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Aula 14/02/2019

Professor: Emanuel

• DIREITO PROCESSUAL PENAL I

➢ NOÇÕES GERAIS : Da pratica de um crime surge-se o estado de direito exclusivo de impor ao autor
da conduta as consequências jurídicas previstas na pena.
Apesar deste direito de punir se achar vinculado ao crime a pena não é consequência automática
daquele. Podemos dizer então que da prática de um crime surge para o titula da direito um pretensão
jurídica de importa pena, que somente poderá se satisfazer através do processo.
Assim o processo é o instrumento necessário para permitir satisfazer através do processo.
Assim o processo é o instrumento necessário para permitir satisfazer a pretensão punitiva do estado .
É possível delimitar o aspecto material do Direito penal que nos apresenta as definições e requisitos
para a caracterização do crime em todas as suas circunstancias bem como as consequências
jurídicos dele.
De outro lado o Processo Penal apresentando as regas e ritos a serem observados para a satisfação
do direito de punir.
Disto podemos extrair o conceito do direito processual penal que é o ramo do direito público interno
que estabelece as regras e procedimentos necessários a satisfação da pretensão punitiva do estado.
➢ MODELOS PROCESSUAIS PENAIS :
“Paulo Rangel define o sistema processual penal como sendo “o conjunto de princípios e regras
constitucionais, de acordo com o momento político de cada Estado, que estabelece as diretrizes a
serem seguidas à aplicação do direito penal a cada caso concreto.”[2] “
I) INQUISITIVO: Dentro da perspectiva do processo penal a doutrina nos apresenta três modelos
principais de atuação : Neste as figuras de acusação e julgador se fundem em um único corpo que
por isso age acusando, ao investigado e decidindo sobre a pretensão jurídica.
Tal modelo remonta aos primórdios do processo ganhando desta que no período da inquisição no
qual a busca pela prova justificava a imposição de tortura como meio para obter a confissão.
• OBSERVAÇÃO “O sistema inquisidor possui as seguintes características: a) reunião das funções: o
juiz julga, acusa e defende; b) não existem partes – o réu é mero objeto do processo penal e não
sujeito de direitos; c) o processo é sigiloso, isto é, é praticado longe “aos olhos do povo”; d) inexiste
garantias constitucionais, pois se o investigado é objeto, não há que se falar em contraditório, ampla
defesa, devido processo legal etc.; e) a confissão é a rainha das provas (prova legal e tarifação das
provas); e f) existência de presunção de culpa? O réu é culpado até que se prove o contrário.
O juiz, gestor da prova, busca a prova para confirmar o que pensa (subjetivismo) sobre o fato (idéia pré-
concebida), onde as provas colhidas são utilizadas apenas para comprovar seu pensamento. Ele irá fabricar
as provas para que confirme sua convicção sobre o crime e o réu. Para tanto, utiliza-se principalmente da
confissão do réu, obtida mediante tortura ou outro meio cruel, para obter as respostas que lhe convir. Em
outras palavras, o julgador – representante de Deus na Terra – produz provas para confirmar o fato,
utilizando-se de todos os meios – lícitos ou não (máxima de Maquiavel) – para obter a condenação do objeto
da relação processual.
Em um breve parêntese, pode-se notar que a delação premiada surge nesta época da inquisição, diante da
confissão dos fiéis perante a autoridade eclesiástica (padre, bispo, etc.). Deste modo, o clero detinha poder
sobre a comunidade, sabendo tudo que se passava no local, diante das confissões e delações dos fiéis.
Também, é neste período que as provas são tarifadas/valoradas. O testemunho de um clero ou nobre
possuíam valores muito maiores, por exemplo, ao de uma mulher. A confissão é absoluta e irretratável (daí a
expressão rainha das provas).
A crítica feita a este sistema processual, difundida por Juan Montero Aroca, é de que há contradição
terminológica entre sistema processual inquisitivo e processo, alegando que processo pressupõe a aplicação
das garantias processuais. Tal crítica é rebatida diante do conceito de processo, que se restringe ao
instrumento para concretização do direito material.”
• II) CONTRADITÓRIO : Neste existe uma nítida distinção entre os sujeitos que atuam no processo de
sorte que apenas um age acusando enquanto o outro sujeito atua nas instruções ao passo que a
descisão ficará agarro entre outro isento do processo.
• OBSERVAÇÃO: “tem suas origens no Direito Grego e desenvolveu-se privilegiando a participação popular no
exercício da acusação e de julgamento. No Direito Romano haviam duas formas de processo penal: cognitio e accusatio.
A primeira forma, cognitio, era exercida pelos Estado, por meio dos magistrados, com maiores poderes. A
segunda, accusatio, era assumida por algum cidadão voluntário do povo (accusator), representante da sociedade. A

