados de forma igual.

Princ í pio da Moralidade


Esse princ í pio tem a jun çã o de
Legalidade com Finalidade,
resultando em Moralidade. Ou seja,
o administrador deve trabalhar com
bases é ticas na administra çã o,
lembrando que n ã o pode ser
limitada na distin çã o de bem ou
mal. N ã o se deve visar apenas
esses dois aspectos, adicionando a
ideia de que o fim é sempre ser á o
bem comum. A legalidade e
finalidade devem andar juntas na
conduta de qualquer servidor
p ú blico, para o alcance da
moralidade.

Princ í pio da Publicidade


Na Publicidade, o gerenciamento
deve ser feito de forma legal, n ã o
oculta. A publica çã o dos
assuntos é importante para a
fiscaliza çã o, o que contribui para
ambos os lados, tanto para o
administrador quanto para o
p ú blico. Por é m, a publicidade
n ã o pode ser usada de forma
errada, para a propaganda pessoal,
e, sim, para haver um verdadeiro
controle social.

Princ í pio da Efici ê ncia


O administrador tem o dever de
fazer uma boa gest ã o. É o que esse
princ í pio afirma. O representante
deve trazer as melhores sa í das,
sob a legalidade da lei, bem como
mais efetiva. Com esse princ í pio,
o administrador obt é m a resposta
do interesse p ú blico e o Estado
possui maior efic á cia na
elabora çã o de suas a çõ es. Esse
princ í pio anteriormente n ã o
estava previsto na Constitui çã o e
foi inserido ap ó s a Emenda
Constitucional n º 19/98, relativo a
Reforma Administrativa do Estado.
Agora vem o 2 º grupo, que s ã o os
expl í citos ou impl í citos no texto
constitucional, al é m dos que
est ã o no art. 37, tamb é m s ã o
conhecidos como princ í pios
infraconstitucionais e derivam de
outras legisla çõ es esparsas e
espec í ficas.
Pessoas Lutando Interesses
Princ í pio do Interesse P ú blico
O princ í pio da supremacia do
interesse p ú blico sobre o interesse
privado é intimamente unido em
toda e qualquer sociedade
organizada. Segundo a pr ó pria
CF, “ todo o poder emana do
povo ” , por isso, o interesse
p ú blico ir á trazer o benef í cio e
bem-estar à popula çã o.
Princ í pio da Finalidade
É dever do administrador p ú blico
buscar os resultados mais pr á ticos
e eficazes. Esses resultados devem
estar ligados as necessidades e
aspira çõ es do interesse do
p ú blico.
Princ í pio da Igualdade
O art. 5 º da CF, prev ê que todos
temos direitos iguais sem qualquer
distin çã o. Para o administrador
n ã o é diferente. Ele n ã o pode
distinguir as situa çõ es. Sendo
obrigado, por lei, a agir de maneira
igual em situa çõ es iguais e
desigual em situa çõ es desiguais.
Princ í pio da Lealdade e boa-f é
O princ í pio da legalidade e boa-
f é , resume-se que o administrador
n ã o deve agir com mal í cia ou de
forma astuciosa para confundir ou
atrapalhar o cidad ã o no
exerc í cio de seus direitos. Sempre
deve agir de acordo com a lei e
com bom senso.
Princ í pio da Motiva çã o
Para todas as a çõ es dos
servidores p ú blicos, deve existir
uma explica çã o, um fundamento de
base e direito. O princ í pio da
motiva çã o é o que vai fundamentar
todas as decis õ es que ser ã o
tomadas pelo agente p ú blico.
Princ í pios da Razoabilidade e da
Proporcionalidade
O princ í pio da razoabilidade tem
o objetivo de proibir o excesso,
com a finalidade de evitar as
restri çõ es abusivas ou
desnecess á rias realizadas pela
Administra çã o P ú blica. Esse
princ í pio envolve o da
proporcionalidade, assim as
compet ê ncias da Administra çã o
P ú blica devem ser feitas
proporcionalmente, sendo
ponderadas, segundo as normas
exigidas para cumprimento da
finalidade do interesse p ú blico.
Os princ í pios administrativos
consubstanciados essencialmente na
Constitui çã o Federal e,
esparsamente em normas
infraconstitucionais, bem como, os
princ í pios b á sicos aplicados à s
licita çõ es constituem objeto do
presente estudo, sendo abordados
de maneira n ã o exaustiva em
p á ginas seguintes, com contornos
introdut ó rios e objetivos, para a
imediata compreens ã o e
assimila çã o, ampliando a
bibliografia correlata, para que
venham a ser conhecidos por todo e
qualquer cidad ã o leigo ou
estudante iniciante e efetivamente
observados e aplicados por todo e
qualquer administrador ou agente
p ú blico, visando à transpar ê ncia,
legalidade, economia e respeito ao
patrim ô nio p ú blico.
Para o perfeito entendimento e
valora çã o dos Princ í pios da
Administra çã o P ú blica,
fundamental uma explana çã o do
conceito de princ í pio.
Nesta ó ptica, CRETELLA Jr.,
citado por MARTINS afirma
que “ princ í pios de uma ci ê ncia
s ã o as proposi çõ es b á sicas
fundamentais, t í picas, que
condicionam todas as
estrutura çõ es subsequentes.
Princ í pios, nesse sentido, s ã o os
alicerces da ci ê ncia. ” (2004, p.
92).

Os Princ í pios Basilares


Aplicados à s Licita çõ es
A partir da conceitua çã o de
princ í pio, bem assim, da
explana çã o daqueles
estabelecidos pela Constitui çã o
Federal de 1988, percept í vel que
a Administra çã o P ú blica em seu
poder/dever, no desempenho de
todos os seus atos administrativos,
inclusive em procedimentos
licitat ó rios, subordina-se aos
ditames e regramento dos
princ í pios estudados.
Para que o bem-estar social seja
atendido, dentre outras atividades,
torna-se imprescind í vel a
disponibiliza çã o de servi ç os,
obras e aquisi çã o de bens
m ó veis ou
im ó veis à consecu çã o da
demanda identificada.
“ Constitui rotina para a
Administra çã o a celebra çã o de
contratos objetivando suprir suas
necessidades, manifestadas pelas
chamadas demandas sociais. O
crescimento das atividades estatais,
as reivindica çõ es do corpo social
determinam a imperiosidade de,
ante a impossibilidade de
execu çã o pela pr ó pria
Administra çã o e por entidades a
ela vinculadas, esta valer-se de
terceiros para a consecu çã o de
seus fins. Para tanto, contrata
pessoas f í sicas ou jur í dicas de
direito p ú blico ou
privado. ” (ROSA, 2003, p.84).

A prop ó sito, a Constitui çã o


Federal de 1988 em seu artigo 37,
inciso XXI, disp õ e que:
“ ressalvados os casos
especificados na legisla çã o, as
obras, servi ç os, compras e
aliena çõ es ser ã o contratados
mediante processo de licita çã o
p ú blica que assegure igualdade de
condi çõ es a todos os
concorrentes, com cl á usulas que
estabele ç am obriga çõ es de
pagamento, mantidas as condi çõ es
efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitir á as
exig ê ncias de qualifica çã o
t é cnica e econ ô mica
indispens á veis à garantia do
cumprimento das obriga çõ es. ”
A licita çã o surge neste cen á rio
como regra e, com rigor,
visa à obten çã o de proposta mais
vantajosa à Administra çã o
P ú blica quando de suas
contrata çõ es, possibilitando ampla
concorr ê ncia e tratamento
ison ô mico aos fornecedores,
atendendo ao interesse p ú blico
e à legalidade.
Indispens á vel, neste momento,
uma defini çã o do que seja a
Licita çã o na Administra çã o
P ú blica e, neste sentido, DI
PIETRO a conceitua como
sendo “ o procedimento
administrativo pelo qual um ente
p ú blico, no exerc í cio da fun çã o
administrativa, abre a todos os
interessados, que se sujeitem à s
condi çõ es fixadas no instrumento
convocat ó rio, a possibilidade de
formularem propostas dentre as
quais selecionar á e aceitar á a
mais conveniente para a
celebra çã o de contrato. ” (2002,
p. 298).
A Lei 8.666/93 regulamenta o
artigo 37, XXI da Constitui çã o
Federal e institui normas para
licita çõ es e contratos da
Administra çã o P ú blica, e em seu
artigo 1 º disp õ e:
“ Esta Lei estabelece normas gerais
sobre licita çõ es e contratos
administrativos pertinentes a obras,
servi ç os, inclusive de
publicidade, compras, aliena çõ es
e loca çõ es no â mbito dos Poderes
da Uni ã o, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Munic í pios. ”
Em seu artigo 2 º complementa
imediatamente que “ As obras,
servi ç os, inclusive de
publicidade, compras, aliena çõ es,
concess õ es, permiss õ es e
loca çõ es da Administra çã o
P ú blica, quando contratadas com
terceiros, ser ã o necessariamente
precedidas de licita çã o,
ressalvadas as hip ó teses previstas
nesta Lei. ” .
Al é m dos princ í pios
administrativos constitucionais
abordados anteriormente, o
procedimento licitat ó rio deve
obedi ê ncia a princ í pios
informativos espec í ficos,
consagrados em sua pr ó pria
legisla çã o, constantes do artigo
3 º da Lei 8.666/93, assim
expostos:

