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Brasília, 27 de abril a 1º de maio de 1998 - Nº

108
Data (páginas internas): 7 de maio de 1998.

Este Informativo, elaborado a partir de


notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

ÍNDICE DE ASSUNTOS
Atraso de Vôo e Danos Morais
Contribuição Social e 13º Salário
Crime de Incêndio: Individualização da Conduta
Dolo Eventual e Culpa Consciente
Imunidade Tributária: Ônus da Prova
PIS e Alteração do Prazo de Vencimento
Princípio da Legalidade e Taxa
Prisão Civil e Fraude em Alienação Fiduciária
Reconhecimento e Laudo Pericial
Reforma Agrária e Notificação
Substituição Tributária: Constitucionalidade
Suspensão de Segurança: Eficácia no Tempo
Teto de Emolumentos

PLENÁRIO
Teto de Emolumentos
O Tribunal indeferiu, por maioria, o pedido
cautelar formulado em ação direta proposta pela Associação
dos Notários e Registradores do Brasil - ANOREG-BR
contra dispositivos da MP 1.638-3/98, que estabelecem valor
limite para os emolumentos referentes a protesto de título,
quando o devedor for microempresa ou empresa de pequeno
porte. Considerou-se, à primeira vista, a ausência de
plausibilidade jurídica na tese do autor de ofensa ao § 2º, do
art. 236, da CF (“Lei federal estabelecerá normas gerais
para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados
pelos serviços notariais e de registro.”). Vencidos o Min.
Moreira Alves, que deferia a liminar sob o entendimento de
que não se trata, no caso, de normas gerais, e sim de normas
específicas de competência privativa dos Estados (CF, art.
24, § 1º), e o Min. Marco Aurélio, que não via, na espécie, a
urgência necessária à edição da medida provisória (CF, art.
62, caput). Precedente citado: ADInMC 1.800-DF (v.
Informativo 105). ADInMC 1.790-DF, rel. Min. Sepúlveda
Pertence, 23.4.98.

Reforma Agrária e Notificação


Iniciado o julgamento de mandado de segurança
impetrado contra ato do Presidente da República que
declarara de interesse social, para fins de reforma agrária,
imóvel rural dos impetrantes, em que se alega a nulidade do
procedimento expropriatório, uma vez que a notificação para
a vistoria do imóvel prevista no art. 2º, § 2º, da LC 76/93,
fora realizada tão somente na pessoa do usufrutuário vitalício
do imóvel. Após o voto do Min. Ilmar Galvão, relator,
indeferindo a segurança tendo em vista que a administração
do imóvel cabe ao usufrutuário (CC, art. 718), o julgamento
foi adiado em virtude do pedido de vista do Min. Maurício
Corrêa.
MS 23.012-PR , rel. Min. Ilmar Galvão, 29.4.98.

Substituição Tributária: Constitucionalidade


Iniciado julgamento de recursos extraordinários
interpostos pelo Estado de São Paulo em que se discute a
constitucionalidade do regime de substituição tributária —
em que se exige do industrial, do atacadista, ou de outra
categoria de contribuinte, na qualidade de substituto, o
recolhimento antecipado do ICMS incidente sobre o valor
final do produto cobrado ao consumidor, retirando-se do
revendedor ou varejista, substituído, a responsabilidade
tributária. Os recursos têm por objeto operações realizadas
anteriormente à Emenda Constitucional 3/93, que introduziu
no art. 150, da CF, o § 7º (“A lei poderá atribuir a sujeito
passivo de obrigação tributária a condição de responsável
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato
gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso
não se realize o fato gerador presumido.”). Após os votos
dos Ministros Ilmar Galvão e Maurício Corrêa, dando pela
constitucionalidade do referido regime, o julgamento foi
suspenso em virtude do pedido de vista do Min. Carlos
Velloso.
RE 213.396-SP, rel. Min. Ilmar Galvão e RE 194.382-SP, rel.
Min. Maurício Corrêa, 29.4.98.

Suspensão de Segurança: Eficácia no Tempo


Havendo sido suspensa pelo STF a execução de
liminar em mandado de segurança, o posterior julgamento de
mérito do writ, cujo objeto é o mesmo da medida cautelar,
não afeta os efeitos da suspensão de segurança, nos termos
do § 3º, do art. 297, do RISTF (“A suspensão de segurança
vigorará enquanto pender o recurso, ficando sem efeito, se a
decisão concessiva for mantida pelo Supremo Tribunal
Federal ou transitar em julgado.”). Com esse entendimento,
o Tribunal julgou procedente a ação de reclamação para
suspender, até o respectivo trânsito em julgado, a eficácia
executiva do acórdão concessivo do mandado de segurança
cuja liminar fora suspensa pelo STF. Precedente citado: Rcl
429-SC (julgada em 14.10.93, acórdão pendente de
publicação). RCL 718-PA, rel. Min. Celso de Mello
(Presidente), 30.4.98.

