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Professor: Emanuel
➢ NOÇÕES GERAIS : Da pratica de um crime surge-se o estado de direito exclusivo de impor ao autor
da conduta as consequências jurídicas previstas na pena.
Apesar deste direito de punir se achar vinculado ao crime a pena não é consequência automática
daquele. Podemos dizer então que da prática de um crime surge para o titula da direito um pretensão
jurídica de importa pena, que somente poderá se satisfazer através do processo.
Assim o processo é o instrumento necessário para permitir satisfazer através do processo.
Assim o processo é o instrumento necessário para permitir satisfazer a pretensão punitiva do estado .
É possível delimitar o aspecto material do Direito penal que nos apresenta as definições e requisitos
para a caracterização do crime em todas as suas circunstancias bem como as consequências
jurídicos dele.
De outro lado o Processo Penal apresentando as regas e ritos a serem observados para a satisfação
do direito de punir.
Disto podemos extrair o conceito do direito processual penal que é o ramo do direito público interno
que estabelece as regras e procedimentos necessários a satisfação da pretensão punitiva do estado.
➢ MODELOS PROCESSUAIS PENAIS :
“Paulo Rangel define o sistema processual penal como sendo “o conjunto de princípios e regras
constitucionais, de acordo com o momento político de cada Estado, que estabelece as diretrizes a
serem seguidas à aplicação do direito penal a cada caso concreto.”[2] “
I) INQUISITIVO: Dentro da perspectiva do processo penal a doutrina nos apresenta três modelos
principais de atuação : Neste as figuras de acusação e julgador se fundem em um único corpo que
por isso age acusando, ao investigado e decidindo sobre a pretensão jurídica.
Tal modelo remonta aos primórdios do processo ganhando desta que no período da inquisição no
qual a busca pela prova justificava a imposição de tortura como meio para obter a confissão.
• OBSERVAÇÃO “O sistema inquisidor possui as seguintes características: a) reunião das funções: o
juiz julga, acusa e defende; b) não existem partes – o réu é mero objeto do processo penal e não
sujeito de direitos; c) o processo é sigiloso, isto é, é praticado longe “aos olhos do povo”; d) inexiste
garantias constitucionais, pois se o investigado é objeto, não há que se falar em contraditório, ampla
defesa, devido processo legal etc.; e) a confissão é a rainha das provas (prova legal e tarifação das
provas); e f) existência de presunção de culpa? O réu é culpado até que se prove o contrário.
O juiz, gestor da prova, busca a prova para confirmar o que pensa (subjetivismo) sobre o fato (idéia pré-
concebida), onde as provas colhidas são utilizadas apenas para comprovar seu pensamento. Ele irá fabricar
as provas para que confirme sua convicção sobre o crime e o réu. Para tanto, utiliza-se principalmente da
confissão do réu, obtida mediante tortura ou outro meio cruel, para obter as respostas que lhe convir. Em
outras palavras, o julgador – representante de Deus na Terra – produz provas para confirmar o fato,
utilizando-se de todos os meios – lícitos ou não (máxima de Maquiavel) – para obter a condenação do objeto
da relação processual.
Em um breve parêntese, pode-se notar que a delação premiada surge nesta época da inquisição, diante da
confissão dos fiéis perante a autoridade eclesiástica (padre, bispo, etc.). Deste modo, o clero detinha poder
sobre a comunidade, sabendo tudo que se passava no local, diante das confissões e delações dos fiéis.
Também, é neste período que as provas são tarifadas/valoradas. O testemunho de um clero ou nobre
possuíam valores muito maiores, por exemplo, ao de uma mulher. A confissão é absoluta e irretratável (daí a
expressão rainha das provas).
A crítica feita a este sistema processual, difundida por Juan Montero Aroca, é de que há contradição
terminológica entre sistema processual inquisitivo e processo, alegando que processo pressupõe a aplicação
das garantias processuais. Tal crítica é rebatida diante do conceito de processo, que se restringe ao
instrumento para concretização do direito material.”
• II) CONTRADITÓRIO : Neste existe uma nítida distinção entre os sujeitos que atuam no processo de
sorte que apenas um age acusando enquanto o outro sujeito atua nas instruções ao passo que a
descisão ficará agarro entre outro isento do processo.
• OBSERVAÇÃO: “tem suas origens no Direito Grego e desenvolveu-se privilegiando a participação popular no
exercício da acusação e de julgamento. No Direito Romano haviam duas formas de processo penal: cognitio e accusatio.
A primeira forma, cognitio, era exercida pelos Estado, por meio dos magistrados, com maiores poderes. A
segunda, accusatio, era assumida por algum cidadão voluntário do povo (accusator), representante da sociedade. A
persecução penal e o direito da ação era por ele exercida em determinados casos. (LOPES, 2014, p. 64) “.
• III) MISTO: Até o determinado ponto da instrução a acusação decide de forma exclusiva os caminhos
a serem realizados na instrução e a partir de certo ponto surge a figura do contraditório.