“ A licita çã o destina-se a garantir


a observ â ncia do princ í pio
constitucional da isonomia, a
sele çã o da proposta mais
vantajosa para a administra çã o e a
promo çã o do desenvolvimento
nacional sustent á vel e
ser á processada e julgada em
estrita conformidade com os
princ í pios b á sicos da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade,
da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da
vincula çã o ao instrumento
convocat ó rio, do julgamento
objetivo e dos que lhes s ã o
correlatos. ”
CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
Contrato: é todo acordo de
vontades, firmado livremente pelas
partes, para criar obriga çõ es e
direitos rec í procos CONTRATO
ADMINISTRATIVO: é o ajuste
que a Administra çã o, agindo nessa
qualidade, firma com o particular
ou outra entidade administrativa
PARA A CONSECU ÇÃ O DE
OBJETIVOS DE INTERESSE
P Ú BLICO, nas condi çõ es
estabelecidas pela pr ó pria
Administra çã o.
CARACTER Í STICAS
Consensual: acordo de vontades, e
n ã o um ato unilateral e impositivo
da Administra çã o; Formal:
Oneroso: Comutativo: expressado
por escrito e com requisitos
especiais; remunerado na forma
convencionada; porque estabelece
compensa çõ es rec í procas; Intuitu
Personae: Deve ser executado pelo
pr ó prio contratado, vedadas, em
princ í pio, a sua substitui çã o por
outrem ou a transfer ê ncia de
ajuste. MODALIDADES DE
CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS 1.
CONTRATO DE OBRA
P Ú BLICA: Trata-se do ajuste
levado a efeito pela
Administra çã o P ú blica com um
particular, que tem por objeto A
CONSTRU ÇÃ O, A REFORMA
OU AMPLIA ÇÃ O DE CERTA
OBRA P Ú BLICA. Tais contratos
s ó podem ser realizados com
profissionais ou empresa de
engenharia, registrados no
CREA. • Pela EMPREITADA,
atribui-se ao particular a execu çã o
da obra mediante remunera çã o
previamente ajustada. • Pela
Tarefa, outorga-se ao particular
contratante a execu çã o de
pequenas obras ou parte de obra
maior, mediante remunera çã o por
pre ç o certo, global ou unit á rio.
2. CONTRATO DE SERVI Ç O :
Trata-se de acordo celebrado pela
Administra çã o P ú blica com certo
particular. S ã o servi ç os de
demoli çã o, conserto, instala çã o,
montagem, opera çã o,
conserva çã o, repara çã o,
manuten çã o, transporte, etc. N ã o
podemos confundir contrato de
servi ç o com contrato de
concess ã o de servi ç o. No
Contrato de Servi ç o a
Administra çã o recebe o servi ç o.
J á na Concess ã o, presta o
servi ç o ao Administrado por
interm é dio de outrem. 3.
CONTRATO DE
FORNECIMENTO : É o acordo
atrav é s do qual a Administra çã o
P ú blica adquire, por compra,
coisas m ó veis de certo particular,
com quem celebra o ajuste. Tais
bens destinam-se à realiza çã o de
obras e manuten çã o de servi ç os
p ú blicos.
Ex. materiais de consumo, produtos
industrializados, g ê neros
aliment í cios, etc. 4. CONTRATO
DE GEST Ã O : é o ajuste
celebrado pelo Poder P ú blico
com ó rg ã o ou entidade da
Administra çã o Direta, Indireta e
entidades privadas qualificadas
como ONG ’ s 5. CONTRATO
DE CONCESS Ã O : Trata-se de
ajuste, oneroso ou gratuito,
efetivado sob condi çã o pela
Administra çã o P ú blica, chamada
CONCEDENTE, com certo
particular, o CONCESSION Á RIO,
visando transferir o uso de
determinado bem
p ú blico. É contrato precedido de
autoriza çã o legislativa.
PECULIARIDADES DOS
CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS A
Administra çã o P ú blica aparece
com uma s é rie de prerrogativas
que garantem sua supremacia sobre
o particular. Tais peculiaridades
constituem as chamadas
CL Á USULAS EXORBITANTES,
expl í citas ou impl í citas ,
administrativo. CL Á USULAS
EXORBITANTES em todo contrato
jamais seriam poss í veis no
Direito Privado 1. Exig ê ncia de
Garantia 2. Altera çã o ou
Rescis ã o Unilateral por parte da
Administra çã o; 3. Fiscaliza çã o;
4. Retomada do Objeto; 5.
Aplica çã o de Penalidades e
Anula çã o 6. Equil í brio
Econ ô mico e Financeiro; 7.
Impossibilidade do Particular
Invocar a Exce çã o do Contrato
n ã o Cumprido; 1. Exig ê ncia de
Garantia: Ap ó s ter vencido a
Licita çã o, é feita uma exig ê ncia
ao contratado, a qual pode ser:
Cau çã o em dinheiro, T í tulos da
D í vida P ú blica, Fian ç a
Banc á ria, etc. Esta garantia
ser á devolvida ap ó s a execu çã o
do contrato. Caso o contratado
tenha dado causa a rescis ã o
contratual, a Administra çã o
poder á reter a garantia a t í tulo de
ressarcimento.
Altera çã o ou Rescis ã o
Unilateral: A Administra çã o
P ú blica tem o dever de zelar pela
efici ê ncia dos servi ç os
p ú blicos e, muitas vezes,
celebrado um contrato de acordo
com determinados padr õ es,
posteriormente, observa-se que
estes n ã o mais servem ao interesse
p ú blico, quer no plano dos
pr ó prios interesses, quer no plano
das t é cnicas empregadas. Essa
ALTERA ÇÃ O n ã o pode sofrer
resist ê ncia do particular
contratado, desde que o Poder
P ú blico observe uma cl á usula
correlata, qual seja, o
EQUIL Í BRIO ECON Ô MICO e
financeiro do contrato. • motivos
ensejadores de altera çõ es nos
Contratos I - II - III - n ã o
cumprimento de cl á usulas
contratuais, especifica çõ es,
projetos ou prazos; a lentid ã o do
seu cumprimento, o atraso
injustificado no in í cio da obra,
servi ç o ou fornecimento ou a
paralisa çã o da obra, do servi ç o
ou do fornecimento, sem justa causa
e pr é via
comunica çã o à Administra çã o; a
decreta çã o de fal ê ncia ou a
instaura çã o de insolv ê ncia civil;
a dissolu çã o da sociedade ou o
falecimento do contratado, ou
ainda, a altera çã o social ou a
modifica çã o da finalidade ou da
estrutura da empresa que
prejudique a execu çã o do
contrato; IV - raz õ es de interesse
p ú blico; V - a ocorr ê ncia de
caso fortuito ou de for ç a maior; 3.
Fiscaliza çã o: Os contratos
administrativos prev ê em a
possibilidade de controle e
fiscaliza çã o a ser exercido pela
pr ó pria Administra çã o. Deve a
Administra çã o fiscalizar,
acompanhar a execu çã o do
contrato, admitindo-se, inclusive,
uma interven çã o do Poder
P ú blico no contrato, assumindo a
execu çã o do contrato para
eliminar falhas, preservando o
interesse p ú blico. 4. Retomada do
Objeto: O princ í pio da
continuidade do servi ç o p ú blico
AUTORIZA a retomada do objeto
de um contrato, sempre que a
paralisa çã o ou a ineficiente
execu çã o possam ocasionar
preju í zo ao interesse p ú blico. 5.
Aplica çã o de Penalidades: Pode o
Poder P ú blico IMPOR
PENALIDADES em decorr ê ncia
da fiscaliza çã o e controle
(aplica çã o de multas e, em casos
extremos, a proibi çã o de contratar
com a Administra çã o P ú blica).
Resulta do princ í pio da “ auto-
executoriedade ” e do poder de
pol í cia da Administra çã o
P ú blica. • OBS: É evidente que
no contrato de direito privado seria
inadmiss í vel a aplica çã o das
san çõ es penais que exigem
interven çã o do Poder Judici á rio.
6. Equil í brio Financeiro: Nos
contratos administrativos, os
direitos dos contratados est ã o
basicamente voltados para as
chamadas cl á usulas
econ ô micas. • O contratado tem o
direito à manuten çã o ao longo da
execu çã o do contrato, da mesma
proporcionalidade entre encargos e
vantagens estabelecidas no
momento em que o contrato foi
celebrado. • Por isso, se a
Administra çã o alterar cl á usulas
do servi ç o, IMPONDO MAIS
GASTOS ou Ô NUS AO
CONTRATADO, DEVER Á , de
modo correlato, proporcionar
modifica çã o na remunera çã o a
que o contratado faz jus, sob pena
do contratado reclamar
judicialmente PLEITEANDO O
EQUIL Í BRIO ECON Ô MICO
FINANCEIRO, que é a
manuten çã o da comutatividade na
execu çã o do contrato
(equival ê ncia entre as
presta çõ es – comutativo). 7.
Exce çã o do Contrato n ã o
Cumprido: É a impossibilidade do
Particular invocar a Exce çã o do
Contrato n ã o cumprido. Nos
contratos de direito privado, de
natureza bilateral, ou seja, naqueles
em que existem obriga çõ es
rec í procas, é admiss í vel a
exce çã o do contrato n ã o
cumprido – a parte pode dizer que
somente cumprir á a obriga çã o se
a outra parte cumprir a sua. • No
entanto, nos contratos
administrativos, afirma-se que o
princ í pio da continuidade dos
servi ç os p ú blicos
IMPOSSIBILITA AO
PARTICULAR arg ü ir a exce çã o
do contrato n ã o cumprido. Se a
Administra çã o descumpriu uma
cl á usula contratual, o particular
n ã o deve paralisar a execu çã o do
contrato, mas postular perante o
Poder Judici á rio as repara çõ es
cab í veis ou a rescis ã o
contratual. • a inoponibilidade da
exce çã o do contrato n ã o
cumprido s ó prevaleceria para os
contratos de servi ç os p ú blicos.
Nos demais, seria imposs í vel a
inoponibilidade da exce çã o do
contrato n ã o cumprido. Hoje, a
Lei 8.666/93 – Contratos e
Licita çõ es – prev ê a paralisa çã o
da execu çã o do contrato n ã o
pago por per í odo acima de 90
dias.
INTERPRETA ÇÃ O DOS
CONTRATOS As normas que
regem os contratos administrativos
s ã o as de Direito P ú blico,
suplementadas pelos princ í pios da
teoria geral dos contratos e do
Direito Privado. Nos contratos
administrativos celebrados em prol
da coletividade n ã o se pode
interpretar suas cl á usulas contra
essa mesma coletividade. Existem
princ í pios que n ã o podem ser
desconsiderados pelos int é rpretes,
tais como a “ vincula çã o da
administra çã o ao interesse
p ú blico ” , “ presun çã o de
legitimidade das cl á usulas
contratuais ” . Qualquer cl á usula
que contrarie o interesse p ú blico
ou renuncie direitos da
Administra çã o, deve ser
interpretada como n ã o escrita,
salvo se autorizada por lei.
FORMALIZA ÇÃ O DO
CONTRATO ADMINISTRATIVO
Os contratos Administrativos
regem-se pelas suas cl á usulas e
pelos preceitos de Direito
P ú blico, aplicando-lhes
supletivamente os princ í pios da
Teoria Geral do Contratos e o
Direito Privado. Os contratos
administrativos t ê m que ser
precedidos por Licita çã o, salvo
nos casos de INEXEGIBILIDADE
e DISPENSA. Ter ã o que constar,
obrigatoriamente, Cl á usulas
Obrigat ó rias: • as que definem o
objeto; • as que estabele ç am o
regime de execu çã o da obra; • as
que fixem o pre ç o e as condi çõ es
de pagamento; • as que tragam os
crit é rios de reajustamento e
atualiza çã o monet á ria; • as que
marquem prazos de in í cio,
execu çã o, conclus ã o e entrega do
objeto do contrato; • as que
apontem as garantias, etc.
Instrumento Contratual: lavram-se
nas pr ó prias reparti çõ es
interessadas; • exige-se Escritura
P ú blica quando tenham por objeto
direito real sobre im ó veis • o
contrato verbal constitui exce çã o,
pois os neg ó cios administrativos
dependem de comprova çã o
documental e registro nos ó rg ã os
de controle interno. • A aus ê ncia
de contrato escrito e requisitos
essenciais e outros defeitos de
forma podem viciar as
manifesta çõ es de vontade das
partes e com isto acarretar a
ANULA ÇÃ O do contrato.
Conte ú do: é a vontade das partes
expressa no momento de sua
formaliza çã o • surge ent ã o a
necessidade de cl á usulas
necess á rias, que fixem com
fidelidade o objeto do ajuste e
definam os direitos e obriga çõ es,
encargos e
responsabilidades. • N ã o se
admite, em seu conte ú do,
cl á usulas que concedam maiores
vantagens ao contratado, e que
sejam
prejudiciais à Administra çã o
P ú blica. • Integram o Contrato: o
Edital, o projeto, o memorial,
c á lculos, planilhas,etc.
EXECU ÇÃ O DO
CONTRATO É o cumprimento de
suas cl á usulas firmadas no
momento de sua
celebra çã o; é cumpri-lo no seu
objeto, nos seus prazos e nas suas
condi çõ es. Execu çã o
Pessoal • todo
contrato é firmado “ intuitu
personae ” , ou seja,
s ó poder á execut á -lo aquele que
foi o ganhador da licita çã o; • nem
sempre é personal í ssimo, podendo
exigir a participa çã o de diferentes
t é cnicos e especialistas, sob sua
inteira responsabilidade; Encargos
da Execu çã o • o
contratado é respons á vel pelos
encargos trabalhistas,
previdenci á rios, fiscal e
comerciais decorrentes da
Execu çã o do contrato; • a
inadimpl ê ncia do contratado, com
refer ê ncia a esses encargos, n ã o
transfere a
responsabilidade à Administra çã o
e nem onera o objeto do
contrato; • outros encargos
poder ã o ser atribu í dos ao
contratado, mas dever ã o constar
do Edital de Licita çã o;
Acompanhamento da Execu çã o do
Contrato • é direito da
Administra çã o e compreende a
Fiscaliza çã o, orienta çã o,
interdi çã o, interven çã o e
aplica çã o de penalidades
contratuais. Etapa Final da
Execu çã o do Contrato • consiste
na entrega e recebimento do objeto
do contrato. Pode ser provis ó rio
ou definitivo INEXECU ÇÃ O DO
CONTRATO É o descumprimento
de suas cl á usulas, no todo em
parte. Pode ocorrer por a çã o ou
omiss ã o, culposa ou sem culpa de
qualquer das partes.
Causas Justificadoras: S ã o causas
que permitem justificar o
descumprimento do contrato por
parte do contratado. A exist ê ncia
dessas causas pode
levar à extin çã o ou à revis ã o das
cl á usulas do contrato. 1. 2.
3. 4. 5. Teoria da
Imprevis ã o Fato do Pr í ncipe
Fato da Administra çã o Caso
Fortuito For ç a Maior TEORIA DA
IMPREVIS Ã O : Pressup õ e
situa çõ es imprevis í veis que
afetam substancialmente as
obriga çõ es contratuais, tornando
excessivamente oneroso o
cumprimento do contrato. • É a
aplica çã o da antiga
cl á usula “ rebus sic
stantibus ” . • Os contratos s ã o
obrigat ó rios ( “ pacta sunt
servanda ” ). No entanto, nos
contratos de presta çõ es sucessivas
est á impl í cita a cl á usula “ rebus
sic stantibus ” (a conven çã o n ã o
permanece em vigor se houver
mudan ç a da situa çã o existente no
momento da celebra çã o). • A
aplica çã o da TEORIA DA
IMPREVIS Ã O permite o
restabelecimento do equil í brio
econ ô mico-financeiro do contrato
administrativo. FATO DO
PR Í NCIPE : tamb é m
denominada “á lea
administrativa ” , é a medida de
ordem geral, praticada pela
pr ó pria Administra çã o
P ú blica, n ã o relacionada
diretamente com o contrato, MAS
QUE NELE REPERCUTE,
provocando desequil í brio
econ ô micofinanceiro em
detrimento do contratado. Ex .:
Medida Governamental que
dificulte a importa çã o de
mat é ria-prima
necess á ria à execu çã o do
contrato. FATO DA
ADMINISTRA ÇÃ O : CASO
FORTUITO : é toda a çã o ou
omiss ã o do Poder P ú blico que ,
incidindo direta e especificamente
sobre o contrato, retarda ou impede
a sua execu çã o. É falta contratual
cometida pela Administra çã o. é o
evento da natureza, inevit á vel e
imprevis í vel, que impossibilita o
cumprimento do contrato. Ex.:
inunda çã o FOR Ç A MAIOR : é o
acontecimento humano,
imprevis í vel e inevit á vel, que
impossibilita a execu çã o do
contrato. Ex. : greve.
Conseq üê ncias da
Inexecu çã o: • propicia sua
rescis ã o; • acarreta para o
inadimplente, conseq üê ncia de
Ordem Civil e
Administrativa; • acarreta a
suspens ã o provis ó ria e a
declara çã o de inidoneidade para
contratar com a Administra çã o.
REVIS Ã O DO CONTRATO
ADMINISTRATIVO Pode ocorrer
por interesse da pr ó pria
Administra çã o ou pela
superveni ê ncia de fatos novos que
tornem inexeq üí vel o ajuste
inicial. Interesse da
Administra çã o: quando o interesse
p ú blico exige a altera çã o do
projeto ou dos processos t é cnicos
de sua execu çã o, com aumento de
encargos; Superveni ê ncia de
Fatos: quando sobrevem atos de
Governo ou fatos materiais
imprevistos e imprevis í veis pelas
partes, o qual dificulte ou agravem
a conclus ã o do objeto do
contrato. • em qualquer destes
casos, o contrato é pass í vel de
REVIS Ã O. RESCIS Ã O DO
CONTRATO
ADMINISTRATIVO É o t é rmino
do contrato durante a execu çã o
por inadimpl ê ncia de uma das
partes, pela superveni ê ncia de
eventos que impe ç am ou tornem
inconvenientes o prosseguimento do
ajuste. A esse respeito distinguem-
se as hip ó teses de RESCIS Ã O:
a) ADMINISTRATIVA; b)
JUDICIAL; c) DE PLENO
DIREITO. PLENO DIREITO:
n ã o depende de manifesta çã o das
partes, pois decorre de um fato
extintivo j á previsto, que
leva à rescis ã o do contrato de
pleno direito. Ex.: a fal ê ncia.
JUDICIAL: é determinada pelo
Poder Judici á rio, sendo
facultativa para a Administra çã o -
esta, se quiser, pode pleitear
judicialmente a rescis ã o. O
contratado somente poder á pleitear
a rescis ã o, JUDICIALMENTE.
ADMINISTRATIVA: • Por motivo
de interesse p ú blico • Por falta do
contratado. a) por motivo de
interesse p ú blico: A
Administra çã o, zelando pelo
interesse p ú blico, considera
inconveniente a sua manuten çã o.
Obs: o particular far á jus a mais
ampla indeniza çã o, no caso de
rescis ã o por motivo de interesse
p ú blico. b) por falta do
contratado: Nesse caso, n ã o
est á a Administra çã o obrigada a
entrar na justi ç a e, ent ã o por seus
pr ó prios meios, declara a
rescis ã o, observando o DEVIDO
PROCESSO LEGAL, ou seja, que
se assegure o direito de defesa ao
contratado.