Princípio da Legalidade e Taxa


Por aparente ofensa ao princípio da legalidade, o
Tribunal deferiu medida liminar em ação direta de
inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional
da Indústria - CNI contra dispositivos das Portarias 113/97 e
37/98, do IBAMA, que — a título de regulamentação do art.
17, II, da Lei 6.938/81 (com a redação dada pela Lei
7.804/89) — institui taxa para o registro de pessoas físicas e
jurídicas no Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais e estabelece sanções e penalidades, não
previstas em lei.
ADInMC 1.823-DF, rel. Min. Ilmar Galvão, 30.4.98.

PRIMEIRA TURMA
Crime de Incêndio:Individualização da Conduta
Tratando-se de crime de incêndio cometido por
vários agentes com o intuito de obter vantagem pecuniária
(CP, art. 250, § 1º, I), havendo conjunto de provas indiciárias
para a condenação dos réus, não é necessária a
individualização da conduta de cada um dos acusados no
fato delitivo. Com esse entendimento, a Turma, por maioria,
indeferiu habeas corpus impetrado em favor de sócios de
uma cantina a qual teriam posto fogo com o intuito de
receber o seguro, vencido o Min. Sepúlveda Pertence,
relator, que deferia a ordem.
HC 75.350-SP, rel. Min. Moreira Alves, 24.4.98.

PIS e Alteração do Prazo de Vencimento


A simples alteração do prazo de recolhimento do
PIS, prevista na Lei 8.218/91, não se sujeita ao princípio da
anterioridade (CF, art. 195, § 6º), uma vez que não há
modificação substancial desta contribuição de modo a
justificar a exigência do prazo de 90 dias para sua entrada em
vigor. Precedente citado: RE 181.832-AL (DJU de 27.9.96).
RE 222.460-RS , rel. Min. Ilmar Galvão, 24.4.98.

Prisão Civil e Fraude em Alienação Fiduciária


Tratando-se de alienação fiduciária, a prisão civil
do devedor caso o bem alienado não seja encontrado sob sua
posse não pode ser estendida a terceiro a quem, por conluio
fraudulento, foi transferido o referido bem. Entendimento de
que a CF permite a prisão civil como meio de coerção
processual apenas em relação ao depositário infiel e ao
alimentante inadimplente (art. 5º, LXVII), não podendo ser
utilizada como punição contra terceiros eventualmente
beneficiados pela transação.
HC 76.712-PE, rel. Min. Moreira Alves, 24.4.98.

SEGUNDA TURMA
Atraso de Vôo e Danos Morais
São indenizáveis os danos morais e materiais
decorrentes de atraso de vôo e de extravio temporário de
bagagem. Inexistência de violação ao art. 178 da CF (“A lei
disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e
terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
internacional, observar os acordos firmados pela União,
atendido o princípio da reciprocidade.”) e à Convenção de
Varsóvia que, ao dispor sobre a reparação tarifada dos danos
materiais referentes ao extravio de bagagem, não excluiu a
garantia de indenização por danos morais prevista na CF (art.
5º, V e X). Precedente citado: RE 172.720-RJ (DJU de
21.2.97).
AG (AgRg) 198.380-RJ, rel. Min. Marco Aurélio, 27.4.98.

Contribuição Social e 13º Salário


Julgando uma série de recursos extraordinários, a
Turma confirmou acórdãos que entenderam legítima a
incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário,
tendo em vista sua natureza salarial, conforme prevê o § 4º,
do art. 201, da CF (“Os ganhos habituais do empregado, a
qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em
benefícios, nos casos e na forma da lei.”). Vencido o Min.
Marco Aurélio sob o fundamento de que o 13º salário não
seria salário propriamente dito para efeito do disposto no
inciso I, do art. 195, da CF (“Art. 195. A seguridade social
será financiada ... mediante recursos provenientes ... das
seguintes contribuições sociais: I – dos empregadores,
incidente sobre a folha de salários,...”).
RE 219.689-SP, RE 220.779-PR e RE 215.923-SC, rel. Min.
Carlos Velloso, 27.4.98.

Dolo Eventual e Culpa Consciente


Por maioria, a Turma deferiu habeas corpus para
anular acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de
Rondônia, que confirmara sentença de pronúncia do
paciente, envolvido em acidente de trânsito com vítima fatal,
considerado o dolo eventual, e desclassificar o crime para
homicídio culposo. Entendeu-se que o paciente, trafegando
na contramão, em cidade na qual residia há pouco tempo,
sem o domínio maior do sentido dos logradouros, não
assumira, conscientemente, a possibilidade de produzir o
evento morte. Vencidos os Ministros Néri da Silveira e
Carlos Velloso que, considerando necessário o reexame de
provas, indeferiam o writ.
HC 76.778-RO, rel. Min. Marco Aurélio, 28.4.98.

