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“O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá
viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro”. Mia
Couto
Freud, no texto “O Mal Estar na Civilização” nos mostra que o sofrimento humano
está ligado a três grandes fontes: o corpo, fadado ao fracasso por sua fragilidade e finitude,
a impotência diante da força da natureza e, o mal estar relativo às relações humanas.
Mesmo entendendo que não tem domínio sobre a natureza e sobre o próprio organismo,
o ser humano adquiriu conhecimento e capacidade de controlar parte das forças da
natureza, fez grandes progressos científicos e técnicos, como a descoberta da cura para
várias doenças.
O que nos afeta enquanto humanos e, assim, somos conduzidos a nos apoiar no
consumo. O mercado produz mercadorias e tem a intenção de produzir cada vez mais,
nunca parar. A produção frenética nos leva a uma busca também frenética por consumo.
Se o sujeito ameniza seu sofrimento no consumo, essa será a meta de sua vida. Uma busca
incansável pela felicidade através do consumo de mercadorias. Sua identidade agora está
no que consome, logo, a identidade também se torna líquida, ele passa a ser o que pode
consumir. A tecnologia produziu mudanças na forma como as pessoas se relacionam.
Hoje é fácil se conectar, e mais fácil ainda se desconectar.
O conceito de laços humanos está sendo substituído pelo conceito de redes sociais.
Possuir dois mil amigos virtuais, receber muitos “likes” por uma postagem, fazem parte
da vida na modernidade líquida. Mas será possível contar com um ou dois desses amigos
nos momentos de angústia e dor? Romper uma amizade era difícil, a pessoa tinha que
conversar, dava trabalho. Mas na internet é simples, basta clicar no delete e pronto. Os
relacionamentos amorosos também se tornaram líquidos, descartáveis, como um objeto
que não usamos mais. Tudo é muito rápido, não podemos gastar tempo consertando.