4- Ato Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO : é o ato
jur í dico praticado pela
Administra çã o P ú blica; é todo o
ato l í cito, que tenha por fim
imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar ou extinguir
direitos; • s ó pode ser praticado
por agente p ú blico competente;
Fato Jur í dico : Ato
Jur í dico é um acontecimento
material involunt á rio, que vai
produzir conseq üê ncias
jur í dicas. : é uma manifesta çã o
de vontade destinada a produzir
efeitos jur í dicos. Fato
Administrativo : é o acontecimento
material da Administra çã o, que
produz conseq üê ncias jur í dicas.
No entanto, n ã o traduz uma
manifesta çã o de vontade voltada
para produ çã o dessas
conseq üê ncias. Ex. : A
constru çã o de uma obra p ú blica;
o ato de ministrar uma aula em
escola p ú blica; o ato de realizar
uma cirurgia em hospital p ú blico,
O Fato Administrativo n ã o se
destina a produzir efeitos no mundo
jur í dico, embora muitas vezes
esses efeitos ocorram, como
exemplo, uma obra p ú blica mal
executada vai causar danos aos
administrados, ensejando
indeniza çã o. Uma cirurgia mal
realizada em um hospital p ú blico,
que tamb é m resultar á na
responsabilidade do Estado. 8.2.
ESP É CIES DE ATOS
ADMINISTRATIVOS Atos
Normativos: aqueles que cont ê m
um comando geral do Executivo,
visando a correta aplica çã o da
lei; estabelecem regras gerais e
abstratas, pois visam a explicitar a
norma legal. Exs Decretos,
Regulamentos, Regimentos,
Resolu çõ es, Delibera çõ es, etc.
.: Atos Ordinat ó rios: visam
disciplinar o funcionamento da
Administra çã o e a conduta
funcional de seus agentes. Emanam
do poder hier á rquico da
Administra çã o. Exs .:
Instru çõ es, Circulares, Avisos,
Portarias, Ordens de Servi ç o,
Of í cios, Despachos.
Atos Normativos: aqueles que
cont ê m um comando geral do
Executivo, visando a correta
aplica çã o da lei; estabelecem
regras gerais e abstratas, pois
visam a explicitar a norma legal.
Exs Decretos, Regulamentos,
Regimentos, Resolu çõ es,
Delibera çõ es, etc. .: Atos
Ordinat ó rios: visam disciplinar o
funcionamento da Administra çã o e
a conduta funcional de seus
agentes. Emanam do poder
hier á rquico da Administra çã o.
Exs .: Instru çõ es, Circulares,
Avisos, Portarias, Ordens de
Servi ç o, Of í cios, Despachos.
Atos Negociais: aqueles que
cont ê m uma declara çã o de
vontade do Poder P ú blico
coincidente com a vontade do
particular; visa a concretizar
neg ó cios p ú blicos ou atribuir
certos direitos ou vantagens ao
particular. Ex.: Licen ç a;
Autoriza çã o; Permiss ã o;
Aprova çã o; Aprecia çã o; Visto;
Homologa çã o; Dispensa;
Ren ú ncia; Atos Enunciativos:
aqueles que se limitam a certificar
ou atestar um fato, ou emitir
opini ã o sobre determinado
assunto; N Ã O SE VINCULA A
SEU ENUNCIADO. Ex.:
Certid õ es; Atestados;
Pareceres. Atos Punitivos: atos
com que a Administra çã o visa a
punir e reprimir as infra çõ es
administrativas ou a conduta
irregular dos administrados ou de
servidores. É a APLICA ÇÃ O do
Poder de Policia e Poder
Disciplinar. Ex.: Multa;
Interdi çã o de atividades;
Destrui çã o de coisas;
Afastamento de cargo ou
fun çã o. REQUISITOS DO
ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS Compet ê ncia,
Finalidade, Forma, Motivo e
Objeto (COFIFOMOB)
COMPET Ê NCIA: é o poder,
resultante da lei, que d á ao agente
administrativo a capacidade de
praticar o ato
administrativo; é VINCULADO; É o
primeiro requisito de validade do
ato administrativo.
Inicialmente, é necess á rio
verificar se a Pessoa Jur í dica tem
atribui çã o para a pr á tica daquele
ato. É preciso saber, em segundo
lugar, se o ó rg ã o daquela Pessoa
Jur í dica que praticou o ato, estava
investido de atribui çõ es para
tanto. Finalmente, é preciso
verificar se o agente p ú blico que
praticou o ato, f ê -lo no exerc í cio
das atribui çõ es do cargo. O
problema da compet ê ncia,
portanto, resolve-se nesses tr ê s
aspectos. • A compet ê ncia
ADMITE DELEGA ÇÃ O E
AVOCA ÇÃ O. Esses institutos
resultam da hierarquia.
FINALIDADE: é o bem jur í dico
objetivado pelo ato
administrativo; é VINCULADO; O
ato deve alcan ç ar a finalidade
expressa ou implicitamente prevista
na norma que atribui compet ê ncia
ao agente para a sua pr á tica. O
Administrador n ã o pode fugir da
finalidade que a lei imprimiu ao
ato, sob pena de NULIDADE do ato
pelo DESVIO DE FINALIDADE
espec í fica. Havendo qualquer
desvio, o ato é nulo por DESVIO
DE FINALIDADE , mesmo que
haja relev â ncia social. FORMA
: é a maneira regrada (escrita em
lei) de como o ato deve ser
praticado; É o revestimento externo
do ato; é VINCULADO. Em
princ í pio, exige-se a forma escrita
para a pr á tica do ato.
Excepcionalmente, admitem-se as
ordens atrav é s de sinais ou de
voz, como s ã o feitas no
tr â nsito. Em alguns casos, a
forma é particularizada e exige-se
um determinado tipo de forma
escrita. MOTIVO : é a situa çã o
de direito que autoriza ou exige a
pr á tica do ato administrativo;
motiva çã o obrigat ó ria
motiva çã o facultativa- ato
vinculado - ato discricion á rio
pode estar previsto em lei (a
autoridade s ó pode praticar o ato
caso ocorra a situa çã o prevista),
ou n ã o estar previsto em lei (a
autoridade tem a liberdade de
escolher o motivo em vista do qual
editar á o ato); A efetiva
exist ê ncia do motivo é sempre um
requisito para a validade do ato. Se
o Administrador invoca
determinados motivos, a validade
do ato fica subordinada à efetiva
exist ê ncia desses motivos
invocados para a sua pr á tica. É a
teoria dos Motivos Determinantes.
OBJETO : é o conte ú do do
ato; é a pr ó pria altera çã o na
ordem jur í dica; é aquilo que o ato
disp õ e. Pode ser VINCULADO
ou DISCRICION Á RIO. ato
vinculado ato discricion á rio o
objeto j á est á predeterminado na
lei (Ex .: aposentadoria do
servidor). h á uma margem de
liberdade do Administrador para
preencher o conte ú do do ato (Ex. :
desapropria çã o – cabe ao
Administrador escolher o bem, de
acordo com os interesses da
Administra çã o).
MOTIVO e OBJETO, nos
chamados atos discricion á rios,
caracterizam o que se denomina de
M É RITO ADMINISTRATIVO.
M É RITO ADMINISTRATIVO
corresponde à esfera de
discricionariedade reservada ao
Administrador e, em princ í pio,
n ã o pode o Poder Judici á rio
pretender substituir a
discricionariedade do
administrador pela
discricionariedade do Juiz. Pode,
no entanto, examinar os motivos
invocados pelo Administrador para
verificar se eles efetivamente
existem e se porventura
est á caracterizado um desvio de
finalidade. Ato Legal e
Perfeito é o ato administrativo
completo em seus requisitos e
eficaz em produzir seus efeitos;
portanto, é o ato eficaz e
exeq üí vel; Requisitos Tipo do
Ato Caracter í sticas
COMPET Ê NCIA Vinculado é O
PODER, resultante da lei, que
d á ao agente administrativo a
capacidade de praticar o ato
administrativo. Admite
DELEGA ÇÃ O e AVOCA ÇÃ O.
FINALIDADE Vinculado é o bem
jur í dico OBJETIVADO pelo ato
administrativo; é ao que o ato se
compromete; FORMA
Vinculado é a maneira regrada
(escrita em lei) de como o ato deve
ser praticado; É o revestimento
externo do ato. MOTIVO
Vinculado ou Discricion á rio é a
situa çã o de direito que autoriza ou
exige a pr á tica do ato
administrativo; OBJETO
Vinculado ou Discricion á rio é o
conte ú do do ato; é a pr ó pria
altera çã o na ordem
jur í dica; é aquilo de que o ato
disp õ e, trata.
ATRIBUTOS E QUALIDADES DO
ATO ADMINISTRATIVO
PRESUN ÇÃ O DE
LEGITIMIDADE: todo ato
administrativo presume-se
leg í timo, isto é , verdadeiro e
conforme o direito; é presun çã o
relativa (juris tantum). Ex.:
Execu çã o de D í vida
Ativa – cabe ao particular o ô nus
de provar que n ã o deve ou que o
valor est á errado.
IMPERATIVIDADE: é a qualidade
pela qual os atos disp õ em de
for ç a execut ó ria e se imp õ em
aos particulares,
independentemente de sua
concord â ncia; Ex.: Secret á rio de
Sa ú de quando dita normas de
higiene – decorre do exerc í cio do
Poder de Pol í cia – pode impor
obriga çã o para o
administrado. É o denominado
poder extroverso da
Administra çã o. AUTO-
EXECUTORIEDADE: é o atributo
do ato administrativo pelo qual o
Poder P ú blico pode obrigar o
administrado a cumpr í -lo,
independentemente de ordem
judicial;