Imunidade Tributária: Ônus da Prova


Incumbe ao contribuinte a prova da relação entre o
patrimônio e a finalidade essencial da entidade, prevista no §
4º do art. 150 da CF ("As vedações expressas no inciso VI,
alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e
o serviços relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas."). Com base nesse
entendimento, a Turma confirmou despacho do relator que
negara seguimento a recurso extraordinário, em que se
sustentava ser do fisco, e não do contribuinte, o ônus da
prova.
RE 206.169-SP, rel. Min. Marco Aurélio, 27.4.98.

Reconhecimento e Laudo Pericial


Para efeito de reconhecimento do autor
do crime, não acarreta cerceamento de defesa o
indeferimento de pedido de exame oftalmológico na vítima a
quem se atribui suposta incapacidade visual (miopia e
astigmatismo), tendo em vista o contato próximo que a
mesma tivera com o seu agressor. Vencido o Min. Marco
Aurélio, que concedia a ordem sob o entendimento de ser
necessária, no caso, a perícia técnica.
HC 76.705-RJ, rel. Min. Néri da Silveira, 28.4.98.

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 29.4.98 30.4.98 26


1ª Turma 28.4.98 -------- 90
2ª Turma 28.4.98 27.4.98 268

CLIPPING DO DJ
30 de abril de 1998

ADIn N. 1.795-PA
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade.
Ilegitimidade ativa.
- Esta Corte já firmou orientação (assim, a título
exemplificativo, nas ADINs 488, 505, 689, 772, 868, 935,
1343 e 1508) de que das entidades sindicais apenas as
Confederações que estão organizadas nos moldes exigidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho é que têm
legitimidade para propor ação direta de
inconstitucionalidade, não a tendo, portanto, as Federações
ou os Sindicatos ainda que nacionais por não serem
entidades sindicais de graus máximo.
No caso, tratando-se a requerente de entidade sindical que
se carateriza como Federação Nacional, não tem ela
legitimidade para propor ação direta de
inconstitucionalidade.
Ação direta de inconstitucionalidade não conhecida, ficando
prejudicado o exame do pedido de liminar.
* noticiado no Informativo 103

HC N. 70.176-SP
RELATOR : MIN. PAULO BROSSARD
EMENTA: "HABEAS-CORPUS". Sentença de pronúncia.
Prisão.
Persistindo os motivos da prisão do réu desde o flagrante,
não é de ser revogada na sentença de pronúncia, quando as
acusações se consolidaram.
O decreto de prisão é efeito natural da sentença de
pronúncia, e o fato de ser o paciente primário e ter bons
antecedentes, é condição necessária, mas não suficiente, para
que a prisão seja revogada ou não decretada, art. 408, §§ 1º e
2º do Código de Processo Penal. Precedentes.
"Habeas-corpus" conhecido, mas indeferido.

HC N. 74.573-RJ
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PENAL. PROCESSUAL
PENAL. HABEAS CORPUS. “ESCÂNDALO DA
PREVIDÊNCIA”. CRIMES DE QUADRILHA E
PECULATO PRATICADOS CONTRA O INSS. CRIME
IMPUTADO A JUIZ DE DIREITO. COMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA JULGAR DEMAIS
ACUSADOS. CF, ART. 96, III. CPP, ART. 78, III.
I. - Competência do Tribunal de Justiça para julgar ação
penal em que figure juiz de direito como um dos acusados.
CF, art. 98, III.
II. - Competência do Tribunal de Justiça para julgar os
demais acusados, tendo em vista os princípios da conexão e
da continência e em razão da jurisdição de maior graduação.
CPP, art. 78, III.
III. - HC indeferido.

HC N. 74.611-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL.
PROVA ILÍCITA. "ESCUTAS TELEFÔNICAS". C.F., art.
5º, XII. PROVA.
I. - A condenação não se apóia apenas na "escuta telefônica".
É dizer, há, nos autos da ação penal, outras provas. No caso,
nem existe nos autos o relato de degravações das conversas
telefônicas.
II. - Exame aprofundado da prova: impossibilidade em sede
de habeas corpus.
III. - H.C. indeferido.