persecução penal e o direito da ação era por ele exercida em determinados casos. (LOPES, 2014, p. 64) “.
• III) MISTO: Até o determinado ponto da instrução a acusação decide de forma exclusiva os caminhos
a serem realizados na instrução e a partir de certo ponto surge a figura do contraditório.
Processo penal brasileiro dividindo a pena em duas fases. No primeiro momento com carácter pré
processual, a investigação se desenvolve em modelo inquisitivo. Já em segundo momento, reunindo
elementos de autoria e materialidade, a fase processual se desenvolve em modelo em contraditório.
• Princípios do Processo Penal:
Quando falamos em principio estamos nos referindo aquelas normas gerais que sustentam e
norteiam a interpretação e aplicação do direito.
No âmbito do direito processual penal a doutrina nos aponta dois princípios que funcionam como
alicerce de todo o sistema sendo chamados de princípios regentes sendo eles:
• DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:
Tido como principio fundamental
expresso no (Artigo Iº Inciso III, da
CF). Reconhece o ser humano como
indivíduo dotado de valor único e
intransferível que é a dignidade da
pessoa humana. Por força deste
principio as regas de processo penal
não podem violar a dignidade do
indivíduo reduzindo a condição de
objeto como meio para atingir uma
finalidade que seja está licita.
• DEVIDO PROCESSO LEGAL: Este
principio encontra raízes remotas na
carta mgna inglêsa na qual encontra-se
previsão de que ninguém será
despojado de sua liberdade ou bens sem
o devido processo perante as partes.
Significa dizer que qualquer atuação do
estado que possa atingir a esfera de
liberdade e disponibilidade de bens com
fundamento no processo penal apenas
poderá ocorrer quando observadas de
maneira estreita as regras e ritos pre
estabelecidos no processo.
Obrigação do estado de impor regras; Obrigação do estado de seguir as regras.
• OBSERVAÇÃO: O devido processo legal formal ou processual exige o respeito a um conjunto de
garantias processuais mínimas, como o contraditório, o juiz natural, a duração razoável do processo e
outras.
➢ PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: A CF de 88 por conta de seu espirito garantista fez incluir em
seu texto diversos dispositivos que transcendem a organização política do estado.
Presenciamos então uma constitucionalização do processo penal com o estabelecimento de
princípios constitucionais que de maneira explicita ou implícita regem as relações jurídicas
do processo penal.
• Princípios Constitucionais Explícitos Do Processo Penal: Estes estão previstos de maneira expressa
no texto da CF.
A) Principio da Presunção de Inocência: Somente
se considera culpado depois do transito em julgado.
Por força deste antes do transito em julgado de
sentença penal condenatória qualquer sanção ou
descrição de direito devendo prevalecer o estado de
inocência deste principio decorrem alguns outros que
lhes são consequência lógica.
• OBSERVAÇÃO:O princípio da Presunção de
Inocência é no Brasil um dos princípios basilares do
Direito, responsável por tutelar a liberdade dos
indivíduos, sendo previsto pelo art. 5º, LVII da
Constituição de 1988, que enuncia: “ninguém será
considerado culpado até transito em julgado de sentença penal condenatória”. Tendo em vista que a
Constituição Federal é nossa lei suprema, toda a legislação infraconstitucional, portanto deverá
absorver e obedecer tal princípio.
É certo que o Estado brasileiro tem direito e interesse em punir indivíduos que tenham condutas em
desconformidade com a lei, podendo aplicar sanção a aqueles que cometem ilícitos. No entanto esse direito-
dever de punir do Estado deve conviver e respeitar a liberdade pessoal, um bem jurídico do qual o cidadão
não pode ser privado, senão dentro dos limites da lei.

Portanto, diante do cometimento de um ilícito, para que o Estado imponha pena, ele deverá respeitar o
suposto autor de tal ilícito, dando-lhe
todas as garantias constitucionais, e
permitindo que este se defenda, e não
tenha sua liberdade cerceada. Sendo
necessário, portanto, que ocorra um
processo, e enquanto não houver
sentença transitada em julgado, em que
o Estado prove a culpabilidade, o
suposto autor será presumido inocente

B) In dubio Pro Reo :


Havendo duvidas favorece o
réu. Na interpretação do
processo e na aplicação das regas surgindo dúvidas sobre qualquer aspecto está deve ser
interpretada em favor do réu/ acusado.

C) PRINCIPIO DO FAVOR REI: A leitura da forma


da prova deve ser favorável ao acusado deve
prevalecer aquela que for mais favorável e
benéfica.
• OBSERVAÇÃO:Segundo o culto
doutrinador Fernando Capez, o princípio
"favor rei" consiste em que qualquer dúvida
ou interpretação na seara do processo
penal, deve sempre ser levada pela
direção mais benéfica ao réu (CAPEZ,
Fernando. Curso de Processo Penal. 10ª
Edição revista e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 39).
D) PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA: No processual brasileiro ao acusado devem ser garantidos
todos os meios de exercer a
defesa no processo. Primeiro
aspecto deste principio é
odireito do acusado de
conhecer antecipadamente os
fatos que lhes são imputados
bem como a identidade de seus
acusadores.
Outros reflexo é a exigibilidade
da defesa técnica ao processo.

E) PRINCIPIO DO
CONTRADITÓRIO: No
processo penal é garantido a defesa de forma ampla
a todos os aspectos de acusações.
F) PRINCIPIO DA PARIDADE DE ARMAS:
(IGUALDADE), dentre os sujeitos não haverá hierarquia,
ambos estão em um pé de igualdade, este principio
oportuna que qualquer ato realizado por um será
oportunizado pelo outro.
• OBSERVAÇÃO: O Art. 7º do Novo CPC traz a
lume o Princípio Processual da Paridade
dasArmas. Igualdade de tratamento entre as
partes do processo em relação ao exercício de direitos e faculdades, aos meios de defesa, aos
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais definem este princípio processual clássico
• G) PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL:
Ninguém será julgado ou processo sem uma
autoridade competente.
• OBSERVAÇÃO: Juiz natural é, assim, aquele
previamente conhecido, segundo regras
objetivas de competência estabelecidas
anteriormente à infração penal, investido de
garantias que lhe assegurem absoluta
independência e imparcialidade.

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