CLASSIFICA ÇÃ O DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS

#Gerais destinam-se a uma


parcela grande de sujeitos
indeterminados e todos aqueles que
se v ê em abrangidos pelos seus
preceitos;
Edital; Regulamentos; Instru çõ es
#Individuais destina-se a uma
pessoa em particular ou a um grupo
de pessoas determinadas .
Demiss ã o,exonera çã o,outorga de
licen ç a
#Internos os destinat á rios s ã o
os ó rg ã os e agentes
Circulares e portarias da
Administra çã o n ã o se dirigem a
terceiros.
#Externos alcan ç am os
administrados de modo geral
(s ó entram em vigor depois de
publicados).
Admiss ã o,licen ç a
#Imp é rio aquele que a
administra çã o pratica no gozo de
suas prerrogativas; em posi çã o de
supremacia perante o administrado;
Desapropria çã o,interdi çã o,requis
#Gest ã o s ã o os praticados pela
Administra çã o em situa çã o de
igualdade com os particulares,
SEM USAR SUA
SUPREMACIA;
Aliena çã o e aquisi çã o de
bens,certid õ es
#Expediente aqueles praticados
por agentes subalternos; atos de
rotina interna;
Protocolo
#Vinculado quando n ã o h á , para
o agente, liberdade de escolha,
devendo se sujeitar à s
determina çõ es da Lei;
Licen ç a pedido de aposentadoria
#Discricion á rio quando
h á liberdade de escolha (na LEI)
para o agente, no que diz respeito
ao m é rito ( CONVENI Ê NCIA e
OPORTUNIDADE ).
Autoriza çã o
#Simples produzido por
um ú nico ó rg ã o; podem ser
simples singulares ou simples
colegiais. Despacho
#Composto produzido por
um ó rg ã o, mas dependente da
ratifica çã o de outro ó rg ã o para
se tornar exeq üí vel. Dispensa de
licita çã o
#Complexo resultam da soma de
vontade de 2 ou mais ó rg ã os.
N ã o deve ser confundido com
procedimento administrativo
(Concorr ê ncia P ú blica). Escolha
em lista tr í plice