HC N. 75.053-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
(...) PRESCRIÇÃO - PRAZO - CONTAGEM - CRIME
INSTANTÂNEO DE RESULTADOS PERMANENTES X
CRIME PERMANENTE - CERTIDÃO FALSA. O crime
consubstanciado na confecção de certidão falsa é
instantâneo, não o transmudando em permanente o fato de
terceiro havê-la utilizado de forma projetada no tempo. A
hipótese, quanto aos atos da falsidade, configura crime
instantâneo de repercussão permanente, deixando de atrair a
regra da contagem do prazo prescricional a partir da cessação
dos efeitos - artigo 111, inciso III, do Código Penal.

HC N. 75.766-RS
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO PROCESSUAL PENAL.
PRISÃO PREVENTIVA: MANUTENÇÃO DA
PRONÚNCIA. FUNDAMENTAÇÃO.
"HABEAS CORPUS".
1. Tendo sido a prisão preventiva decretada, ao início do
processo, em decisão adequadamente fundamentada, sua
expressa manutenção, ao ensejo da pronúncia e do acórdão
que a confirma, não exige outras considerações, devendo-se
admitir como subsistentes as razões que a determinaram.
2. "H.C." indeferido.

HC N. 75.800-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
(...) PENA - CUMPRIMENTO - REGIME - FIXAÇÃO -
GRAVIDADE DO CRIME. A gravidade do crime não é
suficiente, por si só, a conduzir à imposição de regime mais
drástico. Em se tratando de pena não superior a oito anos,
dá-se a fixação do regime consideradas as alíneas "b" e "c"
do artigo 33 do Código Penal, bem como a regra do § 3º nele
inserido, no que remete às circunstâncias judiciais.
Precedentes: Primeira Turma - Habeas-Corpus nº 73.532/SP,
nº 70.784/RJ e nº 72.937/SP, relatados pelos Ministros
Moreira Alves, Sepúlveda Pertence e Ilmar Galvão, com
acórdãos veiculados nos Diários da Justiça de 9 de agosto de
1996, 16 de setembro de 1994, e 1º de dezembro de 1995,
respectivamente; Segunda Turma - Habeas-Corpus nº
75.379/SP e nº 75.503/SP, por mim relatados, o primeiro
com aresto publicado no Diário da Justiça de 6 de março de
1998, e o segundo, deferido por unanimidade na Sessão de
17 de fevereiro de 1998.

HC N. 75.878-CE
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
(...) ACÓRDÃO - INTIMAÇÃO - PROFISSIONAL DA
ADVOCACIA. Surge válida a publicação da notícia do
julgamento, no Diário Oficial, contendo o nome do
profissional da advocacia credenciado pelo condenado e que
interpusera o recurso de apelação. A circunstância de
anteriormente, precedendo o júri no qual constituído o
advogado, haver atuado defensor dativo não conduz à
necessidade da intimação pessoal.

HC N. 76.034-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: HABEAS-CORPUS. LATROCÍNIO.
ALEGAÇÕES DE NULIDADES DA CITAÇÃO
EDITALÍCIA: PACIENTE PROCURADO EM
ENDEREÇO DIVERSO DO QUE FOI POR ELE
INDICADO NA POLÍCIA, AUSÊNCIA DE CÓPIA DO
EDITAL NOS AUTOS E EDITAL COM O PRAZO DE 14
DIAS, E NÃO DE 15, COMO PREVISTO NO ART. 361
DO CPP.
1. O paciente foi procurado pela Oficiala de Justiça no
endereço que consta em diversas peças dos autos; o endereço
fornecido à Polícia só aparece nos autos após a qualificação
e o interrogatório, ocorridos em data posterior à sentença
absolutória e anterior ao acórdão condenatório, portanto,
depois da citação; ademais, a informação de que o paciente
se encontrava em lugar incerto foi dada pelo seu pai.
2. Não há comprovação de que não consta cópia do edital de
citação nos autos, providência que também não é exigida
pelo pár. único do art. 365 do CPP; além disto, o impetrante
reconhece que o edital foi afixado no local de costume e não
aponta qualquer nulidade no seu teor.
3. Os prazos previstos no Código Penal são contados de
forma que o dia do começo se inclui no cômputo (CP, art.
10).
Os do Código de Processo Penal são contados de forma que
não se computará o dia do começo, incluindo-se, porém, o
do vencimento (CPP, art. 798, § 1º).
É da antiga jurisprudência deste Tribunal que o prazo de
quinze dias do edital de citação, referido no art. 361 do CPP,
é de direito processual, de forma que na sua contagem não se
considera o dia do início, e inclui-se o do vencimento.
Precedentes.
4. Habeas-corpus conhecido e deferido para anular o
processo desde a citação editalícia.