Processo penal brasileiro dividindo a pena em duas fases. No primeiro momento com carácter pré
processual, a investigação se desenvolve em modelo inquisitivo. Já em segundo momento, reunindo
elementos de autoria e materialidade, a fase processual se desenvolve em modelo em contraditório.
• Princípios do Processo Penal:
Quando falamos em principio estamos nos referindo aquelas normas gerais que sustentam e
norteiam a interpretação e aplicação do direito.
No âmbito do direito processual penal a doutrina nos aponta dois princípios que funcionam como
alicerce de todo o sistema sendo chamados de princípios regentes sendo eles:
• DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:
Tido como principio fundamental
expresso no (Artigo Iº Inciso III, da
CF). Reconhece o ser humano como
indivíduo dotado de valor único e
intransferível que é a dignidade da
pessoa humana. Por força deste
principio as regas de processo penal
não podem violar a dignidade do
indivíduo reduzindo a condição de
objeto como meio para atingir uma
finalidade que seja está licita.
• DEVIDO PROCESSO LEGAL: Este
principio encontra raízes remotas na
carta mgna inglêsa na qual encontra-se
previsão de que ninguém será
despojado de sua liberdade ou bens sem
o devido processo perante as partes.
Significa dizer que qualquer atuação do
estado que possa atingir a esfera de
liberdade e disponibilidade de bens com
fundamento no processo penal apenas
poderá ocorrer quando observadas de
maneira estreita as regras e ritos pre
estabelecidos no processo.
Obrigação do estado de impor regras; Obrigação do estado de seguir as regras.
• OBSERVAÇÃO: O devido processo legal formal ou processual exige o respeito a um conjunto de
garantias processuais mínimas, como o contraditório, o juiz natural, a duração razoável do processo e
outras.
➢ PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: A CF de 88 por conta de seu espirito garantista fez incluir em
seu texto diversos dispositivos que transcendem a organização política do estado.
Presenciamos então uma constitucionalização do processo penal com o estabelecimento de
princípios constitucionais que de maneira explicita ou implícita regem as relações jurídicas
do processo penal.
• Princípios Constitucionais Explícitos Do Processo Penal: Estes estão previstos de maneira expressa
no texto da CF.
A) Principio da Presunção de Inocência: Somente
se considera culpado depois do transito em julgado.
Por força deste antes do transito em julgado de
sentença penal condenatória qualquer sanção ou
descrição de direito devendo prevalecer o estado de
inocência deste principio decorrem alguns outros que
lhes são consequência lógica.
• OBSERVAÇÃO:O princípio da Presunção de
Inocência é no Brasil um dos princípios basilares do
Direito, responsável por tutelar a liberdade dos
indivíduos, sendo previsto pelo art. 5º, LVII da
Constituição de 1988, que enuncia: “ninguém será
considerado culpado até transito em julgado de sentença penal condenatória”. Tendo em vista que a
Constituição Federal é nossa lei suprema, toda a legislação infraconstitucional, portanto deverá
absorver e obedecer tal princípio.
É certo que o Estado brasileiro tem direito e interesse em punir indivíduos que tenham condutas em
desconformidade com a lei, podendo aplicar sanção a aqueles que cometem ilícitos. No entanto esse direito-
dever de punir do Estado deve conviver e respeitar a liberdade pessoal, um bem jurídico do qual o cidadão
não pode ser privado, senão dentro dos limites da lei.
Portanto, diante do cometimento de um ilícito, para que o Estado imponha pena, ele deverá respeitar o
suposto autor de tal ilícito, dando-lhe
todas as garantias constitucionais, e
permitindo que este se defenda, e não
tenha sua liberdade cerceada. Sendo
necessário, portanto, que ocorra um
processo, e enquanto não houver
sentença transitada em julgado, em que
o Estado prove a culpabilidade, o
suposto autor será presumido inocente
E) PRINCIPIO DO
CONTRADITÓRIO: No
processo penal é garantido a defesa de forma ampla
a todos os aspectos de acusações.
F) PRINCIPIO DA PARIDADE DE ARMAS:
(IGUALDADE), dentre os sujeitos não haverá hierarquia,
ambos estão em um pé de igualdade, este principio
oportuna que qualquer ato realizado por um será
oportunizado pelo outro.
• OBSERVAÇÃO: O Art. 7º do Novo CPC traz a
lume o Princípio Processual da Paridade
dasArmas. Igualdade de tratamento entre as
partes do processo em relação ao exercício de direitos e faculdades, aos meios de defesa, aos
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais definem este princípio processual clássico
• G) PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL:
Ninguém será julgado ou processo sem uma
autoridade competente.
• OBSERVAÇÃO: Juiz natural é, assim, aquele
previamente conhecido, segundo regras
objetivas de competência estabelecidas
anteriormente à infração penal, investido de
garantias que lhe assegurem absoluta
independência e imparcialidade.