EXTIN ÇÃ O DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS
CASSA ÇÃ O: embora leg í timo
na sua origem e forma çã o, torna-
se ilegal na sua execu çã o; quando
o destinat á rio descumpre
condi çõ es pr é -estabelecidas.
Ex.:: algu é m obteve uma
permiss ã o para explorar o
servi ç o p ú blico, por é m
descumpriu uma das condi çõ es
para a presta çã o desse servi ç o.
Vem o Poder P ú blico e, como
penalidade, procede a cassa çã o da
permiss ã o.
REVOGA ÇÃ O: é a extin çã o 36
de um ato administrativo legal e
perfeito, por raz õ es de
conveni ê ncia e oportunidade, pela
Administra çã o, no exerc í cio do
poder discricion á rio. O ato
revogado conserva os efeitos
produzidos durante o tempo em que
operou. A partir da data da
revoga çã o é que cessa a
produ çã o de efeitos do ato
at é ent ã o perfeito e legal.
S ó pode ser praticado pela
Administra çã o P ú blica por
raz õ es de oportunidade e
conveni ê ncia. A revoga çã o n ã o
pode atingir os direitos adquiridos
EX-NUNC = (nunca mais) - sem
efeito retroativo ANULA ÇÃ O: é a
supress ã o do ato administrativo,
com efeito retroativo, por raz õ es
de ilegalidade e ilegitimidade.
Pode ser examinado pelo Poder
Judici á rio (raz õ es de legalidade
e legitimidade) e pela
Administra çã o P ú blica (aspectos
legais e no m é rito). EX-TUNC =
com efeito retroativo, invalida as
conseq üê ncias passadas, presentes
e futuras. CADUCIDADE: É a
cessa çã o dos efeitos do ato em
raz ã o de uma lei superveniente,
com a qual esse
ato é incompat í vel. A
caracter í stica incompatibilidade
do ato com a norma subseq ü ente.
ATOS NULOS E ATOS
ANUL Á VEIS Atos Inexistentes :
Atos Nulos: s ã o os que cont ê m
um comando criminoso (Ex.:
mandasse torturar um preso). s ã o
aqueles que atingem gravemente a
lei ( Ex é a algu é m que .: pr á tica
de um ato por Ato Anul á vel uma
pessoa jur í dica incompetente). :
representa uma viola çã o mais
branda à norma (Ex.: um ato que
era de compet ê ncia do Ministro e
foi praticado por Secret á rio
Geral. Houve viola çã o, mas n ã o
t ã o grave porque foi praticado
dentro do mesmo ó rg ã o).
CONVALIDA ÇÃ O :
CONVERS Ã O : É a pr á tica de
um ato posterior que vai conter
todos os requisitos de validade,
INCLUSIVE aquele que n ã o foi
observado no ato anterior e
determina a sua
retroatividade à data de vig ê ncia
do ato tido como anul á vel. Os
efeitos passam a contar da data do
ato anterior – é editado um novo
ato. Aproveita-se, COM UM
OUTRO CONTE Ú DO, o ato que
inicialmente foi considerado nulo.
Ex.: Nomea çã o de algu é m para
cargo p ú blico sem aprova çã o em
concurso, mas poder á haver a
nomea çã o para cargo
comissionado. A convers ã o
d á ao ato a conota çã o que deveria
ter tido no momento da sua
cria çã o. Produz efeito EX-TUNC.
Recursos Administrativos: s ã o
meios h á beis que podem ser
utilizados para provocar o reexame
do ato administrativo, pela
PR Ó PRIA ADMINISTRA ÇÃ O
P Ú BLICA. Recursos
Administrativos: em regra, o
efeito É N Ã O SUSPENSIVO.
Representa çã o: den ú ncia de
irregularidades feita perante a
pr ó pria Administra çã o;
Reclama çã o: oposi çã o expressa
a atos da Administra çã o que
afetam direitos ou interesses
leg í timos do interessado; Pedido
de Reconsidera çã o: solicita çã o
de reexame dirigida à mesma
autoridade que praticou o ato;
Recurso Hier á rquico pr ó prio:
dirigido à autoridade ou inst â ncia
superior do mesmo ó rg ã o
administrativo em que foi praticado
o ato; é decorr ê ncia da hierarquia;
Recurso Hier á rquico Expresso:
CONTROLE LEGISLATIVO:
N Ã O dirigido à autoridade
ou ó rg ã o estranho à reparti çã o
que expediu o ato recorrido, mas
com compet ê ncia julgadora
expressa. PODE exorbitar à s
hip ó teses constitucionalmente
previstas, sob pena de ofensa ao
princ í pio da separa çã o de
poderes. O controle alcan ç a
os ó rg ã os do Poder Executivo e
suas entidades da Administra çã o
Indireta e o Poder Judici á rio
(quando executa fun çã o
administrativa). Controle Pol í tico:
tem por base a possibilidade de
fiscaliza çã o sobre atos
ligados à fun çã o administrativa e
organizacional. Controle
Financeiro: Campo de Controle: A
fiscaliza çã o cont á bil, financeira,
or ç ament á ria, operacional e
patrimonial da Uni ã o e das
entidades da administra çã o direta
e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade,
aplica çã o das subven çõ es e
ren ú ncia de receitas,
ser á exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
Prestar á contas qualquer pessoa
f í sica ou jur í dica, p ú blica ou
privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre
dinheiro, bens e valores p ú blicos
ou pelos quais a Uni ã o responda,
ou que, em nome desta, assuma
obriga çõ es de natureza
pecuni á ria.
TCU: é ó rg ã o integrante do
Congresso Nacional que tem a
FUN ÇÃ O DE auxili á -lo no
controle financeiro externo da
Administra çã o P ú blica. Obs.:
No â mbito estadual e municipal,
aplicam-se, no que couber, aos
respectivos Tribunais e Conselhos
de Contas, as normas sobre
fiscaliza çã o cont á bil, financeira
e or ç ament á ria.

PRINC Í PIOS – s ã o regras que


surgem como par â metro para a
interpreta çã o das demais normas
jur í dicas. PRINC Í PIO DA
SUPREMACIA DO INTERESSE
P Ú BLICO havendo conflito de
interesses, prevalece sempre o
interesse p ú blico. É o princ í pio
que determina privil é gios
jur í dicos e um patamar de
superioridade do interesse
p ú blico sobre o particular
Conseq üê ncias: a) a
administra çã o p ú blica como
DETENTORA DE
PRIVIL É GIOS.
imunidade rec í proca entre os entes
p ú blicos (n ã o pagam
impostos); • prescri çã o
q ü inq ü enal
(prazo ú nico); • execu çã o fiscal
de seus cr é ditos – a
fazenda é credora (lei 6.830/
estabelece). • a çã o regressiva
contra seus servidores culpados por
danos a
terceiros; • impenhorabilidade de
seus bens e rendas; • prazo
qu á druplo para
contestar; • impedimento de
ac ú mulo de cargos p ú blicos.
b) POSI ÇÃ O DE
SUPERIORIDADE nas rela çõ es
com os
particulares • CAPACIDADE
UNILATERAL DE RESCIS Ã O e
ou de ALTERA ÇÃ O DO
CONTRATO. PRINC Í PIO
DA INDISPONIBILIDADE DO
INTERESSE P Ú BLICO LIMITA
A SUPREMACIA, o interesse
p ú blico n ã o pode ser livremente
disposto pelo administrador que,
NECESSARIAMENTE, deve atuar
nos limites da lei. Ex.: A
LICITA ÇÃ O É OBRIGAT Ó RIA;
p ú blico qualificado,
indispon í vel. O administrador
n ã o pode dispor .
PRINC Í PIOS
CONSTITUCIONAIS DO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Princ í pios Constitucionais L I
M P E
Legalidade É o princ í pio b á sico
de todo o Direito P ú blico. A
doutrina costuma usar a seguinte
express ã o: na atividade
particular tudo o que n ã o
est á proibido é permitido, na
Administra çã o P ú blica tudo o
que n ã o
est á permitido é proibido. O
administrador est á rigidamente
preso à lei e sua atua çã o deve ser
confrontada com a lei.
Impessoalidade Significa que o
administrador deve orientar-se por
crit é rios objetivos, n ã o devendo
fazer distin çõ es fundamentadas em
crit é rios pessoais. Toda a
atividade da Administra çã o
P ú blica deve ser praticada tendo
em vista a finalidade p ú blica . Se
n ã o visar o bem p ú blico,
ficar á sujeita à invalida çã o, por
desvio de finalidade. É em
decorr ê ncia desse princ í pio que
temos, por exemplo, o concurso
p ú blico e a licita çã o. • Desse
princ í pio decorre a generalidade
do servi ç o p ú blico – todos que
preencham as exig ê ncias t ê m
direito ao servi ç o p ú blico. • A
responsabilidade objetiva do
Estado decorre do princ í pio da
impessoalidade. Moralidade O
Direito Administrativo elaborou um
conceito pr ó prio de moral,
diferente da moral comum. A moral
administrativa significa que o dever
do administrador n ã o é apenas
cumprir a lei formalmente, mas
cumprir substancialmente,
procurando sempre o melhor
resultado para a administra çã o.
Pressuposto de validade de todo
ato da Administra çã o P ú blica,
tem a ver com a é tica, com a
justi ç a, a honestidade, a
conveni ê ncia e a oportunidade
. • Toda atua çã o do
administrador é inspirada no
interesse p ú blico. • Jamais a
moralidade administrativa pode
chocar-se com a lei. • Por esse
princ í pio, o administrador n ã o
aplica apenas a lei, mas vai al é m,
aplicando a sua subst â ncia. • A
Constitui çã o de 1988 enfatizou a
moralidade administrativa,
prevendo que “ os atos de
improbidade importar ã o a
suspens ã o dos direitos pol í ticos,
a perda da fun çã o p ú blica, a
indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao er á rio na forma e
grada çã o previstas em lei, sem
preju í zo da a çã o penal
cab í vel ” . Publicidade Requisito
da efic á cia e moralidade,
pois é atrav é s da divulga çã o
oficial dos atos da Administra çã o
P ú blica que ficam assegurados o
seu cumprimento, observ â ncia e
controle; destina-se, de um
lado, à produ çã o dos efeitos
externos dos atos administrativos.
Existem atos que n ã o se
restringem ao ambiente interno da
administra çã o porque se destinam
a produzir efeitos
externos – da í ser necess á ria a
publicidade. Efici ê ncia Exige
resultados positivos para o
servi ç o p ú blico e satisfat ó rio
atendimento das necessidades dos
administrados (p ú blico). Trata-se
de princ í pio meramente
ret ó rico. É poss í vel, no entanto,
invoc á -lo para limitar a
discricionariedade do
Administrador, levando-o a
escolher a melhor op çã o.
Efici ê ncia Exige resultados
positivos para o servi ç o p ú blico
e satisfat ó rio atendimento das
necessidades dos administrados
(p ú blico). Trata-se de princ í pio
meramente ret ó rico. É poss í vel,
no entanto, invoc á -lo para limitar
a discricionariedade do
Administrador, levando-o a
escolher a melhor op çã o.
Efici ê ncia é a obten çã o do
melhor resultado com o uso
racional dos meios. Atualmente, na
Administra çã o P ú blica, a
tend ê ncia é preval ê ncia do
controle de resultados sobre o
controle de meios. Outros
princ í pios da Administra çã o
P ú blica Supremacia do interesse
p ú blico Os interesses p ú blicos
t ê m supremacia sobre os
interesses individuais; é a
ess ê ncia do regime jur í dico
administrativo. Presun çã o de
Legitimidade Os atos da
Administra çã o presumem-se
leg í timos, at é prova em
contr á rio (presun çã o relativa ou
juris tantum – ou seja, pode ser
destru í da por prova contr á ria.)
Finalidade Toda atua çã o do
administrador se destina a atender o
interesse p ú blico e garantir a
observ â ncia das finalidades
institucionais por parte das
entidades da Administra çã o
Indireta. A finalidade p ú blica
objetivada pela lei é a ú nica que
deve ser perseguida pelo
administrador. A Lei, ao atribuir
compet ê ncia ao Administrador,
tem uma finalidade p ú blica
espec í fica. O administrador,
praticando o ato fora dos fins,
expressa ou implicitamente
contidos na norma, pratica
DESVIO DE FINALIDADE.
Autotutela A Administra çã o tem o
dever de zelar pela legalidade e
efici ê ncia dos seus pr ó prios
atos. É por isso que se
reconhece à Administra çã o o
poder e dever de anular ou declarar
a nulidade dos seus pr ó prios atos
praticados com infra çã o à Lei. • A
Administra çã o n ã o precisa ser
provocada ou recorrer ao
Judici á rio para reconhecer a
nulidade dos seus pr ó prios
atos; • A Administra çã o pode
revogar os atos administrativos que
n ã o mais atendam à s finalidades
p ú blicas – sejam inoportunos,
sejam inconvenientes – embora
legais. • Em suma, a autotutela se
justifica para
garantir à Administra çã o: a defesa
da legalidade e efici ê ncia dos
seus atos; nada mais é que um
autocontrole; Continuidade dos
Servi ç os P ú blicos O servi ç o
p ú blico destina-se a atender
necessidades sociais. É com
fundamento nesse princ í pio que
nos contratos administrativos n ã o
se permite que seja invocada, pelo
particular, a exce çã o do contrato
n ã o cumprido. • Nos contratos
civis bilaterais pode-se invocar a
exce çã o do contrato n ã o
cumprido para se eximir da
obriga çã o. • Hoje, a legisla çã o
j á permite que o particular invoque
a exce çã o de contrato n ã o
cumprido – Lei
8666/93 – Contratos e Licita çõ es,
apenas no caso de atraso superior a
90 dias dos pagamentos devidos
pela Administra çã o.
A exce çã o do contrato n ã o
cumprido é deixar de cumprir a
obriga çã o em virtude da outra
parte n ã o ter cumprido a
obriga çã o correlata.
Razoabilidade Os poderes
concedidos à Administra çã o
devem ser exercidos na medida
necess á ria ao atendimento do
interesse coletivo, sem exageros. O
Direito Administrativo consagra a
supremacia do interesse p ú blico
sobre o particular, mas essa
supremacia s ó é leg í tima na
medida em que os interesses
p ú blicos s ã o atendidos. Exige
proporcionalidade entre os meios
de que se utilize a Administra çã o
e os fins que ela tem que alcan ç ar.
Agir com l ó gica, raz ã o,
pondera çã o. Atos
discricion á rios.