HC N. 76.109-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. PENAL.
REPRESENTAÇÃO: LEI 9.099, DE 26.09.95.
COMPOSIÇÃO CIVIL. SUSPENSÃO DO PROCESSO.
I - Já vencida a instância de conhecimento e encontrando-se
o feito em fase de julgamento da apelação interposta pela
defesa, quando veio a lume a Lei 9.099/95, fez-se a
conversão do julgamento em diligência, para cumprimento
do disposto no art. 91 da mesma Lei 9.099/95. Oferecida a
representação pela vítima, não há falar em composição civil.
Lei 9.099/95, art. 75.
II - Existente sentença condenatória, não há falar em
suspensão processual.
III - H.C. indeferido.
* noticiado no Informativo 102

HC N. 76.270-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
(...) MEDIDA CAUTELAR - LIBERDADE - AUSÊNCIA
DE PREVISÃO LEGAL. Ao contrário do que ocorre no
âmbito instrumental civil, o poder de cautela, no campo
penal, em jogo a liberdade do cidadão, há de estar previsto
na lei. Descabe implementá-lo, tendo em conta a regressão a
regime de cumprimento mais rigoroso, prevista no inciso I
do artigo 118 da Lei de Execução Penal, no período que
antecede a audição do condenado, formalidade essencial
imposta pelo § 2º do aludido artigo. Precedente : Habeas-
Corpus nº 75.662-0/SP, por mim relatado, perante a Segunda
Turma, e julgado na sessão de 3 de março de 1998.
* noticiado no Informativo 103

HC N. 76.287-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: -PROCESSUAL PENAL. PENAL. PENA:
FIXAÇÃO. MENORIDADE. FUNDAMENTAÇÃO.
I. Fixada a pena no mínimo legal, não há invocar a atenuante
da menoridade. Da mesma forma, porque fixada a pena no
mínimo legal, não há falar em falta de fundamentação na sua
fixação.
II. - H.C. indeferido.

HC N. 76.370-ES
RELATOR : MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Não pode a insuficiência da motivação do
decreto de prisão preventiva ser suprida, no juízo de
denegação de habeas corpus, por fundamento assentado em
fato superveniente, consistente em manter-se o paciente
refratário à execução da contestada ordem de prisão.

HC N. 76.383-RS
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: "HABEAS-CORPUS". DECISÃO
CONDENATÓRIA MANTIDA EM SEDE DE APELAÇÃO
CRIMINAL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA DECISÃO.
EXPEDIÇÃO DO MANDADO DE PRISÃO. RECURSO
ESPECIAL E AGRAVO DE INSTRUMENTO: NÃO
POSSUEM EFICÁCIA SUSPENSIVA PARA OBSTAR A
EXECUÇÃO PROVISÓRIA.
1. A imediata expedição de mandado de prisão em face da
decisão proferida em sede de recurso de apelação haver
negado provimento ao apelo da defesa não configura
constrangimento ilegal, conforme jurisprudência desta Corte.
2. O recurso especial e o extraordinário, porque não possuem
eficácia suspensiva do julgado, não obstam a execução
provisória da decisão que condenou o paciente à pena de
reclusão.
3. Habeas-corpus indeferido.

HC N. 76.526-RJ
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: HABEAS-CORPUS. CRIME DE TRÁFICO DE
ENTORPECENTES E CONTRAVENÇÃO DE PORTE DE
ARMA. RÉU POBRE QUE MANIFESTA VONTADE DE
NÃO RECORRER DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.
APELAÇÃO, ENTRETANTO, INTERPOSTA PELA
DEFENSORIA PÚBLICA, MAS NÃO CONHECIDA
PELO TRIBUNAL A QUO A PRETEXTO DE
CONTRARIEDADE À EXPRESSA MANIFESTAÇÃO DO
RÉU.
1. A Constituição assegura aos acusados a ampla defesa
com os meios e recursos a ela inerentes e, para dar
efetividade a este direito fundamental, determina que o
Estado prestará assistência judiciária integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, LV, 2ª
parte, e LXXIV), além de determinar que a União e os entes
federados tenham Defensoria Pública, que é instituição
essencial à função jurisdicional do Estado, erigida como
órgão autônomo da administração da justiça, incumbindo-lhe
a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos
necessitados (art. 134 e pár. único).
Estas disposições afastam definitivamente o mito da defesa
meramente formal, ou da aparência da defesa judicial dos
necessitados, como ilação que já foi extraída da letra do art.
261 do CPP (nenhum acusado, ainda que ausente ou
foragido, será processado ou julgado sem defensor).
É, pois, dever do Defensor Público esgotar os meios que
garantam a ampla defesa do necessitado.
2. Apesar da previsão de que os recursos são voluntários
(CPP, art. 594) e de que a ampla defesa estaria resguardada
com a intimação da sentença às partes, o art. 392 do CPP
vem sendo interpretado no sentido de exigir a intimação do
réu preso e do seu advogado ou defensor, em homenagem ao
referido princípio.
3. É curial que a manifestação da vontade de não recorrer,
dada por réu necessitado, deve ser assistida pela defesa
técnica, principalmente em casos como o presente, em que o
paciente é menor, pobre, analfabeto, reside em bairro
distante, trabalha como engraxate no centro da cidade e
assinou a rogo a intimação da sentença condenatória e a
desistência do direito de recorrer; além disto, não haverá
prejuízo para o paciente porque o apelo interposto não
poderá agravar a sua situação, eis que vedada a reformatio in
pejus. Precedentes.
4. Habeas-corpus conhecido e deferido para determinar que
o Tribunal coator, considerando superada a preliminar de
conhecimento da apelação interposta pelo Defensor Público,
prossiga no julgamento do recurso, como entender de direito.
* noticiado no Informativo 103

