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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0036076-83.2015.8.05.0001

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : CONSIL EMPREENDIMENTOS LTDA

Recorrido(s) : VIVIANE LIMEIRA CERQUEIRA


Origem : 16ª VSJE DO CONSUMIDOR (UNIVERSO
VESPERTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

CORRIGIDO
Entendo que é caso de reformar a sentneça e julgar improcedente o pedido, visto
que o distrato foi feito por livre escolha ou desistência da parte autora, veja que na
ocasião em que ocorreu o distrato 26.07.2013, houve pedido da própria autora
mediante email em 23.07.2016, enquanto que a previsão da entrega ocorreria em
04.02.2014 e o próprio habite-se foi dado em 24.01.14. Portanto, a rescisão
contratual foi de iniciativa da parte autora. Ademais, não há prova de vício do
consentimento no distrato e, por fim, razoável o valor retido, ou seja, 10% do valor
pago. Portanto. caso de improceência do pedido

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO INDEINZATÓRIA. RESCISÃO DE


COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA POR INICIATIVA E A PEDIDO DA PARTE
AUTORA. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO DE CONSENTMENTO. ATRASO NA ENTREGA DA
OBRA NÃO COMPROVADO. NECESSIDADE DE PARÂMETROS OBJETIVOS PARA A
AFERIÇÃO DO ATRASO ( CONTRATO, HABITE-SE, TERMO ENTREGA DAS
CHAVES.). FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DA PARTE AUTORA NÃO
COMPROVADO. (ART.373, INCISO I DO CPC). RETENÇÃO LEGÍTIMA DE 10 % DO
VALOR PAGO. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO. SENTENÇA REFORMADA
1. Trata-se de recurso inominado interposto pelos réus contra sentença que julgou
procedente a ação, reconhecendo a abusividade da cobrança de comissão de corretagem
quando da celebração de contrato de compra e venda de imóvel, determinou a restituição
do valor pago a título de comissão de corretagem, bem como condenou a ré em R$
3.000,00 ( três mil reais) a título de danos morais.
2.A recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, a incompetência
absoluta dos juizados em virtude do valor da causa, e no mérito, sustenta a legitimidade
da retenção dos valores a serem restituídos à parte autora em decorrência da rescisão do
contrato de compra e venda firmado entre as partes, que não foram comprovados os
requisitos ensejadores do dano moral.
3. Alega a parte acionante que em virtude de atraso na entrega da obra, com prazo
contratual previsto para 30/09/2013, sendo que somente houve a efetiva disponibilização
do imóvel em 22/11/2014, sofrera prejuízos , optando pela rescisão do contrato
entabulado entre as partes.
4. A parte autora instrui a ação com os recibos de pagamento dos valores referentes
ao contrato firmado, bem como colaciona o instrumento do distrato, em que disciplinada a
rescisão.
5.No caso em tela, razão assiste à recorrente. Com efeito, o direito resilitório foi
livremente exercido pela parte autora, não tendo sido comprovado nos autos qualquer
falha contratual cometida pela construtora ré, sendo de destacar que o prazo previsto
para entrega da obra era 30 de setembro de 2013, e a rescisão a pedido da parte autora
se deu em 26 de julho de 2013, portanto não há que se falar em descumprimento do
prazo de entrega, pelo quê descabida a imputação de falha contratual à ré.
6.Ademais, a alegação da parte acionante , de que pelo andamento das obras seria
inevitável que houvesse atraso não merece guarida, sendo o atraso da obra aferido por
parâmetros objetivos, através da análise de provas documentais que devem ser
colacionadas, de molde a comprovação do fato ( contrato, Habite-se, termo de entrega
das chaves etc. ).

Assim sendo, não há qualquer irregularidade na retenção de 10% do valor pago pela
parte autora, como forma de ressarcimento oriundos da rescisão , o que já é aceito como
parâmetro razoável pela jurisprudência de há muito.

1. A conduta narrada, assim, não se subsume à categoria prevista no CDC de falha


na prestação dos serviços, eis que a conduta supostamente ilegal não pode ser imputada
ao hospital, inexistindo regra de direito que o obrigue a arcar com o procedimento
cirúrgico no caso em tela.

2. Nestes termos, não se aplica ao caso a inversão do ônus da prova, sendo dever
processual da parte autora a prova do fato constitutivo de seu direito, nos termos do
art.373, inciso I do CPC, o que, ademais, estaria ao seu alcance, sendo prova de fácil
constituição,. que todavia não logrou fazer no presente caso, não apontando nenhuma
conduta praticada pelo réu que tenha o condão de causar o dano que alega a parte autora
ter sofrido, sendo insuficiente para a formação da convicção desta julgadora meras
alegações, quando o contexto fático-probatório não se revela suficiente para embasar a
pretensão formulada.

7.ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO E DOU-


LHE PROVIMENTO, para reformar a sentença, julgando improcedentes os pedidos.
Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no recurso.

8. Salvador, Sala das Sessões, 23 de Março de 2017.


9. BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
10. BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0036076-83.2015.8.05.0001

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : CONSIL EMPREENDIMENTOS LTDA

Recorrido(s) : VIVIANE LIMEIRA CERQUEIRA

Origem : 16ª VSJE DO CONSUMIDOR (UNIVERSO


VESPERTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
– Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão:
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento.
Sem custas processuais e honorários advocatícios pelo êxito da parte no recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 23 de Março de 2017.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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