Auto-Tutela a autotutela se
justifica para
garantir à Administra çã o: a defesa
da legalidade e efici ê ncia dos
seus atos; nada mais é que um
autocontrole SOBRE SEUS ATOS.
Continuidade do Servi ç o
P ú blico O servi ç o p ú blico
destina-se a atender necessidades
sociais. É com fundamento nesse
princ í pio que nos contratos
administrativos n ã o se permite que
seja invocada, pelo particular, a
exce çã o do contrato n ã o
cumprido. Os servi ç os n ã o
podem parar .
Razoabilidade Os poderes
concedidos à Administra çã o
devem ser exercidos na medida
necess á ria ao atendimento do
interesse coletivo, SEM
EXAGEROS.
REFER Ê NCIAS
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Da
administra çã o p ú blica
burocr á tica à gerencial. Revista
do Servi ç o P ú blico, 47, (1)
janeiro-abril 1996. Dispon í vel
em: . Acesso em: 20 maio 2009.
ALEXANDRINO, Marcelo; DE
PAULO, Vicente. Direito
Administrativo. 13 ª ed. ver. e atual.
Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
LIMA, Paulo Daniel Barreto.
Excel ê ncia em Gest ã o P ú blica.
Recife: F ó rum Nacional de
Qualidade, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto.
Introdu çã o à teoria geral da
administra çã o. 6 ª ed. Rio de
Janeiro : Campus, 2000

MORAES, Alexandre de. Direito


Constitucional. 9 ª ed.S ã o Paulo.
Atlas, 2001.
TEMER, Michel. Elementos de
Direito Constitucional. 16 ª ed.
S ã o Paulo, Malheiros, 2000.
COMENT Á RIOS À LEI 8.112/90

INTRODU ÇÃ O

A Lei 8112/90 nasceu para integrar


os preceitos contidos no Art. 37 da
CF;

A EC 19/98 extinguiu o Regime


Jur í dico Ú nico para os servidores
p ú blicos civis da Uni ã o,
Estados, DF e munic í pios. Cada
uma das esferas de Governo pode
adotar qualquer dos regimes
jur í dicos existentes: estatut á rio
ou celetista. Pode ainda haver
ado çã o concomitante de regimes
distintos;
Para os empregados p ú blicos foi
editada a Lei 9962/00;

A Lei 8112/90 institui o Regime


Jur í dico dos servidores p ú blicos
civis da Uni ã o, Autarquias,
inclusive as especiais, e as
Funda çõ es P ú blicas Federais;

Campo de aplica çã o: somente a


Uni ã o:
Executivo: Pres. da Rep ú blica,
Minist é rios, Autarquias e
Funda çõ es P ú blicas Federais.

Legislativo: SF e CD;

Judici á rio: Todos os tribunais


(exceto TJ dos Estados);

E tamb é m TCU e MPU (Federal,


DFT, Trabalho, Militar e Eleitoral).

Diferen ç a entre Servidor P ú blico


e Funcion á rio P ú blico

Esta no C ó digo Penal e


na CF/88.

Conceitos B á sicos:

Cargo: é a menor parcela de poder


do Estado previsto em numero certo
e ocupado por servidor p ú blico.
Para Hely Lopes
Meirelles – cargo é o espa ç o
preenchido por um servidor
p ú blico.

Emprego: é a unidade ocupada por


quem possui vinculo contratual
regido pela CLT.

Fun çã o: é o rol de atribui çõ es


desempenhadas pelos agentes
p ú blicos. É a atribui çã o ou
conjunto de atribui çõ es que a
administra çã o confere a cada
categoria profissional, ou comete
individualmente a determinados
servidores para a execu çã o de
servi ç os eventuais ou
tempor á rios.

Fun çã o de confian ç a é exercida


exclusivamente por servidor de
cargo efetivo, destina-se apenas á s
atribui çõ es de dire çã o, chefia ou
assessoramento para brasileiros ou
estrangeiros na forma da lei.Todo
cargo ou emprego possui fun çã o.
Todavia, poder á haver fun çã o
independentemente de emprego ou
cargo.
Classifica çã o: Helly Lopes
Meirelles

Agente P ú blico: toda ou qualquer


pessoa, com ou sem vinculo, com
ou sem remunera çã o,
transitoriamente ou n ã o, que
exer ç a uma fun çã o do Estado.

Agente Pol í tico – todos aqueles


componentes do governo nos seus
primeiros escal õ es, investidos em
cargos, empregos, fun çõ es,
mandatos ou comiss õ es para o
exerc í cio de atribui çõ es
constitucionais. Exemplos:
presidente da republica, prefeito,
vereadores, senadores e ministros
do STF e TCU.

Agente Administrativo – s ã o todos


aqueles que se vinculam ao Estado
ou à s suas Entidades ou ó rg ã os
por rela çõ es profissionais,
sujeitos a hierarquia funcional, e ao
regime pr ó prio da entidade a que
servem. Podem ser: servidores
p ú blicos, empregados p ú blicos
ou servidores tempor á rios.
Agente Honorifico – s ã o
cidad ã os convocados, designados
ou nomeados para prestar, mesmo
que transitoriamente, determinados
servi ç os ao Estado, em raz ã o de
sua condi çã o c í vica. Exemplos:
Jurados e Mes á rios.

Agente Delegado – s ã o aqueles


que recebem incumb ê ncia de
execu çã o de determinada
atividade, obra, ou servi ç o que o
realizar ã o em nome pr ó prio.
Exemplos: os not á rios e
registradores, os interpretes, os
leiloeiros, os tradutores,
concession á rios e os
permission á rios.

Agente Credenciado – s ã o os
credenciados pelo Estado para
represent á -lo em situa çã o
especifica que demandam
conhecimentos especializados.

Concurso P ú blico
É imprescind í vel para nomea çã o
de cargo efetivo;

Ser á de provas ou provas e


t í tulos;

Pode ser realizado em 2 etapas;

Validade de at é 2 anos, podendo


ser prorrogado uma ú nica vez, por
igual per í odo;

Ser ã o reservados at é 20% de


vagas do concurso para portadores
de defici ê ncia, desde que as
atribui çõ es sejam compat í veis
(no DF s ã o 20%). Obs. Qualquer
defici ê ncia, desde que
compat í vel com o cargo;

N ã o se abrir á novo concurso


enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com
o prazo de validade n ã o expirado.
Por é m, a constitui çã o permite.

O concurso p ú blico é regido pelas


regras contidas em seu edital. Este
dever á se publicado no DOU e em
jornal de grande circula çã o.
Nomea çã o

Em princ í pio a aprova çã o em


concurso p ú blico n ã o gera
Direito a nomea çã o; porem, se o
instrumento convocat ó rio fixou
prazo para o provimento do cargo,
a í existe o Direito a nomea çã o;

Servidor nomeado por concurso


p ú blico tem o Direito a posse,
enquanto que a nomea çã o de
servidor sem concurso pode ser
desfeita antes da posse;
Posse

É a investidura em cargo p ú blico;

Ocorre com a assinatura do


respectivo termo em que consta as
atribui çõ es, deveres e direitos;
O termo da posse n ã o pode ser
alterado unilateralmente;

Ocorre no prazo de 30 dias da


nomea çã o ou do t é rmino do
impedimento;

Pode ser feita por procura çã o


especifica;

S ó h á posse se existir aprova çã o


de inspe çã o medica;

Requisitos para a investidura (art.


5 ° da 8.112/90):
a)Ser brasileiro;

b)No gozo dos direitos pol í ticos;

c)Estar quites com as obriga çõ es


militares e eleitorais;

d)Contar com 18 anos de idade


completos;

e)N í vel de escolaridade exigido


para o cargo;

f)Aptid ã o f í sica e mental.


Obs: as atribui çõ es do cargo
podem justificar a exig ê ncia de
outros requisitos estabelecidos em
lei;

N ã o constituem requisitos para


posse, mas ser ã o apresentadas na
posse:

Declara çã o de n ã o acumular
cargos, empregos ou fun çõ es
p ú blicas ilicitamente;

Declara çã o de bens e valores que


constituem o patrim ô nio.
Se o nomeado n ã o toma posse no
prazo legal, torna-se sem efeito o
ato de nomea çã o
(n ã o é exonera çã o nem
demiss ã o).

Exerc í cio

É o efetivo desempenho das


atribui çõ es do cargo;
Ocorre em at é 15 dias a partir da
posse;

Para aqueles que entram em


exerc í cio titularizando fun çã o de
confian ç a esta data coincide com a
publica çã o do ato de designa çã o,
salvo quando o servidor estiver
afastado ou de licen ç a (neste caso
n ã o poder á exceder 30 dias)

As vantagens do cargo e a
contrapresta çã o pecuni á ria v ê m
com o exerc í cio;

Jornada de trabalho m á xima é de


40 horas semanais, sendo o
m í nimo de 6 horas e o Maximo de
8 horas por dia;

Servidor que toma posse e n ã o


entra em exerc í cio dentro do prazo
estabelecido ser á exonerado ex-
of í cio.

Est á gio Probat ó rio

Destina-se a avaliar a aptid ã o e a


capacidade do servidor para o
desempenho do cargo;
Fatores de avalia çã o: assiduidade;
disciplina; responsabilidade;
produtividade; capacidade de
iniciativa.