HC N. 76.596-RJ
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Sentença: exigência de motivação que exprima a
valoração devida às provas relevantes produzidas no
processo: direito à “motivação extrínseca” (Bellavista) ou à
“tutela jurídica” (cf. RE 163.301): pouco importa, no
entanto, a falta de menção explícita a certo depoimento se se
demorou, a decisão condenatória, no demonstrar a
inverossimilhança da versão a que poderiam servir as
informações de terceiro ou dos próprios acusados, que a
testemunha invocada se limitou a relatar.
II. Sentença condenatória: congruência com a imputação
(CPrPen., art. 383 e 384): validade na espécie.
Não há mutatio libelli, a implicar afronta do art. 384
CPrPen., se a sentença condenatória, não reputando
configurado, no concurso de agentes descrito explicitamente
na denúncia, o crime autônomo do art. 14 da L. 6.368/76,
não obstante - aliás, na linha da jurisprudência do STF (com
o dissenso do relator) - julga ocorrente à causa especial de
aumento da pena do art. 18, III, da mesma Lei de
Entorpecentes.

RP N. 1.360-PE
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
E M E N T A: Representação de inconstitucionalidade.
Interpretação do art. 14, caput, da Constituição Federal.
- Pelo caput desse dispositivo constitucional compete à Lei
Complementar federal apenas estabelecer os requisitos
mínimos de população e renda pública, bem como a forma
de consulta prévia às populações, para a criação de
municípios. Já a organização municipal, a criação de
Municípios e a respectiva divisão em distritos dependerão,
nos Estados-membros, de lei estadual.
- Não se inclui, portanto, no âmbito de competência da Lei
Complementar a que alude o referido artigo 14, a disciplina,
que seria cogente para os Estados-membros, da época em
que se poderão criar ou alterar territorialmente os municípios
neles situados. Essa matéria, que não diz respeito a
requisitos mínimos de população e renda pública, nem a
forma de consulta prévia às populações, se insere nas em que
cabe aos Estados-membros legislar, pela competência
legislativa que têm decorrente de seus poderes implícitos (§
1º do artigo 13 da Carta Magna Federal).
- Assim, não estão os Estados-membros, ao legislar sobre a
criação de seus municípios, sujeitos à observância do artigo
6º da Lei Complementar nº 1/67, na redação dada pela Lei
Complementar nº 28/75 ("a criação e qualquer alteração
territorial de município somente poderão ser feitas no
período compreendido entre dezoito e seis meses anteriores à
data da eleição municipal"), em face da esfera estreita de
competência que a esta concede o artigo 14, caput, da
Constituição Federal.
Representação julgada improcedente.

AG (AgRg) N. 191.467-SC
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA:- CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO: ESTADO DE SANTA CATARINA.
ESTABILIDADE FINANCEIRA. DIREITO ADQUIRIDO.
I. - A estabilidade financeira do servidor público, que não se
confunde com o instituto da agregação, não é ofensiva ao
princípio constitucional da vedação de vinculação ou
equiparação de vencimentos: ADIn 1264-SC, Pertence; RE
88.896-MG, M. Alves, RTJ 98/758.
II. - Os servidores, mediante a satisfação de requisitos
inscritos em lei, são titulares do direito à estabilidade
financeira. Lei posterior pode, é certo, extinguir ou
transformar os cargos ou funções que vinham sendo
exercidos ou que foram exercidos pelos servidores, não,
entretanto, afrontar o direito destes.
III. - R.E. não admitido. Agravo não provido.

AG (AgRg) 199.972-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
TRABALHISTA. RECURSO DE REVISTA:
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. AFRONTA
INDIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
IMPOSSIBILIDADE.
1. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho que não
admite recurso de revista por razões de ordem processual,
não viabiliza a instância excepcional.
2. Admitir-se a ofensa indireta como suficiente para o
conhecimento do extraordinário, seria transformar em
questões constitucionais todas as controvérsias sobre a
interpretação de disposições de leis ordinárias que, com base
no princípio da legalidade, são editadas.
Agravo regimental a que se nega provimento.