Prazo de est á gio probat ó rio: 24


meses ou 3 anos (ver Edital do
concurso);

O est á gio probat ó rio ocorre no


cargo e n ã o no servi ç o publico;

A homologa çã o de desempenho do
servidor ocorrer á 4 meses antes do
fim do est á gio probat ó rio;
O servidor em est á gio probat ó rio
n ã o pode receber as licen ç as:
para capacita çã o profissional,
para desempenho de mandato
classista e para assuntos
particulares;

O servidor em est á gio probat ó rio


pode exercer cargo em comiss ã o
ou fun çã o comissionada;

O est á gio probat ó rio pode ficar


suspenso por licen ç as.
Servidor reprovado em est á gio
probat ó rio:

A - Se est á vel: ser á reconduzido


ao cargo anteriormente ocupado:

- Se vago d á -se provimento;

- Se extinto fica em
disponibilidade;

- Se estiver ocupado: o ocupante


fica e o reconduzido
ser á aproveitado.
B – Se n ã o est á vel
ser á exonerado.

Estabilidade: requisitos:

Concurso p ú blico;

3 anos de efetivo exerc í cio;

Nomea çã o em cargo efetivo.

Durante esse per í odo, a aptid ã o e


capacidade do servidor ser ã o
objeto de avalia çã o para o
desempenho do cargo, observados
os seguintes fatores: “ RAPID ”

Servidor est á vel perde o cargo:

Demiss ã o em virtude de senten ç a


judicial transitada em julgado;

Demiss ã o mediante PAD;

Exonera çã o mediante
procedimento de avalia çã o
peri ó dica de desempenho na
forma de lei complementar;

Exonera çã o por limite de gasto


com pessoal. 50% receita liquida
de Uni ã o e 60% dos demais entes.

Sempre que o servidor mudar de


cargo inicia-se novo est á gio
probat ó rio;

O servidor ao assinar o termo de


posse, considera-se investido no
cargo;

S ó é servidor efetivo quem faz


concurso p ú blico;

Discricionariedade é o poder de
liberdade;

Agente pol í tico n ã o é regido pela


lei 8.112/90 e sim, pela
constitui çã o;

Cargo vital í cio: membros do MP


(promotor) e membros da
magistratura (juizes);
Todo cargo tem fun çã o, mas o
servidor pode ter fun çã o sem ter
cargo;

Fun çã o comissionada é s ó para


servidor efetivo;

Cargo comissionado é para


servidor efetivo ou n ã o;

Prover é preencher o cargo;

S ó é servidor ao tomar posse,


antes é nomeado;

O STF afirma que n ã o existe


direito adquirido em regime
jur í dico dos servidores p ú blicos;

A posse n ã o é um contrato
administrativo;

O m ê s para o servidor é de 30
dias.

Provimento: é o preenchimento de
determinado cargo que estava
vazio. Para que haja o
provimento, é necess á rio que
sejam respeitados requisitos
b á sicos para a investidura em
cargo p ú blico (art. 5 º ):

Obs. A investidura ocorrer á com a


posse e o provimento, com a
nomea çã o.

Tipos de Provimento:

Origin á rio: é o v í nculo inicial


entre a pessoa e a administra çã o,
apresenta apenas uma forma:
NOMEA ÇÃ O que pode ser feita
por decreto ou
portaria. É aut ô nomo e inicial.

Derivado: é o ato de preenchimento


de um cargo quando j á existe um
vinculo anterior com a
administra çã o como: promo çã o,
reintegra çã o, remo çã o e
revers ã o. N ã o existem mais os
termos TRANSFER Ê NCIA E
ASCENS Ã O.

Escalonamento do Provimento:
Horizontal (sem eleva çã o
profissional) ou Vertical (com
eleva çã o profissional)

Nomea çã o:

Conceito: forma de provimento


origin á ria de cargo em vac â ncia.

Caracter í sticas: inicia a


investidura, gera expectativa de
posse.

Ob: Somente haver á posse ap ó s a


nomea çã o.
Poder á se dar para cargos de
provimento n ã o efetivo ou de
provimento efetivo.

Publica çã o no D.O.U.

Readapta çã o:

Conceito: forma de provimento


derivada horizontal por investidura
do servidor que tenha sofrido
limita çõ es f í sicas ou mentais em
cargo de atribui çõ es que se
compatibilizem com aquelas.
Horizontal: vencimento, n í vel de
escolaridade, especializa çã o
mantidos;

Independe de estabilidade ou das


limita çõ es terem decorrido de
acidente em servi ç o;

Vac â ncia;

Excedente.

Revers ã o:
Conceito: forma de provimento
derivada por reingresso do
servidor aposentado a
Administra çã o em decorr ê ncia
de cessa çã o da invalidez ou a
pedido, no interesse da
Administra çã o.

Vedada para servidores que


alcan ç aram 70 anos de idade;

Por cessa çã o da invalidez:

- Independe de estabilidade;
- Independe de cargo em vac â ncia
(excedente).

A pedido, no interesse da
Administra çã o:

- Volunt á ria;

- Estabilidade;

- Cargo em vac â ncia;

- Requisi çã o;

- Aposentadoria efetivada
nos ú ltimos 5 anos, a contar do
pedido de revers ã o.

Obs: quando efetivada qualquer


hip ó tese de revers ã o os
proventos de aposentadoria
cessar ã o dando lugar a
remunera çã o (ativa).

Reintegra çã o:

Conceito: forma de provimento


derivada por reingresso do
servidor EST Á VEL ao cargo de
origem em decorr ê ncia de
INVALIDA ÇÃ O, administrativa
ou judicial, da demiss ã o viciada
de ilicitude.

Efeitos retroativos a data do v í cio


( “ ex tunc ” ).

Art. 28, § 1 ° : “ Na hip ó tese de o


cargo ter sido extinto, o servidor
ficar á em disponibilidade ” ;

Art. 28, § 2 ° : “ Encontrando-se


provido o cargo, o seu eventual
ocupante ser á reconduzido ao
cargo de origem, sem
direito à indeniza çã o ou
aproveitado em outro cargo, ou,
ainda, posto em disponibilidade. ”

Recondu çã o:

Conceito: forma de provimento


derivada por reinvestidura do
servidor EST Á VEL no cargo de
origem, em decorr ê ncia de
reprova çã o em est á gio
probat ó rio ou reintegra çã o.

Art. 20, § 2 ° : reprovado em


est á gio probat ó rio o servidor
p ú blico ser á exonerado, ou, se
est á vel, reconduzido ao cargo de
origem.

Aproveitamento:

Conceito: forma de provimento


derivada horizontal por investidura
do servidor em disponibilidade em
cargo de vencimento e atribui çõ es
equivalentes ao que possu í a antes
da ociosidade.

Disponibilidade decorre de
estabilidade (regra);

Acompanhamento pelo SIPEC.

Obs: horizontalidade guarda


rela çã o com a manuten çã o do
n í vel de complexidade das
atividades desempenhadas, bem
como do vencimento que
lhe é cabido, quando do ato de
provimento.
Promo çã o:

Conceito: forma de provimento


derivada vertical, onde ocorre
aumento do n í vel de complexidade
das atribui çõ es e,
conseq ü entemente, do vencimento
(verticalidade).

Vac â ncia.

Remo çã o é o deslocamento do
servidor no â mbito do mesmo
quadro, com ou sem mudan ç a de
sede. A Remo çã o pode acontecer:

- de oficio, no interesse da
administra çã o;

- a pedido, a crit é rio da


administra çã o;

- a pedido vinculado,
independente do interesse da
administra çã o: sa ú de,
acompanhar c ô njuge ou em virtude
de processo seletivo promovido de
acordo com o ó rg ã o onde o
servidor esteja lotado.
Redistribui çã o implica no
deslocamento do cargo de
provimento efetivo para
outro ó rg ã o ou entidade do
mesmo poder. Sempre
acontecer á no interesse da
administra çã o.

Vencimento é a retribui çã o
pecuni á ria pelo exerc í cio do
cargo. N ã o pode ser menor que um
sal á rio m í nimo e é irredut í vel.
Remunera çã o é o vencimento mais
as vantagens (gratifica çõ es
permanentes) de car á ter pessoal.
Vac â ncia:

Conceito: é o “ desprovimento ” de
cargo.

Formas (art. 33):

a) Readapta çã o

b) Recondu çã o (art.
20, § 2 ° )

c) Promo çã o

d) Falecimento

e) Aposentadoria

f) Demiss ã o

g) Exonera çã o

h) Posse em cargo
inacumul á vel
Acumula çã o de Cargos
P ú blicos – CF Art. 37, XVI e Art.
95 par á grafo Ú nico:

É vedada a acumula çã o
remunerada de cargos p ú blicos,
exceto:

A de dois cargos de professor;

A de um cargo de professor com


outro, t é cnico ou cientifico;
A de dois cargos privativos de
m é dicos.

Aos Juizes é vedado:

- ainda que em disponibilidade,


outro cargo ou fun çã o, salvo uma
de magist é rio.

Exonera çã o

N ã o tem car á ter sancionador


(punitivo). È a dispensa do
servidor a seu pedido ou de oficio,
nos casos seguintes:

- quando o servidor n ã o
for aprovado em estagio
probat ó rio;

- quando ap ó s a posse
n ã o entrar em exerc í cio no prazo
legal;

- ocupante de cargo em
comiss ã o a exonera çã o
ocorrer á a pedido ou a ju í zo da
autoridade competente;

- por excesso de gasto com


pessoal.

Demiss ã o

É a dispensa do servidor a t í tulo


de penalidade funcional. Deve
sempre ser motivada.

S ã o casos para Demiss ã o:

Crime;

Abandono de cargo (faltar sem


justificativa por mais 30 dias
consecutivos);

Inassiduidade habitual (sessenta


dias interpolados)

Improbidade administrativa;

Incontin ê ncia p ú blica e conduta


escandalosa;

Insubordina çã o;

Ofensa f í sica;

Aplica çã o irregular de dinheiro


p ú blico;
Revela çã o de segredo do cargo;

Les ã o aos cofres p ú blicos;

Dilapida çã o do patrim ô nio;

Corrup çã o;

Pr á tica de crimes contra


licita çã o;

Acumula çã o ilegal de cargos: o


servidor tem 10 dias para decidir,
se n ã o ser á instaurado um PAD.
Do Regime Disciplinar (Arts. 116 a
142)

Dos Deveres: a lei prev ê os


deveres que devem ser observados
pelos servidores federais no
exerc í cio de cargo efetivo ou
fun çã o e tamb é m para os
comissionados. Os principais
deveres dos servidores s ã o:
Ser leal à s institui çõ es a que
servir;

Cumprir as ordens superiores,


exceto quando manifestamente
ilegais;

Levar ao conhecimento da
autoridade superior as
irregularidades de que tiver
ci ê ncia em raz ã o do cargo;

Zelar pela economia do material e a


conserva çã o do patrim ô nio
p ú blico;
Manter conduta compat í vel com a
moralidade administrativa;

Ser ass í duo e pontual ao servi ç o,


entre outros importantes deveres.

Das Responsabilidades: o servidor


ao executar irregularmente suas
atribui çõ es poder á responder
civil, penal e administrativamente.
(Art. 37, par. 6 º da CF).