AG (AgRg) N. 201.687-DF
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PREJUÍZO -
RECURSO ESPECIAL - PROVIMENTO. A teor do
disposto no artigo 512 do Código de Processo Civil, o
julgamento formalizado por força de recurso, exceto quando
restrito a preliminar deste, substitui a decisão anterior -
recorrida - no que tiver sido objeto de impugnação, quer a
confirme ou a reforme. Provido o especial interposto
simultaneamente com o extraordinário, dá-se o fenômeno da
substituição, ficando prejudicado o segundo dos recursos
referidos.

AG (AgRg) N. 207.948-DF
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO
OUTORGOU À ESTA CORTE A COMPETÊNCIA PARA
DECLARAR A ILEGALIDADE DE DECRETO
DISTRITAL QUE RESTRINGE A ABRANGÊNCIA DE
LEI LOCAL. PRECEDENTE.
De acordo com o que restou decidido na ADIn º 1.406 (DJ
20/03/96), o Decreto impugnado está regulamentando Lei
Distrital, restringindo o seu alcance, fato que ensejaria
eventual ilegalidade, não inconstitucionalidade, tornando-se
clara a incompetência desta Corte para declará-la.
Agravo regimental a que se nega provimento.

AG (AgRg) N. 208.218-BA
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
TRABALHISTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
OPOSTOS NA ORIGEM. REJEIÇÃO POR NÃO
EXISTÊNCIA DA MENCIONADA OMISSÃO.
AUSÊNCIA DE DENEGAÇÃO DE JURISDIÇÃO DE
MOLDE A AFRONTAR A NORMA CONSTITUCIONAL
MENCIONADA. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.
1. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho que rejeita os
embargos de declaração por razões de ordem processual, não
viabiliza a instância excepcional.
2. Conforme vem se pronunciando reiteradamente esta
Corte, a garantia de acesso ao Judiciário não pode ser tida
como certeza de que as teses serão apreciadas de acordo com
a conveniência das partes. Precedente.
Agravo regimental a que se nega provimento.

RE (EDcl) N. 219.980-SP
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO ADMINISTRATIVO E
PROCESSUAL CIVIL. AUTARQUIA: CUSTAS
PROCESSUAIS (ART. 4º, INC. I, E ART. 14, § 4º, DA LEI
Nº 9.289, DE 04.07.1996). ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS.
1. Tem razão, em parte, o embargante, pois o art. 14 e seu §
4º da Lei nº 9.289, de 04.07.1996, são expressos:

"Art. 14 - O pagamento das custas e contribuições devidas


nos feitos e nos recursos que se processam nos próprios
autos efetua-se da forma seguinte:
§ 4º - As custas e contribuições serão reembolsadas a final
pelo vencido, ainda que seja uma das entidades referidas no
inciso I do art. 4º, nos termos da decisão que o condenar...".

2. No caso, a autora, ora embargada, desembolsou custas.


3. E como ocorreu sucumbência recíproca, em proporções
reputadas idênticas pelo acórdão embargado, deve o réu, ora
embargante, reembolsá-la de metade do respectivo
"quantum".
4. Embargos Declaratórios recebidos para essa explicitação.

RE N. 183.906-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
IMPOSTO - VINCULAÇÃO A ÓRGÃO, FUNDO OU
DESPESA. A teor do disposto no inciso IV do artigo 167 da
Constituição Federal, é vedado vincular receita de impostos
a órgão, fundo ou despesa. A regra apanha situação concreta
em que lei local implicou majoração do ICMS, destinando-se
o percentual acrescido a um certo propósito - aumento de
capital de caixa econômica, para financiamento de programa
habitacional. Inconstitucionalidade dos artigos 3º, 4º, 5º, 6º,
7º, 8º e 9º da Lei nº 6.556, de 30 de novembro de 1989, do
Estado de São Paulo.
* noticiado no Informativo 84

RE N. 207.363-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
IPTU - PROGRESSIVIDADE. A jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal sedimentou-se no sentido de a
progressividade estabelecida em lei municipal pressupor a
observância do disposto nos artigos 156, § 1º, e 182, §§ 2º e
4º, da Constituição Federal. Precedente: Recurso
Extraordinário nº 153.771-0/MG, julgado pelo Pleno, tendo
sido designado o Ministro Moreira Alves para redigir o
acórdão, que foi veiculado no Diário da Justiça de 5 de
setembro de 1997.

RE N. 220.044-RS
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PENSIONISTAS.
PENSÃO INTEGRAL. C.F., ART. 40, § 5º: AUTO-
APLICABILIDADE.
I. - Estabelecendo o § 5º, do art. 40, que a pensão
corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do
servidor falecido, segue-se a impossibilidade de uma lei
dispor a respeito de um limite que esteja abaixo da totalidade
referida. A frase, posta no citado § 5º do art. 40 "até o limite
estabelecido em lei" deve ser entendida da seguinte forma:
observado o limite posto em lei a respeito da remuneração
dos servidores públicos, vale dizer, a lei referida no inc. XI
do art. 37 da Constituição.
II. - Precedentes do STF: MMII nºs 211-DF e 263-DF. MS
21.521-CE, RREE nºs 161.224-CE, 179.646-MG e 140.863-
AM, MI 274 (AgRg)-DF.
III. - R.E. conhecido e provido.

RE N. 220.982-CE
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO DE VEÍCULOS USADOS.
VEDAÇÃO: PORTARIA Nº 8/91-DECEX.
VULNERAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA
LEGALIDADE. INEXISTÊNCIA. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO.
1. Imposto de importação. Função predominantemente
extrafiscal, por ser muito mais um instrumento de proteção
da indústria nacional do que de arrecadação de recursos
financeiros, sendo valioso mecanismo de política econômica.
2. A Constituição Federal estabelece que é da competência
privativa da União legislar sobre comércio exterior e atribui
ao Ministério da Fazenda a sua fiscalização e o seu controle,
essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais.
2.1. Importação de veículos usados. Vedação. Portaria
DECEX nº 08/91. Legalidade. A competência do
Departamento de Comércio Exterior, órgão do Ministério da
Fazenda, encontra-se disciplinada no art. 165 do Decreto nº
99.244/90 e, dentre outras atribuições, compete-lhe emitir
guia de importação, fiscalizar o comércio exterior e elaborar
as normas necessárias à implementação da política de
comércio exterior. Improcedência da alegação de ofensa ao
princípio da legalidade.
3. Princípio da isonomia. Vulneração. Inexistência. Os
conceitos de igualdade e de desigualdade são relativos:
impõem a confrontação e o contraste entre duas ou várias
situações, pelo que onde só uma existe não é possível
indagar sobre tratamento igual ou discriminatório.
3.1. A restrição à importação de bens de consumo usados tem
como destinatários os importadores em geral, sejam pessoas
jurídicas ou físicas. Lícita, pois, a restrição à importação de
veículos usados.
Recurso extraordinário conhecido e provido.

Acórdãos publicados: 274

OUTRAS INFORMAÇÕES

Foi Publicada no Diário da Justiça


da União de 5.5.98 a Emenda ao Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal nº 7, cujo teor está abaixo
transcrito:
EMENDA REGIMENTAL Nº 7

Altera o inciso XVI do art. 13 e


acrescenta-lhe o inciso XVII; modifica
o inciso XVI do art. 21 e acrescenta-
lhe o inciso XVII e dá nova redação ao
art. 123 do Regimento Interno.

Art. 1º Os dispositivos do Regimento Interno, a seguir


enumerados, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 13...........................................................
XVI - assinar a
correspondência destinada ao Presidente da República;
ao Vice-Presidente da República; ao Presidente do
Senado Federal; aos Presidentes dos Tribunais
Superiores, entre estes incluído o Tribunal de Contas
da União; ao Procurador-Geral da República; aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal; aos
Chefes de Governo estrangeiro e seus representantes
no Brasil; às autoridades públicas, em resposta a
pedidos de informação sobre assunto pertinente ao
Poder Judiciário e ao Supremo Tribunal Federal,
ressalvado o disposto no inciso XVI do art. 21.
XVII - praticar os demais atos
previstos na lei e no Regimento.

Art. 21..............................................................
XVI - assinar a
correspondência oficial, em nome do Supremo
Tribunal Federal, nas matérias e nos processos sujeitos
à sua competência jurisdicional, podendo dirigir-se a
qualquer autoridade
pública, inclusive aos Chefes dos Poderes da
República;
XVII - praticar os demais atos
que lhe incumbam ou sejam facultados em lei e no
Regimento.

Art. 123 As sessões ordinárias do Plenário


terão início às 14 horas e terminarão às 18 horas, com
intervalo de trinta minutos, podendo ser prorrogadas
sempre que o serviço o exigir.
§ 1º As sessões ordinárias das
Turmas terão início às 14 horas e terminarão às 18
horas, com intervalo de trinta minutos, podendo ser
prorrogadas sempre que o serviço o exigir.
§ 2º As sessões
extraordinárias terão início à hora designada e serão
encerradas quando cumprido o fim a que se destinem.”

Art. 2º Esta Emenda Regimental entrará em vigor na


data de sua publicação.

Sala das Sessões, em 6 de abril de 1998.

Assessora responsável pelo Informativo


Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
informativo@stf.gov.br

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