Responsabilidade civil: dano


causado ao er á rio ou ao terceiro
por dolo ou culpa;

Responsabilidade penal: atos de


contraven çã o ou infra çã o penal
ligados ao exerc í cio das
atribui çõ es do servidor;

Responsabilidade administrativa:
condutas impr ó prias do servidor
no desempenho de suas fun çõ es
que esteja em desacordo com os
princ í pios e regras que norteiam a
administra çã o publica;

Podem as penas cumular-se, pois


elas s ã o independentes entre si;
porem, h á hip ó tese em que a
decis ã o em uma das esferas
influenciar á as demais;

Se na esfera penal o servidor for


absolvido em virtude da
inexist ê ncia do fato, ou se o
servidor for absolvido porque o ato
n ã o foi de sua autoria, n ã o
poder á ser ele sancionado
administrativamente;

Se na esfera penal o agente for


condenado, a obriga çã o de reparar
o dano civil se torna certa, fazendo
coisa julgada.
Regime Disciplinar e Processo
Administrativo Disciplinar:

a) Advert ê ncia:

Puni çã o branda;

Por escrito nos assentamentos


funcionais;

Prazo prescricional: 180 dias


Cancelamento de registro: 3 anos;

Procedimento necess á rio:


sindic â ncia;

Prazo para t é rmino da


sindic â ncia: 30 dias + 30 dias;

Irregularidades: art. 117, inc. I ao


VIII e XIX.

b) Suspens ã o:
Puni çã o branda ou rigorosa;

Branda: at é 30 dias – precedida de


sindic â ncia (t é rmino: 30 dias +
30 dias);

Rigorosa: de 31 a 90
dias – precedida
de “ PAD ” (t é rmino 60 dias + 60
dias);

Por escrito nos assentamentos


funcionais;

Prazo prescricional: 2 anos;


Cancelamento de registro: 5 anos.

Ob: Convers ã o em multa: 50%


sobre o vencimento ou
remunera çã o di á ria,
proporcionais aos dias em que
restaria suspenso.

Irregularidades: art. 117, inc. XVII,


XVIII e negar-se a exame m é dico
determinado pela Administra çã o.

Este ú ltimo enseja suspens ã o por


15 dias, passiva
de “ arrependimento ” .
Regra: tudo que deve ser punido
com rigor, mas n ã o cabe
demiss ã o, leva a suspens ã o.

c) Demiss ã o:

Puni çã o rigorosa;

Precedida de “ PAD ” ou Rito


Sum á rio;

Rito Sum á rio para as seguintes


irregularidades:
- Ac ú mulo de cargos: empregos e
fun çõ es p ú blicas;

- Inassiduidade habitual: 60 dias,


interpolados em 12 meses, de
aus ê ncias injustificadas;

- Abandono de cargo: mais de 30


dias consecutivos de aus ê ncias
injustificadas

Prazo prescricional: 5 anos;

Cancelamento de registro: - ;

Irregularidade: art. 117, inc. IX ao


XVI e art. 132.

d) Cassa çã o de Proventos:

Cassa çã o de proventos de
aposentadoria ou disponibilidade
em decorr ê ncia de irregularidade
passiva de demiss ã o praticada
quando na ativa.

e) Destitui çã o:
De cargo em comiss ã o:

De fun çõ es de confian ç a:

EXPLICA ÇÃ O À LEI 8.429/92


A improbidade administrativa
constitui o mal que assola o pa í s
pelo uso nocivo do Poder P ú blico,
pela malversa çã o administrativa
caracterizada pela desonestidade,
pela deslealdade e, muitas vezes
pela pr ó pria incompet ê ncia do
agente p ú blico, que em benef í cio
pr ó prio ou de terceiros, n ã o
observam os poderes que a lei lhe
conferiu para a satisfa çã o do
interesse p ú blico.

O combate a esse mal que a


dignidade da pessoa humana
n ã o é preocupa çã o recente no
ordenamento jur í dico, tendo
in í cio no â mbito constitucional
com a 1 ª Constitui çã o Republica,
e no â mbito infraconstitucional
com o Decreto-Lei n. º 3.040 de
1941, pela Lei n. º 3.164, de 1957,
pela Lei n. º 3.502, de 1958, at é a
atual Lei de Improbidade
Administrativa (LIA) n. º 8.429, de
1992.

Esta lei foi concebida para dar


efetividade ao art. 37, § 4 º , da
Carta Pol í tica com a finalidade de
combater atos que afetem a
moralidade e maltratem a coisa
p ú blica, punindo os atos que
importam em enriquecimento
il í cito (art.9 º ), atos que causam
preju í zo ao Er á rio (art. 10), e os
atos que atentam contra os
princ í pios que norteiam a
Administra çã o p ú blica (art.11).
Por conta disso, é o principal
diploma legal de combate a
improbidade administrativa, uma
vez que n ã o estabeleceu
hip ó teses taxativas, mas sim
exemplificativas.

Al é m disso, trouxe em seu bojo


inova çõ es importantes, na medida
em que ampliou os atos de
improbidade administrativa, n ã o
se limitando aos atos que importam
em enriquecimento il í cito,
ampliou a abrang ê ncia subjetiva,
aumentando o conceito de conceito
de agente p ú blico, para albergar
os agentes que at é ent ã o n ã o
eram punidos pela pr á tica de atos
de improbidade, incluindo ai os
particulares colaboradores ou
benefici á rios de tais atos.

Os atos de improbidade
administrativa que importam em
enriquecimento il í cito configuram-
se a modalidade mais grave e
ign ó bil de improbidade
administrativa, pois contempla o
comportamento torpe do agente
p ú blico que desempenha fun çõ es
p ú blicas de sua atribui çã o de
forma desonesta e imoral.

Os atos de improbidade
administrativa que causam
preju í zo ao er á rio foram
constitu í dos com a finalidade de
evitar e coibir a les ã o ao er á rio.
Por é m, o legislador
infraconstitucional lan ç ou m ã o
de um tipo aberto, de forma que
tem-se de ter cautela para n ã o
considerar toda e qualquer a çã o
ou omiss ã o dolosa ou culposa ato
de improbidade administrativa.
Os atos de improbidade
administrativa que atentam contra
os princ í pios da Administra çã o
p ú blica, s ã o residuais e s ó s ã o
aplic á veis quando n ã o
configuradas as demais
modalidades de improbidade
administrativa.

As san çõ es previstas na LIA s ã o


de natureza pol í tica,
administrativa e c í vel, podendo
ser aplicadas isoladamente ou em
concomit â ncia com as demais, a
crit é rio do juiz, que deve aplicar a
pena de acordo com a conduta do
agente, analisando a extens ã o do
dano causado ao er á rio.

Qualquer pessoa
poder á representar à autoridade
administrativa competente para que
seja instaurada investiga çã o
destinada a apurar a pr á tica de ato
de improbidade, ainda que o autor
desse ato í mprobo seja o Prefeito.
Ele via responder por atos de
improbidade no ju í zo de primeira
inst â ncia, pois neste caso
n ã o é poss í vel em prerrogativa
de fun çã o e foro privilegiado, o
que somente é poss í vel nas a çõ es
de natureza criminal.

O Supremo Tribunal Federal est á a


reconhecer que o agente
pol í tico – Prefeito Municipal -,
s ó responder á por ato de
improbidade administrativa,
quando este ato configurar crime de
responsabilidade tipificado no
Decreto-lei 201/67.

É uma decis ã o importante, pois


trar á mudan ç as importantes na
a çã o de improbidade
administrativa em rela çã o aos
agentes pol í ticos, pois passar á a
ser uma a çã o penal p ú blica, com
legitimidade exclusividade do
Minist é rio P ú blico, e, portanto,
ser á julgado pelo Tribunal de
Justi ç a, em raz ã o da prerrogativa
de fun çã o e foro privilegiado.

A corrup çã o é um problema de
toda a sociedade traz preju í zo
para as gera çõ es futuras, pois,
compromete a forma çã o da
personalidade dos jovens, que
v ê em valores e princ í pios como
verdade e honestidade, serem
desvirtuados, preteridos, retirando
a base de uma sociedade forte.
Nada obstante as recentes leis
especiais com o fito de vedar e
punir a pr á tica da corrup çã o na
coisa p ú blica, o combate a este
mal que assola o pa í s e afeta a
dignidade da pessoa humana,
depende de aquisi çã o de uma
consci ê ncia democr á tica e da
participa çã o popular, fiscalizando
as institui çõ es p ú blicas, al é m
de reduzir á a coniv ê ncia e, pouco
a pouco, depurar á as id é ias
daqueles que pretendem ascender
ao poder. Com isso, a corrup çã o
poder á ser atenuada, pois
eliminada nunca o ser á , conforme
assevera Garcia e Alves (2006, p.
6).
Decreto-Lei n. 201, de 27 de
fevereiro de 1967. Disp õ e sobre
os crimes de responsabilidade de
prefeitos e vereadores. Di á rio
Oficial [da] Rep ú blica Federativa
do Brasil, Poder Executivo,
Bras í lia, DF, 14 mar. 1967.
Dispon í vel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_0
Lei/Del0201.htm>. Acesso em: 10
fev. 2006.

______. Lei n. 1.079, de 10 de


abril de 1950. Define os crimes de
responsabilidade e regula o
respectivo processo de julgamento.
Di á rio Oficial [da] Rep ú blica
Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Bras í lia, DF, 10 abr.
1950. Dispon í vel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_0
Acesso em: 10 fev. 2006.
______. Lei n. 3.528, de 03 de
janeiro de 1959. Aplica aos
prefeitos municipais, no que
couberem as disposi çõ es da Lei
1.079 de 1950, que define os
crimes de responsabilidade e
regula o respectivo processo de
julgamento. Di á rio Oficial [da]
Rep ú blica Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Bras í lia, DF, 03
jan. 1959. Dispon í vel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_0
>. Acesso em: 10 fev. 2006.

______. Lei n. 8.429, de 02 de


junho de 1992. Disp õ e sobre as
san çõ es aplic á veis aos agentes
p ú blicos nos casos de
enriquecimento il í cito no
exerc í cio de mandato, cargo,
emprego ou fun çã o na
administra çã o p ú blica direta,
indireta ou fundacional e d á outras
provid ê ncias. Di á rio Oficial [da]
Rep ú blica Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Bras í lia, DF, 02
jun 1992. Dispon í vel em:
<http://www.trt02.gov.br/geral/tribun
>. Acesso em: 08 jun. 2006.

______. Lei n. 10.028, de 19 de


outubro de 2000. Altera o Decreto-
Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940, a Lei n. 1.079, de 10 de abril
de 1950, e o Decreto-Lei n. 201, de
27 de fevereiro de 1967. Di á rio
Oficial [da] Rep ú blica Federativa
do Brasil, Poder Executivo,
Bras í lia, DF, 20 out. 2000a.
Dispon í vel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_0
>. Acesso em: 20 abr. 2006.

You might also like